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Cultura da Bananeira
Prof. Cláudio Keske
1- Introdução
A banana (Musa spp.) é uma fruta de consumo universal, sendo umas das mais
consumidas no mundo, e, é comercializada por dúzia, por quilo e até mesmo por
unidade. É rica em carboidratos e potássio, médio teor em açúcares e vitamina A,
e baixo em proteínas e vitaminas B e C.
As bananas cultivadas podem ser divididas em duas classes: as consumidas frescas
ou industrializadas e as consumidas fritas ou assadas, que chamamos de bananas
de fritar ou da terra. Na língua espanhola, apenas as bananas do subgrupo
Cavendish (“Nanica”, “Nanicão”, “D”água”, etc.) são chamadas de bananas; as
demais são conhecidas por “plátanos”.
A bananicultura encontra-se amplamente difundida pelas diversas regiões do
Brasil, sendo encontrada desde as regiões mais quentes, como o Norte e o
Nordeste, até as regiões mais frias, como o litoral do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina (Simão, 1998).
1- Introdução
Santa Catariana ocupa o terceiro lugar entre os estados produtores de bananas no
Brasil. Produz anualmente cerca de 665 mil toneladas da frutas, que são cultivadas
em 30.427ha, distribuídos em 5 mil propriedades de produtores rurais familiares.
A banana catarinense abastece o mercado interno nacional e de exportação para
países do Mercosul.
A banana é a fruta de maior área de produção no Estado de Santa Catarina, tendo
ocupado 30.613 ha no ano de 2011 (VIEIRA, 2011), onde predominam os bananais
de cultivares do subgrupo Cavendish (AAA), destacando-se ‘Nanicão’ e ‘Grande
Naine’. Em menor área encontram-se bananais do subgrupo Prata (AAB), em
especial ‘Enxerto’ e ‘Catarina’. A cultivar de banana ‘Maçã’ deixou de ser
produzida de forma comercial por ter sido dizimada ao longo dos anos
pelo mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). A cultivar ‘Tropical’
(AAAB), com sabor e aspecto semelhante a maçã tem sido introduzida para
substituir a mesma.
1- Introdução
Origem do Oriente, do sul da China ou da Indochina. Há referências da sua
presença na Índia, na Malásia e nas Filipinas, onde tem sido cultivada há mais de
4.000 anos.
As bananeiras existem no Brasil desde antes do seu descobrimento. Quando
Cabral aqui chegou, encontrou os indígenas comendo in natura bananas de um
cultivar muito digestivo que se supõe tratar-se do “Branca” e outro, rico em
amido, que precisava ser cozido antes do consumo, chamado de “Pacoba” que
deve ser o cultivar Pacova. Com o decorrer do tempo, verificou-se que o “Branca”
predominava a região litorânea e o “Pacova”, a Amazônica.
2- Botânica
- As bananeiras produtoras de frutos comestíveis foram classificadas, pela
primeira vez, por Linneu, que as agrupou no gênero Musa.
-as bananeiras produtoras de frutos comestíveis são plantas da classe das
Monicotiledôneas, ordem Scitaminales, família Musaceae, da qual fazem parte as
subfamílias Heliconioidease, Strelitzioidease e Musoidaea. Esta última inclui, além
do gênero Ensete, o gênero Musa. O gênero Musa ainda pode ser dividido em
quatro subgêneros: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e Eumusa.
- Os subgêneros Callimusa e Rhodochlamys não produzem frutos comestíveis; o
subgêneros Australimusa contém apenas uma espécie (Musa textilis), conhecida
como abacá e utilizada principalmente nas Filipinas para extração de fibras das
bainhas vasculares. No subgênero Eumusa ou simplesmente Musa é que estão
localizadas as espécies de interesse comercial, essas espécies de interesse
comercial são: Musa acuminata Colla e Musa balbisiana Colla.
2- Botânica
Os cultivares tradicionais de bananeiras apresentam níveis cromossômicos di, tri
ou tetraplóides, respectivamente com 2, 3 e 4 cromossomos, em combinações
variadas de genomas das espécies Musa acuminata (genoma A) e Musa balvisiana
(genoma B). Estes cultivares diferem das espécies silvestres devido a presença de
genes responsáveis pela partenocarpia:
• Grupo diplóide acuminata A: “Ouro”.
