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Frei Luís de Sousa
DE ALMEIDA GARRETT
Trabalho realizado no âmbito
da disciplina de Português
Módulo 4 (2.ª Parte)
Bruna Ladeiras nº721785
Carolina Costa nº721786
Cristina Alves nº721787
ESCOLA PROFISSIONAL DE TORRES NOVAS
2020/21
Introdução
Este trabalho tem como intuito aprender mais sobre a obra Frei
Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Ao longo do PowerPoint
iremos abordar os seguintes temas:
Biografia de Almeida Garrett, a estrutura da obra, o espaço,o
tempo, simbolismo de algumas referências temporais, recorte
das personagens principais, o sebastianismo - história e ficção,
linguagem e estilo, o género de “Frei Luís de Sousa”, o carácter
universal e atemporal da obra.
Almeida Garrett
Nascimento : 4 de fevereiro de 1799, Porto;
Falecimento: 9 de dezembro de 1854, Lisboa;
Cônjuge: Luísa Cândida Midosi (a 1835);
Formação: Universidade de Coimbra (1816–1821).
• Era um poeta, prosador e dramaturgo português,
teve um papel importante como o iniciador do
movimento romântico em Portugal com a publicação
do poema “Camões”.
• João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett
nasceu no Porto, Portugal, no dia 04 de fevereiro de
1799. Acompanhou a família na mudança para os
Açores, durante a invasão napoleônica.
• Passou a sua adolescência na ilha Terceira, onde fez
seus primeiros estudos. Desde cedo manifestou um
gosto pela literatura e pela política.
Almeida Garrett
Teatro Romântico
•Almeida Garrett iniciouo teatro romântico
português, originando assim o sentimento de
patriotismo e o gosto pelos momentos
significativos da história nacional.
•As obras que mais se destacam na
dramaturgia são:
- “Um Auto de Gil Vicente” (sua primeira
peça romântica, 1842);
- “O Alfageme de Santarém” (1842);
- “Frei Luís de Sousa” (uma tragédia, obra
prima da dramaturgia romântica portuguesa,
1844);
- “D. Filipa de Vilhena” (1846)
Estrutura Interna e Externa
Estrutura
externa.
A estabilidade entre os três atos deve-se a
atitude estruturalmente clássica, que não
se adapta totalmente ao desenrolar do
conflito.
A divisão dos atos ocorre devido a
mudança de cenário, ou seja, a mudança de
espaço.
As cenas, essas, são marcadas pela entrada
e/ou saída de personagens.
Estrutura Externa
Diálogo – conversa entre duas ou mais personagens;
Monólogo – uma personagem, falando consigo mesma, expressa os seus pensamentos
e/ou sentimentos;
Aparte – réplica de uma personagem que não é ouvida pelas outras personagens,
destinando-se aos espectadores/leitores.
Texto principal
É composto pelas falas das personagens, em discurso direto e antecedidas dos respetivos
nomes, podendo assumir diferentes modos de discurso:
Estrutura Externa
Listagem inicial das personagens;
Informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em atos e
cenas);
Referências sobre o cenário e o guarda -roupa das personagens;
Indicações sobre a movimentação das personagens em palco, as
atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou o tom de
voz com que devem proferir as palavras/falas.
Texto secundário
Composto pelas didascálias, geralmente em itálico e/ou entre
parênteses, que têm várias funções:
Estrutura Externa
Ato I — doze cenas
Ato II — quinze cenas
Ato III — doze cenas
• Texto em prosa (característica do drama romântico).
• Divisão em três atos (mudança de ato -> mudança no local da ação)
Estrutura Interna
Exposição ou Prólogo;
Conflito;
Desenlace
A estrutura interna diz respeito ao modo como a ação está disposta ao longo da
obra.
No texto dramático, normalmente, essa disposição apresenta-se em três
momentos:
Estrutura Interna
Apresentação das
personagens e relação entre
elas;
Esclarecimento sobre os
Pressentimento de um
Exposição/Prólogo
antecedentes da ação;
conflito.
[Ato I, cenas I a IV]
Desenrolar gradual da ação,
desde a decisão dos
governadores até à cena da
tomada do hábito;
Peripécias, tensões e
Conflito
expectativas.
[Ato I, cena V, a Ato III, cena IX]
Desfecho causado pelos
acontecimentos anteriores;
Catástrofe, consumação da
tragédia familiar;
Separação do casal;
Morte física de Maria.
Desenlace
[Ato III, cenas X a XII]
Espaço
Espaço Físico
Os espaços desta obra são em número
reduzido, sendo que a mudança ato implica a
alteração de cenário.
O afunilamento gradual do espaço anda a par
com o crescer da tragédia
Ato I -
Palácio de
Manuel de
Sousa Coutinho,
em Almada.
Luxo e elegância da época;
Porcelanas, charões, sedas,
flores, etc;
Duas grandes janelas com vista
para o Tejo e Lisboa;
Retrato de Manuel de Sousa
Coutinho vestido com o hábito da
Ordem de S. João de Jerusalém;
Comunicação com o exterior e o
interior do Palácio.
Ato I -
Palácio de
Manuel de
Sousa Coutinho,
em Almada.
No inico, este espaço simboliza a
paz e a aparente harmonia que
dominam a família.
