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Agrupamento de Escolas de Ílhavo
Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes
Ano letivo 2012/2013
Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 1
Romantismo
Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades
Disciplina: História A
Professora: Fernanda Rodrigues
Agrupamento de Escolas de Ílhavo
Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes
Ano letivo 2012/2013
Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 2
Índice
Introdução ....................................................................................................... 3
Identificar as características do romantismo. .................................................. 4
Relacionar o nacionalismo romântico com o interesse pela idade média ....... 5
Distinguir os princípios estéticos do Romantismo nas artes plásticas, na
literatura e na música. ........................................................................................ 6
Exemplificar manifestações literárias e artísticas do Romantismo em
Portugal............................................................................................................ 11
Conclusão.............................................................................................................. 13
Bibliografia .............................................................................................................14
Agrupamento de Escolas de Ílhavo
Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes
Ano letivo 2012/2013
Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 3
Introdução
No âmbito da disciplina de História A, foi-nos proposta, pela Professora
Fernanda Rodrigues, a realização, em grupo, de um trabalho sobre o
Romantismo para avaliação formal – Domínio C.
O nosso trabalho será o resultado de várias pesquisas que abordam os
temas ―Uma revolução artística‖ e ―O Romantismo em Portugal‖ (5.2.2 e 5.3.3,
respectivamente, da Unidade 5 – O legado do Liberalismo na primeira metade
do século XIX, da segunda parte do manual ―O Tempo da História‖, do 11º
ano).
Este trabalho tem como por objectivo identificar as características do
Romantismo; relacionar o nacionalismo romântico com o interesse da Idade
Média; distinguir os princípios estéticos do romantismo nas artes plásticas, na
literatura e na música; e exemplificar manifestações literárias e artísticas do
romantismo em Portugal.
O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico, elaborado
pelo século das Luzes, que podemos definir como um estado de espírito. O seu
nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma
grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse
pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média.
O Romantismo é um movimento cultural do século XIX que exalta o
instinto e privilegia as emoções contra a razão, rejeitando a harmonia do ―bom
gosto‖ codificada pelo racionalismo neoclássico. Para além de um movimento
cultural, com manifestações na literatura, na pintura e na música, o
Romantismo foi um estado de espírito que fez de bandeira da liberdade e do
individualismo, pelo que se converteu na ideologia dos revolucionários liberais.
O Romantismo surgiu, no final do século XVIII, na Alemanha (Kleist, Schiller,
Beethoven, Goethe), a partir do movimento Sturm un Drang (Tempestade e
paixão). Desenvolveu-se, depois, na Inglaterra (Keats, Shelley, Byron, Walter
Scott) e, por volta de 1830, atingiu um ponto alto em França, com Victor Hugo.
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1. Identificar as características do romantismo.
 Nova concepção da imaginação poética;
 Nova concepção do universo;
 Nova maneira de conceber o «eu», devido à influência do
idealismo alemão, em especial de Fichte e de Kant;
 Valorização da metáfora e do símbolo;
 Profundo misticismo e ideia de que o mundo se aproxima
de um fim apocalíptico;
 Aparecimento de várias figuras de iluminados;
 Concepção da poesia como forma de vidência e grande
importância adquirida pelo SONHO como forma de
vidência e criação poética;
 Repúdio de todas as regras clássicas;
 Nostalgia do infinito;
 Aparecimento de figuras características: Prometeu, Satan,
Caim, D. Juan, Anthony. - o Homem Fatal;
 Aparecimento de temas de natureza sádica;
 Aparecimento do chamado «mal du siècle»;
 Evasão: no espaço e no tempo, de onde o exotismo e o
gosto pelas viagens;
 Gosto pela Idade Média.
