SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
PROTOCOLO 3
SEDAÇÃO, ANALGESIA E BLOQUEIO NEUROMUSCULAR
Dra Flavia Ribeiro Machado
Revisão 08/02/2008
Observação importante: esse protocolo tem por característica ser muito extenso, pois aborda
também indicações e as principais drogas utilizadas. Dentro do espírito da Comissão de Controle de
Qualidade, apenas as sessões 2 (princípios gerais) e 4 (protocolo de utilização) de cada um dos itens
(sedação, analgesia e BNM) constituem o protocolo da unidade.
1. Importância do protocolo
Sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular são procedimentos de rotina na UTI,
potencialmente associados a iatrogenias se feitos de forma inadequada. A grande maioria dos
pacientes admitidos na UTI necessita de condutas relacionadas a esses tópicos durante sua
internação
SEDAÇÃO
1. Indicações / objetivos da sedação
1. Inadaptação à ventilação mecânica
2. Agitação psicomotora grave
3. Tratamento da hipertensão intracraniana
4. Tranquilidade e conforto;
5. Regularidade de sono;
2. Princípios da sedação adequada
A. A sedação de pacientes críticos agitados deve ser iniciada somente após analgesia adequada e
identificação e tratamento de possíveis causas fisiológicas reversíveis: hipoxemia, hipoglicemia,
hipotensão, dor,abstinência de alcool ou drogas. Outras causas de agitação também podem ser
consideradas como imobilização, privação de sono, desconforto ventilatório, hipercarbia, uremia,
distúrbios eletrolíticos, acidose ou infecção. Lembrar que agitação pode ser uma manifestação da
disfunção orgânica neurológica associada a sepse.
B. Deve-se utilizar a menor dosagem possível dos medicamentos sedativos a fim de diminuir a
tolerância e dependência aos mesmos.
C. A sedação deve ser individualizada a fim de obter o menor grau que permita o cumprimento dos
objetivos.
D. A dose de cada uma das drogas deve ser redefinida diariamente para minimizar os efeitos da
sedação prolongada.
E. A monitorização do nível de sedação é necessária para permitir o melhor ajuste de doses. Por isso,
a escala de Ramsay deve ser anotada pela enfermagem junto aos dados vitais do paciente.
F. Em pacientes sob ventilação mecânica que estejam desacoplados do aparelho, sempre que
possível, deve-se tentar ajustar o modo de ventilação antes de aumentar as doses dos sedativos.
3. Drogas a serem utilizadas
Miidazolam:
• Farmacocinética: início de ação: 1 a 3 min. Duração: 1 a 4 horas. Metabolismo hepático.
• Posologia: 0,03 a 0,3 mg/kg EV em "bolus" seguida de 0,01 a 0,6 mg/kg/h EV contínuo.
• Efeitos adversos: efeitos hemodinâmicos discretos. Hipotensão arterial em idosos. Depressão
respiratória, sobretudo se associado a opióides. Metabolismo prejudicado em insuficiência
hepática ou renal. Interrupção da administração associada a manifestações de abstinência.
Propofol
Agente anestésico geral intravenoso que em doses mais reduzidas é sedativo potente com
ação amnésica mínima. Possui ação anticonvulsivante Pode ser utilizado para sedações de curta
duração, pela sua meia-vida curta.
Farmacocinetica: tem rápido início de ação (40 segundos). Os efeitos cessam após 10 minutos da
interrupção da infusão, se o uso não for prolongado.
Posologia: 0,3 a 3,0 mg/k/h. Bolus de 1 a 3 mg/k, devendo ser evitado pelo efeito hipotensor.
Efeitos colaterais: instabilidade cardiocirculatória por seu efeito vasodilatador e depressor do
miocárdio. Veículo lipídico, monitorização do perfil lípídico necessária quando do uso prolongado.
Etomidato
É uma droga segura do ponto de vista cardiovascular, com um bom efeito hipnótico, porém
com meia-vida curta, cerca de 3-5 min. Sua indicação basicamente se resume à indução para a
realização da intubação oro-traqueal, visto que seu uso prolongado está relacionado com o
desenvolvimento de insuficiência supra-renal. Mesmo essa indicação hoje é motivo de controvérsia
como detalhado no protocolo de via aérea.
Posologia: 0,3-0,4 mg/kg EV em bolus lentamente.
Dexmedetomdina
A dexmedetomidina é um agonista alfa-2 adrenérgico utilizado na sedação. Tem ação
sedativa, hipnótica, ansiolítica e analgésica reduzindo a atividade simpática. Não produz depressão
respiratória significativa e o paciente desperta rapidamente atendendo ordens com facilidade. Seu
papel como agente sedativo em pacientes graves ainda requer maiores estudos, visto que seu uso
prolongado ainda não é totalmente aceito.
• Farmacocinética: inicio de ação até 6 minutos Meia vida de eliminação 2 horas
• Posologia: 1µg/kg em 10 a 20 minutos EV seguido de 0,2 a 0,7 µg/Kg/h EV contínuo
• Efeitos adversos: bradicardia e hipotensão especialmente na presença de hipovolemia e tônus
adrenérgico exacerbado.
Haloperidol
É uma medicação da classe das butirofenonas utilizada no tratamento da agitação
psicomotora e no delírio que ocorre nos pacientes internados. Apresenta pequeno efeito sedativo e
hipotensor.
• Farmacocinética: início de ação: parenteral, até 30 min; oral, até 2 horas. Pico de ação: parenteral,
até 45 min; oral, até 4 horas. Duração da ação: até 38 horas.
• Posologia: 0,5 a 10 mg IM ou EV (agitação leve a intensa); manutenção, 2 a 10mg 2 a 8 horas.
• Efeitos adversos: taquicardia, hipotensão ou hipertensão arterial. laringo-espasmo, bronco-
espasmo. Potencializa ação depressora de sedativos e opióides. Reações extrapiramidais. Risco de
efeitos adversos maior em idosos. Pode causar síndrome neuroléptico-maligna.
Fentanil
• Farmacocinética: início de ação em menos de 1 min. Duração de ação: 30 a 60 min. Eliminação
hepática.
• Posologia: 25 a 100 mcg. (0,7 a 2mcg/kg) EV em bolus ou 50 a 500 mcg/h, contínuo.
• Efeitos adversos: miose, bradicardia vagal, hipotensão, rigidez muscular, rápido desenvolvimento
de tolerância, depressão respiratória, náuseas, vômitos, íleo, espasmo vias biliares, retenção
urinária. Efeito prolongado na insuficiência hepática. Associação com diazepínicos aumenta o
risco de depressão cardiorespiratória.
Morfina
• Farmacocinética: início de ação após injeção intravenosa: cerca de 3 min. Duração de ação: 2-3h.
Eliminação hepática e renal.
• Posologia: Injeção intravenosa: 2,5 a 15 mg.
Injeção intramuscular ou subcutânea: 2,5 a 20 mg.
Injeção intravenosa contínua: 1-10 mg/h. Diluição padrão: 50 mg (5ml) em 95
ml de SF0,9% (0,5 mg/ml)
Via oral: 10 a 60 mg a cada 4 horas
• Efeitos adversos: além dos efeitos já descritos para o fentanil, pode levar a histaminoliberação.
Não utilizar em pacientes com broncoespasmo. Efeito prolongado em insuficiência renal.
4. Protocolo de utilização
Ventilação mecânica por tempo indeterminado
