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O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Barroco
Neoclássico
Romantismo
Realismo/Naturalismo
Renascimento
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
• Designa o movimento artístico e
intelectual que se iniciou no final do
século XVIII e se prolongou durante a
primeira metade do século XIX.
• Enquanto corrente estética e artística,
constituiu-se como uma reação contra
a razão e o classicismo.
• Valorizou a emoção, o indivíduo, a
subjetividade e a espontaneidade.
• Procurou a liberdade de expressão
dos sentimentos.
Eugène Delacroix, Hamlet, óleo s/tela, 1834.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O Romantismo
desenvolveu-se no
ambiente da Europa
revolucionária, onde
os ideais de liberdade
e de igualdade
dominavam a vida e
ação dos homens.
Eugène Delacroix, Liberdade Guiando o Povo, óleo s/tela, 1834.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O mundo do Homem romântico assumiu
um novo sentido.
A valorização da liberdade levou-o a
recusar todas as formas de absolutismo.
Defendeu a liberdade dos povos e os
nacionalismos, através da revolta contra
a opressão dos regimes autocráticos.
Eugène Delacroix, Grécia nas ruínas de Missolonghi,
óleo s/tela, 1826.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O movimento romântico
assumiu-se como uma rutura
com o neoclássico marcado pelo:
Eugène Delacroix, Grécia nas ruínas de Missolonghi,
óleo s/tela, 1826.
- gosto clássico;
- equilíbrio e harmonia;
- sentido de idealização;
- realismo das figuras.
Estes valores estéticos eram
considerados pela burguesia
como artificiais e sofisticados.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O Romantismo procurou:
Caspar David Friedrich, Caminhante sobre um mar de névoa,
1818.
- libertar-se das
convenções estéticas;
- a emoção e o sentimento;
- o individualismo.
Afastada do gosto aristocrático, a
burguesia procurou obras de fácil
entendimento, deligadas da
complexidade da mitologia
greco-romana e baseadas na
emoção e no sentimento.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O Romantismo associou-se aos
sentimentos de consciência nacional
e ao despertar das nacionalidades.
Os autores românticos apoiavam as
causas nacionais como movimentos
de libertação dos povos da tirania
dos impérios.
Eugène Delacroix, Grécia nas ruínas de Missolonghi,
óleo s/tela, 1826.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O gosto pela época medieval
mitificou as raízes da
nacionalidade e glorificou o
povo e os seus heróis.
O passado, a língua e os
costumes foram motivo de
inspiração.
A expressão nacional
alimentou o sentimento
romântico.
Ferdinand Leeke, Odin e Brunhilde, 1889.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O gosto pelo povo e pelo popular
assumiu-se como uma rutura.
O povo representava a virtude e a
preservação dos valores, a vontade
de luta pela independência e pela
liberdade.
Egide Charles Gustave Wappers,
Episódio da Revolução Belga, 1835.
O Romantismo expressou o
sentimento de identidade nacional.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
À razão opõe-se a emoção.
À objetividade a subjetividade.
À observação a imaginação.
Eugène Delacroix,
Autorretrato, 1837.
Exaltação do princípio da
liberdade, manifestada nas
sensações, nos sentimentos,
nas paixões e no compromisso
com a causa pela liberdade dos
povos oprimidos.
Na obra de arte, o artista
exprimia a sua interioridade de
forma livre e intensa, revelando
o seu cunho pessoal.
A obra de arte deixava de ser a
concretização de um ideal
estético para se tornar na obra
de um indivíduo com emoções
e convicções.
Conduzia à afirmação da figura
do herói: o revolucionário ou o
artista enquanto génio criativo.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Teve origem no movimento pré-romântico, Sturm und Drang
(Tempestade e ímpeto), iniciado na Alemanha entre 1770 e 1790.
Este movimento fez nascer o conceito de génio artístico:
- Indivíduo criador, inspirado pela sua vontade, liberto das convenções,
que se eleva através das suas obras.
As obras de arte expressaram a interioridade de forma apaixonada.
O indivíduo criador impôs a subjetividade.
