2. O QUE SÃO
REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS?
São conjunto de explicações, de crenças e ideias que são
partilhadas e aceites coletivamente numa determinada sociedade e que
são o produto das interações sociais. Sinteticamente, uma
representação social é um saber comum a um grupo, aparecendo
frequentemente associada ao conhecimento do senso comum. Este
saber comum da realidade é um regulador de comportamentos.
4. ELABORAÇÃO DAS
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
As representações sociais são indispensáveis nas relações humanas.
Fazem parte do processo de interação social, permitindo aos
membros de um grupo comunicarem e de se compreenderem. São
também uma forma dos indivíduos explicarem e fundamentarem as
suas opiniões e comportamentos.
Na formação deste tipo de pensamento estão subjacentes dois
processos que funcionam em parceria: a objectivação e a ancoragem.
5. OBJETIVAÇÃO
É o processo através do qual as representações complexas e
abstratas se tornam simples e concretas. No processo de objetivação,
alguns elementos são excluídos/esquecidos e outros são
valorizados/desenvolvidos de forma a explicar a realidade de modo
mais simples, preciso e comunicável. A objetivação envolve também
um processo de reagrupamento das ideias e das imagens em torno de
um mesmo assunto: : diferenças étnicas, política, saúde, etc..
6. FASES NO PROCESSO DE
OBJETIVAÇÃO
Construção Seletiva – as ideias, crenças, os elementos do objeto de uma
representação são selecionados e descontextualizados. Só uma parte da informação,
a mais relevante, é mantida.
Esquematização Figurativa – as informações selecionadas são organizadas
num “núcleo figurativo” da representação, isto é, convertidas num esquema
figurativo simples, concreto, que poderão ser constituídos por imagens.
Naturalização – a representação é materializada, isto é, o abstrato torna-se
concreto, através de imagens simples e concretas ou metáforas, da associação de
ideias ou teorias uma pessoa que a representa.
7. ANCORAGEM
Corresponde ao enraizamento, à assimilação das imagens criadas
pela objetivação na mentalidade coletiva. As novas representações
juntam-se às anteriores formando o que alguns autores designam por
“universo de opniões”.
Essas representações passam a orientar as relações sociais e os
comportamentos.
8. Uma vez ancorada, uma representação social desempenha um papel de
filtro cognitivo, isto é, as informações novas são interpretadas segundo os
quadros de representações preexistentes. De referir que a objetivação e a
ancoragem funcionam como um todo no processo de apropriação do real.
As representações estão muito marcadas pela cultura, pela sociedade: a
cada época, a cada sociedade, correspondem representações sociais.
9. Convém lembrar que as representações sociais não são homogéneas
no interior de uma mesma sociedade: diferentes grupos sociais podem
partilhar representações diferentes sobre uma mesma realidade.
Podemos concluir que as representações sociais dão sentido ao que
pensamos, orientam e regulam o nosso comportamento. Apesar de não
termos, muitas vezes, consciência da sua existência, estão subjacentes ao
modo como encaramos o mundo e os outros, e, portanto, ao nosso
comportamento.
10. FUNÇÕES DAS
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
Função de saber - as representações sociais dão uma explicação e um sentido à realidade:
servem para os indivíduos explicarem, compreenderem e desenvolverem ações concretas sobre o
real.
Função de orientação - a sua função de explicação repercute-se ao nível da ação, ou seja,
são um guia de comportamentos. Prescrevem práticas na medida em que precedem o
desenvolvimento de uma ação.
Função identitária - as representações sociais permitem ao individuo construir uma
identidade social, posicionando-se em relação aos grupos sociais de pertença ou não pertença. As
representações sociais permitem distinguir o grupo que as produz dos outros grupos.
Função de justificação - as representações sociais permitem aos indivíduos explicarem e
justificarem as suas opiniões e os seus comportamentos.