Este documento fornece um guia de bolso sobre a administração de obinutuzumabe para profissionais de saúde, incluindo instruções sobre dosagem, velocidade de infusão, pré-medicação e manejo de eventos adversos para pacientes com linfoma folicular ou leucemia linfocítica crônica.
1. ADMINISTRAÇÃO DE
OBINUTUZUMABE
Um guia de bolso para profissionais de saúde
envolvidos na administração de
obinutuzumabe em pacientes com
LLC ou LINFOMA FOLICULAR.
3. Apresentação
Solução para diluição para infusão. Caixa com 1 frasco-ampola
de dose única de 1.000 mg em 40 mL (25 mg/mL).
Estabilidade e armazenamento
Antes de aberto, obinutuzumabe deve ser conservado sob re-
frigeração (entre 2 e 8 ºC). O produto deve ser mantido na em-
balagem original, de forma a protegê-lo da luz. Não congelar.
Não agitar. A solução preparada para infusão deve ser usada
imediatamente. Se isso não ocorrer, o tempo e as condições de
armazenamento em uso são de responsabilidade do usuário e
não devem ultrapassar 24 horas em temperatura entre 2 e 8 ºC,
conforme o perfil de estabilidade química, física e microbiológi-
ca da solução de infusão. Obinutuzumabe não contém conser-
vantes antimicrobianos. Portanto, deve-se tomar cuidado para
garantir que a solução para infusão não seja contaminada du-
rante o preparo.
Prazo de validade - Este medicamento possui prazo de validade
de 36 meses a partir da data de fabricação.
OBINUTUZUMABE
Obinutuzumabe deve ser
administrado por infusão
intravenosa por meio de uma
linha dedicada.
Obinutuzumabe é contraindicado a
pacientes com hipersensibilidade
conhecida (mediada por IgE) a
obinutuzumabe ou a qualquer dos
excipientes.
Infusões de
obinutuzumabe
não devem ser
administradas em
injeção direta ou
em bolus.
Não são
recomendadas
reduções de dose de
obinutuzumabe.
Deve-se utilizar solução
isotônica de cloreto de sódio
0,9% (soro fisiológico) como
veículo de infusão. Não usar
outros diluentes, como a solução
de glicose (5%).
Obinutuzumabe deve ser
administrado em um ambiente
onde meios de reanimação
estejam imediatamente
disponíveis e sob a supervisão
rigorosa de um médico
experiente.
4. CICLO1
REPETIR INFUSÕES A CADA
2 MESES, ATÉ O CICLO 12
NÃO ADMINISTRAR OBINUTUZUMABE
NÃO
ADMINISTRAR
OBINUTUZUMABE
DIA 1 DIA 8
1,000 mg 1,000 mg
DIA 15
1,000 mg
1,000 mg
DIA 1
1,000 mg
DIA 1
CICLOS2–6MANUTENÇÃO
SEMANA 1 SEMANA 2 SEMANA 3 SEMANA 4
SEMANA 1 SEMANA 2 SEMANA 3
SEMANA 1
SEMANA 1
0
0 1 2 3 4
Tempo (h)
Taxa(mg/h)
50
100
150
200
250
300
350
400
1000 mg de infusão
iniciada a 50 mg/h
velocidade elevada em
50 mg/h a cada 30 min a
um máximo de 400 mg/h
1000 mg de infusão concluída
(velocidade final: 400 mg/h)
A infusão prévia teve
uma velocidade final
> 100 mg/h
As infusões podem
ser iniciadas em
velocidade de 100 mg/h
e aumentadas em
incrementos de 100 mg/h
a cada 30 minutos até um
máximo de 400 mg/h
Ocorreu RRI >
Grau 2 durante
a infusão?
Seguir o protocolo D1
SIM
NÃO
SIM
NÃO
Seguir a mesma orientação
da velocidade de infusão
dos dias 8 e 15 do Ciclo 1.