O movimento Romântico irradiou da Alemanha para a Inglaterra e França,
onde, a partir de 1820, surgiu uma nova forma de encarar a arte.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Características do Romantismo:
• Valorização do sentimento, da espontaneidade
e da emoção.
• Surge a ideia de génio artístico que conduz ao
culto do Eu.
• Drama e expressividade da realidade.
• O herói romântico é um ser insatisfeito e
solitário que rompe com as normas morais e
sociais.
• Valorização da Natureza.
• Admiração pela Idade Média.
• Gosto pelo exotismo.
Byron encarna o herói romântico que atravessou a
Europa para combater na guerra da independência
da Grécia em 1824. Morreu em Missalonghi.
Henry Harlow, Byron, c. 1816.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O Romantismo rompeu com o Neoclassicismo,
na forma e nos temas.
Na forma, compreendeu contrastes cromáticos,
movimento, dinamismo e sensação de tensão.
As obras românticas centraram-se nas paisagens,
nos ambientes exóticos, nas lendas do Norte da
Europa e nas figuras dos heróis românticos.
Realçou a expressão dos sentimentos, o
misticismo e a valorização do individualismo.
Música: Rimski-Korsakov, Scheherazade – Suite Sinfónica, 1888.
Eugène Delacroix, As mulheres de Argel, 1834.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Nesta obra, uma figura feminina surge
como uma silhueta em contraluz ao
amanhecer. No horizonte, os primeiros
raios de luz erguem-se difusos,
delineando os contornos das montanhas.
De braços abertos, a figura surge em
comunhão com a natureza.
Tal como em muitas outras obras de
Carpar David Friedrich, a figura humana
é representada de costas voltadas para o
espetador.
Música: Richard Wagner, Idílio de Siegfried, 1870.
Caspar David Friedrich, Mulher contemplando a aurora, 1818-20.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Procura concretizar um espaço
universal, infinito, animado pela força
da natureza que acaba por se impor.
Retrata a natureza hostil como algo
que faz parte da vida.
A força do movimento provoca no
espetador angústia.
William Turner, Mar em tempestade com golfinhos, c. 1840.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Esta obra retrata a tragédia do naufrágio
de uma fragata francesa ao largo da costa
africana.
Aqui o herói é representado através dos
náufragos que tentam sobreviver. Neste
quadro encontram-se patentes os
elementos românticos: o desespero, a
morte, a catástrofe.
A obra encontra-se repleta de tensão, quer
pela composição com linhas e forças
contraposta, bem como pelo próprio tema.
Michelet viu nesta obra uma alegoria,
segundo a qual, após a queda de
Napoleão, a França se encontrava à deriva.
Música: Schubert, Quarteto para cordas, nº 14, A Morte e a Donzela, 1824.
Théodore Géricault, A jangada da Medusa, 1818-19.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Charles Barry e Augustus Pugin, Palácio de Westminster, 1840-68.
Numa época em que a industrialização começava a dominar a Europa, a Arquitetura do
período do Romantismo valorizou o trabalho humano, a espiritualidade e a identidade
da comunidade. O estilo neogótico assumiu-se como uma expressão destes valores.
Esta valorização do sentimento e da espiritualidade levou a que o estilo gótico aplicado
nas catedrais da Idade Média apenas às catedrais, agora surgisse com a sua morfologia
nos edifícios públicos.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
François Rude, A Marselhesa, 1833-36,
(relevo do Arco do Triunfo, Paris).
A escultura afastou-se dos esquemas de
composição do neoclassicismo.
Mais impetuosa, expressiva e com uma carga
simbólica bastante grande, o escultor romântico
emprestou às suas obras o sentimento e a
emoção próprios daquele período.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Franz Schubert
Ludwig van Beethoven
Robert Schumann
Frédéric François Chopin Franz Liszt
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Música: Richard Wagner,
Tannhäuser – Abertura, 1845.
Otto Knille, Vénus e Tannhäuser, 1873.
Richard Wagner
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Música: Verdi Nabucco
(Va, pensiero, sull´ali dorate), 1842.