• Grupo triplóide acuminata A: “Robusta”, “Mestiça”, “Gros-Michel”, “Caru roxa”,
“Caru verde”, “Caipira”, Leite, “Ouro Mel”, “São Mateus”, São Tomé”. Dentro deste
grupo o subgrupo Cavendish apresenta importância, representado principalmente
pelos cultivares Nanica e Nanicão.
2- Botânica
• Grupo triplóide AAB: “Pacovan”, “Maçã”, “Mysore”, “São Domingos”. Dentro
deste grupo os subgrupos de maior importância são Prata, representado pelos
cultivares Prata Anã e Prata Zulu, e Plantain, representado pelos cultivares
Maranhão, Terra e Terrinha.
• Grupo triplóide ABB: “Marmelo”, “Figo”, “Pão”.
• Grupo tetraplóide A: “IC-2”.
• Grupo tetraplóide AAAB: “Pioneira”, “Ouro da Mata”, “Platina”.
Os cultivares mais comuns no Brasil e em outras partes do mundo são os
triplóides, devido ao seu vigor, maior tamanho dos frutos e consistência mais
agradável destes em relação aos diplóides.
2- Botânica
• Grupo triplóide AAB: “Pacovan”, “Maçã”, “Mysore”, “São Domingos”. Dentro
deste grupo os subgrupos de maior importância são Prata, representado pelos
cultivares Prata Anã e Prata Zulu, e Plantain, representado pelos cultivares
Maranhão, Terra e Terrinha.
• Grupo triplóide ABB: “Marmelo”, “Figo”, “Pão”.
• Grupo tetraplóide A: “IC-2”.
• Grupo tetraplóide AAAB: “Pioneira”, “Ouro da Mata”, “Platina”.
Os cultivares mais comuns no Brasil e em outras partes do mundo são os
triplóides, devido ao seu vigor, maior tamanho dos frutos e consistência mais
agradável destes em relação aos diplóides.
3- Implantação do pomar
3.1- Escolha do local
Na escolha da área para a implantação de um pomar de bananas, deve-se
escolher solos drenados e preferencialmente com exposição Norte ou Leste,
evitando áreas sujeitas a ventos fortes, geadas, secas e inundações, além de ficar
atento às áreas de preservação permanente das propriedades.
Antes da implantação do bananal, deve-se fazer a análise do solo. O solo deve ter
seu pH corrigido para 6,0 com o uso de calcário. Os principais nutrientes
requeridos pela banana para sua máxima produção são: macronutrientes
(Nitrogênio; Fósforo; Potássio; Cálcio; Magnésio) e micronutrientes
(principalmente Boro e Zinco). A adubação orgânica também é importante para
suprir os demais micronutrientes e melhorar a estrutura física e a diversidade
microbiológica do solo.
3.2 Densidade de plantio
A escolha do espaçamento de plantio dependerá de fatores ambientais,
mercadológicos e varietais, além do nível de manejo e da expectativa de
longevidade do bananal. Em geral bananeiras de porte médio, como a Grande
Naine, permitem utilizar espaçamentos de 2,00m x 2,50m; 2,00m x 3,00m ;
2,50m x 2,50m.
Para o plantio de Nanicão, utilizam-se espaçamentos de 2,50m x 2,50m; 2,50m x
3,00m. Cultivares como Prata Anã e Catarina exigem espaçamentos maiores:
2,50m x 3,00m; 2,00m x 3,50m; 2,00m x 4,00m.
3.3 Cultivares recomendados
Em Santa Catarina: grupo Cavendish: Nanicão, Grande Naine e Nanicão Corupá
do grupo Prata: Enxerto ou Prata Anã, Branca e Catarina. FHIA-01, Maçã Bahia,
Thap Maeo e Baby Prata são agromicamente recomendados, porém com pouca
aceitação comercial.
Nanicão
Conhecido também por Caturrão, Paulista ou D’água, é um
cultivar que surgiu no Litoral de São Paulo, por mutação
natural da banana Nanica. É um dos cultivares mais indicados
para a exportação devido a sua melhor conservação no
transporte. Em Santa Catarina é o principal cultivar em área
plantada e em produção. Tem porte médio, de 2,30 a 4,00
metros de altura, e é muito produtiva. É altamente suscetível
à sigatoka-amarela, suscetível à sigatoka-negra e altamente
resistente ao mal do panamá.