• Fazer bolus de fentanil 0,7 a 2mcg/kg e iniciar infusão contínua de 50 –500mcg/h, droga pura
sem diluição.
• Se necessário (não adaptação com doses baixas de fentanil, em média 3 a 5 ml/h) fazer bolus de
midazolam: 0,02 a 0,3mg/kg e iniciar infusão contínua de 0,012 – 0,6mg/kg/h. A infusão de
midazolam deverá ser sempre feita em bomba de infusão na diluição padrão de 100 mg em 80 ml
de SF0,9% (diluição 1mg/ml).
• Caso a sedação se mostre insuficiente com o uso concomitante de fentanil e midazolan, pode-se
associar ou substituir o midazolan por propofol: 0,3 – 3mg/kg/h. Caso haja falha e o tempo de
uso fentanil seja longo, pode-se tentar a troca por morfina. A opção pela utilização de propofol
por tempo prolongado obriga a mensuração dos níveis de triglicerídeos, duas vezes por semana .
Alem disso, as calorias infundidas devem ser consideradas no cálculo nutricional (1 ml = 1 kcal).
• Em pacientes traqueostomizados, com fonte potencial de dor, pode-se tentar manter apenas
analgesia com tramadol. Em pacientes nessa situação que não se adaptarem a ventilação, deve-se
seguir o fluxograma acima.
Ventilação mecânica por tempo curto (<72horas)
• Fazer bolus de fentanil, 0,7 a 2mcg/kg e iniciar com fentanil em infusão contínua, 50 –
500mcg/h.
• Se necessário associar propofol 0,3 – 3mg/kg/h.
Pacientes em desmame ventilatório
• Reduzir progressivamente a sedação (a velocidade dependerá do julgamento clínico, ficando
recomendada a suspensão abrupta).
• Em pacientes usuários de droga iniciar haloperidol assim que for decidida a interrupção da
sedação para desmame na dose de 5 mg a cada 6 a 8 horas. O diazepan não deve ser prescrito
concomitantemente, pois o desenvolvimento de rigidez muscular irá constituir uma indicação da
suspensão do uso do haloperidol. Apenas em pacientes alcoólatras com diagnóstico de
abstinência o diazepan deve ser prescrito concomitantemente ao haloperidol.
• Em casos de abstinência ao opióide considerar utilização de outros fármacos (ex. metadona)
• Em pacientes com agitação psicomotora ou síndrome de abstinência aos sedativos sem causa
reversível considerar utilização de haloperidol nas doses acima. Caso haja persistência da
agitação, considerar retorno da sedação, preferencialmente com tramadol ou morfina e propofol
• Caso esteja disponível, avaliar utilização de outros fármacos (dexmedetomidina/ clonidina)
Pacientes com delírium
• Paciente fora de ventilação mecânica deve-se usar haloperidol nas mesmas doses 0,5–10mg/dose
a cada 6 a 8 horas. Não associar com diazepam, exceto se rigidez muscular e impossibilidade de
suspensão do haloperidol ou troca por outro neuroléptico.
• Em pacientes sob ventilação mecânica o diagnóstico de delirium se torna muito difícil, portanto,
não se recomenda a utilização de haloperidol, exceto nos casos já citados de agitação durante o
período de desmame.
Procedimento de ajuste de doses
O nível de sedação do paciente, aferido pela escala de Ramsay descrita ao final desse protocolo,
deve fazer parte da avaliação de sinais vitais do paciente. Descrevem-se situações passíveis de serem
encontradas e sua conduta sugerida. Além delas, a sedação deve ser interrompida sempre que for
necessária a avaliação do nível de consciência em pacientes com suspeita de complicações
neurológicas.
• Ramsay adequado (2-3) e superficial com doses mínimas de sedação – manter doses
• Ramsay adequado (2-3) com doses elevadas de sedação – tentar diminuir doses, hipnótico ou
analgésico. A escolha deve se basear na dose anterior de cada um e na possível presença de dor.
• Ramsay profundo (4,5 ou 6) - se paciente estável do ponto de vista ventilatório todas as drogas
devem ser suspensas até que o mesmo acorde. Ao reiniciar a sedação, seguir novamente o
fluxograma de sedação. Se paciente instável do ponto de vista respiratório pode-se optar apenas
pela redução das doses até ajuste do Ramsay. Nesse caso, sugere-se a redução em 50% de todas
as drogas.
• Ramsay inadequado (1 ou brigando com ventilador) – aumentar dose, hipnótico ou sedativo, um
de cada vez. A escolha deve se basear na dose anterior de cada um e na possível presença de dor.
• Ramsay inadequado, apesar de elevado, com paciente brigando com o ventilador – aumentar
dose, hipnótico ou sedativo, um de cada vez. A escolha deve se basear na dose anterior de cada
um e na possível presença de dor. Em casos selecionados já em Ramsay de 6 (pacientes graves,
com doses elevadas de sedativos, instáveis hemodinamicamente) deve-se optar por bloqueio
neuromuscular.
Interrupção diária da sedação
Além dos procedimentos usuais de ajuste de doses descritos acima, os pacientes deverão ter
sua sedação interrompida diariamente. Isso é válido também para os pacientes considerados
adequadamente sedados, ou seja, em Ramsay de 2-3. Essa interrupção deve seguir as seguintes
regras:
1. Interrupção será feita apenas de segunda a sexta, quando a UTI funciona com seu corpo clinico
completo. No sábado e domingo, em vista do número reduzido de médicos a sedação não será
interrompida. Entretanto, os preceitos acima de ajuste de doses deverão ser seguidos.
2. O residente do leito deve solicitar á enfermagem a interrupção completa da sedação, inclusive do
fentanil ou morfina, assim que chegar na UTI. Constituem exceção os pacientes com as seguintes
condições:
• risco de hipertensão intracraniana.
• níveis elevados de PEEP (>15 cmH2O) ou FiO2 (>70%)
• laparostomia
3. Tanto o residente quanto a enfermagem do leito são responsáveis pela monitorização do paciente
durante a interrupção para que a mesma seja reiniciada assim que indicado. As seguintes condições
indicam a reinstituição da sedação:
• Paciente permanentemente acordado, com olhos sempre abertos, capaz de executar todos os
comandos verbais.
• Agitação.
• Desacoplamento da ventilação mecânica.
4. A reinstituição da sedação deve seguir o protocolo inicial acima descrito, com doses mínimas e
aumento progressivo conforme indicado clinicamente.
Escala de Ramsay
Ramsay Avaliação
1 paciente acordado e agitado, ansioso ou inquieto
2 paciente acordado e colaborativo
3 paciente dormindo, despertável com estímulo verbal,
responsivo a comandos
4 paciente dormindo, despertável com estímulo verbal
vigoroso ou leve toque da glabela
5 paciente dormindo, despertável com estímulo álgico
leve (compressão glabelar)
6 paciente dormindo sem resposta a compressão glabelar
Protocolo de sedação-paciente crítico em ventilação mecânica
Ausência
de dorDor
AGITAÇÃO
Analgesia Sedação
Sem sucesso
Bolus de fentanil ( 0,7-2mcg/kg)
+
Infusão contínua de 50-500mcg/h
> 72h
< 72h
Tempo de ventilação mecânica
