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Almeida
Garrett
Biografia
 José Batista da Silva Leitão Almeida Garrett foi
um importante poeta e romancista português do
século xix. É considerado um dos mais
importantes escritores do romantismo português.
Nasceu na cidade do Porto (Portugal) em 1799 e
morreu 1854, na cidade de Lisboa. Seus romances
possuíam um forte caráter dramático.
Participou também da politica, escrevendo
sobre este tema. Produziu textos históricos,
críticos e diplomáticos.
Embora tenha se dedicado a vários gêneros
literários, foi na poesia e no teatro que mais
ganhou destaque. Suas obras “Camões” e “Frei
Luis de Sousa” ganharam grande importância no
mundo literário.
Principais Obras
 Camões (1825)
- Dona Branca (1826)
- Adozinda (1828)
- Catão (1828)
- Romanceiro (1843)
- Cancioneiro Geral (1843)
- Frei Luis de Sousa (1844)
- Flores sem Fruto (1844)
- D’o Arco de Santana (1845)
- Folhas Caídas (1853)
Enredo
A narrativa inserida em viagens na minha terra liga-se
a tradição do romance de aprendizagem por estar
impregnada de dados autobiográficos do autor.
Viagens na minha terra, desenvolve-se em uma
estrutura de novela contemporânea, e basicamente
apresenta dois níveis narrativos:
- Impressões de viagem;
- A parte propriamente novelesca que trata do
romance entre Carlos e Joaninha.
O foco narrativo organiza-se através de um narrador
que conta a historia em terceira pessoa.
 A obra é composta por dois eixos narrativos bem
distintos.
 No primeiro, o narrador conta suas impressões de
viagens, intercalando citações literárias, filosóficas e
históricas das mais diversas, com um tom fortemente
subjetivo e repleto de digressões e intertextualidades.
Dentre as referências literárias, podemos levantar
citações a Willian Shakespeare, Luis de Camões, Miguel
de Cervantes, Johann Goethe e Homero. Já dentre as
citações históricas e filosóficas, temos Napoleão
Bonaparte, D. Fernando, Bacon e outros.
Já o segundo eixo, que é interposto no meio dos relatos
de viagem, conta o drama amoroso que envolve cinco
personagens. Essa narrativa amorosa tem como pano de
fundo as lutas entre liberais e miguelistas (1830 a 1834).
O livro começa com o narrador contando sobre a sua vontade de
partir em uma viagem de Lisboa à Santarém. Chegando a seu
destino, o narrador começa a tecer comentários através da
observação de uma janela. Nesse ponto, dá-se início à história de
amor entre Joaninha e Carlos.
No romance, Joaninha é uma moça que mora apenas com sua
avó, D. Francisca. Semanalmente, elas recebem a visita de Frei
Dinis, que traz notícias do filho de D. Francisca, Carlos. Ele está
ausente da cidade já há alguns anos e faz parte do grupo de D.
Pedro. Frei Dinis e D. Francisca guardam algum segredo sobre
Carlos.
Frei Dinis foi um nobre cheio de posses, mas resolveu abandonar
tudo e sumir e volta para Santarém dois anos depois, como frei. O
narrador critica essa mudança, porque para ele qualquer um
poderia facilmente ser ordenado frei de uma hora para outra.
•Quando a guerra civil atinge Santarém, Carlos, que havia ido para a
Inglaterra após desentender-se com Frei Dinis, resolve voltar à
cidade. É quando ele reencontra sua prima Joaninha. Eles trocam um
beijo apaixonado como se fossem namorados. Porém, Carlos tem
uma esposa na Inglaterra, chamada Georgina, se vê atormentado pela
dúvida de contar ou não a verdade para sua prima.
Ferido durante a guerra, Carlos fica hospedado próximo à casa de
Joaninha. Após se recuperar, ele pede para que D. Francisca revele o
segredo que ela esconde. Então, ela acaba contando que Frei Dinis é
o pai de Carlos e que sua verdadeira mãe já morreu.
Ao saber da verdade, Carlos parte e volta a viver com a esposa.
Porém, Georgina diz ter ouvido de Frei Dinis toda a história de amor
entre Carlos e Joaninha e declara não mais amar o marido. Carlos
pede perdão à esposa e diz não mais amar Joaninha, porém,
Georgina não o aceita de volta.
Na parte final sabemos através de Frei Dinis o destino das personagens:
Carlos larga as paixões e começa sua carreira na política como barão,
mas depois de um tempo desaparece. Joaninha, sem seu grande amor,
e D. Francisca morrem. Georgina vai para Lisboa. “Santarém também
morre; e morre Portugal”, termina por relatar Frei Dinis.
Durante os relatos da viagem, o autor-narrador faz uma série de
digressões filosóficas, reflexões sobre fatos históricos e crítica literária
sobre diversos autores, tanto clássicos quanto modernos, e suas obras.
Dentre estes comentários, podemos citar o mais famoso deles: “Eu não
sou romanesco. Romântico, Deus me livre de o ser - ao menos, o que na
algaravia de hoje se entende por essa palavra”. Garrett, embora
pertencente ao movimento romancista de Portugal, deixa claro nessa
passagem uma crítica ao Romantismo então vigente. Uma crítica
dirigida a um romantismo “fabricado” por escritores menores que
buscavam modelo numa literatura fácil para agradar ao público, com
interpretações abusivas e uma vulgarização do que seria o verdadeiro
movimento modernista.
Tempo
 A ação decorre durante uma viagem que
Garret faz de Lisboa a Santarém, além de
discorrer sobre a paisagem, seus devaneios,
o levam até este romance século XIX .
 Tempo Cronológico: ``... São 17 deste mês de
julho, ano de graça de 1843, uma segunda
feira...´´
 ´´... Seis horas da manhã a dar em S. Paulo, e
eu a caminhar para o terreiro do Paço...´´
 Tempo Psicológico:
ESPAÇO
 Santerem de comboio passa-se,em 1932 e é narrado por
almeida é o cronista narrador
Ex.:
 O mesmo Almeida é o cronista narrador:
Ex.:
Personagens:
 As personagens de "Viagens na Minha Terra"
funcionam como uma visão simbólica de Portugal,
buscando-se através disso as causas da decadência do
Império Português. O final do drama, que culmina na
morte de Joaninha e na fuga de Carlos para tornar-se
barão, representa a própria crise de valores em que o
apego à materialidade e ao imediatismo acaba por
fechar um ciclo de mutações de caráter duvidoso e
instável.
Personagens principais
 Carlos: É um homem instável que não consegue se
decidir sobre suas relações amorosas, podendo ser
ligado às características biográficas do próprio
Almeida Garrett.
 Joaninha: Prima e amada de Carlos. Meiga e singela, é
a típica heroína campestre do Romantismo. Simboliza
uma visão ingênua de Portugal, que não se sustenta
diante da realidade histórica.
 Carlos e Joaninha são protagonistas da história de
amor.
PERSONAGENS
SECUNDARIOS
 D. FRANCISCA: Velha cega avó de Joaninha. Mostra-nos a
imprudência e a falta de planejamento com que Portugal se
colocava no governo dos liberalistas, levando a nação à
decadência.
FREI DINIS: Pai de Carlos que matou o pai de Joaninha e o
marido de sua amante.
 É a própria tradição calcada num passado histórico glorioso, que
no entanto, não é mais capaz de justificar-se sem uma revisão de
valores e de perspectivas.
GEORGINA:Namorada inglesa de Carlos, é a estrangeira de
visão ingênua, que escolhe a reclusão religiosa como
justificativa para não participar dos dilemas e conflitos
históricos que motivaram sua decepção amorosa.
Foco Narrativo
 A obra é narrada em primeira pessoa e o narrador é o
que conhecemos por “narrador-protagonista”. Ou seja, a
história é contada por um dos personagens principais (no
caso, o autor-narrador que viaja pelo país) em primeira
pessoa.
 A história tem um ponto de vista fixo, centrado nessa
personagem. Além disso, esse narrador-protagonista está
quase inteiramente confinado a seus pensamentos,
sentimentos e percepções.
O que sabemos a respeito das outras personagens
(incluindo seus pensamentos e sentimentos), ou nos é
passado através dela mesma, ou através de outra
personagem que conta algo ao narrador (em Viagens
temos Frei Dinis contando o drama de Carlos e
Joaninha). Essas informações podem ser, ainda,
inferências feitas pelo narrador-protagonista.
Estilo
 Apresenta uma nova linguagem literária revelando
uma mistura de estilos e de linguagem
(popular,jornalística,dramática) única, sendo
considerada a “precursora da moderna prosa literária
português”.
 Ex.: Popular (coloquial):
 Ex.: Jornalística:
 Ex.: Dramática:
. As digressões do narrador sobre os mais diversos
temas, da literatura à política, servem para demarcar
ideologicamente a obra.
Ex.:
. O discurso do autor-narrador revela o caótico estado
em que se encontra Portugal, a corrupção da sociedade,
a aristocracia decadente e o modelo familiar burguês
corrompido por atitudes individualistas. Assim, pode-se
dizer que para o narrador a crise moral coletiva tem
origem na moral individual.
Ex.:
Verossimilhança
 Viagens na minha terra é um livro que mistura o real e
o fictício. Real porque faz descrições físicas,
geográficas e paisagísticas com tamanha riqueza de
detalhes que faz com que qualquer leitor viajante
reconheça indubitavelmente o caminho de Lisboa a
Santarém.
 Ex.: Descrições Físicas:
 Ex.: Descrições Geográficas.:
 Ex.: Descrições Paisagísticas:
Fictício porque entremeia nos relatos das viagens a
história de amor entre Joaninha e Carlos.
Ex.:
O pano de fundo em Viagens na minha terra é a
Revolução Liberal. Grosso modo, as ideias liberais
surgiram como oposição ao monarquismo, ao
mercantilismo e ao domínio religioso. Portugal, na
época um país monarquista com fortes raízes católicas,
via qualquer ideia liberalista como antinacional.
O país já estava enfrentando diversas crises (as invasões
de Napoleão e crise do colonialismo no Brasil) e o
embate entre Miguelistas (favoráveis ao monarquismo
absolutista de então) e Liberais acabou por gerar uma
guerra civil, em 1830. O embate terminou com uma
vitória dos Liberais e a restauração da monarquia
constitucional.
Almeida Garrett, que sempre lutou pelos ideais
liberais, mantém nas Viagens este propósito,
através da narração de fatos do presente e do
passado, sempre denegrindo àquele em favor do
outro. Para tanto, brinca-se também com a questão
do verossímil, criando-se a ilusão do verdadeiro
através do uso de um tom calculadamente
coloquial e uma aproximação com o quotidiano.
Conclusão
 Viagens na minha terra, romance de Almeida Garrett,
considerado por alguns críticos como o ápice da prosa
do seu autor, inaugura um gênero completamente
novo na literatura portuguesa. Tendo como modelo as
obras ``viagem à roda do meu quarto´´ de Xavier de
Mauster e `` viagem sentimental´´ de Laurence Stern,
configura-se como uma obra de dificílima
classificação, pois reúne em suas páginas relatos de
viagens, jornalísticos, ensaísta e ficcional.
 Em geral, as tragédias clássicas terminam com uma
solução violenta do destino e Garrett tinha muita
sensibilidade para o gênero trágico, coisa que mostrou
não apenas neste romance, mas também no drama
“Frei Luís de Sousa”. Faz parte do decoro de uma peça
trágica que seus personagens nunca mais continuem
vivendo como tinham vivido.
A preocupação de Garrett em Viagens na minha
terra é tentar despertar na nação portuguesa a
consciência da situação em que o país se
encontrava e que direção pode ser tomada para
tentar mudar o rumo decadente que Portugal
estava tomando. Porém, o próprio autor-narrador
não vê perspectivas de melhora, pois a imagem
que o homem português tem de si mesmo não é
positiva. Dessa forma, apesar de conseguir
enxergar um caminho para a recuperação de
Portugal, Garrett termina a obra com um tom
pessimista.
Obrigado pela atenção de todos. !!!
Gabriela Coutinho
Daniela Paceli
Claudinete Almeida.

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Viagens na Terra do Romance Século XIX

  • 2.
  • 4.  José Batista da Silva Leitão Almeida Garrett foi um importante poeta e romancista português do século xix. É considerado um dos mais importantes escritores do romantismo português. Nasceu na cidade do Porto (Portugal) em 1799 e morreu 1854, na cidade de Lisboa. Seus romances possuíam um forte caráter dramático. Participou também da politica, escrevendo sobre este tema. Produziu textos históricos, críticos e diplomáticos. Embora tenha se dedicado a vários gêneros literários, foi na poesia e no teatro que mais ganhou destaque. Suas obras “Camões” e “Frei Luis de Sousa” ganharam grande importância no mundo literário.
  • 6.  Camões (1825) - Dona Branca (1826) - Adozinda (1828) - Catão (1828) - Romanceiro (1843) - Cancioneiro Geral (1843) - Frei Luis de Sousa (1844) - Flores sem Fruto (1844) - D’o Arco de Santana (1845) - Folhas Caídas (1853)
  • 8. A narrativa inserida em viagens na minha terra liga-se a tradição do romance de aprendizagem por estar impregnada de dados autobiográficos do autor. Viagens na minha terra, desenvolve-se em uma estrutura de novela contemporânea, e basicamente apresenta dois níveis narrativos: - Impressões de viagem; - A parte propriamente novelesca que trata do romance entre Carlos e Joaninha. O foco narrativo organiza-se através de um narrador que conta a historia em terceira pessoa.
  • 9.  A obra é composta por dois eixos narrativos bem distintos.  No primeiro, o narrador conta suas impressões de viagens, intercalando citações literárias, filosóficas e históricas das mais diversas, com um tom fortemente subjetivo e repleto de digressões e intertextualidades. Dentre as referências literárias, podemos levantar citações a Willian Shakespeare, Luis de Camões, Miguel de Cervantes, Johann Goethe e Homero. Já dentre as citações históricas e filosóficas, temos Napoleão Bonaparte, D. Fernando, Bacon e outros. Já o segundo eixo, que é interposto no meio dos relatos de viagem, conta o drama amoroso que envolve cinco personagens. Essa narrativa amorosa tem como pano de fundo as lutas entre liberais e miguelistas (1830 a 1834).
  • 10. O livro começa com o narrador contando sobre a sua vontade de partir em uma viagem de Lisboa à Santarém. Chegando a seu destino, o narrador começa a tecer comentários através da observação de uma janela. Nesse ponto, dá-se início à história de amor entre Joaninha e Carlos. No romance, Joaninha é uma moça que mora apenas com sua avó, D. Francisca. Semanalmente, elas recebem a visita de Frei Dinis, que traz notícias do filho de D. Francisca, Carlos. Ele está ausente da cidade já há alguns anos e faz parte do grupo de D. Pedro. Frei Dinis e D. Francisca guardam algum segredo sobre Carlos. Frei Dinis foi um nobre cheio de posses, mas resolveu abandonar tudo e sumir e volta para Santarém dois anos depois, como frei. O narrador critica essa mudança, porque para ele qualquer um poderia facilmente ser ordenado frei de uma hora para outra.
  • 11. •Quando a guerra civil atinge Santarém, Carlos, que havia ido para a Inglaterra após desentender-se com Frei Dinis, resolve voltar à cidade. É quando ele reencontra sua prima Joaninha. Eles trocam um beijo apaixonado como se fossem namorados. Porém, Carlos tem uma esposa na Inglaterra, chamada Georgina, se vê atormentado pela dúvida de contar ou não a verdade para sua prima. Ferido durante a guerra, Carlos fica hospedado próximo à casa de Joaninha. Após se recuperar, ele pede para que D. Francisca revele o segredo que ela esconde. Então, ela acaba contando que Frei Dinis é o pai de Carlos e que sua verdadeira mãe já morreu. Ao saber da verdade, Carlos parte e volta a viver com a esposa. Porém, Georgina diz ter ouvido de Frei Dinis toda a história de amor entre Carlos e Joaninha e declara não mais amar o marido. Carlos pede perdão à esposa e diz não mais amar Joaninha, porém, Georgina não o aceita de volta.
  • 12. Na parte final sabemos através de Frei Dinis o destino das personagens: Carlos larga as paixões e começa sua carreira na política como barão, mas depois de um tempo desaparece. Joaninha, sem seu grande amor, e D. Francisca morrem. Georgina vai para Lisboa. “Santarém também morre; e morre Portugal”, termina por relatar Frei Dinis. Durante os relatos da viagem, o autor-narrador faz uma série de digressões filosóficas, reflexões sobre fatos históricos e crítica literária sobre diversos autores, tanto clássicos quanto modernos, e suas obras. Dentre estes comentários, podemos citar o mais famoso deles: “Eu não sou romanesco. Romântico, Deus me livre de o ser - ao menos, o que na algaravia de hoje se entende por essa palavra”. Garrett, embora pertencente ao movimento romancista de Portugal, deixa claro nessa passagem uma crítica ao Romantismo então vigente. Uma crítica dirigida a um romantismo “fabricado” por escritores menores que buscavam modelo numa literatura fácil para agradar ao público, com interpretações abusivas e uma vulgarização do que seria o verdadeiro movimento modernista.
  • 13. Tempo
  • 14.  A ação decorre durante uma viagem que Garret faz de Lisboa a Santarém, além de discorrer sobre a paisagem, seus devaneios, o levam até este romance século XIX .  Tempo Cronológico: ``... São 17 deste mês de julho, ano de graça de 1843, uma segunda feira...´´  ´´... Seis horas da manhã a dar em S. Paulo, e eu a caminhar para o terreiro do Paço...´´
  • 17.  Santerem de comboio passa-se,em 1932 e é narrado por almeida é o cronista narrador Ex.:  O mesmo Almeida é o cronista narrador: Ex.:
  • 18. Personagens:  As personagens de "Viagens na Minha Terra" funcionam como uma visão simbólica de Portugal, buscando-se através disso as causas da decadência do Império Português. O final do drama, que culmina na morte de Joaninha e na fuga de Carlos para tornar-se barão, representa a própria crise de valores em que o apego à materialidade e ao imediatismo acaba por fechar um ciclo de mutações de caráter duvidoso e instável.
  • 20.  Carlos: É um homem instável que não consegue se decidir sobre suas relações amorosas, podendo ser ligado às características biográficas do próprio Almeida Garrett.  Joaninha: Prima e amada de Carlos. Meiga e singela, é a típica heroína campestre do Romantismo. Simboliza uma visão ingênua de Portugal, que não se sustenta diante da realidade histórica.  Carlos e Joaninha são protagonistas da história de amor.
  • 22.  D. FRANCISCA: Velha cega avó de Joaninha. Mostra-nos a imprudência e a falta de planejamento com que Portugal se colocava no governo dos liberalistas, levando a nação à decadência. FREI DINIS: Pai de Carlos que matou o pai de Joaninha e o marido de sua amante.  É a própria tradição calcada num passado histórico glorioso, que no entanto, não é mais capaz de justificar-se sem uma revisão de valores e de perspectivas. GEORGINA:Namorada inglesa de Carlos, é a estrangeira de visão ingênua, que escolhe a reclusão religiosa como justificativa para não participar dos dilemas e conflitos históricos que motivaram sua decepção amorosa.
  • 24.  A obra é narrada em primeira pessoa e o narrador é o que conhecemos por “narrador-protagonista”. Ou seja, a história é contada por um dos personagens principais (no caso, o autor-narrador que viaja pelo país) em primeira pessoa.  A história tem um ponto de vista fixo, centrado nessa personagem. Além disso, esse narrador-protagonista está quase inteiramente confinado a seus pensamentos, sentimentos e percepções. O que sabemos a respeito das outras personagens (incluindo seus pensamentos e sentimentos), ou nos é passado através dela mesma, ou através de outra personagem que conta algo ao narrador (em Viagens temos Frei Dinis contando o drama de Carlos e Joaninha). Essas informações podem ser, ainda, inferências feitas pelo narrador-protagonista.
  • 26.  Apresenta uma nova linguagem literária revelando uma mistura de estilos e de linguagem (popular,jornalística,dramática) única, sendo considerada a “precursora da moderna prosa literária português”.  Ex.: Popular (coloquial):  Ex.: Jornalística:  Ex.: Dramática:
  • 27. . As digressões do narrador sobre os mais diversos temas, da literatura à política, servem para demarcar ideologicamente a obra. Ex.: . O discurso do autor-narrador revela o caótico estado em que se encontra Portugal, a corrupção da sociedade, a aristocracia decadente e o modelo familiar burguês corrompido por atitudes individualistas. Assim, pode-se dizer que para o narrador a crise moral coletiva tem origem na moral individual. Ex.:
  • 29.  Viagens na minha terra é um livro que mistura o real e o fictício. Real porque faz descrições físicas, geográficas e paisagísticas com tamanha riqueza de detalhes que faz com que qualquer leitor viajante reconheça indubitavelmente o caminho de Lisboa a Santarém.  Ex.: Descrições Físicas:  Ex.: Descrições Geográficas.:  Ex.: Descrições Paisagísticas:
  • 30. Fictício porque entremeia nos relatos das viagens a história de amor entre Joaninha e Carlos. Ex.:
  • 31. O pano de fundo em Viagens na minha terra é a Revolução Liberal. Grosso modo, as ideias liberais surgiram como oposição ao monarquismo, ao mercantilismo e ao domínio religioso. Portugal, na época um país monarquista com fortes raízes católicas, via qualquer ideia liberalista como antinacional. O país já estava enfrentando diversas crises (as invasões de Napoleão e crise do colonialismo no Brasil) e o embate entre Miguelistas (favoráveis ao monarquismo absolutista de então) e Liberais acabou por gerar uma guerra civil, em 1830. O embate terminou com uma vitória dos Liberais e a restauração da monarquia constitucional.
  • 32. Almeida Garrett, que sempre lutou pelos ideais liberais, mantém nas Viagens este propósito, através da narração de fatos do presente e do passado, sempre denegrindo àquele em favor do outro. Para tanto, brinca-se também com a questão do verossímil, criando-se a ilusão do verdadeiro através do uso de um tom calculadamente coloquial e uma aproximação com o quotidiano.
  • 34.  Viagens na minha terra, romance de Almeida Garrett, considerado por alguns críticos como o ápice da prosa do seu autor, inaugura um gênero completamente novo na literatura portuguesa. Tendo como modelo as obras ``viagem à roda do meu quarto´´ de Xavier de Mauster e `` viagem sentimental´´ de Laurence Stern, configura-se como uma obra de dificílima classificação, pois reúne em suas páginas relatos de viagens, jornalísticos, ensaísta e ficcional.  Em geral, as tragédias clássicas terminam com uma solução violenta do destino e Garrett tinha muita sensibilidade para o gênero trágico, coisa que mostrou não apenas neste romance, mas também no drama “Frei Luís de Sousa”. Faz parte do decoro de uma peça trágica que seus personagens nunca mais continuem vivendo como tinham vivido.
  • 35. A preocupação de Garrett em Viagens na minha terra é tentar despertar na nação portuguesa a consciência da situação em que o país se encontrava e que direção pode ser tomada para tentar mudar o rumo decadente que Portugal estava tomando. Porém, o próprio autor-narrador não vê perspectivas de melhora, pois a imagem que o homem português tem de si mesmo não é positiva. Dessa forma, apesar de conseguir enxergar um caminho para a recuperação de Portugal, Garrett termina a obra com um tom pessimista.
  • 36. Obrigado pela atenção de todos. !!! Gabriela Coutinho Daniela Paceli Claudinete Almeida.