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INSUFICIÊNCIA ARTERIAL DE
MEMBROS INFERIORES
Daniel Mendes Pinto
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Doença Arterial Obstrutiva Periférica
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• Acúmulo de lipídeos
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• Ruptura da placa
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Dieta inadequada Sexo
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CLAUDICAÇÃO
DOR EM REPOUSO
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ISQUEMIA
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Existem dois grupos de pacientes com DAOP
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• Quantidade de exercício que leva ao sintomas é variável
• A dor não desaparece ao repouso
Diagnóstico diferencial - Claudicação intermitente
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75 estabilizam ou
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5 – revascularização
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100 pacientes com
isquemia crítica
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A medida de pressão no tornozelo é essencial para definir o
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• Controle dos fatores de risco
• Controle da diabetes, dislipidemia, auxílio anti-tabagismo
• Anti-plaquetários
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• Controle metabólico
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• suspensão do hipoglicemiante
oral e troca por insulina
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• endovascular
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isquemia crítica
Sumário - DAOP
• Prevalência da DAOP está aumentando
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  • 1. INSUFICIÊNCIA ARTERIAL DE MEMBROS INFERIORES Daniel Mendes Pinto Angiologia e Cirurgia Vascular Outubro 2019
  • 2. Doença Arterial Obstrutiva Periférica OBJETIVOS • Identificar a DAOP • Quantificar a doença arterial periférica • Conhecer as indicações para revascularização do membro
  • 3. Doença Arterial Obstrutiva Periférica Coração Circulação Cerebral Circulação Periférica - Carótidas - Mesentérica - Renais - Membros
  • 4. DAOP (Doença Arterial Obstrutiva Periférica) Conceito Conjunto de alterações da função decorrentes das obstruções arteriais nos membros inferiores
  • 5. Doença Arterial Obstrutiva Periférica Kalbaugh, JAHA 2017
  • 6. Doença Arterial Obstrutiva Periférica Criqui MH, Circulation Research 2015 Homens Mulheres
  • 7. Fisiopatologia DAOP Mecanismo de obstrução das artérias • Acúmulo de lipídeos • Migração de células inflamatórias • Ativação das células inflamatórias e endoteliais • Proliferação e síntese de matriz • Formação da placa aterosclerótica • Ruptura da placa • Agregação plaquetária
  • 8. Fatores de risco para DAOP MODIFICÁVEIS NÃO MODIFICÁVEIS Tabagismo Diabetes Obesidade Hipertensão Sedentarismo Idade Dieta inadequada Sexo Estresse Raça ou etnia
  • 9. DAOP – Evolução em estágios CLAUDICAÇÃO DOR EM REPOUSO PERDA TECIDUAL ISQUEMIA CRÍTICA
  • 10. Existem dois grupos de pacientes com DAOP Claudicação Isquemia crítica
  • 12. Claudicação Intermitente Definição Dor ao andar referida em grupos musculares que ocorre devido a obstruções arteriais • depende do nível de obstrução arterial • mais comum: panturrilha (obstrução da artéria femoral superficial) • início: sensação de cansaço, fraqueza nas pernas • constrição, cãimbra, dor intensa • dor resolve rapidamente após parar de andar (em menos de 5 min)
  • 13. Claudicação Intermitente OBSTRUÇÃO AORTO-ILÍACA dor em glúteos/coxa impotência erétil OBSTRUÇÃO FÊMORO-POPLÍTEA dor em panturrilha OBSTRUÇÃO INFRA-POPLÍTEA dor nos pés
  • 14. Diagnóstico diferencial - Claudicação intermitente Osteoartrite do quadril ou do joelho • Prevalência: comum • Dor à deambulação • Quantidade de exercício que leva ao sintomas é variável • A dor não desaparece ao repouso
  • 15. Diagnóstico diferencial - Claudicação intermitente Compressão neuroespinhal • Prevalência: comum • Dor à deambulação ou ao ortostatismo • Dor difusa em todo o membro • Não é aliviada quando para de andar • Só melhora quando o paciente evita a posição álgica • Fraqueza nas pernas, parestesias
  • 16. 100 pacientes com claudicação intermitente Destino do paciente claudicante (5 anos) TASC, JVS 31(1),2000 75 estabilizam ou melhoram claudicação 25 pioram claudicação 5 – revascularização 2 - amputação
  • 17. 100 pacientes com isquemia crítica Destino do paciente com isquemia crítica (1 ano) TASC, JVS 31(1),2000 45 vivos, com dois membros 30 amputados 25 óbitos
  • 18. Isquemia de membro é uma doença grave!
  • 19. DAOP
  • 20. Como identificar uma úlcera isquêmica?