Após o incêndio (final do Ato I) e
a destruição do retrato de Manuel
de Sousa Coutinho são um
prenúncio da catástrofe final.
Ato II-
Palácio de D.
João de
Portugal,
também em
Almada
Salão antigo de gosto
neurastênico e pesado;
Retratos da família na parede, os
de S. Sebastião, D. João de
Portugal e de Camões;
Cortinas que impedem a vista
para o exterior e a entrada de
luz;
Tem ligação a capela da S.ª da
Piedade.
Ato II-
Palácio de D.
João de
Portugal,
também em
Almada
Este salão está incutido com uma
forte carga simbólica, não
somente pela grande ausência de
luz profetizadora da catástrofe
final, tal como os retratos que,
para além do aspeto nacionalista
que transmitem, evocam um
passado ameaçador que
impossibilita o presente e em
consequência o futuro.
Ato III -
Parte baixa do
Palácio de D.
João de
Portugal
Lugar vasto e sem decoração;
Comunica com a capela da S.ª da
Piedade;
Decorado com símbolos de morte
(esquife) e de dor (cruz,
ornamentos característicos da
Semana Santa);
Existência de um hábito religioso.
Ato III -
Parte baixa do
Palácio de D.
João de
Portugal
Afunilamento de espaços
transformando-se discretos e simples
O último local representa a morte e a
impossibilidade de a superar, sendo a
única saída para uma família católica
que aceita os seus princípios religiosos
e sociais de maneira clara e rígida, é a
renúncia ao mundo e à luz.
O espaço apresenta um carácter
pressagiador do desenlace final, a
intensificação progressiva da tensão
dramática.
Espaço Social
Diz respeito as relações sociais, económicas, políticas e culturais entre as
personagens.
- Existem várias indicações que favorecem para a integração das
personagens numa classe social elevada : as falas da personagens, ( “ D.
Madalena de Vilhena, lembrai-vos de quem sois e de quem vindes ,
senhora “ ) o epíteto, ( ‘D’) em D.Madalena ;
Espaço Social
- Delimitado pela crítica que o autor dirige à afronta social causada pelo
domínio filipino e dominada pela passividade daqueles que alimentavam o
mito sebastianista.
- Existe um paralelismo entre a obra e a vida de Garrett que tudo fez
paralegitimar a sua filha Maria Adelaide , espelhando ao longo da obra o
preconceito que recai sobre a ilegitimidade de maneira a consciencializar os
espectadores.
Tempo
Tempo histórico
Frei Luís de Sousa utiliza algumas referências históricas de
maneira e inserir o texto numa determinada época.
Batalha de Alcácer Quibir;
A conjuntura nacional, após a perda da
independência de Portugal e consequentemente
anexação a Espanha;
As alusões a Camões, feitas por D. Madalena e
Telmo;
As referências a Bernardim Ribeiro, feitas por Maria;
O mito sebastianista, cuja génese se encontra
enraizada na época histórica retratada.
Tempo representado
“ (...) Há oito dias que aqui estamos nesta casa”, (fala de Maria, Ato II,
cena 1) – Os Atos 1 e 2 estão separados por oito dias;
“Mas isto ainda é cedo”; “Quatro, quatro e meia (...) São cinco horas, pelo
alvor da manhã” (falas de Jorge, Ato III, cena 1) – Entre os Atos II e III
apenas decorrem algumas horas.
Conclusão – o tempo representado será de oito dias.
Tempo que medeia entre o início e o fim da ação representada.
Tempo da representação
Exposição – um dia: sexta-feira, 27 de Julho de 1599 (Ato I, cena 2, 27ª
fala de Madalena);
Reconhecimento – um dia, sexta-feira, 4 de Agosto de 1599 (Ato II);
Desenlace / Catástrofe – uma noite (sexta para sábado) de 5 de Agosto de
1599 (Ato III, cena 1)
Diz respeito ao tempo que é apresentado em cena e ao qual o leitor /
espectador tem acesso.
Os três momentos cruciais que representam os três momentos-chave do
desenvolvimento da intriga são os seguintes:
Tempo da diegese dramática
Tempo global referido no texto dramático.
Estabelecido a partir da data da Batalha de Alcácer Quibir (4 de Agosto de 1578)
mencionada por D. Madalena na cena 10 do Ato II.
Desta forma atribui especial importância para a definição dos limites da diegese
dramática a cena 2, do Ato 1, em especial das seguintes tiradas de Madalena:
Tempo da diegese dramática
“ (...) D. João ficou naquela batalha (...) como durante sete anos (...) o fiz
procurar” (1578 + 7 = 1585) ·
“ (...) a que se apega esta vossa credulidade de sete ... e hoje mais catorze ...
vinte e um anos” (1585+14=1599)
“(...) vivemos seguros, em paz e felizes ... há catorze anos.”
Conclusão – O tempo da diegese dramática é aproximadamente 21 anos (1578 a
1599). Contudo, é possível recuar um pouco mais, sabe-se que D. Madalena
casara com D. João pouco antes da Batalha e também ainda antes da Batalha
viria a apaixonar-se por Manuel de Sousa Coutinho (Ato II, cena 10)
Simbolismo
de algumas referências temporais
Simbolismo
de algumas referências temporais
A Sexta – feira é vista como algo negativo aos olhos de Madalena, ela considera-o como
fatal: “Ai que é sexta-feira” (Ato II, cena 5) e “É um dia fatal para mim” (Ato II, cena
10).