No entanto, todas estas inspiradoras características, se podem sintetizar
nas duas que se seguem:
- O culto do eu: os séculos XVIII e XIX foram alvo de inúmeras
revoluções – ―revolução em cadeia‖. Assim, o romântico evita o racionalismo e
a harmonia. Ao contrário dos clássicos, o homem romântico sente a doce
volúpia no sofrimento e prefere registar as situações de dor, de melancolia e
ambientes de nebulosidade nórdica como o entardecer, o escurecer, a noite, as
florestas sombrias, as cavernas, as ruínas, os agouros, os sonhos, a morte.
Existe no romantismo, relativamente aos aspectos formais, uma subversão
completa de estilos, numa atitude de rebeldia, baseada numa independência
crítica – o génio criador não mais está amarrado às ―galés do classicismo‖.
- A exaltação da liberdade: Através da arte, esta corrente filosófica foi
capaz de exprimir o valor da liberdade, tanto social como política. Deste modo,
podemos dizer que o romantismo foi uma espécie de arma de combate pela
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liberdade. O romantismo português, por exemplo, não se pode dissociar da
Revolução Liberal de 1820, da derrota dos absolutistas e das reformas
institucionais.
2. Relacionar o nacionalismo romântico com o interesse pela idade
média.
O romantismo, por um lado, sempre se preocupou em defender as
minorias étnicas, tentando evitar que estas se submetessem aos estados de
carácter autoritário, por outro lado, sempre apoiou os movimentos de unificação
nacional. Assim, o interesse pela Idade Média torna-se evidente: é nesta época
que o romantismo encontra tudo o que julga perdido pelo racionalismo:
ingenuidade, pureza, lirismo, inocência, misticismo… Encontra ―um paraíso
perdido‖, recupera as tradições folclóricas (músicas, danças), a arte gótica, a
literatura (grandes obras de origem historiográfica) e legitima, deste modo, o
desejo de liberdade.
A Idade Média foi uma época que assistiu ao brotar da maioria das
nações, assim a defesa do princípio das nacionalidades alicerça-se, de certa
forma, nesta época, reivindicando a liberdade dos povos. A Idade Média
suscitou a busca pelo património cultural.
Em Portugal, autores como Garrett e Alexandre Herculano, conheciam
profundamente a idade média e reconstruiram o passado medieval com grande
entusiasmo, afeição e originalidade nas suas obras. Garrett em ―Romanceiro‖,
e Herculano em ―Lendas e narrativas‖, por exemplo.
Ferdinand Leek (Alemanha, 1859-1937), em a ―Canção dos Nibelungos‖,
que narra as aventuras do cavaleiro Siegfried na corte dos reis burgúndios; e
John Constable (Inglaterra, 1776-1837), na sua tela ―A Catededral de
Salisbury‖, que retrata a catedral gótica são exemplos de autores de outras
nações que expressaram, através da arte romântica, uma época designada
Idade Média, o desejo de conforto espiritual, de que tanto careciam.
Estátua de Almeida Garrett,
Avenida dos Aliados, Porto
Estátua de Alexandre Herculano, Avenida da
Liberdade, Lisboa
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3. Distinguir os princípios estéticos do Romantismo nas artes
plásticas, na literatura e na música.
A literatura romântica desenvolveu-se à margem das regras e dos
modelos clássicos, cultivou um romance sentimental, onde os sonhos e as
paixões dominam e se cultivam o pitoresco e o exótico. A literatura recusou a
métrica tradicional, as referências mitológicas e os processos eruditos da
retórica greco-romana. As primeiras obras românticas remontam ao século
XVIII e devem-se ao britânico James Macpherson, com a obra Poemas
d’Ossian, e ao alemão Goethe com a obra Os Sofrimentos do Jovem Werther.
Siegfried, by Ferdinand Leeke
Johann Wolfgang von Goethe
A catedral de Salisbury Vista do jardim do Bispo, de
John Constable, óleo sobre tela, 1824
James Macpherson
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A poesia romancista foi um dos géneros em que melhor se exprimiram
os suspiros e a revolta da alma romântica. Viu-se mais enriquecida no século
XIX, no qual se destacou exemplos tais como: Byron, Shelley , Keats, Heine,
Chateaubriand, e Lamartine.
