2. “A Dinamarca fica no Norte da Europa”
É constituída pela península da Jutlândia (Jylland) e cerca de 400 ilhas, 82 das
quais são habitadas, sendo Funen (Fyn) e a Zelândia (Sjælland) as maiores.
Superfície – 43.070 km2
População – 5.387.000 habitantes
Capital – Copenhaga
Governo – Monarquia Constitucional
Moeda – Coroa Dinamarquesa
Língua Oficial – Dinamarquês
Limites:
Norte – estreito de Skagerrak, que a separa
da Noruega,
Leste – estreito de Kattegat, que a separa da
Suécia, e pelo Mar Báltico,
Sul – Alemanha;
Oeste – Mar do Norte.
3. A Ação:
O Cavaleiro vivia com a sua família numa floresta da
Dinamarca no Norte da Europa.
Numa noite de Natal, durante a ceia, quando todos
estavam reunidos, comunicou-lhes que iria partir em
peregrinação à Terra Santa para orar onde Cristo tinha
nascido e que partiria brevemente.
Prometeu que dali a dois anos estariam juntos de novo.
Na Primavera seguinte partiu tendo chegado muito antes
do Natal às costas da Palestina, onde visitou todos os
locais sagrados relacionados com a vida de Jesus.
4. Já de regresso à Dinamarca, uma tempestade
violentíssima quase destruiu o barco em que viajava e
ele teve que ficar em Itália.
Aí conheceu várias cidades (Ravena, Veneza,
Florença, Génova) onde fez diversos amigos.
Após várias situações de perigo, conseguiu chegar à
floresta em que vivia, mas uma tempestade quase lhe
provocou a morte.
No entanto os anjos acenderam pequenas estrelas no
abeto que ficava em frente à sua casa, guiando-o até
ao calor do seu lar e à sua família.
5. Palestina
Palestina / Ravena / Veneza / Ferrara / Bolonha
Viagem de ida ---- Viagem de regresso Florença / Génova / Bruges / Antuérpia
6. Explícito na obra:
“Há muitos anos, há dezenas e centenas de anos” (página 5; 37ª edição)
Implícito na obra:
“Giotto (…) é um pintor do século passado” (pág.31)
“Este é um dos capitães dos meus navios”;
“Espantou-se o Cavaleiro com aquilo que via, pois naquele tempo a
pimenta era quase tão rara como o oiro.” (pág.31)
Premissas:
Giotto viveu no séc. XIII/XIV (1266-1337);
Os descobrimentos ocorreram entre os séculos. XV e XVII.
Dedução:
A ação decorre no séc. XV - início dos descobrimentos (o que explica o
desconhecimento do Cavaleiro relativamente às especiarias utilizadas em
casa do negociante flamengo) e um século depois de Giotto.
7. “A Dinamarca fica no Norte da Europa. (…)havia certo lugar da
Dinamarca, no extremo Norte do país, perto do mar, uma grande
floresta de pinheiros, tílias , abetos e carvalhos. Nessa floresta
morava com a sua família um Cavaleiro. Viviam numa casa
construída numa clareira rodeada de bétulas. E em frente da
porta de casa havia um grande pinheiro que era a árvore mais
alta da floresta.”
A narração tem início com uma concentração de espaço:
Há uma GRADAÇÃO no sentido do geral para o particular:
Norte da Europa Dinamarca extremo Norte do país
floresta clareira casa pinheiro
8. O espaço alarga-se à medida que o Cavaleiro
avança na sua viagem
Dinamarca ~ Palestina ~ Ravena ~ Veneza ~ Ferrara ~
Bolonha ~ Florença ~ Génova ~ Bruges ~ Antuérpia
Para novamente se concentrar:
Pequena povoação a poucos quilómetros da sua floresta
floresta ~ aldeia de lenhadores ~ floresta ~ pinheiro ~ casa
9. AS PERSONAGENS
Classificação das personagens quanto à sua importância:
Personagem principal:
protagonista, O herói – é a figura central da ação, a que se destaca das
restantes figuras da história.
Personagem secundária:
personagem menos importante do que o herói. É uma personagem que
contribui para o avanço da ação.
Figurante: é uma personagem, em princípio, irrelevante para o avanço da
ação. No entanto, pode ser fundamental para a caracterização de uma
profissão, uma mentalidade, um espaço social, um determinado ambiente.
