5. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
Entre os séculos X e XI, tem inicio na Europa Ocidental
um renascimento econômico que resulta, em grandes
linhas, na civilização / ao mundo atual.
6. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
O mundo antigo se desenvolveu ao redor do mar
mediterrâneo, dando lugar a sucessivas civilizações baseadas no
modo de produção escravista.
?
7. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
Modo de Produção: modo, historicamente condicionado, de
obter os meios de subsistência
=
Forças Produtivas (Tecnologia + Qualificação da Força de Trabalho)
+
Relações Sociais de Produção
8.
9. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
• A desintegração do Império romano no Ocidente (século V), marca o
fim da Idade Antiga;
• A partir do século VII se dá o avanço do Islã ➨ domínio de todo norte
da África e península Ibérica e Mediterrâneo (parte);
• Invasões normandas pelo norte;
➨ Europa Ocidental isolada e aterrorizada;
➨ Refúgio junto aos “senhores da guerra”.
10. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
• A Europa Ocidental se torna totalmente agrícola;
• O comércio desaparece;
• Os núcleos urbanos, herdados dos romanos, entram em
decadência e sobrevivem, na maior parte das vezes, como sedes
episcopais;
11. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
12. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
V ----- Alta Idade Média ----- IX / X ---- Baixa Idade Média ---- XV
“O feudalismo europeu ocidental pode ser definido como um sistema
econômico no qual a servidão é a relação de produção predominante, e
em que a produção se organiza no interior ou ao redor da propriedade
senhorial.” ...*
... “ É importante observar que esta definição não implica ausência
de transações ou cálculos em moeda. O que está implícito é que os
mercados na maioria das vezes são locais, e que o comércio a longa
distância, ainda que não necessariamente ausente, não desempenha
papel decisivo nos objetivos ou métodos de produção.” ... *
(*) Paul Sweezy. Uma Crítica in A transição do Feudalismo para o Capitalismo.
13. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
... “ A característica básica do Feudalismo, neste sentido, é tratar-se de
um sistema de produção para uso. As necessidades da comunidade são
conhecidas, e a produção é planejada e organizada com vistas à sua
satisfação.” ... *
... “ O aumento do comércio só se dá pelo crescimento econômico da
Europa” * (maior excedente de produção) contraditório? ➨ Quando o modo
de produção feudal cresce, perde a hegemonia! ➨ Controvérsia.
(*) Paul Sweezy. Uma Crítica in A transição do Feudalismo para o Capitalismo.
14. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
• “A transição do feudalismo para o capitalismo é um processo longo que
nada tem de uniforme. A controvérsia sobre essa transição tem se voltado
principalmente para as características dos séculos que decorreram entre os
primeiros sinais evidentes de derrocada do feudalismo (a crise feudal no
século XIV) e o triunfo final do capitalismo no século XVIII.” *
• “Por outro lado, ninguém defendeu seriamente que o capitalismo tenha
prevalecido antes do século XVI ou que o feudalismo tenha sobrevivido
depois do final do século XVIII.” *
• O Comércio Local é parte integrante do MP Feudal; o comércio de longa
distancia, desempenha papel decisivo: pelos custos envolvidos (e margens
de lucro), necessita de grandes quantidades ➨ fusão do comércio com a
produção
(*) Eric Hobsbawm. Do feudalismo para o capitalismo.
15. ECONOMIA I
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
• Comércio de longa distância ➨ lucro associado ao comércio;
• Formação dos Estados Nacionais ➨ sobreposição importante entre os interesses
comerciais e a forma de representação política;
• Formação de uma classe assalariada;
• Crescimento dos aglomerados urbanos;
• Necessidade imperativa de meios de troca (prata e ouro)
“ A leste, a balança de comércio é sempre regularmente deficitária: eis o
que orienta todos os tráficos. Estando o comércio em mãos dos
ocidentais, estes são obrigados a exportar para o Levante
consideráveis quantidades de prata amoedada. Precisam, portanto,
procurá-la continuamente” .
(Fernand Braudel - “Do ouro do Sudão à prata da América”)
17. ECONOMIA I
A Escola Mercantilista
Defende o acúmulo de divisas em metais preciosos pelo Estado
por meio de um comércio exterior de caráter protecionista ➨ forte
presença intervencionista do Estado na atividade econômica:
– A riqueza da economia nacional depende do aumento da população e do
aumento do volume de metais preciosos no país;
– O comércio exterior deve ser estimulado, pois é por meio de uma balança
comercial favorável que se aumenta o estoque de metais preciosos;
– O comércio e a Indústria são mais importantes para a economia nacional
que a agricultura.
18. ECONOMIA I
Os Mercantilistas *
O primeiro problema a partir do qual se desenvolveu a economia política dizia respeito ao comércio internacional.
A escola Mercantilista, que floresceu juntamente com o crescimento do comércio ultramarino, nos séculos dezessete
e dezoito, tinha uma doutrina bem definida – de que as exportações trazem riqueza ao país. Seus proponentes sustentavam e
defendiam o uso de recursos através dos quais o governo pudesse proteger o balanço comercial. Adam Smith os ridicularizou,
dizendo que confundiam ouro com riqueza, mas, na realidade, eles não eram tão ingênuos.
