SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 24
Baixar para ler offline
Valéria Aparecida Modolo
Cyro Paulino da Costa
ISSN 1414-4530
Universidade de São Paulo - USP
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ
Divisão de Biblioteca e Documentação - DIBD
Piracicaba
2003
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo
Série Produtor Rural – nº 19
Série Produtor Rural, nº 19
Divisão de Biblioteca e Documentação - DIBD
Av. Pádua Dias, 11 – Caixa Postal 9
Cep: 13418-900 - Piracicaba - SP
e-mail: biblio@esalq.usp.br
http://dibd.esalq.usp.br
Revisão e Edição:
Eliana Maria Garcia
Editoração Eletrônica:
Serviço de Produções Gráficas - USP/ESALQ
Tiragem:
300 exemplares
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Divisão de Biblioteca e Documentação - ESALQ/USP
Maxixe : uma hortaliça de tripla forma de consumo / Valéria Aparecida Modolo e Cyro
Paulino da Costa. - - Piracicaba : ESALQ – Divisão de Biblioteca e Documentação, 2003.
20 p. : il. (Série Produtor Rural, nº19)
Bibliografia
1. Maxixe II. Costa, C.P. de II. Titulo III. Série
Modolo, Valéria Aparecida
CDD 635.63
1
Dra. em Fitotecnia - ESALQ/USP
2
Prof. Titular - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma
de consumo
Série Produtor Rural – nº 19
Piracicaba
2003
Valéria Aparecida Modolo 1
Cyro Paulino da Costa 2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................7
2 HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO...........................................................7
3 BOTÂNICA E CULTIVARES..................................................................8
4 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS...................................................................9
5 ADUBAÇÃO E PREPARO DO SOLO....................................................9
6 INSTALAÇÃO DACULTURA..................................................................10
6.1 Semeadura Direta x Produção de Mudas.................................................10
6.2 Transplante de Mudas e Desbaste de Plantas..........................................11
7 CONDUÇÃO DAS PLANTAS...................................................................11
7.1 Sistemas de Condução.....................................................................11
7.2 Podas.............................................................................................15
8 TRATOS FITOSSANITÁRIOS.................................................................15
9 COLHEITA, PRODUTIVIDADE E COMERCIALIZAÇÃO.........................15
10 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CULTIVO EM AMBIENTE
PROTEGIDO...............................................................................................17
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...............................................................18
6 Série Produtor Rural no.
19
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 7
Inicialmente foi considerado nativo das Américas, porém o maxixe teve
sua origem na África, sendo considerado um mutante não-amargo da espé-
cie selvagem africana Cucumis longipes Hook.
No Brasil, foi provavelmente introduzido há cerca de 300 anos, por
ocasião do tráfico de escravos africanos. Sendo assim, a maior área de pro-
dução desta olerácea ocorre nas regiões brasileiras de forte influência da
cultura africana, como o norte, nordeste e sudeste do país.
Quanto a classificação, o maxixe pertence à família Cucurbitaceae
onde há cerca de 30 espécies pertencentes a nove gêneros, muitas das quais
são utilizadas como alimento. Dentre os gêneros, destacam-se Cucurbita e
Cucumis, ambos polimórficos e amplamente cultivado nos países desenvolvi-
dos. Atualmente, apenas três espécies do gênero Cucumis são cultivadas
em grande escala. O pepino (Cucumis sativus) e o melão (Cucumis melo)
apresentam grande valor comercial sendo ambos cosmopolitas. Já o maxixe
(Cucumis anguria) é utilizado como alimento em menor escala em algumas
regiões do Brasil, no oeste da Índia e no Caribe.
Pouco cultivado no centro-sul do Brasil, o maxixe (Cucumis anguria L.)
ocupa posição de destaque no Norte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São
Paulo. No Nordeste esta hortaliça constitui-se numa das mais populares jun-
tamente com a batata-doce, o inhame, o quiabo e a abóbora e faz parte da
sua tradição culinária. O consumo ocorre na forma de "maxixada", que con-
siste no uso de frutos parcialmente imaturos cozidos com outros ingredien-
tes. Embora não seja habitual, esta hortaliça também pode ser consumida in
natura na forma de salada e sua maior potencialidade seria para o segmento
de consumo em conserva na forma de picles. É alimento basicamente
energético sendo uma fonte valiosa de vitaminas e sais minerais e possui alto
teor de zinco, elemento que se perde com o cozimento.
1 INTRODUÇÃO
2 HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO
8 Série Produtor Rural no.
19
a
b
A planta de maxixe é monóica, anual como o pepino, com hábito de
crescimento indeterminado e prostrado. Com relação ao aspecto vegetativo,
esta espécie apresenta folhas lobuladas, em contraste com as folhas não
lobuladas típicas de pepino e melão. Os frutos apresentam grande variabilida-
de quanto ao formato, presença e ausência de espículos e sabor amargo
(Figura 1).
3 BOTÂNICA E CULTIVARES
As populações brasileiras de maxixeiro se caracterizam pela produ-
ção de frutos sem amargor, mas com grandes variações quanto a
espiculosidade e ao tamanho do fruto. Encontra-se no mercado duas cultiva-
res de maxixe, uma com frutos de espículos carnosos e outra com frutos
lisos.Amassa média do fruto varia de 14,57 a 45,70g dependendo da cultivar,
da época de plantio e da região produtora. No comércio são três as varieda-
des mais acessíveis: Comum, do Norte e West Indian Gherkin.
Maxixe Paulista é um novo tipo de maxixe desenvolvido na ESALQ/
USP, derivado originalmente do cruzamento de Cucumis anguria x Cucumis
longipes, com características distintas de fruto e folhas. Seus frutos apre-
sentam massa média acima de 70g e ausência de espiculosidade e suas
folhas são não lobuladas, semelhante às de pepino (Figura 2). Esta cultura
apresenta alto potencial para o consumo na forma de salada ou no segmento
Figura 1 - Frutos (a) e plantas (b) de
maxixe comum.
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 9
O maxixeiro adapta-se a quase todos os tipos de solo, preferindo,
porém aqueles profundos, leves e areno-argilosos, com pH de 5,5 a 6,5. Se
necessário aplicar calcário para elevar o índice de saturação por bases a
80%. A adubação orgânica deve ser feita com 30 dias de antecedência, apli-
cando de 3 a 4 t/ha de esterco de galinha ou de 5 a 15 t/ha de esterco de
curral, ambos curtidos. Para adubação de plantio aplicar 40 kg/ha de nitrogê-
nio, 150 a 300 kg/ha de P2
O5
e 60 a 120 kg/ha de K2
O. Na adubação de
cobertura pode-se aplicar de 40 a 60 kg/ha de N e 40 a 60 kg/ha de K2
O.
Bons resultados também têm sido obtidos com o uso de fertirrigação
com base na recomendação para a cultura do pepino, conforme tabela 1.
Figura 2 - Frutos (a) e plantas (b) de maxixe Paulista.
4 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
É uma espécie de clima quente, suportando temperatura e pluviosidade
elevada. Em São Paulo é semeado de setembro a fevereiro e em regiões
onde a temperatura se situa entre 20 e 27ºC, pode ser cultivado o ano inteiro.
5 ADUBAÇÃO E PREPARO DO SOLO
de consumo em conserva, na forma de picles. Pode ser consumida ainda
imatura como uma alternativa da cultura de pepino, ou cozida, como alterna-
