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Despedidas de Belém e O Velho do Restelo
 Através desta análise, iremos focar-nos:
 Na identificação destes dois episódios na estrutura externa;
 Na contextualização do tempo e espaço dos acontecimentos (estrutura interna);
 No resumos dos acontecimentos narrados e o seu contexto na obra Os Lusíadas;
 No simbolismo dos elementos mencionados pelo poeta;
 Nas figuras de estilo;
 E no significado e mensagem transmitida nestes dois episódios.
 O episódio é antecedido pela narração de Vasco da Gama sobre como lhe foi
atribuída a missão desta viagem:
 «Eu vos tenho entre todos escolhido
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Trabalho ilustre, duro e esclarecido,
O que eu sei que por mi vos será leve.»
 Começa na estância 84 e termina no
final do Canto IV na estância 104.
 O episódio d’As Despedidas de Belém começa imediatamente após o relato de Vasco da Gama ao
Rei de Melinde sobre o motivo da viagem e a preparação da armada.
 Espaço:
 «E já no porto da ínclita Ulisseia,»
 «Partimo-nos assi do santo templo
Que nas praias do mar está assentado
Que o nome tem da terra, pera exemplo,
Donde Deus foi em carne ao mundo dado»
 Tempo:
 Verão de 1497;
 Narrador:
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 Velho do Restelo:
 Estância 94;
 Termina no final do canto IV.
 Descrição do ambiente no porto:
 «De mil Religiosos diligentes,
Em procissão solene (…)»
 « As mulheres cum choro piadoso,
Os homens com suspiros que arrancavam.
Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
Amor mais desconfia (…)»
 « Porque de mi te vás, ó filho caro,
A fazer o funéreo enterramento
Onde sejas de pexes mantimento?»
HeróisVencer a condição
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Patriotas
Sem despedimento costumado,
Que, posto que é de amor usança boa,
A quem se aparta, ou fica, mais
magoa.
S
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S
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C
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O
 Quem é?
- «Que nós no mar ouvimos claramente,
Cum saber só de experiências feito,»
- «Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!»
- «Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!»
- «Fonte de desemparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de renas e de impérios!»
- «(A vida) De sempre ser estimada, pois que já
Temeu tanto perdê-la Quem a dá:»
- «Não tens junto contigo o Ismaelita,
Com quem sempre terás guerras sobejas?»
Pouco
letrado
Humilde
Piedoso
Cristão
Ponderado
Receoso
Pragmático
Apelo ao bom
senso
 Teorias:
 Vertente conservadora;
 Vertente humanista;
 Intervenção direta do poeta;
Crítica aos opositores
do progresso
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Atitude
não heroica
Conflito de ideias
camonianas
(anti belicismo/Cruzadas)
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Valorização
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incentive a
cultura
Crítica ao risco destas
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Perspetiva de um nobre
Estância 96
Pertencente à
nobreza da época
Medo da
perda da
identidade
portuguesa
 O Velho do Restelo expõe simultaneamente medos e receios da época contrastando o medo e
passividade dos que ficam e a heroicidade dos que partem:
«Oh, maldito o primeiro que, no mundo,
Nas ondas vela pôs em seco lenho!»
«Buscas o incerto
e incógnito
perigo»
«Trouxe o filho de Jápeto do Céu
O fogo que ajuntou ao peito humano,
Fogo que o mundo em armas acendeu,
Em mortes, em desonras (grande engano!).
Anti-herói
Amante do inação
 Perífrase:
 «Porque a gente marítima e de Marte»
 «Que nas praias está assentado,
Que o nome tem da terra, pera exemplo,
Donde Deus foi em carne ao mundo dado.»
 Personificação:
 «Os montes de mais perto respondiam,
Quási movidos de alta piedade;»
 Interrogação retórica:
 «Não tens junto contigo o Ismaelita,
Com quem sempre terás guerras sobejas?»
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Repare-se que o Velho apega-se às políticas do passado praticadas pelo Rei D.Afonso V. Até as antigas
gerações que o poeta elogia vivem apegadas ao passado
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O velho do restelo - Lusíadas

  • 1. Despedidas de Belém e O Velho do Restelo
  • 2.  Através desta análise, iremos focar-nos:  Na identificação destes dois episódios na estrutura externa;  Na contextualização do tempo e espaço dos acontecimentos (estrutura interna);  No resumos dos acontecimentos narrados e o seu contexto na obra Os Lusíadas;  No simbolismo dos elementos mencionados pelo poeta;  Nas figuras de estilo;  E no significado e mensagem transmitida nestes dois episódios.
  • 3.  O episódio é antecedido pela narração de Vasco da Gama sobre como lhe foi atribuída a missão desta viagem:  «Eu vos tenho entre todos escolhido Pera uã empresa, qual a vós se deve, Trabalho ilustre, duro e esclarecido, O que eu sei que por mi vos será leve.»  Começa na estância 84 e termina no final do Canto IV na estância 104.
  • 4.  O episódio d’As Despedidas de Belém começa imediatamente após o relato de Vasco da Gama ao Rei de Melinde sobre o motivo da viagem e a preparação da armada.  Espaço:  «E já no porto da ínclita Ulisseia,»  «Partimo-nos assi do santo templo Que nas praias do mar está assentado Que o nome tem da terra, pera exemplo, Donde Deus foi em carne ao mundo dado»  Tempo:  Verão de 1497;  Narrador:  Vasco da Gama;  Velho do Restelo:  Estância 94;  Termina no final do canto IV.
  • 5.  Descrição do ambiente no porto:  «De mil Religiosos diligentes, Em procissão solene (…)»  « As mulheres cum choro piadoso, Os homens com suspiros que arrancavam. Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso Amor mais desconfia (…)»  « Porque de mi te vás, ó filho caro, A fazer o funéreo enterramento Onde sejas de pexes mantimento?» HeróisVencer a condição humana Patriotas Sem despedimento costumado, Que, posto que é de amor usança boa, A quem se aparta, ou fica, mais magoa. S O F R I M E N T O / S A C R I F Í C I O
  • 6.  Quem é? - «Que nós no mar ouvimos claramente, Cum saber só de experiências feito,» - «Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama!» - «Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama!» - «Fonte de desemparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de renas e de impérios!» - «(A vida) De sempre ser estimada, pois que já Temeu tanto perdê-la Quem a dá:» - «Não tens junto contigo o Ismaelita, Com quem sempre terás guerras sobejas?» Pouco letrado Humilde Piedoso Cristão Ponderado Receoso Pragmático Apelo ao bom senso
  • 7.  Teorias:  Vertente conservadora;  Vertente humanista;  Intervenção direta do poeta; Crítica aos opositores do progresso Estância 102 Atitude não heroica Conflito de ideias camonianas (anti belicismo/Cruzadas) Estância 100 Valorização de uma guerra que incentive a cultura Crítica ao risco destas viagens Perspetiva de um nobre Estância 96 Pertencente à nobreza da época Medo da perda da identidade portuguesa
  • 8.  O Velho do Restelo expõe simultaneamente medos e receios da época contrastando o medo e passividade dos que ficam e a heroicidade dos que partem: «Oh, maldito o primeiro que, no mundo, Nas ondas vela pôs em seco lenho!» «Buscas o incerto e incógnito perigo» «Trouxe o filho de Jápeto do Céu O fogo que ajuntou ao peito humano, Fogo que o mundo em armas acendeu, Em mortes, em desonras (grande engano!). Anti-herói Amante do inação
  • 9.  Perífrase:  «Porque a gente marítima e de Marte»  «Que nas praias está assentado, Que o nome tem da terra, pera exemplo, Donde Deus foi em carne ao mundo dado.»  Personificação:  «Os montes de mais perto respondiam, Quási movidos de alta piedade;»  Interrogação retórica:  «Não tens junto contigo o Ismaelita, Com quem sempre terás guerras sobejas?» ------------------------------------------------------------ Repare-se que o Velho apega-se às políticas do passado praticadas pelo Rei D.Afonso V. Até as antigas gerações que o poeta elogia vivem apegadas ao passado