Grande Naine
Sua planta, seu cacho e seus frutos
também são bastante parecidos aos da
Nanicão. Seu fruto, porém, é um pouco
mais reto, devido à maior proximidade
entre as pencas. É uma bananeira de
porte médio, com 2,00 a 3,40 m
Suas folhas são mais juntas e mais caídas
do que as da Nanicão. Atualmente é a
bananeira mais cultivada em diversos
países produtores de banana e uma das
mais procuradas para plantio em Santa
Catarina. É altamente suscetível à
sigatoka-amarela, suscetível à sigatoka-
negra e altamente resistente ao mal do
panamá.
Nanicão Corupá
Enxerto ou Prata Anã
Este cultivar surgiu no início
do século XX, no sul de
Santa Catarina, a partir de
uma mutação da banana
“Branca”. Apresenta porte
médio (2,20 a 4,50 metros
de altura). Seu cacho pesa
entre 7 e 40 quilos em
Santa Catarina, sendo
normais cachos de cerca de
15 quilos. É uma excelente
banana para o mercado
interno brasileiro. É
moderadamente suscetível
à sigatoka-amarela e ao mal
do panamá, além de
suscetível à sigatoka-negra.
Prata Catarina
Trata-se de um clone do cultivar
Enxerto, oriundo de variação natural no
campo, coletado em 1997, na
comunidade de Retiro da União, em
Santa Rosa do Sul, SC. Apresenta
maior resistência ao mal do panamá e
à “fuligem do fruto” do que o Enxerto.
O tamanho e a coloração dos frutos
também são comparativamente
melhores. É chamada também de
Prata Catarina. É moderadamente
suscetível à sigatoka-amarela e
moderadamente resistente ao mal-do-
panamá.
4- Tratos Culturais
Desbaste do bananal
Recomenda-se fazer a condução do bananal com uma “família”
por touceira, mantendo-se apenas uma planta de cada geração
(planta mãe, filha e neta) na touceira.
• Desfolha do bananal
A desfolha consiste na eliminação de folhas secas, velhas, doentes,
quebradas e até mesmo normais, quando localizadas entre as
pencas, deformando e ferindo os frutos. A desfolha tem como
objetivo aumentar a luminosidade e o arejamento do bananal, o
que reduz a ocorrência de pragas, doenças e danos nos frutos.
O aumento da luminosidade no interior do bananal acelera o
crescimento dos filhotes e a produção. O atrito entre folhas secas
e frutos facilita a penetração de fungos que causam doenças,
como a “ponta de charuto” e “antracnose”.
• Escoramento da bananeira
Os cachos muito pesados e a ocorrência de
ventos fortes podem causar o tombamento
ou quebra de plantas, causando prejuízos ao
produtor. As formas de escoramento mais
empregadas são o uso de escoras de bambu,
cordas e fitilhos de material sintético.
Despistilagem e limpeza dos
cachos
Consiste na eliminação dos restos
florais dos frutos, prevenindo a
ocorrência de uma série de
doenças fúngicas e da traça-da-
banana.
• Poda do coração
Consiste na eliminação do
“coração” quando ele se encontra
a cerca de 10 centímetros da
última penca do cacho. Também
previne o ataque de pragas como
os tripes nos frutos, o que
proporciona o aumento do
rendimento dos cachos
• Poda das pencas
A poda das pencas é feita manualmente,
arrancando-se os frutos das pencas inferiores
ou eliminando-os com o auxílio de uma faca
ou canivete. Recomenda-se deixar uma fruta
da última penca, que manterá a circulação
da seiva, evitando-se o aparecimento de
doenças como a “seca do rabo” -podridão do
engaço. A poda das pencas contribui para
maior uniformidade e tamanho das pencas e
para o peso do cacho.
• Ensacamento
Consiste na proteção dos cachos com sacos
de polietileno de baixa densidade para a
proteção dos frutos do ataque de pragas e
doenças, ventos fortes, frio, atrito de folhas e
outros possíveis danos.
Desvio de filhotes de bananeira
Esta prática consiste no desvio dos filhotes seguidores, que crescem sob o cacho da
planta “mãe”, evitando que venham a prejudicar os frutos devido ao atrito
provocado por suas folhas. Os filhotes das bananeiras devem ser conduzidos para o
lado mais alto da encosta, visando manter seus rizomas no interior do solo.
