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[AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES
CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013
Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15
1
Projecto-Reflexão
Professora: Judith Pressler
[AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES
CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013
Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15
2
Introdução
No âmbito da disciplina de Filosofia, a Professora da disciplina, Professora Judith
Pressler, propôs à turma que apresentasse uma reflexão pessoal acerca dos textos que
constavam na matriz do projecto. A Professora informou, ainda, que para cada um dos textos,
a reflexão não deveria exceder as duas páginas; e que sob nenhum pretexto os alunos
poderiam recorrer à cópia ou plágio de qualquer livro, autor, site, revista, etc. O desrespeito
desta norma levaria à completa desvalorização do trabalho efectuado.
A Professora cedeu, como referido anteriormente, uma matriz bastante clara e
objectiva daquilo que pretendia para este trabalho; disponibilizou documentos de apoio à
reflexão no moodle; e disponibilizou-se, durante as aulas e fora delas para tirar dúvidas que
eventualmente pudessem surgir ao longo do trabalho.
A Professora Judith acordou com a turma que o projecto constará para a avaliação do
Domínio C – Domínio dos desempenhos formais, e em conformidade com o calendário de
testes da turma, conciliou com os discentes que a data-limite para entrega do projecto seria 10
de Março de 2013.
Os objectivos gerais do projecto são: distinguir a racionalidade filosófica de outros
tipos de racionalidade; reconhecer o trabalho filosófico como actividade interpretativa e
argumentativa; reconhecer o carácter linguístico-retórico e lógico-argumentativo do discurso
filosófico; reconhecer a Filosofia como um espaço de reflexão interdisciplinar; reconhecer a
necessidade de situar os problemas filosóficos no seu contexto histórico-cultural; e identificar
as principais áreas da filosofia.
Contudo, a Professora indicou ainda objectivos específicos para cada um dos textos
que irão ser alvo de reflexão. Assim, o primeiro texto – Excerto de “A Utopia”, de Thomas
More (grande humanista da época do Renascimento) - permitirá ao aluno analisar a
problemática sobre a qual o texto toma posição, identificando o tema/problema; analisar a
conceptualidade sobre a qual assenta o texto, identificando os termos ou conceitos nucleares
do texto, explicitando o seu significado e as suas articulações com as perspectivas éticas de
Kant e Stuart Mill; confrontar as teses e a argumentação do texto com teses e argumentos
alternativos; e assumir posição pessoal relativamente às teses e aos argumentos em confronto.
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Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15
3
Enquanto o segundo texto – “Kant – O conhecimento”- permitir-nos-á analisar a
problemática sobre a qual o texto toma posição, identificando o tema/problema; analisar a
conceptualidade sobre a qual assenta o texto, identificando os termos ou conceitos nucleares
do texto, explicitando o seu significado e as suas articulações com as perspectivas
epistemológicas de Descartes e David Hume; confrontar as teses e argumentação do texto
com teses e argumentos alternativos; e assumir posição pessoal relativamente às teses e aos
argumentos em confronto.
Através da realização deste projecto-reflexão, irei relembrar alguns conceitos e
autores estudados no 10º ano e aprofundar o estudo de conceitos e autores estudados ao longo
deste 2º período. Deste modo, iniciarei a minha preparação para o teste intermédio da
disciplina, que se irá realizar dia 17 de Abril de 2013.
Pretendo, ainda, e mais do que tudo, aprender a pensar e a reflectir, porque, afinal
“Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar.” (Kant).