  • 21. ÚLCERA ISQUÊMICA • 5% de todas as úlceras • 10% da população diabética • principal fator que leva a amputação
  • 22. Características da úlcera isquêmica ausência de tecido de granulação áreas de necrose
  • 23. Exame físico – lesões tróficas Gangrena seca Gangrena úmida
  • 24. Exame Físico – Palpação de Pulsos Carotídeo Axilar Braquial Radial Aórtico abdominal
  • 25. Exame Físico – Palpação de Pulsos Femoral Poplíteo Pedioso Tibial posterior Gradação dos pulsos Normal: 2x Reduzido: 1x Ausente: 0
  • 26. Medida da Pressão de Tornozelo com Doppler portátil • Mensuração da pressão em: • a. pediosa • a. tibial posterior • Índice tornozelo/braço • pressão tornozelo/ pressão braquial
  • 27. Índice tornozelo/braço Normal: 0,90 – 1,30 Claudicação: 0,50 Dor em repouso: 0,30 Lesão trófica: 0,20
  • 28. Medida do índice tornozelo/braço P braquial = 140x80 mmHg MID MIE a. pediosa 50 mmHg 140 mmHg a. tibial posterior 40 mmHg 100 mmHg índice tornozelo/braço 50/140 = 0,35 140/140 = 1,0 DOPPLER-FLUXOMETRIA Pé direito
  • 30. Exemplo Pulsos MID MIE Femoral 2x 2x Poplíteo 1x 2x Pedioso 0 2x Tibial posterior 0 2x Doppler portátil MID MIE A. pediosa 50 120 A. tibial posterior 60 120 ITB 0,50 1,0 Paciente masculino, 82 anos, diabético, não tabagista, com lesão em hálux há 4 meses PA braquial: 120x80 mmHg
  • 31. Exemplo Paciente masculino, 82 anos, diabético, não tabagista, com lesão em hálux há 4 meses
  • 32. Prognóstico- amputação abaixo do joelho Cicatrização completa 75% Óbito perioperat ório 10% Amputação acima do joelho 15% Mobilidade total 40% Óbito 30% Amputação acima do joelho 15% Amputação contralateral 15% Precoce Após 2 anos
  • 33. Pontos importantes! Diagnóstico da DAOP: 1. Anamnese - Sintomas, fatores de risco 2. Exame físico - Palpação de pulsos - Avaliação das lesões tróficas - Exame com Doppler portátil
  • 34. Pontos importantes! A medida de pressão no tornozelo é essencial para definir o prognóstico
  • 35. Doppler colorido arterial dos MMII (Duplex-scan) àFornece dados qualitativos e anatômicos
  • 36. Reabilitação física • Tratamento mais eficaz para claudicação • 20 estudos prospectivos randomizados publicados • Mecanismo • Melhora da taxa de extração de O2 pelas cels musculares • Limitações • Motivação • Cardiopatias, artroses
  • 37. Tratamento medicamentoso para DAOP • Controle dos fatores de risco • Controle da diabetes, dislipidemia, auxílio anti-tabagismo • Anti-plaquetários • Vasodilatadores
  • 38. Quais pacientes devem ser vascularizados? Claudicação incapacitante Isquemia crítica: • dor em repouso • perda tecidual
  • 39. Tratamento Cirúrgico da DAOP OBJETIVOS MELHORA FUNCIONALPRESERVAR O MEMBRO • redução da dor • melhora da capacidade de marcha • preservação da função do pé
  • 40. Doença Arterial Obstrutiva Periférica Tratamento endovascular 80%
  • 41. Isquemia Crítica – Tratamento ANGIOPLASTIA DISTAL DOS MMII
  • 42.
  • 43. Doença Arterial Obstrutiva Periférica Tratamento cirúrgico - bypass
  • 44. Doença Arterial Obstrutiva Periférica Tratamento cirúrgico - bypass
  • 45.
  • 46.
  • 48. Artéria poplítea à tibial posterior
  • 52. Salvamento do membro MANEJO MULTIDISCIPLINAR • Cuidados com as feridas • Controle da infecção nos pés • desbridamento precoce • antibioticoterapia específica • Controle metabólico • otimizar o controle glicêmico • suspensão do hipoglicemiante oral e troca por insulina • Revascularização • endovascular • cirurgia convencional • Reabilitação
  • 53. Prevenção da Doença Arterial Controle da diabetes Evitar tabagismo Identificar precocemente a isquemia crítica
  • 54. Sumário - DAOP • Prevalência da DAOP está aumentando • Fatores de risco principais são: diabetes, tabagismo e obesidade • Claudicação é a queixa mais comum. Tratamento principal é a reabilitação muscular. • Isquemia crítica é uma doença grave e ameaçadora ao membro. Importante identificar os estágios iniciais