Este documento resume uma ação de formação sobre avaliação pedagógica. A autora descreve como a formação ocorreu online devido à pandemia, mas que isso permitiu uma gestão mais personalizada do tempo. A autora também destaca que a formação correspondeu às suas necessidades específicas e irá contribuir para mudanças positivas em suas práticas de avaliação. Globalmente, a autora considera a ação muito benéfica e sugere uma continuação para discutir novos desenvolvimentos teóricos.
1. Centro de Formação das Escolas de Torres Vedras e Lourinhã
AÇÃO de FORMAÇÃO
Para uma Fundamentação e Melhoria das Práticas de Avaliação Pedagógica
Projetos de Intervenção nos Domínios do Ensino e da Avaliação
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Reflexão Crítica
Rosalina Manuela Crespo Simão Nunes
Apreciação do desenvolvimento da ação:
A forma como decorreu a ação – constrangimentos e aspetos facilitadores.
Começo pelos constrangimentos, uma vez que o contexto por todos vividos
atualmente, e refiro-me à Covid-19, tem sido recorrentemente o maior constrangimento de
todos para o desenvolvimento das nossas vidas, em particular, aqueles em que estamos a
socializar. E a frequência de uma ação de formação é, sem dúvida, um exemplo de
socialização.
Ainda assim, e pese embora tenha havido a necessidade de adaptar o calendário e o
espaço à exigência dos tempos em que vivemos, o facto de termos tido necessidade de usar
o recurso à videoconferência permitiu fazer uma gestão mais personalizada do tempo.
Sou defensora da utilização das ferramentas digitais em contexto quando estas
permitem otimizar o trabalho que se esteja a desenvolver. E, parece-me que, quando as
sessões tinham como objetivo único a apresentação de trabalhos, a utilização da
videoconferência foi mais eficaz. Presencialmente, infelizmente, os dispositivos que temos à
nossa disponibilização não são os mais eficientes, assim como a qualidade do acesso à
internet. Portanto, aquilo que, inicialmente, poderia ser um constrangimento – a utilização da
videoconferência -, tornou-se, na minha ótica, uma mais-valia.
De igual forma, no trabalho autónomo em parceria com as colegas que comigo faziam
equipa, usou-se sempre a videoconferência como ferramenta mediadora e, de facto, parece-
me que foi eficaz.
Quanto aos elementos facilitadores, deixo referência à constante disponibilidade da
representante do centro de formação que nos acompanhou ao longo de todo o processo.
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Foi também facilitador de todo o processo ter sido possível trabalhar com duas
colegas que já conheço e com quem trabalho há alguns anos.
Por fim, uma palavra de apreço à formadora. A propósito da avaliação formativa,
aquela que nos garante que os alunos estão a aprender, Fernandes escreve na respetiva
folha da Avaliação Formativa (#Avaliação Formativa, p 5): "A relação pedagógica que se
estabelece entre professores e alunos é comprovadamente um elemento essencial, para a
criação de clima favorável, ao desenvolvimento das aprendizagens dos alunos." Parece-me
que, nesta formação, foi disse que se tratou.
Em que medida a ação correspondeu às necessidades de formação específica.
Para desenvolver este aspeto, ocorreu-me que seria relevante verificar quantas ações de formação
já frequentara sobre avaliação. Sim, a dúvida sobre se já tinha frequentado ações de formação sobre
avaliação não se colocou. Tinha a certeza. No entanto, nunca tinha feito esse levantamento, ou seja,
quantificar o número de ações sobre avaliação
Assim, se não me escapou nenhuma das referências, frequentei: Ação de formação creditada |
Avaliação das Aprendizagens (2001); Ação de formação creditada | Avaliação das Aprendizagens –
Contextos e Práticas (2004); Ação de formação creditada | “A Prática da Avaliação do Desempenho
Docente” (2008); Encontro | Supervisão, Liderança(s) e Avaliação: Olhares da Investigação e Realidades das
Escolas" (2016); Workshop | "Práticas de supervisão, liderança e avaliação nas escolas, integrado
no Encontro "Supervisão, Liderança(s) e Avaliação: Olhares da Investigação e Realidades das Escolas"
(2016); Ação de Formação Contínua "Encontro SLIA - Supervisão, Liderança(s) e Avaliação: Olhares da
Investigação e Realidades das Escolas" (2016); Ação de Formação | "Avaliar para Aprender: A classificação e
a avaliação externa das aprendizagens no 3.º ciclo do ensino básico (2017); Encontro | "Supervisão,
Liderança(s) e Avaliação: Entre o olhar dos especialistas e as práticas nas escolas" (2017); Ação de
Formação Contínua | "Encontro SLIA - Supervisão, Liderança(s) e Avaliação: Entre o olhar dos especialistas e
as práticas nas escolas" (2017).