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Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15
4
Texto 1: A Utopia – Thomas More
Os escrúpulos da guerra e o sentimento humanitário
Aborda o conflito ético-moral existente em situações de guerra. More, ao relatar o
modo como os utopienses agem na arte da guerra, acaba por idolatrá-los, veberando a Europa
do século XVI, onde o despotismo das monarquias, o servilismo dos cortesãos, o luxo e a
injustiça reinavam. Assim, a Utopia (do grego, ou-topos: lugar nenhum) exprime a ideia de
civilização fantástica, ideal (se é ideal, é inalcançável). Os utopienses têm perfeito
conhecimento da arte militar e uma excelente educação. São uma sociedade extraordinária,
que se vangloria quando vence os seus inimigos pela esperteza e artifício. As suas tácticas
levam à traição e à discórdia no campo adversário e, muitas vezes, ainda que secretamente, a
que vitórias sangrentas se sucedam (“mandam afixar, secretamente (…) cartazes em que
oferecem enormes recompensas a quem matar o príncipe inimigo”). Ainda assim, a
“recompensa é dobrada para quem entregar vivo um daqueles cujas cabeças foram postas a
prémio”. O inimigo é incentivado, através da corrupção, a trair os seus compatriotas. Assim,
o povo inimigo deixa de ser um todo, para passar a ser partes de um todo que desconfiam
umas das outras. É preciso que se note que todas estas tácticas devem ser vistas como uma
“prova de humanidade e misericórdia”, na perspectiva utopiense, porque “reduzem o número
geral de mortes”. O povo utopiense é, antes de tudo, um povo de bem, que tem até piedade
das tropas inimigas; que mesmo depois da vitória, não deixa de respeitar os conquistados; e
que, às cidades que se rendem, protegem-nas. Fiéis a si mesmos valorizam as tréguas.
Segundo a perspectiva ética de Kant, uma perspectiva racionalista (que se rege pela
razão e afirma que esta é o único critério usado para avaliar acções), que entende que é a
capacidade racional do ser humano, a capacidade de olhar para o mundo que o rodeia, de o
analisar e se distanciar de si mesmo que o afasta das outras criaturas. Assim, o ser humano é
o único ser que pode agir moralmente, o que lhe atribui um valor intrínseco, pois se não
existisse, não poderia haver bondade moral. Os utopienses, embora sábios, disciplinados,
humildes e astutos, utilizam esses valores, que são bons em si mesmos, para incitar à traição e
à discórdia: é feito um mau uso de valores instrumentalmente bons. A boa vontade é, então, a
única coisa universal e incondicionalmente boa, mas mesmo esta, só o é se não for
condicionada pelas possíveis consequências que dela advierem – “não é apenas por respeito
aos conquistados que não devastam suas terras (…) mas igualmente por compreenderem que
lhes poderão servir” - esta acção não é moralmente correcta, porque o modo de agir não se
prende com a intensão de cumprir o dever, mas sim com as consequências que lhe poderão
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suceder. Muitas das tácticas utilizadas pelos utopienses não respeitam o princípio da boa
vontade, pois remetem para a instrumentalização do ser humano para atingir um determinado
fim (“Como o dinheiro suborna facilmente, o próprio príncipe pode ser entregue por aqueles
em quem depositava maior confiança”). Os utopienses “corrompem o inimigo” - segundo o
imperativo categórico que Kant formulou, ainda que a consequência que advenha deste acto
seja boa, não é eticamente correcta, porque não podemos ter a certeza das eventuais
consequências que a acção venha a ter; e não se poderia universalizar esta forma de agir,
porque não respeita o dever moral.
Segundo a Ética Utilitarista de S. Mill, que avalia a moralidade das acções segundo as
vantagens e desvantagens que os seus efeitos comportam. Seguindo esta ética
consequencialista, na sociedade utopiense muitas das “práticas inescrupulosas” justificam-se
pelas consequências que delas advém – o objectivo é reduzir o número de vítimas. O povo
utopiense tenta promover ao máximo a felicidade, sendo que a sua maior preocupação é não
promover uma vitória sangrenta, e mesmo quando “os utopienses vencem (…) impedem o
massacre dos vencidos”, isentando-os da dor. Mill, estabeleceu, ainda, a distinção entre os
prazeres inferiores, e os prazeres superiores – More mostra-nos como prazeres inferiores,
como a ambição de poder, tornam o seu inimigo vulnerável e fácil de corromper; já os
utopienses, dignos dos prazeres superiores, tornam-se fortes, superiores, incorruptíveis. Kant
revela que são estes últimos que proporcionam a verdadeira realização do Homem. Como
detentores dos mais altos prazeres espirituais, os utopienses não poderiam deixar de desejar o
bem comum. Assim, agem sempre de modo a que se respeite o princípio utilitário,
fomentando o bem supremo (a felicidade) - “o maior bem para o maior número” - “reduzem o
número geral de mortes nos campos de batalha”, “levam à morte seres (…) cujo
desaparecimento a humanidade ficaria grata”, “são benevolentes (…) também por razões
utilitárias de longo prazo”).