tiva de abobrinha.
a b
10 Série Produtor Rural no.
19
6.1 Semeadura Direta x Produção de Mudas
Em cultivos convencionais a propagação, na maioria das vezes, é feita
por sementes diretamente semeadas nas covas ou em sulcos, a uma profun-
didade de 2 a 3 cm, gastando-se de 3 a 5 sementes/cova. Devido a algumas
sementes de maxixe apresentarem problemas de dormência, a germinação
pode ser desuniforme e demorada.
6 INSTALAÇÃO DA CULTURA
Tabela 1. Cronograma de adubação para fertirrigação.
1 - 15 Estabelecimento 13-40-13 0,3
16 - 30 Crescimento 15-05-15 0,2
Nitrato de cálcio 0,1
Nitrato de magnésio líquido 0,15
31 - 45 Até o primeiro fruto 15-05-30 0,3
Nitrato de cálcio 0,2
Nitrato de magnésio líquido 0,15
46 - 60 Produção 06-12-06 0,4
Nitrato de cálcio 0,3
12-12-36 0,9
Período (dias) Estádio da planta Adubo (N-P-K) Dose (g/L)
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 11
6.2 Transplante de Mudas e Desbaste de Plantas
Normalmente o transplante das mudas é efetuado em covas espaça-
das de 1,0 a 1,5 m na linha e 1,5 a 2,0 entre linhas. O cultivo também pode
ser feito em canteiros de 1,20m de largura, respeitando-se o espaçamento de
1,5 a 2,0 m entre plantas.
Quando é feita a semeadura direta no campo, após a emergência,
quando as plantas atingirem de 3 - 4 folhas verdadeiras, faz-se o desbaste
deixando-se 1 ou 2 plantas/cova.
7.1 Sistemas de Condução
Devido ao hábito de crescimento prostrado à condução da planta pode
ser de forma rasteira ou tutorada.
No cultivo rasteiro algumas técnicas de cultivo podem ser empregadas
para promover aumento de produtividade e melhoria de qualidade do fruto.
Dentre estas técnicas pode-se destacar o uso de canteiros cobertos com
polietileno, manta de não tecido ou cobertura morta (Figura 3).
7 CONDUÇÃO DAS PLANTAS
A produção de mudas pode ser uma alternativa quando as sementes
de uma determinada espécie ou variedade são menos vigorosas e necessi-
tam de maiores cuidados na fase de germinação e emergência.
Para a cultura do maxixe bons resultados têm sido obtidos utilizando a
bandeja de 128 células e substratos recomendados para a cultura de pepino.
Devido aos problemas de dormência também é recomendável a cobertura
das bandejas com plástico preto para apressar e uniformizar a germinação.
Em ambiente protegido, o tempo de produção das mudas se situa em torno
de 22 a 28 dias, dependendo da época de semeadura.
12 Série Produtor Rural no.
19
Os efeitos da cobertura de canteiros para as diversas hortaliças são
praticamente os mesmos: influencia o metabolismo das plantas, acelerando
sua absorção radicular de água e nutrientes; protege o solo da erosão causa-
da pelo excesso de água de irrigação ou de chuva; aumenta a temperatura do
solo nos primeiros 10 cm de profundidade, favorecendo o desenvolvimento da
planta; aumenta o teor de umidade do solo na região radicular; controla algu-
mas espécies de plantas daninhas; aumenta a produção dos cultivos além
de melhorar a qualidade dos produtos obtidos. Nem sempre esses efeitos
são simultâneos e, na sua maioria, existem interações entre prática olerícola
e reação no desenvolvimento da hortaliça. Na cultura do maxixe, Leal et al.
(2000) verificaram aumento de 20 % da produtividade da cultura quando se
utilizou palha de palmeira como cobertura de canteiros. Modolo & Costa (2001),
utilizando cobertura de canteiros com polietileno preto e fertirrigação por
gotejamento obtiveram produtividade estimada de 50 t/ha. Além de melhoria
Figura 3 - Condução rasteira de maxixe em manta de não tecido (a), bagacilho de cana-de-
açúcar (b) e polietileno preto (c).
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 13
Os sistemas de tutoramento mais utilizados são:
a) Tutoramento com estacas ou varas de bambu: Consiste em colocar
uma estaca ou vara com 2,20 a 2,50m de altura junto a cada planta,
para nela amarrar a haste a medida que ela for crescendo. As esta-
cas de duas fileiras paralelas cruzam-se a uma altura de cerca de
1,80m do solo, apoiando-se sobre um fio de arame esticado. Este
sistema é também chamado de "cerca cruzada";
b) Tutoramento com cerca ou rede agrícola: consiste em colocar 6 a 7
fios de arame ou fitilhos de plástico horizontalmente, distanciados
de 0,30m e no sentido da linha de plantio, com a finalidade de
formar uma cerca onde as plantas serão fixadas com ajuda de suas
gavinhas. Atualmente existem no mercado redes agrícolas, com
malhas de tamanho definido, que são usadas da mesma forma que
as cercas (Figura 4);
na produtividade, a técnica melhora a qualidade do fruto, pois o retira do
contato direto com o solo, melhorando sua aparência e diminuindo o apareci-
mento de doenças.
Outra técnica que pode ser adotada na cultura é o cultivo na forma
tutorada como é feito na cultura do pepino. O tutoramento consiste em colocar
um suporte ou tutor que tem por função auxiliar a condução vertical das plantas.
Sua utilização promove melhor aproveitamento do espaço ocupado pelas plan-
tas, obtenção de frutos de qualidade superior, além de diminuir a incidência de
doenças pela ventilação mais eficiente. Na cultura do maxixe, o tutoramento
promove diminuição de frutos com um defeito denominado de "barriga branca".
Figura 4 - Detalhe da instalação da rede agrícola.
14 Série Produtor Rural no.
19
Figura 5 - Condução tutorada de maxixe paulista em fio de ráfia (a) e em rede agrícola (b).
c) Tutoramento com fitilho: consiste em colocar um suporte rígido ou
arame número 14, bem esticado e firme a 2,20 - 2,50m de altura do
solo, no sentido da linha de plantio. Amarrar uma das pontas de um
fitilho de ráfia ou nylon na haste da planta, logo abaixo da segunda
ou terceira folha e a outra no arame e à medida que a planta for
crescendo, enrola-se a haste no fitilho (Figura 5a).
Torna-se importante ressaltar que devido a grande ramificação da cul-
tura, o sistema que tem apresentado melhores resultados é o com cerca ou
rede agrícola. A planta de maxixe possui forte supressão da dominância apical
concentrando sua frutificação nas ramificações laterais. Como a rede agríco-
la apresenta fios verticais e horizontais, as hastes secundárias e terciárias
da planta ficam distribuídas ao longo da rede não deixando os frutos em
contato com o solo (Figura 5b).
a b
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 15
7.2 Podas
A poda consiste na retirada de partes da planta para promover o cres-
cimento de outras. Pretende-se com a poda favorecer o desenvolvimento de
maior número de flores femininas, aumentando a produtividade, a precocida-
de e qualidade dos frutos. A técnica também melhora o arejamento da cultu-
ra, facilitando as pulverizações e o tutoramento.
Na cultura do maxixe pode-se efetuar a poda na haste principal quando
as hastes secundárias apresentarem cerca de 1,0 m. Isto favorecerá a brotação
lateral que é onde se concentra a frutificação.
Quanto à poda das hastes secundárias, a mesma efetuada no cultivo
de pepino, não se recomenda para o cultivo de maxixe. A planta de maxixe,
embora sendo do mesmo gênero que o pepino, não tem a mesma resposta
ao protocolo de podas de hastes laterais. Há uma forte supressão da
dominância apical e forte estímulo da brotação lateral na parte basal da plan-
ta, tornando este tipo de poda trabalhosa e ineficaz.
8 TRATOS FITOSSANITÁRIOS
As principais pragas são pulgão, vaquinha, minador da folha e lagarta-
rosca. As doenças mais problemáticas são oídio, míldio, antracnose, man-
cha angular, tombamento e vírus, sendo que até hoje não há produtos
registrados para a cultura.