Antes de surgir um sistema de financiamento internacional altamente desenvolvido, um país que tivesse um déficit
em seu balanço de pagamentos – pagando mais ao exterior do que dele recebesse – tinha que cobrir a diferença em dinheiro, e o
principal elemento no balanço de pagamentos vinha a ser o valor dos bens exportados e importados. Comerciantes,
individualmente, compravam e vendiam bens a fim de obterem lucros para si próprios. A possibilidade de obter lucros das
importações dependia da demanda interna de bens exóticos – musseline da Índia, ou especiarias do Ceilão – e os lucros das
exportações dependiam dos preços, no exterior, dos bens produzidos internamente – tecidos da Inglaterra. Quando os
importadores, tomados em conjunto, tinham mais a pagar a vendedores estrangeiros do que os exportadores recebiam de
compradores estrangeiros, criava-se um correspondente excesso de pagamentos sobre recebimentos no âmbito nacional. As
únicas formas de pagamento internacionalmente aceitas eram o ouro e a prata, de modo que uma drenagem do tesouro, um
escoamento de metais preciosos para o exterior, vinha a ser um sintoma de um déficit no balanço comercial.
Os mercantilistas preocupavam-se com o problema da demanda efetiva. Percebiam que um déficit no balanço
comercial é, geralmente, prejudicial à produção. O déficit constitui uma influência de compressão sobre a demanda efetiva. As
importações representam oferta sem contrapartida de demanda. Rendimentos internos são nelas despendidos, ao passo que
nenhuma renda interna é gerada com a sua produção. As exportações são, em grande parte, gastas no mercado interno,
imprimindo, assim, um impulso à demanda efetiva. Os Mercantilistas estavam certos ao argumentarem que um excedente de
exportações sobre importações tende a dinamizar a economia do país, enquanto que um excedente de importações tende a
comprimi-la.
A preocupação com o balanço de pagamentos fez com que os Mercantilistas favorecessem a restrição alfandegária
para repelir as importações, e estes procuraram justificar toda sorte de determinações governamentais que visassem promover a
prosperidade nacional.
(*) Robinson / Eatwell: Introdução à Economia
19. ECONOMIA I
A Escola Mercantilista
“Em termos conceituais, o mercantilismo é uma designação que tenta
emprestar uma certa coerência a determinadas ideias político-econômicas e às
praticas delas decorrentes, típicas da Idade Moderna europeia, e que
demonstram ser bastante variáveis conforme consideramos épocas e lugares
distintos”.
➨ Há uma tendência em descrever “diversos tipos e fases” do mercantilismo, ou
seja, segundo as nações e segundo a evolução no tempo;
Importante observar: nenhuma “prática” mercantilista permaneceu, durante
aproximadamente três séculos, inalterada em um determinado país e, por
outro lado, a evolução ao longo do tempo não se deu de maneira uniforme em
toda a Europa.
20. ECONOMIA I
Tipos de Mercantilista (associados aos países)
• Mercantilismo Espanhol
– Essencialmente metalista (ou Bullionista) ➨ beneficia-se pelo fluxo de
metal precioso da América;
– Forte intervenção estatal nas transações mercantis;
– Monopólio estatal sobre os negócios ultramarinos;
– Nasce o conceito de “Balança Comercial”.
• Mercantilismo Holandês
– Regime de liberdade com relação às atividades mercantis;
– Forte monopólio em relação ao comércio ultramarino.
21. ECONOMIA I
Tipos de Mercantilista (associados aos países)
• Mercantilismo Francês (ou Colbertismo)
– Forte intervenção do Estado nas atividades mercantis e manufatureiras
➨ postura fortemente protecionista (não se beneficia das fontes diretas
de metais preciosos);
– Agricultura preterida em relação à Indústria ➨ industrialismo;
• Mercantilismo Inglês
– Resultado de uma evolução interna que reduziu a intervenção do Estado
nas atividades econômicas;
– Ampliação das práticas monopolistas com relação ao comércio
internacional;
22. ECONOMIA I
Fases de Mercantilista (associadas ao tempo)
• Século XVI
– Metalismo: ouro e prata são a própria riqueza;
– O Estado monárquico moderno, recém-criado, concentrava seu esforço
na ampliação do estoque de ouro e prata;
• Século XVII
– Teoria da Balança Comercial favorável;
– Conceito de Balança Comercial evolui para Balanço de Pagamentos;
– (segunda metade do século) Incentivo à atividade manufatureira ➨
substituição das importações e/ ou conquista de mercados externos;
• Século XVIII
– Cresce a importância atribuída ao Exclusivismo Colonial: países ibéricos
versus Inglaterra e França;
23. ECONOMIA I
A Escola Mercantilista
– A concepção que considera o mercantilismo uma espécie de sistema
unificado e coerente que se teria mantido como tal durante quase três
séculos, não é, evidentemente, verdadeira;
➨ No tempo e no espaço, as ideias mercantilistas transformaram-se bastante
entre o final da Idade Média e o final do século XVIII;
➨ Houve um gradual aprimoramento teórico e uma crescente complexidade
nas práticas mercantilistas: das providências para impedir-se a saída de
metais preciosos às políticas ancoradas na teoria da balança comercial
favorável;
24. ECONOMIA I
A Escola Mercantilista
➨ Para a escola Mercantilista, onde estava o VALOR?
– Os primeiros pensadores medievais afirmavam que o preço de uma
mercadoria tinha que ser suficiente para cobrir os custos diretos de produção
do artesão e ainda permitir que ele conseguisse um retorno sobre seu
próprio trabalho, suficiente para manter-se no estilo de vida tradicionalmente
reputado como sendo adequado para um artesão;
– Os mercantilistas abandonaram essa orientação sobre o custo de produção
para a compreensão dos preços e se concentraram no ponto de venda para
analisar os valores:
“O mercado é o melhor juiz de valor; isto porque é com o encontro de
compradores e vendedores que a quantidade de produtos pode ser
conhecida. As coisas valem tão-somente o preço pelo qual podem ser
vendidas”.
26. ECONOMIA I
Os Fisiocratas como reformadores sociais *
Os fisiocratas eram um grupo de reformadores sociais franceses, discípulos intelectuais de François Quesnay
(1694-1774). Quase todas as suas ideias se originavam direta ou indiretamente do Tableau Économique, de Quesnay.
