SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 33
Trauma crânio-encefálico
Classificação
• Mecanismo
– Fechado
– Penetrante
Classificação
Gravidade
• Leve (G 14 – 15)
• Moderada (G 9 – 13)
• Grave (G 3 – 8)
Classificação
• Morfologia
– Fraturas de crânio:
• Calota
• Base
– Lesões intracranianas:
• Focais – Subdural, Extradural, Intracerebral
• Difusas – Concussão, LAD
Fratura de calota craniana
Fratura de base de crânio
Sinais Clínicos:
• fístula liquórica (otorréia e rinorréia)
• equimose periorbital (“olhos de guaxinim”)
• equimose retroauricular (sinal de Battle)
• disfunção do VII (paralisia facial) ou VIII
par (perda de audição)
Hematoma peri- orbital
Concussão
• Decorrente do TCE fechado sem lesão estrutural do
encéfalo
• Perda temporária da função neurológica que pode ser
desde amnésia e confusão até breve perda da
consciência.
– Leve
– Clássica – recuperação consciência < 6 horas
• Pode ser acompanhada de bradicardia, hipotensão e
sudorese.
• Não tem curso fatal.
Lesão Axonal Difusa (LAD)
• Perda de consciência > 6h
• Secção fibras nervosas (corpo caloso, tronco
cerebral ou difusas
• Conseqüentes ao movimento brusco do sistema
nervoso sobre si mesmo (aceleração e
desaceleração)
• Mortalidade: até 33%
• Alteração importante da consciência
• Sem indicação cirúrgica
Contusão cerebral/HIP
• Caracteriza-se por lesão estrutural do tecido
encefálico com vários graus de hemorragia
petequial, edema e destruição tecidual.
• Déficit: localização e tamanho da lesão, podem
se manifestar como paralisias, transtornos da
linguagem, alterações da memória e do afeto e
não frequente alterações visuais.
• HIP: Podem ocorrer alguns dias após TCE
Hematoma Extradural ou
Epidural
• Localizados entre a dura-máter e a calota craniana
• Forma biconvexa ou de lente
• Mais freqüente: temporal ou têmporo-parietal
• Comumente resultam de ruptura da a. meníngea
média
• Perda da consciência logo após o trauma com
recuperação rápida, letargia, hemiparesia
contralateral, pode ocorrer herniação se não tratado
a tempo
• Intervalo “lúcido” e “morre”...
Hematoma extradural
Hematoma Subdural (HSD)
• Mais freqüentes - 30% TCE graves
• Localizado entre as membranas que
revestem o cérebro
• Decorrentes em sua maioria de traumas
por aceleração e desaceleração em altas
velocidades
• Unilateral – 80%
• Mais comum: fronto-têmporo-parietal
HSD
• Clínica:
– Alteração nível consciência
– Déficits localizados
– Anisocoria
– Posturas patológicas
• Grande efeito massa -> herniação: Tríade
de Cushing (hipertensão, bradicardia e
bradipnéia)
Hematoma subdural
CAUSAS DE ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE
CONSCIÊNCIA
• Lesão no córtex cerebral;
• Lesão na formação reticular ascendente do tronco
cerebral (estrutura responsável pela manutenção do
estado de alerta);
• Aumento da pressão intracraniana (PIC): anisocoria,
hipertensão arterial, bradicardia, alterações
respiratórias;
• Diminuição do fluxo sanguíneo cerebral;
• Hipoglicemia.
FENÔMENO DE CUSHING: elevação acentuada da pressão arterial +
bradicardia + bradipnéia= sinal tardio de aumento acentuado da
PIC.
SINAIS DE HERNIAÇÃO CEREBRAL
• Herniação uncal: dilatação ou lentidão na resposta
pupilar a estímulo ipsilateral, com ou
sem alterações motoras e fraqueza contralateral;
• Herniações mais extensas:
o Nível 1 de PIC: postura em decorticação (flexão MMSS,
extensão MMII), pupilas médio-reativas, respiração Cheyne-
Stokes;
o Nível 2 de PIC: postura em descerebração (extensão de MMSS
e MMII), pupilas médias, não fotorreagentes, hiperventilação
neurogênica central;
o Nível 3 de PIC: flacidez, sem reação à dor, midríase fixa,
respiração atáxica ou apnéia.
DIAGNÓSTICO
• História clínica: colher informações sobre o evento
traumático, causa do traumatismo, intensidade do
impacto, a presença de sintomas neurológicos,
convulsões, diminuição de força, alteração da
linguagem, perda da consciência e documentar.
• A alteração da consciência é o sintoma mais comum dos
TCE’s