Pacientes que responderem ao tratamento
(resposta completa ou resposta parcial)
ou apresentaram doença estável devem
continuar a receber obinutuzumabe 1000 mg
isoladamente, como terapia de manutenção
uma vez a cada 2 meses até a progressão da
doença ou por até dois anos.
Seguir a mesma orientação
da velocidade de infusão
dos dias 8 e 15 do Ciclo 1.
LINFOMAFOLICULAR
Obinutuzumabe no tratamento do Linfoma Folicular
O obinutuzumabe está indicado em associação com benda-
mustina, seguido por obinutuzumabe em manutenção, no
tratamento de pacientes com linfoma folicular (LF) que não
tenham respondido ou tenham recaído durante ou após tra-
tamento com rituximabe ou com um esquema quimioterápico
contendo rituximabe.
Dose e velocidade de infusão
5. Doses adiadas ou perdidas
Se uma dose planejada de obinutuzumabe for perdida, deve
ser administrada o mais rápido possível. Não omita nem espere
até a dose planejada seguinte.
Se ocorrer toxicidade antes do Dia 8 ou Dia 15 do ciclo 1
necessitando atrasar o tratamento, essas doses devem ser
administradas após resolução da toxicidade. Nesses casos,
todas as visitas subsequentes e o início do ciclo 2 devem ser
alterados para acomodar o atraso do ciclo 1.
Durante a manutenção, mantenha o esquema de administração
original para as doses subsequentes.
LINFOMAFOLICULAR
6. ADMEMLLC
Obinutuzumabe no tratamento da LLC
Obinutuzumabe em associação com clorambucil é indicado
no tratamento de pacientes adultos com leucemia linfocítica
crônica (LLC) não tratados previamente e com comorbidades,
tornando-os não elegíveis ao tratamento baseado em
fludarabina com dose completa.
Administração dos
900mg restantes
CICLO1
NÃO ADMINISTRAR OBINUTUZUMABE
NÃO
ADMINISTRAR
OBINUTUZUMABE
DIA 8
1,000 mg
DIA 15
1,000 mg
1,000 mg
DIA 1
CICLOS2–6
SEMANA 1 SEMANA 2 SEMANA 3 SEMANA 4
DIA 1
SEMANA 2 SEMANA 3
SEMANA 1
0
0 1 2 3 4
Tempo (h)
Taxa(mg/h)
50
100
150
200
250
300
350
400
100 mg de infusão
iniciada a 25 mg/h
100 mg de infusão concluída
0
0 1 2 3 4
Tempo (h)
Taxa(mg/h)
50
100
150
200
250
300
350
400
*900 mg de infusão
iniciada a 50 mg/h
velocidade elevada em
50 mg/h a cada 30 min a
um máximo de 400 mg/h
900 mg de infusão concluída
(velocidade final: 400 mg/h)
A infusão prévia teve
uma velocidade final
> 100 mg/h
As infusões podem
ser iniciadas em
velocidade de 100 mg/h
e aumentadas em
incrementos de 100 mg/h
a cada 30 minutos até um
máximo de 400 mg/h
Ocorreu RRI na
infusão anterior?
Seguir o protocolo D1
SIM
NÃO
SIM
NÃO
BOLSA 2BOLSA 1
Não
Sim
900 mg
Dia 2*100 mg
Dia 1 Algum
sintoma
relacionado
à infusão?
Dia 1
900 mg
Administração
dos primeiros 100mg
Seguir a mesma orientação
da velocidade de infusão
dos dias 8 e 15 do Ciclo 1.
Dose e velocidade de infusão
* D2 iniciando a 50 mg/h: se o paciente apresentar RRI durante a infusão anterior, inicie a
administração com 25 mg/h. A velocidade pode ser escalonada em incrementos de até 50
mg/h a cada 30 minutos até a velocidade máxima de 400 mg/h.