Sua influência imediata sobre os assuntos econômicos e políticos franceses durou cerca de duas décadas e terminou
quando seu membro politicamente mais influente, Turgot, perdeu seu cargo de controlador geral das finanças, em 1776.
Os fisiocratas estavam interessados em reformar a França, que estava passando por desordens econômicas e
sociais, causadas principalmente por uma combinação heterogênea de muitas das piores características do feudalismo e
do capitalismo comercial. A tributação estava desordenada e era ineficiente, opressiva e injusta. A agricultura ainda
usava a tecnologia feudal, feita em pequena escala, ineficiente, e continuava sendo uma fonte de poder feudal que inibia
o avanço do capitalismo. O governo era responsável por um emaranhado extraordinariamente complexo de tarifas,
restrições, subsídios e privilégios nas áreas da indústria e do comércio. O resultado disso foi o caos social e econômico,
que culminou com a Revolução Francesa.
Os fisiocratas achavam que as sociedades eram governadas pela lei natural e que os problemas da França eram
devidos à incapacidade de seus dirigentes compreenderem esta lei natural e ordenarem a produção e o comércio de
acordo com ela. Quesnay formulou um modelo simples de como uma sociedade deveria ser estruturada, a fim de refletir a
lei natural, e, com base neste modelo, os fisiocratas advogavam a reforma política: a abolição das corporações de ofício e
a remoção de todas as tarifas, impostos, subsídios, restrições e regulamentações existentes que prejudicassem a
indústria e o comércio. Propuseram a substituição da agricultura em pequena escala e ineficiente, então vigente, pela
agricultura capitalista em grande escala. Mas a proposta de reforma pela qual os fisiocratas são mais lembrados foi a
recomendação de que toda a renda do Governo fosse obtida através de um único imposto, para todo o país, sobre as
atividades agrícolas.
As reformas estavam destinadas a ser inatingíveis, porque os fisiocratas não questionavam o direito da nobreza
feudal de receber a renda de suas terras, enquanto que a nobreza percebia – bastante corretamente – que os esquemas
fisiocratas levariam ao empobrecimento da classe proprietária de terras e à ascensão da classe capitalista. Mudanças
sociais que exigem o deslocamento de uma classe dominante para outra não podem ser conseguidas por meio de
reformas. Exigem revolução, e a França precisou da revolução de 1789 para mudanças parecidas com as defendidas pelos
fisiocratas se tornassem possíveis.
Portanto, a influência dos fisiocratas foi basicamente intelectual e não político. Algumas das ideias expressas no
Tableau Économique de Quesnay deveriam tornar-se, depois, muito importantes na literatura econômica.
(*) HUNT, História do Pensamento Econômico.
27. ECONOMIA I
A Escola Fisiocrata (1756 / 1776)
• Primeira escola econômica, propriamente dita ➨ desenvolve uma explicação
geral da vida econômica;
• Cenário histórico: sociedade corrupta, injusta e decadente ➨
“combinação heterogênea de muitas piores das coisas do feudalismo e do
capitalismo comercial!” – HUNT.
– AGRICULTURA: baixíssima produtividade;
– INDÚSTRIA e COMÉRCIO: minuciosamente regulamentados e com forte
influencias das corporações de oficio e de mercadores (resquício feudal
que dificultava a produção e circulação de produtos);
– SISTEMA TRIBUTÁRIO: confuso, de alta complexidade, injusto, com
excesso de privilégios (monarquia absolutista)
28. ECONOMIA I
A Escola Fisiocrata (1756 / 1776)
• Princípio básico: ORDEM NATURAL
- Os fatos econômicos, ocorrem (ou deveriam ocorrer) segundo uma ordem
“imposta” pela natureza; regida por “leis naturais” ➨ o objetivo, assim, é
descobrir/ conhecer estas leis para deixá-las atuar com a máxima liberdade, sem
interferências “externas”;
Esta ordem natural é, em última análise, uma expressão da vontade de Deus ➨
é uma ordem providencial e, por ser providencial, é a melhor alternativa para o
homem que deve, assim, buscá-la;
➨ LAISSEZ-FAIRE, LAISSEZ-PASSER: Oposição a qualquer restrição de
origem feudal, mercantilista e governamental;
29. ECONOMIA I
A Escola Fisiocrata (1756 / 1776)
Para os fisiocratas onde está o VALOR?
30. ECONOMIA I
A Escola Fisiocrata (1756 / 1776)
➨ VALOR: Ênfase na agricultura: a indústria e o comércio são úteis, mas
estéreis; somente transformam ou distribuem o valor pré-existente;
O setor agrícola é o único a produzir um excedente
➨ Este excedente é um “presente” da natureza;
➨ Só através do contato direto com a natureza, na produção agrícola
ou extrativa, é que o trabalho humano pode produzir um excedente;
Fisio = phýsis = natureza física
31. ECONOMIA I
François Quesnay (1694 / 1774)
• Médico da corte (Luiz XV);
• Fundador e líder da Escola Fisiocrata;
• Começa a se interessar por economia em 1750;
• Sua principal obra, Tableau Économique, foi escrita em 1758 e revisada
em 1766;
34. ECONOMIA I
Tableau Economique
O Tableau Économique: É um modelo de uma economia; tem por
objetivo básico, evidenciar a “ordem natural”;
➨ A sociedade é composta por três classes:
- Classe Produtiva: Capitalistas e trabalhadores dedicados à
produção agrícola;
- Classe estéril: Capitalistas e trabalhadores dedicados à Industria;
- Classe Ociosa: proprietários de terras.
35. ECONOMIA I
Tableau Economique
Contribuições:
- Noção de sistema;
- Noção de trabalho produtivo e improdutivo;
- Noção de excedente econômico;
- Interdependência dos processos produtivos;
- Fluxos circulares de produtos e moeda.