Deste modo, para Kant, as acções dos utopienses seriam imorais; já para Mill, os
utopienses estariam a tomar atitudes moralmente correctas, pelos motivos já supracitados.
Embora compreenda os motivos por que se rege a teoria de Mill, identifico-me com a teoria
de Kant, pois penso que devemos olhar para o ser humano como um fim em si mesmo,
mesmo que o contrário se revele bom para a maioria. A certa altura, deixaríamos de entender
quais as situações em que a morte, ou a humilhação, trariam vantagens para a humanidade, e
tornar-se-ia uma prática desumana. Ou seja, tornar-nos-íamos vítimas da nossa própria arma.
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Texto 2: Kant – O Conhecimento
Aborda a problemática do Conhecimento, segundo Kant. O conhecimento epistémico
consistirá em responder à questão “O que posso conhecer?”. Deste modo, Kant responde às
perguntas: Como começa o conhecimento? De onde deriva? Até onde pode ir? Quais os seus
limites?
Kant defende que todo o conhecimento se inicia com a experiência; que é realmente
necessário que, em primeiro lugar, hajam coisas (é necessário que exista objecto cognoscível
para que exista um sujeito cognoscente – correlação) e, em segundo lugar, que entremos em
contacto com elas (pois captamos o conhecimento através dos sentidos). Para Kant, a origem
do conhecimento reside na sensibilidade e no entendimento. Os objectos da nossa intuição
empírica são as sensações, são o conteúdo das experiências, são as ideias simples que os
sentidos captam. No entanto, para que entrem no campo cognoscível, elas precisam de ser
colocadas em formas de receber a informação à priori, que são o espaço e o tempo.
Mas de onde deriva, afinal, o conhecimento? Kant afirma que o conhecimento deriva
de formas à priori do sujeito, porque conhecer cientificamente é explicar “por que razão algo
acontece aqui e agora”, não é só dizer que acontece “aqui e agora”. Assim, como “conhecer é
explicar um fenómeno através de outro ou de outros”, temos de estabelecer uma relação
causal e só somos capazes de o fazer se estivermos “equipados” com o conceito de causa
(forma que relaciona dois fenómenos simples: fenómeno um e fenómeno dois e forma uma
ideia complexa de causa-efeito). Assim, o autor conclui que “só conhecemos dados que a
sensibilidade recebe, mas não é a sensibilidade que os conhece”. Então, o conhecimento
deriva do entendimento. Em Hume, a causalidade era um hábito, uma ilusão (Hume não
encontra legitimidade para a afirmação “sempre que se verifica o fenómeno um (causa),
sucede-lhe o fenómeno dois (efeito)”, porque remete para o futuro, e nada sabemos sobre o
futuro. Já para Kant, Hume estava errado em procurar a causalidade na natureza. Só podemos
pensar nas coisas numa relação de causa-efeito porque a causalidade está no sujeito.
Kant define os limites do conhecimento: apesar do conhecimento derivar de formas à
priori, só conhecemos algo se estivermos em contacto com essas realidades sensíveis. O
entendimento não tem o poder de intuir, depende da sensibilidade para ter objectos para
conhecer. Mas após captar os fenómenos, o entendimento tem a tarefa de o conhecer. É a
razão que regula e orienta a actividade do entendimento procurar explicações mais amplas,
querendo ultrapassar os limites do plano dos acontecimentos do mundo natural. Assim, se só
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por meio da nossa sensibilidade chegamos ao entendimento, é impossível conhecer algo que
se encontre fora do plano espácio-temporal. E, segundo, Kant, o ser humano deve “aceitar
humildemente essa limitação”. A realidade que não se manifesta não pode ser objecto
cognoscível. A essa realidade que não se manifesta dá-se o nome de númeno e corresponde a
matéria como Deus, alma, ou liberdade.
