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A Tempestade é um episódio naturalista, em que se
entrelaçam o planos da viagem e o dos deuses, a
realidade e a fantasia.
É o último dos grandes perigos que Vasco da Gama teve
que ultrapassar antes de cumprir a sua missão, a
chegada à India.
Camões terá aproveitado a sua experiência de viajante,
para descrever de forma tão realista a natureza em
fúria (relâmpagos, raios trovões, ventos, ondas
alterosas) e, sobretudo, a aflição, os gritos, o temor e o
desacordo dos marinheiros, incapazes de controlar a
situação, devido à violência dos ventos.
Perante este som (o apito) que anuncia o perigo, os
marinheiros assumem os seus postos, começando a grande
agitação e precipitação. Surge uma primeira ordem do
mestre para recolher as velas.
Porém, eis que a tempestade se abate sobre as naus.
O mestre dá novamente a mesma ordem, mas
imediatamente os ventos desfazem as velas.
A tempestade é cada vez mais violenta, primeiro o “vento
cresce” e logo surge a tempestade com outros ventos
indignados. O ruído provocado pela tempestade é tão
violento que o mundo parece destruído.
Na terceira ordem, o mestre manda os homens retirar a
água que já inunda a nau e bem ordena “rijamente”, mas
o caos a bordo já está instalado.
Verifica-se uma gradação crescente que ocorre na
descrição da formação da tempestade e se reflecte nas
ordens do mestre.
Os soldados e os marinheiros tentam enfrentar a
tempestade, mas os esforços parecem em vão. Três
marinheiros fortes e experientes tentam assumir o
leme, mas não conseguem fazer frente à força da
tempestade.
Os ventos são tão fortes que tentam derrubar a Torre
de Babel (mastro central). A “pequena grandura dum
bote” mostra até que ponto as naus são frágeis, perante
um mar imenso e revolto, mas fortes pois resistem à
tempestade.
A nau de Paulo da Gama leva o mastro partido e está
toda alagada, como aliás a nau de Coelho. Os homens
apelam a Deus para os salvar.
A descrição remete para os movimentos ascendentes e
descendentes das naus, as quais ora elevam-se no céu,
como descem às «íntimas entranhas» do Inferno. Os
ventos – Noto, Austro, Bóreas, Áquilo – parecem querer
destruir o mundo.
No céu, raios fortes e fulminantes iluminam a noite e
entoam sons tenebrosos.
Também ressente os efeitos da tempestade. Junto à
costa, as aves, num canto triste, levantam voo e fogem; no
mar, os golfinhos refugiam-se nas profundezas, onde não
deixam de estar em perigo. Junto à costa, a tempestade
também provoca estragos: são derrubados montes e
arrancadas árvores velhas, bem enraizadas. No mar, as
areias são revolvidas.
Vendo que perto da Índia a armada se perdia, Vasco da
Gama apela à ajuda de Deus, Senhor das causas
impossíveis.
Enumera outros povos ajudados por Deus em momentos
adversos e, por isso, pede que o povo português também
seja amparado.
Pergunta ainda por que motivo Deus se sente ofendido,
já que a expansão marítima tem como propósito a
expansão da Fé Cristã.
Finalmente, lamenta o triste destino que lhes reserva,
dizendo que melhor teria sido se tivessem lutado nas
guerras a Norte de África, onde a morte lhes teria
trazido honra e reconhecimento.
O poeta retoma a descrição da tempestade, a qual se
torna ainda mais violenta.
Vénus, que visitava a terra e o mar, apercebe-se da
aflição dos portugueses e decide intervir .
Imediatamente atribui a responsabilidade daquela
tempestade a Baco.
Em seguida, ordena às Ninfas que acorram ao local da
tempestade para seduzir os ventos e convencê-los a
abrandar. Para isso, as Ninfas embelezam-se com
grinaldas de flores coloridas nas cabeças.
Os ventos, seduzidos pela beleza, cedem imediatamente
ao pedido das belas Ninfas e abrandam.
Finalmente, já pela manhã, os marinheiros avistam terra.
O piloto Melindano (de Melinde) dirige-se a Vasco da
Gama, dizendo tratar-se da terra de Calecut, sendo que
ali se cumpre o objectivo dos portugueses.