37. ECONOMIA I
A Revolução Industrial
Hobsbawm (Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo)
“A Revolução Industrial (1780/ 1840/ 1895) assinala a mais radical
transformação da vida humana já registrada em documentos escritos*”
(*) Referência à Revolução Neolítica (8000 aC) ➨ de Caçador-Coletor à Agricultor.
... por quê?
38. ECONOMIA I
A Revolução Industrial
“A fábrica era realmente uma forma revolucionária de trabalho,
com seu fluxo lógico de processos, cada qual uma máquina
especializada a cargo de um ‘braço’ especializado, todos ligados pelo
ritmo constante e desumano do ‘motor’ e pela disciplina da
mecanização.”
39. Toqueville, a respeito de Manchester em 1835 (citado por Hobsbawm – “A Era das
Revoluções”)
“Desta vala imunda, a maior corrente da indústria humana flui para
fertilizar o mundo todo. Deste esgoto imundo jorra ouro puro. Aqui a
humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior
brutalidade; aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se
quase um selvagem.”
ECONOMIA I
A Revolução Industrial
47. ECONOMIA I
A Escola Marxista
• Marx formulou um sistema intelectual integrado e completo, com concepções
profundas em filosofia, economia política, sociologia, história, ...
• Marxismo: Não se pode definir o marxismo com facilidade. No entanto, as
análises marxistas partilham de uma importante premissa:
– O trabalho é a essência do homem: o que diferencia o homem não é
a razão em si e nem a sua capacidade moral, e sim o trabalho/ a
capacidade humana para o trabalho ➨ entendido como a relação do
homem com a natureza, conforme suas necessidades;
– Nesse processo (na relação com a natureza), o homem se expressa,
instintivamente, naquilo que produz ➨ o que produz é extensão de seu
próprio ser ➨ criação de uma “segunda natureza”, o mundo em que vive.
48. ECONOMIA I
A Escola Marxista
• A ideia clássica do trabalho como fonte criativa do valor é aceita. É
desenvolvida pelo conceito de “tempo médio socialmente necessário”;
• O trabalho cria o valor, mas a natureza de um modo-de-produção* somente
pode ser compreendida através de uma análise da origem, e de como se da a
apropriação, do excedente econômico (valor) ao longo da produção:
– Sociedade escravista: a maneira pela qual o dono de escravos se apropria
do trabalho escravo, é evidente;
– Numa sociedade feudal, os servos trabalham parte de seu tempo para o
senhor das terras e, assim, o senhor apropria diretamente parte do
trabalho dos servos;
– E no modo de produção capitalista?
(*) Modo de Produção = Forças Produtivas (nível Força de Trabalho + Técnica) + Relações Sociais de
Produção.
49. ECONOMIA I
A Escola Marxista
• Numa economia capitalista, a forma pela qual se apropria o excedente
fica camuflada sob os fenômenos superficiais dos salários e preços:
– As mercadorias são trocadas pelo que incorporam de trabalho (valor-trabalho)
➨ a força de trabalho (a mercadoria trabalho) não foge à regra,
devendo ser também trocado pelo seu valor- trabalho;
– O valor-trabalho da força de trabalho é, assim, o trabalho necessário para
produzir as mercadorias que provêm à subsistência dos trabalhadores;
– A força de trabalho tem a característica de produzir mais que seu próprio
valor (historicamente, o salário médio dos trabalhadores varia, mas a
média está muito próxima do valor de subsistência = reprodução da força
de trabalho);
50. ECONOMIA I
A Escola Marxista
• Assim, a mercadoria trabalho tem um valor MENOR que o valor que cria; esta
DIFERENÇA, que é apropriada pelo capitalista, é o excedente, que tem, desta
forma, sua origem e forma de apropriação identificadas:
MAIS VALIA
• O trabalho reproduz o valor do desgaste das máquinas, o valor das matérias-primas
usadas na produção, o valor dos custos de estrutura (energia,
edificações, ...) e o valor de reposição da força de trabalho (aproximadamente
igual ao salário) ➨ O produto líquido (valor restante) é o valor adicionado ao
capital pelo trabalho;
• Não significa que no socialismo (posse coletiva dos meios de produção), a
mercadoria força-de-trabalho seja remunerada de acordo com o valor que cria:
o trabalho deve continuar a reproduzir o desgaste das máquinas, a matéria-prima,
etc., além de contribuir com um fundo de acumulação, que seria
apropriado coletivamente e não particularmente;
51. ECONOMIA I
A Escola Marxista
+
+
MAIS VALIA (M)
=
DIFERENÇA ENTRE O VALOR TOTAL CRIADO
PELA FORÇA-DE-TRABALHO E SOMA C+V
VALOR TOTAL
➨
➨
➨
CAPITAL CONSTANTE (C)
CAPITAL VARIAVEL (V)
MAQUINÁRIO, MP, ESTRUTURA
SALÁRIOS (VALOR DA FORÇA-DE TRABALHO)
Valor Total = C + V + M
52. ECONOMIA I
A Escola Marxista
=
MAIS VALIA (M)
CAPITAL VARIÁVEL (V)
CAPITAL TOTAL (C+V)
=
TAXA DE LUCRO (P) =
CAPITAL CONSTANTE (C)
CAPITAL TOTAL (C+V)
MAIS VALIA (M)
TAXA DE MAIS VALIA* (M')
(*) OU TAXA DE EXPLORAÇÃO.
COMPOSIÇÃO ORGÂNICA DO CAPITAL (Q)
53. ECONOMIA I
A Escola Marxista
V C M
V C M
➨ Crescimento da taxa de lucro pelo prolongamento da jornada de
trabalho ou maior intensidade na produção.