Kant, tal como Descartes, não duvida da possibilidade do conhecimento, a sua questão
é saber como ele se torna possível. A dúvida cartesiana, utilizada como método para chegar
ao conhecimento, é oposta à dúvida céptica, que é definitiva. A dúvida cartesiana, embora
hiperbólica (levando Descartes ao solipsismo), é provisória e metódica. Descartes, acaba,
então por se assumir como cogito (mes cogitans), seguindo a regra da evidência. O “eu penso,
logo existo”, é a primeira evidência. Ou seja, é a primeira coisa a apresentar-se como clara e
distinta. Constitui, assim, um ponto de partida seguro para o conhecimento. Descartes vai
mais longe, e prova a existência de Deus: ao aperceber-se da existência da ideia inata de ser
omnisciente, omnipresente, e sumamente perfeito, deduz: se a ideia de perfeição existe, e eu
sou imperfeito (tenho a necessidade de duvidar), ela só nos pode ter sido incutida pelo nosso
criador (pois o conteúdo é transcendente ao continente). Mas tal como já referi, Kant não
concorda que possamos afirmar que uma certa realidade que não se manifesta, exista.
Em síntese, Kant critica Descartes, na medida em que não admite que a possibilidade
do conhecimento seja puramente racional. Não existe conhecimento à priori. A razão pura
nada conhece porque nada tem para conhecer, precisamos do contributo da sensibilidade. Por
outro lado, a teoria kantiana, para além de ultrapassar o racionalismo de Descartes, vai
também além do empirismo de Hume: o autor explica que o empirismo leva ao cepticismo, o
que significaria perder a crença na possibilidade do conhecimento, e Kant acreditava
veemente que embora o conhecimento começasse na experiência, derivava de formas á priori,
com um papel fundamental na descoberta do conhecimento.
Ao pensar afincadamente neste problema do conhecimento, penso que me coloco mais
do lado de Kant. Reconheço-me na perspectiva de que existem objectos que não podem ser
cognoscíveis, e que o ser humano deve “aceitar humildemente essa limitação”. No entanto,
compreendo a importância da criação de métodos, como fez Descartes, para atingir o
conhecimento; e a necessidade de dúvida de Hume, mas não numa dúvida céptica, porque
isso significa perder a orientação num mundo que anda já tantas vezes à deriva.
[AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES
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8
Conclusão:
Através deste trabalho, podemos concluir que todos temos perspectivas diferentes em
relação a um mesmo assunto e que para que as nossas perspectivas não careçam de
verosimilhança, basta que as fundamentemos devidamente. Não podemos ser criadores de
uma verdade absoluta, porque todos temos diversas e diversificadas formas de pensar. Afinal,
para More, a Utopia exprimia a ideia de sociedade ideal. Stuart Mill concordaria com os
utopienses em muitos aspectos, contudo, Kant jamais olharia para esta sociedade com bons
olhos.
Descartes, David Hume e Kant reflectiram sobre a problemática do conhecimento, e
todos eles encontraram a sua maneira de pensar sobre o assunto: Descartes defendia que o
conhecimento estava na razão; David Hume, que ele se encontrava na experiência; e Kant foi
mais longe, questionando cada uma das teorias anteriores, e chegando à conclusão que só
utilizando simultaneamente a racionalidade e os sentidos seremos capazes de atingir o
verdadeiro conhecimento.
Tirando partido deste projecto-reflexão, tentei fazer uma introspecção relativa aos
temas que foram abordados e colocar em evidência as competências tácitas que adquiri ao
longo do ano passado, e ao longo deste período.