A colheita inicia-se de 50 - 70 dias após a semeadura, prolongando-se
por um período de três meses ou mais. O ponto de colheita depende da forma
de utilização do maxixe. No consumo in natura, na forma de salada, ou em
9 COLHEITA, PRODUTIVIDADE E
COMERCIALIZAÇÃO
16 Série Produtor Rural no.
19
a b c
Figura 6 - Ponto de colheita dos frutos de maxixe comum (três inferiores) e paulista (três
superiores), sendo (a) para consumo feito picles; (b) para consumo in natura e
(c) para consumo tradicional.
No cultivo convencional do maxixeiro, existem variações quanto à pro-
dutividade dependendo da época e do local de cultivo. Na Amazônia, no perí-
odo de menor pluviosidade, porém, com irrigação e espaçamento de 3,00 x
2,00m entre plantas, as cultivares maxixe liso e maxixe com espículos pro-
duziram 110 e 165 frutos/cova, com massa média de 37 e 38g/fruto, respec-
tivamente (Pimentel, 1985). No Maranhão, a produtividade média é de 16
t.ha-1
, porém, no período chuvoso, reduz para aproximadamente 8-10 t.ha-1
(Martins, 1986). Em São Paulo, a produtividade é de 12 t.ha-1
, sendo cultiva-
conserva, como picles, os frutos devem ser colhidos antes que se complete
a formação da semente. Para o consumo na forma tradicional, os frutos po-
dem ser colhidos totalmente desenvolvidos, pois os mesmos serão cozidos
com outros ingredientes (Figura 6). Para o maxixe comum, o ponto máximo
de crescimento do fruto ocorre em torno do décimo primeiro e décimo segun-
do dia após a antese. Para o maxixe Paulista este estágio de maturação
ocorre aos vinte e cinco dias após a antese, dado que este apresenta uma
formação lenta de sementes.
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 17
10 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CULTIVO
EM AMBIENTE PROTEGIDO
do preferencialmente de setembro a fevereiro (Melo & Trani, 1998). Filgueira
(2000), considerando de uma maneira geral, relata que a produtividade da
cultura do maxixe se situa em torno de 4 - 5 t.ha-1
.
As culturas protegidas tornaram-se um sistema de produção muito
difundido dentro da olericultura. A necessidade de fornecer produtos de boa
qualidade durante todos os períodos do ano levou os produtores à construção
de abrigos para a proteção das culturas das adversidades climáticas como
vento, granizo, altas precipitações e temperaturas extremas. Essa atividade
propicia o cultivo fora de época e em locais onde as condições climáticas são
limitantes. Para culturas mais exigentes em temperatura, como é o caso do
maxixe, a utilização de ambientes protegidos não restringe a época de plan-
tio, uma vez que temperaturas mais altas podem ser obtidas mesmo em
épocas ou regiões com temperaturas amenas.
Para adequar o cultivo de maxixe em ambiente protegido algumas téc-
nicas de manejo devem ser empregadas. A primeira diz respeito ao
tutoramento. A rede facilita o tutoramento vertical e horizontal das hastes
secundárias e terciárias, retirando os frutos do contato com o solo, melhoran-
do sua qualidade e facilitando a colheita, além de promover um melhor apro-
veitamento da área no interior da estrutura.
Outra técnica a ser adotada diz respeito à polinização. O maxixeiro é
uma planta alógama que necessita de polinização, principalmente por abe-
lhas, para que haja o desenvolvimento do fruto. Em ambiente protegido, pode-
se optar pela abertura das cortinas e/ou telados laterais nos horários propíci-
os para permitir a entrada de abelhas externas, sem a necessidade de colo-
cação de caixas no interior do ambiente protegido. Em alguns casos, a intro-
dução de caixas com abelhas no interior do ambiente protegido pode ser
feita, desde que a estrutura tenha laterais abertas. Trabalhos realizados por
Modolo (2002) verificaram que no cultivo de maxixe, como são realizadas
18 Série Produtor Rural no.
19
BAIRD, J.R.; THIERET, J.W. The bur gherkin (Cucumis anguria var. anguria,
Cucurbitaceae). Economic Botany, v.42, n.3, p.447-451, 1988.
BRANDÃO FILHO, J.U.T.; CALLEGARI, O. Cultivo de hortaliças de frutos
em ambiente protegido. Informe Agropecuário, v.20, n.200/201, p.64-
68, 1999.
ESQUINAS-ALCAZAR, J.T.; GULICK, P.J. Genetic resources of
cucurbitaceae. Rome: International Board for Plant Genetic Resources,
1983. 101p.
FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moder-
na na produção na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa:
UFV, 2000. 402p.
ILLESCAS, E.S.; VESPERINAS, E.S. Tratado de horticultura herbácea.
1. Hortalizas de flor e fruto. Barcelona: Aedos, 1989. 352p.
KOCK, P.S.; COSTA, C.P. Herança de caracteres de planta e fruto em maxi-
xe. Horticultura Brasileira, v.9, n.2, p.73-77, 1991.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
colheitas múltiplas, o período de florescimento e frutificação pode se esten-
der por meses o que acarreta uma redução considerável no número de indiví-
duos da colméia, provocando má formação de frutos pela falta de polinização
no final do ciclo da cultura.
A produtividade estimada de maxixe em ambiente protegido, com
espaçamento de 0,5m entre plantas, se situa por volta de 1,4 kg/planta.
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 19
LEAL, F.R.; SANTOS, V.B.; SALVIANO, A.A.C. Sistemas de condução e
aplicação de cal extinta na cultura do maxixe. Horticultura Brasileira,
v. 18, p.542-543, 2000. Suplemento. /Apresentado no 40. Congresso
Brasileiro de Olericultura, São Pedro, 2000 - Resumo/
MAROTO, J.V. Horticultura: herbacea especial. Madrid: Grafo, 1994. 611p.
MARTINS, G. Cultivo em ambiente protegido: o desafio da plasticultura. In:
FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia mo-
derna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000.
p.135-153.
MARTINS, M.A.S. Maxixe (Cucumis anguria L.) e seu cultivo em São
Luís do Maranhão. São Luís: EMAPA, 1986 (Documento, 8).
MEEUSE, A.D.J. The possible origen of Cucumis anguria L. Blumea, v.4,
p.196-205, 1958.
MELO, A.M.T.; TRANI, P.S. Maxixe. In: FAHL, J.I.; CAMARGO, M.B.P.;
PIZZINATTO, M.A.; BETTI, J.A.; MELO,A.M.T.; DeMARIA, I.C.; FURLANI,
A.M.C. (Ed.). Instruções agrícolas para as principais culturas econô-
micas. Campinas: Instituto Agronômico, 1998. 393p. (IAC. Boletim Téc-
nico,200).
MODOLO, V.A. Tecnologia de produção de maxixe paulista (Cucumis
anguria L.). Piracicaba, 2002. 54p. Tese (Doutorado) - Escola Superior
de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo.
MODOLO, V.A.; COSTA, C.P. da. Caracterização e ponto de colheita em
maxixe. Horticultura Brasileira, v. 18, p. 476-478, 2000. Suplemento.
PAIVA, M.C. Produção de hortaliças em ambiente protegido. Cuiabá:
SEBRAE/MT, 1998. 78p. (Coleção Agroindústria, 18).
20 Série Produtor Rural no.
19
PAIVA, W.O. Parâmetros genéticos em maxixe sem espículos. Acta Ama-
zônica, v.24, n.1/2, p.3-8, 1994.
PIMENTEL, A.A.M.P. Olericultura no trópico úmido: hortaliças da Ama-
zônia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1985. 332p.
QUEIROZ, M.A. Potencial do germoplasma de cucurbitáceas no nordeste
brasileiro. Horticultura Brasileira, v.11, n.1, p.7-9, 1993.
RESENDE, G.M. Rendimento de cultivares de maxixe em função de épocas
de cultivo. Horticultura Brasileira, v.16, n.2, p.167-171, 1998.
ROBINSON, R.W.; DECKER-WALTERS, D.S. Cucurbits. New York: CAB
International, 1997. 225p.
YOKOYAMA, S.; SILVA JÚNIOR, A.A. Maxixe: uma hortaliça pouco conhe-
cida. Agropecuária Catarinense, v.1, n.3, p.12-13, 1988.
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo
Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Alface (Lactuca sativa)
Alface (Lactuca sativa)Alface (Lactuca sativa)
Alface (Lactuca sativa)éltoon yagami
 
