O documento discute o traumatismo cranioencefálico (TCE), definindo-o como qualquer lesão decorrente de trauma externo ao crânio ou cérebro. Descreve as estruturas anatômicas envolvidas como o cérebro, cerebelo e meninges, e explica a classificação, causas, sinais e sintomas, complicações e objetivos do tratamento do TCE.
2. DEFINIÇÃO
O TCE é qualquer lesão decorrente de um trauma externo, que tenha como
consequência alterações anatômicas do crânio, como fratura ou laceração do
couro cabeludo, bem como o comprometimento funcional das meninges,
encéfalo ou seus vasos, resultando em alterações cerebrais, momentâneas ou
permanentes, de natureza cognitiva ou funcional.
6. CEREBELO
• Responsável pela coordenação
do movimento, está localizado
na fossa posterior do crânio,
atrás do tronco cerebral e abaixo
do cérebro.
• Contém a medula, área que
controla algumas funções
vitais do organismo, como a
respiração e a frequência
cardíaca.
7. MENINGES
• As meninges são membranas que recobrem o cérebro, são proteção de toda estrutura cerebral,
composta por 3 meninges:
8. • Para proteger essas estruturas, temos o liquido cefalorraquidiano (LCR),
substância transparente rica em nutrientes, que circunda o cérebro e a
medula espinhal, funcionando como um amortecedor de impactos
localizado no espaço subaracnóideo.
• A pressão encontrada dentro do crânio é chamada de pressão
intracraniana (PIC), e reflete a relação entre as estruturas como cérebro,
sangue, LCR e o volume do crânio.
9. EPIDEMIOLOGIA
• O trauma é a principal causa de morte em
pessoas entre 5 e 44 anos;
• O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é o
principal determinante de morbidade,
incapacidade e mortalidade dentro deste
grupo;
• O TCE grave está associado a uma taxa
de mortalidade de 30% a 70%, e a
recuperação dos sobreviventes é marcada
por sequelas neurológicas graves e por
uma qualidade de vida muito prejudicada.
10. ETIOLOGIA
As causas de TCE estão relacionadas dentro do grupo de
patologias ocorridas por causas externas, sendo as principais:
50%: acidentes automobilísticos. Neste grupo, a principal
faixa etária é de adolescentes e adultos jovens. Dos 15 aos
24 anos, os acidentes de trânsito são responsáveis por mais
mortes que todas as outras causas juntas.
30%: quedas. Neste grupo há um grande número de idosos.
Entretanto, no Brasil são muito frequentes as quedas de lajes.
20%: causas “violentas”: ferimentos por projétil de arma de
fogo e armas brancas.
11. FISIOPATOLOGIA
Múltiplos são os fatores que determinam as lesões causadas pelo TCE. Há mecanismos que
começam a agir tão cedo, bem como outros que vão se estender por dias, semanas ou meses
após o evento. Há ainda fatores sistêmicos que podem agravar o quadro neurológico, levando a
um pior prognóstico.
Lesões Primárias
Lesão do couro
cabeludo
Fraturas
Contusões
Lesões Meníngeas
Lesão Axional
Difusa
Lesão de Pares
Cranianos
13. CLASSIFICAÇÃO DO TCE
• Para a classificação de gravidade do TCE utiliza-se a Escala de Coma de Glasgow – ECG. Esta
é uma escala mundialmente aceita, já que constitui um método fácil para avaliar não só a
gravidade do TCE, mas também da deterioração do quadro neurológico à medida que se deve
repetir a aplicação da escala ao longo do atendimento clínico.
• TCE Leve: 13 a 15 pontos;
• TCE Moderado: 9 a 12 pontos;
• TCE Grave: 3 a 8 pontos.
OBS: Assim, sabe-se, por exemplo, que todo o
paciente com ECG < 8 deve ser intubado para
proteção de vias aéreas e manutenção da
ventilação.
14. TIPOS DE TCE
• TRAUMATISMOS CRANIANOS FECHADOS:
Não há ferimentos no crânio ou existe somente
uma fratura linear;
• FRATURAS CRANIANAS COM AFUNDAMENTO:
Há fragmento do osso afundado comprimindo ou
lesionando o cérebro;
• FRATURAS CRANIANAS EXPOSTAS:
Existe comunicação direta entre o couro
cabeludo lesionado e o parênquima cerebral.
15. Avaliação Inicial
História clínica,
exame físico geral,
avaliação neurológica (Glasgow),
tipo e gravidade do acidente,
nível de consciência,
sinais e sintomas neurológicos,
presença de fratura no RX de
crânio.
16. Avaliação Inicial
muitos fatores influenciam na avaliação
neurológica inicial; por isso, a avaliação
cardiopulmonar deve acompanhar o exame
neurológico. O controle e a manipulação
das vias aéreas, respiração e circulação
são prioritários.