Gostei particularmente de reflectir sobre a temática do primeiro texto porque penso
que vivemos constantemente num conflito ético-moral.

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  • 1. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 1 Projecto-Reflexão Professora: Judith Pressler
  • 2. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 2 Introdução No âmbito da disciplina de Filosofia, a Professora da disciplina, Professora Judith Pressler, propôs à turma que apresentasse uma reflexão pessoal acerca dos textos que constavam na matriz do projecto. A Professora informou, ainda, que para cada um dos textos, a reflexão não deveria exceder as duas páginas; e que sob nenhum pretexto os alunos poderiam recorrer à cópia ou plágio de qualquer livro, autor, site, revista, etc. O desrespeito desta norma levaria à completa desvalorização do trabalho efectuado. A Professora cedeu, como referido anteriormente, uma matriz bastante clara e objectiva daquilo que pretendia para este trabalho; disponibilizou documentos de apoio à reflexão no moodle; e disponibilizou-se, durante as aulas e fora delas para tirar dúvidas que eventualmente pudessem surgir ao longo do trabalho. A Professora Judith acordou com a turma que o projecto constará para a avaliação do Domínio C – Domínio dos desempenhos formais, e em conformidade com o calendário de testes da turma, conciliou com os discentes que a data-limite para entrega do projecto seria 10 de Março de 2013. Os objectivos gerais do projecto são: distinguir a racionalidade filosófica de outros tipos de racionalidade; reconhecer o trabalho filosófico como actividade interpretativa e argumentativa; reconhecer o carácter linguístico-retórico e lógico-argumentativo do discurso filosófico; reconhecer a Filosofia como um espaço de reflexão interdisciplinar; reconhecer a necessidade de situar os problemas filosóficos no seu contexto histórico-cultural; e identificar as principais áreas da filosofia. Contudo, a Professora indicou ainda objectivos específicos para cada um dos textos que irão ser alvo de reflexão. Assim, o primeiro texto – Excerto de “A Utopia”, de Thomas More (grande humanista da época do Renascimento) - permitirá ao aluno analisar a problemática sobre a qual o texto toma posição, identificando o tema/problema; analisar a conceptualidade sobre a qual assenta o texto, identificando os termos ou conceitos nucleares do texto, explicitando o seu significado e as suas articulações com as perspectivas éticas de Kant e Stuart Mill; confrontar as teses e a argumentação do texto com teses e argumentos alternativos; e assumir posição pessoal relativamente às teses e aos argumentos em confronto.
  • 3. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 3 Enquanto o segundo texto – “Kant – O conhecimento”- permitir-nos-á analisar a problemática sobre a qual o texto toma posição, identificando o tema/problema; analisar a conceptualidade sobre a qual assenta o texto, identificando os termos ou conceitos nucleares do texto, explicitando o seu significado e as suas articulações com as perspectivas epistemológicas de Descartes e David Hume; confrontar as teses e argumentação do texto com teses e argumentos alternativos; e assumir posição pessoal relativamente às teses e aos argumentos em confronto. Através da realização deste projecto-reflexão, irei relembrar alguns conceitos e autores estudados no 10º ano e aprofundar o estudo de conceitos e autores estudados ao longo deste 2º período. Deste modo, iniciarei a minha preparação para o teste intermédio da disciplina, que se irá realizar dia 17 de Abril de 2013. Pretendo, ainda, e mais do que tudo, aprender a pensar e a reflectir, porque, afinal “Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar.” (Kant).