O teatro sofreu uma verdadeira revolução com Vitor Hugo. O Hernani,
levado à cena em 1830, quebrou a distinção clássica entre a tragédia e a
comédia, inaugurando um novo género, o drama.
O romance, é considerado o género literário de eleição. Dentro deste
género, produziram-se grandes obras-primas, em que as tumultuosas vivências
sentimentais dos protagonistas se inserem, frequentemente, em tramas
históricas. Alguns exemplos dos maiores romancistas do século XIX são:
Walter Scott, Madame de Stael, George Sand e Alexandre Dumas (pai).
A pintura romântica também se opôs aos cânones racionalistas e à
frieza das formas clássicas: em lugar do desenho meticulosamente traçado, os
pintores românticos oferecem-nos um colorido quente e forte que tenta captar
as atmosferas.
ChateaubriandByron Shelley
Vitor HugoWalter Scott
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É por esta razão, que se baniram das telas românticas o frio cinzento,
pois da cor se esperava a ação, o dinamismo. O mesmo aconteceu com as
poses hieráticas dos quadros neoclássicos, que deram lugar a atitudes naturais
e expressivas, de força e movimento!
A natureza manifestou-se como uma grande fonte de inspiração para os
românticos.
A pintura “Os Massacres de Quios”, de Eugène Delacroix; e “a Jangada
do Medusa,” de Gericault, são pinturas românticas que nos transmitem uma
ideia de desespero e horror.
Na escultura, destaca-se François Rude,
cujo grupo escultórico de “a Marselhesa”
substitui a pureza das formas pela intensidade
emocional, numa cena de ação e movimento
intenso. A revalorização das tradições nacionais
e o sentido do exótico motivaram, na arquitetura,
os revivalismos históricos (neoárabe, neogótico,
neomanuelino, neobarroco). Numa síntese de
tendências apelidada de ecletismo (refere-se a
um movimento arquitectónico predominante
desde meados do século XIX até às primeiras décadas do século XX).
Eugène Delacroix
O ―Massacre de Quios‖ documenta um
episódio violento e cruel da guerra de
independência grega (1821-1830).
“a Jangada do Medusa”, óleo sobre tela, 1819
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Na música, o romantismo este sempre presente através da expressão e
da emoção subjectiva. A música romântica do século XIX foi muito influenciada
por temas literários ou artísticos, pelos cenários
naturais, particularmente campestres, que constituíam
contrapontos à paisagem urbana que irrompera com a
Revolução Industrial.
Na música, como reflexo de uma típica
propensão para os estados extremos, coexistiram a
expressão íntima e idílica (patente no desenvolvimento
da melodia) e a inclinação para o teatral e grandioso, a
culminar na expansão do sinfonismo (Brahms, Bruckner
e Mahler) e no apogeu da criação operática.
No domínio orquestral, diversificam-se os
instrumentos, alagam-se o número de executantes e
constroem-se salas mais aperfeiçoadas no domínio da
acústica. A exaltação do herói romântico surge, por
exemplo, em Beethoven na Sinfonia Heróica.
A poesia é uma fonte de inspiração para compositores como Schubert e
Schumann, que usam poemas de autores consagrados (Goethe e Heine). O
poema sinfónico constitui uma forma quase literária de música, bem
representado nas obras de Liszt, Strauss, Sibelius.
Beethoven
“a Marselhesa” (1835-1836), de
François Rude
“As casas do parlamento” (1840-1888), Charles Barry
(Londres)
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Os criadores românticos, em relação à música, inspiram-se ainda nos
elementos do folclore musical, reflectindo, muitas vezes, a herança nacional
das respectivas pátrias: Chopin (Polónia), Liszt (Hungria), Grieg (Noruega),
Sibelius (Finlândia), Tchaikoyski (Rússia).