• Dor de cabeça intensa, sobretudo unilateral, pode
indicar lesão expansiva intracraniana, já cefaléia intensa
em região occipital pode indicar fratura de odontóide
(estrutura da segunda vertebra que se articula com a
primeira).
EXAME NEUROLÓGICO
• Escala de Coma de Glasgow;
• Pupilas: simetria (diferença > 1mm é anormal), fotorreação;
• Exame da cabeça e da coluna: atenção para perdas liquóricas,
fraturas abertas de crânio, exposição de tecido cerebral, ferimentos
extensos de couro cabeludo e lesões por arma de fogo (orifícios de
entrada e saída);
• Avaliação da motricidade (déficit motor);
• Observação de sinais de fratura de base de crânio: extravasamento
de líquor e sangue pela orelha ou nariz, equimose na região
mastóidea (sinal da batalha), equimoses periorbitais (olhos de
guaxinim) – os 2 últimos são sinais mais tardios;
• Observar a evolução: para detectar qualquer deterioração
neurológica;
• Objetos encravados no crânio não devem ser removidos.
Procedimentos de Suporte Básico
Premissas Básicas :
1. Seqüência lógica de
atendimento .
2. Etapas seqüenciais
ABC = Condições que
impliquem em risco de vida
devem ser tratadas assim que
identificadas.
AÉREAS
(vias)
BOA
VENTILAÇÃO
CIRCULAÇÃO
DISABILITY
Incapacidades
Exposição e
Exame físico
Atendimento inicial ao politraumatizado
CONDUTA
• Avaliar o nível de consciência e o ABCDE;
• Avaliar a biomecânica do trauma;
• Imobilizar coluna cervical após exame do pescoço;
• Manter permeabilidade das vias aéreas: intubação traqueal se
Glasgow menor ou igual a 8 (retirar próteses);
• Administrar O2 100% sob máscara com reservatório, nas vítimas
conscientes e com ritmo respiratório normal; manter Sat O2 > 95%;
• Na vítima com nível de consciência rebaixado ou com alteração do
padrão respiratório, ventilar com compressão positiva, com O2
100% (bolsa – valva - máscara, intubado traqueal ou PLA Cobra);
manter Sat O2 > 95%;
• Evitar a hiperventilação: ventilação assistida com 10 mrp para
adultos (com volume corrente de 350 a 500 mL); 20 mrp para
crianças e 25 mrp para bebês;
CONDUTA
• Controlar sangramentos: no couro cabeludo, aplicar curativo
compressivo e, se este não for eficiente, aplicar pressão direta nas
bordas da ferida ou na região adjacente se houver deformidade
óssea ou lesão aberta; em nariz ou orelha, tamponar com material
de curativo, permitindo pequeno vazamento do sangue (o
tamponamento completo pode aumentar a PIC); controlar outras
hemorragias;
• Monitorizar sinais vitais (pressão arterial, pulso), ECG e oximetria;
• Instalar acesso venoso calibroso;
• Sedar a vítima em caso de agitação;
• Na ocorrência de convulsões: administrar Diazepam;
• Repor volemia com Ringer Lactato se houver sinais de choque;
sem sinais de choque, infundir volume em velocidade não maior do
que 125 mL/hora (ajustar a velocidade de infusão se evoluir para
choque);
• Prevenir a perda de calor corporal;
CONDUTA
• Manter a vítima em posição supina (a elevação da cabeça pode
diminuir a PIC, entretanto, pode reduzir a pressão de perfusão
cerebral);
• Transportar rapidamente para hospital terciário (com recursos de
tomografia e neurocirurgião disponíveis no plantão);
• Informar ao plantonista do hospital todas as alterações
neurológicas observadas na cena e durante o transporte, como por
exemplo, qual pupila estava dilatada primeiro ou mudanças nas
condições da vítima;
• Sempre transportar para o hospital vítimas alcoolizadas ou
drogadas, mesmo que o TCE aparentemente seja leve. Nunca
atribuir ao álcool ou drogas as alterações do estado mental;
• Sempre transportar para o hospital crianças com TCE e história não
compatível com as lesões encontradas ou história não confiável –
suspeitar e procurar outros sinais sugestivos de MAUS TRATOS.
Prevenir eventos que
exacerbam HIC
• Prevenir e tratar hiponatremia
• Normovolêmico
• Evitar hipertermia
• Evitar hipoxemia
• Anticonvulsivantes
(fenitoína/carbamazepina)
• Evitar hiperglicemia (< 150mg/dl)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