O uso de álcool ou drogas que
deprimam o sistema nervoso ou ainda
fatores tóxicos podem influenciar na
avaliação inicial do paciente.
18. Quadro Clínico
Alteração do nível de consciência.
Hipertensão intracraniana.
Déficit motor(imediato ou tardio).
Alteração da sensibilidade.
Alteração do tipo frontal.
Alteração de reflexos.
Disfunções autonômicas.
Alteração do ritmo e padrão respiratório.
19. Escala de coma
Glasgow. Analisa os
níveis de gravidade
Avalia o grau de injúria neuronal dos
pacientes sofridos por um trauma
cranioencefálico. Onde são avaliados 3
parâmetros:
20. FRATURAS DA BASE DO CRÂNIO
SINAIS CLÍNICOS
• Equimose Periorbital: olhos
de guaxinin
• Equimose Retroauricular:
sinal de battle
• Disfunção do VII e VIII
pares de nervos
cranianos
21. ASPECTOS CLÍNICOS IMEDIATOS
FUNÇÃO AUTONÔMICA
Frequência Cardíaca;
Frequência Respiratória
Pressão Arterial Sistêmica
Temperatura
Salivação
Sudorese
Secreção Sebosa e Excessiva
25. Complicações do TCE
Os pacientes vítimas do TCE podem apresentar
sequelas físicas, neuropsicomotoras, epilepsias,
hidrocefalia e estética (defeitos cranianos),Em
geral quanto mais grave for o trauma, maior a
chance de sequelas.
26. Sequelas e Complicações do TCE
Divide -se em 3 categorias :
Físico
Cognitivo
comportamental
27. Física:
ocorre alterações musculoesqueléticas,
distúrbios cardiovasculares, disfunções
endócrinas ,alterações no trato intestinal e
urinário , bem como a dinâmica respiratória
e complicações no sistema sensório motor.
Paresias ou plegias
Alterações de tônus e de postura
Contraturas e encurtamentos
Distúrbios sensoriais
Alteração mecânica entre outros
28. Cognitivo:
Envolve aspectos ligados á linguística, de
forma geral como:
Afasia
Disartria
Disfagia
Alterações visuo espacial e perspectivas
Alterações na atenção e perseverança
Amnésia
30. Objetivos específicos:
Protocolo de emergência.
Atender o paciente no tempo preconizado;
Garantir ventilação eficaz;
Restaurar o estado hemodinâmico;
Proceder avaliação neurológica;
Fazer a avaliação secundária;
Avaliar o mecanismo do trauma;
Classificar o trauma segundo região anatômica acometida;
Definir os critérios de internação;
Proceder o tratamento adequado segundo região anatômica
acometida;
Internar em unidade compatível com a demanda do cuidado.
31. REFERÊNCIAS
PEREIRA JUNIOR, G.A.; PONTE FILHO, A.D.; MALZONE, D.A.; PEDERSOLI, C.E. Transporte intra-hospitalar do paciente
crítico. Medicina (Ribeirão Preto), 40 (4): 500-8, out/dez, 2007. 2. SILVA, R.; AMANTE, L.N. Checklist para o transporte
intra-hospitalar de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva. Texto e Contexto – enfermagem, vol.24, n.2,
Florianópolis Apr/June, 2015. 3. ALMEIDA, A.C.G; NEVES, A.L.D; DOUZA, C.L.B; GARCIA, J.H.;LOPES, J.L.; BARROS,
A.L.B. L. Transporte intra-hospitalar de pacientes adultos em estado crítico: complicações relacionadas à equipe,
equipamentos e fatores fisiológicos. Acta paul. Enferm. Vol.25 nº.3 São Paulo, 2012. 4. World Health Organization. Who
Patient Safety Checklists on line 2014. Acesso 10 Março de 2017. Disponível em:
http://www.who.int/patientsafety/implementation/checklists/en 5. CHOI, H.K; SHIN, S. DO.; RO, Y.S.; KIM, DO. K.; SHIN,
S.H.; KWAK, Y.H. A before- and after-intervention trial for reducing unexpected events during the intrahospital transport of
emergency patients. American Journal of Emergency Medicine (2012) 30, 1433–1440 6. WAYDHAS, C. Intrahospital
transport of critically ill patients. Crit Care Med.1999; 3(5):83-9. 7. NOGUEIRA, V.O.; MARIN, H.F.; CUNHA, C.K.O.
Informações on-line sobre transporte intrahospitalar de paciente críticos adultos. Acta paul.enferm.vol.18 nº4, São Paulo
Oct/Dec. 2005. 8. AMERICAN ASSOCIATION FOR RESPIRATORY CARE (AARC).
MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégica
Avaliação de pacientes vítimas de trauma cranioencefálico ...
O cuidado do enfermeiro à vítima de traumatismo cranioencefálico: uma revisão da literatura.