• Desvio de cachos
Nos terrenos planos é bastante comum que os cachos sejam lançados exatamente
sobre os filhos escolhidos como sucessores, havendo a necessidade de desviar o
cacho. Essa prática visa proteger o cacho de danos produzidos pelo contato com o
pseudocaule da planta “mãe”, das plantas vizinhas, das varas ou fitilhos de
escoramento, de galpões e de outras construções ou ainda dos filhotes dos quais
não se pode desviar.
• Manejo do pseudocaule após a colheita
O pseudocaule é deixado de pé até dois meses após a colheita. A manutenção do
pseudocaule é recomendável porque, neste período, os filhotes, por estarem
interligados à “planta mãe”, aproveitam seus nutrientes, hormônios vegetais e
água para se desenvolver. Após esse período, o pseudocaule deve ser rebaixado, à
medida que vai secando. Após a derrubada, o pseudocaule deve ser cortado em
pedaços e colocado nas entrelinhas do bananal.
Broca-da-bananeira (Cosmopolites sordidus; Coleoptera
Curculionidae)
A broca-da-bananeira é considerada a maior praga da
bananeira na maioria das regiões produtoras de banana do
mundo. Os danos causados pelas larvas deste inseto são
algumas vezes acentuados pelo ataque de outros insetos e por
outros micro-organismos que aceleram a destruição e a
decomposição do rizoma.
Iscas atrativas
As iscas podem ser usadas não somente para o controle dos
adultos, mas também como levantamento populacional da
praga. As iscas podem ser de dois tipos: “telha” e “queijo”. A
isca tipo “telha” consta de pedaços de pseudocaules de
plantas que já produziram, com comprimento de 50cm,
cortados ao meio longitudinalmente e colocados com a parte
cortada em contato com o solo. A isca tipo telha tem um
período de atratividade de uma semana. Portanto, para
melhor eficiência, é aconselhável que este tipo de isca seja
renovada semanalmente. São usadas 100 iscas/ha
Tripes da erupção
(Frankliniella brevicaulis:
Thysanoptera Thipidae)
A espécie F. brevicaulis é
comumente encontrada em
bananais do Estado de Santa
Catarina. O comprimento do
corpo varia de 1,2 a 1,5mm.
Possui coloração marrom,
asas anteriores marrom-
amareladas e fêmures com
sombreado marrom ao longo
da superfície externa. A forma
jovem (ninfa) é de cor
amarela. Após a eclosão, as
ninfas, que se movimentam
rapidamente, dirigem-se para
o interior da inflorescência,
onde se desenvolvem e
passam pelas fases de ninfa I
e ninfa II.
Mal-do-panamá Fusarium oysporum
Schlect. f.sp. cubense (Smith) Snyder &
Hansen
O mal-do-panamá ou murcha de
fusarium é provocado pelo fungo de
solo Fusarium oysporum f.sp. cubense
encontra-se amplamente distribuído em
várias regiões bananicultoras do mundo
e se caracteriza pela grande capacidade
em dizimar plantações em curto espaço
de tempo. Entre as doenças de plantas
tropicais, o mal-do-panamá se destaca
em termos de perdas. No Brasil o
cultivo da bananeira foi restrito a um
pequeno número de cultivares
resistentes. Essa prática põe em risco o
futuro da bananicultura no País que fica
sujeito à ocorrência do surgimento de
raças como a ST4 e a TR4, já existentes
na Ásia África e Austrália.
Sigatoka-negra
Mycosphaerella fijiensis Morelet (Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton
Sintomas
Os primeiros sintomas são pontuações minúsculas (estágio 1), despigmentadas,
visíveis apenas na face inferior do limbo a partir da segunda folha. Essas pontuações
evoluem para estrias de cor café (estágio 2), que podem ser vistas em ambas as
faces do limbo, sobretudo na face inferior. As estrias, com o passar do tempo se
alongam e se tornam mais largas, e continuam com a cor café (estágio 3).
Posteriormente transformam-se em manchas fusiformes ou elípticas e de cor
marrom escuro (estágio 4). Em seguida as manchas tornam-se negras apresentando
um halo amarelo (estágio 5).