Os acontecimentos mais marcantes aa vida de Madalena sucederam numa sexta-feira:
primeiro casamento, primeiro encontro com Manuel, Batalha de Alcácer Quibir e
desaparecimento de D. João, regresso de D. João
Simbolismo de algumas
referências temporais:
Ambiente crepuscular e/ou noturno,
caracteristicamente romântico:
“É no fim da tarde” (didascália inicial do Ato I);
“É noite fechada” (didascália Ato I, cena 7);
“É alta noite” (didascália inicial do Ato III).
A predileção pelos ambientes noturnos, característica
romântica, pode simbolizar a morte que cairá sobre a
família, mas também realçar um certo aspeto violador que
envolve toda a história daquele núcleo familiar.
Simbolismo de algumas
referências temporais:
7 foram os dias da criação do Mundo, 7 são os
pecados mortais e as virtudes que se lhe opõem,
7 são os dias da semana, 7 são as cores do
arco-íris..
A permanência do número 7:
● 7 anos de procura de D. João;
● 14 anos de casamento com Manuel de Sousa
Coutinho (7+7);
● 21 anos desde o desaparecimento de D. João
(3x7).7 é o símbolo de uma totalidade:
Recorte
das personagens principais
D. Madalena
É infeliz e angustiada, vive perseguida pelo
Manuel de Sousa: “fidalgo remorso de ter amado
D. Manuel enquanto era casada de bom primor e
de boa com D. João.
Personagem tipicamente romântica pela sua
sensibilidade ( sonhadora, tendência para o
devaneio) e pela submissão total ao amor que
sente por D. Manuel.
Maria
Crescimento precoce, madura e adulta para a idade (13
anos);
Doente, débil, devido a sua doença (tuberculose);
Culta, gosta de ler;
Visionária e extremamente perspicaz (Ato 1, cena 4);
Pressente a desgraça (Ato II, cena 1);
Curiosa (Ato II, cena 2);v Nacionalista (Ato II, cena 3);
Sebastianista (Ato II, cena 3).
Marcada pelo pecado;
Filha de Madalena e de Manuel de Sousa Coutinho, é uma
menina:
Maria
Símbolo do nacionalismo romântico e também do
Sebastianismo, é a única personagem que morre,
simbolizando a sua morte, e bem ao jeito romântico,
a impossibilidade de viver sem o amor (dos pais,
neste caso), sem o sonho e o aspeto irreconciliável
entre o eu e a sociedade.
Telmo
Função de coro, pois anuncia o futuro, tece
comentários sobre a acção e com apartes esclarece
o público;
Escudeiro, amigo e confidente, por quem Madalena
sente respeito e carinho. Vê nele um pai, uma
proteção;
Nutre por Maria uma afeição especial, superior ao
amor que tem por D. João (Ato III, cena 4);
Vive dominado pelo sebastianismo, alimentando os
remorsos de Madalena e as fantasias de Maria;
Telmo
Simboliza a presença constante do passado,
que, quando regressa, na figura de D. João,
também o aniquila;
No fim fica só , sem a família. O regresso de D.
João e o conflito interior daí decorrente
abalaram-lhe as certezas, destruindo-o também.
Manuel de Sousa
Fidalgo, bom português, casado com D. Madalena e
pai de Maria;
É cavaleiro de Malta;
Das personagens com maior evolução/transformação
sofre ao longo da peça:
No início, é uma personagem racional, segura de si,
corajosa, capaz de lutar pelos seus ideais, é nas
palavras de Telmo “guapo cavalheiro, honrado fidalgo,
bom português” (Ato I, cena 2);
Manuel de Sousa
Quando vê o seu retrato devorado pelas chamas (Ato
I, cena 9), tem um pressentimento de que algo poderá
ensombrar o futuro;
O seu destino será semelhante ao do seu pai, ou seja,
que são eles próprios que “provocam” o destino e
atraem a fatalidade e a morte;
Crescente afastamento da racionalidade é intuído por
Frei Jorge, seu irmão, que afirma na cena 9, do Ato II:
“(...) Até meu irmão o desconheço! A todos parece que
o coração lhes adivinha a desgraça!...”;
Manuel de Sousa
O seu percurso descendente e doloroso termina com
um grito de auto compaixão “Mas eu em que mereci
ser feito o homem mais infeliz da terra” (Ato III, cena
1) e assume a sua “morte” e da sua decisão
inabalável (Ato III, cena 8);
É símbolo da luta pela liberdade;
Manuel é primeiro pai e só depois marido;
Manuel de Sousa
A sua principal preocupação de Manuel vai para
sua filha: “ Oh! Minha filha, minha filha! Desgraçada
filha, que ficas órfã!...órfã de pai e de mãe...e de
família e de nome, que tudo perdeste hoje...”(Ato
III, cena 1) ;
É símbolo do Portugal novo e racional (transposto
para a época de Garrett) que pode ser “engolido”
pelo passado, se não souber evoluir.