Asssociar midazolam: bolus- 0,02-
0,3mg/kg + infusão continua de
0,012-0,6 mg/kg/h
Associar propofol 0,3-3mg/kg/h
Sem sucesso Sem sucesso
Substituir ou associar propofol Substituir ou associar midazolan
ANALGESIA
1. Indicações / objetivos da sedação
1. Inadaptação à ventilação mecânica, apesar de sedação adequada
2. Hipertensão intracraniana, para atendimento fisioterápico.
3. Mensuração de delta de pressão de pulso, quando necessário
4. Intubação traqueal
2. Princípios da analgesia adequada
A. A escolha do medicamento a ser utilizado está na dependência direta da intensidade da dor.
B. A dor deve ser monitorada da mesma forma que o grau de sedação, junto aos demais dados vitais
do paciente. Deve-se utilizar a escala de avaliação verbal, com classificação da dor em ausente, leve,
moderada e intensa.
C. A dor deve ser controlada com as menores doses possíveis.
D. As doses devem ser reavaliadas continuamente, para que haja controle total da dor. Em pacientes
sob analgesia e sem dor, deve-se tentar a redução das doses utilizadas.
3. Drogas a serem utilizadas
Opióides
As drogas fentanil e morfina já foram descritas. Segue a descrição do tramadol. Os demais
opióides, como buprenorfina, nalbufina e codeína, podem ser eventualmente utilizados, na falta dos
já citados. A meperidina não deve ser utilizada em nenhuma situação pois tem metabólito ativo com
ação tóxica sobre sistema nervoso central.
O tramadol não altera a atividade motora do esfíncter do ducto biliar e ainda, retarda
minimamente o trânsito grastrointestinal.
Farmacocinética: início de ação: 20 a 30 min. Duração de ação: 3 a 7 h. Metabolismo hepático e
eliminação renal
Posologia: injeção intravenosa 100 mg a 400 mg/dia.Pode ser usado por via oral.
Efeitos adversos: convulsões (contra-indicado em convulsivos), taquicardia transitória (sobretudo
após injeção endovenosa rápida), náuseas, vômitos e constipação.
Antiinflamatórios não-hormonais (AINH)
Com exceção da dipirona, nenhuma dessas medicações será utilizada de rotina.
4. Protocolo de utilização
• A avaliação da dor faz parte da monitorização de dados vitais do paciente.
• O paciente em pós-operatório imediato deve receber analgesia de rotina e não apenas se houver
queixa de dor. Isso é válido também para aqueles pacientes com cateter epidural.
• Em pacientes sob ventilação mecânica, utiliza-se preferencialmente fentanil ou morfina, como
parte do esquema de sedação (ver protocolo acima).
• Em pacientes de pós-operatório eletivo com dor leve, sem morbidade renal ou péptica e com
idade abaixo de 60 anos, pode ser considerado o uso de antiinflamatórios não hormonais.
Entretanto, seu uso está associado com complicações importantes nos pacientes internados nas
unidades de terapia intensiva, como disfunção plaquetária, hemorragia digestiva e insuficiência
renal, o que contraindica seu uso em pacientes criticamente enfermos. A associação com os
opióides pode trazer vantagens do ponto de vista da analgesia, pois têm locais e mecanismos de
ação diferentes.
• Em pacientes de pós-operatório fora de VM e com dor leve/moderada, indica-se o tramadol, 100
mg a cada 6 horas associado a dipirona 2 ml a cada 6 horas, de forma alternada. Após 48 horas
de cirurgia, no máximo, a dipirona deve ser suspensa para que não dificulte o diagnóstico de um
possível estado febril. A dose do tramadol pode ser aumentada para até 600 mg/dia. Em casos
refratários, pode-se também optar por uso em infusão contínua durante as 24 horas, nas mesmas
doses. A presença de dor intensa constitui indicação para o uso de fentanil ou morfina em baixas
doses.
• Nos demais pacientes críticos com dor leve/moderada, o tramadol também está indicado, embora
sem associação com dipirona, nas mesmas doses e formas de infusão. No que tange a dor
intensa, deve-se igualmente utilizar fentanil ou morfina.
Analgesia com cateter epidural (na ausência de bomba de PCA)
• Todos os pacientes com cateter epidural devem receber analgesia por essa via preferencialmente
e não por via venosa.
• É obrigatório testar o cateter a cada aplicação da solução analgésica, certificando-se de que o
mesmo ainda se encontra no espaço epidural.
• Os efeitos colaterais dos opióides incluem prurido, sedação, depressão respiratória, episódios de
náuseas, vômitos e retenção urinária.
• Quando administrado anestésico local associado, deve-se avaliar pressão arterial, freqüência
respiratória e grau de parestesia.
• A prescrição deve ser iniciada imediatamente após a admissão do paciente, mesmo na ausência
de dor. Caso o paciente tenha recebido morfina pelo cateter ao final do ato operatório, a
administração deve começar em torno de 18 horas após a aplicação, exceto se o paciente referir
dor antes desse período. Isso se deve ao longo tempo de ação da morfina quando injetada no
espaço epidural.
• Em caso de dor antes do horário de administração da próxima dose, o mesmo pode ser reduzido
para 4 horas ou deve-se prescrever dose de resgate com tramadol ou morfina.
Preparo da solução analgésica combinada
Fentanil 10mcg/ml sem conservante = 4ml + Marcaína 0,25% sem vasoconstritor = 16ml
Administrar 5 ml a cada 4 a 6 horas.
BLOQUEIO NEUROMUSCULAR (BNM)
1. Indicações / objetivos do BNM
1. Inadaptação à ventilação mecânica, apesar de sedação adequada
2. Hipertensão intracraniana, para atendimento fisioterápico.
3. Mensuração de delta de pressão de pulso, quando necessário
4. Intubação traqueal
2. Princípios do BNM
A. Seu emprego deve se restrito ao máximo em virtude dos seus efeitos colaterais.
B. O uso dos BNM deve ser feito preferencialmente em bolus e a critério médico. Entretanto, em
algumas situações pode ser feito infusão contínua. Nesses casos, é obrigatório a monitorização com
train of four, disponível na unidade.
3. Drogas a serem utilizadas
- Succinilcolina: 1-2mg/kg/dose
- Pancurônio: 0,05-0,1mg/kg/dose
- Atracurium: 0,5-1mg/kg/dose
- Rocuronio: 0,6-1,2mg/kg/dose
4. Protocolo de utilização
O uso do pancurônio é preferencial. Entretanto, tem grande potencial taquicardizante e acumula-
se na insuficiência renal ou hepática. Nessas situações, seu uso deve ser evitado, optando-se pelo
atracúrio ou rocurönio. O uso do rocurônio deve ser priorizado nos pacientes com história de
hiperreatividade brônquica, pois o atracúrio é liberador de histamina e está contraindicado. A UTI já
dispõe do rocurônio, sendo necessário apenas a prescrição médica.
Criado em 07 de fevereiro de 2008
___________________________
Responsável: Flavia R. Machado
Aprovado pela CCQ em 08 de fevereiro de 2008
____________________________
Pierre F G Schippers