Por último o centro das manchas torna-se cinza cercado de negro (estágio 6) (os
estágios descritos por Fouré em1970). A sigatoka-negra apresenta uma evolução
bem mais rápida das manchas que a da sigatoka-amarela. Geralmente as folhas são
destruídas antes que o cacho atinja o ponto de colheita, e o cacho pode cair após o
rompimento do engaço.
Colheita
Colheita
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  • 1. Cultura da Bananeira Prof. Cláudio Keske
  • 2. 1- Introdução A banana (Musa spp.) é uma fruta de consumo universal, sendo umas das mais consumidas no mundo, e, é comercializada por dúzia, por quilo e até mesmo por unidade. É rica em carboidratos e potássio, médio teor em açúcares e vitamina A, e baixo em proteínas e vitaminas B e C. As bananas cultivadas podem ser divididas em duas classes: as consumidas frescas ou industrializadas e as consumidas fritas ou assadas, que chamamos de bananas de fritar ou da terra. Na língua espanhola, apenas as bananas do subgrupo Cavendish (“Nanica”, “Nanicão”, “D”água”, etc.) são chamadas de bananas; as demais são conhecidas por “plátanos”. A bananicultura encontra-se amplamente difundida pelas diversas regiões do Brasil, sendo encontrada desde as regiões mais quentes, como o Norte e o Nordeste, até as regiões mais frias, como o litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Simão, 1998).
  • 3. 1- Introdução Santa Catariana ocupa o terceiro lugar entre os estados produtores de bananas no Brasil. Produz anualmente cerca de 665 mil toneladas da frutas, que são cultivadas em 30.427ha, distribuídos em 5 mil propriedades de produtores rurais familiares. A banana catarinense abastece o mercado interno nacional e de exportação para países do Mercosul. A banana é a fruta de maior área de produção no Estado de Santa Catarina, tendo ocupado 30.613 ha no ano de 2011 (VIEIRA, 2011), onde predominam os bananais de cultivares do subgrupo Cavendish (AAA), destacando-se ‘Nanicão’ e ‘Grande Naine’. Em menor área encontram-se bananais do subgrupo Prata (AAB), em especial ‘Enxerto’ e ‘Catarina’. A cultivar de banana ‘Maçã’ deixou de ser produzida de forma comercial por ter sido dizimada ao longo dos anos pelo mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). A cultivar ‘Tropical’ (AAAB), com sabor e aspecto semelhante a maçã tem sido introduzida para substituir a mesma.
  • 4. 1- Introdução Origem do Oriente, do sul da China ou da Indochina. Há referências da sua presença na Índia, na Malásia e nas Filipinas, onde tem sido cultivada há mais de 4.000 anos. As bananeiras existem no Brasil desde antes do seu descobrimento. Quando Cabral aqui chegou, encontrou os indígenas comendo in natura bananas de um cultivar muito digestivo que se supõe tratar-se do “Branca” e outro, rico em amido, que precisava ser cozido antes do consumo, chamado de “Pacoba” que deve ser o cultivar Pacova. Com o decorrer do tempo, verificou-se que o “Branca” predominava a região litorânea e o “Pacova”, a Amazônica.
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  • 6. 2- Botânica - As bananeiras produtoras de frutos comestíveis foram classificadas, pela primeira vez, por Linneu, que as agrupou no gênero Musa. -as bananeiras produtoras de frutos comestíveis são plantas da classe das Monicotiledôneas, ordem Scitaminales, família Musaceae, da qual fazem parte as subfamílias Heliconioidease, Strelitzioidease e Musoidaea. Esta última inclui, além do gênero Ensete, o gênero Musa. O gênero Musa ainda pode ser dividido em quatro subgêneros: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e Eumusa. - Os subgêneros Callimusa e Rhodochlamys não produzem frutos comestíveis; o subgêneros Australimusa contém apenas uma espécie (Musa textilis), conhecida como abacá e utilizada principalmente nas Filipinas para extração de fibras das bainhas vasculares. No subgênero Eumusa ou simplesmente Musa é que estão localizadas as espécies de interesse comercial, essas espécies de interesse comercial são: Musa acuminata Colla e Musa balbisiana Colla.