Cultura da Mandioca
Cultura da MandiocaCultura da Mandioca
Cultura da MandiocaJoão Felix
 
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO Geagra UFG
 
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA Geagra UFG
 
Produção de Mandioca
Produção de MandiocaProdução de Mandioca
Produção de MandiocaÍtalo Arrais
 
Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja Geagra UFG
 
Cultura de feijão biotecnologia
Cultura de feijão biotecnologia Cultura de feijão biotecnologia
Cultura de feijão biotecnologia UNIVAG
 
Introdução à cultura e aspectos econômicos da soja
Introdução à cultura e aspectos econômicos da sojaIntrodução à cultura e aspectos econômicos da soja
Introdução à cultura e aspectos econômicos da sojaGeagra UFG
 
FENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIRO
FENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIROFENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIRO
FENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIROGeagra UFG
 
Cultivo do melão ykesaky terson
Cultivo do melão   ykesaky tersonCultivo do melão   ykesaky terson
Cultivo do melão ykesaky tersonYkesaky Terson
 
Plantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do AlgodoeiroPlantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do AlgodoeiroGeagra UFG
 

Mais procurados (20)

Alface (Lactuca sativa)
Alface (Lactuca sativa)Alface (Lactuca sativa)
Alface (Lactuca sativa)
 
Cultura da Mandioca.pptx
Cultura da Mandioca.pptxCultura da Mandioca.pptx
Cultura da Mandioca.pptx
 
Cultura da Mandioca
Cultura da MandiocaCultura da Mandioca
Cultura da Mandioca
 
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO
 
aulas de friticultura
aulas de friticulturaaulas de friticultura
aulas de friticultura
 
Sintomatologia Vegetal.Curso de LEAP.
Sintomatologia Vegetal.Curso de LEAP.Sintomatologia Vegetal.Curso de LEAP.
Sintomatologia Vegetal.Curso de LEAP.
 
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
 
Produção de Mandioca
Produção de MandiocaProdução de Mandioca
Produção de Mandioca
 
Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja
 
Implantação de um pomar
Implantação de um pomarImplantação de um pomar
Implantação de um pomar
 
Nutrição vegetal
Nutrição vegetalNutrição vegetal
Nutrição vegetal
 
Calagem e gessagem
Calagem e gessagemCalagem e gessagem
Calagem e gessagem
 
Hidroponia(1)
Hidroponia(1)Hidroponia(1)
Hidroponia(1)
 
Cultura de feijão biotecnologia
Cultura de feijão biotecnologia Cultura de feijão biotecnologia
Cultura de feijão biotecnologia
 
Introdução à cultura e aspectos econômicos da soja
Introdução à cultura e aspectos econômicos da sojaIntrodução à cultura e aspectos econômicos da soja
Introdução à cultura e aspectos econômicos da soja
 
Produção de Rosas
Produção de RosasProdução de Rosas
Produção de Rosas
 
FENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIRO
FENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIROFENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIRO
FENOLOGIA E FISIOLOGIA DO FEIJOEIRO
 
Doenças tomateiro
Doenças tomateiroDoenças tomateiro
Doenças tomateiro
 
Cultivo do melão ykesaky terson
Cultivo do melão   ykesaky tersonCultivo do melão   ykesaky terson
Cultivo do melão ykesaky terson
 
Plantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do AlgodoeiroPlantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
 

Semelhante a Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo

Semelhante a Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo (20)

Uso sustentável do Umbuzeiro
Uso sustentável do UmbuzeiroUso sustentável do Umbuzeiro
Uso sustentável do Umbuzeiro
 
Slides
SlidesSlides
Slides
 
Apresentação feijao paty e vinicius
Apresentação feijao   paty e viniciusApresentação feijao   paty e vinicius
Apresentação feijao paty e vinicius
 
Cana de açúcar!
Cana de açúcar!Cana de açúcar!
Cana de açúcar!
 
Apostila propagacao de arvores frutiferas
Apostila propagacao de arvores frutiferasApostila propagacao de arvores frutiferas
Apostila propagacao de arvores frutiferas
 
Cultivo asteraceae julio
Cultivo asteraceae julioCultivo asteraceae julio
Cultivo asteraceae julio
 
Cultivo da mandioca.
Cultivo da mandioca.Cultivo da mandioca.
Cultivo da mandioca.
 
GR junho2018
GR junho2018GR junho2018
GR junho2018
 
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativaAgroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
 
Mandioca no RS.
Mandioca no RS.Mandioca no RS.
Mandioca no RS.
 