Apoiando-se em temas de grandes criadores literários, como
Shakespeare, Walter Scott, Victor Hugo, Schiller, Byron, ou mesmo da
Antiguidade Clássica, desenvolve-se a grande ópera.
Schubert Schumann Goethe
Chopin (Polónia) Grieg (Noruega) Liszt (Hungria) Sibelius (Finlândia) Tchaikoyski (Rússia)
Heine
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4. Exemplificar manifestações literárias e artísticas do Romantismo
em Portugal.
Neste período da nossa história, surgiram grandes personalidades que
se distinguiram em variados géneros artísticos.
A vertente do Romantismo em Portugal, mantém as características do
movimento romântico europeu: aos modelos clássicos, racionais e universais,
opõe individualidades e especificidades; é sentimental e imaginativo; valoriza o
pitoresco, o folclore, a tradição e a cultura cultural; evoca a Idade Média; deixa-
se imbuir pelo espiritismo cristão (salvação pela religião). Sobretudo, preserva
a ideologia política do Liberalismo.
Na Literatura, destacam-se os seguintes autores: Almeida Garrett –
Esteve exilado em Inglaterra e em França por se identificar com a ideologia
liberal; é comumente considerado pioneiro da vertente romancista em Portugal
(Camões e D. Branca); empenhou-se na pesquisa das raízes populares da
literatura nacional; Frei Luís de Sousa é a sua obra mais conhecida; as suas
obras são bastante inspiradas na História (ex: Viagens na Minha Terra);
Alexandre Herculano – Também esteve exilado em França; marcou a
historiografia nacional com “História de Portugal”; os seus romances históricos
foram inspirados na Idade Média.
Na arquitectura, na escultura e na pintura, o Romantismo arquitectónico
evidenciou-se na mistura de vários estilos (manuelino, gótico, elementos
exóticos árabes e indianos…). Este eclectismo foi muito marcado pela figura do
rei D. Fernando II, devido ao palácio que ergueu em Sintra (Palácio de
Monserrate).
O Romantismo na escultura era dotado de menor brilho, havia alguma
escassez de escultores em Portugal tendo os estrangeiros bastante sucesso
em Portugal criando esculturas como o monumento do Rossio (1870), pelos
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franceses Davioud e Robert. Em Portugal, distingue-se Soares dos Reis
(1847-1889), por exemplo com a sua famosa obra “O Desterrado”.
Na pintura, marcaram a obra de Domingos António Sequeira, “o retrato dos
seus filhos”; e Luís Pereira Menezes, com o retrato da viscondessa de
Menezes.
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Conclusão
Através desta pesquisa, pudemos concluir que a arte romântica inicia
uma nova e importante etapa na literatura, voltada aos assuntos do seu tempo
– efervescência social e política, esperança e paixão, luta e revolução — e ao
quotidiano do homem burguês do século XIX; retrata uma nova atitude do
homem perante si mesmo. O interesse dessa nova arte está voltado para a
espontaneidade, os sentimentos e a simplicidade – sendo, assim, subjectiva -,
opondo-se, desse modo, à arte clássica que cultivava a razão – realidade
objectiva. A arte, para o romântico, não se pode limitar à imitação, mas ser a
expressão directa da emoção, da intuição, da inspiração e da espontaneidade
vividas por ele na hora da criação, anulando, por assim dizer, o perfeccionismo
tão exaltado pelos clássicos. Não há retoques após a concepção para não
comprometer a autenticidade e a qualidade do trabalho.
Desta forma, consideramos que fomos capazes de corresponder aos
objectivos mencionados no guião que nos foi cedido pela professora.
