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FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL
RENASCIMENTO: SÉCULOS XV (FINS) E XVI
RETORNO AO PENSAMENTO CLÁSSICO GRECO-ROMANO
TEOCENTRISMO VERSUS ANTROPOCENTRISMO
DOGMA VERSUS RAZÃO (CIÊNCIA)
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MEDIEVO (V-XV) SÃO:
NO ÂMBITO POLÍTICO: Poder político descentralizado, exercido por
monarcas ou senhores feudais, legitimado pelo poder atemporal,
representado pela Cristandade, que estava representada pela Igreja
Católica Apostólica Romana.
NO ÂMBITO ECONÔMICO: Grandes propriedades rurais bastante auto
suficientes, trocas esporádicas de produtos e excedentes, predominância
da vida no campo.
NO ÂMBITO SOCIOCULTURAL: Sociedade baseada em estamentos
(nobreza, clero e povo), com rara mobilidade social, que quando ocorria,
tinha por princípio o carácter honorífico (honra). Desigualdade naturalizada
(baseada na tradição/desígnio divino). Os dogmas religiosos exerciam
amplo domínio no que tange aos comportamentos e ações sociais.
FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL
PÓS RENASCIMENTO E MODERNIDADE (ATÉ NOSSOS DIAS...)
NO ÂMBITO POLÍTICO: Poder centralizado: primeiro, por um breve
período, nas mãos das monarquias absolutistas, a posteriori, o poder passa
a ser exercido tendo por princípio o CONTRATO SOCIAL, tanto nas
monarquias parlamentares (p. e. INGLATERRA) e nas repúblicas
parlamentares (p. e. FRANÇA), quanto no sistema presidencialista (EUA).
NO ÂMBITO ECONÔMICO: Fortalecimento das cidades, que se tornam
polos irradiadores de informação, cultura e estilos de vida. Descobrimentos
de novos continentes que contribuiram com novos produtos, mão-de-obra e
mercado comsumidor. Inovações técnicas serão utilizadas à produção de
mercadorias; produção artesanal substituída pela produção em larga
escala. Intensificação das trocas comerciais e da produção
manofatureira/corporações (futuras fábricas).
FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL
NO ÂMBITO SOCIOCULTURAL: Predomínio do pensamento racional e
científico. Sociedade organizada em classes sociais, ampliada a
possibilidade de mobilidade social, baseada no princípio dos DIREITOS
NATURAIS, que dão legitimidade ao CONTRATO SOCIAL e estabelecem
a IGUALDADE dos indivíduos perante à lei.
Importância das classes médias urbanas, que difundem uma nova
mentalidade, laica e secular, bem como um novo estilo de vida, citadino e
inovador. (A FUTURA BURGUESIA)
RAZÃO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO ORIENTAM AS AÇÕES SOCIAIS.
O trabalho ganha positividade, pois está associado com o SENTIDO DE
VOCAÇÃO (gift, dom), que a posteriori, será percebido como MÉRITO
(potencialização dos talentos individuais), que se desenvolvidos de acordo
com as necessidades da nova ordem social, tornarão os indivíduos bem
sucedidos economicamente e moralmente aceitos (PRESTÍGIO SOCIAL
TRADUZIDO POR SUCESSO FINANCEIRO).
FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL
LAICISMO/SECULARISMO: Laicização e secularização podem ser
considerados sinônimos. As nuances entre as duas noções está em
que laicização significa o processo onde as doutrinas religiosas
reduzem sua influência na construção das ideias que orientam as
ações, lugar que será paulatinamente ocupado pela ciência (verdades
provisórias).
Já a secularização corresponde à perda de influência do poder
religioso, representada pela Igreja Católica, sobre a política e o poder
de estado. A partir do século XIX assume também um significado
cultural, designando um processo de mundanização (emancipaçao da
razão) vivido pela sociedade no seu conjunto.
PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS
SOCIOLÓGICOS
 A Sociologia, não tem por finalidade SOLUCIONAR os problemas
sociais e sim tratar de investigá-los, classificá-los e se possível for,
apresentar uma explicação plausível (válida) para os fenômenos
sociais.