25ª aula trauma abdominal Silvio
25ª aula   trauma abdominal Silvio25ª aula   trauma abdominal Silvio
25ª aula trauma abdominal SilvioProf Silvio Rosa
 
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em AdultosNovas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultosresenfe2013
 
Atendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoAtendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoSylvania Paiva
 
Tce
TceTce
TceFMU
 
3ª aula atendimento inicial no trauma
3ª aula   atendimento inicial no trauma3ª aula   atendimento inicial no trauma
3ª aula atendimento inicial no traumaProf Silvio Rosa
 
Slides trauma raquimedular
Slides trauma raquimedularSlides trauma raquimedular
Slides trauma raquimedularÁgatha Mayara
 
Atendimento ao politraumatizado
Atendimento ao politraumatizadoAtendimento ao politraumatizado
Atendimento ao politraumatizadoAndré Cipriano
 
Traumatismo
TraumatismoTraumatismo
Traumatismomujaci
 
Atendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoAtendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadorozenaisna
 
Atendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoAtendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoFagner Athayde
 
Parada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória aclsParada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória aclsdapab
 
Parada Cardiorrespiratória
Parada CardiorrespiratóriaParada Cardiorrespiratória
Parada CardiorrespiratóriaPaula Oliveira
 
Assistência de enfermagem ao homem vítima
Assistência de enfermagem ao homem vítimaAssistência de enfermagem ao homem vítima
Assistência de enfermagem ao homem vítimaJuliana Santos
 
Trauma Crânio Encefálico e Raqui Medular
Trauma Crânio Encefálico e Raqui MedularTrauma Crânio Encefálico e Raqui Medular
Trauma Crânio Encefálico e Raqui MedularAndress Godoy Delben
 

Mais procurados (20)

25ª aula trauma abdominal Silvio
25ª aula   trauma abdominal Silvio25ª aula   trauma abdominal Silvio
25ª aula trauma abdominal Silvio
 
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em AdultosNovas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
 
Tce
TceTce
Tce
 
Estudo de caso tce
Estudo de caso tceEstudo de caso tce
Estudo de caso tce
 
Atendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoAtendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizado
 
Tce
TceTce
Tce
 
3ª aula atendimento inicial no trauma
3ª aula   atendimento inicial no trauma3ª aula   atendimento inicial no trauma
3ª aula atendimento inicial no trauma
 
Trauma torácico
Trauma torácicoTrauma torácico
Trauma torácico
 
Slides trauma raquimedular
Slides trauma raquimedularSlides trauma raquimedular
Slides trauma raquimedular
 
Atendimento ao politraumatizado
Atendimento ao politraumatizadoAtendimento ao politraumatizado
Atendimento ao politraumatizado
 
Apresentação trauma
Apresentação traumaApresentação trauma
Apresentação trauma
 
Aula residência ave avc
Aula residência ave avcAula residência ave avc
Aula residência ave avc
 
Traumatismo
TraumatismoTraumatismo
Traumatismo
 
Atendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoAtendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizado
 
Atendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizadoAtendimento inicial ao politraumatizado
Atendimento inicial ao politraumatizado
 
Parada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória aclsParada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória acls
 
AVC
AVCAVC
AVC
 
Parada Cardiorrespiratória
Parada CardiorrespiratóriaParada Cardiorrespiratória
Parada Cardiorrespiratória
 
Assistência de enfermagem ao homem vítima
Assistência de enfermagem ao homem vítimaAssistência de enfermagem ao homem vítima
Assistência de enfermagem ao homem vítima
 
Trauma Crânio Encefálico e Raqui Medular
Trauma Crânio Encefálico e Raqui MedularTrauma Crânio Encefálico e Raqui Medular
Trauma Crânio Encefálico e Raqui Medular
 

Destaque

16ª aula choque e hemorragias Silvio
16ª aula   choque e hemorragias Silvio16ª aula   choque e hemorragias Silvio
16ª aula choque e hemorragias SilvioProf Silvio Rosa
 
15ª aula emergencia psiquiatrica
15ª aula   emergencia psiquiatrica15ª aula   emergencia psiquiatrica
15ª aula emergencia psiquiatricaProf Silvio Rosa
 
Aph conceitos, modalidades, histórico (aula 1)
Aph   conceitos, modalidades, histórico (aula 1)Aph   conceitos, modalidades, histórico (aula 1)
Aph conceitos, modalidades, histórico (aula 1)Prof Silvio Rosa
 
13ª aula doenças metabólicas Silvio
13ª aula   doenças metabólicas Silvio13ª aula   doenças metabólicas Silvio
13ª aula doenças metabólicas SilvioProf Silvio Rosa
 
9ª aula queimaduras e acidentes elétricos aph
9ª aula   queimaduras e acidentes elétricos aph9ª aula   queimaduras e acidentes elétricos aph
9ª aula queimaduras e acidentes elétricos aphProf Silvio Rosa
 
Multiplas vitimas Prof Silvio
 Multiplas vitimas Prof Silvio Multiplas vitimas Prof Silvio
Multiplas vitimas Prof SilvioProf Silvio Rosa
 
19ª aula trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula trauma na criança e idoso SilvioProf Silvio Rosa
 
24ª aula trauma de tórax Silvio
24ª aula   trauma de tórax Silvio24ª aula   trauma de tórax Silvio
24ª aula trauma de tórax SilvioProf Silvio Rosa
 
11ª aula quase afogamento correta Silvio
11ª aula   quase afogamento correta Silvio11ª aula   quase afogamento correta Silvio
11ª aula quase afogamento correta SilvioProf Silvio Rosa
 
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) Silvio
12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) Silvio12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) Silvio
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) SilvioProf Silvio Rosa
 
Gestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph SilvioGestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph SilvioProf Silvio Rosa
 
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula emergencia psiquiatrica SilvioProf Silvio Rosa
 
21ª aula trauma na gestante Silvio
21ª aula   trauma na gestante Silvio21ª aula   trauma na gestante Silvio
21ª aula trauma na gestante SilvioProf Silvio Rosa
 
14ª aula intoxicações exogenas Silvio
14ª aula   intoxicações exogenas Silvio14ª aula   intoxicações exogenas Silvio
14ª aula intoxicações exogenas SilvioProf Silvio Rosa
 
23ª aula trauma raquimedular Silvio
23ª aula   trauma raquimedular Silvio23ª aula   trauma raquimedular Silvio
23ª aula trauma raquimedular SilvioProf Silvio Rosa
 
17ª aula doenças circulatórias Silvio
17ª aula   doenças circulatórias Silvio17ª aula   doenças circulatórias Silvio
17ª aula doenças circulatórias SilvioProf Silvio Rosa
 

Destaque (16)

16ª aula choque e hemorragias Silvio
16ª aula   choque e hemorragias Silvio16ª aula   choque e hemorragias Silvio
16ª aula choque e hemorragias Silvio
 
15ª aula emergencia psiquiatrica
15ª aula   emergencia psiquiatrica15ª aula   emergencia psiquiatrica
15ª aula emergencia psiquiatrica
 
