SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Baixar para ler offline
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
CAPÍTULO 8
VIAS AÉREAS
1. Aspectos Anatômicos e Funcionais
As vias aéreas têm como função principal conduzir o ar entre o meio ambiente e os
pulmões (alvéolos pulmonares), proporcionando a entrada de ar filtrado, aquecido e rico
em oxigênio, assim como a saída de ar rico
em dióxido de carbono do aparelho respirató-
rio, participando assim do processo da respi-
ração. Dividem-se em vias aéreas superiores
e vias aéreas inferiores:
1.1. Vias Aéreas Superiores:
● Cavidade nasal (nariz);
● Cavidade oral (boca);
● Faringe (Nasofaringe, orofaringe
e laringofaringe ou hipofaringe. Destas
três, a nasofaringe é exclusivamente
via aérea, a laringofaringe é exclusiva-
mente via digestiva e a orofaringe é um
caminho comum ao ar e aos alimen-
tos.);
1.2. Vias Aéreas Inferiores:
● Laringe.
● Traquéia;
● Brônquios/bronquíolos;
● Pulmões/alvéolos pulmonares.
O acesso às vias aéreas superiores é
direto e sua visualização é quase completa,
exceto pela nasofaringe (região posterior à ca-
vidade nasal e póstero-superior à úvula -
"campainha”).
- 105 -
Fig. 8.1 - Vias aéreas.
Fig. 8.2 - Vias aéreas superiores.
Vias Aéreas
As vias aéreas superiores terminam e
as inferiores têm início na laringe, com a epi-
glote, estrutura que protege a abertura das
vias aéreas inferiores, obstruindo-a durante o
reflexo de deglutição e abrindo-a para a pas-
sagem do ar. Seu acesso e visualização de-
pendem de procedimento médico denominado
laringoscopia.
2. Obstrução de Vias Aéreas
O atendimento pré-hospitalar da vítima
de trauma tem por objetivo, após rápida verifi-
cação do mecanismo de trauma e das condi-
ções de segurança no local, prestar suporte
básico e avançado de vida, iniciando-se com
a avaliação de vias aéreas (A). Esse processo denominado avaliação primária ou “ABCD”
prioriza a abordagem das vias aéreas que, se estiverem comprometidas, de imediato afe-
tam as funções vitais – respiração (B) e circulação (C).
Um processo de pensamento organizado e condicionado referente aos passos da
avaliação primária, impedirá o socorrista de ter sua atenção voltada para alterações mais
evidentes e menos urgentes, como ferimentos e fraturas, despercebendo-se de alterações
nas vias aéreas, principalmente em se tratando de vítima inconsciente.
A avaliação e o controle das vias aéreas se fazem mediante condutas rápidas e
simples, não exigindo inicialmente qualquer equipamento, bastando a aplicação de técni-
cas manuais de controle e desobstrução, sem a necessidade de aguardar equipamentos
ou pessoal.
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcial-
mente o trânsito do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção
da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser fei-
tas de maneira rápida e prioritária.
A vítima de trauma pode ter as vias aéreas comprometidas direta ou indiretamente
por mecanismos distintos, sendo os principais os enumerados a seguir:
2.1. Inconsciência
A causa mais freqüente de obstrução de vias aéreas em vítimas de trauma é a in-
consciência, provocando o relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe (fun-
do da garganta) da vítima em decúbito dorsal, impedindo a passagem de ar das vias aére-
as superiores para as inferiores. Geralmente é causada por trauma cranioencefálico, cho-
que ou situações clínicas. A inconsciência também favorece o refluxo do conteúdo gástri-
co seguido de broncoaspiração.
- 106 -
Fig. 8.3 - Vias aéreas inferiores.
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
2.2. Trauma Direto Sobre Vias Aéreas
Trauma direto sobre as vias aéreas, causando sangramento em seu interior, com-
pressão externa por edema e/ou hematomas e fraturas da árvore laringotraqueobrônqui-
ca, e/ou broncoaspiração de dentes fraturados.
2.3. Queimaduras em Vias Aéreas
Queimaduras em vias aéreas podem produzir inflamação e edema de glote e de
vias aéreas inferiores.
2.4. Corpo Estranho em Vias Aéreas
Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas, chicletes e pequenos objetos
podem causar obstrução de vias aéreas em diferentes níveis.
3. Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE)
3.1. Causas
3.1.1. Causas de OVACE em Adultos
Embora a perda de consciência seja a causa mais freqüente de obstrução de vias
aéreas, a obstrução por corpos estranhos pode ser causa de perda de consciência e pa-
rada cardiopulmonar. A eventualidade de corpos estranhos obstruírem vias aéreas em
pessoas conscientes ocorre mais freqüentemente durante as refeições, sendo a carne a
causa mais comum. Outras causas de obstrução: próteses dentárias deslocadas, frag-
mentos dentários, chicletes e balas.
A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago pode ocorrer
durante a parada cardiopulmonar ou nas manobras de reanimação cardiopulmonar. Pes-
soas com nível de consciência alterado também correm risco de obstrução de vias aéreas
pela aspiração de material vomitado.
3.1.2. Causas de OVACE em Crianças
Em crianças a principal causas de obstrução de vias aéreas é a aspiração de leite
regurgitado ou de pequenos objetos. Outras causas freqüentes são alimentos (balas, chi-
cletes, etc.) e causas infecciosas (epiglotite). Neste último caso, a presença do médico ou
o transporte imediato para o hospital se fazem imperiosos.
Os lactentes (até 1 ano de idade) são as principais vítimas de morte por aspiração
de corpo estranho na faixa etária pediátrica.
- 107 -
Vias Aéreas
3.2. Reconhecimento
O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é indispensável para o su-
cesso no atendimento. O socorrista deve estar atento, pois a obstrução de vias aéreas e
conseqüente parada respiratória rapidamente evolui para parada cardiopulmonar.
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total (grave). Na parcial, a
vítima pode ser capaz de manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir fortemen-
te, apesar dos sibilos entre as tossidas. Enquanto permanecer uma troca gasosa satisfa-
tória, encorajar a vítima a persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórios, sem
interferir nas tentativas para expelir o corpo estranho.
A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e fraca, ruídos
respiratórios estridentes ou gementes, dificuldade respiratória acentuada e, possivelmen-
te, cianose. Neste ponto, iniciar o manejo da obstrução parcial como se houvesse obstru-
ção total.
Em adultos, a obstrução por corpo estranho deve ser suspeitada em toda vítima
que subitamente pare de respirar, tornando-se
cianótica e inconsciente, sem razão aparente.
Deve-se tomar cuidado na diferenciação de
OVACE e parada cardiorespiratíria (ver capí-
tulo específico – Ressuscitação Cardiopulmo-
nar).
Em crianças a OVACE deve ser suspei-
tada nos seguintes casos: dificuldade respira-
tória de início súbito acompanhada de tosse,
respiração ruidosa, chiado e náusea. Se essa
obstrução se tornar completa, ocorre agrava-
mento da dificuldade respiratória, cianose e
perda de consciência.
3.2.1. Reconhecimento de OVACE
em Vítima Consciente
A obstrução total das vias aéreas é re-
conhecida quando a vítima está se alimentan-
do ou acabou de comer e, repentinamente,
fica incapaz de falar ou tossir. Pode demons-
trar sinais de asfixia, agarrando o pescoço, apresentando cianose e esforço respiratório
exagerado. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser detectável. A pronta ação é
urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está consciente.
- 108 -
Fig. 8.4 - Vítima agarrando o pescoço. Sinal de
asfixia por obstrução de vias aéreas.
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obs-
trução de vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e, rapi-
damente, a morte.
3.2.2. Reconhecimento de OVACE em Vítima Inconsciente
Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa desconhecida, suspeitar
de parada cardiopulmonar por infarto, acidente vascular ou hipóxia secundária à obstru-
ção de via aérea. Ele será avaliado pensando-se em parada cardiopulmonar, deixando
para fazer o manejo de desobstrução de vias aéreas apenas se o fato se evidenciar. Tra-
tando-se de criança, devemos suspeitar imediatamente de OVACE.
4. Desobstrução de Vias Aéreas
Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se em dois tipos, conforme a