54. ECONOMIA I
A Escola Marxista
V C M
V C M
➨ Barateamento dos bens-salários, ou seja, dos bens que determinam o
valor da força-de-trabalho (valor necessário à reprodução da força-de-trabalho)
➨ Mais Valia Relativa
55. ECONOMIA I
A Escola Marxista
Mercadoria
•A unidade analítica mais simples da sociedade capitalista e a expressão
elementar de sua riqueza;
•Forma assumida pelos produtos e pela própria força de trabalho e
composta por dois fatores: valor de uso (necessidades humanas) e valor
de troca (objetivo da produção: D¹ - M - D²);
•Abstraindo-se a forma concreta da mercadoria – o valor de uso – resta à
mercadoria uma única qualidade: a de ser produto do trabalho.
56. ECONOMIA I
A Escola Marxista
Alienação
•Em uma sociedade capitalista, o mercado separa e isola, de acordo com a
interpretação marxista, o valor de troca, ou preço em dinheiro, das
qualidades que davam forma às relações dos homens com as coisas e com
os outros homens. Isso é verdadeiro, principalmente, no processo de
trabalho. Marx utilizou o termo alienação para descrever a condição dos
homens nessa situação: eles se sentiriam alienados ou divorciados do seu
trabalho, de seu meio institucional, cultural e social.
•A alienação na produção se dá pela “racionalização” dos processos. Nos sistemas
iniciais de manufatura, o trabalhador conhecia todas as etapas da produção, desde o
projeto até a execução. Com a especialização do trabalhador e a, consequente,
divisão do trabalho, essa condição não é mais possível.
57. ECONOMIA I
A Escola Marxista
Socialismo
•O socialismo, de acordo com a concepção de Marx e Engels, é um modo de
produção e de organização social em que há uma distribuição social mais
equilibrada do valor criado (em relação àquela verificada no capitalismo) e,
assim, proporciona a todos os indivíduos um modo de vida mais igualitário,
digno e justo;
•A principal característica do Socialismo, relativamente à dimensão econômica,
é a posse coletiva dos meios de produção; isso, no entanto, não significa
que a mercadoria força-de-trabalho seja remunerada de acordo com o valor
que cria: o trabalho deve continuar a reproduzir o desgaste das máquinas, a
matéria-prima, etc., além de contribuir com um fundo de acumulação, que
seria apropriado coletivamente e não particularmente, como acontece no modo
de produção capitalista.
59. ECONOMIA I
A Escola Neoclássica
As doutrinas clássicas, mesmo sob a mais liberal de suas
formas, consideravam o papel econômico das classes sociais e
os conflitos de interesse existentes entre elas. No final do século
XIX, o foco de conflito social havia-se deslocado da oposição
entre proprietários de terra e capitalistas para a contradição
entre trabalhadores e capitalistas. A obra de Marx suscitou medo
em toda a Europa (“Um espectro ronda a Europa, o espectro do
comunismo” – Marx. O Manifesto Comunista) e, assim, toda e
qualquer doutrina que sugerisse conflito, não era bem vista. Por
outro lado, teorias que desviassem a atenção do antagonismo
entre as classes sociais encontravam pronto acolhimento.
(modificado de ROBSON/ EATWELL – Introdução à Economia)
60. ECONOMIA I
A Escola Neoclássica
A argumentação principal da nova abordagem –
Neoclássica – centrou-se na posição do indivíduo, e os padrões
de julgamento tomaram o comportamento individual por quadro
de referência. As relações sociais de produção, e suas
derivações, dão lugar ao indivíduo perante o mercado.
61. ECONOMIA I
A Escola Neoclássica
A partir do final do século XIX, a Economia – exceto
para os pensadores marxistas – deixa de ser uma disciplina/
uma área de conhecimento eminentemente política, para ser
uma “ciência”.
Há, assim, uma importante mudança no objeto de
estudo da Economia: de social para técnica, das classes
para o indivíduo, da avaliação de caráter ideológico para a –
pretensamente – neutralidade científica.
O liberalismo clássico é preservado
A teoria do valor-trabalho é abandonada.
62. ECONOMIA I
A Escola Neoclássica
A teoria do valor começa com a observação de que um
consumidor obtém satisfação pelo consumo de mercadorias ou
produtos;
satisfação = utilidade
➨ Teoria do Valor-Utilidade
64. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Conceito de Microeconomia: Estudo do comportamento
das unidades de consumo (indivíduos e/ ou famílias), das
firmas (produção, custos e rendimentos) e da, decorrente,
determinação dos preços.
RENDIMENTOS
CONSUMIDOR
FIRMA
PRODUÇÃO
DEMANDA
PREÇO
CUSTOS OFERTA
65. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Características/ Pressupostos da Microeconomia
1ª. Teoria do Valor – Utilidade: O valor dos bens é definido a partir de um
fator subjetivo (a utilidade)
➨ capacidade de satisfazer necessidades humanas. Como a necessidade é uma
característica subjetiva, também a utilidade de um bem terá uma avaliação
subjetiva;
➨ um mesmo bem ou serviço terá diferentes utilidades e, conseqüentemente,
diferentes valores;
➨ a satisfação de cada necessidade requer uma certa quantidade de um bem
ou serviço. À medida que a quantidade consumida pelo indivíduo aumenta,
reduz-se a satisfação obtida;
➨ o valor de cada bem é dado pela utilidade do último bem consumido, ou
seja, pela sua “utilidade marginal”.
66. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
“A teoria do comportamento do consumidor baseia-se na
hipótese de que os indivíduos distribuem racionalmente suas
despesas dentro de suas limitações orçamentárias, de modo a
delas extrair o máximo de satisfação.
