2. Perdas causadas por patógenos
em pós-colheita de frutas
• Brasil
• 3º maior produtor de frutas do mundo
• Exportação 1% da produção (US$ 300 milhões)
• Chile US$ 1,5 bilhões
• Mercado interno 33 kg/pessoa/ano
• Alemanha 90 kg/pessoa/ano
• Perdas
• Quantitativa 10 milhões t/ano
• Qualitativa US$ 300 FOB/t
• Chile US$ 900 FOB/t
3. Perdas causadas por patógenos
em pós-colheita de hortaliças
• EUA < 10%
• Brasil 35 – 40% perdas
• Safra 2001 colhidas 15 milhões t produtos hortícolas
• Perda de 5 milhões t abasteceria 29,3% população brasileira
• Prejuízo de US$ 1.026 milhões
• Preparo para comercialização (batata e cebola): 30% perdas
• Transporte de hortaliças: 30% perdas
• Mercado atacadista: 10 – 20% perdas
• Mercado varejista: 13 – 42% perdas
• Domicílios: 20% perdas
4. Perdas de produtos hortifrutícolas
em países em desenvolvimento
• Banana: 43%
• Citros: 20 - 80%
• Mamão: 40 – 100%
• Uva: 20 – 95%
• Alface: 62%
• Couve-flor: 49%
• Tomate: 20 – 50%
5. Causas das perdas
• Danos mecânicos, fisiológicos e/ou patogênicos
• São Paulo 217.000 t perdas de frutas e hortaliças/ mês
• Falta cadeia de frio
• Manuseio, tratamento fitossanitário, embalagens e transporte
inadequados
• Mão-de-obra inabilitada
• Precário desenvolvimento logístico dos complexos produtivos
• Carência de normas de padronização e classificação
• Ineficiência da fiscalização fitossanitária
• Falta de marketing
• Barreiras fitossanitárias para exportação
• Carência de pesquisas na área e auxílio à pesquisa
6. Principais agentes
•Frutas
• Mais ácidas
• Favorece fungos 15 gêneros
• Inibe bactérias
•Hortaliças
• Mais alcalinas
• Favorece bactérias Pectobacterium, Xanthomonas,
Pseudomonas
• Inibe fungos
7. Processo de infecção
• Imediato Phytophthora spp., Geotrichum
• Quiescente Penicillium, Alternaria, Botrytis, Colletotrichum gloeosporioides
• Envolve a inibição do desenvolvimento do patógeno por condições impostas
pelo hospedeiro, até que algum estádio de maturação tenha se completado
(Swinborne, 1983)
• Compostos anti-fúngicos pré-formados
• Substrato inadequado à nutrição do patógeno
• Enzimas do fungo impróprias para colonização
• Fitoalexinas
8. Fatores que favorecem as doenças
em pós-colheita
• Fatores pré-colheita
• Clima
• Cultivares
• Adubação
• Tratos fitossanitários
• Manejo
• Fatores de colheita e pós-colheita
• Colheita/ transporte/ descarga
• Manuseio
• Tratamento fitossanitário
• Desverdecimento/ climatização
• Embalagem/ armazenamento
9. Principais doenças pós-colheita
em frutas tropicais
• BANANA
• Antracnose Colletotrichum musae
• Podridão da coroa Lasiodiplodia theobromae
Ceratocystis paradoxa
Verticillium theobromae
Fusarium spp.
C. musae
- Ponta de charuto Verticillium theobromae
- Mancha diamante Cercospora hayi
85. Métodos de controle
• Medidas preventivas
• Métodos
• Físicos
• Químicos
• Biológicos/ alternativos
• Indução de resistência
86. Refrigeração
• Processo mais indicado para conservação de frutas e hortaliças
• Retarda os processos bioquímicos de amadurecimento e/ou senescência
• Diminui a taxa de respiração e de transpiração
• Retarda ou suprime o desenvolvimento de patógenos
90. Refrigeração
• Considerações
• Resfriamento rápido após a colheita (vácuo, água, ar)
• Distúrbio fisiológico pelo frio “chilling”
• Patógenos retomam o crescimento com a elevação da temperatura
• Requer tratamento complementar
91. Tratamento térmico
• Hidrotérmico (imersão ou spray)
• Imersão
• Mamão: 47 – 49 ºC/ 20 min
• 42 ºC/ 30 min + 49 ºC/20 min – trat. quarentenário
• Manga: 50 ºC/ 10 min ou 55 ºC/ 5 min
• 46,1 ºC/ 70 a 90 min – trat. quarentenário
• Citros: 50 ºC/ 2 – 4 min
• Spray
• Mamão: 54 ºC/ 3 min
• Manga: 50 – 70 ºC/ 10 a 60 seg (Israel)
• Grapefruit: 62 ºC/ 20 seg
92. Tratamento térmico
• Vapor aquecido
• Principalmente para controle de mosca das frutas (mamão, manga, melão)
• 40 – 50 ºC/ horas
• Ar quente forçado
• Requer controle preciso da circulação de ar
• Controle de fungos e insetos
• Método lento (38 – 46 ºC/ 12 – 96 horas)
• Mamão, caqui, maçã, manga
93. Tratamento térmico
• Considerações
• Não tem poder residual
• Requer tratamento complementar
• Baixas concentrações de fungicidas ou sanitizantes
• Requer menos tempo para controle de fungos do que para desinfestação de
pragas
• Pode causar escaldadura e aumento da suscetibilidade a podridões
• Pode alterar o processo de amadurecimento e as características
organolépticas das frutas
94. Atmosfera modificada / controlada
• Atmosfera modificada
• ceras, filmes plásticos com permeabilidade seletiva a gases, com mineral
absorvedor de etileno, dióxido de cloro, bactericida, etc.