natureza da obstrução: obstrução por líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou obstrução
por sólido (remoção manual e manobras de desobstrução).
4.1. Obstrução por Líquido
4.1.1. Rolamento de 90º
Esta manobra consiste em lateralizar a
vítima em monobloco, trazendo-a do decúbito
dorsal para o lateral, com o intuito de remover
secreções e sangue das vias aéreas superio-
res.
Estando a vítima na cena do acidente,
ainda sem intervenção do socorrista, ou seja,
sem qualquer imobilização (colar cervical e tá-
bua), havendo a necessidade da manobra,
esta deverá ser realizada com controle cervi-
cal manual.
Estando a vítima já imobilizada em tá-
bua, proceder a manobra mediante a lateralização da própria tábua.
4.1.2. Aspiração
A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada ainda na cena do acidente,
mediante uso de aspiradores portáteis, ou no interior da ambulância, pelo uso de aspira-
dores fixos. Os aspiradores devem promover vácuo e fluxo adequado para sucção efetiva
da faringe, através de sondas de aspiração de vários diâmetros.
- 109 -
Fig. 8.5 - Rolamento de 90º com um socorrista.
Manobra de emergência para remoção de líqui-
dos de de vias aéreas.
Vias Aéreas
A unidade de sucção fixa instalada deve ter potência suficiente para um fluxo de 30
litros por minuto na extremidade final do tubo de entrada e um vácuo acima de 300 mm de
mercúrio quando o tubo é fechado. Controlar a pressão de sucção em crianças e vítimas
intubadas. Para a sucção traqueal, utilizar um tubo em "V" ou ''T', com abertura lateral
para controlar a aspiração intermitente.
Quando aspirando a boca ou a faringe, mover o cateter de sucção de tal modo que
atinja todas as áreas acessíveis, evitando que se fixe na mucosa e perca sua eficácia.
A inserção pode ser continuada lentamente, com movimentos rotatórios do cateter,
enquanto houver material a ser aspirado. Cuidado ao utilizar cateteres duros, para evitar
trauma da laringe. Aplicar a sucção por períodos de no máximo 05 segundos de cada vez,
alternando-a com o suporte ventilatório.
4.2. Obstrução por Sólido
4.2.1. Remoção Manual
Durante a avaliação das vias aéreas, o
socorrista pode visualizar corpos estranhos,
passíveis de remoção digital. Somente remo-
ver o material que cause obstrução se for visí-
vel.
É difícil o uso dos dedos para remover
corpos estranhos das vias aéreas. Em muitos
casos é impossível abrir a boca da vítima e in-
serir os dedos para esse propósito, a menos
que a vítima esteja inconsciente. Em alguns
casos, especialmente envolvendo crianças e
lactentes, um dedo adulto pode aprofundar o
corpo estranho, causando a obstrução com-
pleta.
A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima utilizando a mano-
bra de tração da mandíbula ou a de elevação do mento (abordadas à frente) e retirar o
corpo estranho com o indicador “em gancho”, deslocar e retirar o corpo estranho. Estando
o corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar os dedos indicador e
médio “em pinça”. Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo mínimo em virtude das di-
mensões reduzidas das vias aéreas. Somente tentar a remoção se o corpo estranho esti-
ver visível; se não, está contra-indicada a procura do material com os dedos.
4.2.2. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Adultos
São manobras realizadas manualmente para desobstruir vias aéreas de sólidos
que lhe ficarem entalados.
- 110 -
Fig. 8.6 - Avaliação de vias aéreas. Socorrista
verifica se há corpos estranhos na cavidade oral
da vítima.
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Para vítimas inconscientes deve ser aplicada a manobra de ressuscitação cardio-
pulmonar, pois as compressões torácicas forçam a expelição do corpo estranho e mantém
a circulação sangüínea, aproveitando o oxigênio ainda presente no ar dos pulmões.
Para vítimas conscientes usa-se uma das seguintes técnicas:
4.2.2.1. Compressão Abdominal
Também chamada manobra de Heimli-
ch, consiste numa série de quatro compres-
sões sobre a região superior do abdômen, en-
tre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical.
● Vítima em pé ou sentada:
1) Posicionar-se atrás da vítima,
abraçando-a em torno do abdômen;
2) Segurar o punho da sua outra
mão e aplicar compressão contra o
abdômen, entre o apêndice xifóide e a
cicatriz umbilical no sentido superior
(tórax), por quatro vezes;
3) Estando a vítima em pé, ampliar
sua base de sustentação, afastando as
pernas, e posicionar uma entre as per-
nas da vítima, para evitar-lhe a queda
caso fique inconsciente.
● Vítima deitada:
1) Posicionar a vítima em decúbito
dorsal;
2) Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou
a cavaleiro sobre ela no nível de suas
coxas, com seus joelhos tocando-lhe
lateralmente o corpo;
3) Posicionar a palma da mão (re-
gião tenar) sobre o abdômen da vítima,
entre o apêndice xifóide e a cicatriz
umbilical, mantendo as mãos sobre-
postas;
4) Aplicar quatro compressões abdominais no sentido do tórax.
- 111 -
Fig. 8.7 - Manobra de Heimlich para desobstru-
ção de vias aéreas (obstrução por corpo sólido).
Vítima consciente e em pé.
Fig. 8.8 - Vítima torna-se inconsciente durante a
manobra. Socorrista evita-lhe a queda.
Vias Aéreas
4.2.2.2. Compressão Torácica
A compressão torácica é utilizada
quando a compressão abdominal é inviável
ou contra-indicada, como nos casos de obesi-
dade com circunferência abdominal muito lar-
ga e gestação próxima do termo. Consciente
em uma série de quatro compressões toráci-
cas sobre o terço inferior do esterno, logo aci-
ma do apêndice xifóide.
● Vítima em pé ou sentada:
1) Posicionar-se atrás da vítima,
abraçando-a em torno do tórax;
2) Segurar o punho da sua outra
mão e aplicar compressão contra o es-
terno, acima do apêndice xifóide, por
quatro vezes;
3) Estando a vítima em pé, ampliar
sua base de sustentação, afastando as
pernas, e posicionar uma entre as per-
nas da vítima, para evitar-lhe a queda
caso fique inconsciente.
● Vítima deitada:
1) Posicionar a vítima em decúbito
dorsal;
2) Ajoelhar-se ao lado da vítima;
3) Aplicar quatro compressões to-
rácicas como na manobra de ressusci-
tação cardiopulmonar - RCP;
4.2.3. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Crianças
A remoção manual de material que provoque obstrução sem ser visualizado não é
recomendada.
Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma seme-
lhante à do adulto; nos lactentes, uma combinação de palmada nas costas (face da crian-
ça voltada para baixo) e compressões torácicas (face voltada para cima), sempre apoian-
do a vítima no seu antebraço; mantenha-o com a cabeça mais baixa que o tronco, próxi-
mo a seu corpo.
- 112 -
Fig. 8.9 - Após a vítima ter ficado inconsciente
durante a manobra de Heimlich, rapidamente o
socorrista a deposita sobre o solo para, caso não
tenha ocorrido a desobstrução das vias aéreas,
dar início ás compressões torácicas.
Fig. 8.10 - O socorrista, após constatar que as
vias aéreas continuam obstruídas, dá início às
compressões torácicas.
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● Técnica:
1) Utilizar a região hipotenar das
mãos para aplicar até 05 palmadas no
dorso do lactente (entre as escápulas);
2) Virar o lactente segurando fir-
memente entre suas mãos e braços
(em bloco);
3) Aplicar 05 compressões toráci-
cas, como na técnica de reanimação
cardiopulmonar (comprima o tórax com
02 dedos sobre o esterno, logo abaixo
da linha mamilar).
Os passos da manobra de Heimlich
para crianças maiores e os da combinação de
palmada nas costas com compressões toráci-
cas para lactentes devem ser repetidos até
que o corpo estranho seja expelido ou a víti-
ma fique inconsciente. Neste caso, proceder
as manobras de abertura de vias aéreas, re-
petir os passos de desobstrução iniciar mano-
bras de RCP.
5. Métodos de Controle de Vias Aéreas
Os métodos de controle de vias aéreas
são de três tipos: manual , mecânico e cirúrgi-
co, sendo que o método mecânico se subdivi-
de em básicos, avançados e alternativos.
A causa mais comum de obstrução de
vias aéreas é a inconsciência de qualquer na-
tureza e, na grande maioria dos casos, os
métodos manuais conseguem promover e
manter a permeabilidade das vias aéreas.
5.1. Métodos Manuais
5.1.1. Manobra de Tração de Mandíbula (Jaw-Thrust)
Essa técnica tem como vantagem o fato de não mobilizar a coluna cervical, visto