A teoria se desenvolve supondo-se que exista uma medida de
utilidade ou, pelo menos, uma ordenação de preferência do
consumidor”
(Mario Henrique Simonsen. Teoria Microeconômica. Editora FGV, 1993)
67. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Curva da Utilidade Total
Unidades Consumidas / UT
Utilidade Total
68. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Curva da Utilidade Marginal
Utilidade Marginal
Unidades Consumidas / UT
69. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Características/ Pressupostos da Microeconomia
2ª. Racionalidade dos agentes econômicos (➨ Eficiência)
➨ Consumidor: Maximização da satisfação ou utilidade;
(o consumidor distribui suas compras com tamanha racionalidade
que a transferência de uma única unidade monetária, de uma
categoria de produto para outra categoria de produto, diminuiria a
utilidade total adquirida)
➨ Firma: Maximização dos lucros;
70. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
“A ideia de comportamento racional poderia conferir à palavra
racional alguma conotação ética e objetiva e, assim, supor que o
indivíduo se orientasse por tal padrão de conduta.
A segunda interpretação, hoje incorporada à teoria econômica,
abstrai qualquer conotação ética ou objetiva na ideia de
comportamento racional.
O consumidor, num determinado instante, atua racionalmente
quando ele se situa no ponto mais alto de sua escala de
preferências, dentro de suas possibilidades.”
(Mario Henrique Simonsen. Teoria Microeconômica. Editora FGV, 1993)
71. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Características/ Pressupostos da Microeconomia
3ª. Auto-Equilíbrio*: A racionalidade do comportamento do consumidor e
da firma, se estende ao mercado Equilíbrio ➨ significa um estado de
permanência; uma posição da qual não há incentivo ou oportunidade para
se deslocar;
▪ Um consumidor está em equilíbrio quando seus gastos em diferentes bens
e serviços produzirem o máximo de satisfação (utilidade).
▪ A firma está em equilíbrio quando a compra de recursos e os produtos
com eles obtidos (processo) forem tais que ela maximiza os lucros ;
➨ Qualquer alteração na posição do consumidor/ firma fará com
que haja uma diminuição na satisfação/ lucros.
(*) Auto Equilíbrio como mecanismo inerente ao sistema ➨ ideia presente na escola
clássica (“mão invisível”) ➨ Escola Neoclássica.
72. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Características/ Pressupostos da Microeconomia
4ª. Modelos: A análise se dá pela utilização de modelos
➨ Modelo: construção composta por uma série de hipóteses com
base nas quais as conclusões são extrapoladas (lógica dedutiva)
para o todo ➨ simplificação da realidade (número restrito de
variáveis);
➨ “Número restrito de variáveis”, por sua vez, implica que todas
as variáveis, que não aquelas consideradas no modelo, e que
poderiam influenciar nos resultados, permanecem inalteradas
(condição coeteris paribus).
74. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
CONSUMIDOR MERCADO FIRMA
▪ VALOR DETERMINADO PELA
SATISFAÇÃO (UTILIDADE) QUE
O BEM REPRESENTA/
SIGNIFICA;
➨ UTILIDADE TOTAL /
UTILIDADE MARGINAL
▪ CUSTOS DE
PRODUÇÃO;
➨ ESFORÇO PARA
AUMENTAR A PERCEPÇÃO
DE VALOR (MAIOR
SATISFAÇÃO) NOS BENS
PRODUZIDOS (INOVAÇÃO)
75. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Demanda de Mercado
Quantidade de um determinado bem, que os
consumidores desejam (pretendem) consumir em um
determinado período de tempo.
Observações:
1ª. A Demanda é um desejo (pretensão) de compra pelo consumidor e
não a realização desta compra;
2ª. O “poder comprar” está implícito no desejo (pretensão) de comprar;
3º. A demanda só pode ser expressa por uma determinada quantidade
em um dado período de tempo;
76. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Determinantes da Demanda de Mercado
▪ Preço do bem considerado;
▪ Os preços dos bens que, de alguma forma, estão relacionados
ao bem considerado;
▪ A renda dos consumidores;
▪ A variedade de bens disponíveis para o consumidor;
▪ O gosto, a preferência, os hábitos, as expectativas do
consumidor;
▪ Número de consumidores considerados (a Demanda de
Mercado é a soma das demandas Individuais).
77. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Relação entre quantidade demandada e o preço do bem
A quantidade demandada de determinado bem varia na razão inversa
de seu preço, permanecendo todas as demais condições constantes
(Coeteris Paribus) ➨ Lei Geral da Demanda
Curva da Demanda
Preço / Unidade
Quantidade / UT
78. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Demanda e quantidade demandada
- Demanda é toda a curva que relaciona os possíveis
preços a determinadas quantidades;
- Quantidade demandada é um ponto específico da
Curva de demanda relação entre ➨ um determinado preço e
uma determinada quantidade.
79. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Mudança na quantidade demandada
▪ A mudança na quantidade demandada decorre de uma alteração no preço
do próprio bem, com todas as demais condições constantes;
Quantidade / UT
Preço / Unidade
P'
Q'
P"
Q"
80. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Mudança na Demanda
▪ Quando as condições que vinham se mantendo constantes na
determinação de uma Curva de Demanda sofrem alterações, modifica-se
a própria Curva de Demanda;
Preço / Unidade
Quantidade / UT
P'
Q' Q"
81. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Relação entre a demanda de um bem e o preço dos outros bens
• O aumento no preço do bem i poderá aumentar ou reduzir a demanda
do bem x;
• A reação da demanda do bem x (aumento ou redução) dependerá do
tipo de relação existente entre os bens;
82. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ O aumento no preço do bem i, aumenta a demanda do bem x ➨ BENS
SUBSTITUTOS OU CONCORRENTES (carne bovina/ carne de frango, manteiga/
margarina, ...)
