SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
1
Texto A
A viagem feminina
Historicamente, a viagem feminina tem sido de modo geral considerada de natureza mais
íntima e confessional do que a viagem masculina. Mas ignorar na mulher o ânimo de conquista
ou exploração, tradicionalmente associado ao universo masculino, significa obliterar1
, por
exemplo, os meses que Alexandra David Néel2
passou tentando tornar-se na primeira
ocidental a entrar em Lhasa3
, na altura um território proibido a estrangeiros; ou ignorar o
mapeamento da região do nordeste do Irão feito por Freya Stark (1893-1993) enquanto
buscava os castelos da histórica seita dos Assassinos. Ou mesmo a infortunada holandesa
Alexandrine Tinne (1835-1869), que perdeu a vida no Saara, em busca da fonte do Nilo.
Estas mulheres foram aventureiras e procuraram ser as primeiras nas explorações que se
propunham fazer. Assim, não se pode negar que a vontade de mapear4
existiu em numerosos
casos. A diferença em relação ao homem surge na maneira como a história é contada e
recebida pelo público, bem como em todos os constrangimentos levantados pelo facto de ser
uma mulher, e não um homem, a narrar a aventura.
Até bem adiantado o século XX, uma mulher que viajasse só era objeto de espanto,
curiosidade ou escândalo, quando não o conjunto dos três sentimentos, traduzindo a
estupefação perante uma representante do sexo «fraco» a aventurar-se no mundo dos
homens.
Esta estranheza perante a mulher que se desloca é uma ideia dominante nos diversos
livros de conduta que ao longo dos séculos foram aparecendo sobre as mulheres. Num deles,
em que se dão conselhos a jovens solteiros – The art of governing a wife (1747) –, afirma-se
claramente: «É suposto os homens irem para fora e arranjarem a sua vida, lidar com outros
homens, tratar de todos os assuntos de portas abertas.» O mundo dos homens é o mundo do
exterior, do visível, enquanto das mulheres se espera que «assentem e poupem, tomem conta
da casa, falem com poucos, guardem tudo dentro delas». O mundo do interior, do invisível, da
ausência de descoberta. (…)
Mas sim, elas viajam, e fazem-no cedo como peregrinas, missionárias, monjas, mulheres
de exploradores ou missionários, até que no século XIX, apesar de ainda se julgar estranha a
mulher viajante, se assiste à grande explosão da mobilidade feminina. As saint-
simmoniennes5
em França e sobretudo as vitorianas5
inglesas dão o exemplo e partem em
viagens de conhecimento e exploração:
Nós, duas mulheres (…) descobrimos e afirmamos que as mulheres sozinhas viajam
muito melhor do que com homens: elas obtêm o que querem de uma forma calma e
sempre conseguem levar a sua avante, enquanto os homens vão ficar seguramente
nervosos e armar confusão se as coisas não estão imediatamente como eles querem.
Sónia Serrano, Mulheres viajantes, Lisboa, Tinta da China, 2014, pp. 27-29.
(Texto adaptado)
TESTE DE RECUPERAÇÃO DE PORTUGUÊS Módulo - 1 Data: ______/ novembro/2016
% ( _____________________________________POR CENTO)
Professora: ____________________
Nome: __________________________________ Nº: ___Turma:___ Tomei conhecimento___________
2
Vocabulário e notas
1
apagar, esquecer; 2
nascida em 1868; 3
principal centro religioso do Nepal; 4
elaborar os
primeiros mapas de certas regiões; 5
saint-simmoniennes
(…) vitorianas – mulheres viajantes do século XIX, respetivamente francesas e inglesas
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1 A frase que melhor sintetiza o conteúdo deste texto é
(A) As mulheres só tardiamente começaram a viajar.
(B) As mulheres souberam ganhar o direito à viagem.