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  • 8. 2- Botânica Os cultivares tradicionais de bananeiras apresentam níveis cromossômicos di, tri ou tetraplóides, respectivamente com 2, 3 e 4 cromossomos, em combinações variadas de genomas das espécies Musa acuminata (genoma A) e Musa balvisiana (genoma B). Estes cultivares diferem das espécies silvestres devido a presença de genes responsáveis pela partenocarpia: • Grupo diplóide acuminata A: “Ouro”. • Grupo triplóide acuminata A: “Robusta”, “Mestiça”, “Gros-Michel”, “Caru roxa”, “Caru verde”, “Caipira”, Leite, “Ouro Mel”, “São Mateus”, São Tomé”. Dentro deste grupo o subgrupo Cavendish apresenta importância, representado principalmente pelos cultivares Nanica e Nanicão.
  • 9. 2- Botânica • Grupo triplóide AAB: “Pacovan”, “Maçã”, “Mysore”, “São Domingos”. Dentro deste grupo os subgrupos de maior importância são Prata, representado pelos cultivares Prata Anã e Prata Zulu, e Plantain, representado pelos cultivares Maranhão, Terra e Terrinha. • Grupo triplóide ABB: “Marmelo”, “Figo”, “Pão”. • Grupo tetraplóide A: “IC-2”. • Grupo tetraplóide AAAB: “Pioneira”, “Ouro da Mata”, “Platina”. Os cultivares mais comuns no Brasil e em outras partes do mundo são os triplóides, devido ao seu vigor, maior tamanho dos frutos e consistência mais agradável destes em relação aos diplóides.
  • 10. 2- Botânica • Grupo triplóide AAB: “Pacovan”, “Maçã”, “Mysore”, “São Domingos”. Dentro deste grupo os subgrupos de maior importância são Prata, representado pelos cultivares Prata Anã e Prata Zulu, e Plantain, representado pelos cultivares Maranhão, Terra e Terrinha. • Grupo triplóide ABB: “Marmelo”, “Figo”, “Pão”. • Grupo tetraplóide A: “IC-2”. • Grupo tetraplóide AAAB: “Pioneira”, “Ouro da Mata”, “Platina”. Os cultivares mais comuns no Brasil e em outras partes do mundo são os triplóides, devido ao seu vigor, maior tamanho dos frutos e consistência mais agradável destes em relação aos diplóides.
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  • 13. 3- Implantação do pomar 3.1- Escolha do local Na escolha da área para a implantação de um pomar de bananas, deve-se escolher solos drenados e preferencialmente com exposição Norte ou Leste, evitando áreas sujeitas a ventos fortes, geadas, secas e inundações, além de ficar atento às áreas de preservação permanente das propriedades. Antes da implantação do bananal, deve-se fazer a análise do solo. O solo deve ter seu pH corrigido para 6,0 com o uso de calcário. Os principais nutrientes requeridos pela banana para sua máxima produção são: macronutrientes (Nitrogênio; Fósforo; Potássio; Cálcio; Magnésio) e micronutrientes (principalmente Boro e Zinco). A adubação orgânica também é importante para suprir os demais micronutrientes e melhorar a estrutura física e a diversidade microbiológica do solo.
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  • 19. 3.2 Densidade de plantio A escolha do espaçamento de plantio dependerá de fatores ambientais, mercadológicos e varietais, além do nível de manejo e da expectativa de longevidade do bananal. Em geral bananeiras de porte médio, como a Grande Naine, permitem utilizar espaçamentos de 2,00m x 2,50m; 2,00m x 3,00m ; 2,50m x 2,50m. Para o plantio de Nanicão, utilizam-se espaçamentos de 2,50m x 2,50m; 2,50m x 3,00m. Cultivares como Prata Anã e Catarina exigem espaçamentos maiores: 2,50m x 3,00m; 2,00m x 3,50m; 2,00m x 4,00m. 3.3 Cultivares recomendados Em Santa Catarina: grupo Cavendish: Nanicão, Grande Naine e Nanicão Corupá do grupo Prata: Enxerto ou Prata Anã, Branca e Catarina. FHIA-01, Maçã Bahia, Thap Maeo e Baby Prata são agromicamente recomendados, porém com pouca aceitação comercial.
  • 20. Nanicão Conhecido também por Caturrão, Paulista ou D’água, é um cultivar que surgiu no Litoral de São Paulo, por mutação natural da banana Nanica. É um dos cultivares mais indicados para a exportação devido a sua melhor conservação no transporte. Em Santa Catarina é o principal cultivar em área plantada e em produção. Tem porte médio, de 2,30 a 4,00 metros de altura, e é muito produtiva. É altamente suscetível à sigatoka-amarela, suscetível à sigatoka-negra e altamente resistente ao mal do panamá.