CULTURA DO TRIGO.pptx
CULTURA DO TRIGO.pptxCULTURA DO TRIGO.pptx
CULTURA DO TRIGO.pptx
 
Cot002
Cot002Cot002
Cot002
 
Green Simple Healthy Lifestyle Presentation_20231002_175546_0000.pdf
Green Simple Healthy Lifestyle Presentation_20231002_175546_0000.pdfGreen Simple Healthy Lifestyle Presentation_20231002_175546_0000.pdf
Green Simple Healthy Lifestyle Presentation_20231002_175546_0000.pdf
 
Spd
SpdSpd
Spd
 
Calagem e Adubação do Pepino
Calagem e Adubação do PepinoCalagem e Adubação do Pepino
Calagem e Adubação do Pepino
 
Banco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalBanco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animal
 
Slide-Couve.pptx
Slide-Couve.pptxSlide-Couve.pptx
Slide-Couve.pptx
 
Slide Cultura do Algodao.pptx
Slide Cultura do Algodao.pptxSlide Cultura do Algodao.pptx
Slide Cultura do Algodao.pptx
 
Pimentão apresentação
Pimentão   apresentaçãoPimentão   apresentação
Pimentão apresentação
 
01 módulo manejo_da_cultura_algodão
01 módulo manejo_da_cultura_algodão01 módulo manejo_da_cultura_algodão
01 módulo manejo_da_cultura_algodão
 

Mais de pauloweimann

Mais e mais receitas
Mais e mais receitasMais e mais receitas
Mais e mais receitaspauloweimann
 
Receitobas sorvetes e outras
Receitobas sorvetes e outrasReceitobas sorvetes e outras
Receitobas sorvetes e outraspauloweimann
 
Ataque e defesa astral
Ataque e defesa astralAtaque e defesa astral
Ataque e defesa astralpauloweimann
 
Apocalipse para mosquitos moscas e afins
Apocalipse para mosquitos moscas e afinsApocalipse para mosquitos moscas e afins
Apocalipse para mosquitos moscas e afinspauloweimann
 
Acessando o hemisfério direito do cérebro lidia peychaux
Acessando o hemisfério direito do cérebro   lidia peychauxAcessando o hemisfério direito do cérebro   lidia peychaux
Acessando o hemisfério direito do cérebro lidia peychauxpauloweimann
 
A arca perdida da alianca tudor parfitt
A arca perdida da alianca   tudor parfittA arca perdida da alianca   tudor parfitt
A arca perdida da alianca tudor parfittpauloweimann
 
A abobada energetica k. h. scheer
A abobada energetica   k. h. scheerA abobada energetica   k. h. scheer
A abobada energetica k. h. scheerpauloweimann
 
666 o limiar do inferno - jay anson
666   o limiar do inferno - jay anson666   o limiar do inferno - jay anson
666 o limiar do inferno - jay ansonpauloweimann
 
50 chás-e-seus-benefícios
50 chás-e-seus-benefícios50 chás-e-seus-benefícios
50 chás-e-seus-benefíciospauloweimann
 
22 regras-de-ouro-para-adivinhos
22 regras-de-ouro-para-adivinhos22 regras-de-ouro-para-adivinhos
22 regras-de-ouro-para-adivinhospauloweimann
 
Receituxas variadas
Receituxas variadasReceituxas variadas
Receituxas variadaspauloweimann
 

Mais de pauloweimann (20)

Mais e mais receitas
Mais e mais receitasMais e mais receitas
Mais e mais receitas
 
Receitobas sorvetes e outras
Receitobas sorvetes e outrasReceitobas sorvetes e outras
Receitobas sorvetes e outras
 
900 piadas
900 piadas900 piadas
900 piadas
 
Rexetas
RexetasRexetas
Rexetas
 
Muitas receitas
Muitas receitasMuitas receitas
Muitas receitas
 
Ataque e defesa astral
Ataque e defesa astralAtaque e defesa astral
Ataque e defesa astral
 
As ervas de a a z
As ervas de a a zAs ervas de a a z
As ervas de a a z
 
Apocalipse para mosquitos moscas e afins
Apocalipse para mosquitos moscas e afinsApocalipse para mosquitos moscas e afins
Apocalipse para mosquitos moscas e afins
 
Acessando o hemisfério direito do cérebro lidia peychaux
Acessando o hemisfério direito do cérebro   lidia peychauxAcessando o hemisfério direito do cérebro   lidia peychaux
Acessando o hemisfério direito do cérebro lidia peychaux
 
A arca perdida da alianca tudor parfitt
A arca perdida da alianca   tudor parfittA arca perdida da alianca   tudor parfitt
A arca perdida da alianca tudor parfitt
 
A abobada energetica k. h. scheer
A abobada energetica   k. h. scheerA abobada energetica   k. h. scheer
A abobada energetica k. h. scheer
 
666 o limiar do inferno - jay anson
666   o limiar do inferno - jay anson666   o limiar do inferno - jay anson
666 o limiar do inferno - jay anson
 
50 chás-e-seus-benefícios
50 chás-e-seus-benefícios50 chás-e-seus-benefícios
50 chás-e-seus-benefícios
 
22 regras-de-ouro-para-adivinhos
22 regras-de-ouro-para-adivinhos22 regras-de-ouro-para-adivinhos
22 regras-de-ouro-para-adivinhos
 
Receltas
ReceltasReceltas
Receltas
 
Receituxas
ReceituxasReceituxas
Receituxas
 
Receituxas variadas
Receituxas variadasReceituxas variadas
Receituxas variadas
 
Receitouxas
ReceitouxasReceitouxas
Receitouxas
 
Receitoukas
ReceitoukasReceitoukas
Receitoukas
 
Receitolas
ReceitolasReceitolas
Receitolas
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 

Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo

  • 1.
  • 2.
  • 3. Valéria Aparecida Modolo Cyro Paulino da Costa ISSN 1414-4530 Universidade de São Paulo - USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ Divisão de Biblioteca e Documentação - DIBD Piracicaba 2003 Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo Série Produtor Rural – nº 19
  • 4. Série Produtor Rural, nº 19 Divisão de Biblioteca e Documentação - DIBD Av. Pádua Dias, 11 – Caixa Postal 9 Cep: 13418-900 - Piracicaba - SP e-mail: biblio@esalq.usp.br http://dibd.esalq.usp.br Revisão e Edição: Eliana Maria Garcia Editoração Eletrônica: Serviço de Produções Gráficas - USP/ESALQ Tiragem: 300 exemplares Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Divisão de Biblioteca e Documentação - ESALQ/USP Maxixe : uma hortaliça de tripla forma de consumo / Valéria Aparecida Modolo e Cyro Paulino da Costa. - - Piracicaba : ESALQ – Divisão de Biblioteca e Documentação, 2003. 20 p. : il. (Série Produtor Rural, nº19) Bibliografia 1. Maxixe II. Costa, C.P. de II. Titulo III. Série Modolo, Valéria Aparecida CDD 635.63
  • 5. 1 Dra. em Fitotecnia - ESALQ/USP 2 Prof. Titular - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo Série Produtor Rural – nº 19 Piracicaba 2003 Valéria Aparecida Modolo 1 Cyro Paulino da Costa 2
  • 6.
  • 7. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................7 2 HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO...........................................................7 3 BOTÂNICA E CULTIVARES..................................................................8 4 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS...................................................................9 5 ADUBAÇÃO E PREPARO DO SOLO....................................................9 6 INSTALAÇÃO DACULTURA..................................................................10 6.1 Semeadura Direta x Produção de Mudas.................................................10 6.2 Transplante de Mudas e Desbaste de Plantas..........................................11 7 CONDUÇÃO DAS PLANTAS...................................................................11 7.1 Sistemas de Condução.....................................................................11 7.2 Podas.............................................................................................15 8 TRATOS FITOSSANITÁRIOS.................................................................15 9 COLHEITA, PRODUTIVIDADE E COMERCIALIZAÇÃO.........................15 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CULTIVO EM AMBIENTE PROTEGIDO...............................................................................................17 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...............................................................18
  • 8. 6 Série Produtor Rural no. 19
  • 9. Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 7 Inicialmente foi considerado nativo das Américas, porém o maxixe teve sua origem na África, sendo considerado um mutante não-amargo da espé- cie selvagem africana Cucumis longipes Hook. No Brasil, foi provavelmente introduzido há cerca de 300 anos, por ocasião do tráfico de escravos africanos. Sendo assim, a maior área de pro- dução desta olerácea ocorre nas regiões brasileiras de forte influência da cultura africana, como o norte, nordeste e sudeste do país. Quanto a classificação, o maxixe pertence à família Cucurbitaceae onde há cerca de 30 espécies pertencentes a nove gêneros, muitas das quais são utilizadas como alimento. Dentre os gêneros, destacam-se Cucurbita e Cucumis, ambos polimórficos e amplamente cultivado nos países desenvolvi- dos. Atualmente, apenas três espécies do gênero Cucumis são cultivadas em grande escala. O pepino (Cucumis sativus) e o melão (Cucumis melo) apresentam grande valor comercial sendo ambos cosmopolitas. Já o maxixe (Cucumis anguria) é utilizado como alimento em menor escala em algumas regiões do Brasil, no oeste da Índia e no Caribe. Pouco cultivado no centro-sul do Brasil, o maxixe (Cucumis anguria L.) ocupa posição de destaque no Norte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. No Nordeste esta hortaliça constitui-se numa das mais populares jun- tamente com a batata-doce, o inhame, o quiabo e a abóbora e faz parte da sua tradição culinária. O consumo ocorre na forma de "maxixada", que con- siste no uso de frutos parcialmente imaturos cozidos com outros ingredien- tes. Embora não seja habitual, esta hortaliça também pode ser consumida in natura na forma de salada e sua maior potencialidade seria para o segmento de consumo em conserva na forma de picles. É alimento basicamente energético sendo uma fonte valiosa de vitaminas e sais minerais e possui alto teor de zinco, elemento que se perde com o cozimento. 1 INTRODUÇÃO 2 HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO
  • 10. 8 Série Produtor Rural no. 19 a b A planta de maxixe é monóica, anual como o pepino, com hábito de crescimento indeterminado e prostrado. Com relação ao aspecto vegetativo, esta espécie apresenta folhas lobuladas, em contraste com as folhas não lobuladas típicas de pepino e melão. Os frutos apresentam grande variabilida- de quanto ao formato, presença e ausência de espículos e sabor amargo (Figura 1). 3 BOTÂNICA E CULTIVARES As populações brasileiras de maxixeiro se caracterizam pela produ- ção de frutos sem amargor, mas com grandes variações quanto a espiculosidade e ao tamanho do fruto. Encontra-se no mercado duas cultiva- res de maxixe, uma com frutos de espículos carnosos e outra com frutos lisos.Amassa média do fruto varia de 14,57 a 45,70g dependendo da cultivar, da época de plantio e da região produtora. No comércio são três as varieda- des mais acessíveis: Comum, do Norte e West Indian Gherkin. Maxixe Paulista é um novo tipo de maxixe desenvolvido na ESALQ/ USP, derivado originalmente do cruzamento de Cucumis anguria x Cucumis longipes, com características distintas de fruto e folhas. Seus frutos apre- sentam massa média acima de 70g e ausência de espiculosidade e suas folhas são não lobuladas, semelhante às de pepino (Figura 2). Esta cultura apresenta alto potencial para o consumo na forma de salada ou no segmento Figura 1 - Frutos (a) e plantas (b) de maxixe comum.
  • 11. Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 9 O maxixeiro adapta-se a quase todos os tipos de solo, preferindo, porém aqueles profundos, leves e areno-argilosos, com pH de 5,5 a 6,5. Se necessário aplicar calcário para elevar o índice de saturação por bases a 80%. A adubação orgânica deve ser feita com 30 dias de antecedência, apli- cando de 3 a 4 t/ha de esterco de galinha ou de 5 a 15 t/ha de esterco de curral, ambos curtidos. Para adubação de plantio aplicar 40 kg/ha de nitrogê- nio, 150 a 300 kg/ha de P2 O5 e 60 a 120 kg/ha de K2 O. Na adubação de cobertura pode-se aplicar de 40 a 60 kg/ha de N e 40 a 60 kg/ha de K2 O. Bons resultados também têm sido obtidos com o uso de fertirrigação com base na recomendação para a cultura do pepino, conforme tabela 1. Figura 2 - Frutos (a) e plantas (b) de maxixe Paulista. 4 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS É uma espécie de clima quente, suportando temperatura e pluviosidade elevada. Em São Paulo é semeado de setembro a fevereiro e em regiões onde a temperatura se situa entre 20 e 27ºC, pode ser cultivado o ano inteiro. 5 ADUBAÇÃO E PREPARO DO SOLO de consumo em conserva, na forma de picles. Pode ser consumida ainda imatura como uma alternativa da cultura de pepino, ou cozida, como alterna- tiva de abobrinha. a b