Este tema da ópera Nabucco tornou-se um dos
símbolos do nacionalismo italiano. Ainda hoje é
cantado em cerimónias públicas e visto como um
segundo hino da nação.
Slogan Viva VERDI
Viva Vittorio Emanuele Re D'Italia
(Victor Emanuel, Rei da Itália).
Giuseppe Verdi
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Beethoven compondo ao piano.
• Destaque da figura do herói.
• Exaltação dos sentimentos.
• Valorização da Natureza.
• Expressão do idealismo humano.
• Exaltação dos nacionalismos.
• Valorização dos elementos populares.
• Exaltação da liberdade.
Música: Beethoven, Sonata para piano,
nº 21 (“Waldstein”), 1804.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Música: Beethoven, 3º Sinfonia,
I -Allegro con brio, 1803-1904.
A figura do herói ganha destaque durante o
Romantismo. O indivíduo que se eleva para
além das suas capacidades e que encontra
paralelo com o génio romântico do
compositor.
Exemplo deste espírito de heroísmo é a 3ª
sinfonia de Beethoven “Eroica”.
Henry Fuseli, Undine & Huldbrand, c. 1822.
Voltar
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Música: Franz Liszt, Concerto para Piano, nº 1, 1849.
O sentimento, a emoção, a liberdade de
comunicar as diferentes sensações
constituíram elementos essenciais do
Romantismo.
Alheada do mundo, a música exprimiu-se
livremente.
Através das suas sonoridades, evocava os
sentimentos mais íntimos do compositor
e transportava-os para o seu auditório.
Os mais puros sentimentos exprimiram-se
através do piano e da orquestra, que
permitia conferir à música maiores
subtilezas sonoras.
Henry Fuseli, O pesadelo, 1781.
Voltar
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Música: Beethoven, 6º Sinfonia,
I - Allegro ma non troppo – "Despertar
de sentimentos alegres diante da
chegada ao campo”, 1808.
Voltar
A 6ª Sinfonia de Beethoven, “A Pastoral”,
constituiu um exemplo da evocação rural
na música. Na partitura de 1826 estava
escrito: “Sinfonia pastoral ou recordação
da vida no campo”.
Para além de uma fonte de inspiração, a
natureza representava a força e a vida. O
compositor encontrava na natureza uma
forma de comunhão, um elemento de
refúgio, uma forma de afinidade.
Caspar David Friedrich, Riesengebirge, c. 1835.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Música: Excerto do Hino à Alegria, que faz parte do
último andamento da 9ª Sinfonia de Beethoven.
O poema foi escrito por Friedrich Schiller.
(…) Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza;
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de
Deus! (…)
O Homem procurou libertar-se de si
próprio. Livre das convenções sociais,
aspirando à genialidade do criador, era
no Homem que residiam todas as
esperanças num mundo melhor.
O compositor era um virtuoso, o génio
artístico que se superava no mundo,
transgredindo as regras e criando para
além dos limites até então estabelecidos.
A nova conceção da sociedade, da
política e do Homem levavam a que o
ideal humano fosse repensado.
Voltar
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
O nacionalismo influenciou a música
romântica.
O Requiem Alemão, de Johannes Brahms,
constitui um bom exemplo, pois compõe um
Requiem em alemão e não em latim, como
era usual. Além do mais, a tradução bíblica
de que se serve é a de Martinho Lutero.
Wagner, em O Anel do Nibelungo, recuperou
a mitologia teutónica. Além da valorização
da cultura alemã, procurou engrandecer as
raízes históricas e mitológicas do seu país.
Representação da tetralogia O anel do Nibelungo.
Música: Johannes Brahms,
Requiem Alemão, 1865-1868.
Música: Richard Wagner, A Valquíria,
Ato III – A cavalgada das Valquírias,
1854.
Johannes Brahms
Voltar
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Franz Liszt, através das 19 Rapsódias
Húngaras, valorizou a sua terra natal
através de melodias do folclore da Hungria.
O folclore começou a ser encarado como
uma forma espontânea da expressão
musical de um povo e, por isso, valorizado
pelos compositores românticos.