7. ADMEMLLC
Doses adiadas ou perdidas
Caso uma dose programada de obinutuzumabe seja perdida,
ela deve ser administrada assim que possível. Não aguarde
até a próxima dose planejada. O intervalo programado entre
as doses do tratamento com obinutuzumabe deve ser mantido.
8. Quais são as reações infusionais mais
comuns?
Os sintomas mais frequentemente reportados (≥ 5%)
associados com reação infusional foram:
Sintomas respiratórios e cardíacos, como broncoespasmo,
irritação de laringe e garganta, sibilos, edema de laringe
e fibrilação atrial, também foram reportados.
Náuseas
Fadiga
Calafrios
Hipotensão
Febre
Vômitos
Dispneia
Rubor
Hipertensão
Cefaleia
Taquicardia
Tontura
Diarreia
* Hidrocortisona NÃO deve ser utilizada na pré-medicação por não ser eficaz
para reduzir as taxas de RRIs
RECOMENDAÇÕESGERAIS
O que posso fazer com antecedência para
reduzir o risco de RRIs?1,2
Profilaxia e pré-medicação para a síndrome de lise
tumoral (SLT):
• Pacientes considerados sob risco e com insuficiência renal
devem receber profilaxia. A profilaxia deve ser realizada com
hidratação e administração de uricostáticos antes da infusão.
Anti-hipertensivos:
• A interrupção de tratamentos anti-hipertensivos deve ser
considerada por 12 horas antes, durante e após a primeira
hora da administração de obinutuzumabe.
CICLO 1:
Dias 1 e 2
LLC e
Dia 1 LF
CICLO 1: D8 a D15 e Ciclos 2 a 6
Todos os
pacientes
Pacientes
sem
qualquer
sintoma
de RRI
Pacientes
com RRI
graus 1–2
(leve a
moderada)
na
infusão
anterior
Pacientes com
RRI grau 3
(grave) na
infusão anterior
OU com número
de linfócitos >25
x 109
/L antes
do tratamento
seguinte
REALIZE 60
MINUTOS ANTES
DA INFUSÃO
Corticosteroide
endovenoso
(20 mg dexametasona ou
80 mg metilprednisolona)*
30 MINUTOS ANTES
DA INFUSÃO
Medicamento anti-
-histamínico(por exemplo,
50 mg de difenidramina)
30 MINUTOS ANTES
DA INFUSÃO
Analgésico/
antipirético oral
(ex: 1000 mg
acetaminofeno/paracetamol)
Pré-medicação
Realizar a pré-medicação administrada antes da infusão.
9. O que devo fazer se ocorrer uma RRI
durante a infusão?
Se um paciente apresentar uma RRI durante a infusão,
ajuste a infusão conforme descrito abaixo:3
REAÇÕES À INFUSÃO RECOMENDAÇÕES
LEVE: assintomático ou
sintomas leves; apenas
observações clínicas
ou diagnósticas; a
intervenção não é
indicada.
RISCO DE VIDA:
indicada intervenção
urgente.
GRAVE OU
CLINICAMENTE
SIGNIFICANTE, MAS
NÃO POTENCIALMENTE
FATAL:
MODERADO:
intervenções
mínimas no local
ou não invasivas
são indicadas.
indicada a
hospitalização ou
o prolongamento da
hospitalização.
GRAU 1
GRAU 4
GRAU 3
GRAU 2 Reduza a velocidade de infusão e trate os sintomas:
• Com o desaparecimento dos sintomas, continue a infusão.
• Se o paciente não apresentar nenhum sintoma de reação
infusional, reinicie o escalonamento da velocidade de infusão nos
incrementos e intervalos adequados para a dose de tratamento.*
Interrompa temporariamente a infusão e trate os sintomas:
• Após o desaparecimento dos sintomas, reinicie a infusão
em velocidade não maior que metade da velocidade anterior
(velocidade do momento em que ocorreu a reação infusional).