D. João de Portugal
Primeiro marido de D. Madalena a quem amava: “...Oh,
Telmo, Telmo, com que amor a amava eu...” (Ato III,
cena 5);
“...um honrado fidalgo e um valente cavaleiro”
(palavras de Manuel no Ato II, cena 2);
Feito prisioneiro em Alcácer Quibir e prisioneiro, em
Jerusalém, durante 20 anos;
Regressa pasado 21 anos, na figura do Romeiro;
“Espelho de cavalaria e gentileza, aquela flor dos bons...”
(palavras de Telmo no Acto I, cena 2);
D. João de Portugal
É ausente ao logo do texto, é um fantasma, uma entidade
abstracta, só existe através das palavras de Telmo e de
D. Madalena;
Depois vai-se progressivamente materializando no Ato II,
primeiro pelo retrato e depois pela presença física (Ato
II, cena 13);
D. João de Portugal
Na cena 5 do Ato III após saber que D. Madalena o
procurara, D. João humaniza-se, e tenta remediar a
situação (Ato 3, cena V).
Sofre dois tipos de percurso:
● A sua concretização enquanto figura real (acima
mencionado)
● A sua humanização – 1º contacto físico entre o leitor
e D. João indica um genêro de anjo vingador,
encarregue de castigar o “pecado” e de repor a
“ordem”.
Frei Jorge
Irmão de Manuel de Sousa Coutinho;
Dominicano;
Personagem que impõe racionalidade
tentando manter o equilíbrio no meio da
família angustiada e desfeita.
É maioritariamente a personagem moderadora
do conflito, atuando como confidente tanto de
Madalena como de seu irmão Manuel.
Sebastianismo
Sebastianismo
O sebastianismo é um movimento mítico
que baseado na crença do regresso de D.
Sebastião.
Surgiu com o falecimento deste rei na
batalha de Alcácer Quibir, em 1578.
Acreditava-se que o monarca regressaria
numa manhã de cerrado nevoeiro e que iria
restaurar a Independência portuguesa.
Sebastianismo na Obra
Na obra, esta crença é mais evidenciada por Telmo, mas também por Maria
e Madalena.
Ao longo das cenas é visível ver diversas menções a D. Sebastião.
Representa a sobreposição do emocional ao racional, estando o
pressentimento e a crença acima da razão.
Representa a incerteza da identidade portuguesa naqueles tempos.
Sebastianismo na obra
- nas falas de Telmo
- nas esperanças de Maria
- nos receios de D. Madalena
- no regresso do Romeiro (associação negativa, uma vez que
provoca a destruição da harmonia familiar e mesmo a morte de
Maria) D. João de
Portugal apareceu como um antimito.
o sebastianismo está presente:
Simbologia
O Sebastianismo tem uma opinião destruidora, pois gera catástrofe e
desgraça.
O mito é caracterizado simbolicamente pelo regresso de D. João.
O incêndio na casa de Manuel de Sousa procurava “desassombrar” a casa
do mito sebástico.
Várias ações passam-se em sextas-feiras, dia em que desapareceu D.
Sebastião e em que regressou D. João.
Linguagem e Estilo
Linguagem e estilo
Nesta peça, encontramos as marcas fundamentais do modo de expressão que
constitui o diálogo, pelo que as estruturas discursiva e frásica apresentam as
características próprias da coloquialidade e da oralidade.
A nível lexical:
-Repetições
- Emotividade vocabular
- interjeições e locuções interjetivas.
- Substituição de frases por palavras.
- Repetição do advérbio de tempo.
Linguagem e estilo
A nível sintático:
- Frases inacabadas.
Registos de linguagens:
- Coexistem os registos familiar e cuidado.
Prosódia:
- O ritmo frásico e discursivo liga-se claramente ao estado de espirito do sujeito
de enunciação.
O género de “Frei
Luís de Sousa”
O género de “Frei Luís de Sousa”
Frei Luís de Sousa, publicado em l844, é o maior drama romântico português e
uma das melhores peças teatrais da nossa literatura.
Trata-se de uma obra de difícil classificação, pois rompe com a divisão do teatro,
herdada já dos gregos, em dois ramos ou géneros: comédia e tragédia.
É que o Frei Luís de Sousa é um drama romântico.
Apresenta características românticas e características clássicas e trágicas.
O Romantismo em Frei
Luís de Sousa
A crença no sebastianismo
O mito do sebastianismo está espalhado por toda a obra. Logo no início (Ato I, cena
2), Madalena afirma a Telmo.
O patriotismo e o nacionalismo:
Estes sentimentos são evidentes no comportamento de Manuel de Sousa Coutinho
e no idealismo de Maria.
As crenças:
Agouros, superstições, as visões e os sonhos, bem evidentes em Madalena, Telmo e
Maria.
O Romantismo em Frei Luís de
Sousa
A religiosidade:
A permanente referência ao cristianismo e ao
culto.
O individualismo:
Destacado pelo confronto entre o indivíduo e
a sociedade, entre o código moral
estabelecido e o desejo de ser feliz , entre a
fidelidade a um passado que esmaga e o
abandono a um presente que abre um
sentido para a vida.
O tema da morte:
Atravessa a obra de ponta a ponta, tema tão
caro aos românticos por ser a melhor solução
para os conflitos.
O mito do escritor romântico:
Martirizado, sofredor, solitário, marcado pelo
destino.
Valorização das raízes nacionais:
Tema da história nacional, referência a
acontecimentos históricos e a figuras da saga
portuguesa.
