2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 2: Psicanálise e práxis: o Seminário 11 como resposta a uma crise? (referência Seminário 11 – A excomunhão)
O documento discute o Seminário 11 de Lacan como resposta a uma crise institucional na psicanálise francesa da época. Lacan questiona os fundamentos da prática analítica e propõe entendê-la como uma praxis, ou seja, uma atividade teórico-prática dinâmica influenciada pela experiência, conforme definido por Marx. Nessa perspectiva, o analista trata o real pelo simbólico, considerando as relações da psicanálise com a ciência.
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2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 2: Psicanálise e práxis: o Seminário 11 como resposta a uma crise? (referência Seminário 11 – A excomunhão)
1. A prática psicanalítica com Lacan
Coordenação Alexandre Simões
Tema de hoje:
Psicanálise e práxis:
o Seminário 11 como resposta a uma crise?
(referência Seminário 11 – A excomunhão, pp. 9- 20)
5. Daí, Lacan se perguntar;
“... em quê estou autorizado?” (p. 9)
Seminário 11: momento de crise institucional na Psicanálise francesa
6. A crise, traz como consequência a excomunhão
“Não estou querendo dizer - mas isto não seria impossível - que a comunidade psicanalítica é uma Igreja. Contudo, incontestavelmente, surge a questão de saber o que nela pode mesmo fazer eco a uma prática religiosa.” (p. 12)
Idealização + efeitos de grupo
7. O alvo de Lacan, com sua investigação sobre os fundamentos e sua indagação sobre a autorização:
“o que é a psicanálise?”
- “questão-morcego” (p.11)
8. Lacan e a Verdade
“... A verdade do sujeito, mesmo quando ele está em posição de mestre, não está nele mesmo, mas, como a análise o demonstra, num objeto, velado por natureza...” (p. 13)
9. Quanto à concepção do que vem a ser a prática analítica, faz uma grande diferença:
a verdade do sujeito como aquilo que lhe é intrínseco
a verdade do sujeito como aquilo que se localiza em sua relação com o objeto (e, ademais: objeto que não é claro)
12. Praxis, em Marx
Em O Capital, Marx apresenta um exemplo simples que se tornou clássico: ele compara a atividade das abelhas, ao construir a colmeia, com o trabalho de um mestre de obras ao construir uma casa.
O argumento de Marx: por mais exata e repetitiva que seja a construção da colmeia, e por mais limitado ou incerto que seja o trabalho do mestre de obras, este último possui algo inteiramente diferente: o mestre de obras imagina o que vai realizar, criando uma finalidade, um momento ideal, o qual almeja alcançar com seu trabalho. Marx postula a existência de uma teleologia exclusiva do fazer humano.
13. O agir teleológico do trabalho humano não será apenas algo que transforma o objeto. Sua atividade se dá dentro de um meio social e, nesse espaço, o produto de sua ação transforma este mesmo mundo social em que o homem se forma.
Homens e atividade, em Marx:
Os homens, pois, são ativos, e seus objetos ocupam uma função crucial em suas atividades. A atividade humana, como trabalho, estabelecerá o vínculo entre sujeito e objeto, permitindo a efetuação e confirmação de ambos (sujeito e objeto) no mundo.
14. Por fim, o que vai interessar a Lacan neste diálogo pouco explicitado com Marx?:
A praxis (e mais especialmente a praxis revolucionária) é uma atividade teórico-pratica em que a teoria se modifica constantemente com a experiência prática, que por sua vez se modifica constantemente com a teoria
15. “O que é uma praxis? Parece-me duvidoso que este termo possa ser considerado impróprio no que concerne à psicanálise. É o termo mais amplo para designar uma ação realizada pelo homem, qualquer que ela seja, que o põe em condição de tratar o real pelo simbólico. Que nisto ele encontre mais ou menos imaginário tem aqui valor apenas secundário.” (p. 14)
Voltando a Lacan:
16. Tratar o real pelo simbólico
Discussão que leva a considerar as relações da Psicanálise com a Ciência (cf. ‘A ciência e a verdade’; Lacan, 1966) e o desejo do analista
“O que há de ser do desejo do analista para que ele opere de maneira correta?” (p. 17)
17. Prosseguiremos com
O inconsciente em Freud e em Lacan
(referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso, pp. 23- 32)
Até lá!
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ALEXANDRE
SIMÕES
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