que promove a desobstrução das vias aéreas por projetar a mandíbula anteriormente,
deslocando também a língua.
- 113 -
Fig. 8.11 - Inspeção visual das vias aéreas (VA)
de lactente, a procura de corpos estranhos.
Fig. 8.12 - Desobstrução de VA de lactente – 05
palmadas no dorso, entre as escápulas.
Fig. 8.13 - Desobstrução de VA de lactente – 05
compressões torácicas.
Vias Aéreas
Como desvantagem, é tecnicamente
mais difícil de executar, se comparada à ma-
nobra de inclinação da cabeça e elevação do
mento, além de não permitir que o socorrista
(estando sozinho) continue a avaliação da ví-
tima, visto que estará com as duas mãos en-
volvidas na manutenção da manobra.
Executar da seguinte forma:
1) Apoiar a região tenar da mão
sobre a região zigomática da vítima,
bilateralmente, estando posicionado na
sua "cabeceira";
2) Colocar a ponta dos dedos indicador e médio atrás do ângulo da mandíbula,
bilateralmente, exercendo força suficiente para deslocá-Ia anteriormente;
3) Apoiar os polegares na região
mentoniana, imediatamente abaixo do
lábio inferior, e promover a abertura da
boca.
5.1.2. Manobra de Inclinação da Ca-
beça e Elevação do Mento (Chin Lift)
Essa técnica tem como vantagens ser
tecnicamente mais fácil de executar se com-
parada à manobra de tração de mandíbula e o
socorrista, mesmo sozinho, consegue manter
a manobra sem perder o controle cervical.
Executar da seguinte forma:
1) Manter o controle cervical com
uma das mãos posicionada sobre a re-
gião frontal da vítima;
2) Posicionar o polegar da outra
mão no queixo e o indicador na face in-
ferior do corpo da mandíbula;
3) Pinçar e tracionar anteriormente
a mandíbula, promovendo movimento
discreto de extensão da cabeça, o sufi-
ciente para liberar as vias aéreas.
- 114 -
Fig. 8.14 - Manobra de tração de mandíbula.
Fig. 8.15 - Obstrução de vias aéreas por relaxa-
mento da língua que se projeta contra a orofarin-
ge (fundo da garganta).
Fig. 8.16 - Desobstrução de vias aéreas utilizan-
do a manobra de inclinação da cabeça e eleva-
ção do mento.
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Após a realização de qualquer das manobras manuais, o socorrista deve observar
a cavidade oral e, somente caso visualize qualquer corpo estranho este deve ser removi-
do. Em caso de corpos líquidos deve ser executado o rolamento de 90º ou a aspiração.
5.2. Métodos Mecânicos
5.2.1. Básicos
5.2.1.1. Cânula Orofaríngea
Também conhecida como cânula de
Guedel, é um dispositivo destinado a manter
pérvia a via aérea superior em vítimas incons-
cientes. Introduzida em vítima consciente ou
em estupor, pode produzir vômito ou laringo-
espasmo. É necessário cuidado na colocação
da cânula, porque a inserção incorreta pode
empurrar a língua para trás, na faringe, e pro-
duzir obstrução de via aérea, manifestada por
troca insuficiente de ar, indicada por tosse ine-
ficaz e fraca, ruídos respiratórios estridentes,
dificuldade respiratória acentuada e até mes-
mo cianose (cor azulada de pele, unhas e lábi-
os).
A cânula orofaríngea está disponível
em medidas para recém-natos, crianças e
adultos. O melhor modo de identificar o tama-
nho adequado da cânula é segurá-Ia ao lado
da face da vítima, com a extremidade inferior
tocando o ângulo da mandíbula, logo abaixo
do lóbulo da orelha e estender a outra extre-
midade até a comissura labial.
Inserir a cânula com a concavidade
para cima, dirigindo sua extremidade para o
palato duro ("céu da boca"), logo atrás dos
dentes incisivos superiores. Não permitir que
a cânula toque o palato, aplicando um movi-
mento de rotação helicoidal de 180º (em pa-
rafuso) sobre ela mesma, posicionando-a so-
bre a língua. Um abaixador de língua pode ser útil para impedir que a cânula empurre a
língua para trás durante sua inserção.
- 115 -
Fig 8.17 – Cânulas orofaríngeas, também conhe-
cidas como cânulas de Guedel.
Fig 8.18 – Identificação do tamanho adequado
da cânula orofaríngea.
Fig 8.19 – Manobra de tração de mandíbula.
Vias Aéreas
Em crianças pequenas, a cânula de Guedel é inserida diretamente sobre a língua,
com a concavidade para baixo, sem a rotação de 180º. Dessa forma evitam-se traumati-
zar dentes e palato.
5.2.1.2. Cânula Nasofaríngea
É um dispositivo confeccionado em látex, mais flexível e de menor diâmetro que a
cânula orofaríngea, em virtude de sua inserção através da cavidade nasal. Bem lubrifica-
da, introduzi-Ia numa das narinas (naquela que aparentemente não esteja obstruída) e,
delicadamente, introduzi-la até a orofaringe. A cânula nasofaríngea é preferível à orofarín-
gea na vítima consciente, por ser melhor tolerada e menos propensa a induzir vômitos.
Durante a inserção, encontrando obstáculo na progressão da cânula, interromper imedia-
tamente o procedimento, tentando a seguir introduzi-la através da outra narina.
5.2.2. Avançado
5.2.2.1. Intubação Endotraqueal
Procedimento médico que se define
como via aérea definitiva, através da inserção
de cânula endotraqueal por via oral ou nasal.
É o meio mais efetivo de proteção de vias aé-
reas contra aspiração e permite uma ventila-
ção pulmonar adequada.
Esse procedimento está indicado quan-
do não se consegue manter via aérea per-
meável por outros métodos ou se pretendem
proteger as vias aéreas inferiores contra a as-
piração de sangue ou vômito.
- 116 -
Fig 8.20 – Cânulas nasofaríngeas. Fig 8.21 –Cânula nasofaríngea inserida.
Fig 8.22 –Intubação endotraqueal.
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Dessa forma consegue-se manter uma melhor ventilação da vítima utilizando balão
auto-inflável (ambu) ou respirador para manter ventilação artificial enriquecida com oxigê-
nio.
O socorrista deve conhecer o material necessário para a intubação traqueal, objeti-
vando auxiliar o médico nesse procedimento:
● Cânulas endotraqueais (nos 2,5 a 9,0);
● Laringoscópio (cabo e lâminas de nos 0 a 4)
● Pinças de Magill (adulto e infantil);
● Guia;
● Cadarço (para fixação da cânula);
● Seringa (para insuflar o ".cuff').
5.2.3. Alternativos
5.2.3.1. Obturador Esofágico
É um dispositivo composto de uma máscara facial que cobre boca e nariz, adapta-
da a um tubo com balonete na extremidade oposta. O tubo é passado por via oral e se lo-
calizará no esôfago, o qual será obliterado pela insuflação do balonete. A vitima será ven-
tilada através da máscara que deve estar bem adaptada à sua face.
5.2.3.2. Combitube
O Combitube é um tubo de du-
plo lúmem com 02 balonetes (proximal
orofaríngeo e distal). Um lúmem se
assemelha ao obturador esofágico,
com fundo cego e perfurações laterais
na altura da faringe. O outro lúmem
apresenta a extremidade distal aberta
similar ao um tubo traqueal convencio-
nal. O Combitube é introduzido às ce-
gas e permite adequada ventilação in-
dependentemente de sua posição ser
esofágica ou traqueal.
5.2.3.3. Máscara Laríngea
A Máscara Laríngea é um tubo semicurvo, que se inicia em um conector padrão e
termina em uma pequena máscara com um suporte periférico inflável, que forma uma ve-
- 117 -
Fig 8.23 – Visão lateral do combitube.
Vias Aéreas
dação à volta da entrada da laringe. Sua inserção é muito rápida e dispensa a laringosco-
pia.
5.3. Método Cirúrgico
5.3.1. Cricotireoidostomia
Procedimento médico que se define
como via aérea definitiva cirúrgica, por meio
de inserção de agulha ou cânula traqueal
através da membrana cricotireoidea (primeiro
sulco transversal abaixo do "pomo de Adão",
na face anterior do pescoço).
Esse procedimento está indicado quando não é factível a intubação traqueal, como,
por exemplo, nos casos de edema de glote, fratura de laringe, ferimentos faciais graves
ou grande hemorragia orofaríngea.
5.3.2. Traqueostomia
Procedimento médico através do qual se estabelece um orifício artificial na
traquéia, abaixo da laringe, indicado em emergências.
Trata-se de um procedimento simples. O pescoço do paciente é limpo e coberto e
logo são feitas incisões para expor os anéis cartilaginosos que formam a parede externa
da traquéia. Posteriormente são cortados dois desses anéis, resultando num orifício, atra-
vés do qual é inserida uma cânula.
- 118 -
Fig 8.24 – Máscara laríngea posicionada.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Primeiros Socorros Modulo III
Primeiros Socorros Modulo IIIPrimeiros Socorros Modulo III
Primeiros Socorros Modulo IIIemanueltstegeon
 
Parada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória aclsParada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória aclsdapab
 
Clínica Médica II (parte 1)
Clínica Médica II (parte 1)Clínica Médica II (parte 1)
Clínica Médica II (parte 1)Will Nunes
 
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)Will Nunes
 
Anotações de enfermagem
Anotações de enfermagem   Anotações de enfermagem
Anotações de enfermagem universitária
 
Modelo de evolução técnico de enfermagem
Modelo de evolução técnico de enfermagemModelo de evolução técnico de enfermagem
Modelo de evolução técnico de enfermagemRaíssa Soeiro
 
3ª aula atendimento inicial no trauma
3ª aula   atendimento inicial no trauma3ª aula   atendimento inicial no trauma
3ª aula atendimento inicial no traumaProf Silvio Rosa
 
Administração de medicamentos
Administração de medicamentosAdministração de medicamentos
Administração de medicamentosJanaína Lassala
 
Assisterncia enfermagem traqueostomia ok
Assisterncia  enfermagem traqueostomia  okAssisterncia  enfermagem traqueostomia  ok
Assisterncia enfermagem traqueostomia okQuézia Barcelar
 
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edison
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edisonAula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edison
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edisonEdison Santos
 

Mais procurados (20)

Urgência e emergência
Urgência e emergênciaUrgência e emergência
Urgência e emergência
 
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesm
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesmAtendimento pré hospitalar aula 01 iesm
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesm
 
Primeiros Socorros Modulo III
Primeiros Socorros Modulo IIIPrimeiros Socorros Modulo III
Primeiros Socorros Modulo III
 
Novas diretrizes na pcr
Novas diretrizes na pcrNovas diretrizes na pcr
Novas diretrizes na pcr
 
Urgência e Emergência
Urgência e EmergênciaUrgência e Emergência
Urgência e Emergência
 
Parada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória aclsParada cardiorrespiratória acls
Parada cardiorrespiratória acls
 
Clínica Médica II (parte 1)
Clínica Médica II (parte 1)Clínica Médica II (parte 1)
Clínica Médica II (parte 1)
 
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
 
Anotações de enfermagem
Anotações de enfermagem   Anotações de enfermagem
Anotações de enfermagem
 
Punção venosa.
Punção venosa.Punção venosa.
Punção venosa.
 
Modelo de evolução técnico de enfermagem
Modelo de evolução técnico de enfermagemModelo de evolução técnico de enfermagem
Modelo de evolução técnico de enfermagem
 
Hist rico uti
Hist rico utiHist rico uti
Hist rico uti
 
3ª aula atendimento inicial no trauma
3ª aula   atendimento inicial no trauma3ª aula   atendimento inicial no trauma
3ª aula atendimento inicial no trauma
 
Administração de medicamentos
Administração de medicamentosAdministração de medicamentos
Administração de medicamentos
 
Assisterncia enfermagem traqueostomia ok
Assisterncia  enfermagem traqueostomia  okAssisterncia  enfermagem traqueostomia  ok
Assisterncia enfermagem traqueostomia ok
 
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edison
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edisonAula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edison
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edison
 
Pcr
PcrPcr
Pcr
 
Clínica Médica l
Clínica Médica lClínica Médica l
Clínica Médica l
 
RCP
RCPRCP
RCP
 
Sinais Vitais
Sinais VitaisSinais Vitais
Sinais Vitais
 

Destaque

0507 Obstrução de vias aéreas - Marion
0507 Obstrução de vias aéreas - Marion0507 Obstrução de vias aéreas - Marion
0507 Obstrução de vias aéreas - Marionlaiscarlini
 
Cuidado com as Vias Areas
Cuidado com as Vias AreasCuidado com as Vias Areas
Cuidado com as Vias Areasthaaisvieira
 
Abordagem das vias aéreas[1]
Abordagem das vias aéreas[1]Abordagem das vias aéreas[1]
Abordagem das vias aéreas[1]Joaquim Melo
 
Vias aéreas parte 1 pdf eee
Vias aéreas parte 1 pdf eeeVias aéreas parte 1 pdf eee
Vias aéreas parte 1 pdf eeeupload718
 
Apostila de primeiros socorros
Apostila de primeiros socorrosApostila de primeiros socorros
Apostila de primeiros socorrosCristiane Dias
 
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)Severina Rodrigues da Silva
 
PRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇAS
PRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇASPRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇAS
PRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇASIvanilson Gomes
 
Controle da via aérea e ventilação
Controle da via aérea e ventilaçãoControle da via aérea e ventilação
Controle da via aérea e ventilaçãoArthur Ricachenevsky
 
IVAS diagnóstico e tratamento
IVAS diagnóstico e tratamentoIVAS diagnóstico e tratamento
IVAS diagnóstico e tratamentoLorena de Assis
 
Fisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula Barreto
Fisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula BarretoFisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula Barreto
Fisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula Barretolabap
 
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução IntestinalAspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução IntestinalAmanda Thomé
 

Destaque (20)

0507 Obstrução de vias aéreas - Marion
0507 Obstrução de vias aéreas - Marion0507 Obstrução de vias aéreas - Marion
0507 Obstrução de vias aéreas - Marion
 
Manejo Da Via Aérea
Manejo Da Via AéreaManejo Da Via Aérea
Manejo Da Via Aérea
 
Cuidado com as Vias Areas
Cuidado com as Vias AreasCuidado com as Vias Areas
Cuidado com as Vias Areas
 
Abordagem das vias aéreas[1]
Abordagem das vias aéreas[1]Abordagem das vias aéreas[1]
Abordagem das vias aéreas[1]
 
Ovace
OvaceOvace
Ovace
 
Vias aéreas parte 1 pdf eee
Vias aéreas parte 1 pdf eeeVias aéreas parte 1 pdf eee
Vias aéreas parte 1 pdf eee
 
O V A C E
O V A C EO V A C E
O V A C E
 
Ovace
OvaceOvace
Ovace
 
Apostila de primeiros socorros
Apostila de primeiros socorrosApostila de primeiros socorros
Apostila de primeiros socorros
 
Manobra que salva vidas
Manobra que salva vidasManobra que salva vidas
Manobra que salva vidas
 
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
 
PRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇAS
PRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇASPRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇAS
PRIMEIROS SOCORROS EM CRIANÇAS
 
Controle da via aérea e ventilação
Controle da via aérea e ventilaçãoControle da via aérea e ventilação
Controle da via aérea e ventilação
 
IVAS diagnóstico e tratamento
IVAS diagnóstico e tratamentoIVAS diagnóstico e tratamento
IVAS diagnóstico e tratamento
 
Ps 5 db.
Ps 5 db.Ps 5 db.
Ps 5 db.
 
Cricotireoidostomia
CricotireoidostomiaCricotireoidostomia
Cricotireoidostomia
 
Fisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula Barreto
Fisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula BarretoFisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula Barreto
Fisiologia do Sistema Respiratório - Dra. Ana Paula Barreto
 
Engasgamento
EngasgamentoEngasgamento
Engasgamento
 
Pcr Academicos 2009
Pcr Academicos 2009Pcr Academicos 2009
Pcr Academicos 2009
 
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução IntestinalAspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
 

Semelhante a Desobstrução de Vias Aéreas

Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls David Barros
 
PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................
PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................
PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................LUMendes14
 
1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdf
1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdf1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdf
1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdfJotaBSN
 
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)cuidadoaoadulto
 
Manejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - FisioterapeutaManejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - FisioterapeutaJanderson Physios
 
Assistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptx
Assistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptxAssistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptx
Assistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptxFlávia Vaz
 
Disturbios Respirátorio_VI e VNI
 Disturbios Respirátorio_VI e VNI Disturbios Respirátorio_VI e VNI
Disturbios Respirátorio_VI e VNIEduardoMachado777773
 
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10   Primeiros SocorrosMóDulo Ii Nr 10   Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros SocorrosSantos de Castro
 
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10   Primeiros SocorrosMóDulo Ii Nr 10   Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros SocorrosSantos de Castro
 
ventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdf
ventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdfventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdf
ventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdfMaycon Duarte
 
Aula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdf
Aula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdfAula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdf
Aula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdfGiza Carla Nitz
 
24ª aula trauma de tórax Silvio
24ª aula   trauma de tórax Silvio24ª aula   trauma de tórax Silvio
24ª aula trauma de tórax SilvioProf Silvio Rosa
 
Terapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdf
Terapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdfTerapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdf
Terapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdfDaltonMaluf
 
Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios enfe...
Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios   enfe...Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios   enfe...
Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios enfe...Aroldo Gavioli
 
OVACE - obstruçã das vias areas superiores
OVACE - obstruçã das vias areas superioresOVACE - obstruçã das vias areas superiores
OVACE - obstruçã das vias areas superioresjosianeavila3
 

Semelhante a Desobstrução de Vias Aéreas (20)

Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls
 
PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................
PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................
PRIMEIROS SOCORROS (2).ppt....................................
 
1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdf
1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdf1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdf
1. APH MR - VVAA e Av. Primária.pdf
 
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
 
Intubação Traqueal e o Paciente Com o Estômago Cheio
Intubação Traqueal e o Paciente Com o Estômago CheioIntubação Traqueal e o Paciente Com o Estômago Cheio
Intubação Traqueal e o Paciente Com o Estômago Cheio
 
Manejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - FisioterapeutaManejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - Fisioterapeuta
 
Trauma de torax.pdf
Trauma de torax.pdfTrauma de torax.pdf
Trauma de torax.pdf
 
Assistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptx
Assistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptxAssistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptx
Assistencia de enfermagem ao paciente critico respiratório.pptx
 
Disturbios Respirátorio_VI e VNI
 Disturbios Respirátorio_VI e VNI Disturbios Respirátorio_VI e VNI
Disturbios Respirátorio_VI e VNI
 
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10   Primeiros SocorrosMóDulo Ii Nr 10   Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros Socorros
 
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10   Primeiros SocorrosMóDulo Ii Nr 10   Primeiros Socorros
MóDulo Ii Nr 10 Primeiros Socorros
 
ventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdf
ventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdfventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdf
ventilaomecnica-140314115227-phpapp02.pdf
 
Ventilação Mecânica Básica
Ventilação Mecânica Básica Ventilação Mecânica Básica
Ventilação Mecânica Básica
 
OVACE.pptx
OVACE.pptxOVACE.pptx
OVACE.pptx
 
Aula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdf
Aula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdfAula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdf
Aula 15 - Doenças Respiratórias - Pneumonia.pdf
 
24ª aula trauma de tórax Silvio
24ª aula   trauma de tórax Silvio24ª aula   trauma de tórax Silvio
24ª aula trauma de tórax Silvio
 
Terapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdf
Terapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdfTerapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdf
Terapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdf
 
Abscesso pulmonar
Abscesso pulmonarAbscesso pulmonar
Abscesso pulmonar
 
Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios enfe...
Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios   enfe...Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios   enfe...
Abordagem diagnóstica ao paciente crítico com distúrbios respiratórios enfe...
 
OVACE - obstruçã das vias areas superiores
OVACE - obstruçã das vias areas superioresOVACE - obstruçã das vias areas superiores
OVACE - obstruçã das vias areas superiores
 

Mais de Prof Silvio Rosa

15ª aula emergencia psiquiatrica
15ª aula   emergencia psiquiatrica15ª aula   emergencia psiquiatrica
15ª aula emergencia psiquiatricaProf Silvio Rosa
 
Manual de-aph Combate/Siate
Manual de-aph  Combate/SiateManual de-aph  Combate/Siate
Manual de-aph Combate/SiateProf Silvio Rosa
 
Cap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicialCap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicialProf Silvio Rosa
 
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02Prof Silvio Rosa
 
Gestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph SilvioGestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph SilvioProf Silvio Rosa
 
25ª aula trauma abdominal Silvio
25ª aula   trauma abdominal Silvio25ª aula   trauma abdominal Silvio
25ª aula trauma abdominal SilvioProf Silvio Rosa
 
23ª aula trauma raquimedular Silvio
23ª aula   trauma raquimedular Silvio23ª aula   trauma raquimedular Silvio
23ª aula trauma raquimedular SilvioProf Silvio Rosa
 
22ª aula trauma de crânio Silvio
22ª aula   trauma de crânio Silvio22ª aula   trauma de crânio Silvio
22ª aula trauma de crânio SilvioProf Silvio Rosa
 
21ª aula trauma na gestante Silvio
21ª aula   trauma na gestante Silvio21ª aula   trauma na gestante Silvio
21ª aula trauma na gestante SilvioProf Silvio Rosa
 
19ª aula trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula trauma na criança e idoso SilvioProf Silvio Rosa
 
17ª aula doenças circulatórias Silvio
17ª aula   doenças circulatórias Silvio17ª aula   doenças circulatórias Silvio
17ª aula doenças circulatórias SilvioProf Silvio Rosa
 
16ª aula choque e hemorragias Silvio
16ª aula   choque e hemorragias Silvio16ª aula   choque e hemorragias Silvio
16ª aula choque e hemorragias SilvioProf Silvio Rosa
 
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula emergencia psiquiatrica SilvioProf Silvio Rosa
 

Mais de Prof Silvio Rosa (20)

15ª aula emergencia psiquiatrica
15ª aula   emergencia psiquiatrica15ª aula   emergencia psiquiatrica
15ª aula emergencia psiquiatrica
 
Manual de-aph Combate/Siate
Manual de-aph  Combate/SiateManual de-aph  Combate/Siate
Manual de-aph Combate/Siate
 
Cap 10 hemorragia-choque
Cap 10 hemorragia-choqueCap 10 hemorragia-choque
Cap 10 hemorragia-choque
 
Cap 09-rcp
Cap 09-rcpCap 09-rcp
Cap 09-rcp
 
Cap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicialCap 07 atendimento-inicial
Cap 07 atendimento-inicial
 
Cap 06 sinais-vitais
Cap 06 sinais-vitaisCap 06 sinais-vitais
Cap 06 sinais-vitais
 
Cap 03 direcao-defensiva
Cap 03 direcao-defensivaCap 03 direcao-defensiva
Cap 03 direcao-defensiva
 
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
Atendimentoemprimeirossocorrosbasicos 111007114243-phpapp02
 
Protocolo sav novo
Protocolo sav novoProtocolo sav novo
Protocolo sav novo
 
Protocolo básico novo
Protocolo básico novoProtocolo básico novo
Protocolo básico novo
 
Gestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph SilvioGestão de recursos materiais no aph Silvio
Gestão de recursos materiais no aph Silvio
 
Aula do DEA Silvio
Aula do DEA SilvioAula do DEA Silvio
Aula do DEA Silvio
 
25ª aula trauma abdominal Silvio
25ª aula   trauma abdominal Silvio25ª aula   trauma abdominal Silvio
25ª aula trauma abdominal Silvio
 
23ª aula trauma raquimedular Silvio
23ª aula   trauma raquimedular Silvio23ª aula   trauma raquimedular Silvio
23ª aula trauma raquimedular Silvio
 
22ª aula trauma de crânio Silvio
22ª aula   trauma de crânio Silvio22ª aula   trauma de crânio Silvio
22ª aula trauma de crânio Silvio
 