É bem verdade que a Sociologia surgiu como uma tentativa de buscar
soluções racionais e científicas para os problemas resultantes da nova
ordem social – o sistema liberal capitalista – que consolidou-se na
Europa após as grandes revoluções do século XVIII.
Podemos, de fato, afirmar que: “todas as ciências, tanto físicas,
químicas, biológicas como sociais, começaram a florescer quando uma
sociedade teve de enfrentar seriamente, um ou mais problemas
práticos“. (DONALD PIERSON)
PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS
SOCIOLÓGICOS
A CIÊNCIA, e nesse caso, qualquer área do conhecimento científico,
tem como objetivo explicar e, tão somente explicar, os fatos
observáveis, como eles ocorrem e, sobretudo, quais as suas causas.
Embora não se tenha observado nas sociedades relações de causa e
efeito do mesmo tipo das que ocorrem no mundo físico, AS CIÊNCIAS
SOCIAIS E, PORTANTO A SOCIOLOGIA, TÊM O MESMO OBJETIVO
DAS CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICAS, EXPLICAR OS FATOS
PASSÍVEIS DE SEREM OBSERVADOS.
Isto não quer dizer que os sociólogos devam excluir os problemas
sociais do âmbito de suas preocupações. MAS OS PROBLEMAS
SOCIAIS SÃO DO INTERESSE DO SOCIÓLOGO PORQUE SÃO
FENÔMENOS SOCIAIS, ISTO É, FATOS PASSÍVEIS DE
OBSERVAÇÃO E, PORTANTO, DE EXPLICAÇÃO CIENTIFÍCA.
PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS
SOCIOLÓGICOS
Aos sociólogos interessam, antes, os PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS, os
problemas de explicação teórica do que acontece na vida social. Nesse
sentido, tanto o funcionamento da família quanto sua desestruturação são
fenômenos de interesse do sociólogo.
Os sociólogos também investigam fenômenos que não são considerados
um PROBLEMA SOCIAL, como por exemplo: porque a maioria dos
brasileiros dá tanta importância ao carnaval ou ao futebol?
 Mas ao investigar tais fenômenos, o que o sociólogo deve pretender é, em
última instância, EXPLICÁ-LOS. Se suas explicações forem realmente
científicas, isto é, resultantes da observação sistemática dos fatos, da
escolha adequada das variáveis a serem manipuladas e da metodologia
empregada e, por fim a aplicação do escopo teórico na interpretação dos
dados coletados, então os resultados de suas pesquisa poderão contribuir
para a resolução do problema. (não necessáriamente um PROBLEMA
SOCIAL mas um problema proposto, um problema científico).
O QUE É UM PROBLEMA
SOCIAL?
• Um problema social é um fenômeno, uma situação ou uma
condição que, na perspectiva de determinados grupos de uma
sociedade, não funciona como deveria funcionar.
• A definição do que é um problema social bem como da época
histórica a que se refere, reflete uma avaliação moral/ética ou
ideológica por parte de determinados grupos do fenômeno em
causa, fazendo-o equivaler de forma explicita ou implícita a um não
funcionamento do sistema.
• Nessa direção, ainda que fenômenos que num dado momento são
designados como problemas sociais possam persistir, a sua
definição como “problemas sociais” pode desaparecer, assim como
a mera existência desses fenômenos não implica a sua automática
consideração como problemas sociais. Por exemplo, o racismo só se
constituiu como um problema social a partir dos anos 60 do século
XX, apesar de já existir anteriormente.
O QUE É UM PROBLEMA
SOCIAL?
• A definição de um fenômeno como sendo um “problema social” é assim
uma definição pré-científica e, por isso, bastante difícil de ser ultrapassado
pelo investigador.
• Para que um fenômeno se constitua como um problema social é necessário
que estejam presentes três condições:
• 1ª. É necessário que tenham ocorrido determinadas transformações dentro
da sociedade que afetem a vida dos indivíduos e suas interações sociais,
embora com efeitos distintos nos diversos grupos interagentes;
• 2ª. Que seja VISTO OU SENTIDO COMO UM PROBLEMA, ao menos por uma
parcela da população e que seja socialmente identificado com
determinadas situações e/ou categorias sociais. TRATA-SE DE UM
RECONHECIMENTO E LEGITIMAÇÃO DO PROBLEMA, isto é, ele deve tornar-
se merecedor de atenção, o que pressupõe que determinados grupos
sociais ajam de modo a produzirem na sociedade uma nova percepção da
vida social (a sua organização) , ou seja, que existam setores dessa
sociedade que o identifiquem como um problema e pretendam agir (ou
fazer agir) sobre ele;
O QUE É UM PROBLEMA
SOCIAL?
• 3ª. Que sejam produzidas interpretações legitimadoras,
realizadas por peritos, com competência reconhecida, que o
considerem e reconheçam oficialmente como um problema,
em outras palavras que o problema seja “institucionalizado”.
• A constituição de um problema social é, assim o resultado de
embates simbólicos travados no interior da sociedade, que
pressupõem grupos com graus variados de poder, sendo que
o discurso concernente aos problemas sociais não surge do
nada mas está associado, direto ou indiretamente, a “sistemas
ideológicos” (sistemas de discursos).
• Nesse sentido, aquilo que é considerado um problema social
distingue-se de um problema sociológico.
O QUE É UM PROBLEMA
SOCIAL?
• O problema sociológico é uma interrogação que o
investigador formula acerca dos processos de interação social
e dos modos de organização do sistema social e, dos
fenômenos que dele decorrem e não se justapõe ao problema
social, muito embora a Sociologia possa se ocupar/estudar um
problema social.
• Cabe observar que NÃO é a Sociologia que define quais os
fenômenos que devam ser considerados um problema social.
• Aquilo que interessa ao sociólogo é fundamentalmente o
MODO COMO UM FENÔMENO PASSA A SER INTERPRETADO
COMO UM PROBLEMA SOCIAL, e não o problema social em si.
PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS
SOCIOLÓGICOS
Por exemplo: a população de um país qualquer pode considerar
os imigrantes como um problema social porque representam um
ameaça aos costumes e à religião dominante, quando a razão
pode ser outra, como uma preocupação com a concorrência e
diminuição das oportunidades de trabalho que esse fato pode
provocar. CABERIA AO SOCIÓLOGO INVESTIGAR OS
POSSÍVEIS FATORES/VARIÁVEIS QUE PROVOCAM AS
RESISTENCIAS, ANIMOSIDADES, DISCRIMINAÇÃO E
PRECONCEITO CONTRA O GRUPO MIGRANTE, OBJETO DA
INVESTIGAÇAO. OS RESULTADOS DA PESQUISA
PODERIAM SUBSIDIAR OS FORMULADORES DE POLÍTICAS
PÚBLICAS.
PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS
SOCIOLÓGICOS
UM PROBLEMA SOCIAL PODE SER CONSIDERADO COMO TAL POR
TER ORIGEM EM FATORES SOCIAIS, MAS IGUALMENTE, POR TER
CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS.
O desemprego é um problema social pelo fato de resultar de causas
sociais, mas também por ter muitas consequências sociais indesejáveis.
Uma enchente (fenômeno natural) ou um longo período de estiagem em
uma área rural, são problemas sociais pelas CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS,
embora não tenham ORIGEM SOCIAL (a não ser que sejam fenômenos
causados pelo desiquilíbrio ambiental por efeito antrópico).
Enfim, é claro que qualquer profissional – político, gestor, assistente social,
administrador – pode fazer uso dos resultados da pesquisa sociológica
para tentar resolver os problemas sociais, mas NÃO É FUNÇÃO/TAREFA
DO SOCIÓLOGO RESOLVER TAIS PROBLEMAS.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico. São Paulo,
Martins Fontes, 1999.
COSTA, Cristina. Sociologia - Uma Introdução à Ciência da Sociedade.
São Paulo, Moderna, 2005.
GIDDENS, Anthony. Capitalismo e a Moderna Teoria Social. Lisboa,
Presença Editorial, 2000.

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2014 aula um formaçao da sociedade ocidental

  • 1. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL RENASCIMENTO: SÉCULOS XV (FINS) E XVI RETORNO AO PENSAMENTO CLÁSSICO GRECO-ROMANO TEOCENTRISMO VERSUS ANTROPOCENTRISMO DOGMA VERSUS RAZÃO (CIÊNCIA) AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MEDIEVO (V-XV) SÃO: NO ÂMBITO POLÍTICO: Poder político descentralizado, exercido por monarcas ou senhores feudais, legitimado pelo poder atemporal, representado pela Cristandade, que estava representada pela Igreja Católica Apostólica Romana. NO ÂMBITO ECONÔMICO: Grandes propriedades rurais bastante auto suficientes, trocas esporádicas de produtos e excedentes, predominância da vida no campo. NO ÂMBITO SOCIOCULTURAL: Sociedade baseada em estamentos (nobreza, clero e povo), com rara mobilidade social, que quando ocorria, tinha por princípio o carácter honorífico (honra). Desigualdade naturalizada (baseada na tradição/desígnio divino). Os dogmas religiosos exerciam amplo domínio no que tange aos comportamentos e ações sociais.
  • 2. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL PÓS RENASCIMENTO E MODERNIDADE (ATÉ NOSSOS DIAS...) NO ÂMBITO POLÍTICO: Poder centralizado: primeiro, por um breve período, nas mãos das monarquias absolutistas, a posteriori, o poder passa a ser exercido tendo por princípio o CONTRATO SOCIAL, tanto nas monarquias parlamentares (p. e. INGLATERRA) e nas repúblicas parlamentares (p. e. FRANÇA), quanto no sistema presidencialista (EUA). NO ÂMBITO ECONÔMICO: Fortalecimento das cidades, que se tornam polos irradiadores de informação, cultura e estilos de vida. Descobrimentos de novos continentes que contribuiram com novos produtos, mão-de-obra e mercado comsumidor. Inovações técnicas serão utilizadas à produção de mercadorias; produção artesanal substituída pela produção em larga escala. Intensificação das trocas comerciais e da produção manofatureira/corporações (futuras fábricas).
  • 3. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL NO ÂMBITO SOCIOCULTURAL: Predomínio do pensamento racional e científico. Sociedade organizada em classes sociais, ampliada a possibilidade de mobilidade social, baseada no princípio dos DIREITOS NATURAIS, que dão legitimidade ao CONTRATO SOCIAL e estabelecem a IGUALDADE dos indivíduos perante à lei. Importância das classes médias urbanas, que difundem uma nova mentalidade, laica e secular, bem como um novo estilo de vida, citadino e inovador. (A FUTURA BURGUESIA) RAZÃO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO ORIENTAM AS AÇÕES SOCIAIS. O trabalho ganha positividade, pois está associado com o SENTIDO DE VOCAÇÃO (gift, dom), que a posteriori, será percebido como MÉRITO (potencialização dos talentos individuais), que se desenvolvidos de acordo com as necessidades da nova ordem social, tornarão os indivíduos bem sucedidos economicamente e moralmente aceitos (PRESTÍGIO SOCIAL TRADUZIDO POR SUCESSO FINANCEIRO).
  • 4. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL LAICISMO/SECULARISMO: Laicização e secularização podem ser considerados sinônimos. As nuances entre as duas noções está em que laicização significa o processo onde as doutrinas religiosas reduzem sua influência na construção das ideias que orientam as ações, lugar que será paulatinamente ocupado pela ciência (verdades provisórias). Já a secularização corresponde à perda de influência do poder religioso, representada pela Igreja Católica, sobre a política e o poder de estado. A partir do século XIX assume também um significado cultural, designando um processo de mundanização (emancipaçao da razão) vivido pela sociedade no seu conjunto.