• Se o paciente não apresentar nenhum sintoma adicional de
reação infusional, reinicie o escalonamento da velocidade de
infusão em incrementos e intervalos adequados para a dose de
tratamento.*
• Se o paciente apresentar uma segunda ocorrência das
reações infusionais grau 3, interrompa a infusão e descontinue
definitivamente a terapia.
Interrompa a infusão e descontinue a terapia
permanentemente.
*Para pacientes com LLC que recebem a dose do Dia 1 do ciclo 1, dividi-
da em 2 dias: a velocidade de infusão do Dia 1 pode ser aumentada de
volta até 25 mg/h depois de 1 hora, mas sem nenhum aumento posterior.
RECOMENDAÇÕESGERAIS
10. Como manejar eventos adversos?1
Reações de hipersensibilidade
Piora de condições cardíacas preexistentes
Síndrome de lise tumoral (SLT)
Neutropenia
Trombocitopenia
Corrigir anormalidades eletrolíticas, monitorar função
renal e o equilíbrio hídrico e administrar cuidados de su-
porte, e isso inclui diálise, quando indicado.
Monitorar cuidadosamente com exames laboratoriais
regulares até a resolução. Se for necessário tratamen-
to, administrar de acordo com as orientações locais, e
considerar a administração de fatores estimulantes de
colônias de granulócitos. Qualquer sinal de infecção
concomitante deve ser tratado adequadamente.
Pacientes devem ser cuidadosamente monitorados,
especialmente durante o 1º ciclo. Exames regulares
devem ser realizados até a resolução dos eventos, e
atrasos da dose devem ser considerados em casos graves
ou potencialmente fatais. A transfusão de hemoderivados
fica a critério do médico. O uso de qualquer tratamen-
to concomitante que possa possivelmente piorar even-
tos relacionados à trombocitopenia também devem ser
avaliados, especialmente durante o 1º ciclo.
Interromper a infusão e descontinuar o tratamento.
Monitorar cuidadosamente e hidratar o paciente com
cautela, a fim de evitar potencial acúmulo de líquidos.
Infecções
Reativação da hepatite B
Leucoencefalopatia multifocal progressiva
(LEMP)
A avaliação de LEMP inclui – mas não se limita a – con-
sulta com neurologista, ressonância magnética nuclear
(RMN) do cérebro e punção lombar (teste de LCR para
DNA de vírus JC). A terapia com obinutuzumabe deve
ser suspensa durante a investigação de potencial LEMP
e permanentemente descontinuada em caso de LEMP
confirmada. A descontinuação ou redução de qualquer
quimioterapia ou terapia imunossupressora concomitan-
te também deve ser considerada. O paciente deve ser
encaminhado ao neurologista para avaliação e trata-
mento da LEMP.
Em caso de infecção ativa, não administrar obinu-
tuzumabe. Em caso de infecção recorrente ou crô-
nica, deve-se ter cuidado ao considerar o uso de
obinutuzumabe.
Deve ser realizada triagem para o vírus da hepatite
B (HBV) em todos os pacientes antes do início do
tratamento com obinutuzumabe. Os pacientes com
doença ativa não devem ser tratados. Pacientes com
sorologia positiva para hepatite B devem consultar
especialistas em doenças do fígado antes do início
do tratamento e devem ser monitorados e tratados de
acordo com o padrão de tratamento local para evitar a
reativação da hepatite.
MANEJODEEVENTOS
11. Material estritamente científico destinado à distribuição
exclusiva a profissionais habilitados a preescrever,
dispensar ou administrar medicamentos.
BR/GAZY/0617/0094(1) Agosto 2017
1. Thurmes P, et al. Leuk Lymphoma 2008; 49:49–56.
2. Goede V, et al. N Engl J Med 2014; 370:1101–1110.
3. Bula Gazyva (obinutuzumabe). Aprovada pela ANVISA em março de 2017.
4. Goede V, et al. N Engl J Med 2014; 370:1101–1110; Supplemental appendix.
REFERÊNCIAS: