O documento discute os desafios das empresas que contrataram muitos líderes jovens em vez de profissionais mais experientes. A crise econômica revelou que os líderes jovens tinham dificuldade em lidar com conflitos, gestão de pessoas e tomada de decisões durante períodos turbulentos, e frequentemente permaneciam por apenas quatro anos nas empresas. Agora, as empresas buscam mais equilíbrio, contratando tanto líderes experientes quanto jovens.
Custo da Juniorização e valor da experiência em tempos de crise
1. O CUSTO DO PROCESSO DE "JUNIORIZAÇÃO" PARA AS EMPRESAS
Senioridade versus Geração Y : Durante a crise qual dos dois salvará a sua
empresa?
É fato que há tempos se observa em diversas organizações um processo
chamado de “juniorização”, em que cargos importantes foram excessivamente
ocupados por pessoas jovens que traziam a bandeira de que levariam às
empresas mais velocidade e inovação. Esse movimento não esperava o abalo
no cenário financeiro mundial, trazendo períodos de incertezas e de cautela.
Será que agora não seria mais interessante o investimento em lideranças mais
seniores?
De acordo com o sócio CTPartners Brasil, Arthur Vasconcellos, 52, tem sido
comum ouvir de seus clientes que até Set/2008 contrataram profissionais muito
jovens para posições que requereriam mais experiência, pois se pensava que
esse profissional poderia permanecer por mais tempo na organização, mas
justamente o contrário aconteceu: “o tempo máximo de permanência nas
empresas era de apenas quatro anos”, diz ele.
Além disso, de lá pra cá, ele tem observado uma maior atenção das empresas
em contratar profissionais mais velhos. Para cargos de direção, pessoas entre
40 e 45 anos, e para presidência, entre 45 e 55 anos. “A única exigência que
se faz é que o profissional já tenha tido alguma experiência em crises fortes,
como aquelas que tivemos no Brasil ao longo da década de 80”, comenta.
Alguns especialistas acreditam que os EUA só devem voltar a uma situação
normal em 2011, se isso acontecer, muita decisão difícil deverá ser tomada,
por isso a estratégia de ter profissionais seniores em cargos de liderança é a
mais correta.
“Em águas turvas é preciso marinheiros mais experientes”.
Para o gerente de RH da Aliança Navegação e Logística e da Hamburg Süd,
Antonio Marco Gomes, 45, as empresas erraram na contração de jovens
porque tinham paradigmas velhos, ou seja, mesmo com um modelo de
administração mais conservador e hierárquico, elam contrataram jovens, que
em sua maioria odeiam esse modelo administrativo. “Por isso essas pessoas
ficaram tão pouco tempo, porque não encontraram perspectivas de
crescimento rápido”, comenta.
Já na Mirvi do Brasil, empresa que fornece tampas plásticas, a crise de
lideranças não chegou à empresa porque a turbulência econômica passou
longe do seu segmento. De acordo com o supervisor de RH, Luis Reis, 45, a
empresa investe em lideranças jovens, e sabe que as mesmas pecam pela
falta de experiência em lidar com conflitos e gestão de pessoas. Por isso a
2. organização contratou uma consultoria para fazer o desenvolvimento de
lideranças, mas como é um investimento a longo prazo, o supervisor admite
que a percentagem de líderes muito jovens poderia atrapalhar se a crise
econômica atingisse o seu ramo.
De acordo com o diretor de performance organizacional da Right Management,
Felipe Westin, as empresas de certa maneira privilegiaram mais o moderno
que o eterno. Não olharam para os profissionais que tinham mais maturidade e
experiência. “Existem certas coisas que na verdade não dá para cortar
caminho, é preciso vivenciar, ganhar aprendizagem, mas até o abalo da crise,
a experiência passada até então não ajudava a alavancar o futuro”, explica.
Em minha humilde opinião um líder sem experiência tem mais dificuldade para
tomar uma decisão e traçar um plano de ação. Seu planejamento é mais
primário, pois falta conhecimento do dia-a-dia. Acredito numa mescla dos dois
perfis de liderança: a cautela natural do sênior, aliada à abertura para a
inovação que o jovem tem
O CUSTO DO PROCESSO DE JUNIORIZAÇÃO DAS EMPRESAS - DICAS
Para as organizações que se excederam no recrutamento de líderes jovens, é
interessante que sigam algumas providências para melhorar o rendimento de
suas lideranças diante das crises. Veja dicas:
• Faça um processo de coaching e mentoring, a troca de experiências com
pessoas mais maduras pode ajudar muito;
• Mexa em algumas posições que são mais criticas e eventualmente coloque
pessoas mais experientes em posições-chave;
• A liderança deve ter consciência de como lidar com as mudanças, mas também
como preparar os liderados a navegar e se motivar nessa nova travessia
macroeconômica.