Este documento apresenta uma abordagem sistêmica para facilitar conversações em grupos presenciais. A abordagem envolve quatro fases: tribalização para integrar os participantes; contextualização para revelar perspectivas do grupo; problematização para refletir sobre os comportamentos; e resignificação para redefinir relacionamentos. O objetivo é estabelecer um fluxo de autoregulação no grupo através de conversas livres e éticas, sem tentar controlar o sistema.
1. Abordagem sistêmica de
fluxos de conversação
Roteiro geral para atendimento de grupos presenciais
2. Consideramos que a nossa contribuição é constituída basicamente de
perguntas, em particular, daquelas que nossos interlocutores não se
fazem, e que dão possibilidade a muitas respostas que, por sua vez,
podem gerar novas perguntas" (Andersen, 1996:p.48)
3. Premissas
A empresa enquanto sistema social humano é
formada por diversos subsistemas que se
caracterizam como áreas, seções e departamentos
nos quais se organizam e convivem pessoas.
Todos os problemas, desafios, metas e conquistas
de um grupo podem ser entendidos por estarem
inseridos num dado sistema ou subsistema desta
empresa.
4. Abordagem sistêmica
A abordagem sistêmica é uma maneira de
visualizar, situar, pensar e sentir estes problemas,
desafios, metas e conquistas em relação ao seus
respectivos contextos, considerando as interações
entre todas as suas partes envolvidas.
5. Facilitação
A facilitação é um arte ou forma de intervenção
para promover ações transformadoras na vida das
pessoas, do grupo e da instituição. Este trabalho se
concentrar na articulação entre o ato de perguntar e
o desenvolvimento das reflexões que emergem em
um grupo.
7. Tribalização
Fase inicial de reconhecimento e integração de cada
um dos participantes para construção do grupo.
Acontece necessariamente dando voz a cada um dos
participantes e possibilitando atividades lúdicas em
conjunto.
8. Contextualização
Nesta fase o facilitador lança questões para fazer
emergir as diversas percepções dos participantes
do encontro, em suas dimensões individuais,
grupais e institucionais;
As falas, respostas e comentários vão se
entrelaçando e revelando motes, conceitos e
paradigmas que se apresentam como verdades
aceitas e assumidas pelo grupo.
9. Problematização
Nesta fase os conteúdos emergidos são
reapresentados ao grupo pelo facilitador para
reflexão sobre o sentido ou significado dos
comportamentos apresentados pelas pessoas. Os
subsistemas do grupo são divididos e convidados a
se perceberem em seus discursos.
10. Resignificação
O facilitador provoca positivamente os participantes
abrindo espaço para redefinirem ou confirmarem
seus relacionamentos e posicionamentos frente ao
contexto futuro que será vivido pelo grupo.
Esta fase se encerra com a construção dos acordos
entre os participantes, a nível individual, grupal e
institucional.
11. Resultados
Alguns padrões de conversação em grupo têm uma
condição muito maior do que outros de atingirem os
seus objetivos. Isso se dá por uma série de fatores
conhecidos e desconhecidos do facilitador.
12. Convite e perguntas
A forma como os participantes foram convidados para
estarem no encontro é importante. Quanto mais
espontânea, mais interessante para o fluxo.
Podemos afirmar que as perguntas que são
formuladas durante a conversação tem um papel
fundamental neste processo.
13. Ambiente e momentum
O ambiente onde a conversação acontece, o tempo
de duração do encontro e o número de
participantes também influencia muito.
E sem dúvida o momento de vida em que o grupo
de encontra é importantíssimo, considerando que
pode ser de mudança, início, estruturação ou
desestruturação de um contexto grupal, por
exemplo.
14. Impossível controlar!
De qualquer modo vale ressaltar que dois aspectos
comumente manejados em atividades de grupo não
fazem parte da abordagem sistêmica, são eles o
diagnóstico e as interações instrutivas.
15. Impossível controlar!
Tanto um como ou outro pressupõe algum tipo de
controle do facilitador sobre o sistema através de
análise e influência sobre as pessoas por meio de
interferências no ambiente em que se encontram.
Pela abordagem sistêmica não entendemos isto como
algo possível em uma perspectiva de causa e efeito
sobre o grupo.
16. Conclusão
Entendemos que todo grupo pode estabelecer um
fluxo de autoregulação a partir de conversas livres,
oportunas e éticas.
E gostamos de acreditar que podemos contribuir com
grupos que tenham este desejo, necessidade ou
objetivo.