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Farmacologia do sistema Osteomuscular
Farmacologia do sistema OsteomuscularFarmacologia do sistema Osteomuscular
Farmacologia do sistema OsteomuscularBárbara Soares
 
Neurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínicoNeurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínicoGisele Doula
 
Náuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadex
Náuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadexNáuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadex
Náuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadexAnestesiador
 
Farmacologia dos anestésicos venosos
Farmacologia dos anestésicos venososFarmacologia dos anestésicos venosos
Farmacologia dos anestésicos venososLeandro de Carvalho
 
Aula antidepressivos
Aula  antidepressivosAula  antidepressivos
Aula antidepressivosRenato Santos
 
Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...
Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...
Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...Leandro Carvalho
 
Drogas que atuam
Drogas que atuamDrogas que atuam
Drogas que atuamthamirys
 
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2Marcelo Zanotti da Silva
 
Seminário ansiolíticos e hipnóticos ok
Seminário ansiolíticos e hipnóticos okSeminário ansiolíticos e hipnóticos ok
Seminário ansiolíticos e hipnóticos okRobeísa Danya
 
Manual anestesia
Manual anestesiaManual anestesia
Manual anestesiaCyro ottoni
 
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosAula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosJaqueline Almeida
 
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo Xi
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo XiCóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo Xi
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo XiAntonio Luis Sanfim
 

Mais procurados (20)

Metadona
MetadonaMetadona
Metadona
 
Farmacologia do sistema Osteomuscular
Farmacologia do sistema OsteomuscularFarmacologia do sistema Osteomuscular
Farmacologia do sistema Osteomuscular
 
Neurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínicoNeurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínico
 
SedaçãO Em Cti
SedaçãO Em CtiSedaçãO Em Cti
SedaçãO Em Cti
 
Náuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadex
Náuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadexNáuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadex
Náuseas e vômitos pós-operatórios: neostigmina x sugamadex
 
Antidepressivos
AntidepressivosAntidepressivos
Antidepressivos
 
Aula - SNC - Antidepressivos
Aula - SNC - AntidepressivosAula - SNC - Antidepressivos
Aula - SNC - Antidepressivos
 
Antidepressivos
AntidepressivosAntidepressivos
Antidepressivos
 
Farmacologia dos anestésicos venosos
Farmacologia dos anestésicos venososFarmacologia dos anestésicos venosos
Farmacologia dos anestésicos venosos
 
Aula antidepressivos
Aula  antidepressivosAula  antidepressivos
Aula antidepressivos
 
Abatacept
AbataceptAbatacept
Abatacept
 
Ansiolíticos
AnsiolíticosAnsiolíticos
Ansiolíticos
 
Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...
Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...
Farmacologia dos anestésicos venosos (farmacodinâmica, farmacocinética) usado...
 
Drogas que atuam
Drogas que atuamDrogas que atuam
Drogas que atuam
 
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
 
Seminário ansiolíticos e hipnóticos ok
Seminário ansiolíticos e hipnóticos okSeminário ansiolíticos e hipnóticos ok
Seminário ansiolíticos e hipnóticos ok
 
Anestesia sedacao
Anestesia   sedacaoAnestesia   sedacao
Anestesia sedacao
 
Manual anestesia
Manual anestesiaManual anestesia
Manual anestesia
 
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosAula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
 
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo Xi
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo XiCóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo Xi
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo Xi
 

Destaque

Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...
Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...
Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...Antoine Torquebiau
 
Presentacion confirma, s.a.
Presentacion confirma, s.a.Presentacion confirma, s.a.
Presentacion confirma, s.a.heidy_srq
 
«Право быть ребенком»
«Право быть ребенком»«Право быть ребенком»
«Право быть ребенком»fargos
 
Presentación
PresentaciónPresentación
Presentaciónanxos2
 
cuerpos geometricos
cuerpos geometricos cuerpos geometricos
cuerpos geometricos jazminotaduy
 
Cuerpos geométricos
Cuerpos geométricosCuerpos geométricos
Cuerpos geométricosMakuNofx
 
Mi carrera uni ve rsitaria
Mi carrera uni ve rsitariaMi carrera uni ve rsitaria
Mi carrera uni ve rsitaria96083011537
 
Resolucion de triangulos rectangulos
Resolucion de triangulos rectangulosResolucion de triangulos rectangulos
Resolucion de triangulos rectangulossilviaslmamani
 
Energía nuclear
Energía nuclearEnergía nuclear
Energía nuclearBananeitor
 
Girls and goals
Girls and goalsGirls and goals
Girls and goalsYonah Dori
 

Destaque (16)

Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...
Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...
Revue de presse. pôle marché métiers rhône alpes du 31 octobre au 10 novembre...
 
Curiosidades
CuriosidadesCuriosidades
Curiosidades
 
Presentacion confirma, s.a.
Presentacion confirma, s.a.Presentacion confirma, s.a.
Presentacion confirma, s.a.
 