(C) As mulheres começaram a viajar muito depois dos homens.
(D) As mulheres são melhores viajantes do que os homens.
1.2 De acordo com o primeiro parágrafo, ao longo do tempo, considerava-se que as mulheres
viajavam
(A) somente para expressar sentimentos e emoções.
(B) principalmente para realizar explorações e elaborar mapas.
(C) também para realizar explorações e elaborar mapas.
(D) também para expressar sentimentos e emoções.
1.3 A «estranheza» referida no texto, na l. 16, derivava de condicionalismos e preconceitos de
ordem
(A) psicológica.
(B) social.
(C) económica.
(D) física.
1.4 A condição de viajante das mulheres, historicamente considerada, expressa-se no texto
através de uma
(A) antítese.
(B) metáfora.
(C) comparação.
(D) enumeração.
1.5 De acordo com as autoras das palavras com que o texto termina, em tipo de letra mais
pequeno, a diferença entre mulheres viajantes e homens viajantes é de natureza
(A) exclusivamente física.
(B) física e psicológica.
(C) exclusivamente psicológica.
(D) parcialmente psicológica.
3
OS PRINCÍPIOS DA LITERATURA PORTUGUESA – TROVADORISMO
1. Marque "V" para as afirmativas verdadeiras, e "F" para as falsas:
( ) As Cantigas de Amor apresentam um Eu-Lírico feminino.
( ) As Cantigas de Amigo apresentam um Eu-Lírico masculino.
( ) As Cantigas de Escárnio trazem uma crítica direta e mais grosseira do que as de Maldizer.
( ) As Cantigas de Escárnio apresentam uma crítica indireta e irónica.
( ) A poesia da primeira época medieval compõe-se basicamente de cantigas, geralmente com
acompanhamento de instrumentos (alaúde, flauta, viola, gaita).
( ) As Cantigas de Maldizer distinguem-se das de Escárnio por apresentar sátira direta. A
crítica, sempre contundente e clara, muitas vezes usa o baixo calão (palavrão) e dá nome à
pessoa criticada.
( ) O tema das cantigas de Amor é a confissão amorosa do homem em relação a uma mulher,
geralmente lamentando o seu sofrimento de amor. Sendo o homem quem fala, costumamos dizer
que se trata de um "eu-lírico" masculino.
( ) O emissor nas Cantigas de Amigo é a mulher, por isso dizemos que o "eu -lírico" é feminino.
Na verdade, também nas Cantigas de Amigo o autor é um homem, mas que se faz passar pela
mulher que namora ou pela qual tem interesse.
Texto B
2. Leia atentamente a Cantiga abaixo, de autoria de Bernal de Bonaval:
A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-mh-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-mh-a morte.
4
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-mh-a Deus,
se non dade-mh-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, ay Deus, fazede-mh-a veer,
se non dade-mh-a morte.
Ay Deus, que mh-a fezestes mais ca min amar,
mostrade-mh-a hu possa con ela falar,
se non dade-mh-a morte.
1.Tendo em conta as suas características, o poema pode ser facilmente identificado como uma
Cantiga:
a) de Escárnio
b) de Maldizer
c) de Amor
d) de Amigo
c) Satírica
2. Justifique, apresentando três argumentos, a escolha da alternativa neste exercício anterior:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Gramática
1. Indica a função sintática do constituinte sublinhado em cada frase
a) Oh meu amigo, quero-te comigo. _________________________________________________
b) A mãe vigiava a donzela. _______________________________________________________
c) A donzela esperava o seu amigo. _________________________________________________
d) A donzela perguntou à mãe se podia namorar. ______________________________________
e) A donzela parece desesperada pela demora do seu amigo. ____________________________

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Trovadorismo ao barroco power point (1)
Trovadorismo ao barroco   power point (1)Trovadorismo ao barroco   power point (1)
Trovadorismo ao barroco power point (1)Gustavo Cuin
 
Viagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumoViagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumocarlos h carneiro
 
Apresentação para décimo segundo ano, aula 53
Apresentação para décimo segundo ano, aula 53Apresentação para décimo segundo ano, aula 53
Apresentação para décimo segundo ano, aula 53luisprista
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terra Viagens na minha terra
Viagens na minha terra maariane27
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
TrovadorismoSeduc/AM
 
Viagens na minha terra (5)edyane e ludmila
Viagens na minha terra (5)edyane e ludmilaViagens na minha terra (5)edyane e ludmila
Viagens na minha terra (5)edyane e ludmilateresakashino
 
Clarice Lispector literatura 3o B
Clarice Lispector   literatura 3o BClarice Lispector   literatura 3o B
Clarice Lispector literatura 3o Bcvp
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terrarafabebum
 
Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011
Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011
Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011Daniel Leitão
 

Mais procurados (20)

Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
Fernão mendes pinto versão simples
Fernão mendes pinto versão simplesFernão mendes pinto versão simples
Fernão mendes pinto versão simples
 
Viagens na minha terra 3ª B - 2013
Viagens na minha terra 3ª B -  2013Viagens na minha terra 3ª B -  2013
Viagens na minha terra 3ª B - 2013
 
Trovadorismo ao barroco power point (1)
Trovadorismo ao barroco   power point (1)Trovadorismo ao barroco   power point (1)
Trovadorismo ao barroco power point (1)
 
Movimento literário Trovadorismo 1º ano D 2013
Movimento literário Trovadorismo 1º ano D 2013Movimento literário Trovadorismo 1º ano D 2013
Movimento literário Trovadorismo 1º ano D 2013
 
Viagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumoViagens na minha terra (Garrett) - resumo
Viagens na minha terra (Garrett) - resumo
 
Apresentação para décimo segundo ano, aula 53
Apresentação para décimo segundo ano, aula 53Apresentação para décimo segundo ano, aula 53
Apresentação para décimo segundo ano, aula 53
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terra Viagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
Clarice Lispector - A hora da estrela.
Clarice Lispector - A hora da estrela.Clarice Lispector - A hora da estrela.
Clarice Lispector - A hora da estrela.
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Viagens na minha terra (5)edyane e ludmila
Viagens na minha terra (5)edyane e ludmilaViagens na minha terra (5)edyane e ludmila
Viagens na minha terra (5)edyane e ludmila
 
Viagens na minha terra - Almeida Garret - 3ª A - 2013
Viagens na minha terra - Almeida Garret - 3ª A -  2013Viagens na minha terra - Almeida Garret - 3ª A -  2013
Viagens na minha terra - Almeida Garret - 3ª A - 2013
 
Clarice Lispector literatura 3o B
Clarice Lispector   literatura 3o BClarice Lispector   literatura 3o B
Clarice Lispector literatura 3o B
 
Esaú e jacó
Esaú e jacóEsaú e jacó
Esaú e jacó
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011
Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011
Viagens a Minha Terra - 2ª A - 2011
 
1 trovadorismo
1   trovadorismo1   trovadorismo
1 trovadorismo
 

Destaque

Livros para trabalhar os direitos humanos
Livros para trabalhar os direitos humanosLivros para trabalhar os direitos humanos
Livros para trabalhar os direitos humanosfatimamendonca64
 
Correção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13prof
Correção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13profCorreção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13prof
Correção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13proffatimamendonca64
 
Planificação anual 10º profissional nova (1) (1)
Planificação anual 10º   profissional nova (1) (1)Planificação anual 10º   profissional nova (1) (1)
Planificação anual 10º profissional nova (1) (1)fatimamendonca64
 
Material com sinais de pontuação
Material com sinais de pontuaçãoMaterial com sinais de pontuação
Material com sinais de pontuaçãofatimamendonca64
 
Fim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocx
Fim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocxFim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocx
Fim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocxfatimamendonca64
 