  • 4. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 4 Texto 1: A Utopia – Thomas More Os escrúpulos da guerra e o sentimento humanitário Aborda o conflito ético-moral existente em situações de guerra. More, ao relatar o modo como os utopienses agem na arte da guerra, acaba por idolatrá-los, veberando a Europa do século XVI, onde o despotismo das monarquias, o servilismo dos cortesãos, o luxo e a injustiça reinavam. Assim, a Utopia (do grego, ou-topos: lugar nenhum) exprime a ideia de civilização fantástica, ideal (se é ideal, é inalcançável). Os utopienses têm perfeito conhecimento da arte militar e uma excelente educação. São uma sociedade extraordinária, que se vangloria quando vence os seus inimigos pela esperteza e artifício. As suas tácticas levam à traição e à discórdia no campo adversário e, muitas vezes, ainda que secretamente, a que vitórias sangrentas se sucedam (“mandam afixar, secretamente (…) cartazes em que oferecem enormes recompensas a quem matar o príncipe inimigo”). Ainda assim, a “recompensa é dobrada para quem entregar vivo um daqueles cujas cabeças foram postas a prémio”. O inimigo é incentivado, através da corrupção, a trair os seus compatriotas. Assim, o povo inimigo deixa de ser um todo, para passar a ser partes de um todo que desconfiam umas das outras. É preciso que se note que todas estas tácticas devem ser vistas como uma “prova de humanidade e misericórdia”, na perspectiva utopiense, porque “reduzem o número geral de mortes”. O povo utopiense é, antes de tudo, um povo de bem, que tem até piedade das tropas inimigas; que mesmo depois da vitória, não deixa de respeitar os conquistados; e que, às cidades que se rendem, protegem-nas. Fiéis a si mesmos valorizam as tréguas. Segundo a perspectiva ética de Kant, uma perspectiva racionalista (que se rege pela razão e afirma que esta é o único critério usado para avaliar acções), que entende que é a capacidade racional do ser humano, a capacidade de olhar para o mundo que o rodeia, de o analisar e se distanciar de si mesmo que o afasta das outras criaturas. Assim, o ser humano é o único ser que pode agir moralmente, o que lhe atribui um valor intrínseco, pois se não existisse, não poderia haver bondade moral. Os utopienses, embora sábios, disciplinados, humildes e astutos, utilizam esses valores, que são bons em si mesmos, para incitar à traição e à discórdia: é feito um mau uso de valores instrumentalmente bons. A boa vontade é, então, a única coisa universal e incondicionalmente boa, mas mesmo esta, só o é se não for condicionada pelas possíveis consequências que dela advierem – “não é apenas por respeito aos conquistados que não devastam suas terras (…) mas igualmente por compreenderem que lhes poderão servir” - esta acção não é moralmente correcta, porque o modo de agir não se prende com a intensão de cumprir o dever, mas sim com as consequências que lhe poderão
  • 5. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 5 suceder. Muitas das tácticas utilizadas pelos utopienses não respeitam o princípio da boa vontade, pois remetem para a instrumentalização do ser humano para atingir um determinado fim (“Como o dinheiro suborna facilmente, o próprio príncipe pode ser entregue por aqueles em quem depositava maior confiança”). Os utopienses “corrompem o inimigo” - segundo o imperativo categórico que Kant formulou, ainda que a consequência que advenha deste acto seja boa, não é eticamente correcta, porque não podemos ter a certeza das eventuais consequências que a acção venha a ter; e não se poderia universalizar esta forma de agir, porque não respeita o dever moral. Segundo a Ética Utilitarista de S. Mill, que avalia a moralidade das acções segundo as vantagens e desvantagens que os seus efeitos comportam. Seguindo esta ética consequencialista, na sociedade utopiense muitas das “práticas inescrupulosas” justificam-se pelas consequências que delas advém – o objectivo é reduzir o número de vítimas. O povo utopiense tenta promover ao máximo a felicidade, sendo que a sua maior preocupação é não promover uma vitória sangrenta, e mesmo quando “os utopienses vencem (…) impedem o massacre dos vencidos”, isentando-os da dor. Mill, estabeleceu, ainda, a distinção entre os prazeres inferiores, e os prazeres superiores – More mostra-nos como prazeres inferiores, como a ambição de poder, tornam o seu inimigo vulnerável e fácil de corromper; já os utopienses, dignos dos prazeres superiores, tornam-se fortes, superiores, incorruptíveis. Kant revela que são estes últimos que proporcionam a verdadeira realização do Homem. Como detentores dos mais altos prazeres espirituais, os utopienses não poderiam deixar de desejar o bem comum. Assim, agem sempre de modo a que se respeite o princípio utilitário, fomentando o bem supremo (a felicidade) - “o maior bem para o maior número” - “reduzem o número geral de mortes nos campos de batalha”, “levam à morte seres (…) cujo desaparecimento a humanidade ficaria grata”, “são benevolentes (…) também por razões utilitárias de longo prazo”). Deste modo, para Kant, as acções dos utopienses seriam imorais; já para Mill, os utopienses estariam a tomar atitudes moralmente correctas, pelos motivos já supracitados. Embora compreenda os motivos por que se rege a teoria de Mill, identifico-me com a teoria de Kant, pois penso que devemos olhar para o ser humano como um fim em si mesmo, mesmo que o contrário se revele bom para a maioria. A certa altura, deixaríamos de entender quais as situações em que a morte, ou a humilhação, trariam vantagens para a humanidade, e tornar-se-ia uma prática desumana. Ou seja, tornar-nos-íamos vítimas da nossa própria arma.
  • 6. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 6 Texto 2: Kant – O Conhecimento Aborda a problemática do Conhecimento, segundo Kant. O conhecimento epistémico consistirá em responder à questão “O que posso conhecer?”. Deste modo, Kant responde às perguntas: Como começa o conhecimento? De onde deriva? Até onde pode ir? Quais os seus limites? Kant defende que todo o conhecimento se inicia com a experiência; que é realmente necessário que, em primeiro lugar, hajam coisas (é necessário que exista objecto cognoscível para que exista um sujeito cognoscente – correlação) e, em segundo lugar, que entremos em contacto com elas (pois captamos o conhecimento através dos sentidos). Para Kant, a origem do conhecimento reside na sensibilidade e no entendimento. Os objectos da nossa intuição empírica são as sensações, são o conteúdo das experiências, são as ideias simples que os sentidos captam. No entanto, para que entrem no campo cognoscível, elas precisam de ser colocadas em formas de receber a informação à priori, que são o espaço e o tempo. Mas de onde deriva, afinal, o conhecimento? Kant afirma que o conhecimento deriva de formas à priori do sujeito, porque conhecer cientificamente é explicar “por que razão algo acontece aqui e agora”, não é só dizer que acontece “aqui e agora”. Assim, como “conhecer é explicar um fenómeno através de outro ou de outros”, temos de estabelecer uma relação causal e só somos capazes de o fazer se estivermos “equipados” com o conceito de causa (forma que relaciona dois fenómenos simples: fenómeno um e fenómeno dois e forma uma ideia complexa de causa-efeito). Assim, o autor conclui que “só conhecemos dados que a sensibilidade recebe, mas não é a sensibilidade que os conhece”. Então, o conhecimento deriva do entendimento. Em Hume, a causalidade era um hábito, uma ilusão (Hume não encontra legitimidade para a afirmação “sempre que se verifica o fenómeno um (causa), sucede-lhe o fenómeno dois (efeito)”, porque remete para o futuro, e nada sabemos sobre o futuro. Já para Kant, Hume estava errado em procurar a causalidade na natureza. Só podemos pensar nas coisas numa relação de causa-efeito porque a causalidade está no sujeito. Kant define os limites do conhecimento: apesar do conhecimento derivar de formas à priori, só conhecemos algo se estivermos em contacto com essas realidades sensíveis. O entendimento não tem o poder de intuir, depende da sensibilidade para ter objectos para conhecer. Mas após captar os fenómenos, o entendimento tem a tarefa de o conhecer. É a razão que regula e orienta a actividade do entendimento procurar explicações mais amplas, querendo ultrapassar os limites do plano dos acontecimentos do mundo natural. Assim, se só
  • 7. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 7 por meio da nossa sensibilidade chegamos ao entendimento, é impossível conhecer algo que se encontre fora do plano espácio-temporal. E, segundo, Kant, o ser humano deve “aceitar humildemente essa limitação”. A realidade que não se manifesta não pode ser objecto cognoscível. A essa realidade que não se manifesta dá-se o nome de númeno e corresponde a matéria como Deus, alma, ou liberdade. Kant, tal como Descartes, não duvida da possibilidade do conhecimento, a sua questão é saber como ele se torna possível. A dúvida cartesiana, utilizada como método para chegar ao conhecimento, é oposta à dúvida céptica, que é definitiva. A dúvida cartesiana, embora hiperbólica (levando Descartes ao solipsismo), é provisória e