  • 5. PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS  A Sociologia, não tem por finalidade SOLUCIONAR os problemas sociais e sim tratar de investigá-los, classificá-los e se possível for, apresentar uma explicação plausível (válida) para os fenômenos sociais. É bem verdade que a Sociologia surgiu como uma tentativa de buscar soluções racionais e científicas para os problemas resultantes da nova ordem social – o sistema liberal capitalista – que consolidou-se na Europa após as grandes revoluções do século XVIII. Podemos, de fato, afirmar que: “todas as ciências, tanto físicas, químicas, biológicas como sociais, começaram a florescer quando uma sociedade teve de enfrentar seriamente, um ou mais problemas práticos“. (DONALD PIERSON)
  • 6. PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS A CIÊNCIA, e nesse caso, qualquer área do conhecimento científico, tem como objetivo explicar e, tão somente explicar, os fatos observáveis, como eles ocorrem e, sobretudo, quais as suas causas. Embora não se tenha observado nas sociedades relações de causa e efeito do mesmo tipo das que ocorrem no mundo físico, AS CIÊNCIAS SOCIAIS E, PORTANTO A SOCIOLOGIA, TÊM O MESMO OBJETIVO DAS CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICAS, EXPLICAR OS FATOS PASSÍVEIS DE SEREM OBSERVADOS. Isto não quer dizer que os sociólogos devam excluir os problemas sociais do âmbito de suas preocupações. MAS OS PROBLEMAS SOCIAIS SÃO DO INTERESSE DO SOCIÓLOGO PORQUE SÃO FENÔMENOS SOCIAIS, ISTO É, FATOS PASSÍVEIS DE OBSERVAÇÃO E, PORTANTO, DE EXPLICAÇÃO CIENTIFÍCA.
  • 7. PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS Aos sociólogos interessam, antes, os PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS, os problemas de explicação teórica do que acontece na vida social. Nesse sentido, tanto o funcionamento da família quanto sua desestruturação são fenômenos de interesse do sociólogo. Os sociólogos também investigam fenômenos que não são considerados um PROBLEMA SOCIAL, como por exemplo: porque a maioria dos brasileiros dá tanta importância ao carnaval ou ao futebol?  Mas ao investigar tais fenômenos, o que o sociólogo deve pretender é, em última instância, EXPLICÁ-LOS. Se suas explicações forem realmente científicas, isto é, resultantes da observação sistemática dos fatos, da escolha adequada das variáveis a serem manipuladas e da metodologia empregada e, por fim a aplicação do escopo teórico na interpretação dos dados coletados, então os resultados de suas pesquisa poderão contribuir para a resolução do problema. (não necessáriamente um PROBLEMA SOCIAL mas um problema proposto, um problema científico).
  • 8. O QUE É UM PROBLEMA SOCIAL? • Um problema social é um fenômeno, uma situação ou uma condição que, na perspectiva de determinados grupos de uma sociedade, não funciona como deveria funcionar. • A definição do que é um problema social bem como da época histórica a que se refere, reflete uma avaliação moral/ética ou ideológica por parte de determinados grupos do fenômeno em causa, fazendo-o equivaler de forma explicita ou implícita a um não funcionamento do sistema. • Nessa direção, ainda que fenômenos que num dado momento são designados como problemas sociais possam persistir, a sua definição como “problemas sociais” pode desaparecer, assim como a mera existência desses fenômenos não implica a sua automática consideração como problemas sociais. Por exemplo, o racismo só se constituiu como um problema social a partir dos anos 60 do século XX, apesar de já existir anteriormente.