21ª aula trauma na gestante Silvio
21ª aula   trauma na gestante Silvio21ª aula   trauma na gestante Silvio
21ª aula trauma na gestante Silvio
 
19ª aula trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio19ª aula   trauma na criança e idoso Silvio
19ª aula trauma na criança e idoso Silvio
 
17ª aula doenças circulatórias Silvio
17ª aula   doenças circulatórias Silvio17ª aula   doenças circulatórias Silvio
17ª aula doenças circulatórias Silvio
 
16ª aula choque e hemorragias Silvio
16ª aula   choque e hemorragias Silvio16ª aula   choque e hemorragias Silvio
16ª aula choque e hemorragias Silvio
 
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio
 

Último

Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 

Último (9)

Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 

Desobstrução de Vias Aéreas

  • 1. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR CAPÍTULO 8 VIAS AÉREAS 1. Aspectos Anatômicos e Funcionais As vias aéreas têm como função principal conduzir o ar entre o meio ambiente e os pulmões (alvéolos pulmonares), proporcionando a entrada de ar filtrado, aquecido e rico em oxigênio, assim como a saída de ar rico em dióxido de carbono do aparelho respirató- rio, participando assim do processo da respi- ração. Dividem-se em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores: 1.1. Vias Aéreas Superiores: ● Cavidade nasal (nariz); ● Cavidade oral (boca); ● Faringe (Nasofaringe, orofaringe e laringofaringe ou hipofaringe. Destas três, a nasofaringe é exclusivamente via aérea, a laringofaringe é exclusiva- mente via digestiva e a orofaringe é um caminho comum ao ar e aos alimen- tos.); 1.2. Vias Aéreas Inferiores: ● Laringe. ● Traquéia; ● Brônquios/bronquíolos; ● Pulmões/alvéolos pulmonares. O acesso às vias aéreas superiores é direto e sua visualização é quase completa, exceto pela nasofaringe (região posterior à ca- vidade nasal e póstero-superior à úvula - "campainha”). - 105 - Fig. 8.1 - Vias aéreas. Fig. 8.2 - Vias aéreas superiores.
  • 2. Vias Aéreas As vias aéreas superiores terminam e as inferiores têm início na laringe, com a epi- glote, estrutura que protege a abertura das vias aéreas inferiores, obstruindo-a durante o reflexo de deglutição e abrindo-a para a pas- sagem do ar. Seu acesso e visualização de- pendem de procedimento médico denominado laringoscopia. 2. Obstrução de Vias Aéreas O atendimento pré-hospitalar da vítima de trauma tem por objetivo, após rápida verifi- cação do mecanismo de trauma e das condi- ções de segurança no local, prestar suporte básico e avançado de vida, iniciando-se com a avaliação de vias aéreas (A). Esse processo denominado avaliação primária ou “ABCD” prioriza a abordagem das vias aéreas que, se estiverem comprometidas, de imediato afe- tam as funções vitais – respiração (B) e circulação (C). Um processo de pensamento organizado e condicionado referente aos passos da avaliação primária, impedirá o socorrista de ter sua atenção voltada para alterações mais evidentes e menos urgentes, como ferimentos e fraturas, despercebendo-se de alterações nas vias aéreas, principalmente em se tratando de vítima inconsciente. A avaliação e o controle das vias aéreas se fazem mediante condutas rápidas e simples, não exigindo inicialmente qualquer equipamento, bastando a aplicação de técni- cas manuais de controle e desobstrução, sem a necessidade de aguardar equipamentos ou pessoal. Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcial- mente o trânsito do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser fei- tas de maneira rápida e prioritária. A vítima de trauma pode ter as vias aéreas comprometidas direta ou indiretamente por mecanismos distintos, sendo os principais os enumerados a seguir: 2.1. Inconsciência A causa mais freqüente de obstrução de vias aéreas em vítimas de trauma é a in- consciência, provocando o relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe (fun- do da garganta) da vítima em decúbito dorsal, impedindo a passagem de ar das vias aére- as superiores para as inferiores. Geralmente é causada por trauma cranioencefálico, cho- que ou situações clínicas. A inconsciência também favorece o refluxo do conteúdo gástri- co seguido de broncoaspiração. - 106 - Fig. 8.3 - Vias aéreas inferiores.
  • 3. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR 2.2. Trauma Direto Sobre Vias Aéreas Trauma direto sobre as vias aéreas, causando sangramento em seu interior, com- pressão externa por edema e/ou hematomas e fraturas da árvore laringotraqueobrônqui- ca, e/ou broncoaspiração de dentes fraturados. 2.3. Queimaduras em Vias Aéreas Queimaduras em vias aéreas podem produzir inflamação e edema de glote e de vias aéreas inferiores. 2.4. Corpo Estranho em Vias Aéreas Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas, chicletes e pequenos objetos podem causar obstrução de vias aéreas em diferentes níveis. 3. Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) 3.1. Causas 3.1.1. Causas de OVACE em Adultos Embora a perda de consciência seja a causa mais freqüente de obstrução de vias aéreas, a obstrução por corpos estranhos pode ser causa de perda de consciência e pa- rada cardiopulmonar. A eventualidade de corpos estranhos obstruírem vias aéreas em pessoas conscientes ocorre mais freqüentemente durante as refeições, sendo a carne a causa mais comum. Outras causas de obstrução: próteses dentárias deslocadas, frag- mentos dentários, chicletes e balas. A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago pode ocorrer durante a parada cardiopulmonar ou nas manobras de reanimação cardiopulmonar. Pes- soas com nível de consciência alterado também correm risco de obstrução de vias aéreas pela aspiração de material vomitado. 3.1.2. Causas de OVACE em Crianças Em crianças a principal causas de obstrução de vias aéreas é a aspiração de leite regurgitado ou de pequenos objetos. Outras causas freqüentes são alimentos (balas, chi- cletes, etc.) e causas infecciosas (epiglotite). Neste último caso, a presença do médico ou o transporte imediato para o hospital se fazem imperiosos. Os lactentes (até 1 ano de idade) são as principais vítimas de morte por aspiração de corpo estranho na faixa etária pediátrica. - 107 -
  • 4. Vias Aéreas 3.2. Reconhecimento O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é indispensável para o su- cesso no atendimento. O socorrista deve estar atento, pois a obstrução de vias aéreas e conseqüente parada respiratória rapidamente evolui para parada cardiopulmonar. A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total (grave). Na parcial, a vítima pode ser capaz de manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir fortemen- te, apesar dos sibilos entre as tossidas. Enquanto permanecer uma troca gasosa satisfa- tória, encorajar a vítima a persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórios, sem interferir nas tentativas para expelir o corpo estranho. A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e fraca, ruídos respiratórios estridentes ou gementes, dificuldade respiratória acentuada e, possivelmen- te, cianose. Neste ponto, iniciar o manejo da obstrução parcial como se houvesse obstru- ção total. Em adultos, a obstrução por corpo estranho deve ser suspeitada em toda vítima que subitamente pare de respirar, tornando-se cianótica e inconsciente, sem razão aparente. Deve-se tomar cuidado na diferenciação de OVACE e parada cardiorespiratíria (ver capí- tulo específico – Ressuscitação Cardiopulmo- nar). Em crianças a OVACE deve ser suspei- tada nos seguintes casos: dificuldade respira- tória de início súbito acompanhada de tosse, respiração ruidosa, chiado e náusea. Se essa obstrução se tornar completa, ocorre agrava- mento da dificuldade respiratória, cianose e perda de consciência. 3.2.1. Reconhecimento de OVACE em Vítima Consciente A obstrução total das vias aéreas é re- conhecida quando a vítima está se alimentan- do ou acabou de comer e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode demons- trar sinais de asfixia, agarrando o pescoço, apresentando cianose e esforço respiratório exagerado. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser detectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está consciente. - 108 - Fig. 8.4 - Vítima agarrando o pescoço. Sinal de asfixia por obstrução de vias aéreas.