Aph conceitos, modalidades, histórico (aula 1)
Aph   conceitos, modalidades, histórico (aula 1)Aph   conceitos, modalidades, histórico (aula 1)
Aph conceitos, modalidades, histórico (aula 1)
 
13ª aula doenças metabólicas Silvio
13ª aula   doenças metabólicas Silvio13ª aula   doenças metabólicas Silvio
13ª aula doenças metabólicas Silvio
 
9ª aula queimaduras e acidentes elétricos aph
9ª aula   queimaduras e acidentes elétricos aph9ª aula   queimaduras e acidentes elétricos aph
9ª aula queimaduras e acidentes elétricos aph
 
Multiplas vitimas Prof Silvio
 Multiplas vitimas Prof Silvio Multiplas vitimas Prof Silvio
Multiplas vitimas Prof Silvio
 
19ª aula trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula trauma na criança e idoso Silvio
 
24ª aula trauma de tórax Silvio
24ª aula   trauma de tórax Silvio24ª aula   trauma de tórax Silvio
24ª aula trauma de tórax Silvio
 
11ª aula quase afogamento correta Silvio
11ª aula   quase afogamento correta Silvio11ª aula   quase afogamento correta Silvio
11ª aula quase afogamento correta Silvio
 
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) Silvio
12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) Silvio12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) Silvio
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.) Silvio
 
Gestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph SilvioGestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph Silvio
 
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio
 
21ª aula trauma na gestante Silvio
21ª aula   trauma na gestante Silvio21ª aula   trauma na gestante Silvio
21ª aula trauma na gestante Silvio
 
14ª aula intoxicações exogenas Silvio
14ª aula   intoxicações exogenas Silvio14ª aula   intoxicações exogenas Silvio
14ª aula intoxicações exogenas Silvio
 
23ª aula trauma raquimedular Silvio
23ª aula   trauma raquimedular Silvio23ª aula   trauma raquimedular Silvio
23ª aula trauma raquimedular Silvio
 
17ª aula doenças circulatórias Silvio
17ª aula   doenças circulatórias Silvio17ª aula   doenças circulatórias Silvio
17ª aula doenças circulatórias Silvio
 

Semelhante a 22ª aula trauma de crânio Silvio

Semelhante a 22ª aula trauma de crânio Silvio (20)

AGRAVOS NEUROLÓGICOS1 (1).pptx
AGRAVOS NEUROLÓGICOS1 (1).pptxAGRAVOS NEUROLÓGICOS1 (1).pptx
AGRAVOS NEUROLÓGICOS1 (1).pptx
 
Aula 2 AVC TCE.pdf
Aula 2 AVC TCE.pdfAula 2 AVC TCE.pdf
Aula 2 AVC TCE.pdf
 
Tce pediatria
Tce pediatriaTce pediatria
Tce pediatria
 
Tce pediatria
Tce pediatriaTce pediatria
Tce pediatria
 
Acidente vascular cerebral final
Acidente vascular cerebral finalAcidente vascular cerebral final
Acidente vascular cerebral final
 
T.E.C - ATLS
T.E.C - ATLST.E.C - ATLS
T.E.C - ATLS
 
Tomography class
Tomography classTomography class
Tomography class
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebral
 
Saúde do adulto exame neurológico do adulto
Saúde do adulto exame neurológico do adultoSaúde do adulto exame neurológico do adulto
Saúde do adulto exame neurológico do adulto
 
Traumatismocrnioenceflicoempediatria 140424150419-phpapp02
Traumatismocrnioenceflicoempediatria 140424150419-phpapp02Traumatismocrnioenceflicoempediatria 140424150419-phpapp02
Traumatismocrnioenceflicoempediatria 140424150419-phpapp02
 
Aula_8_TCE.ppt
Aula_8_TCE.pptAula_8_TCE.ppt
Aula_8_TCE.ppt
 
AVC Hemorragico
AVC HemorragicoAVC Hemorragico
AVC Hemorragico
 
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PAPEL DA ENFERMAGEM
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PAPEL DA ENFERMAGEMACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PAPEL DA ENFERMAGEM
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PAPEL DA ENFERMAGEM
 
Acidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálicoAcidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálico
 
Traumatismo crânioencefálico em pediatria
Traumatismo crânioencefálico em pediatriaTraumatismo crânioencefálico em pediatria
Traumatismo crânioencefálico em pediatria
 
Doenças cerebrovasculares
Doenças cerebrovascularesDoenças cerebrovasculares
Doenças cerebrovasculares
 
Traumatismo craniano encefálico
Traumatismo craniano encefálicoTraumatismo craniano encefálico
Traumatismo craniano encefálico
 
Urgências Neurológicas
Urgências NeurológicasUrgências Neurológicas
Urgências Neurológicas
 
Caso clínico
Caso clínicoCaso clínico
Caso clínico
 
avc.ppt
avc.pptavc.ppt
avc.ppt
 

Mais de Prof Silvio Rosa

Manual de-aph Combate/Siate
Manual de-aph  Combate/SiateManual de-aph  Combate/Siate
Manual de-aph Combate/SiateProf Silvio Rosa
 
Cap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicialCap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicialProf Silvio Rosa
 
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02Prof Silvio Rosa
 
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)
12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)Prof Silvio Rosa
 
11ª aula quase afogamento correta
11ª aula   quase afogamento correta11ª aula   quase afogamento correta
11ª aula quase afogamento corretaProf Silvio Rosa
 
Ficha de socio estadual original
Ficha de socio estadual originalFicha de socio estadual original
Ficha de socio estadual originalProf Silvio Rosa
 

Mais de Prof Silvio Rosa (14)

Manual de-aph Combate/Siate
Manual de-aph  Combate/SiateManual de-aph  Combate/Siate
Manual de-aph Combate/Siate
 
Cap 10 hemorragia-choque
Cap 10 hemorragia-choqueCap 10 hemorragia-choque
Cap 10 hemorragia-choque
 
Cap 09-rcp
Cap 09-rcpCap 09-rcp
Cap 09-rcp
 
Cap 08 vias-aereas
Cap 08 vias-aereasCap 08 vias-aereas
Cap 08 vias-aereas
 
Cap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicialCap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicial
 
Cap 06 sinais-vitais
Cap 06 sinais-vitaisCap 06 sinais-vitais
Cap 06 sinais-vitais
 
Cap 03 direcao-defensiva
Cap 03 direcao-defensivaCap 03 direcao-defensiva
Cap 03 direcao-defensiva
 
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
 
Protocolo sav novo
Protocolo sav novoProtocolo sav novo
Protocolo sav novo
 
Protocolo básico novo
Protocolo básico novoProtocolo básico novo
Protocolo básico novo
 
Aula do DEA Silvio
Aula do DEA SilvioAula do DEA Silvio
Aula do DEA Silvio
 
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)
12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)12ª aula   sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)
12ª aula sofrimento respiratório agudo (s.a.r.a.)
 
11ª aula quase afogamento correta
11ª aula   quase afogamento correta11ª aula   quase afogamento correta
11ª aula quase afogamento correta
 
Ficha de socio estadual original
Ficha de socio estadual originalFicha de socio estadual original
Ficha de socio estadual original
 