Carácter universal e
atemporal
Carácter universal e
atemporal
Conflito eu / sociedade (Madalena);
Conflitos interiores (consciência; amor);
Denúncia das arbitrariedades e da tirania e apelo à defesa da
liberdade (Manuel de Sousa Coutinho e Maria).
Conclusão
Após a realização deste trabalho podemos entender
mais sobre a obra de Frei Luís de Sousa e toda a sua
estrutura, aprofundando assim os nossos
conhecimentos sobre a mesma.

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Frei Luís de Sousa: Análise da Obra-Prima Romântica de Almeida Garrett

  • 1. Frei Luís de Sousa DE ALMEIDA GARRETT
  • 2. Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português Módulo 4 (2.ª Parte) Bruna Ladeiras nº721785 Carolina Costa nº721786 Cristina Alves nº721787 ESCOLA PROFISSIONAL DE TORRES NOVAS 2020/21
  • 3. Introdução Este trabalho tem como intuito aprender mais sobre a obra Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Ao longo do PowerPoint iremos abordar os seguintes temas: Biografia de Almeida Garrett, a estrutura da obra, o espaço,o tempo, simbolismo de algumas referências temporais, recorte das personagens principais, o sebastianismo - história e ficção, linguagem e estilo, o género de “Frei Luís de Sousa”, o carácter universal e atemporal da obra.
  • 4. Almeida Garrett Nascimento : 4 de fevereiro de 1799, Porto; Falecimento: 9 de dezembro de 1854, Lisboa; Cônjuge: Luísa Cândida Midosi (a 1835); Formação: Universidade de Coimbra (1816–1821).
  • 5. • Era um poeta, prosador e dramaturgo português, teve um papel importante como o iniciador do movimento romântico em Portugal com a publicação do poema “Camões”. • João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto, Portugal, no dia 04 de fevereiro de 1799. Acompanhou a família na mudança para os Açores, durante a invasão napoleônica. • Passou a sua adolescência na ilha Terceira, onde fez seus primeiros estudos. Desde cedo manifestou um gosto pela literatura e pela política. Almeida Garrett
  • 6. Teatro Romântico •Almeida Garrett iniciouo teatro romântico português, originando assim o sentimento de patriotismo e o gosto pelos momentos significativos da história nacional. •As obras que mais se destacam na dramaturgia são: - “Um Auto de Gil Vicente” (sua primeira peça romântica, 1842); - “O Alfageme de Santarém” (1842); - “Frei Luís de Sousa” (uma tragédia, obra prima da dramaturgia romântica portuguesa, 1844); - “D. Filipa de Vilhena” (1846)
  • 8. Estrutura externa. A estabilidade entre os três atos deve-se a atitude estruturalmente clássica, que não se adapta totalmente ao desenrolar do conflito. A divisão dos atos ocorre devido a mudança de cenário, ou seja, a mudança de espaço. As cenas, essas, são marcadas pela entrada e/ou saída de personagens.
  • 9. Estrutura Externa Diálogo – conversa entre duas ou mais personagens; Monólogo – uma personagem, falando consigo mesma, expressa os seus pensamentos e/ou sentimentos; Aparte – réplica de uma personagem que não é ouvida pelas outras personagens, destinando-se aos espectadores/leitores. Texto principal É composto pelas falas das personagens, em discurso direto e antecedidas dos respetivos nomes, podendo assumir diferentes modos de discurso:
  • 10. Estrutura Externa Listagem inicial das personagens; Informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em atos e cenas); Referências sobre o cenário e o guarda -roupa das personagens; Indicações sobre a movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou o tom de voz com que devem proferir as palavras/falas. Texto secundário Composto pelas didascálias, geralmente em itálico e/ou entre parênteses, que têm várias funções:
  • 11. Estrutura Externa Ato I — doze cenas Ato II — quinze cenas Ato III — doze cenas • Texto em prosa (característica do drama romântico). • Divisão em três atos (mudança de ato -> mudança no local da ação)
  • 12. Estrutura Interna Exposição ou Prólogo; Conflito; Desenlace A estrutura interna diz respeito ao modo como a ação está disposta ao longo da obra. No texto dramático, normalmente, essa disposição apresenta-se em três momentos:
  • 13. Estrutura Interna Apresentação das personagens e relação entre elas; Esclarecimento sobre os Pressentimento de um Exposição/Prólogo antecedentes da ação; conflito. [Ato I, cenas I a IV] Desenrolar gradual da ação, desde a decisão dos governadores até à cena da tomada do hábito; Peripécias, tensões e Conflito expectativas. [Ato I, cena V, a Ato III, cena IX] Desfecho causado pelos acontecimentos anteriores; Catástrofe, consumação da tragédia familiar; Separação do casal; Morte física de Maria. Desenlace [Ato III, cenas X a XII]
  • 15. Espaço Físico Os espaços desta obra são em número reduzido, sendo que a mudança ato implica a alteração de cenário. O afunilamento gradual do espaço anda a par com o crescer da tragédia
  • 16. Ato I - Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. Luxo e elegância da época; Porcelanas, charões, sedas, flores, etc; Duas grandes janelas com vista para o Tejo e Lisboa; Retrato de Manuel de Sousa Coutinho vestido com o hábito da Ordem de S. João de Jerusalém; Comunicação com o exterior e o interior do Palácio.