  • 12. 10 Série Produtor Rural no. 19 6.1 Semeadura Direta x Produção de Mudas Em cultivos convencionais a propagação, na maioria das vezes, é feita por sementes diretamente semeadas nas covas ou em sulcos, a uma profun- didade de 2 a 3 cm, gastando-se de 3 a 5 sementes/cova. Devido a algumas sementes de maxixe apresentarem problemas de dormência, a germinação pode ser desuniforme e demorada. 6 INSTALAÇÃO DA CULTURA Tabela 1. Cronograma de adubação para fertirrigação. 1 - 15 Estabelecimento 13-40-13 0,3 16 - 30 Crescimento 15-05-15 0,2 Nitrato de cálcio 0,1 Nitrato de magnésio líquido 0,15 31 - 45 Até o primeiro fruto 15-05-30 0,3 Nitrato de cálcio 0,2 Nitrato de magnésio líquido 0,15 46 - 60 Produção 06-12-06 0,4 Nitrato de cálcio 0,3 12-12-36 0,9 Período (dias) Estádio da planta Adubo (N-P-K) Dose (g/L)
  • 13. Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 11 6.2 Transplante de Mudas e Desbaste de Plantas Normalmente o transplante das mudas é efetuado em covas espaça- das de 1,0 a 1,5 m na linha e 1,5 a 2,0 entre linhas. O cultivo também pode ser feito em canteiros de 1,20m de largura, respeitando-se o espaçamento de 1,5 a 2,0 m entre plantas. Quando é feita a semeadura direta no campo, após a emergência, quando as plantas atingirem de 3 - 4 folhas verdadeiras, faz-se o desbaste deixando-se 1 ou 2 plantas/cova. 7.1 Sistemas de Condução Devido ao hábito de crescimento prostrado à condução da planta pode ser de forma rasteira ou tutorada. No cultivo rasteiro algumas técnicas de cultivo podem ser empregadas para promover aumento de produtividade e melhoria de qualidade do fruto. Dentre estas técnicas pode-se destacar o uso de canteiros cobertos com polietileno, manta de não tecido ou cobertura morta (Figura 3). 7 CONDUÇÃO DAS PLANTAS A produção de mudas pode ser uma alternativa quando as sementes de uma determinada espécie ou variedade são menos vigorosas e necessi- tam de maiores cuidados na fase de germinação e emergência. Para a cultura do maxixe bons resultados têm sido obtidos utilizando a bandeja de 128 células e substratos recomendados para a cultura de pepino. Devido aos problemas de dormência também é recomendável a cobertura das bandejas com plástico preto para apressar e uniformizar a germinação. Em ambiente protegido, o tempo de produção das mudas se situa em torno de 22 a 28 dias, dependendo da época de semeadura.
  • 14. 12 Série Produtor Rural no. 19 Os efeitos da cobertura de canteiros para as diversas hortaliças são praticamente os mesmos: influencia o metabolismo das plantas, acelerando sua absorção radicular de água e nutrientes; protege o solo da erosão causa- da pelo excesso de água de irrigação ou de chuva; aumenta a temperatura do solo nos primeiros 10 cm de profundidade, favorecendo o desenvolvimento da planta; aumenta o teor de umidade do solo na região radicular; controla algu- mas espécies de plantas daninhas; aumenta a produção dos cultivos além de melhorar a qualidade dos produtos obtidos. Nem sempre esses efeitos são simultâneos e, na sua maioria, existem interações entre prática olerícola e reação no desenvolvimento da hortaliça. Na cultura do maxixe, Leal et al. (2000) verificaram aumento de 20 % da produtividade da cultura quando se utilizou palha de palmeira como cobertura de canteiros. Modolo & Costa (2001), utilizando cobertura de canteiros com polietileno preto e fertirrigação por gotejamento obtiveram produtividade estimada de 50 t/ha. Além de melhoria Figura 3 - Condução rasteira de maxixe em manta de não tecido (a), bagacilho de cana-de- açúcar (b) e polietileno preto (c).
  • 15. Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 13 Os sistemas de tutoramento mais utilizados são: a) Tutoramento com estacas ou varas de bambu: Consiste em colocar uma estaca ou vara com 2,20 a 2,50m de altura junto a cada planta, para nela amarrar a haste a medida que ela for crescendo. As esta- cas de duas fileiras paralelas cruzam-se a uma altura de cerca de 1,80m do solo, apoiando-se sobre um fio de arame esticado. Este sistema é também chamado de "cerca cruzada"; b) Tutoramento com cerca ou rede agrícola: consiste em colocar 6 a 7 fios de arame ou fitilhos de plástico horizontalmente, distanciados de 0,30m e no sentido da linha de plantio, com a finalidade de formar uma cerca onde as plantas serão fixadas com ajuda de suas gavinhas. Atualmente existem no mercado redes agrícolas, com malhas de tamanho definido, que são usadas da mesma forma que as cercas (Figura 4); na produtividade, a técnica melhora a qualidade do fruto, pois o retira do contato direto com o solo, melhorando sua aparência e diminuindo o apareci- mento de doenças. Outra técnica que pode ser adotada na cultura é o cultivo na forma tutorada como é feito na cultura do pepino. O tutoramento consiste em colocar um suporte ou tutor que tem por função auxiliar a condução vertical das plantas. Sua utilização promove melhor aproveitamento do espaço ocupado pelas plan- tas, obtenção de frutos de qualidade superior, além de diminuir a incidência de doenças pela ventilação mais eficiente. Na cultura do maxixe, o tutoramento promove diminuição de frutos com um defeito denominado de "barriga branca". Figura 4 - Detalhe da instalação da rede agrícola.
  • 16. 14 Série Produtor Rural no. 19 Figura 5 - Condução tutorada de maxixe paulista em fio de ráfia (a) e em rede agrícola (b). c) Tutoramento com fitilho: consiste em colocar um suporte rígido ou arame número 14, bem esticado e firme a 2,20 - 2,50m de altura do solo, no sentido da linha de plantio. Amarrar uma das pontas de um fitilho de ráfia ou nylon na haste da planta, logo abaixo da segunda ou terceira folha e a outra no arame e à medida que a planta for crescendo, enrola-se a haste no fitilho (Figura 5a). Torna-se importante ressaltar que devido a grande ramificação da cul- tura, o sistema que tem apresentado melhores resultados é o com cerca ou rede agrícola. A planta de maxixe possui forte supressão da dominância apical concentrando sua frutificação nas ramificações laterais. Como a rede agríco- la apresenta fios verticais e horizontais, as hastes secundárias e terciárias da planta ficam distribuídas ao longo da rede não deixando os frutos em contato com o solo (Figura 5b). a b
  • 17. Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 15 7.2 Podas A poda consiste na retirada de partes da planta para promover o cres- cimento de outras. Pretende-se com a poda favorecer o desenvolvimento de maior número de flores femininas, aumentando a produtividade, a precocida- de e qualidade dos frutos. A técnica também melhora o arejamento da cultu- ra, facilitando as pulverizações e o tutoramento. Na cultura do maxixe pode-se efetuar a poda na haste principal quando as hastes secundárias apresentarem cerca de 1,0 m. Isto favorecerá a brotação lateral que é onde se concentra a frutificação. Quanto à poda das hastes secundárias, a mesma efetuada no cultivo de pepino, não se recomenda para o cultivo de maxixe. A planta de maxixe, embora sendo do mesmo gênero que o pepino, não tem a mesma resposta ao protocolo de podas de hastes laterais. Há uma forte supressão da dominância apical e forte estímulo da brotação lateral na parte basal da plan- ta, tornando este tipo de poda trabalhosa e ineficaz. 8 TRATOS FITOSSANITÁRIOS As principais pragas são pulgão, vaquinha, minador da folha e lagarta- rosca. As doenças mais problemáticas são oídio, míldio, antracnose, man- cha angular, tombamento e vírus, sendo que até hoje não há produtos registrados para a cultura. A colheita inicia-se de 50 - 70 dias após a semeadura, prolongando-se por um período de três meses ou mais. O ponto de colheita depende da forma de utilização do maxixe. No consumo in natura, na forma de salada, ou em 9 COLHEITA, PRODUTIVIDADE E COMERCIALIZAÇÃO