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Bibliografia/Netgrafia
“O Tempo da História”, 2ª. Parte
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Almeida_Garret_Porto.jpg
http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.pt/2010_10_01_archive.html
http://7e1grupodeestudos2011.blogspot.pt/2011/10/masp-catedral-de-salisbury-vista-
do.html
http://www.artmagick.com/pictures/artist.aspx?artist=ferdinand-leeke#biography

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  • 1. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 1 Romantismo Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades Disciplina: História A Professora: Fernanda Rodrigues
  • 2. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 2 Índice Introdução ....................................................................................................... 3 Identificar as características do romantismo. .................................................. 4 Relacionar o nacionalismo romântico com o interesse pela idade média ....... 5 Distinguir os princípios estéticos do Romantismo nas artes plásticas, na literatura e na música. ........................................................................................ 6 Exemplificar manifestações literárias e artísticas do Romantismo em Portugal............................................................................................................ 11 Conclusão.............................................................................................................. 13 Bibliografia .............................................................................................................14
  • 3. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 3 Introdução No âmbito da disciplina de História A, foi-nos proposta, pela Professora Fernanda Rodrigues, a realização, em grupo, de um trabalho sobre o Romantismo para avaliação formal – Domínio C. O nosso trabalho será o resultado de várias pesquisas que abordam os temas ―Uma revolução artística‖ e ―O Romantismo em Portugal‖ (5.2.2 e 5.3.3, respectivamente, da Unidade 5 – O legado do Liberalismo na primeira metade do século XIX, da segunda parte do manual ―O Tempo da História‖, do 11º ano). Este trabalho tem como por objectivo identificar as características do Romantismo; relacionar o nacionalismo romântico com o interesse da Idade Média; distinguir os princípios estéticos do romantismo nas artes plásticas, na literatura e na música; e exemplificar manifestações literárias e artísticas do romantismo em Portugal. O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico, elaborado pelo século das Luzes, que podemos definir como um estado de espírito. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média. O Romantismo é um movimento cultural do século XIX que exalta o instinto e privilegia as emoções contra a razão, rejeitando a harmonia do ―bom gosto‖ codificada pelo racionalismo neoclássico. Para além de um movimento cultural, com manifestações na literatura, na pintura e na música, o Romantismo foi um estado de espírito que fez de bandeira da liberdade e do individualismo, pelo que se converteu na ideologia dos revolucionários liberais. O Romantismo surgiu, no final do século XVIII, na Alemanha (Kleist, Schiller, Beethoven, Goethe), a partir do movimento Sturm un Drang (Tempestade e paixão). Desenvolveu-se, depois, na Inglaterra (Keats, Shelley, Byron, Walter Scott) e, por volta de 1830, atingiu um ponto alto em França, com Victor Hugo.