  • 17. Ato I - Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. No inico, este espaço simboliza a paz e a aparente harmonia que dominam a família. Após o incêndio (final do Ato I) e a destruição do retrato de Manuel de Sousa Coutinho são um prenúncio da catástrofe final.
  • 18. Ato II- Palácio de D. João de Portugal, também em Almada Salão antigo de gosto neurastênico e pesado; Retratos da família na parede, os de S. Sebastião, D. João de Portugal e de Camões; Cortinas que impedem a vista para o exterior e a entrada de luz; Tem ligação a capela da S.ª da Piedade.
  • 19. Ato II- Palácio de D. João de Portugal, também em Almada Este salão está incutido com uma forte carga simbólica, não somente pela grande ausência de luz profetizadora da catástrofe final, tal como os retratos que, para além do aspeto nacionalista que transmitem, evocam um passado ameaçador que impossibilita o presente e em consequência o futuro.
  • 20. Ato III - Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal Lugar vasto e sem decoração; Comunica com a capela da S.ª da Piedade; Decorado com símbolos de morte (esquife) e de dor (cruz, ornamentos característicos da Semana Santa); Existência de um hábito religioso.
  • 21. Ato III - Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal Afunilamento de espaços transformando-se discretos e simples O último local representa a morte e a impossibilidade de a superar, sendo a única saída para uma família católica que aceita os seus princípios religiosos e sociais de maneira clara e rígida, é a renúncia ao mundo e à luz. O espaço apresenta um carácter pressagiador do desenlace final, a intensificação progressiva da tensão dramática.
  • 22. Espaço Social Diz respeito as relações sociais, económicas, políticas e culturais entre as personagens. - Existem várias indicações que favorecem para a integração das personagens numa classe social elevada : as falas da personagens, ( “ D. Madalena de Vilhena, lembrai-vos de quem sois e de quem vindes , senhora “ ) o epíteto, ( ‘D’) em D.Madalena ;
  • 23. Espaço Social - Delimitado pela crítica que o autor dirige à afronta social causada pelo domínio filipino e dominada pela passividade daqueles que alimentavam o mito sebastianista. - Existe um paralelismo entre a obra e a vida de Garrett que tudo fez paralegitimar a sua filha Maria Adelaide , espelhando ao longo da obra o preconceito que recai sobre a ilegitimidade de maneira a consciencializar os espectadores.
  • 24. Tempo
  • 25. Tempo histórico Frei Luís de Sousa utiliza algumas referências históricas de maneira e inserir o texto numa determinada época. Batalha de Alcácer Quibir; A conjuntura nacional, após a perda da independência de Portugal e consequentemente anexação a Espanha; As alusões a Camões, feitas por D. Madalena e Telmo; As referências a Bernardim Ribeiro, feitas por Maria; O mito sebastianista, cuja génese se encontra enraizada na época histórica retratada.
  • 26. Tempo representado “ (...) Há oito dias que aqui estamos nesta casa”, (fala de Maria, Ato II, cena 1) – Os Atos 1 e 2 estão separados por oito dias; “Mas isto ainda é cedo”; “Quatro, quatro e meia (...) São cinco horas, pelo alvor da manhã” (falas de Jorge, Ato III, cena 1) – Entre os Atos II e III apenas decorrem algumas horas. Conclusão – o tempo representado será de oito dias. Tempo que medeia entre o início e o fim da ação representada.
  • 27. Tempo da representação Exposição – um dia: sexta-feira, 27 de Julho de 1599 (Ato I, cena 2, 27ª fala de Madalena); Reconhecimento – um dia, sexta-feira, 4 de Agosto de 1599 (Ato II); Desenlace / Catástrofe – uma noite (sexta para sábado) de 5 de Agosto de 1599 (Ato III, cena 1) Diz respeito ao tempo que é apresentado em cena e ao qual o leitor / espectador tem acesso. Os três momentos cruciais que representam os três momentos-chave do desenvolvimento da intriga são os seguintes:
  • 28. Tempo da diegese dramática Tempo global referido no texto dramático. Estabelecido a partir da data da Batalha de Alcácer Quibir (4 de Agosto de 1578) mencionada por D. Madalena na cena 10 do Ato II. Desta forma atribui especial importância para a definição dos limites da diegese dramática a cena 2, do Ato 1, em especial das seguintes tiradas de Madalena:
  • 29. Tempo da diegese dramática “ (...) D. João ficou naquela batalha (...) como durante sete anos (...) o fiz procurar” (1578 + 7 = 1585) · “ (...) a que se apega esta vossa credulidade de sete ... e hoje mais catorze ... vinte e um anos” (1585+14=1599) “(...) vivemos seguros, em paz e felizes ... há catorze anos.” Conclusão – O tempo da diegese dramática é aproximadamente 21 anos (1578 a 1599). Contudo, é possível recuar um pouco mais, sabe-se que D. Madalena casara com D. João pouco antes da Batalha e também ainda antes da Batalha viria a apaixonar-se por Manuel de Sousa Coutinho (Ato II, cena 10)
  • 31. Simbolismo de algumas referências temporais A Sexta – feira é vista como algo negativo aos olhos de Madalena, ela considera-o como fatal: “Ai que é sexta-feira” (Ato II, cena 5) e “É um dia fatal para mim” (Ato II, cena 10). Os acontecimentos mais marcantes aa vida de Madalena sucederam numa sexta-feira: primeiro casamento, primeiro encontro com Manuel, Batalha de Alcácer Quibir e desaparecimento de D. João, regresso de D. João
  • 32. Simbolismo de algumas referências temporais: Ambiente crepuscular e/ou noturno, caracteristicamente romântico: “É no fim da tarde” (didascália inicial do Ato I); “É noite fechada” (didascália Ato I, cena 7); “É alta noite” (didascália inicial do Ato III). A predileção pelos ambientes noturnos, característica romântica, pode simbolizar a morte que cairá sobre a família, mas também realçar um certo aspeto violador que envolve toda a história daquele núcleo familiar.