E foram nove. A formação MAIA, aquela sobre a qual reflito neste momento, será, portanto, a
décima. Foram muitas? Foram poucas?
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O facto de ter frequentado cerca de dez formações sobre avaliação durante cerca de trinta anos de
serviço revela bem o quanto este assunto tem sido considerado por mim um assunto importante no
âmbito das escolhas que vou fazendo. Não há, por isso, qualquer dúvida em declarar que esta
formação correspondeu em pleno às minhas necessidades específicas de formação.
Além deste argumento que acabo de apresentar, há outro, talvez mais relevante, para justificar que
esta formação correspondeu às necessidades de formação específica e que está intimamente
relacionado com o tópico que se segue da estrutura deste relatório: O valor formativo da ação –
implicações e/ou contribuições para mudanças da prática profissional.
Comecei desde muito cedo, a propósito das estratégias promovidas em sala de aula, a perceber que,
no trabalho proposto aos alunos, era muito importante não só a construção de um ambiente favorável
à aprendizagem como, simultaneamente, a necessidade de comunicar efetivamente aos alunos o
que se pretendia o mais detalhadamente possível. Ou seja, por cada tarefa / atividade proposta, os
seus objetivos, momentos (faseamento por etapas) era importante dizer aos alunos o que estavam a
fazer, as razões desse faseamento e o que se pretendia que fizessem (aprendessem).
Curiosamente, foi durante a frequência do mestrado em Pedagogia do e-learning, um curso
totalmente desenvolvido à distância, mediado pelas ferramentas da web 2.0, que aprendi com maior
eficácia a construir momentos de aprendizagem que respeitassem essa necessidade.
Quanto à avaliação, foi durante a frequência da Formação Avaliação das Aprendizagens, processo
de preparação para desempenhar as funções de Supervisora no processo de classificação das
Provas de Aferição do 9.º Ano (2001) que fiquei sensibilizada para a quase urgência de começar a
alterar os processos de recolha de informação para a avaliação. De facto, desde essa altura e apesar
do objetivo dessa formação estar direcionado claramente para a melhoria no processo de
classificação, particularmente, no que respeita a tentativa de aplicar os critérios da mesma forma por
todos os envolvidos, começou a aparecer nos documentos de trabalho (Critérios de classificação)
das provas de português o conceito de níveis de desempenho. Por isso, desde essa altura, essa
aprendizagem passou a fazer parte da sala de aula. Passei a usar aquilo a que tenho designado de
codificação, estabelecendo para cada tarefa proposta, em qualquer um dos domínios trabalhado a
português essa estrutura onde defino critérios com níveis de desempenho.
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Claro que todo esse processo foi sendo acompanhado de leituras que me permitiram perceber que
fazia todo o sentido insistir nessa forma de trabalho.
Por exemplo, em pareceria com uma das colegas que também fez esta formação, temos vindo a
construir cenários de aprendizagem que a par de propostas de atividades organizadas em tarefas
muitas das quais com mais do que um momento, consideramos mais eficaz a introdução desse tipo
de recolha de informação.
Portanto, para mim esta formação (MAIA) faz todo o sentido. Conforme o trabalho foi sendo
desenvolvido, as temáticas estudadas, as Folhas lidas e analisadas, fui tomando consciência da sua
relevância, não só porque valida toda uma prática pedagógica que tenho vindo a construir, mas
porque, principalmente, me irá permitir, a partir de agora, fazê-lo de uma forma mais consistente,
sistemática, fundamentada e competente, enquanto professora de português.