Regulamento do concurso_de_poesia
Regulamento do concurso_de_poesiaRegulamento do concurso_de_poesia
Regulamento do concurso_de_poesiafatimamendonca64
 
Teste 11º ano recuperação
Teste 11º ano recuperaçãoTeste 11º ano recuperação
Teste 11º ano recuperaçãofatimamendonca64
 
Teste global de 7º ano maio 2013
Teste global de 7º ano maio 2013Teste global de 7º ano maio 2013
Teste global de 7º ano maio 2013fatimamendonca64
 
Guiao leitura vicente_1355939932
Guiao leitura vicente_1355939932Guiao leitura vicente_1355939932
Guiao leitura vicente_1355939932fatimamendonca64
 
Conto tradicional ficha de trabalho
Conto tradicional  ficha de trabalho Conto tradicional  ficha de trabalho
Conto tradicional ficha de trabalho fatimamendonca64
 
Random camping strategy and impact v1.0
Random camping strategy and impact v1.0Random camping strategy and impact v1.0
Random camping strategy and impact v1.0Klajdi Husi
 
Comparison between service steering and random combing between different carr...
Comparison between service steering and random combing between different carr...Comparison between service steering and random combing between different carr...
Comparison between service steering and random combing between different carr...Klajdi Husi
 
Lte kp is calculation
Lte kp is calculationLte kp is calculation
Lte kp is calculationKlajdi Husi
 
Lte kpi dt guide & measure method.
Lte kpi dt guide & measure method.Lte kpi dt guide & measure method.
Lte kpi dt guide & measure method.Klajdi Husi
 

Destaque (18)

Livros para trabalhar os direitos humanos
Livros para trabalhar os direitos humanosLivros para trabalhar os direitos humanos
Livros para trabalhar os direitos humanos
 
Correção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13prof
Correção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13profCorreção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13prof
Correção do teste de avaliação poesia trovadoresca10º13prof
 
Planificação anual 10º profissional nova (1) (1)
Planificação anual 10º   profissional nova (1) (1)Planificação anual 10º   profissional nova (1) (1)
Planificação anual 10º profissional nova (1) (1)
 
Material com sinais de pontuação
Material com sinais de pontuaçãoMaterial com sinais de pontuação
Material com sinais de pontuação
 
Fim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocx
Fim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocxFim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocx
Fim de tarde na cidade teste 8º ano assobiando à vontadedocx
 
Regulamento do concurso_de_poesia
Regulamento do concurso_de_poesiaRegulamento do concurso_de_poesia
Regulamento do concurso_de_poesia
 
Teste 11º ano recuperação
Teste 11º ano recuperaçãoTeste 11º ano recuperação
Teste 11º ano recuperação
 
Teste global de 7º ano maio 2013
Teste global de 7º ano maio 2013Teste global de 7º ano maio 2013
Teste global de 7º ano maio 2013
 
Matriz nee port 6º
Matriz nee port 6ºMatriz nee port 6º
Matriz nee port 6º
 
Guiao leitura vicente_1355939932
Guiao leitura vicente_1355939932Guiao leitura vicente_1355939932
Guiao leitura vicente_1355939932
 
Aumnegrilhode migueltorga
Aumnegrilhode migueltorgaAumnegrilhode migueltorga
Aumnegrilhode migueltorga
 
Teste global 8º ano
Teste global 8º anoTeste global 8º ano
Teste global 8º ano
 
Conto tradicional ficha de trabalho
Conto tradicional  ficha de trabalho Conto tradicional  ficha de trabalho
Conto tradicional ficha de trabalho
 
Random camping strategy and impact v1.0
Random camping strategy and impact v1.0Random camping strategy and impact v1.0
Random camping strategy and impact v1.0
 
Methamphetamines
MethamphetaminesMethamphetamines
Methamphetamines
 
Comparison between service steering and random combing between different carr...
Comparison between service steering and random combing between different carr...Comparison between service steering and random combing between different carr...
Comparison between service steering and random combing between different carr...
 