  • 33. Simbolismo de algumas referências temporais: 7 foram os dias da criação do Mundo, 7 são os pecados mortais e as virtudes que se lhe opõem, 7 são os dias da semana, 7 são as cores do arco-íris.. A permanência do número 7: ● 7 anos de procura de D. João; ● 14 anos de casamento com Manuel de Sousa Coutinho (7+7); ● 21 anos desde o desaparecimento de D. João (3x7).7 é o símbolo de uma totalidade:
  • 35. D. Madalena É infeliz e angustiada, vive perseguida pelo Manuel de Sousa: “fidalgo remorso de ter amado D. Manuel enquanto era casada de bom primor e de boa com D. João. Personagem tipicamente romântica pela sua sensibilidade ( sonhadora, tendência para o devaneio) e pela submissão total ao amor que sente por D. Manuel.
  • 36. Maria Crescimento precoce, madura e adulta para a idade (13 anos); Doente, débil, devido a sua doença (tuberculose); Culta, gosta de ler; Visionária e extremamente perspicaz (Ato 1, cena 4); Pressente a desgraça (Ato II, cena 1); Curiosa (Ato II, cena 2);v Nacionalista (Ato II, cena 3); Sebastianista (Ato II, cena 3). Marcada pelo pecado; Filha de Madalena e de Manuel de Sousa Coutinho, é uma menina:
  • 37. Maria Símbolo do nacionalismo romântico e também do Sebastianismo, é a única personagem que morre, simbolizando a sua morte, e bem ao jeito romântico, a impossibilidade de viver sem o amor (dos pais, neste caso), sem o sonho e o aspeto irreconciliável entre o eu e a sociedade.
  • 38. Telmo Função de coro, pois anuncia o futuro, tece comentários sobre a acção e com apartes esclarece o público; Escudeiro, amigo e confidente, por quem Madalena sente respeito e carinho. Vê nele um pai, uma proteção; Nutre por Maria uma afeição especial, superior ao amor que tem por D. João (Ato III, cena 4); Vive dominado pelo sebastianismo, alimentando os remorsos de Madalena e as fantasias de Maria;
  • 39. Telmo Simboliza a presença constante do passado, que, quando regressa, na figura de D. João, também o aniquila; No fim fica só , sem a família. O regresso de D. João e o conflito interior daí decorrente abalaram-lhe as certezas, destruindo-o também.
  • 40. Manuel de Sousa Fidalgo, bom português, casado com D. Madalena e pai de Maria; É cavaleiro de Malta; Das personagens com maior evolução/transformação sofre ao longo da peça: No início, é uma personagem racional, segura de si, corajosa, capaz de lutar pelos seus ideais, é nas palavras de Telmo “guapo cavalheiro, honrado fidalgo, bom português” (Ato I, cena 2);
  • 41. Manuel de Sousa Quando vê o seu retrato devorado pelas chamas (Ato I, cena 9), tem um pressentimento de que algo poderá ensombrar o futuro; O seu destino será semelhante ao do seu pai, ou seja, que são eles próprios que “provocam” o destino e atraem a fatalidade e a morte; Crescente afastamento da racionalidade é intuído por Frei Jorge, seu irmão, que afirma na cena 9, do Ato II: “(...) Até meu irmão o desconheço! A todos parece que o coração lhes adivinha a desgraça!...”;
  • 42. Manuel de Sousa O seu percurso descendente e doloroso termina com um grito de auto compaixão “Mas eu em que mereci ser feito o homem mais infeliz da terra” (Ato III, cena 1) e assume a sua “morte” e da sua decisão inabalável (Ato III, cena 8); É símbolo da luta pela liberdade; Manuel é primeiro pai e só depois marido;
  • 43. Manuel de Sousa A sua principal preocupação de Manuel vai para sua filha: “ Oh! Minha filha, minha filha! Desgraçada filha, que ficas órfã!...órfã de pai e de mãe...e de família e de nome, que tudo perdeste hoje...”(Ato III, cena 1) ; É símbolo do Portugal novo e racional (transposto para a época de Garrett) que pode ser “engolido” pelo passado, se não souber evoluir.