22ª aula trauma de crânio Silvio

  • 3. Classificação Gravidade • Leve (G 14 – 15) • Moderada (G 9 – 13) • Grave (G 3 – 8)
  • 4. Classificação • Morfologia – Fraturas de crânio: • Calota • Base – Lesões intracranianas: • Focais – Subdural, Extradural, Intracerebral • Difusas – Concussão, LAD
  • 5. Fratura de calota craniana
  • 6.
  • 7.
  • 8. Fratura de base de crânio Sinais Clínicos: • fístula liquórica (otorréia e rinorréia) • equimose periorbital (“olhos de guaxinim”) • equimose retroauricular (sinal de Battle) • disfunção do VII (paralisia facial) ou VIII par (perda de audição)
  • 10.
  • 11. Concussão • Decorrente do TCE fechado sem lesão estrutural do encéfalo • Perda temporária da função neurológica que pode ser desde amnésia e confusão até breve perda da consciência. – Leve – Clássica – recuperação consciência < 6 horas • Pode ser acompanhada de bradicardia, hipotensão e sudorese. • Não tem curso fatal.
  • 12. Lesão Axonal Difusa (LAD) • Perda de consciência > 6h • Secção fibras nervosas (corpo caloso, tronco cerebral ou difusas • Conseqüentes ao movimento brusco do sistema nervoso sobre si mesmo (aceleração e desaceleração) • Mortalidade: até 33% • Alteração importante da consciência • Sem indicação cirúrgica
  • 13. Contusão cerebral/HIP • Caracteriza-se por lesão estrutural do tecido encefálico com vários graus de hemorragia petequial, edema e destruição tecidual. • Déficit: localização e tamanho da lesão, podem se manifestar como paralisias, transtornos da linguagem, alterações da memória e do afeto e não frequente alterações visuais. • HIP: Podem ocorrer alguns dias após TCE
  • 14.
  • 15.
  • 16. Hematoma Extradural ou Epidural • Localizados entre a dura-máter e a calota craniana • Forma biconvexa ou de lente • Mais freqüente: temporal ou têmporo-parietal • Comumente resultam de ruptura da a. meníngea média • Perda da consciência logo após o trauma com recuperação rápida, letargia, hemiparesia contralateral, pode ocorrer herniação se não tratado a tempo • Intervalo “lúcido” e “morre”...
  • 18.
  • 19.
  • 20. Hematoma Subdural (HSD) • Mais freqüentes - 30% TCE graves • Localizado entre as membranas que revestem o cérebro • Decorrentes em sua maioria de traumas por aceleração e desaceleração em altas velocidades • Unilateral – 80% • Mais comum: fronto-têmporo-parietal
  • 21. HSD • Clínica: – Alteração nível consciência – Déficits localizados – Anisocoria – Posturas patológicas • Grande efeito massa -> herniação: Tríade de Cushing (hipertensão, bradicardia e bradipnéia)
  • 23.
  • 24.
  • 25. CAUSAS DE ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA • Lesão no córtex cerebral; • Lesão na formação reticular ascendente do tronco cerebral (estrutura responsável pela manutenção do estado de alerta); • Aumento da pressão intracraniana (PIC): anisocoria, hipertensão arterial, bradicardia, alterações respiratórias; • Diminuição do fluxo sanguíneo cerebral; • Hipoglicemia. FENÔMENO DE CUSHING: elevação acentuada da pressão arterial + bradicardia + bradipnéia= sinal tardio de aumento acentuado da PIC.
  • 26. SINAIS DE HERNIAÇÃO CEREBRAL • Herniação uncal: dilatação ou lentidão na resposta pupilar a estímulo ipsilateral, com ou sem alterações motoras e fraqueza contralateral; • Herniações mais extensas: o Nível 1 de PIC: postura em decorticação (flexão MMSS, extensão MMII), pupilas médio-reativas, respiração Cheyne- Stokes; o Nível 2 de PIC: postura em descerebração (extensão de MMSS e MMII), pupilas médias, não fotorreagentes, hiperventilação neurogênica central; o Nível 3 de PIC: flacidez, sem reação à dor, midríase fixa, respiração atáxica ou apnéia.
  • 27. DIAGNÓSTICO • História clínica: colher informações sobre o evento traumático, causa do traumatismo, intensidade do impacto, a presença de sintomas neurológicos, convulsões, diminuição de força, alteração da linguagem, perda da consciência e documentar. • A alteração da consciência é o sintoma mais comum dos TCE’s • Dor de cabeça intensa, sobretudo unilateral, pode indicar lesão expansiva intracraniana, já cefaléia intensa em região occipital pode indicar fratura de odontóide (estrutura da segunda vertebra que se articula com a primeira).
