O documento discute os desafios econômicos do Brasil para 2015, incluindo a necessidade de retomar o crescimento econômico, ajustar as contas públicas, e melhorar a infraestrutura, enquanto lida com a inflação e encontra um equilíbrio entre crédito e carga tributária.
Inova em Foco - Mar/2014 - O DESAFIO DA RETENÇÃO DE TALENTOS
Desafios econômicos Brasil 2015
1. Dezembro. 2014
DESAFIOS ECONÔMICOS PARA O ANO NOVO
Mais um final de ano se aproxima e no ar ainda se sente o clima de pós-eleições no Brasil. Nesse cenário, alguns
importantes questionamentos (ou desafios) pairam sobre o ambiente de negócios: como será o desempenho da eco-nomia
brasileira em 2015? Qual é a real situação econômica do país? Que expectativas devemos nutrir sobre a conjun-tura
econômica de curto prazo? Certamente não são dúvidas de fácil resposta e, seguramente, não há “bola de cristal”
econômica ou manual de autoajuda financeira capazes de facilmente elucidar tais incertezas. A seguir, faremos breves
observações no intuito de trazer alguns insights sobre o presente e o futuro próximo.
Alguns esclarecimentos iniciais: “conjuntura econômica” é um conceito dinâmico, que procura demonstrar o
fluxo e o refluxo das atividades econômicas ao longo do tempo. De modo genérico, representa o estudo da totalidade
das condições de mercado, da atuação do Estado, e da estrutura política e social de um país ou de uma região. É, por-tanto,
um termo que vai além do significado de “situação econômica”, que pode ser compreendida como uma simples
descrição dos fatos econômicos ocorridos em um momento. Falemos então de conjuntura econômica brasileira!
Até 2009, o relativo sucesso da política econômica brasileira esteve atrelado à combinação de controle inflacio-nário,
superávit primário (dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas, exceto juros da
dívida pública), e câmbio flutuante. O Brasil cresceu, nesse período, em meio ao bom momento da economia interna-cional,
obtendo inclusive o grau de investimento da agência de classificação de risco Standard & Poor's em 2008. Nesse
sentido, entre 1998 e 2008, é notável a evolução dos indicadores macroeconômicos no país, tais como o PIB per capita,
o nível de crédito, as exportações, as reservas internacionais e o investimento externo direto (IED). Basta observar que,
em 2002, o Brasil ocupava a 12ª posição entre as maiores economias (ranking PIB) do mundo, passando, em 2011, a
ocupar a 6ª colocação.
Veio a crise econômica internacional de 2008/2009. Foi “marola”? Definitivamente, não! O Brasil “escapou”
dessa crise por meio do uso de uma política fiscal expansionista (aumento do gasto público e redução de impostos no
setor produtivo) e redução dos juros. Aumentou-se no país o intervencionismo estatal e ampliaram-se os programas
sociais. Nesse cenário, expectativas positivas sobre o desempenho futuro de nossa economia se espalharam entre a
população e o meio empresarial, sendo alardeadas em capa de novembro de 2009 da prestigiosa revista The Economist
(Brazil takes off).
Porém, nos últimos anos, a realidade econômica se mostrou bastante diferente. A partir de 2010, o aumento des-controlado
do gasto público, a ausência de uma reforma tributária e de uma reforma política no país, a expansão do
consumo privado pautado essencialmente na ampliação do crédito, a lenta evolução da infraestrutura produtiva local
(e, em decorrência, do aumento da produção de bens e serviços e da produtividade) trouxeram pífios índices de cresci-mento
da economia, levando o país a um cenário de estagnação econômica. Mais do que isso: o aumento do consumo
descolado do aumento da capacidade de oferta (produção), ainda nos fez reviver o fantasma da inflação, que insiste
em romper os “tetos das metas” oficiais estabelecidas. Assim, mais uma vez fomos capa da revista The Economist (Has
Brazil blown it?) em setembro de 2013, com teor bastante diferente (e decepcionante) sobre nosso futuro econômico.
Para 2015 os desafios são claros ao país: retomar o crescimento econômico, “ajustar” as contas públicas, melho-rar
radicalmente a infraestrutura produtiva local, ampliar e aprimorar programas sociais e voltados à educação, com-bater
com firmeza a inflação, e compatibilizar crédito e carga tributária em níveis adequados ao desenvolvimento eco-nômico,
entre outros. E aguardemos nossa próxima aparição na capa da The Economist...
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INOVA BUSINESS SCHOOL INOVA EM FOCO
LEILA ROCHA PELLEGRINO
EXPERIÊNCIA E ATUAÇÃO:
Economista e Mestre em Desenvolvimento Econômico pela UNICAMP. Doutoranda em Administra-ção
de Empresas pelo Mackenzie de São Paulo. Atua como professora em cursos de Graduação e de
Pós-Graduação. Sócia e consultora da SPN treinamentos empresariais.
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