• Atmosfera controlada
• câmaras com controle atmosférico permanente
• Redução do nível de O2 (1 – 5 %)
• Elevação no nível de CO2 (quanto maior a concentração menor o tempo de
exposição)
• Ação combinada de baixo nível de O2 e alto nível de CO2
• ≥ 5% O2 e ≤ 5% CO2 não tem efeito sobre a antracnose
95. Atmosfera modificada / controlada
• Considerações
• Distúrbios fisiológicos
• Escurecimento de polpa, aumento de compostos fenólicos (alto CO2)
• Anaerobiose aroma alcoólico (baixo O2 )
• Combinar com refrigeração
• Pode aumentar a suscetibilidade a podridões
• Absorvedores de etileno: permanganato de potássio, infra-vermelho
96. Monóxido de Carbono (CO)
• Inibidor enzimático e competidor com O2
• Atua mais eficientemente com 2% O2 e 5 CO2
• Combinar com refrigeração
• 5 – 10% inibe o desenvolvimento de patógenos
• Considerações
• Muito tóxico
• Pode causar distúrbios fisiológicos
98. Radiação ionizante
• Eletromagnética: gama ou X, acelerador linear de partículas
• Aumenta o período de conservação, evita brotamento, controla pragas
• Menor efeito no controle de fungos
• Pode ocasionar desordens fisiológicas
• Requer complementação com outros métodos
• Alto custo
• Restrição de consumidores
• FDA: 1 kGy
• União Européia: 0,25 a 0,35 kGy
• Brasil: CENA/USP, IPEN
99. Ultra-violeta (UV-C)
• Dosagem varia com produto
• 250 – 280 nm (254 nm) radiômetro
• Desinfecção superficial
• Interfere em processos bioquímicos dos microrganismos
• Resultados positivos: maçã, pêssego, uva, citros
• Controle: Colletotrichum gloeosporioides, Monilinia fructicola, Alternaria
alternata, Penicillium digitatum, P. expansum, Geotrichum candidum, Botrytis
cinerea, Rhizopus stolonifer
• Pode retardar a degradação de compostos tóxicos pré-formados ou induzir a
formação de fitoalexinas nas frutas (“hormese”)
• Doses excessivas: distúrbios fisiológicos
• Evitar exposição dos operadores à luz
101. Exemplos de controle biológico
• Pseudomonas syringae (Bio SAVE 100, 110 e 1000 – EUA)
• P. expansum, B. cinerea, P. digitatum, P. italicum, G. candidum (maçã, pêra, citros
batata)
• Candida oleophila (ASPIRE – EUA e Israel)
• Penicillium spp. (citros)
• Cryptococcus albidus (YIELDPLUS – África do Sul)
• Frutas de caroço
• Pichia guilliermondii (US-7) fungos (citros)
• Bacillus subtilis B. cinerea (uva), Penicillium spp. (citros)
• Trichoderma spp. C. gloeosporioides (mamão)
• Debaromyces hancenii Penicillium spp. (citros)
102. Controle biológico / alternativo
• Características desejáveis antagonista pós-colheita
• Geneticamente estável
• Não patogênico ao hospedeiro
• Efetivo em baixas concentrações
• Capaz de sobreviver sob condições adversas
• Efetivo contra vários patógenos de diferentes frutas
• Fácil crescimento e multiplicação
• Produzir uma formulação com longo shelf-life
• Fácil aplicação
• Não produzir metabólitos tóxicos ao homem
• Resistência a pesticidas
• Compatibilidade com o processo de manuseio
103. Indução de resistência
• Mecanismos estruturais e bioquímicos de resistência de frutos imaturos
infecção quiescente
• Ativação de mecanismos latentes
• Agentes bióticos (antagonistas ou raças não patogênicas)
• Agentes abióticos (radiação ionizante, luz UV, tratamento térmico, ferimento,
compostos químicos)
104. Exemplos de agentes físicos de indução de
resistência em frutas
Agente Fruta Patógeno Resistência
UV-C Uva B. cinerea Resveratrol pterostilbene
R. stolonifer
Maçã Monilinia spp. PAL
Pêssego M. fructicola PAL
Limão P. digitatum Scoparone
Radiação gama Pêssego M. fructicola PAL/ Comp. fenólicos
Trat. térmico Limão P. digitatum Comp. Fenólicos/scoparone
Grapefruit P. digitatum Glucanase/quitinase
Ferimento maçã B. cinerea Comp. Fenólicos/ tanino/ lignina/
calose
P. expansum
Alto CO2 Abacate C. gloeosporioides Diene
105. Outros agentes de indução de
resistência
• Quitosana
• Morango, pimentão, citros e tomate
• Acibenzolar (Bion)
• Pré-colheita: tomate, morango
• Candida saitoana
• Pichia guilliermondii
• Pichia anomala
106. Outras medidas de controle
• Vapor de acetaldeído
• Peróxido de hidrogênio
• Cloreto de cálcio
• Antioxidantes
• Ácido acético
107. Produção integrada e APPCC
• APPCC: análise de perigos e pontos críticos de controle
• Sistemática de procedimentos que tem por objetivos
• Identificar, avaliar e controlar os perigos para a saúde do consumidor
• Caracterizar os pontos e controles considerados críticos para assegurar a
inocuidade doa alimentos
• Vantagens
• Segurança do alimento
• Rastreabilidade
• Redução de perdas
• Maior competitividade