  • 28. EXAME NEUROLÓGICO • Escala de Coma de Glasgow; • Pupilas: simetria (diferença > 1mm é anormal), fotorreação; • Exame da cabeça e da coluna: atenção para perdas liquóricas, fraturas abertas de crânio, exposição de tecido cerebral, ferimentos extensos de couro cabeludo e lesões por arma de fogo (orifícios de entrada e saída); • Avaliação da motricidade (déficit motor); • Observação de sinais de fratura de base de crânio: extravasamento de líquor e sangue pela orelha ou nariz, equimose na região mastóidea (sinal da batalha), equimoses periorbitais (olhos de guaxinim) – os 2 últimos são sinais mais tardios; • Observar a evolução: para detectar qualquer deterioração neurológica; • Objetos encravados no crânio não devem ser removidos.
  • 29. Procedimentos de Suporte Básico Premissas Básicas : 1. Seqüência lógica de atendimento . 2. Etapas seqüenciais ABC = Condições que impliquem em risco de vida devem ser tratadas assim que identificadas. AÉREAS (vias) BOA VENTILAÇÃO CIRCULAÇÃO DISABILITY Incapacidades Exposição e Exame físico Atendimento inicial ao politraumatizado
  • 30. CONDUTA • Avaliar o nível de consciência e o ABCDE; • Avaliar a biomecânica do trauma; • Imobilizar coluna cervical após exame do pescoço; • Manter permeabilidade das vias aéreas: intubação traqueal se Glasgow menor ou igual a 8 (retirar próteses); • Administrar O2 100% sob máscara com reservatório, nas vítimas conscientes e com ritmo respiratório normal; manter Sat O2 > 95%; • Na vítima com nível de consciência rebaixado ou com alteração do padrão respiratório, ventilar com compressão positiva, com O2 100% (bolsa – valva - máscara, intubado traqueal ou PLA Cobra); manter Sat O2 > 95%; • Evitar a hiperventilação: ventilação assistida com 10 mrp para adultos (com volume corrente de 350 a 500 mL); 20 mrp para crianças e 25 mrp para bebês;
  • 31. CONDUTA • Controlar sangramentos: no couro cabeludo, aplicar curativo compressivo e, se este não for eficiente, aplicar pressão direta nas bordas da ferida ou na região adjacente se houver deformidade óssea ou lesão aberta; em nariz ou orelha, tamponar com material de curativo, permitindo pequeno vazamento do sangue (o tamponamento completo pode aumentar a PIC); controlar outras hemorragias; • Monitorizar sinais vitais (pressão arterial, pulso), ECG e oximetria; • Instalar acesso venoso calibroso; • Sedar a vítima em caso de agitação; • Na ocorrência de convulsões: administrar Diazepam; • Repor volemia com Ringer Lactato se houver sinais de choque; sem sinais de choque, infundir volume em velocidade não maior do que 125 mL/hora (ajustar a velocidade de infusão se evoluir para choque); • Prevenir a perda de calor corporal;
  • 32. CONDUTA • Manter a vítima em posição supina (a elevação da cabeça pode diminuir a PIC, entretanto, pode reduzir a pressão de perfusão cerebral); • Transportar rapidamente para hospital terciário (com recursos de tomografia e neurocirurgião disponíveis no plantão); • Informar ao plantonista do hospital todas as alterações neurológicas observadas na cena e durante o transporte, como por exemplo, qual pupila estava dilatada primeiro ou mudanças nas condições da vítima; • Sempre transportar para o hospital vítimas alcoolizadas ou drogadas, mesmo que o TCE aparentemente seja leve. Nunca atribuir ao álcool ou drogas as alterações do estado mental; • Sempre transportar para o hospital crianças com TCE e história não compatível com as lesões encontradas ou história não confiável – suspeitar e procurar outros sinais sugestivos de MAUS TRATOS.
  • 33. Prevenir eventos que exacerbam HIC • Prevenir e tratar hiponatremia • Normovolêmico • Evitar hipertermia • Evitar hipoxemia • Anticonvulsivantes (fenitoína/carbamazepina) • Evitar hiperglicemia (< 150mg/dl)