Quantidade x / UT
Preço i / Unidade
Preço x / Unidade
Q' Q" Quantidade x / UT
P'
83. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ O aumento no preço do bem i, reduz a demanda do bem x ➨ BENS
COMPLEMENTARES; Aqueles bens consumidos conjuntamente (automóvel/
combustível, computador/ programas, ...)
Quantidade x / UT Quantidade x / UT
Preço i / Unidade
Preço x / Unidade
P'
Q" Q'
84. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Relação entre a demanda de um bem e a renda do consumidor
➨ De forma geral, a relação entre a demanda de um determinado bem e um
aumento na renda do consumidor é crescente e direta: quando a renda
cresce, a demanda também cresce.
O indivíduo, tendo mais renda, deseja aumentar seu padrão de vida e, assim,
tende a demandar uma maior quantidade dos bens e serviços que consome;
➨ Para bens inferiores (por exemplo, carne de segunda), a relação é
inversa, ou seja, quando há um aumento na renda, a demanda diminui;
➨ O consumidor pode estar plenamente satisfeito (saciado) com o consumo
de determinado bem e, assim, um aumento na renda não irá alterar a
demanda deste bem, ou seja, a demanda permanece a mesma de antes do
aumento da renda;
85. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Relação entre a demanda de um bem e a renda do consumidor
NORMAL
SACIADO
INFERIOR
Renda
Quantidade / UT
87. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Oferta de Mercado
Quantidade de um determinado bem que os produtores desejam
vender por unidade de tempo.
Observações (valem as mesmas observações feitas com relação à demanda):
1ª. A Oferta é um desejo de venda pelo produtor e não a realização desta venda;
2ª. O desejo de venda deve ser entendido como uma possibilidade real (quanto a
produção, distribuição, etc);
3ª. A Oferta só pode ser expressa por uma determinada quantidade por unidade
de tempo;
88. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Determinantes da Oferta de Mercado
▪ O próprio preço do bem considerado;
▪ Preço dos fatores de produção e do processo de produção;
▪ Preço dos bens que, de alguma forma, estão relacionados ao bem
considerado;
▪ ...
89. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Oferta e Quantidade Ofertada
- Oferta é toda a curva que relaciona os possíveis preços a
determinadas quantidades ofertadas;
- Quantidade ofertada é um ponto específico da Curva de
Oferta ➨ relação entre um determinado preço e uma determinada
quantidade;
90. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Relação entre a quantidade ofertada e o preço do bem
A quantidade ofertada de determinado bem varia na razão direta de seu preço,
permanecendo todas as demais condições constantes. ➨ Lei Geral da Oferta
(LEMBRAR: lei geral da demanda = variação na razão inversa do preço)
Curva da Oferta
Preço / Unidade
Quantidade / UT
91. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Mudança na quantidade ofertada e na Oferta
▪ Mudança no preço (coeteris paribus) ➨ movimento ao longo da curva;
▪ Mudança nas demais variáveis (por exemplo, custos e/ ou processos de
produção) ➨ mudança na oferta (na curva de oferta)
Quantidade / UT Quantidade / UT
Preço / Unidade
Preço / Unidade
P"
P'
Q' Q"
P'
Q' Q"
93. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ É pela conjugação das curvas de Demanda e de Oferta que o mercado
alcança a situação de equilíbrio;
➨ O ponto de intersecção das curvas – que é único – indica o preço em que a
quantidade que os consumidores desejam comprar é igual à quantidade que os
produtores desejam vender.
P
Q
Preço / Unidade
PONTO DE EQUILÍBRIO
Quantidade / UT
D O
94. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ Para qualquer preço superior a P, a quantidade que os ofertantes desejam vender é
maior que aquela que os consumidores desejam comprar ➨ EXCESSO DE OFERTA;
➨ Ao preço P1, por exemplo, os consumidores desejarão a quantidade Q1 e, os
produtores, ofertarão a quantidade Q1'. A diferença entre Q1' e Q1 é o excesso de
oferta ao preço P1.
P1
Q
Preço / Unidade
Quantidade / UT
EXCESSO
DE OFERTA
PONTO DE EQUILÍBRIO
D O
P
Q1 Q1'
95. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ Para qualquer preço inferior a P, a quantidade que os ofertantes desejam vender é
menor que aquela que os consumidores desejam comprar ➨ EXCESSO DE DEMANDA;
➨ Ao preço P2, por exemplo, os consumidores desejarão a quantidade Q2' e, os
produtores, ofertarão a quantidade Q2. A diferença entre Q2' e Q2 é o excesso de
demanda ao preço P2.
P2
Q
Preço / Unidade
PONTO DE EQUILÍBRIO
Quantidade / UT
D O
P
Q2 Q2'
EXCESSO
DE DEMANDA
96. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ O preço de equilíbrio é, assim, o preço que, alcançado, será mantido. Se o preço se
desviar de P, surgem mecanismos que tendem a levá-lo de volta ao nível P.
P1
P
Q
Preço / Unidade
PONTO DE EQUILÍBRIO
Quantidade / UT
EXCESSO
DE OFERTA
EXCESSO
DE DEMANDA
D O
P2
Q1 Q2 Q1' Q2'
97. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Preço / Unidade
Mudança no Ponto de Equilíbrio – Situação 1
Quantidade / UT
D O
Q
P
PONTO DE EQUILÍBRIO
98. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Mudança no Ponto de Equilíbrio pelo deslocamento da Curva de Demanda
P
Q
Preço / Unidade
Quantidade / UT
D
D'
PONTO DE EQUILÍBRIO
O
99. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ O deslocamento da curva de demanda de D para D', cria um excesso de
demanda correspondente a quantidade (Q' - Q).
P
Q Q'
EXCESSO
DE DEMANDA
Preço / Unidade
Quantidade / UT
D
D'
O
100. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ Como decorrência do excesso de demanda verificado, um novo ponto de
equilíbrio é alcançado (P1, Q1).