  • 44. D. João de Portugal Primeiro marido de D. Madalena a quem amava: “...Oh, Telmo, Telmo, com que amor a amava eu...” (Ato III, cena 5); “...um honrado fidalgo e um valente cavaleiro” (palavras de Manuel no Ato II, cena 2); Feito prisioneiro em Alcácer Quibir e prisioneiro, em Jerusalém, durante 20 anos; Regressa pasado 21 anos, na figura do Romeiro; “Espelho de cavalaria e gentileza, aquela flor dos bons...” (palavras de Telmo no Acto I, cena 2);
  • 45. D. João de Portugal É ausente ao logo do texto, é um fantasma, uma entidade abstracta, só existe através das palavras de Telmo e de D. Madalena; Depois vai-se progressivamente materializando no Ato II, primeiro pelo retrato e depois pela presença física (Ato II, cena 13);
  • 46. D. João de Portugal Na cena 5 do Ato III após saber que D. Madalena o procurara, D. João humaniza-se, e tenta remediar a situação (Ato 3, cena V). Sofre dois tipos de percurso: ● A sua concretização enquanto figura real (acima mencionado) ● A sua humanização – 1º contacto físico entre o leitor e D. João indica um genêro de anjo vingador, encarregue de castigar o “pecado” e de repor a “ordem”.
  • 47. Frei Jorge Irmão de Manuel de Sousa Coutinho; Dominicano; Personagem que impõe racionalidade tentando manter o equilíbrio no meio da família angustiada e desfeita. É maioritariamente a personagem moderadora do conflito, atuando como confidente tanto de Madalena como de seu irmão Manuel.
  • 49. Sebastianismo O sebastianismo é um movimento mítico que baseado na crença do regresso de D. Sebastião. Surgiu com o falecimento deste rei na batalha de Alcácer Quibir, em 1578. Acreditava-se que o monarca regressaria numa manhã de cerrado nevoeiro e que iria restaurar a Independência portuguesa.
  • 50. Sebastianismo na Obra Na obra, esta crença é mais evidenciada por Telmo, mas também por Maria e Madalena. Ao longo das cenas é visível ver diversas menções a D. Sebastião. Representa a sobreposição do emocional ao racional, estando o pressentimento e a crença acima da razão. Representa a incerteza da identidade portuguesa naqueles tempos.
  • 51. Sebastianismo na obra - nas falas de Telmo - nas esperanças de Maria - nos receios de D. Madalena - no regresso do Romeiro (associação negativa, uma vez que provoca a destruição da harmonia familiar e mesmo a morte de Maria) D. João de Portugal apareceu como um antimito. o sebastianismo está presente:
  • 52. Simbologia O Sebastianismo tem uma opinião destruidora, pois gera catástrofe e desgraça. O mito é caracterizado simbolicamente pelo regresso de D. João. O incêndio na casa de Manuel de Sousa procurava “desassombrar” a casa do mito sebástico. Várias ações passam-se em sextas-feiras, dia em que desapareceu D. Sebastião e em que regressou D. João.
  • 54. Linguagem e estilo Nesta peça, encontramos as marcas fundamentais do modo de expressão que constitui o diálogo, pelo que as estruturas discursiva e frásica apresentam as características próprias da coloquialidade e da oralidade. A nível lexical: -Repetições - Emotividade vocabular - interjeições e locuções interjetivas. - Substituição de frases por palavras. - Repetição do advérbio de tempo.
  • 55. Linguagem e estilo A nível sintático: - Frases inacabadas. Registos de linguagens: - Coexistem os registos familiar e cuidado. Prosódia: - O ritmo frásico e discursivo liga-se claramente ao estado de espirito do sujeito de enunciação.
  • 56. O género de “Frei Luís de Sousa”
  • 57. O género de “Frei Luís de Sousa” Frei Luís de Sousa, publicado em l844, é o maior drama romântico português e uma das melhores peças teatrais da nossa literatura. Trata-se de uma obra de difícil classificação, pois rompe com a divisão do teatro, herdada já dos gregos, em dois ramos ou géneros: comédia e tragédia. É que o Frei Luís de Sousa é um drama romântico. Apresenta características românticas e características clássicas e trágicas.
  • 58. O Romantismo em Frei Luís de Sousa A crença no sebastianismo O mito do sebastianismo está espalhado por toda a obra. Logo no início (Ato I, cena 2), Madalena afirma a Telmo. O patriotismo e o nacionalismo: Estes sentimentos são evidentes no comportamento de Manuel de Sousa Coutinho e no idealismo de Maria. As crenças: Agouros, superstições, as visões e os sonhos, bem evidentes em Madalena, Telmo e Maria.
  • 59. O Romantismo em Frei Luís de Sousa A religiosidade: A permanente referência ao cristianismo e ao culto. O individualismo: Destacado pelo confronto entre o indivíduo e a sociedade, entre o código moral estabelecido e o desejo de ser feliz , entre a fidelidade a um passado que esmaga e o abandono a um presente que abre um sentido para a vida. O tema da morte: Atravessa a obra de ponta a ponta, tema tão caro aos românticos por ser a melhor solução para os conflitos. O mito do escritor romântico: Martirizado, sofredor, solitário, marcado pelo destino. Valorização das raízes nacionais: Tema da história nacional, referência a acontecimentos históricos e a figuras da saga portuguesa.
  • 61. Carácter universal e atemporal Conflito eu / sociedade (Madalena); Conflitos interiores (consciência; amor); Denúncia das arbitrariedades e da tirania e apelo à defesa da liberdade (Manuel de Sousa Coutinho e Maria).
  • 62. Conclusão Após a realização deste trabalho podemos entender mais sobre a obra de Frei Luís de Sousa e toda a sua estrutura, aprofundando assim os nossos conhecimentos sobre a mesma.