Vasco da Gama, emocionado, põe-se de joelhos e
agradece a Deus.
Neste episódio após as festas de despedida, a armada
larga de Melinde para prosseguir a viagem até à Índia,
levando a bordo um piloto melindano.
Entretanto Baco desce ao palácio de Neptuno, a fim de
incitar os deuses marinhos contra os portugueses, pois
os vê quase a atingir o império que ele tinha na Índia.
Baco é recebido por Neptuno no seu palácio e explica-lhe
os motivos da sua vinda.
Neptuno e Tritão convocam todos os deuses marinhos
para o concílio.
Assim que se encontram todos reunidos, Baco profere o
seu discurso, apresentando honesta e claramente as
razões da sua presença.
As lágrimas interrompem-lhe a dado momento as suas
palavras, fazendo com que de imediato todos os deuses se
inflamassem tomando o seu partido.
Neptuno manda a Éolo que solte os ventos, gerando assim
uma tempestade que destrua os portugueses.
Sem nada pressentirem, os portugueses contam histórias
para evitarem o sono, entre as quais a dos Doze de
Inglaterra. Quando se apercebem da chegada da
tempestade, a fúria com que os ventos investem é tal que
não lhes dá tempo de recolher as velas, rompendo-as e
partindo-lhes os mastros.
É tal a fúria dos elementos que nada lhes resiste. As
areias no fundo dos mares vêem-se revolvidas, as árvores
arrancadas e com as raízes para o céu e os montes
derrubados.
Na armada a situação é caótica. As gentes gritam e vêem
perto a perdição, com as naus alagam e os mastros
derribados. Vendo-se perdido, Vasco da Gama pede
ajuda à Divina Guarda.
Vénus apercebe-se do perigo em que os portugueses se
encontram e, adivinhando que se trata de mais uma
acção de Baco, manda as Ninfas amorosas abrandarem a
ira dos ventos. Quando a tempestade se acalma,
amanhecia e o piloto melindano avista a costa de Calecut.
O canto termina com a oração de agradecimento de
Vasco da Gama e com uma reflexão do poeta acerca do
verdadeiro valor da glória.
1.
• A nível do tom de voz do mestre: o tom de voz vai-
se tornando cada vez mais alto de acordo com a
gravidade da situação
• A nível das atitudes do homens: começam por
sentir grande aflição instalando-se depois o pânico
e a desorientação.
2.1
• O movimento da águas: est. 74, 5º a 8º verso
“ Nos altíssimos mares, que cresceram, a pequena
grandura dum batel. Mostra a possante nau, que move
espanto, vendo que se sustém nas ondas tanto.”
• A intensidade dos raios: est. 84, 5º a 6º verso4
“ Relâmpagos medonhos não cessavam, feros trovões,
que vem representado.”
2.2
O recurso estilístico utilizado é a adjectivação
Ex: “Feros trovões, que vem representado.”
3.1
Interpreto que Vasco da Gama dirige-se a sua
“Divina Guarda” pedindo clemência e
argumentando que aquela é uma viagem ao
serviço de Deus
3.2
Qualifica-os de “ditosos” porque morreram por
causas nobres, defendendo a sua pátria e
libertando-se da lei da morte enquanto que eles
que morrem no mar não alcançam a glória.
4.1
• A nível mitológico: entre Vénus e Baco, as ninfas e o vento;
• A nível de acção central: entre os marinheiros e a
tempestade;
4.2
• Os intervenientes mitológicos: as ninfas (a pedido de Vénus)
seduzem os ventos (enviados por Neptuno a pedido de Baco
para destruir as naus);
• Os intervenientes na acção central: os marinheiros tentam
manter os barcos equilibrados e quando já não há nada a
fazer pedem a ajuda de Deus;
4.3
Ao nível mitológico havia um equilíbrio de forças no entanto a
nível de acão central o homem luta contra uma força muito
superior à sua capacidade de luta (a tempestade);
4.4
Se Vénus e as Ninfas conseguirem acalmar a tempestade,
Vasco da Gama e a sua armada podem seguir viagem
calmamente, impedindo Baco de destruir a armada portuguesa.
1.
A imagem que é sugerida é que tudo aconteceu de repente
e que não há salvação possível.
2.
“Amorosa estrela, sol claro, …,”sugerem um ambiente
calmo.
3.
A tenebrosa tempestade queria destruir o mundo

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  • 1.
  • 2. A Tempestade é um episódio naturalista, em que se entrelaçam o planos da viagem e o dos deuses, a realidade e a fantasia. É o último dos grandes perigos que Vasco da Gama teve que ultrapassar antes de cumprir a sua missão, a chegada à India. Camões terá aproveitado a sua experiência de viajante, para descrever de forma tão realista a natureza em fúria (relâmpagos, raios trovões, ventos, ondas alterosas) e, sobretudo, a aflição, os gritos, o temor e o desacordo dos marinheiros, incapazes de controlar a situação, devido à violência dos ventos.
  • 3. Perante este som (o apito) que anuncia o perigo, os marinheiros assumem os seus postos, começando a grande agitação e precipitação. Surge uma primeira ordem do mestre para recolher as velas. Porém, eis que a tempestade se abate sobre as naus. O mestre dá novamente a mesma ordem, mas imediatamente os ventos desfazem as velas. A tempestade é cada vez mais violenta, primeiro o “vento cresce” e logo surge a tempestade com outros ventos indignados. O ruído provocado pela tempestade é tão violento que o mundo parece destruído.
  • 4. Na terceira ordem, o mestre manda os homens retirar a água que já inunda a nau e bem ordena “rijamente”, mas o caos a bordo já está instalado. Verifica-se uma gradação crescente que ocorre na descrição da formação da tempestade e se reflecte nas ordens do mestre. Os soldados e os marinheiros tentam enfrentar a tempestade, mas os esforços parecem em vão. Três marinheiros fortes e experientes tentam assumir o leme, mas não conseguem fazer frente à força da tempestade.
  • 5. Os ventos são tão fortes que tentam derrubar a Torre de Babel (mastro central). A “pequena grandura dum bote” mostra até que ponto as naus são frágeis, perante um mar imenso e revolto, mas fortes pois resistem à tempestade. A nau de Paulo da Gama leva o mastro partido e está toda alagada, como aliás a nau de Coelho. Os homens apelam a Deus para os salvar.
  • 6. A descrição remete para os movimentos ascendentes e descendentes das naus, as quais ora elevam-se no céu, como descem às «íntimas entranhas» do Inferno. Os ventos – Noto, Austro, Bóreas, Áquilo – parecem querer destruir o mundo. No céu, raios fortes e fulminantes iluminam a noite e entoam sons tenebrosos. Também ressente os efeitos da tempestade. Junto à costa, as aves, num canto triste, levantam voo e fogem; no mar, os golfinhos refugiam-se nas profundezas, onde não deixam de estar em perigo. Junto à costa, a tempestade também provoca estragos: são derrubados montes e arrancadas árvores velhas, bem enraizadas. No mar, as areias são revolvidas.
  • 7. Vendo que perto da Índia a armada se perdia, Vasco da Gama apela à ajuda de Deus, Senhor das causas impossíveis. Enumera outros povos ajudados por Deus em momentos adversos e, por isso, pede que o povo português também seja amparado. Pergunta ainda por que motivo Deus se sente ofendido, já que a expansão marítima tem como propósito a expansão da Fé Cristã.
  • 8. Finalmente, lamenta o triste destino que lhes reserva, dizendo que melhor teria sido se tivessem lutado nas guerras a Norte de África, onde a morte lhes teria trazido honra e reconhecimento. O poeta retoma a descrição da tempestade, a qual se torna ainda mais violenta.
  • 9. Vénus, que visitava a terra e o mar, apercebe-se da aflição dos portugueses e decide intervir . Imediatamente atribui a responsabilidade daquela tempestade a Baco. Em seguida, ordena às Ninfas que acorram ao local da tempestade para seduzir os ventos e convencê-los a abrandar. Para isso, as Ninfas embelezam-se com grinaldas de flores coloridas nas cabeças.
  • 10. Os ventos, seduzidos pela beleza, cedem imediatamente ao pedido das belas Ninfas e abrandam. Finalmente, já pela manhã, os marinheiros avistam terra. O piloto Melindano (de Melinde) dirige-se a Vasco da Gama, dizendo tratar-se da terra de Calecut, sendo que ali se cumpre o objectivo dos portugueses. Vasco da Gama, emocionado, põe-se de joelhos e agradece a Deus.
