2. A SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922
linhas gerais
Enfunando
os
papos,
O
sapo
tanoeiro,
Vede
como
primo
Saem
da
penumbra,
Parnasiano
aguado,
Em
comer
os
hiatos!
Aos
pulos,
os
sapos.
Diz:
-‐
"Meu
cancioneiro
Que
arte!
E
nunca
rimo
A
luz
os
deslumbra.
[...]
É
bem
martelado:
Os
termos
cognatos.
O
meu
verso
é
bom
Vai
por
cinquenta
anos
Clama
a
saparia
Frumento
sem
joio.
Que
lhes
dei
a
norma:
Em
críPcas
céPcas:
Faço
rimas
com
Reduzi
sem
danos
Não
há
mais
poesia,
Consoantes
de
apoio.
A
formas
a
forma.
Mas
há
artes
poéPcas...”
[...]
Longe
dessa
gritaria
Lá,
fugido
ao
mundo,
Que
soluças
tu,
Lá
onde
mais
densa
Sem
glória,
sem
fé,
Transido
de
frio
A
noite
infinita
No
perau
profundo
Sapo-‐cururu
Verte
a
sombra
imensa.
E
solitário
é
Da
beira
do
rio.
BANDEIRA,
Manuel.
Fragmentos
de
“Os
sapos”.
In.:
Estrela
da
vida
inteira.
Rio
de
Janeiro:
Nova
Fronteira,
1999.
crí$ca
ao
formalismo
parnasiano
crí$ca
à
previsibilidade
do
lirismo
passadista
tenta$va
de
atualizar
as
letras
nacionais
valorização
do
elemento
nacional
experimentação
esté$ca
defesa
de
uma
independência
mental
brasileira
3. QUESTÃO 01
a semana de arte moderna de 1922
Considerando
o
contexto
da
Semana
de
Arte
Moderna,
a
importância
do
poema
“Os
sapos”,
de
Manuel
Bandeira,
deve-‐se
ao
fato
de
ele:
promover
uma
aproximação
das
vanguardas
europeias
e
celebrar
as
conquistas
trazidas
por
Anita
Malfaa
para
as
artes
brasileiras.
dialogar
criPcamente
com
o
movimento
românPco,
principalmente
no
que
diz
respeito
ao
nacionalismo
ufanista
de
autores
como
Gonçalves
Dias.
se
apropriar
do
discurso
pré-‐modernista,
visando
a
criPcar
as
formas
passadistas
usadas
até
então
nas
letras
nacionais.
parafrasear
a
estéPca
art
nouveau
e
celebrar
os
valores
nacionais
expressos
pelo
sapo
cururu
em
detrimento
das
formas
ultrapassadas
usadas
pelos
escritores
parnasianos.
reler
parodicamente
procedimentos
formais
e
elementos
temáPcos
dos
autores
usados
no
parnasianismo
com
a
intenção
de
ridicularizar
seu
apreço
pela
forma.
4. SOLUÇÃO COMENTADA
a semana de arte moderna de 1922
A
importância
do
poema
“Os
sapos”
deve-‐se
principalmente
ao
fato
de
ele
se
apropriar
parodicamente
do
discurso
parnasiano
com
o
intuito
de
ridicularizá-‐lo
e,
ao
mesmo
tempo,
de
promover
a
defesa
de
uma
arte
nacional,
simples,
popular
e
moderna.
Assinale-‐se,
portanto,
a
letra
“e”.
5. TEXTO
ENEM-2007
Há
duas
espécies
de
arPstas.
Uma
composta
dos
que
veem
as
coisas
e
em
consequência
fazem
arte
pura,
guardados
os
eternos
ritmos
da
vida,
e
adotados,
para
a
concrePzação
das
emoções
estéPcas,
os
processos
clássicos
dos
grandes
mestres.
(...)
A
outra
espécie
é
formada
dos
que
veem
anormalmente
a
natureza
e
a
interpretam
à
luz
das
teorias
efêmeras,
sob
a
sugestão
estrábica
das
escolas
rebeldes,
surgidas
cá
e
lá
como
furúnculos
da
cultura
excessiva.
(...).
Estas
considerações
são
provocadas
pela
exposição
da
sra.
Malfaa,
onde
se
notam
acentuadíssimas
tendências
para
uma
aPtude
estéPca
forçada
no
senPdo
das
extravagâncias
de
Picasso
&
cia.
O
Diário
de
São
Paulo,
dez./1917.
6. QUESTÃO 02
ENEM-2007
Em
qual
das
obras
abaixo
idenPfica-‐se
o
esPlo
de
Anita
Malfaa
criPcado
por
Monteiro
Lobato
no
arPgo?
12. SOLUÇÃO COMENTADA
a semana de arte moderna de 1922
A
despreocupação
com
a
representação
objePva
da
realidade
[baixo
grau
de
verossimilhança]
e
com
os
conceitos
de
belo
e
feio
aproximam
o
quadro
A
boba
das
obras
do
expressionismo
europeu.
Atente-‐se,
ainda,
ao
traço
geométrico
presente
nos
olhos
da
figura
representada
no
quadro
em
análise.
Marque-‐se,
pois,
a
alternaPva
“e”.