Música: Franz Liszt, Rapsódia Húngara, nº 2.
Caricatura de Franz Liszt
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O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Os compositores exprimem-se livremente.
Agora os artistas não pretendem agradar
ou compor para um público, mas antes
para transmitir as suas emoções e
sentimentos, procurando a inspiração
dentro de si próprios.
Não é mais o artista que se aproxima da
sua audiência, mas esta que tem de se
aproximar da elevação dos criadores.
Mitifica-se a figura do génio artístico
incompreendido que paira acima da
humanidade, mas que também luta por ela. Francisco de Goya, Três de maio de 1808, 1814.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Foi na primeira metade do século XIX que
se começaram a vislumbrar as primeiras
tendências românticas em Portugal.
Na literatura, destacaram-se Alexandre
Herculano e Almeida Garrett.
Almeida Garrett inaugura o Romantismo
em Portugal com o poema Camões.
Alexandre Herculano traz para Portugal o
romance histórico: O Bobo, Eurico, o
presbítero e O Monge de Cister.
Almeida Garrett e Alexandre Herculano.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
No domínio da pintura, a renovação
temática tomou lugar nas obras de
Vieira Portuense e Domingos
António Sequeira.
Foi, no entanto, com Tomás de
Anunciação e com Auguste
Roquemont que os valores estéticos
do Romantismo se afirmaram em
Portugal.
Através das suas obras retrataram a
cenas pitorescas da vida campestre
e os costumes portugueses.
Tomás da Anunciação, Vista da Amora, 1852.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Auguste Roquemont pintou o
quotidiano rural.
A procissão aqui representada
demonstra o interesse dos autores
românticos pelo popular,
afastando-se assim dos ambientes
aristocráticos e burgueses.
Auguste Roquemont, Procissão, 1852.
O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL
Na arquitetura, um dos monumentos mais emblemáticos é o Palácio da Pena,
em Sintra.
Pautado por elementos de revivalismo gótico, manuelino e mourisco.
Nesta profusão de estilos, evoca os castelos do norte da Europa.
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  • 1.
  • 2. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Barroco Neoclássico Romantismo Realismo/Naturalismo Renascimento
  • 3. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL • Designa o movimento artístico e intelectual que se iniciou no final do século XVIII e se prolongou durante a primeira metade do século XIX. • Enquanto corrente estética e artística, constituiu-se como uma reação contra a razão e o classicismo. • Valorizou a emoção, o indivíduo, a subjetividade e a espontaneidade. • Procurou a liberdade de expressão dos sentimentos. Eugène Delacroix, Hamlet, óleo s/tela, 1834.
  • 4. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O Romantismo desenvolveu-se no ambiente da Europa revolucionária, onde os ideais de liberdade e de igualdade dominavam a vida e ação dos homens. Eugène Delacroix, Liberdade Guiando o Povo, óleo s/tela, 1834.
  • 5. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O mundo do Homem romântico assumiu um novo sentido. A valorização da liberdade levou-o a recusar todas as formas de absolutismo. Defendeu a liberdade dos povos e os nacionalismos, através da revolta contra a opressão dos regimes autocráticos. Eugène Delacroix, Grécia nas ruínas de Missolonghi, óleo s/tela, 1826.
  • 6. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O movimento romântico assumiu-se como uma rutura com o neoclássico marcado pelo: Eugène Delacroix, Grécia nas ruínas de Missolonghi, óleo s/tela, 1826. - gosto clássico; - equilíbrio e harmonia; - sentido de idealização; - realismo das figuras. Estes valores estéticos eram considerados pela burguesia como artificiais e sofisticados.
  • 7. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O Romantismo procurou: Caspar David Friedrich, Caminhante sobre um mar de névoa, 1818. - libertar-se das convenções estéticas; - a emoção e o sentimento; - o individualismo. Afastada do gosto aristocrático, a burguesia procurou obras de fácil entendimento, deligadas da complexidade da mitologia greco-romana e baseadas na emoção e no sentimento.