Como coordenadora do departamento de português do Agrupamento, irei promover a discussão
sobre o assunto, procurando com isso melhorar as aprendizagens dos nossos alunos. Creio que
esse processo já terá mesmo iniciado naquilo a que designei como por Módulo de ambientação* com
o objetivo de “passarmos” aos restantes colegas do departamento as aprendizagens adquiridas
durante a formação.
*Apresentação em sessões mediadas por videoconferência dos produtos finais resultantes do
trabalho autónomo. Neste momento, só falta fazer a última apresentação e ainda a do Projeto de
Intervenção.
Opinião global da ação.
Globalmente, a ação correu bastante bem, tendo-se privilegiado a aprendizagem em grande e
pequeno grupos através da discussão o que é, na minha perspetiva, um dos processos mais
enriquecedores para aprender.
Foi, sem dúvida, um excelente momento de aprendizagem.
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Sugestões sobre aspetos organizativos e sobre conteúdos a ter em conta numa futura
formação.
Pela experiência desta formação, confirmo a ideia que já vinha a desenvolver da vantagem na
utilização da videoconferência para apresentações resultantes de trabalho autónomo que pode
também funcionar muito bem se as pessoas envolvidas se sentirem à vontade no que respeita as
competências digitais.
Quanto à temática da ação, tal como referi presencialmente, parece-me totalmente pertinente pela
relevância dos assuntos desta ação que exista um segundo momento de forma a tomarmos conta de
forma sistematizada dos avanços que vão sendo feitos em matéria de fundamentação teórica.
Ou seja, ainda que a partir deste momento passemos a ser intervenientes ativos na investigação que
está a decorrer, se nos fosse possível continuar a fazer de forma orientada e partilhada a leitura das
#Folhas que se seguirem, todo o processo ficaria mais enriquecido, completo e participado.
Também me parece importante que esta ação possa ser alargada a outros professores sem o critério
de ter de ser por indicação dos diretores ou condicionada pela “vontade” do coordenador de
departamento. Tratar da avaliação pedagógica deverá ser um assunto que importa a todos os
professores.
Quanto a outros aspetos organizativos, talvez se pudesse evitar que as formações ocorressem aos
sábados, procurando privilegiar, por exemplo as quartas-feiras à tarde já que é, no Agrupamento
AEDLV, um momento em que não existe atividade letiva.
(08/07/21)
(Rosalina Simão Nunes)
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ANEXO
Materiais/recursos – Todos os materiais foram produzidos em colaboração com duas colegas do
departamento de português e que fizeram também a formação, professoras Ana Cristina Oliveira e Ana Lúcia
Mota. Formámos a equipa previamente uma vez que esse era um dos requisitos para a inscrição na
formação:
• Apresentação referente à Sessão Síncrona de 26 de abril – Tarefas sobre avaliação formativa;
avaliação formativa digital; avaliação sumativa e feedback.
• Apresentação referente à Sessão Presencial de 22 de maio - Tarefas sobre a participação dos
alunos nos processos de avaliação; diversificação dos processos de recolha de informação
(fundamentos); diversificação dos processos de recolha de informação (dois exemplos); aprender
melhor com políticas de classificação mais consistentes e transparentes.
• Apresentação referente à Sessão Síncrona de 07 de junho - Tarefas sobre critérios de avaliação;
rubricas de avaliação; para uma iniciação à prática de classificação através de rubricas.
• Apresentação referente à Sessão presencial de 03 de julho – Nesta sessão apresentámos dois
recursos:
o Contextualização da construção do projeto de intervenção;
o Projeto de Intervenção.
NOTA: Todos os recursos referidos serão enviados juntamente com o presente Relatório.
Sobre o contributo que estes recursos tiveram e terão no aperfeiçoamento da minha intervenção
educativa, faço referência ao que exponho no segundo aspeto deste Relatório - O valor formativo da ação
– implicações e/ou contribuições para mudanças da prática profissional.
Serão recursos de referência não só como guião para a construção de situações de aprendizagem que
promovam uma avaliação pedagógica, mas também como referência para a promoção da discussão, em
departamento (português), sobre estes assuntos.
Poderão ainda servir como recursos a ser usados por professores de outros departamentos.