  • 9. O QUE É UM PROBLEMA SOCIAL? • A definição de um fenômeno como sendo um “problema social” é assim uma definição pré-científica e, por isso, bastante difícil de ser ultrapassado pelo investigador. • Para que um fenômeno se constitua como um problema social é necessário que estejam presentes três condições: • 1ª. É necessário que tenham ocorrido determinadas transformações dentro da sociedade que afetem a vida dos indivíduos e suas interações sociais, embora com efeitos distintos nos diversos grupos interagentes; • 2ª. Que seja VISTO OU SENTIDO COMO UM PROBLEMA, ao menos por uma parcela da população e que seja socialmente identificado com determinadas situações e/ou categorias sociais. TRATA-SE DE UM RECONHECIMENTO E LEGITIMAÇÃO DO PROBLEMA, isto é, ele deve tornar- se merecedor de atenção, o que pressupõe que determinados grupos sociais ajam de modo a produzirem na sociedade uma nova percepção da vida social (a sua organização) , ou seja, que existam setores dessa sociedade que o identifiquem como um problema e pretendam agir (ou fazer agir) sobre ele;
  • 10. O QUE É UM PROBLEMA SOCIAL? • 3ª. Que sejam produzidas interpretações legitimadoras, realizadas por peritos, com competência reconhecida, que o considerem e reconheçam oficialmente como um problema, em outras palavras que o problema seja “institucionalizado”. • A constituição de um problema social é, assim o resultado de embates simbólicos travados no interior da sociedade, que pressupõem grupos com graus variados de poder, sendo que o discurso concernente aos problemas sociais não surge do nada mas está associado, direto ou indiretamente, a “sistemas ideológicos” (sistemas de discursos). • Nesse sentido, aquilo que é considerado um problema social distingue-se de um problema sociológico.
  • 11. O QUE É UM PROBLEMA SOCIAL? • O problema sociológico é uma interrogação que o investigador formula acerca dos processos de interação social e dos modos de organização do sistema social e, dos fenômenos que dele decorrem e não se justapõe ao problema social, muito embora a Sociologia possa se ocupar/estudar um problema social. • Cabe observar que NÃO é a Sociologia que define quais os fenômenos que devam ser considerados um problema social. • Aquilo que interessa ao sociólogo é fundamentalmente o MODO COMO UM FENÔMENO PASSA A SER INTERPRETADO COMO UM PROBLEMA SOCIAL, e não o problema social em si.
  • 12. PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS Por exemplo: a população de um país qualquer pode considerar os imigrantes como um problema social porque representam um ameaça aos costumes e à religião dominante, quando a razão pode ser outra, como uma preocupação com a concorrência e diminuição das oportunidades de trabalho que esse fato pode provocar. CABERIA AO SOCIÓLOGO INVESTIGAR OS POSSÍVEIS FATORES/VARIÁVEIS QUE PROVOCAM AS RESISTENCIAS, ANIMOSIDADES, DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO CONTRA O GRUPO MIGRANTE, OBJETO DA INVESTIGAÇAO. OS RESULTADOS DA PESQUISA PODERIAM SUBSIDIAR OS FORMULADORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS.
  • 13. PROBLEMAS SOCIAIS E PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS UM PROBLEMA SOCIAL PODE SER CONSIDERADO COMO TAL POR TER ORIGEM EM FATORES SOCIAIS, MAS IGUALMENTE, POR TER CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS. O desemprego é um problema social pelo fato de resultar de causas sociais, mas também por ter muitas consequências sociais indesejáveis. Uma enchente (fenômeno natural) ou um longo período de estiagem em uma área rural, são problemas sociais pelas CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS, embora não tenham ORIGEM SOCIAL (a não ser que sejam fenômenos causados pelo desiquilíbrio ambiental por efeito antrópico). Enfim, é claro que qualquer profissional – político, gestor, assistente social, administrador – pode fazer uso dos resultados da pesquisa sociológica para tentar resolver os problemas sociais, mas NÃO É FUNÇÃO/TAREFA DO SOCIÓLOGO RESOLVER TAIS PROBLEMAS.
  • 14. BIBLIOGRAFIA BÁSICA ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico. São Paulo, Martins Fontes, 1999. COSTA, Cristina. Sociologia - Uma Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo, Moderna, 2005. GIDDENS, Anthony. Capitalismo e a Moderna Teoria Social. Lisboa, Presença Editorial, 2000.