  • 18. 16 Série Produtor Rural no. 19 a b c Figura 6 - Ponto de colheita dos frutos de maxixe comum (três inferiores) e paulista (três superiores), sendo (a) para consumo feito picles; (b) para consumo in natura e (c) para consumo tradicional. No cultivo convencional do maxixeiro, existem variações quanto à pro- dutividade dependendo da época e do local de cultivo. Na Amazônia, no perí- odo de menor pluviosidade, porém, com irrigação e espaçamento de 3,00 x 2,00m entre plantas, as cultivares maxixe liso e maxixe com espículos pro- duziram 110 e 165 frutos/cova, com massa média de 37 e 38g/fruto, respec- tivamente (Pimentel, 1985). No Maranhão, a produtividade média é de 16 t.ha-1 , porém, no período chuvoso, reduz para aproximadamente 8-10 t.ha-1 (Martins, 1986). Em São Paulo, a produtividade é de 12 t.ha-1 , sendo cultiva- conserva, como picles, os frutos devem ser colhidos antes que se complete a formação da semente. Para o consumo na forma tradicional, os frutos po- dem ser colhidos totalmente desenvolvidos, pois os mesmos serão cozidos com outros ingredientes (Figura 6). Para o maxixe comum, o ponto máximo de crescimento do fruto ocorre em torno do décimo primeiro e décimo segun- do dia após a antese. Para o maxixe Paulista este estágio de maturação ocorre aos vinte e cinco dias após a antese, dado que este apresenta uma formação lenta de sementes.
  • 19. Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 17 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CULTIVO EM AMBIENTE PROTEGIDO do preferencialmente de setembro a fevereiro (Melo & Trani, 1998). Filgueira (2000), considerando de uma maneira geral, relata que a produtividade da cultura do maxixe se situa em torno de 4 - 5 t.ha-1 . As culturas protegidas tornaram-se um sistema de produção muito difundido dentro da olericultura. A necessidade de fornecer produtos de boa qualidade durante todos os períodos do ano levou os produtores à construção de abrigos para a proteção das culturas das adversidades climáticas como vento, granizo, altas precipitações e temperaturas extremas. Essa atividade propicia o cultivo fora de época e em locais onde as condições climáticas são limitantes. Para culturas mais exigentes em temperatura, como é o caso do maxixe, a utilização de ambientes protegidos não restringe a época de plan- tio, uma vez que temperaturas mais altas podem ser obtidas mesmo em épocas ou regiões com temperaturas amenas. Para adequar o cultivo de maxixe em ambiente protegido algumas téc- nicas de manejo devem ser empregadas. A primeira diz respeito ao tutoramento. A rede facilita o tutoramento vertical e horizontal das hastes secundárias e terciárias, retirando os frutos do contato com o solo, melhoran- do sua qualidade e facilitando a colheita, além de promover um melhor apro- veitamento da área no interior da estrutura. Outra técnica a ser adotada diz respeito à polinização. O maxixeiro é uma planta alógama que necessita de polinização, principalmente por abe- lhas, para que haja o desenvolvimento do fruto. Em ambiente protegido, pode- se optar pela abertura das cortinas e/ou telados laterais nos horários propíci- os para permitir a entrada de abelhas externas, sem a necessidade de colo- cação de caixas no interior do ambiente protegido. Em alguns casos, a intro- dução de caixas com abelhas no interior do ambiente protegido pode ser feita, desde que a estrutura tenha laterais abertas. Trabalhos realizados por Modolo (2002) verificaram que no cultivo de maxixe, como são realizadas
  • 20. 18 Série Produtor Rural no. 19 BAIRD, J.R.; THIERET, J.W. The bur gherkin (Cucumis anguria var. anguria, Cucurbitaceae). Economic Botany, v.42, n.3, p.447-451, 1988. BRANDÃO FILHO, J.U.T.; CALLEGARI, O. Cultivo de hortaliças de frutos em ambiente protegido. Informe Agropecuário, v.20, n.200/201, p.64- 68, 1999. ESQUINAS-ALCAZAR, J.T.; GULICK, P.J. Genetic resources of cucurbitaceae. Rome: International Board for Plant Genetic Resources, 1983. 101p. FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moder- na na produção na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p. ILLESCAS, E.S.; VESPERINAS, E.S. Tratado de horticultura herbácea. 1. Hortalizas de flor e fruto. Barcelona: Aedos, 1989. 352p. KOCK, P.S.; COSTA, C.P. Herança de caracteres de planta e fruto em maxi- xe. Horticultura Brasileira, v.9, n.2, p.73-77, 1991. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA colheitas múltiplas, o período de florescimento e frutificação pode se esten- der por meses o que acarreta uma redução considerável no número de indiví- duos da colméia, provocando má formação de frutos pela falta de polinização no final do ciclo da cultura. A produtividade estimada de maxixe em ambiente protegido, com espaçamento de 0,5m entre plantas, se situa por volta de 1,4 kg/planta.
  • 21. Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo 19 LEAL, F.R.; SANTOS, V.B.; SALVIANO, A.A.C. Sistemas de condução e aplicação de cal extinta na cultura do maxixe. Horticultura Brasileira, v. 18, p.542-543, 2000. Suplemento. /Apresentado no 40. Congresso Brasileiro de Olericultura, São Pedro, 2000 - Resumo/ MAROTO, J.V. Horticultura: herbacea especial. Madrid: Grafo, 1994. 611p. MARTINS, G. Cultivo em ambiente protegido: o desafio da plasticultura. In: FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia mo- derna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. p.135-153. MARTINS, M.A.S. Maxixe (Cucumis anguria L.) e seu cultivo em São Luís do Maranhão. São Luís: EMAPA, 1986 (Documento, 8). MEEUSE, A.D.J. The possible origen of Cucumis anguria L. Blumea, v.4, p.196-205, 1958. MELO, A.M.T.; TRANI, P.S. Maxixe. In: FAHL, J.I.; CAMARGO, M.B.P.; PIZZINATTO, M.A.; BETTI, J.A.; MELO,A.M.T.; DeMARIA, I.C.; FURLANI, A.M.C. (Ed.). Instruções agrícolas para as principais culturas econô- micas. Campinas: Instituto Agronômico, 1998. 393p. (IAC. Boletim Téc- nico,200). MODOLO, V.A. Tecnologia de produção de maxixe paulista (Cucumis anguria L.). Piracicaba, 2002. 54p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo. MODOLO, V.A.; COSTA, C.P. da. Caracterização e ponto de colheita em maxixe. Horticultura Brasileira, v. 18, p. 476-478, 2000. Suplemento. PAIVA, M.C. Produção de hortaliças em ambiente protegido. Cuiabá: SEBRAE/MT, 1998. 78p. (Coleção Agroindústria, 18).
  • 22. 20 Série Produtor Rural no. 19 PAIVA, W.O. Parâmetros genéticos em maxixe sem espículos. Acta Ama- zônica, v.24, n.1/2, p.3-8, 1994. PIMENTEL, A.A.M.P. Olericultura no trópico úmido: hortaliças da Ama- zônia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1985. 332p. QUEIROZ, M.A. Potencial do germoplasma de cucurbitáceas no nordeste brasileiro. Horticultura Brasileira, v.11, n.1, p.7-9, 1993. RESENDE, G.M. Rendimento de cultivares de maxixe em função de épocas de cultivo. Horticultura Brasileira, v.16, n.2, p.167-171, 1998. ROBINSON, R.W.; DECKER-WALTERS, D.S. Cucurbits. New York: CAB International, 1997. 225p. YOKOYAMA, S.; SILVA JÚNIOR, A.A. Maxixe: uma hortaliça pouco conhe- cida. Agropecuária Catarinense, v.1, n.3, p.12-13, 1988.