  • 8. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O Romantismo associou-se aos sentimentos de consciência nacional e ao despertar das nacionalidades. Os autores românticos apoiavam as causas nacionais como movimentos de libertação dos povos da tirania dos impérios. Eugène Delacroix, Grécia nas ruínas de Missolonghi, óleo s/tela, 1826.
  • 9. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O gosto pela época medieval mitificou as raízes da nacionalidade e glorificou o povo e os seus heróis. O passado, a língua e os costumes foram motivo de inspiração. A expressão nacional alimentou o sentimento romântico. Ferdinand Leeke, Odin e Brunhilde, 1889.
  • 10. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O gosto pelo povo e pelo popular assumiu-se como uma rutura. O povo representava a virtude e a preservação dos valores, a vontade de luta pela independência e pela liberdade. Egide Charles Gustave Wappers, Episódio da Revolução Belga, 1835. O Romantismo expressou o sentimento de identidade nacional.
  • 11. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL À razão opõe-se a emoção. À objetividade a subjetividade. À observação a imaginação. Eugène Delacroix, Autorretrato, 1837. Exaltação do princípio da liberdade, manifestada nas sensações, nos sentimentos, nas paixões e no compromisso com a causa pela liberdade dos povos oprimidos. Na obra de arte, o artista exprimia a sua interioridade de forma livre e intensa, revelando o seu cunho pessoal. A obra de arte deixava de ser a concretização de um ideal estético para se tornar na obra de um indivíduo com emoções e convicções. Conduzia à afirmação da figura do herói: o revolucionário ou o artista enquanto génio criativo.
  • 12. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Teve origem no movimento pré-romântico, Sturm und Drang (Tempestade e ímpeto), iniciado na Alemanha entre 1770 e 1790. Este movimento fez nascer o conceito de génio artístico: - Indivíduo criador, inspirado pela sua vontade, liberto das convenções, que se eleva através das suas obras. As obras de arte expressaram a interioridade de forma apaixonada. O indivíduo criador impôs a subjetividade. O movimento Romântico irradiou da Alemanha para a Inglaterra e França, onde, a partir de 1820, surgiu uma nova forma de encarar a arte.
  • 13. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Características do Romantismo: • Valorização do sentimento, da espontaneidade e da emoção. • Surge a ideia de génio artístico que conduz ao culto do Eu. • Drama e expressividade da realidade. • O herói romântico é um ser insatisfeito e solitário que rompe com as normas morais e sociais. • Valorização da Natureza. • Admiração pela Idade Média. • Gosto pelo exotismo. Byron encarna o herói romântico que atravessou a Europa para combater na guerra da independência da Grécia em 1824. Morreu em Missalonghi. Henry Harlow, Byron, c. 1816.
  • 14. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O Romantismo rompeu com o Neoclassicismo, na forma e nos temas. Na forma, compreendeu contrastes cromáticos, movimento, dinamismo e sensação de tensão. As obras românticas centraram-se nas paisagens, nos ambientes exóticos, nas lendas do Norte da Europa e nas figuras dos heróis românticos. Realçou a expressão dos sentimentos, o misticismo e a valorização do individualismo. Música: Rimski-Korsakov, Scheherazade – Suite Sinfónica, 1888. Eugène Delacroix, As mulheres de Argel, 1834.
  • 15. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Nesta obra, uma figura feminina surge como uma silhueta em contraluz ao amanhecer. No horizonte, os primeiros raios de luz erguem-se difusos, delineando os contornos das montanhas. De braços abertos, a figura surge em comunhão com a natureza. Tal como em muitas outras obras de Carpar David Friedrich, a figura humana é representada de costas voltadas para o espetador. Música: Richard Wagner, Idílio de Siegfried, 1870. Caspar David Friedrich, Mulher contemplando a aurora, 1818-20.
  • 16. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Procura concretizar um espaço universal, infinito, animado pela força da natureza que acaba por se impor. Retrata a natureza hostil como algo que faz parte da vida. A força do movimento provoca no espetador angústia. William Turner, Mar em tempestade com golfinhos, c. 1840.