P
Q Q'
Preço / Unidade
Quantidade / UT
D
D'
O
P1
NOVO PONTO DE EQUILÍBRIO
Q1
101. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Mudança no Ponto de Equilíbrio – Situação 2
PONTO DE EQUILÍBRIO
Q
Preço / Unidade
P
Quantidade / UT
D
O
102. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Mudança no Ponto de Equilíbrio pelo deslocamento da Curva de Oferta
Q
Preço / Unidade
P
Quantidade / UT
D
O
PONTO DE EQUILÍBRIO
O'
103. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ O deslocamento da curva de Oferta de O para O', cria um excesso de
oferta, correspondente à quantidade (Q'- Q).
Q
Preço / Unidade
P
Quantidade / UT
D
O
EXCESSO
DE OFERTA
O'
Q'
104. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
➨ Como decorrência do excesso de Oferta verificado, um novo ponto de
equilíbrio é alcançado (P2;Q2).
Q
Preço / Unidade
P
Quantidade / UT
D
O
O'
Q'
P2
Q2
NOVO PONTO DE EQUILÍBRIO
106. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade
Ideia: Sensibilidade (intensidade da reação) de uma determinada
variável às alterações em uma outra variável, coeteris paribus.
▪ Reação muito intensa ➨ Alta Elasticidade;
▪ Reação pouco intensa ➨ Baixa Elasticidade;
▪ Reação inexistente ➨ Inelasticidade.
107. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade – Preço da Demanda ➨ Representação Gráfica
P'
P"
Q' Q"
ΔP
ΔQ
Preço / Unidade
Quantidade / UT
A
B
108. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade–Preço da Demanda ➨ Conceito
➨ Variação percentual na quantidade demandada de um
determinado bem X em relação à variação percentual em seu
preço, coeteris paribus.
Δ % Q
Δ % P
EpD =
109. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade – Preço da Demanda ➨ Observações
▪ A Elasticidade-Preço da Demanda é um número puro, já que é expressa pela
razão entre duas porcentagens, ou seja, independe da unidade de medida
utilizada para o preço e para a quantidade;
▪ A Elasticidade-Preço da Demanda é, normalmente, apresentada em módulo
(como a elasticidade-preço da demanda expressa a razão de duas grandezas
que variam inversamente – preço e quantidade – ela, em geral, é negativa);
▪ O valor da Elasticidade-Preço da Demanda encontrado entre os pontos A e B
é diferente daquele encontrado entre os pontos B e A ➨ Diferentes pontos de
partida conduzem a diferentes coeficientes de elasticidade.
110. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade – Preço da Demanda ➨ Fatores de Influência
▪Disponibilidade de bens substitutos: Quanto maior a disponibilidade de
bens substitutos, maior será a Elasticidade-Preço da Demanda deste bem;
▪Essencialidade do bem: Quanto mais essencial for o bem, menor será sua
elasticidade-preço da demanda;
▪Importância do bem no orçamento do consumidor: Quanto maior a
importância do bem no orçamento do consumidor (maior participação no
orçamento), maior será a elasticidade-preço da demanda deste bem.
111. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade – Preço da Demanda ➨ Exemplo Numérico
ΔP
ΔQ
P' = 100
P" = 90
Q' = 1.000.000 Q" = 1.200.000
Reais / Unidade
Quantidade / Mês
A
B
112. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade – Preço da Demanda ➨ Exemplo Numérico
Sentido A ➨ B (Elasticidade no ponto A ➨ diminuindo o preço)
Δ% Q
Δ% P
[(Q' - Q") / Q'] * 100
[(P' - P") / P'] * 100
[(1.000.000 - 1.200.000) / 1.000.000] * 100
[(100 - 90) / 100] * 100
- 20 %
10 %
| 2,0 |
113. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade – Preço da Demanda ➨ Exemplo Numérico
Sentido B ➨ A (Elasticidade no ponto B ➨ aumentando o preço)
Δ% Q
Δ% P
[(Q" - Q') / Q"] * 100
[(P" - P') / P"] * 100
[(1.200.000 - 1.000.000) / 1.200.000] * 100
[(90 - 100) / 90] * 100
16,67 %
- 11,11 %
| 1,5 |
114. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade no Ponto e Elasticidade no Ponto Médio (ou Elasticidade-Arco)
• Nos dois exemplos estudados, a Elasticidade encontrada é a
Elasticidade no ponto A ou B (ponto inicial que determina o sentido AB
ou BA);
• Quando calculamos a elasticidade no ponto médio entre dois pontos
quaisquer, encontramos a Elasticidade Média entre estes dois pontos
(Elasticidade no Ponto Médio ou Elasticidade Arco);
• A Elasticidade média é tanto mais confiável quanto mais próximos
forem os pontos considerados.
116. ECONOMIA I
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Elasticidade-Preço da Demanda ➨ Definições quanto ao grau de elasticidade
▪Demanda Elástica: Quando a variação na quantidade é proporcionalmente maior que a
do preço, ou seja, a variação percentual observada na quantidade é maior que a variação
percentual observada no preço. Assim, o valor numérico da Elasticidade na demanda
elástica, é > 1;
▪Demanda Unitária: Quando a variação na quantidade é proporcionalmente igual a do
preço, ou seja, a variação percentual observada na quantidade é igual que a variação
observada no preço. Assim, o valor numérico da Elasticidade na demanda unitária é = 1;
▪Demanda Inelástica: Quando a variação na quantidade é proporcionalmente menor que
a do preço, ou seja, a variação percentual observada na quantidade é menor que a
variação percentual observada no preço. Assim, o valor numérico da Elasticidade na
demanda inelástica é < 1.
➨ Observação: Em valor absoluto (módulo), a elasticidade pode variar entre zero e infinito.