A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL. Parte 1 da exposição no IV Simpósio de Psicologia Hospitalar do Centro-Oeste Mineiro (Hospital São João de Deus - Divinópolis - MG), ocorrido em junho de 2013.
6. Temos, no mínimo, duas dimensões do sintoma em
Freud
sintoma
formação de
compromisso
satisfação
substitutiva
7. formação de compromisso
satisfação substitutiva
o sintoma tem um
sentido
o sintoma diz algo
o sintoma é
interpretável
seria o sintoma um substituto
ou é a satisfação veiculada por
ele uma satisfação substitutiva ?
o que não se diz no
sintoma ?
o que não é interpretável
no sintoma ?
8. sintoma
perspectiva da
formação de
compromisso =>
dimensão do
interpretável
comporta um modus
operandi da
Psicanálise mais
difundido
perspectiva da
satisfação
substitutiva => o que
não é interpretável
no sintoma ?
conduz a nos
perguntar sobre o
lugar do analista na
contemporaneidade
14. Hipóteses de base:
1) a clínica, no hospital, podendo
eventualmente se associar à presença
pontual e fugaz do analista, não
haverá de ser reduzida à caut el a
de uma mer a escuta analítica ou de
uma modest a perspectiva
analítica, dando a ent ender que o
genuíno e denso trabalho analítico
ocor r a em um out r o l ugar
15. 2) a clínica que
se faz no
hospital é
inteiramente
síncrona ao
l ugar do
anal i st a na
16. Em outros termos:
não deveríamos indagar acerca do lugar do analista no
hospital, a dimensão ou as condições de seu ato neste lócus
sem, antes, nos perguntarmos sobre o lugar do analista na clínica
contemporânea
18. i mpl i ca em se ver i f i car const ant ement e o l ugar do
anal i st a t ant o na Psicanálise em intensão quant o na
Psicanálise em extensão
Operar sobre o gozo
Operar sobre o gozo
Operar sobre o gozo
Operar sobre o gozo
22. Porém, significante e gozo não estabelecem uma
oposição mútua de modo simples
só há gozo porque há palavra ... e, ao mesmo
tempo, o gozo se mostra limitado pela palavra
23. ao mesmo tempo, é a substância da qual se
fala o tempo todo seja no ínfimo encontro
com um analista, seja ao longo da trajetória
de uma análise
25. Uma paciente fala para mim, mais uma vez, sobre algo constante
em sua análise: os seus impasses amorosos, a sua dificuldade em
estabelecer uma relação mais duradoura com um homem.
Desta vez, especificamente, ela menciona a sua recusa em
prosseguir um envolvimento amoroso que ainda se encontrava
em um momento inicial. Meses após, volta-se para este fato e se
questiona se fez ou não algo conveniente. O que a precipitou a
não mais investir na relação foi o tom das mensagens que
recebia da outra pessoa: elas a colocavam, por demais, em uma
condição de objeto sexual. Ela se sentia depreciada. Fala, no
entanto, de sua estranha atração por isto. E aí ela diz:
26. “Começou apreciada e
depreciada”.
A interpretação -
orientada, notemos, pela
escuta do gozo - se ampara na
homofonia em um princípio
básico da análise que vai nos
esclarecer que aquele que fala
diz mais do que aquilo que
está falando:
“Sim, eu concordo com você:
como eu sou: apreciada e
depreciada”
27. Se, de fato, o que colocamos em ação por intermédio do ato
analítico
é uma operação sobre o gozo
28. “Cabe a cada analista reinventar a
psicanálise... Cabe a cada analista
reinventar a maneira de manter viva
a psicanálise” (Lacan, 1978)