El universo
El universoEl universo
El universo
 
Amistad y noviazgo
Amistad y noviazgoAmistad y noviazgo
Amistad y noviazgo
 
«Право быть ребенком»
«Право быть ребенком»«Право быть ребенком»
«Право быть ребенком»
 
Ultimate
UltimateUltimate
Ultimate
 
Presentación
PresentaciónPresentación
Presentación
 
cuerpos geometricos
cuerpos geometricos cuerpos geometricos
cuerpos geometricos
 
Cuerpos geométricos
Cuerpos geométricosCuerpos geométricos
Cuerpos geométricos
 
Las estaciones del año
Las estaciones del añoLas estaciones del año
Las estaciones del año
 
Mi carrera uni ve rsitaria
Mi carrera uni ve rsitariaMi carrera uni ve rsitaria
Mi carrera uni ve rsitaria
 
Resolucion de triangulos rectangulos
Resolucion de triangulos rectangulosResolucion de triangulos rectangulos
Resolucion de triangulos rectangulos
 
Waralaba minuman coklat di pasuruan
Waralaba minuman coklat di pasuruanWaralaba minuman coklat di pasuruan
Waralaba minuman coklat di pasuruan
 
Energía nuclear
Energía nuclearEnergía nuclear
Energía nuclear
 
Girls and goals
Girls and goalsGirls and goals
Girls and goals
 

Semelhante a Protocolo de sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular na UTI

Bloqueadores Neuromusculares Light
Bloqueadores Neuromusculares LightBloqueadores Neuromusculares Light
Bloqueadores Neuromusculares Lightavpantoja1
 
Abordagem inicial na dheg e hellp síndrome
Abordagem inicial na dheg e hellp síndromeAbordagem inicial na dheg e hellp síndrome
Abordagem inicial na dheg e hellp síndromeVicente Santos
 
Medicamentos utilizados na urgencia
Medicamentos utilizados na urgenciaMedicamentos utilizados na urgencia
Medicamentos utilizados na urgenciaWillD12
 
Cuidados em paciebnte oncologicos
Cuidados em paciebnte oncologicosCuidados em paciebnte oncologicos
Cuidados em paciebnte oncologicosdouglas silva
 
Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02
Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02
Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02Patricia Prata
 
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.MAIQUELE SANTANA
 
Bloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores NeuromuscularesBloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores Neuromuscularesavpantoja1
 
Uso de drogas vasoativas em uti
Uso de drogas vasoativas em utiUso de drogas vasoativas em uti
Uso de drogas vasoativas em utigisa_legal
 
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaAnticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaDr. Rafael Higashi
 
Antiepiléticos e Hipnóticos
Antiepiléticos e Hipnóticos Antiepiléticos e Hipnóticos
Antiepiléticos e Hipnóticos Ivanilson Gomes
 
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicosResumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicosNathalya Brazil
 
Cuidados com drogas_imunossupressoras
Cuidados com drogas_imunossupressorasCuidados com drogas_imunossupressoras
Cuidados com drogas_imunossupressorasNayara Dávilla
 

Semelhante a Protocolo de sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular na UTI (20)

Sedação e analgesia e delirio
Sedação e analgesia e delirioSedação e analgesia e delirio
Sedação e analgesia e delirio
 
Bloqueadores Neuromusculares Light
Bloqueadores Neuromusculares LightBloqueadores Neuromusculares Light
Bloqueadores Neuromusculares Light
 
Abordagem inicial na dheg e hellp síndrome
Abordagem inicial na dheg e hellp síndromeAbordagem inicial na dheg e hellp síndrome
Abordagem inicial na dheg e hellp síndrome
 
Clonazepam COMO USAR
Clonazepam COMO USARClonazepam COMO USAR
Clonazepam COMO USAR
 
Medicamentos utilizados na urgencia
Medicamentos utilizados na urgenciaMedicamentos utilizados na urgencia
Medicamentos utilizados na urgencia
 
Aula sedacao.pptx
Aula sedacao.pptxAula sedacao.pptx
Aula sedacao.pptx
 
Cuidados em paciebnte oncologicos
Cuidados em paciebnte oncologicosCuidados em paciebnte oncologicos
Cuidados em paciebnte oncologicos
 
MEU CADERNINHO.pdf
MEU CADERNINHO.pdfMEU CADERNINHO.pdf
MEU CADERNINHO.pdf
 
Medicação usual em pediatria
Medicação usual em pediatriaMedicação usual em pediatria
Medicação usual em pediatria
 
Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02
Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02
Aula3comorealizarabordagemtabagismo1ew1 131030112830-phpapp02
 
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
 
Bloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores NeuromuscularesBloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
 
Farmacologia dos Analgésicos
Farmacologia dos Analgésicos Farmacologia dos Analgésicos
Farmacologia dos Analgésicos
 
Intoxicação exógena
Intoxicação exógenaIntoxicação exógena
Intoxicação exógena
 
Uso de drogas vasoativas em uti
Uso de drogas vasoativas em utiUso de drogas vasoativas em uti
Uso de drogas vasoativas em uti
 
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaAnticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
 
Antiepiléticos e Hipnóticos
Antiepiléticos e Hipnóticos Antiepiléticos e Hipnóticos
Antiepiléticos e Hipnóticos
 
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicosResumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
 
Cuidados com drogas_imunossupressoras
Cuidados com drogas_imunossupressorasCuidados com drogas_imunossupressoras
Cuidados com drogas_imunossupressoras
 
Psicofarmacologia
PsicofarmacologiaPsicofarmacologia
Psicofarmacologia
 

Último

Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdf
Aula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdfAula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdf
Aula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdfGiza Carla Nitz
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagemvaniceandrade1
 
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdfAula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfAula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdfAula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdfAula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdfGiza Carla Nitz
 
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptxPRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptxEmanuellaFreitasDiog
 
Guia Haihua para operação em acupuntura .pdf
Guia Haihua para operação em acupuntura .pdfGuia Haihua para operação em acupuntura .pdf
Guia Haihua para operação em acupuntura .pdfVeronicaMauchle
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Eventowisdombrazil
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARBelinha Donatti
 
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptxpatrcialibreloto
 
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDECULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDEErikajosiane
 
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdfAula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdfAula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfAula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfGiza Carla Nitz
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadojosianeavila3
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxWilliamPratesMoreira
 
Atlas de parasitologia clínica e médica.
Atlas de parasitologia clínica e médica.Atlas de parasitologia clínica e médica.
Atlas de parasitologia clínica e médica.EndrewAcacio
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfGiza Carla Nitz
 

Último (20)

Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
 
Aula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdf
Aula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdfAula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdf
Aula 10 - Doenças Cardiovasculares - Infecciosas.pdf
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
 
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdfAula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
 
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfAula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
 
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdfAula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
 
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdfAula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
 
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptxPRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
 
Guia Haihua para operação em acupuntura .pdf
Guia Haihua para operação em acupuntura .pdfGuia Haihua para operação em acupuntura .pdf
Guia Haihua para operação em acupuntura .pdf
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
 
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
 
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDECULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
 
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdfAula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
 
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdfAula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
 
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfAula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
 
Atlas de parasitologia clínica e médica.
Atlas de parasitologia clínica e médica.Atlas de parasitologia clínica e médica.
Atlas de parasitologia clínica e médica.
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
 