  • 5. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obs- trução de vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e, rapi- damente, a morte. 3.2.2. Reconhecimento de OVACE em Vítima Inconsciente Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa desconhecida, suspeitar de parada cardiopulmonar por infarto, acidente vascular ou hipóxia secundária à obstru- ção de via aérea. Ele será avaliado pensando-se em parada cardiopulmonar, deixando para fazer o manejo de desobstrução de vias aéreas apenas se o fato se evidenciar. Tra- tando-se de criança, devemos suspeitar imediatamente de OVACE. 4. Desobstrução de Vias Aéreas Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se em dois tipos, conforme a natureza da obstrução: obstrução por líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou obstrução por sólido (remoção manual e manobras de desobstrução). 4.1. Obstrução por Líquido 4.1.1. Rolamento de 90º Esta manobra consiste em lateralizar a vítima em monobloco, trazendo-a do decúbito dorsal para o lateral, com o intuito de remover secreções e sangue das vias aéreas superio- res. Estando a vítima na cena do acidente, ainda sem intervenção do socorrista, ou seja, sem qualquer imobilização (colar cervical e tá- bua), havendo a necessidade da manobra, esta deverá ser realizada com controle cervi- cal manual. Estando a vítima já imobilizada em tá- bua, proceder a manobra mediante a lateralização da própria tábua. 4.1.2. Aspiração A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada ainda na cena do acidente, mediante uso de aspiradores portáteis, ou no interior da ambulância, pelo uso de aspira- dores fixos. Os aspiradores devem promover vácuo e fluxo adequado para sucção efetiva da faringe, através de sondas de aspiração de vários diâmetros. - 109 - Fig. 8.5 - Rolamento de 90º com um socorrista. Manobra de emergência para remoção de líqui- dos de de vias aéreas.
  • 6. Vias Aéreas A unidade de sucção fixa instalada deve ter potência suficiente para um fluxo de 30 litros por minuto na extremidade final do tubo de entrada e um vácuo acima de 300 mm de mercúrio quando o tubo é fechado. Controlar a pressão de sucção em crianças e vítimas intubadas. Para a sucção traqueal, utilizar um tubo em "V" ou ''T', com abertura lateral para controlar a aspiração intermitente. Quando aspirando a boca ou a faringe, mover o cateter de sucção de tal modo que atinja todas as áreas acessíveis, evitando que se fixe na mucosa e perca sua eficácia. A inserção pode ser continuada lentamente, com movimentos rotatórios do cateter, enquanto houver material a ser aspirado. Cuidado ao utilizar cateteres duros, para evitar trauma da laringe. Aplicar a sucção por períodos de no máximo 05 segundos de cada vez, alternando-a com o suporte ventilatório. 4.2. Obstrução por Sólido 4.2.1. Remoção Manual Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode visualizar corpos estranhos, passíveis de remoção digital. Somente remo- ver o material que cause obstrução se for visí- vel. É difícil o uso dos dedos para remover corpos estranhos das vias aéreas. Em muitos casos é impossível abrir a boca da vítima e in- serir os dedos para esse propósito, a menos que a vítima esteja inconsciente. Em alguns casos, especialmente envolvendo crianças e lactentes, um dedo adulto pode aprofundar o corpo estranho, causando a obstrução com- pleta. A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima utilizando a mano- bra de tração da mandíbula ou a de elevação do mento (abordadas à frente) e retirar o corpo estranho com o indicador “em gancho”, deslocar e retirar o corpo estranho. Estando o corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar os dedos indicador e médio “em pinça”. Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo mínimo em virtude das di- mensões reduzidas das vias aéreas. Somente tentar a remoção se o corpo estranho esti- ver visível; se não, está contra-indicada a procura do material com os dedos. 4.2.2. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Adultos São manobras realizadas manualmente para desobstruir vias aéreas de sólidos que lhe ficarem entalados. - 110 - Fig. 8.6 - Avaliação de vias aéreas. Socorrista verifica se há corpos estranhos na cavidade oral da vítima.
  • 7. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR Para vítimas inconscientes deve ser aplicada a manobra de ressuscitação cardio- pulmonar, pois as compressões torácicas forçam a expelição do corpo estranho e mantém a circulação sangüínea, aproveitando o oxigênio ainda presente no ar dos pulmões. Para vítimas conscientes usa-se uma das seguintes técnicas: 4.2.2.1. Compressão Abdominal Também chamada manobra de Heimli- ch, consiste numa série de quatro compres- sões sobre a região superior do abdômen, en- tre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical. ● Vítima em pé ou sentada: 1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdômen; 2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão contra o abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical no sentido superior (tórax), por quatro vezes; 3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma entre as per- nas da vítima, para evitar-lhe a queda caso fique inconsciente. ● Vítima deitada: 1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal; 2) Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou a cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas, com seus joelhos tocando-lhe lateralmente o corpo; 3) Posicionar a palma da mão (re- gião tenar) sobre o abdômen da vítima, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical, mantendo as mãos sobre- postas; 4) Aplicar quatro compressões abdominais no sentido do tórax. - 111 - Fig. 8.7 - Manobra de Heimlich para desobstru- ção de vias aéreas (obstrução por corpo sólido). Vítima consciente e em pé. Fig. 8.8 - Vítima torna-se inconsciente durante a manobra. Socorrista evita-lhe a queda.
  • 8. Vias Aéreas 4.2.2.2. Compressão Torácica A compressão torácica é utilizada quando a compressão abdominal é inviável ou contra-indicada, como nos casos de obesi- dade com circunferência abdominal muito lar- ga e gestação próxima do termo. Consciente em uma série de quatro compressões toráci- cas sobre o terço inferior do esterno, logo aci- ma do apêndice xifóide. ● Vítima em pé ou sentada: 1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do tórax; 2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão contra o es- terno, acima do apêndice xifóide, por quatro vezes; 3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma entre as per- nas da vítima, para evitar-lhe a queda caso fique inconsciente. ● Vítima deitada: 1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal; 2) Ajoelhar-se ao lado da vítima; 3) Aplicar quatro compressões to- rácicas como na manobra de ressusci- tação cardiopulmonar - RCP; 4.2.3. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Crianças A remoção manual de material que provoque obstrução sem ser visualizado não é recomendada. Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma seme- lhante à do adulto; nos lactentes, uma combinação de palmada nas costas (face da crian- ça voltada para baixo) e compressões torácicas (face voltada para cima), sempre apoian- do a vítima no seu antebraço; mantenha-o com a cabeça mais baixa que o tronco, próxi- mo a seu corpo. - 112 - Fig. 8.9 - Após a vítima ter ficado inconsciente durante a manobra de Heimlich, rapidamente o socorrista a deposita sobre o solo para, caso não tenha ocorrido a desobstrução das vias aéreas, dar início ás compressões torácicas. Fig. 8.10 - O socorrista, após constatar que as vias aéreas continuam obstruídas, dá início às compressões torácicas.
  • 9. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR ● Técnica: 1) Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até 05 palmadas no dorso do lactente (entre as escápulas); 2) Virar o lactente segurando fir- memente entre suas mãos e braços (em bloco); 3) Aplicar 05 compressões toráci- cas, como na técnica de reanimação cardiopulmonar (comprima o tórax com 02 dedos sobre o esterno, logo abaixo da linha mamilar). Os passos da manobra de Heimlich para crianças maiores e os da combinação de palmada nas costas com compressões toráci- cas para lactentes devem ser repetidos até que o corpo estranho seja expelido ou a víti- ma fique inconsciente. Neste caso, proceder as manobras de abertura de vias aéreas, re- petir os passos de desobstrução iniciar mano- bras de RCP. 5. Métodos de Controle de Vias Aéreas Os métodos de controle de vias aéreas são de três tipos: manual , mecânico e cirúrgi- co, sendo que o método mecânico se subdivi- de em básicos, avançados e alternativos. A causa mais comum de obstrução de vias aéreas é a inconsciência de qualquer na- tureza e, na grande maioria dos casos, os métodos manuais conseguem promover e manter a permeabilidade das vias aéreas. 5.1. Métodos Manuais 5.1.1. Manobra de Tração de Mandíbula (Jaw-Thrust) Essa técnica tem como vantagem o fato de não mobilizar a coluna cervical, visto que promove a desobstrução das vias aéreas por projetar a mandíbula anteriormente, deslocando também a língua. - 113 - Fig. 8.11 - Inspeção visual das vias aéreas (VA) de lactente, a procura de corpos estranhos. Fig. 8.12 - Desobstrução de VA de lactente – 05 palmadas no dorso, entre as escápulas. Fig. 8.13 - Desobstrução de VA de lactente – 05 compressões torácicas.