metódica. Descartes, acaba, então por se assumir como cogito (mes cogitans), seguindo a regra da evidência. O “eu penso, logo existo”, é a primeira evidência. Ou seja, é a primeira coisa a apresentar-se como clara e distinta. Constitui, assim, um ponto de partida seguro para o conhecimento. Descartes vai mais longe, e prova a existência de Deus: ao aperceber-se da existência da ideia inata de ser omnisciente, omnipresente, e sumamente perfeito, deduz: se a ideia de perfeição existe, e eu sou imperfeito (tenho a necessidade de duvidar), ela só nos pode ter sido incutida pelo nosso criador (pois o conteúdo é transcendente ao continente). Mas tal como já referi, Kant não concorda que possamos afirmar que uma certa realidade que não se manifesta, exista. Em síntese, Kant critica Descartes, na medida em que não admite que a possibilidade do conhecimento seja puramente racional. Não existe conhecimento à priori. A razão pura nada conhece porque nada tem para conhecer, precisamos do contributo da sensibilidade. Por outro lado, a teoria kantiana, para além de ultrapassar o racionalismo de Descartes, vai também além do empirismo de Hume: o autor explica que o empirismo leva ao cepticismo, o que significaria perder a crença na possibilidade do conhecimento, e Kant acreditava veemente que embora o conhecimento começasse na experiência, derivava de formas á priori, com um papel fundamental na descoberta do conhecimento. Ao pensar afincadamente neste problema do conhecimento, penso que me coloco mais do lado de Kant. Reconheço-me na perspectiva de que existem objectos que não podem ser cognoscíveis, e que o ser humano deve “aceitar humildemente essa limitação”. No entanto, compreendo a importância da criação de métodos, como fez Descartes, para atingir o conhecimento; e a necessidade de dúvida de Hume, mas não numa dúvida céptica, porque isso significa perder a orientação num mundo que anda já tantas vezes à deriva.
  • 8. [AGEÍLHAVO – ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JOÃO CARLOS CELESTINO GOMES CURSO CIENTIFICO-HUMANISTICO DE LÍNGUAS E HUMANIDADES] 10 de Março de 2013 Filosofia – 11ºD; Mara Godinho, nº 15 8 Conclusão: Através deste trabalho, podemos concluir que todos temos perspectivas diferentes em relação a um mesmo assunto e que para que as nossas perspectivas não careçam de verosimilhança, basta que as fundamentemos devidamente. Não podemos ser criadores de uma verdade absoluta, porque todos temos diversas e diversificadas formas de pensar. Afinal, para More, a Utopia exprimia a ideia de sociedade ideal. Stuart Mill concordaria com os utopienses em muitos aspectos, contudo, Kant jamais olharia para esta sociedade com bons olhos. Descartes, David Hume e Kant reflectiram sobre a problemática do conhecimento, e todos eles encontraram a sua maneira de pensar sobre o assunto: Descartes defendia que o conhecimento estava na razão; David Hume, que ele se encontrava na experiência; e Kant foi mais longe, questionando cada uma das teorias anteriores, e chegando à conclusão que só utilizando simultaneamente a racionalidade e os sentidos seremos capazes de atingir o verdadeiro conhecimento. Tirando partido deste projecto-reflexão, tentei fazer uma introspecção relativa aos temas que foram abordados e colocar em evidência as competências tácitas que adquiri ao longo do ano passado, e ao longo deste período. Gostei particularmente de reflectir sobre a temática do primeiro texto porque penso que vivemos constantemente num conflito ético-moral.