  • 21. Grande Naine Sua planta, seu cacho e seus frutos também são bastante parecidos aos da Nanicão. Seu fruto, porém, é um pouco mais reto, devido à maior proximidade entre as pencas. É uma bananeira de porte médio, com 2,00 a 3,40 m Suas folhas são mais juntas e mais caídas do que as da Nanicão. Atualmente é a bananeira mais cultivada em diversos países produtores de banana e uma das mais procuradas para plantio em Santa Catarina. É altamente suscetível à sigatoka-amarela, suscetível à sigatoka- negra e altamente resistente ao mal do panamá. Nanicão Corupá
  • 22. Enxerto ou Prata Anã Este cultivar surgiu no início do século XX, no sul de Santa Catarina, a partir de uma mutação da banana “Branca”. Apresenta porte médio (2,20 a 4,50 metros de altura). Seu cacho pesa entre 7 e 40 quilos em Santa Catarina, sendo normais cachos de cerca de 15 quilos. É uma excelente banana para o mercado interno brasileiro. É moderadamente suscetível à sigatoka-amarela e ao mal do panamá, além de suscetível à sigatoka-negra.
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  • 24. Prata Catarina Trata-se de um clone do cultivar Enxerto, oriundo de variação natural no campo, coletado em 1997, na comunidade de Retiro da União, em Santa Rosa do Sul, SC. Apresenta maior resistência ao mal do panamá e à “fuligem do fruto” do que o Enxerto. O tamanho e a coloração dos frutos também são comparativamente melhores. É chamada também de Prata Catarina. É moderadamente suscetível à sigatoka-amarela e moderadamente resistente ao mal-do- panamá.
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  • 28. 4- Tratos Culturais Desbaste do bananal Recomenda-se fazer a condução do bananal com uma “família” por touceira, mantendo-se apenas uma planta de cada geração (planta mãe, filha e neta) na touceira. • Desfolha do bananal A desfolha consiste na eliminação de folhas secas, velhas, doentes, quebradas e até mesmo normais, quando localizadas entre as pencas, deformando e ferindo os frutos. A desfolha tem como objetivo aumentar a luminosidade e o arejamento do bananal, o que reduz a ocorrência de pragas, doenças e danos nos frutos. O aumento da luminosidade no interior do bananal acelera o crescimento dos filhotes e a produção. O atrito entre folhas secas e frutos facilita a penetração de fungos que causam doenças, como a “ponta de charuto” e “antracnose”.
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  • 30. • Escoramento da bananeira Os cachos muito pesados e a ocorrência de ventos fortes podem causar o tombamento ou quebra de plantas, causando prejuízos ao produtor. As formas de escoramento mais empregadas são o uso de escoras de bambu, cordas e fitilhos de material sintético.
  • 31. Despistilagem e limpeza dos cachos Consiste na eliminação dos restos florais dos frutos, prevenindo a ocorrência de uma série de doenças fúngicas e da traça-da- banana. • Poda do coração Consiste na eliminação do “coração” quando ele se encontra a cerca de 10 centímetros da última penca do cacho. Também previne o ataque de pragas como os tripes nos frutos, o que proporciona o aumento do rendimento dos cachos
  • 32. • Poda das pencas A poda das pencas é feita manualmente, arrancando-se os frutos das pencas inferiores ou eliminando-os com o auxílio de uma faca ou canivete. Recomenda-se deixar uma fruta da última penca, que manterá a circulação da seiva, evitando-se o aparecimento de doenças como a “seca do rabo” -podridão do engaço. A poda das pencas contribui para maior uniformidade e tamanho das pencas e para o peso do cacho. • Ensacamento Consiste na proteção dos cachos com sacos de polietileno de baixa densidade para a proteção dos frutos do ataque de pragas e doenças, ventos fortes, frio, atrito de folhas e outros possíveis danos.