Protocolo de sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular na UTI

  • 1. PROTOCOLO 3 SEDAÇÃO, ANALGESIA E BLOQUEIO NEUROMUSCULAR Dra Flavia Ribeiro Machado Revisão 08/02/2008 Observação importante: esse protocolo tem por característica ser muito extenso, pois aborda também indicações e as principais drogas utilizadas. Dentro do espírito da Comissão de Controle de Qualidade, apenas as sessões 2 (princípios gerais) e 4 (protocolo de utilização) de cada um dos itens (sedação, analgesia e BNM) constituem o protocolo da unidade. 1. Importância do protocolo Sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular são procedimentos de rotina na UTI, potencialmente associados a iatrogenias se feitos de forma inadequada. A grande maioria dos pacientes admitidos na UTI necessita de condutas relacionadas a esses tópicos durante sua internação SEDAÇÃO 1. Indicações / objetivos da sedação 1. Inadaptação à ventilação mecânica 2. Agitação psicomotora grave 3. Tratamento da hipertensão intracraniana 4. Tranquilidade e conforto; 5. Regularidade de sono;
  • 2. 2. Princípios da sedação adequada A. A sedação de pacientes críticos agitados deve ser iniciada somente após analgesia adequada e identificação e tratamento de possíveis causas fisiológicas reversíveis: hipoxemia, hipoglicemia, hipotensão, dor,abstinência de alcool ou drogas. Outras causas de agitação também podem ser consideradas como imobilização, privação de sono, desconforto ventilatório, hipercarbia, uremia, distúrbios eletrolíticos, acidose ou infecção. Lembrar que agitação pode ser uma manifestação da disfunção orgânica neurológica associada a sepse. B. Deve-se utilizar a menor dosagem possível dos medicamentos sedativos a fim de diminuir a tolerância e dependência aos mesmos. C. A sedação deve ser individualizada a fim de obter o menor grau que permita o cumprimento dos objetivos. D. A dose de cada uma das drogas deve ser redefinida diariamente para minimizar os efeitos da sedação prolongada. E. A monitorização do nível de sedação é necessária para permitir o melhor ajuste de doses. Por isso, a escala de Ramsay deve ser anotada pela enfermagem junto aos dados vitais do paciente. F. Em pacientes sob ventilação mecânica que estejam desacoplados do aparelho, sempre que possível, deve-se tentar ajustar o modo de ventilação antes de aumentar as doses dos sedativos.
  • 3. 3. Drogas a serem utilizadas Miidazolam: • Farmacocinética: início de ação: 1 a 3 min. Duração: 1 a 4 horas. Metabolismo hepático. • Posologia: 0,03 a 0,3 mg/kg EV em "bolus" seguida de 0,01 a 0,6 mg/kg/h EV contínuo. • Efeitos adversos: efeitos hemodinâmicos discretos. Hipotensão arterial em idosos. Depressão respiratória, sobretudo se associado a opióides. Metabolismo prejudicado em insuficiência hepática ou renal. Interrupção da administração associada a manifestações de abstinência. Propofol Agente anestésico geral intravenoso que em doses mais reduzidas é sedativo potente com ação amnésica mínima. Possui ação anticonvulsivante Pode ser utilizado para sedações de curta duração, pela sua meia-vida curta. Farmacocinetica: tem rápido início de ação (40 segundos). Os efeitos cessam após 10 minutos da interrupção da infusão, se o uso não for prolongado. Posologia: 0,3 a 3,0 mg/k/h. Bolus de 1 a 3 mg/k, devendo ser evitado pelo efeito hipotensor. Efeitos colaterais: instabilidade cardiocirculatória por seu efeito vasodilatador e depressor do miocárdio. Veículo lipídico, monitorização do perfil lípídico necessária quando do uso prolongado. Etomidato É uma droga segura do ponto de vista cardiovascular, com um bom efeito hipnótico, porém com meia-vida curta, cerca de 3-5 min. Sua indicação basicamente se resume à indução para a realização da intubação oro-traqueal, visto que seu uso prolongado está relacionado com o
  • 4. desenvolvimento de insuficiência supra-renal. Mesmo essa indicação hoje é motivo de controvérsia como detalhado no protocolo de via aérea. Posologia: 0,3-0,4 mg/kg EV em bolus lentamente. Dexmedetomdina A dexmedetomidina é um agonista alfa-2 adrenérgico utilizado na sedação. Tem ação sedativa, hipnótica, ansiolítica e analgésica reduzindo a atividade simpática. Não produz depressão respiratória significativa e o paciente desperta rapidamente atendendo ordens com facilidade. Seu papel como agente sedativo em pacientes graves ainda requer maiores estudos, visto que seu uso prolongado ainda não é totalmente aceito. • Farmacocinética: inicio de ação até 6 minutos Meia vida de eliminação 2 horas • Posologia: 1µg/kg em 10 a 20 minutos EV seguido de 0,2 a 0,7 µg/Kg/h EV contínuo • Efeitos adversos: bradicardia e hipotensão especialmente na presença de hipovolemia e tônus adrenérgico exacerbado. Haloperidol É uma medicação da classe das butirofenonas utilizada no tratamento da agitação psicomotora e no delírio que ocorre nos pacientes internados. Apresenta pequeno efeito sedativo e hipotensor. • Farmacocinética: início de ação: parenteral, até 30 min; oral, até 2 horas. Pico de ação: parenteral, até 45 min; oral, até 4 horas. Duração da ação: até 38 horas. • Posologia: 0,5 a 10 mg IM ou EV (agitação leve a intensa); manutenção, 2 a 10mg 2 a 8 horas. • Efeitos adversos: taquicardia, hipotensão ou hipertensão arterial. laringo-espasmo, bronco- espasmo. Potencializa ação depressora de sedativos e opióides. Reações extrapiramidais. Risco de efeitos adversos maior em idosos. Pode causar síndrome neuroléptico-maligna.
  • 5. Fentanil • Farmacocinética: início de ação em menos de 1 min. Duração de ação: 30 a 60 min. Eliminação hepática. • Posologia: 25 a 100 mcg. (0,7 a 2mcg/kg) EV em bolus ou 50 a 500 mcg/h, contínuo. • Efeitos adversos: miose, bradicardia vagal, hipotensão, rigidez muscular, rápido desenvolvimento de tolerância, depressão respiratória, náuseas, vômitos, íleo, espasmo vias biliares, retenção urinária. Efeito prolongado na insuficiência hepática. Associação com diazepínicos aumenta o risco de depressão cardiorespiratória. Morfina • Farmacocinética: início de ação após injeção intravenosa: cerca de 3 min. Duração de ação: 2-3h. Eliminação hepática e renal. • Posologia: Injeção intravenosa: 2,5 a 15 mg. Injeção intramuscular ou subcutânea: 2,5 a 20 mg. Injeção intravenosa contínua: 1-10 mg/h. Diluição padrão: 50 mg (5ml) em 95 ml de SF0,9% (0,5 mg/ml) Via oral: 10 a 60 mg a cada 4 horas • Efeitos adversos: além dos efeitos já descritos para o fentanil, pode levar a histaminoliberação. Não utilizar em pacientes com broncoespasmo. Efeito prolongado em insuficiência renal. 4. Protocolo de utilização Ventilação mecânica por tempo indeterminado