  • 4. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 4 1. Identificar as características do romantismo.  Nova concepção da imaginação poética;  Nova concepção do universo;  Nova maneira de conceber o «eu», devido à influência do idealismo alemão, em especial de Fichte e de Kant;  Valorização da metáfora e do símbolo;  Profundo misticismo e ideia de que o mundo se aproxima de um fim apocalíptico;  Aparecimento de várias figuras de iluminados;  Concepção da poesia como forma de vidência e grande importância adquirida pelo SONHO como forma de vidência e criação poética;  Repúdio de todas as regras clássicas;  Nostalgia do infinito;  Aparecimento de figuras características: Prometeu, Satan, Caim, D. Juan, Anthony. - o Homem Fatal;  Aparecimento de temas de natureza sádica;  Aparecimento do chamado «mal du siècle»;  Evasão: no espaço e no tempo, de onde o exotismo e o gosto pelas viagens;  Gosto pela Idade Média. No entanto, todas estas inspiradoras características, se podem sintetizar nas duas que se seguem: - O culto do eu: os séculos XVIII e XIX foram alvo de inúmeras revoluções – ―revolução em cadeia‖. Assim, o romântico evita o racionalismo e a harmonia. Ao contrário dos clássicos, o homem romântico sente a doce volúpia no sofrimento e prefere registar as situações de dor, de melancolia e ambientes de nebulosidade nórdica como o entardecer, o escurecer, a noite, as florestas sombrias, as cavernas, as ruínas, os agouros, os sonhos, a morte. Existe no romantismo, relativamente aos aspectos formais, uma subversão completa de estilos, numa atitude de rebeldia, baseada numa independência crítica – o génio criador não mais está amarrado às ―galés do classicismo‖. - A exaltação da liberdade: Através da arte, esta corrente filosófica foi capaz de exprimir o valor da liberdade, tanto social como política. Deste modo, podemos dizer que o romantismo foi uma espécie de arma de combate pela
  • 5. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 5 liberdade. O romantismo português, por exemplo, não se pode dissociar da Revolução Liberal de 1820, da derrota dos absolutistas e das reformas institucionais. 2. Relacionar o nacionalismo romântico com o interesse pela idade média. O romantismo, por um lado, sempre se preocupou em defender as minorias étnicas, tentando evitar que estas se submetessem aos estados de carácter autoritário, por outro lado, sempre apoiou os movimentos de unificação nacional. Assim, o interesse pela Idade Média torna-se evidente: é nesta época que o romantismo encontra tudo o que julga perdido pelo racionalismo: ingenuidade, pureza, lirismo, inocência, misticismo… Encontra ―um paraíso perdido‖, recupera as tradições folclóricas (músicas, danças), a arte gótica, a literatura (grandes obras de origem historiográfica) e legitima, deste modo, o desejo de liberdade. A Idade Média foi uma época que assistiu ao brotar da maioria das nações, assim a defesa do princípio das nacionalidades alicerça-se, de certa forma, nesta época, reivindicando a liberdade dos povos. A Idade Média suscitou a busca pelo património cultural. Em Portugal, autores como Garrett e Alexandre Herculano, conheciam profundamente a idade média e reconstruiram o passado medieval com grande entusiasmo, afeição e originalidade nas suas obras. Garrett em ―Romanceiro‖, e Herculano em ―Lendas e narrativas‖, por exemplo. Ferdinand Leek (Alemanha, 1859-1937), em a ―Canção dos Nibelungos‖, que narra as aventuras do cavaleiro Siegfried na corte dos reis burgúndios; e John Constable (Inglaterra, 1776-1837), na sua tela ―A Catededral de Salisbury‖, que retrata a catedral gótica são exemplos de autores de outras nações que expressaram, através da arte romântica, uma época designada Idade Média, o desejo de conforto espiritual, de que tanto careciam. Estátua de Almeida Garrett, Avenida dos Aliados, Porto Estátua de Alexandre Herculano, Avenida da Liberdade, Lisboa
  • 6. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 6 3. Distinguir os princípios estéticos do Romantismo nas artes plásticas, na literatura e na música. A literatura romântica desenvolveu-se à margem das regras e dos modelos clássicos, cultivou um romance sentimental, onde os sonhos e as paixões dominam e se cultivam o pitoresco e o exótico. A literatura recusou a métrica tradicional, as referências mitológicas e os processos eruditos da retórica greco-romana. As primeiras obras românticas remontam ao século XVIII e devem-se ao britânico James Macpherson, com a obra Poemas d’Ossian, e ao alemão Goethe com a obra Os Sofrimentos do Jovem Werther. Siegfried, by Ferdinand Leeke Johann Wolfgang von Goethe A catedral de Salisbury Vista do jardim do Bispo, de John Constable, óleo sobre tela, 1824 James Macpherson
