1. Zona de Incompetência
Muitos profissionais estão usando a necessidade de elaboração de Planejamento Estratégico (PE) para assumir
uma postura de que o mundo empresarial só gira em torno disso. O planejamento é imprescindível para nortear
as ações aos objetivos organizacionais, mas, não deve ser visto como o tão somente poderoso organizador
empresarial, o “salvador da pátria”, isolado aos processos, as pessoas, as equipes e as práticas eficientes já
conquistadas vira um sonho de consumo, vira um fomentador de urgências e um “trator” passando por cima de
administração de estruturas eficientes que o dia-a-dia de muito profissional dedicado e comprometido efetua.
O problema não está ligado à falta ou ao excesso de desafios. O que mais se depreende das organizações hoje em
dia, num cenário de competitividade acirrada é a busca do resultado no mínimo custo. Desta forma as lideranças
se vêem empurradas num processo avassalador de objetivos cada vez mais estratosféricos e de meios cada vez
mais escassos. A reação, que é um chute no pé das empresas, é um profissional que ao invés de se motivar pelo
desafio, se abate pelo desafio.
A questão é: A falta de planejamento estratégico é um complicador para a gestão eficaz, mas não é tão somente a
causadora da zona de incompetência, as causas principais são as mudanças de comportamentos ocasionadas pelo
imediatismo, pelo senso de urgência, pela falta de preparo da liderança, pela falta de treinamento e
desenvolimento, pela falta de habilidade organizacional, pela incompetência gerencial e estrutural, pela falta de
respeito ao tempo de criar e ao tempo de produzir, pela falta de visão que muitos profissionais precisam de
auxilio e estrutura para ser agéis.
Realmente a competência tornou-se refém da urgência, quando as empresas acordam para o tempo que perderam
querem corrigir seus erros em alta velocidade, sobrecarregando principalmente os líderes, que precisam fazer
seus times produzir mais em um tempo mínimo, atropelando processos e ignorando a necessidade do
planejamento. Mas existe o lado positivo, adaptar-se a esse novo cenário dará aos profissionais a oportunidade
de aprimorarem sua capacidade de gerir conflitos e pode separar “o joio do trigo”.
Fabio Scussolino