  • 17. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Esta obra retrata a tragédia do naufrágio de uma fragata francesa ao largo da costa africana. Aqui o herói é representado através dos náufragos que tentam sobreviver. Neste quadro encontram-se patentes os elementos românticos: o desespero, a morte, a catástrofe. A obra encontra-se repleta de tensão, quer pela composição com linhas e forças contraposta, bem como pelo próprio tema. Michelet viu nesta obra uma alegoria, segundo a qual, após a queda de Napoleão, a França se encontrava à deriva. Música: Schubert, Quarteto para cordas, nº 14, A Morte e a Donzela, 1824. Théodore Géricault, A jangada da Medusa, 1818-19.
  • 18. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Charles Barry e Augustus Pugin, Palácio de Westminster, 1840-68. Numa época em que a industrialização começava a dominar a Europa, a Arquitetura do período do Romantismo valorizou o trabalho humano, a espiritualidade e a identidade da comunidade. O estilo neogótico assumiu-se como uma expressão destes valores. Esta valorização do sentimento e da espiritualidade levou a que o estilo gótico aplicado nas catedrais da Idade Média apenas às catedrais, agora surgisse com a sua morfologia nos edifícios públicos.
  • 19. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL François Rude, A Marselhesa, 1833-36, (relevo do Arco do Triunfo, Paris). A escultura afastou-se dos esquemas de composição do neoclassicismo. Mais impetuosa, expressiva e com uma carga simbólica bastante grande, o escultor romântico emprestou às suas obras o sentimento e a emoção próprios daquele período.
  • 20. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Franz Schubert Ludwig van Beethoven Robert Schumann Frédéric François Chopin Franz Liszt
  • 21. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Música: Richard Wagner, Tannhäuser – Abertura, 1845. Otto Knille, Vénus e Tannhäuser, 1873. Richard Wagner
  • 22. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Música: Verdi Nabucco (Va, pensiero, sull´ali dorate), 1842. Este tema da ópera Nabucco tornou-se um dos símbolos do nacionalismo italiano. Ainda hoje é cantado em cerimónias públicas e visto como um segundo hino da nação. Slogan Viva VERDI Viva Vittorio Emanuele Re D'Italia (Victor Emanuel, Rei da Itália). Giuseppe Verdi
  • 23. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Beethoven compondo ao piano. • Destaque da figura do herói. • Exaltação dos sentimentos. • Valorização da Natureza. • Expressão do idealismo humano. • Exaltação dos nacionalismos. • Valorização dos elementos populares. • Exaltação da liberdade. Música: Beethoven, Sonata para piano, nº 21 (“Waldstein”), 1804.
  • 24. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Música: Beethoven, 3º Sinfonia, I -Allegro con brio, 1803-1904. A figura do herói ganha destaque durante o Romantismo. O indivíduo que se eleva para além das suas capacidades e que encontra paralelo com o génio romântico do compositor. Exemplo deste espírito de heroísmo é a 3ª sinfonia de Beethoven “Eroica”. Henry Fuseli, Undine & Huldbrand, c. 1822. Voltar
  • 25. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Música: Franz Liszt, Concerto para Piano, nº 1, 1849. O sentimento, a emoção, a liberdade de comunicar as diferentes sensações constituíram elementos essenciais do Romantismo. Alheada do mundo, a música exprimiu-se livremente. Através das suas sonoridades, evocava os sentimentos mais íntimos do compositor e transportava-os para o seu auditório. Os mais puros sentimentos exprimiram-se através do piano e da orquestra, que permitia conferir à música maiores subtilezas sonoras. Henry Fuseli, O pesadelo, 1781. Voltar
  • 26. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Música: Beethoven, 6º Sinfonia, I - Allegro ma non troppo – "Despertar de sentimentos alegres diante da chegada ao campo”, 1808. Voltar A 6ª Sinfonia de Beethoven, “A Pastoral”, constituiu um exemplo da evocação rural na música. Na partitura de 1826 estava escrito: “Sinfonia pastoral ou recordação da vida no campo”. Para além de uma fonte de inspiração, a natureza representava a força e a vida. O compositor encontrava na natureza uma forma de comunhão, um elemento de refúgio, uma forma de afinidade. Caspar David Friedrich, Riesengebirge, c. 1835.