  • 7. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 7 A poesia romancista foi um dos géneros em que melhor se exprimiram os suspiros e a revolta da alma romântica. Viu-se mais enriquecida no século XIX, no qual se destacou exemplos tais como: Byron, Shelley , Keats, Heine, Chateaubriand, e Lamartine. O teatro sofreu uma verdadeira revolução com Vitor Hugo. O Hernani, levado à cena em 1830, quebrou a distinção clássica entre a tragédia e a comédia, inaugurando um novo género, o drama. O romance, é considerado o género literário de eleição. Dentro deste género, produziram-se grandes obras-primas, em que as tumultuosas vivências sentimentais dos protagonistas se inserem, frequentemente, em tramas históricas. Alguns exemplos dos maiores romancistas do século XIX são: Walter Scott, Madame de Stael, George Sand e Alexandre Dumas (pai). A pintura romântica também se opôs aos cânones racionalistas e à frieza das formas clássicas: em lugar do desenho meticulosamente traçado, os pintores românticos oferecem-nos um colorido quente e forte que tenta captar as atmosferas. ChateaubriandByron Shelley Vitor HugoWalter Scott
  • 8. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 8 É por esta razão, que se baniram das telas românticas o frio cinzento, pois da cor se esperava a ação, o dinamismo. O mesmo aconteceu com as poses hieráticas dos quadros neoclássicos, que deram lugar a atitudes naturais e expressivas, de força e movimento! A natureza manifestou-se como uma grande fonte de inspiração para os românticos. A pintura “Os Massacres de Quios”, de Eugène Delacroix; e “a Jangada do Medusa,” de Gericault, são pinturas românticas que nos transmitem uma ideia de desespero e horror. Na escultura, destaca-se François Rude, cujo grupo escultórico de “a Marselhesa” substitui a pureza das formas pela intensidade emocional, numa cena de ação e movimento intenso. A revalorização das tradições nacionais e o sentido do exótico motivaram, na arquitetura, os revivalismos históricos (neoárabe, neogótico, neomanuelino, neobarroco). Numa síntese de tendências apelidada de ecletismo (refere-se a um movimento arquitectónico predominante desde meados do século XIX até às primeiras décadas do século XX). Eugène Delacroix O ―Massacre de Quios‖ documenta um episódio violento e cruel da guerra de independência grega (1821-1830). “a Jangada do Medusa”, óleo sobre tela, 1819
  • 9. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 9 Na música, o romantismo este sempre presente através da expressão e da emoção subjectiva. A música romântica do século XIX foi muito influenciada por temas literários ou artísticos, pelos cenários naturais, particularmente campestres, que constituíam contrapontos à paisagem urbana que irrompera com a Revolução Industrial. Na música, como reflexo de uma típica propensão para os estados extremos, coexistiram a expressão íntima e idílica (patente no desenvolvimento da melodia) e a inclinação para o teatral e grandioso, a culminar na expansão do sinfonismo (Brahms, Bruckner e Mahler) e no apogeu da criação operática. No domínio orquestral, diversificam-se os instrumentos, alagam-se o número de executantes e constroem-se salas mais aperfeiçoadas no domínio da acústica. A exaltação do herói romântico surge, por exemplo, em Beethoven na Sinfonia Heróica. A poesia é uma fonte de inspiração para compositores como Schubert e Schumann, que usam poemas de autores consagrados (Goethe e Heine). O poema sinfónico constitui uma forma quase literária de música, bem representado nas obras de Liszt, Strauss, Sibelius. Beethoven “a Marselhesa” (1835-1836), de François Rude “As casas do parlamento” (1840-1888), Charles Barry (Londres)
  • 10. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 10 Os criadores românticos, em relação à música, inspiram-se ainda nos elementos do folclore musical, reflectindo, muitas vezes, a herança nacional das respectivas pátrias: Chopin (Polónia), Liszt (Hungria), Grieg (Noruega), Sibelius (Finlândia), Tchaikoyski (Rússia). Apoiando-se em temas de grandes criadores literários, como Shakespeare, Walter Scott, Victor Hugo, Schiller, Byron, ou mesmo da Antiguidade Clássica, desenvolve-se a grande ópera. Schubert Schumann Goethe Chopin (Polónia) Grieg (Noruega) Liszt (Hungria) Sibelius (Finlândia) Tchaikoyski (Rússia) Heine