Anti-herói: Ao contrário do herói, o anti-herói trava um conflito com a
sociedade em que vive, põe em causa os seus valores e expõe-na ao ridículo.
10. CARACTERIZAÇÃO DO
CAVALEIRO
Homem religioso/cristão;
Homem de palavra;
Bom ouvinte e curioso, (mostrou-se ávido de conhecimento);
Corajoso;
Determinado e persistente;
Dá muito valor à família.
11. O NARRADOR
Aquele que tem a função de contar a história.
Pode ser uma personagem a assumir essa função.
A sua presença na narrativa:
PARTICIPANTE – personagem principal ou secundária;
autodiegético homodiegético
Formas verbais, determinantes e pronomes na 1º pessoa;
NÃO PARTICIPANTE – heterodiegético
formas verbais; determinantes e pronomes na 3ª pessoa
12. O NARRADOR
A sua ciência na narrativa:
Focalização externa
acerca dos acontecimentos, o narrador só sabe o observa;
Focalização interna
acerca dos acontecimentos, o narrador só conhece nos que
participa;
Focalização omnisciente
O narrador sabe tudo sobre os acontecimentos, sentimentos e
pensamentos das personagens.
13. OS
NARRADORES mudam,
Os narradores
de acordo com a história que é narrada.
HISTÓRIA NARRADOR
História Principal O Cavaleiro
História de Vanina O Mercador de Veneza
História de Giotto e Cimabué Filippo
História de Dante Filippo
História de Pêro Dias O Capitão dos Navios do
Negociante Flamengo
14. Narrativa central ou principal: Viagem do Cavaleiro
(Dinamarca/Palestina/Dinamarca)
São quatro as narrativas encaixadas na principal:
História de Vanina (narrada pelo Mercador de Veneza);
História de Giotto (narrada em casa do banqueiro Averardo, em Florença);
História de Dante (narrada e casa do banqueiro Averardo, em Florença);
História de Pêro Dias ( narrada em casa do negociante, em Antuérpia)
15. Modos de representação do discurso
Descrição : Momento de pausa na ação
“A Dinamarca fica no Norte da Europa.”
Recurso ao Presente do Indicativo
Aparece sempre que a descrição é real, que é dada
como intemporal, para sempre.
“Nessa floresta morava com a sua família um cavaleiro.”
Recurso ao Pretérito Imperfeito do Indicativo
tempo da descrição por excelência: quando se descreve uma
personagem, um espaço ou um tempo ficcionais, ou seja, do domínio da
história que se conta.
16. Narração: Momento de avanço da ação.
“Mas um dia chegou a Veneza um homem que não temia Orso.”
Recurso ao Pretérito Perfeito do Indicativo
Diálogo: impulsiona a ação, reclamando o discurso direto,
ou seja, a intervenção de personagens que falam entre si.
“Vanina sacudiu os cabelos e disse-lhe:
- Hoje não me posso pentear porque não tenho pente.
- Tens este que eu te trago e que mesmo feito de oiro brilha menos do que
o teu cabelo.”
Monólogo: A personagem verbaliza o seu pensamento,
“falando consigo própria.
“- Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.”
17. Recursos
expressivos
Adjetivação: os adjetivos caracterizam um espaço, um tempo, uma personagem.
A adjetivação é utilizada segundo a importância ou ênfase a dar ao que é descrito; pode
ser simples, dupla, tripla ou múltipla.
“… quando Vanina chegou aos dezoito anos não quis casar com Arrigo porque o
achava velho, feio e maçador. “
Enumeração: nomes que enriquecem a descrição, pois são elementos que
constituem um espaço.
“ (…) uma grande floresta de pinheiros, tílias, abetos e carvalhos”.
Personificação: atribuição de características humanas a seres inanimados.
“Então a neve desaparecia e o degelo soltava as águas do rio que corria ali perto e cuja
corrente recomeçava a cantar noite e dia entre ervas, musgos e pedras.”
18. Comparação: relação de semelhança entre dois elementos, a partir de um
termo comparativo.
“a floresta era como um labirinto sem fim onde os caminhos andavam à roda e se
cruzavam e desapareciam”
Metáfora: relação de semelhança real ou imaginária entre dois elementos
sem termo comparativo.
“… de novo a floresta ficava imóvel e muda presa em seus vestidos de neve e
gelo.”
Hipérbole: realidade exagerada.
Os seus cabelos “…eram tão perfumados que de longe se sentia na brisa o seu
aroma.”