  • 6. • Fazer bolus de fentanil 0,7 a 2mcg/kg e iniciar infusão contínua de 50 –500mcg/h, droga pura sem diluição. • Se necessário (não adaptação com doses baixas de fentanil, em média 3 a 5 ml/h) fazer bolus de midazolam: 0,02 a 0,3mg/kg e iniciar infusão contínua de 0,012 – 0,6mg/kg/h. A infusão de midazolam deverá ser sempre feita em bomba de infusão na diluição padrão de 100 mg em 80 ml de SF0,9% (diluição 1mg/ml). • Caso a sedação se mostre insuficiente com o uso concomitante de fentanil e midazolan, pode-se associar ou substituir o midazolan por propofol: 0,3 – 3mg/kg/h. Caso haja falha e o tempo de uso fentanil seja longo, pode-se tentar a troca por morfina. A opção pela utilização de propofol por tempo prolongado obriga a mensuração dos níveis de triglicerídeos, duas vezes por semana . Alem disso, as calorias infundidas devem ser consideradas no cálculo nutricional (1 ml = 1 kcal). • Em pacientes traqueostomizados, com fonte potencial de dor, pode-se tentar manter apenas analgesia com tramadol. Em pacientes nessa situação que não se adaptarem a ventilação, deve-se seguir o fluxograma acima. Ventilação mecânica por tempo curto (<72horas) • Fazer bolus de fentanil, 0,7 a 2mcg/kg e iniciar com fentanil em infusão contínua, 50 – 500mcg/h. • Se necessário associar propofol 0,3 – 3mg/kg/h. Pacientes em desmame ventilatório • Reduzir progressivamente a sedação (a velocidade dependerá do julgamento clínico, ficando recomendada a suspensão abrupta). • Em pacientes usuários de droga iniciar haloperidol assim que for decidida a interrupção da sedação para desmame na dose de 5 mg a cada 6 a 8 horas. O diazepan não deve ser prescrito
  • 7. concomitantemente, pois o desenvolvimento de rigidez muscular irá constituir uma indicação da suspensão do uso do haloperidol. Apenas em pacientes alcoólatras com diagnóstico de abstinência o diazepan deve ser prescrito concomitantemente ao haloperidol. • Em casos de abstinência ao opióide considerar utilização de outros fármacos (ex. metadona) • Em pacientes com agitação psicomotora ou síndrome de abstinência aos sedativos sem causa reversível considerar utilização de haloperidol nas doses acima. Caso haja persistência da agitação, considerar retorno da sedação, preferencialmente com tramadol ou morfina e propofol • Caso esteja disponível, avaliar utilização de outros fármacos (dexmedetomidina/ clonidina) Pacientes com delírium • Paciente fora de ventilação mecânica deve-se usar haloperidol nas mesmas doses 0,5–10mg/dose a cada 6 a 8 horas. Não associar com diazepam, exceto se rigidez muscular e impossibilidade de suspensão do haloperidol ou troca por outro neuroléptico. • Em pacientes sob ventilação mecânica o diagnóstico de delirium se torna muito difícil, portanto, não se recomenda a utilização de haloperidol, exceto nos casos já citados de agitação durante o período de desmame. Procedimento de ajuste de doses O nível de sedação do paciente, aferido pela escala de Ramsay descrita ao final desse protocolo, deve fazer parte da avaliação de sinais vitais do paciente. Descrevem-se situações passíveis de serem encontradas e sua conduta sugerida. Além delas, a sedação deve ser interrompida sempre que for
  • 8. necessária a avaliação do nível de consciência em pacientes com suspeita de complicações neurológicas. • Ramsay adequado (2-3) e superficial com doses mínimas de sedação – manter doses • Ramsay adequado (2-3) com doses elevadas de sedação – tentar diminuir doses, hipnótico ou analgésico. A escolha deve se basear na dose anterior de cada um e na possível presença de dor. • Ramsay profundo (4,5 ou 6) - se paciente estável do ponto de vista ventilatório todas as drogas devem ser suspensas até que o mesmo acorde. Ao reiniciar a sedação, seguir novamente o fluxograma de sedação. Se paciente instável do ponto de vista respiratório pode-se optar apenas pela redução das doses até ajuste do Ramsay. Nesse caso, sugere-se a redução em 50% de todas as drogas. • Ramsay inadequado (1 ou brigando com ventilador) – aumentar dose, hipnótico ou sedativo, um de cada vez. A escolha deve se basear na dose anterior de cada um e na possível presença de dor. • Ramsay inadequado, apesar de elevado, com paciente brigando com o ventilador – aumentar dose, hipnótico ou sedativo, um de cada vez. A escolha deve se basear na dose anterior de cada um e na possível presença de dor. Em casos selecionados já em Ramsay de 6 (pacientes graves, com doses elevadas de sedativos, instáveis hemodinamicamente) deve-se optar por bloqueio neuromuscular. Interrupção diária da sedação Além dos procedimentos usuais de ajuste de doses descritos acima, os pacientes deverão ter sua sedação interrompida diariamente. Isso é válido também para os pacientes considerados adequadamente sedados, ou seja, em Ramsay de 2-3. Essa interrupção deve seguir as seguintes regras:
  • 9. 1. Interrupção será feita apenas de segunda a sexta, quando a UTI funciona com seu corpo clinico completo. No sábado e domingo, em vista do número reduzido de médicos a sedação não será interrompida. Entretanto, os preceitos acima de ajuste de doses deverão ser seguidos. 2. O residente do leito deve solicitar á enfermagem a interrupção completa da sedação, inclusive do fentanil ou morfina, assim que chegar na UTI. Constituem exceção os pacientes com as seguintes condições: • risco de hipertensão intracraniana. • níveis elevados de PEEP (>15 cmH2O) ou FiO2 (>70%) • laparostomia 3. Tanto o residente quanto a enfermagem do leito são responsáveis pela monitorização do paciente durante a interrupção para que a mesma seja reiniciada assim que indicado. As seguintes condições indicam a reinstituição da sedação: • Paciente permanentemente acordado, com olhos sempre abertos, capaz de executar todos os comandos verbais. • Agitação. • Desacoplamento da ventilação mecânica. 4. A reinstituição da sedação deve seguir o protocolo inicial acima descrito, com doses mínimas e aumento progressivo conforme indicado clinicamente. Escala de Ramsay Ramsay Avaliação 1 paciente acordado e agitado, ansioso ou inquieto 2 paciente acordado e colaborativo 3 paciente dormindo, despertável com estímulo verbal, responsivo a comandos 4 paciente dormindo, despertável com estímulo verbal vigoroso ou leve toque da glabela 5 paciente dormindo, despertável com estímulo álgico leve (compressão glabelar) 6 paciente dormindo sem resposta a compressão glabelar
  • 10. Protocolo de sedação-paciente crítico em ventilação mecânica Ausência de dorDor AGITAÇÃO Analgesia Sedação Sem sucesso Bolus de fentanil ( 0,7-2mcg/kg) + Infusão contínua de 50-500mcg/h > 72h < 72h Tempo de ventilação mecânica Asssociar midazolam: bolus- 0,02- 0,3mg/kg + infusão continua de 0,012-0,6 mg/kg/h Associar propofol 0,3-3mg/kg/h Sem sucesso Sem sucesso Substituir ou associar propofol Substituir ou associar midazolan