  • 11. Neste episódio após as festas de despedida, a armada larga de Melinde para prosseguir a viagem até à Índia, levando a bordo um piloto melindano. Entretanto Baco desce ao palácio de Neptuno, a fim de incitar os deuses marinhos contra os portugueses, pois os vê quase a atingir o império que ele tinha na Índia. Baco é recebido por Neptuno no seu palácio e explica-lhe os motivos da sua vinda. Neptuno e Tritão convocam todos os deuses marinhos para o concílio. Assim que se encontram todos reunidos, Baco profere o seu discurso, apresentando honesta e claramente as razões da sua presença.
  • 12. As lágrimas interrompem-lhe a dado momento as suas palavras, fazendo com que de imediato todos os deuses se inflamassem tomando o seu partido. Neptuno manda a Éolo que solte os ventos, gerando assim uma tempestade que destrua os portugueses. Sem nada pressentirem, os portugueses contam histórias para evitarem o sono, entre as quais a dos Doze de Inglaterra. Quando se apercebem da chegada da tempestade, a fúria com que os ventos investem é tal que não lhes dá tempo de recolher as velas, rompendo-as e partindo-lhes os mastros. É tal a fúria dos elementos que nada lhes resiste. As areias no fundo dos mares vêem-se revolvidas, as árvores arrancadas e com as raízes para o céu e os montes derrubados.
  • 13. Na armada a situação é caótica. As gentes gritam e vêem perto a perdição, com as naus alagam e os mastros derribados. Vendo-se perdido, Vasco da Gama pede ajuda à Divina Guarda. Vénus apercebe-se do perigo em que os portugueses se encontram e, adivinhando que se trata de mais uma acção de Baco, manda as Ninfas amorosas abrandarem a ira dos ventos. Quando a tempestade se acalma, amanhecia e o piloto melindano avista a costa de Calecut. O canto termina com a oração de agradecimento de Vasco da Gama e com uma reflexão do poeta acerca do verdadeiro valor da glória.
  • 14. 1. • A nível do tom de voz do mestre: o tom de voz vai- se tornando cada vez mais alto de acordo com a gravidade da situação • A nível das atitudes do homens: começam por sentir grande aflição instalando-se depois o pânico e a desorientação.
  • 15. 2.1 • O movimento da águas: est. 74, 5º a 8º verso “ Nos altíssimos mares, que cresceram, a pequena grandura dum batel. Mostra a possante nau, que move espanto, vendo que se sustém nas ondas tanto.” • A intensidade dos raios: est. 84, 5º a 6º verso4 “ Relâmpagos medonhos não cessavam, feros trovões, que vem representado.” 2.2 O recurso estilístico utilizado é a adjectivação Ex: “Feros trovões, que vem representado.”
  • 16. 3.1 Interpreto que Vasco da Gama dirige-se a sua “Divina Guarda” pedindo clemência e argumentando que aquela é uma viagem ao serviço de Deus 3.2 Qualifica-os de “ditosos” porque morreram por causas nobres, defendendo a sua pátria e libertando-se da lei da morte enquanto que eles que morrem no mar não alcançam a glória.
  • 17. 4.1 • A nível mitológico: entre Vénus e Baco, as ninfas e o vento; • A nível de acção central: entre os marinheiros e a tempestade; 4.2 • Os intervenientes mitológicos: as ninfas (a pedido de Vénus) seduzem os ventos (enviados por Neptuno a pedido de Baco para destruir as naus); • Os intervenientes na acção central: os marinheiros tentam manter os barcos equilibrados e quando já não há nada a fazer pedem a ajuda de Deus; 4.3 Ao nível mitológico havia um equilíbrio de forças no entanto a nível de acão central o homem luta contra uma força muito superior à sua capacidade de luta (a tempestade); 4.4 Se Vénus e as Ninfas conseguirem acalmar a tempestade, Vasco da Gama e a sua armada podem seguir viagem calmamente, impedindo Baco de destruir a armada portuguesa.
  • 18. 1. A imagem que é sugerida é que tudo aconteceu de repente e que não há salvação possível. 2. “Amorosa estrela, sol claro, …,”sugerem um ambiente calmo. 3. A tenebrosa tempestade queria destruir o mundo