  • 11. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 11 4. Exemplificar manifestações literárias e artísticas do Romantismo em Portugal. Neste período da nossa história, surgiram grandes personalidades que se distinguiram em variados géneros artísticos. A vertente do Romantismo em Portugal, mantém as características do movimento romântico europeu: aos modelos clássicos, racionais e universais, opõe individualidades e especificidades; é sentimental e imaginativo; valoriza o pitoresco, o folclore, a tradição e a cultura cultural; evoca a Idade Média; deixa- se imbuir pelo espiritismo cristão (salvação pela religião). Sobretudo, preserva a ideologia política do Liberalismo. Na Literatura, destacam-se os seguintes autores: Almeida Garrett – Esteve exilado em Inglaterra e em França por se identificar com a ideologia liberal; é comumente considerado pioneiro da vertente romancista em Portugal (Camões e D. Branca); empenhou-se na pesquisa das raízes populares da literatura nacional; Frei Luís de Sousa é a sua obra mais conhecida; as suas obras são bastante inspiradas na História (ex: Viagens na Minha Terra); Alexandre Herculano – Também esteve exilado em França; marcou a historiografia nacional com “História de Portugal”; os seus romances históricos foram inspirados na Idade Média. Na arquitectura, na escultura e na pintura, o Romantismo arquitectónico evidenciou-se na mistura de vários estilos (manuelino, gótico, elementos exóticos árabes e indianos…). Este eclectismo foi muito marcado pela figura do rei D. Fernando II, devido ao palácio que ergueu em Sintra (Palácio de Monserrate). O Romantismo na escultura era dotado de menor brilho, havia alguma escassez de escultores em Portugal tendo os estrangeiros bastante sucesso em Portugal criando esculturas como o monumento do Rossio (1870), pelos
  • 12. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 12 franceses Davioud e Robert. Em Portugal, distingue-se Soares dos Reis (1847-1889), por exemplo com a sua famosa obra “O Desterrado”. Na pintura, marcaram a obra de Domingos António Sequeira, “o retrato dos seus filhos”; e Luís Pereira Menezes, com o retrato da viscondessa de Menezes.
  • 13. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 13 Conclusão Através desta pesquisa, pudemos concluir que a arte romântica inicia uma nova e importante etapa na literatura, voltada aos assuntos do seu tempo – efervescência social e política, esperança e paixão, luta e revolução — e ao quotidiano do homem burguês do século XIX; retrata uma nova atitude do homem perante si mesmo. O interesse dessa nova arte está voltado para a espontaneidade, os sentimentos e a simplicidade – sendo, assim, subjectiva -, opondo-se, desse modo, à arte clássica que cultivava a razão – realidade objectiva. A arte, para o romântico, não se pode limitar à imitação, mas ser a expressão directa da emoção, da intuição, da inspiração e da espontaneidade vividas por ele na hora da criação, anulando, por assim dizer, o perfeccionismo tão exaltado pelos clássicos. Não há retoques após a concepção para não comprometer a autenticidade e a qualidade do trabalho. Desta forma, consideramos que fomos capazes de corresponder aos objectivos mencionados no guião que nos foi cedido pela professora.
  • 14. Agrupamento de Escolas de Ílhavo Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes Ano letivo 2012/2013 Carlos Seabra; Catarina Cruz; Mara Godinho; Sara Neves 14 Bibliografia/Netgrafia “O Tempo da História”, 2ª. Parte http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Almeida_Garret_Porto.jpg http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.pt/2010_10_01_archive.html http://7e1grupodeestudos2011.blogspot.pt/2011/10/masp-catedral-de-salisbury-vista- do.html http://www.artmagick.com/pictures/artist.aspx?artist=ferdinand-leeke#biography