  • 27. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Música: Excerto do Hino à Alegria, que faz parte do último andamento da 9ª Sinfonia de Beethoven. O poema foi escrito por Friedrich Schiller. (…) Alegria bebem todos os seres No seio da Natureza; Todos os bons, todos os maus, Seguem seu rastro de rosas. Ela nos deu beijos e vinho e Um amigo leal até a morte; Deu força para a vida aos mais humildes E ao querubim que se ergue diante de Deus! (…) O Homem procurou libertar-se de si próprio. Livre das convenções sociais, aspirando à genialidade do criador, era no Homem que residiam todas as esperanças num mundo melhor. O compositor era um virtuoso, o génio artístico que se superava no mundo, transgredindo as regras e criando para além dos limites até então estabelecidos. A nova conceção da sociedade, da política e do Homem levavam a que o ideal humano fosse repensado. Voltar
  • 28. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL O nacionalismo influenciou a música romântica. O Requiem Alemão, de Johannes Brahms, constitui um bom exemplo, pois compõe um Requiem em alemão e não em latim, como era usual. Além do mais, a tradução bíblica de que se serve é a de Martinho Lutero. Wagner, em O Anel do Nibelungo, recuperou a mitologia teutónica. Além da valorização da cultura alemã, procurou engrandecer as raízes históricas e mitológicas do seu país. Representação da tetralogia O anel do Nibelungo. Música: Johannes Brahms, Requiem Alemão, 1865-1868. Música: Richard Wagner, A Valquíria, Ato III – A cavalgada das Valquírias, 1854. Johannes Brahms Voltar
  • 29. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Franz Liszt, através das 19 Rapsódias Húngaras, valorizou a sua terra natal através de melodias do folclore da Hungria. O folclore começou a ser encarado como uma forma espontânea da expressão musical de um povo e, por isso, valorizado pelos compositores românticos. Música: Franz Liszt, Rapsódia Húngara, nº 2. Caricatura de Franz Liszt Voltar
  • 30. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Os compositores exprimem-se livremente. Agora os artistas não pretendem agradar ou compor para um público, mas antes para transmitir as suas emoções e sentimentos, procurando a inspiração dentro de si próprios. Não é mais o artista que se aproxima da sua audiência, mas esta que tem de se aproximar da elevação dos criadores. Mitifica-se a figura do génio artístico incompreendido que paira acima da humanidade, mas que também luta por ela. Francisco de Goya, Três de maio de 1808, 1814.
  • 31. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Foi na primeira metade do século XIX que se começaram a vislumbrar as primeiras tendências românticas em Portugal. Na literatura, destacaram-se Alexandre Herculano e Almeida Garrett. Almeida Garrett inaugura o Romantismo em Portugal com o poema Camões. Alexandre Herculano traz para Portugal o romance histórico: O Bobo, Eurico, o presbítero e O Monge de Cister. Almeida Garrett e Alexandre Herculano.
  • 32. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL No domínio da pintura, a renovação temática tomou lugar nas obras de Vieira Portuense e Domingos António Sequeira. Foi, no entanto, com Tomás de Anunciação e com Auguste Roquemont que os valores estéticos do Romantismo se afirmaram em Portugal. Através das suas obras retrataram a cenas pitorescas da vida campestre e os costumes portugueses. Tomás da Anunciação, Vista da Amora, 1852.
  • 33. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Auguste Roquemont pintou o quotidiano rural. A procissão aqui representada demonstra o interesse dos autores românticos pelo popular, afastando-se assim dos ambientes aristocráticos e burgueses. Auguste Roquemont, Procissão, 1852.
  • 34. O ROMANTISMO, EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA LIBERAL Na arquitetura, um dos monumentos mais emblemáticos é o Palácio da Pena, em Sintra. Pautado por elementos de revivalismo gótico, manuelino e mourisco. Nesta profusão de estilos, evoca os castelos do norte da Europa. Palácio da Pena, 1840.