  • 10. Vias Aéreas Como desvantagem, é tecnicamente mais difícil de executar, se comparada à ma- nobra de inclinação da cabeça e elevação do mento, além de não permitir que o socorrista (estando sozinho) continue a avaliação da ví- tima, visto que estará com as duas mãos en- volvidas na manutenção da manobra. Executar da seguinte forma: 1) Apoiar a região tenar da mão sobre a região zigomática da vítima, bilateralmente, estando posicionado na sua "cabeceira"; 2) Colocar a ponta dos dedos indicador e médio atrás do ângulo da mandíbula, bilateralmente, exercendo força suficiente para deslocá-Ia anteriormente; 3) Apoiar os polegares na região mentoniana, imediatamente abaixo do lábio inferior, e promover a abertura da boca. 5.1.2. Manobra de Inclinação da Ca- beça e Elevação do Mento (Chin Lift) Essa técnica tem como vantagens ser tecnicamente mais fácil de executar se com- parada à manobra de tração de mandíbula e o socorrista, mesmo sozinho, consegue manter a manobra sem perder o controle cervical. Executar da seguinte forma: 1) Manter o controle cervical com uma das mãos posicionada sobre a re- gião frontal da vítima; 2) Posicionar o polegar da outra mão no queixo e o indicador na face in- ferior do corpo da mandíbula; 3) Pinçar e tracionar anteriormente a mandíbula, promovendo movimento discreto de extensão da cabeça, o sufi- ciente para liberar as vias aéreas. - 114 - Fig. 8.14 - Manobra de tração de mandíbula. Fig. 8.15 - Obstrução de vias aéreas por relaxa- mento da língua que se projeta contra a orofarin- ge (fundo da garganta). Fig. 8.16 - Desobstrução de vias aéreas utilizan- do a manobra de inclinação da cabeça e eleva- ção do mento.
  • 11. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR Após a realização de qualquer das manobras manuais, o socorrista deve observar a cavidade oral e, somente caso visualize qualquer corpo estranho este deve ser removi- do. Em caso de corpos líquidos deve ser executado o rolamento de 90º ou a aspiração. 5.2. Métodos Mecânicos 5.2.1. Básicos 5.2.1.1. Cânula Orofaríngea Também conhecida como cânula de Guedel, é um dispositivo destinado a manter pérvia a via aérea superior em vítimas incons- cientes. Introduzida em vítima consciente ou em estupor, pode produzir vômito ou laringo- espasmo. É necessário cuidado na colocação da cânula, porque a inserção incorreta pode empurrar a língua para trás, na faringe, e pro- duzir obstrução de via aérea, manifestada por troca insuficiente de ar, indicada por tosse ine- ficaz e fraca, ruídos respiratórios estridentes, dificuldade respiratória acentuada e até mes- mo cianose (cor azulada de pele, unhas e lábi- os). A cânula orofaríngea está disponível em medidas para recém-natos, crianças e adultos. O melhor modo de identificar o tama- nho adequado da cânula é segurá-Ia ao lado da face da vítima, com a extremidade inferior tocando o ângulo da mandíbula, logo abaixo do lóbulo da orelha e estender a outra extre- midade até a comissura labial. Inserir a cânula com a concavidade para cima, dirigindo sua extremidade para o palato duro ("céu da boca"), logo atrás dos dentes incisivos superiores. Não permitir que a cânula toque o palato, aplicando um movi- mento de rotação helicoidal de 180º (em pa- rafuso) sobre ela mesma, posicionando-a so- bre a língua. Um abaixador de língua pode ser útil para impedir que a cânula empurre a língua para trás durante sua inserção. - 115 - Fig 8.17 – Cânulas orofaríngeas, também conhe- cidas como cânulas de Guedel. Fig 8.18 – Identificação do tamanho adequado da cânula orofaríngea. Fig 8.19 – Manobra de tração de mandíbula.
  • 12. Vias Aéreas Em crianças pequenas, a cânula de Guedel é inserida diretamente sobre a língua, com a concavidade para baixo, sem a rotação de 180º. Dessa forma evitam-se traumati- zar dentes e palato. 5.2.1.2. Cânula Nasofaríngea É um dispositivo confeccionado em látex, mais flexível e de menor diâmetro que a cânula orofaríngea, em virtude de sua inserção através da cavidade nasal. Bem lubrifica- da, introduzi-Ia numa das narinas (naquela que aparentemente não esteja obstruída) e, delicadamente, introduzi-la até a orofaringe. A cânula nasofaríngea é preferível à orofarín- gea na vítima consciente, por ser melhor tolerada e menos propensa a induzir vômitos. Durante a inserção, encontrando obstáculo na progressão da cânula, interromper imedia- tamente o procedimento, tentando a seguir introduzi-la através da outra narina. 5.2.2. Avançado 5.2.2.1. Intubação Endotraqueal Procedimento médico que se define como via aérea definitiva, através da inserção de cânula endotraqueal por via oral ou nasal. É o meio mais efetivo de proteção de vias aé- reas contra aspiração e permite uma ventila- ção pulmonar adequada. Esse procedimento está indicado quan- do não se consegue manter via aérea per- meável por outros métodos ou se pretendem proteger as vias aéreas inferiores contra a as- piração de sangue ou vômito. - 116 - Fig 8.20 – Cânulas nasofaríngeas. Fig 8.21 –Cânula nasofaríngea inserida. Fig 8.22 –Intubação endotraqueal.
  • 13. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR Dessa forma consegue-se manter uma melhor ventilação da vítima utilizando balão auto-inflável (ambu) ou respirador para manter ventilação artificial enriquecida com oxigê- nio. O socorrista deve conhecer o material necessário para a intubação traqueal, objeti- vando auxiliar o médico nesse procedimento: ● Cânulas endotraqueais (nos 2,5 a 9,0); ● Laringoscópio (cabo e lâminas de nos 0 a 4) ● Pinças de Magill (adulto e infantil); ● Guia; ● Cadarço (para fixação da cânula); ● Seringa (para insuflar o ".cuff'). 5.2.3. Alternativos 5.2.3.1. Obturador Esofágico É um dispositivo composto de uma máscara facial que cobre boca e nariz, adapta- da a um tubo com balonete na extremidade oposta. O tubo é passado por via oral e se lo- calizará no esôfago, o qual será obliterado pela insuflação do balonete. A vitima será ven- tilada através da máscara que deve estar bem adaptada à sua face. 5.2.3.2. Combitube O Combitube é um tubo de du- plo lúmem com 02 balonetes (proximal orofaríngeo e distal). Um lúmem se assemelha ao obturador esofágico, com fundo cego e perfurações laterais na altura da faringe. O outro lúmem apresenta a extremidade distal aberta similar ao um tubo traqueal convencio- nal. O Combitube é introduzido às ce- gas e permite adequada ventilação in- dependentemente de sua posição ser esofágica ou traqueal. 5.2.3.3. Máscara Laríngea A Máscara Laríngea é um tubo semicurvo, que se inicia em um conector padrão e termina em uma pequena máscara com um suporte periférico inflável, que forma uma ve- - 117 - Fig 8.23 – Visão lateral do combitube.
  • 14. Vias Aéreas dação à volta da entrada da laringe. Sua inserção é muito rápida e dispensa a laringosco- pia. 5.3. Método Cirúrgico 5.3.1. Cricotireoidostomia Procedimento médico que se define como via aérea definitiva cirúrgica, por meio de inserção de agulha ou cânula traqueal através da membrana cricotireoidea (primeiro sulco transversal abaixo do "pomo de Adão", na face anterior do pescoço). Esse procedimento está indicado quando não é factível a intubação traqueal, como, por exemplo, nos casos de edema de glote, fratura de laringe, ferimentos faciais graves ou grande hemorragia orofaríngea. 5.3.2. Traqueostomia Procedimento médico através do qual se estabelece um orifício artificial na traquéia, abaixo da laringe, indicado em emergências. Trata-se de um procedimento simples. O pescoço do paciente é limpo e coberto e logo são feitas incisões para expor os anéis cartilaginosos que formam a parede externa da traquéia. Posteriormente são cortados dois desses anéis, resultando num orifício, atra- vés do qual é inserida uma cânula. - 118 - Fig 8.24 – Máscara laríngea posicionada.