1. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Prof. Ewerton Rezer Gindri
Universidade do Estado de Mato Grosso –
Campus de Tangará da Serra
2. Introdução
• Embora a busca por compreender as funções da
linguagem na sociedade, bem como os elementos que
compõem a comunicação seja bastante antiga, e de
mérito de vários autores, é o nome de Roman Jakobson
que, geralmente, é lembrado quando se trabalha esse
assunto.
• Usaremos, em nossos estudos, o clássico texto desse
autor, “Linguística e Poética”, e os conceitos nele
desenvolvidos.
3. • Segundo R. Jakobson, “a linguagem deve ser estudada
em toda a variedade de suas funções” (p.122)
• Por isso, “para se ter uma ideia geral dessas funções é
mister uma perspectiva sumária dos fatores constitutivos
de todo processo linguístico, de todo ato de comunicação
verbal” (p.122)
4.
5. Emissor: chamado também de locutor ou
falante, o emissor é aquele que emite a
mensagem para um ou mais receptores, por
exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos,
uma empresa, dentre outros.
Receptor: denominado de interlocutor ou
ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem
emitida pelo emissor.
Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação,
de forma que representa o conteúdo, o conjunto
de informações transmitidas pelo locutor, por
isso.
6. Código: representa o conjunto de signos
que serão utilizados na mensagem
Canal de Comunicação: corresponde ao
local (meio) onde a mensagem será
transmitida, por exemplo, jornal, livro,
revista, televisão, telefone, dentre outros.
Referente: Também chamado de contexto
trata-se da situação comunicativa em que
estão inseridos o emissor e receptor.
7. • “Cada um desses seis fatores determina
uma diferente função da linguagem”
(p.123)
• Sendo assim, podemos esquematizá-los
como segue:
8.
9. Função Emotiva ou Expressiva
Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A mensagem é centrada nas
opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente
subjetivo e pessoal. A ideia de destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª
pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. É comum a
presença de interjeições, reticências e pontos de exclamação.
Exemplos: "Tenho um pouco de medo...", "Nós te amamos!"
Função Apelativa ou Conativa
É voltada para o receptor. Apresenta tom imperativo e é muito encontrada em
propagandas.
A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou
chamar sua atenção, o contexto torna-se a parte mais importante da mensagem.
Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e
formas verbais ou expressões no imperativo.
Exemplos: "Beba Coca-Cola","Vem pra Caixa você também, vem!", "Seja um
bom aluno", ''O melhor é Ipê''.
10. Função Poética
É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o que, numa mensagem,
suplementa o sentimento da mensagem através do jogo de sua estrutura, de sua
tonalidade, de seu ritmo, de sua sonoridade. Essa função é capaz de despertar no
leitor o prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários.
Exemplo: o poema "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade.
Função Referencial ou Denotativa
O referente (o contexto, o assunto) é o objeto ou situação de que a mensagem
trata. A função referencial privilegia justamente o referente da mensagem,
buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Textos jornalísticos,
científicos e didáticos são exemplos típicos.
Exemplo: "Nos vertebrados, esta resposta inclui uma série de alterações
bioquímicas, fisiológicas e imunológicas coletivamente denominadas inflamação."
(Descrição de inflamação em um artigo científico).
11. QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
(Carlos Drummond de Andrade)
12. Função Fática
Essa função ocorre quando o canal é o foco na construção do texto. Sua finalidade
é estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação de seu objeto ou relatar o
pavor. São exemplos típicos os inícios das conversas, como os cumprimentos
diários, quando ainda não existe um assunto em foco.
Exemplos: ''Sem dúvida, entende? Tudo certo?"
Função Metalinguística
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida como a
linguagem que fala dela própria, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever.
Programas de TV que falam sobre a própria TV ou que falam sobre a própria
mídia. Peças de teatro que falam sobre o teatro.
A linguagem (o código) torna-se objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e
as gramáticas são repositórios de metalinguagem.
Exemplos: Vídeo Show, Observatório da Imprensa, "Frase é qualquer enunciado
linguístico com sentido acabado." (Definição de frase).
13. “Embora distingamos seis
aspectos básicos da linguagem, dificilmente
lograríamos, contudo, encontrar mensagens
verbais que preenchessem uma única
função. A diversidade reside não no
monopólio de alguma dessas diversas
funções, mas numa diferente ordem
hierárquica de funções. A estrutura verbal
de uma mensagem depende basicamente
da função predominante.” (p.123)
Devemos, contudo, lembrar o que disse
Jakobson:
14. Bibliografia
• JAKOBSON, R. Linguística e Poética. In: JAKOBSON, R. Linguística
e comunicação. Trad. José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 2003.
• http://noticias.universia.com.br
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade