O documento discute diferentes tipos de necrose e gangrena de tecidos. Resume os principais tipos de necrose como necrose de coagulação, liquefação, fibrinoide e gangrenosa. Também discute as causas, sintomas e tratamentos da gangrena seca e úmida, além de mencionar outros tipos menos comuns. Por fim, aborda as úlceras vasculogênicas, especificamente as arteriais e neuropáticas, destacando seus fatores de risco e características.
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Necrose de tecidos: causas, tipos e tratamento
1. Necrose de Tecidos
Nelio dos S. Dinis
Licenciado Em Enfermagem
Enfermeiro Assistencial HCN – Med 1
2. Necrose
• Morte Irrevercivel de Celulas.
• Necrose (do grego νεκρός,
"morto", νέκρωσις, "morte,
processo que leva à morte"") é o
estado de morte de um tecido ou
parte dele em umorganismo vivo.
• A necrose é uma morte de um
grupo de células, ocorrendo a
perda da permeabilidade, possui
resposta inflamatória, células ficam
tumeficadas.
3. Mecanismos Necrose
• Agressão suficiente --‐> interrupção funções vitais como:
interrupção da produção De energia e sínteses Celulares --‐>
lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases --‐>
citosol --‐> avadas pelas altas concentrações de Ca++ --‐>
início digestão celular (Autólise).
4. Causas de necrose
• Agentes Agressores produzem necrose por:
1. Redução de energia: por obstrução vascular (isquemia, anóxia);
inibição processos respiratórios;
2. Produção de radicais livres;
3. Ações diretas sobre as enzimas (agentes químicos e toxinas);.
4. Agressão direta a membrana citoplasmá0ca (formações de canais
hidroElicos)
5. Tipos de necrose que existem
• Necrose de coagulação ou isquêmica: ocorre devido a
uma hipóxia ou isquemia em qualquer tecido.
• Necrose de liquefação: devido à infecção por agentes
biológicos ou por isquemia ou hipóxia no tecido cerebral.
A lesão e morte celular são causadas por toxinas produzidas
pelos micro-organismos infecciosos ou por processo
inflamatório.
• Necrose fibrinoide: o tecido necrosado adquire um aspecto
róseo e vítreo, semelhante à fibrina. Ocorre em algumas
doenças autoimunes e na hipertensão arterial maligna.
6. Tipos de necrose que existem
• Necrose gangrenosa: um tipo
de necrose de coagulação que acomete principalmente as
extremidades de membros que perderam o suprimento
sanguíneo, gerando gangrena, isto é,
uma necrose seguida de invasão bacteriana e putrefação
tecidual.
• Necrose gordurosa: ocorre quando há o extravasamento
de enzimas lipolíticas para o tecido adiposo, o que leva
à liquefação dele. É o tipo de necrose que ocorre
nas pancreatites agudas.
7. • Necrose de tecidos pós cirurgias
• Necroses de tecidos podem acontecer após
procedimentos cirúrgicos.
• Apesar de rara a ocorrência, é possível que a
ausência de suprimento sanguíneo possa
acontecer por motivos iatrogênicos ou por
condição clínica da paciente e próprias do
procedimento, como edemas, falta de cuidados
do paciente, não aderência ao tratamento,
hematomas, infecções entre outras.
Tipos de necrose que existem
9. Gangrena
• Gangrena é uma complicação de uma
necrose isquémica (falta de suprimento
sanguineo, e consequente falta de oxigénio)
das extremidades (braço, mão, perna, pé), e
seguida de invasão bacteriana e
putrefação.
• Clostridium perfringens é a espécie mais
comum e envolvida na gangrena, mas outros
clostrídios e várias outras bactérias também
podem crescer nos ferimentos ou em
qualquer parte do corpo que tenha sua
circulação interferida ou impedida
10. Factores de Risco
– Obesidade
– Cirurgia ou trauma recente
– Pessoas com imunodeficiência
– Diabetes mal controlada de longa data
– tabagismo
– Tomar muitas medicações anticoagulantes
11. Sintomas de Gangrena
• Quando a gangrena afeta a sua pele, os sinais e sintomas
podem incluir:
– Alterações na cor da pele, ela fica mais pálida, azulada, preta,
amarelada ou avermelhada, dependendo do tom original
– Uma linha clara de separação entre a pele saudável e a com
gangrena
– Dor severa seguida de uma sensação de dormência e até
mesmo ausência de sensibilidade no local
– Odor fétido e feridas.
• Se a gangrena está afetando os tecidos internos do corpo,
os sintomas são:
– O tecido afetado fica inchado e muito dolorido
– Febre.
12. Tipos de Gangrena
• Os dois tipos mais comuns de gangrena são:
– Gangrena Seca
– Gangrena Húmida
13. Gangrena Seca
• Geralmente é causada por uma condição de saúde
em que há interrupção do fluxo de sangue para
certas partes do corpo, mais comummente os dedos
e pés.
ocorre sem decomposição bacteriana subsequente em
que os tecidos ressecam e atrofiam
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15. Condições associadas:
• Diabetes tipo 1 e tipo 2 - Níveis elevados de açúcar no sangue
associados a esta condição pode danificar os vasos sanguíneos
• Aterosclerose - As artérias estreitam e ficam obstruídas com uma
substância gordurosa conhecida como placa (fatores de risco
para aterosclerose incluem fumar e ter níveis elevados de
colesterol)
• Doença Arterial Periférica - Uma acumulação de depósitos de
gordura nas artérias restringe o fornecimento de sangue para os
músculos das pernas (pessoas com aterosclerose, diabetes e / ou
níveis elevados de colesterol podem desenvolver Doença Arterial
Periférica)
16. Gangrena Húmida
• Muitas vezes ocorre quando uma lesão grave, como
uma queimadura ou congelamento, fica infetado por
bactérias.
• O inchaço causado pela infeção pode bloquear o
fornecimento de sangue à área afetada, o que faz com
que a infeção pior.
• A gangrena húmida pode-se espalhar muito mais
rápido do que a gangrena seca e pode levar a mais
sintomas de risco de vida, tais como o choque séptico,
se não for tratada imediatamente.
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18. Outros tipos menos comuns de
gangrena incluem:
• Gangrena Gasosa – fermenta os hidratos de carbono no
tecido e produz gases (dióxido de carbono e hidrogénio).
Afecção dolorosa severa, aguda, na qual os músculos e os
tecidos subcutâneos se enchem de gás e com um
exsudado serossanguinolento;
• Gangrena Interna - Quando o fluxo de sangue a um
órgão interno, tal como a vesícula biliar, é bloqueado, o
que muitas vezes ocorre como uma complicação de uma
hérnia.
19. • G. Ofídica - transmitidas por animais ofídicos, como cobras
(peçonhentas ou não), pode levar a amputação.
• A gangrena de Fournier, também conhecida como fasceíte
necrosante, síndrome de Mellené ou síndrome de Fournier,
é caracterizada por uma infecção aguda dos tecidos moles
do períneo, com celulite necrotizante secundária
a germes anaeróbicos ou bacilos gram-negativos, ou ambos.
Outros tipos menos comuns de gangrena incluem:
20.
21. Exames Auxiliares
• Arteriogarma (radiografia especial para ver se há bloqueios nos vasos
sanguíneos)
• Exames de sangue (contagem de leucócitos pode ser alta)
• Tomografia computadorizada para examinar os órgãos internos
• Cultura de tecido ou fluído das feridas para identificar infecção bacteriana
• Exame do tecido sob o microscópio para observar a morte das células
• Cirurgia para encontrar e remover o tecido morto
• Raios x
22. Tratamento de Gangrena
• O tecido que foi danificado pela gangrena não pode ser salvo,
ele precisa ser removido cirurgicamente, mas alguns
tratamentos podem impedir que ela continue se espalhando.
Entre eles:
– Cirurgia para a remoção do tecido morto
– Antibióticos intravenosos
– Oxigenoterapia hiperbárica
24. Ulcera
• As feridas crônicas surgem associadas a doenças como
diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, hanseníase,
neoplasias, problemas neurológicos e outros.
• Apresentam diversos graus de comprometimento, a depender
do estado geral do paciente, sua doença e gravidade. Essas
feridas são consideradas complexas quando a cicatrização é
difícil e o processo prolongado.
25. Úlceras vasculogênicas
• são também conhecidas como úlceras de perna,
porque resultam do comprometimento do
sistema vascular que acomete as extremidades
inferiores (MMII).
• Podem surgir de forma espontânea ou traumática
e possuem tamanhos, formas e profundidades
variadas. Seja venosa, arterial ou neuropática,
apresentam fatores de risco semelhantes, porém
possuem características diversas.
26. Factores de Risco
• Fatores intrínsecos
– aponta os trombos, os êmbolos, as estenoses, as fístulas
arteriovenosas, o diabetes mellitus (DM), as dislipidemias
e a hipertensão arterial sistêmica (HAS).
• Factores extrínsecos
– a compressão, o traumatismo, a falta de exercícios físicos,
o alcoolismo e o tabagismo.
• Existem outros fatores que determinam maior
incidência de úlceras vasculogênicas, como
envelhecimento, obesidade, número de gestações e
hereditariedade.
27. Úlceras Arteriais
• Úlcera arterial – a arteriosclerose é uma das causas mais
frequentes deste tipo de úlcera vasculogênica. Apresenta
dor severa, que aumenta com a elevação dos MMII
(membros inferiores).
• Localiza-se preferencialmente na perna, calcanhar e
dorso dos pés. Tem como características bordas
regulares, base pálida e fria, com tendência à necrose.
28. Úlceras Arteriais
• No membro afetado, observam-se pulsos reduzidos ou
ausentes, cianose e ausência de pelos.
• São sinais de infecção nessas úlceras a hiperqueratose
(calosidade e pele áspera e endurecida devido ao excesso de
queratina), calor, dor e eritema (vermelhidão).
• Deve-se prevenir o aparecimento de úlceras arteriais,
controlando-se a hipertensão e o diabetes e evitando-se
traumatismos acidentais nas pernas. O posicionamento
adequado inclui a elevação da cabeceira da cama.
29. Úlceras Neuropáticas
• Úlcera neuropática – Têm como fator causal a
microangiopatia, que é consequente ao
diabetes mellitus.
• Nessa doença, ocorre uma variação constante
do nível de glicose no sangue, gerando lesões
nas paredes das artérias, produzindo isquemia
e morte celular, ocasionando as úlceras.
30. • A dor é ausente, devido à falta de sensibilidade protetora.
• Elas localizam-se preferencialmente na superfície plantar, nas áreas
de incidência de alta pressão.
• Caracterizam-se por exibir borda circular, área da úlcera quente e
rosada; podem ser superficiais ou profundas e também estar
infectadas, mas não são associadas a calosidades.
• Essas úlceras devem ser prevenidas através do controle rigoroso da
glicemia, inspeção e hidratação diária da planta dos pés, uso de
palmilhas e calçados adequados, verificação constante da
sensibilidade da área e proteção adequada dos pés durante as
atividades.
Úlceras Neuropáticas
31. “Quando eu abri mão do que era, eu me tornei
o que podia Ser”