  • 33. Desvio de filhotes de bananeira Esta prática consiste no desvio dos filhotes seguidores, que crescem sob o cacho da planta “mãe”, evitando que venham a prejudicar os frutos devido ao atrito provocado por suas folhas. Os filhotes das bananeiras devem ser conduzidos para o lado mais alto da encosta, visando manter seus rizomas no interior do solo. • Desvio de cachos Nos terrenos planos é bastante comum que os cachos sejam lançados exatamente sobre os filhos escolhidos como sucessores, havendo a necessidade de desviar o cacho. Essa prática visa proteger o cacho de danos produzidos pelo contato com o pseudocaule da planta “mãe”, das plantas vizinhas, das varas ou fitilhos de escoramento, de galpões e de outras construções ou ainda dos filhotes dos quais não se pode desviar. • Manejo do pseudocaule após a colheita O pseudocaule é deixado de pé até dois meses após a colheita. A manutenção do pseudocaule é recomendável porque, neste período, os filhotes, por estarem interligados à “planta mãe”, aproveitam seus nutrientes, hormônios vegetais e água para se desenvolver. Após esse período, o pseudocaule deve ser rebaixado, à medida que vai secando. Após a derrubada, o pseudocaule deve ser cortado em pedaços e colocado nas entrelinhas do bananal.
  • 34. Broca-da-bananeira (Cosmopolites sordidus; Coleoptera Curculionidae) A broca-da-bananeira é considerada a maior praga da bananeira na maioria das regiões produtoras de banana do mundo. Os danos causados pelas larvas deste inseto são algumas vezes acentuados pelo ataque de outros insetos e por outros micro-organismos que aceleram a destruição e a decomposição do rizoma. Iscas atrativas As iscas podem ser usadas não somente para o controle dos adultos, mas também como levantamento populacional da praga. As iscas podem ser de dois tipos: “telha” e “queijo”. A isca tipo “telha” consta de pedaços de pseudocaules de plantas que já produziram, com comprimento de 50cm, cortados ao meio longitudinalmente e colocados com a parte cortada em contato com o solo. A isca tipo telha tem um período de atratividade de uma semana. Portanto, para melhor eficiência, é aconselhável que este tipo de isca seja renovada semanalmente. São usadas 100 iscas/ha
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  • 36. Tripes da erupção (Frankliniella brevicaulis: Thysanoptera Thipidae) A espécie F. brevicaulis é comumente encontrada em bananais do Estado de Santa Catarina. O comprimento do corpo varia de 1,2 a 1,5mm. Possui coloração marrom, asas anteriores marrom- amareladas e fêmures com sombreado marrom ao longo da superfície externa. A forma jovem (ninfa) é de cor amarela. Após a eclosão, as ninfas, que se movimentam rapidamente, dirigem-se para o interior da inflorescência, onde se desenvolvem e passam pelas fases de ninfa I e ninfa II.
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  • 41. Mal-do-panamá Fusarium oysporum Schlect. f.sp. cubense (Smith) Snyder & Hansen O mal-do-panamá ou murcha de fusarium é provocado pelo fungo de solo Fusarium oysporum f.sp. cubense encontra-se amplamente distribuído em várias regiões bananicultoras do mundo e se caracteriza pela grande capacidade em dizimar plantações em curto espaço de tempo. Entre as doenças de plantas tropicais, o mal-do-panamá se destaca em termos de perdas. No Brasil o cultivo da bananeira foi restrito a um pequeno número de cultivares resistentes. Essa prática põe em risco o futuro da bananicultura no País que fica sujeito à ocorrência do surgimento de raças como a ST4 e a TR4, já existentes na Ásia África e Austrália.
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  • 45. Sigatoka-negra Mycosphaerella fijiensis Morelet (Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton Sintomas Os primeiros sintomas são pontuações minúsculas (estágio 1), despigmentadas, visíveis apenas na face inferior do limbo a partir da segunda folha. Essas pontuações evoluem para estrias de cor café (estágio 2), que podem ser vistas em ambas as faces do limbo, sobretudo na face inferior. As estrias, com o passar do tempo se alongam e se tornam mais largas, e continuam com a cor café (estágio 3). Posteriormente transformam-se em manchas fusiformes ou elípticas e de cor marrom escuro (estágio 4). Em seguida as manchas tornam-se negras apresentando um halo amarelo (estágio 5). Por último o centro das manchas torna-se cinza cercado de negro (estágio 6) (os estágios descritos por Fouré em1970). A sigatoka-negra apresenta uma evolução bem mais rápida das manchas que a da sigatoka-amarela. Geralmente as folhas são destruídas antes que o cacho atinja o ponto de colheita, e o cacho pode cair após o rompimento do engaço.
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