  • 11. ANALGESIA 1. Indicações / objetivos da sedação 1. Inadaptação à ventilação mecânica, apesar de sedação adequada 2. Hipertensão intracraniana, para atendimento fisioterápico. 3. Mensuração de delta de pressão de pulso, quando necessário 4. Intubação traqueal 2. Princípios da analgesia adequada A. A escolha do medicamento a ser utilizado está na dependência direta da intensidade da dor. B. A dor deve ser monitorada da mesma forma que o grau de sedação, junto aos demais dados vitais do paciente. Deve-se utilizar a escala de avaliação verbal, com classificação da dor em ausente, leve, moderada e intensa. C. A dor deve ser controlada com as menores doses possíveis. D. As doses devem ser reavaliadas continuamente, para que haja controle total da dor. Em pacientes sob analgesia e sem dor, deve-se tentar a redução das doses utilizadas. 3. Drogas a serem utilizadas Opióides As drogas fentanil e morfina já foram descritas. Segue a descrição do tramadol. Os demais opióides, como buprenorfina, nalbufina e codeína, podem ser eventualmente utilizados, na falta dos já citados. A meperidina não deve ser utilizada em nenhuma situação pois tem metabólito ativo com ação tóxica sobre sistema nervoso central.
  • 12. O tramadol não altera a atividade motora do esfíncter do ducto biliar e ainda, retarda minimamente o trânsito grastrointestinal. Farmacocinética: início de ação: 20 a 30 min. Duração de ação: 3 a 7 h. Metabolismo hepático e eliminação renal Posologia: injeção intravenosa 100 mg a 400 mg/dia.Pode ser usado por via oral. Efeitos adversos: convulsões (contra-indicado em convulsivos), taquicardia transitória (sobretudo após injeção endovenosa rápida), náuseas, vômitos e constipação. Antiinflamatórios não-hormonais (AINH) Com exceção da dipirona, nenhuma dessas medicações será utilizada de rotina. 4. Protocolo de utilização • A avaliação da dor faz parte da monitorização de dados vitais do paciente. • O paciente em pós-operatório imediato deve receber analgesia de rotina e não apenas se houver queixa de dor. Isso é válido também para aqueles pacientes com cateter epidural. • Em pacientes sob ventilação mecânica, utiliza-se preferencialmente fentanil ou morfina, como parte do esquema de sedação (ver protocolo acima). • Em pacientes de pós-operatório eletivo com dor leve, sem morbidade renal ou péptica e com idade abaixo de 60 anos, pode ser considerado o uso de antiinflamatórios não hormonais. Entretanto, seu uso está associado com complicações importantes nos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva, como disfunção plaquetária, hemorragia digestiva e insuficiência renal, o que contraindica seu uso em pacientes criticamente enfermos. A associação com os opióides pode trazer vantagens do ponto de vista da analgesia, pois têm locais e mecanismos de ação diferentes.
  • 13. • Em pacientes de pós-operatório fora de VM e com dor leve/moderada, indica-se o tramadol, 100 mg a cada 6 horas associado a dipirona 2 ml a cada 6 horas, de forma alternada. Após 48 horas de cirurgia, no máximo, a dipirona deve ser suspensa para que não dificulte o diagnóstico de um possível estado febril. A dose do tramadol pode ser aumentada para até 600 mg/dia. Em casos refratários, pode-se também optar por uso em infusão contínua durante as 24 horas, nas mesmas doses. A presença de dor intensa constitui indicação para o uso de fentanil ou morfina em baixas doses. • Nos demais pacientes críticos com dor leve/moderada, o tramadol também está indicado, embora sem associação com dipirona, nas mesmas doses e formas de infusão. No que tange a dor intensa, deve-se igualmente utilizar fentanil ou morfina. Analgesia com cateter epidural (na ausência de bomba de PCA) • Todos os pacientes com cateter epidural devem receber analgesia por essa via preferencialmente e não por via venosa. • É obrigatório testar o cateter a cada aplicação da solução analgésica, certificando-se de que o mesmo ainda se encontra no espaço epidural. • Os efeitos colaterais dos opióides incluem prurido, sedação, depressão respiratória, episódios de náuseas, vômitos e retenção urinária. • Quando administrado anestésico local associado, deve-se avaliar pressão arterial, freqüência respiratória e grau de parestesia. • A prescrição deve ser iniciada imediatamente após a admissão do paciente, mesmo na ausência de dor. Caso o paciente tenha recebido morfina pelo cateter ao final do ato operatório, a administração deve começar em torno de 18 horas após a aplicação, exceto se o paciente referir
  • 14. dor antes desse período. Isso se deve ao longo tempo de ação da morfina quando injetada no espaço epidural. • Em caso de dor antes do horário de administração da próxima dose, o mesmo pode ser reduzido para 4 horas ou deve-se prescrever dose de resgate com tramadol ou morfina. Preparo da solução analgésica combinada Fentanil 10mcg/ml sem conservante = 4ml + Marcaína 0,25% sem vasoconstritor = 16ml Administrar 5 ml a cada 4 a 6 horas. BLOQUEIO NEUROMUSCULAR (BNM) 1. Indicações / objetivos do BNM 1. Inadaptação à ventilação mecânica, apesar de sedação adequada 2. Hipertensão intracraniana, para atendimento fisioterápico. 3. Mensuração de delta de pressão de pulso, quando necessário 4. Intubação traqueal 2. Princípios do BNM A. Seu emprego deve se restrito ao máximo em virtude dos seus efeitos colaterais. B. O uso dos BNM deve ser feito preferencialmente em bolus e a critério médico. Entretanto, em algumas situações pode ser feito infusão contínua. Nesses casos, é obrigatório a monitorização com train of four, disponível na unidade.
  • 15. 3. Drogas a serem utilizadas - Succinilcolina: 1-2mg/kg/dose - Pancurônio: 0,05-0,1mg/kg/dose - Atracurium: 0,5-1mg/kg/dose - Rocuronio: 0,6-1,2mg/kg/dose 4. Protocolo de utilização O uso do pancurônio é preferencial. Entretanto, tem grande potencial taquicardizante e acumula- se na insuficiência renal ou hepática. Nessas situações, seu uso deve ser evitado, optando-se pelo atracúrio ou rocurönio. O uso do rocurônio deve ser priorizado nos pacientes com história de hiperreatividade brônquica, pois o atracúrio é liberador de histamina e está contraindicado. A UTI já dispõe do rocurônio, sendo necessário apenas a prescrição médica. Criado em 07 de fevereiro de 2008 ___________________________ Responsável: Flavia R. Machado Aprovado pela CCQ em 08 de fevereiro de 2008 ____________________________ Pierre F G Schippers