Lte kp is calculation
Lte kp is calculationLte kp is calculation
Lte kp is calculation
 
Lte kpi dt guide & measure method.
Lte kpi dt guide & measure method.Lte kpi dt guide & measure method.
Lte kpi dt guide & measure method.
 

Semelhante a Teste 10º recuperação

Movimento Literário Trovadorismo
Movimento Literário TrovadorismoMovimento Literário Trovadorismo
Movimento Literário TrovadorismoThalita Dias
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoBriefCase
 
Livros essenciais da literatura brasileira
Livros essenciais da literatura brasileiraLivros essenciais da literatura brasileira
Livros essenciais da literatura brasileiraThalita Dias
 
Aula 01 introdução e trovadorismo
Aula 01   introdução e trovadorismoAula 01   introdução e trovadorismo
Aula 01 introdução e trovadorismoJonatas Carlos
 
Análise de contos de fada branca de neve
Análise de contos de fada   branca de neveAnálise de contos de fada   branca de neve
Análise de contos de fada branca de neveAna Faracini
 
Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".
Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".
Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".Gabriela Gomes
 
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniTrovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniVIVIAN TROMBINI
 
Período Moderno: contos e mentalidade
Período Moderno: contos e mentalidade Período Moderno: contos e mentalidade
Período Moderno: contos e mentalidade Juliana
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1BiiancaAlvees
 
Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)espanhol1979a
 
Clarice Lispector - Geração de 1945
Clarice Lispector - Geração de 1945Clarice Lispector - Geração de 1945
Clarice Lispector - Geração de 1945Vinícius Fabreau
 
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua PortuguesaNatalia Salgado
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismorosangelajoao
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
LiteraturaSamiures
 
Revisando o quinhentismo, 01
Revisando o quinhentismo, 01Revisando o quinhentismo, 01
Revisando o quinhentismo, 01ma.no.el.ne.ves
 
Revista Literatura e Música-Especial livro Black Wings
Revista Literatura e Música-Especial livro Black WingsRevista Literatura e Música-Especial livro Black Wings
Revista Literatura e Música-Especial livro Black WingsRaquel Alves
 
Eurico o presbítero
Eurico o presbíteroEurico o presbítero
Eurico o presbíteroMárcio Nunes
 

Semelhante a Teste 10º recuperação (20)

Movimento Literário Trovadorismo
Movimento Literário TrovadorismoMovimento Literário Trovadorismo
Movimento Literário Trovadorismo
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
 
Fernão Mendes Pinto
Fernão Mendes PintoFernão Mendes Pinto
Fernão Mendes Pinto
 
Livros essenciais da literatura brasileira
Livros essenciais da literatura brasileiraLivros essenciais da literatura brasileira
Livros essenciais da literatura brasileira
 
Aula 01 introdução e trovadorismo
Aula 01   introdução e trovadorismoAula 01   introdução e trovadorismo
Aula 01 introdução e trovadorismo
 
Análise de contos de fada branca de neve
Análise de contos de fada   branca de neveAnálise de contos de fada   branca de neve
Análise de contos de fada branca de neve
 
Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".
Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".
Ficha de leitura sobre o livro "O Diário de Anne Frank".
 
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniTrovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
 
Período Moderno: contos e mentalidade
Período Moderno: contos e mentalidade Período Moderno: contos e mentalidade
Período Moderno: contos e mentalidade
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
 
Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)
 
Clarice Lispector - Geração de 1945
Clarice Lispector - Geração de 1945Clarice Lispector - Geração de 1945
Clarice Lispector - Geração de 1945
 
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Revisando o quinhentismo, 01
Revisando o quinhentismo, 01Revisando o quinhentismo, 01
Revisando o quinhentismo, 01
 
Revista Literatura e Música-Especial livro Black Wings
Revista Literatura e Música-Especial livro Black WingsRevista Literatura e Música-Especial livro Black Wings
Revista Literatura e Música-Especial livro Black Wings
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Eurico o presbítero
Eurico o presbíteroEurico o presbítero
Eurico o presbítero
 

Último

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 

Último (20)

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 

Teste 10º recuperação

  • 1. 1 Texto A A viagem feminina Historicamente, a viagem feminina tem sido de modo geral considerada de natureza mais íntima e confessional do que a viagem masculina. Mas ignorar na mulher o ânimo de conquista ou exploração, tradicionalmente associado ao universo masculino, significa obliterar1 , por exemplo, os meses que Alexandra David Néel2 passou tentando tornar-se na primeira ocidental a entrar em Lhasa3 , na altura um território proibido a estrangeiros; ou ignorar o mapeamento da região do nordeste do Irão feito por Freya Stark (1893-1993) enquanto buscava os castelos da histórica seita dos Assassinos. Ou mesmo a infortunada holandesa Alexandrine Tinne (1835-1869), que perdeu a vida no Saara, em busca da fonte do Nilo. Estas mulheres foram aventureiras e procuraram ser as primeiras nas explorações que se propunham fazer. Assim, não se pode negar que a vontade de mapear4 existiu em numerosos casos. A diferença em relação ao homem surge na maneira como a história é contada e recebida pelo público, bem como em todos os constrangimentos levantados pelo facto de ser uma mulher, e não um homem, a narrar a aventura. Até bem adiantado o século XX, uma mulher que viajasse só era objeto de espanto, curiosidade ou escândalo, quando não o conjunto dos três sentimentos, traduzindo a estupefação perante uma representante do sexo «fraco» a aventurar-se no mundo dos homens. Esta estranheza perante a mulher que se desloca é uma ideia dominante nos diversos livros de conduta que ao longo dos séculos foram aparecendo sobre as mulheres. Num deles, em que se dão conselhos a jovens solteiros – The art of governing a wife (1747) –, afirma-se claramente: «É suposto os homens irem para fora e arranjarem a sua vida, lidar com outros homens, tratar de todos os assuntos de portas abertas.» O mundo dos homens é o mundo do exterior, do visível, enquanto das mulheres se espera que «assentem e poupem, tomem conta da casa, falem com poucos, guardem tudo dentro delas». O mundo do interior, do invisível, da ausência de descoberta. (…) Mas sim, elas viajam, e fazem-no cedo como peregrinas, missionárias, monjas, mulheres de exploradores ou missionários, até que no século XIX, apesar de ainda se julgar estranha a mulher viajante, se assiste à grande explosão da mobilidade feminina. As saint- simmoniennes5 em França e sobretudo as vitorianas5 inglesas dão o exemplo e partem em viagens de conhecimento e exploração: Nós, duas mulheres (…) descobrimos e afirmamos que as mulheres sozinhas viajam muito melhor do que com homens: elas obtêm o que querem de uma forma calma e sempre conseguem levar a sua avante, enquanto os homens vão ficar seguramente nervosos e armar confusão se as coisas não estão imediatamente como eles querem. Sónia Serrano, Mulheres viajantes, Lisboa, Tinta da China, 2014, pp. 27-29. (Texto adaptado) TESTE DE RECUPERAÇÃO DE PORTUGUÊS Módulo - 1 Data: ______/ novembro/2016 % ( _____________________________________POR CENTO) Professora: ____________________ Nome: __________________________________ Nº: ___Turma:___ Tomei conhecimento___________
  • 2. 2 Vocabulário e notas 1 apagar, esquecer; 2 nascida em 1868; 3 principal centro religioso do Nepal; 4 elaborar os primeiros mapas de certas regiões; 5 saint-simmoniennes (…) vitorianas – mulheres viajantes do século XIX, respetivamente francesas e inglesas 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A frase que melhor sintetiza o conteúdo deste texto é (A) As mulheres só tardiamente começaram a viajar. (B) As mulheres souberam ganhar o direito à viagem. (C) As mulheres começaram a viajar muito depois dos homens. (D) As mulheres são melhores viajantes do que os homens. 1.2 De acordo com o primeiro parágrafo, ao longo do tempo, considerava-se que as mulheres viajavam (A) somente para expressar sentimentos e emoções. (B) principalmente para realizar explorações e elaborar mapas. (C) também para realizar explorações e elaborar mapas. (D) também para expressar sentimentos e emoções. 1.3 A «estranheza» referida no texto, na l. 16, derivava de condicionalismos e preconceitos de ordem (A) psicológica. (B) social. (C) económica. (D) física. 1.4 A condição de viajante das mulheres, historicamente considerada, expressa-se no texto através de uma (A) antítese. (B) metáfora. (C) comparação. (D) enumeração. 1.5 De acordo com as autoras das palavras com que o texto termina, em tipo de letra mais pequeno, a diferença entre mulheres viajantes e homens viajantes é de natureza (A) exclusivamente física. (B) física e psicológica. (C) exclusivamente psicológica. (D) parcialmente psicológica.
  • 3. 3 OS PRINCÍPIOS DA LITERATURA PORTUGUESA – TROVADORISMO 1. Marque "V" para as afirmativas verdadeiras, e "F" para as falsas: ( ) As Cantigas de Amor apresentam um Eu-Lírico feminino. ( ) As Cantigas de Amigo apresentam um Eu-Lírico masculino. ( ) As Cantigas de Escárnio trazem uma crítica direta e mais grosseira do que as de Maldizer. ( ) As Cantigas de Escárnio apresentam uma crítica indireta e irónica. ( ) A poesia da primeira época medieval compõe-se basicamente de cantigas, geralmente com acompanhamento de instrumentos (alaúde, flauta, viola, gaita). ( ) As Cantigas de Maldizer distinguem-se das de Escárnio por apresentar sátira direta. A crítica, sempre contundente e clara, muitas vezes usa o baixo calão (palavrão) e dá nome à pessoa criticada. ( ) O tema das cantigas de Amor é a confissão amorosa do homem em relação a uma mulher, geralmente lamentando o seu sofrimento de amor. Sendo o homem quem fala, costumamos dizer que se trata de um "eu-lírico" masculino. ( ) O emissor nas Cantigas de Amigo é a mulher, por isso dizemos que o "eu -lírico" é feminino. Na verdade, também nas Cantigas de Amigo o autor é um homem, mas que se faz passar pela mulher que namora ou pela qual tem interesse. Texto B 2. Leia atentamente a Cantiga abaixo, de autoria de Bernal de Bonaval: A dona que eu am'e tenho por Senhor amostrade-mh-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-mh-a morte.
  • 4. 4 A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e porque choran sempr(e) amostrade-mh-a Deus, se non dade-mh-a morte. Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas sei, ay Deus, fazede-mh-a veer, se non dade-mh-a morte. Ay Deus, que mh-a fezestes mais ca min amar, mostrade-mh-a hu possa con ela falar, se non dade-mh-a morte. 1.Tendo em conta as suas características, o poema pode ser facilmente identificado como uma Cantiga: a) de Escárnio b) de Maldizer c) de Amor d) de Amigo c) Satírica 2. Justifique, apresentando três argumentos, a escolha da alternativa neste exercício anterior: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Gramática 1. Indica a função sintática do constituinte sublinhado em cada frase a) Oh meu amigo, quero-te comigo. _________________________________________________ b) A mãe vigiava a donzela. _______________________________________________________ c) A donzela esperava o seu amigo. _________________________________________________ d) A donzela perguntou à mãe se podia namorar. ______________________________________ e) A donzela parece desesperada pela demora do seu amigo. ____________________________