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Trabalho apresentado por Ewerton Rezer Gindri à
      disciplina de Seminário Avançado em Análise de
Discurso, do programa de Mestrado em Linguística, da
 UNEMAT, sob orientação da Profa. Dra. Olímpia Maluf
SUJEITO
 Resultado da relação com a linguagem e a história, o
  sujeito do discurso não é totalmente livre, nem
  totalmente determinado por mecanismos exteriores.
  O sujeito é constituído a partir de relação com o
  outro, nunca sendo fonte única do sentido, tampouco
  elemento onde se origina o discurso. Como diz
  Leandro Ferreira (2000) ele estabelece uma relação
  ativa no interior de uma dada FD; assim como é
  determinado ele também a afeta e determina em sua
  prática discursiva. Assim, a incompletude é uma
  propriedade do sujeito e a afirmação de sua
  identidade resultará da constante necessidade de
  completude.
FORMA-SUJEITO
 É a forma pela qual o sujeito do discurso se
  identifica com a formação discursiva que o
  constitui. Esta identificação baseia-se no fato de
  que os elementos do interdiscurso, ao serem
  retomados pelo sujeito do discurso, acabam por
  determiná-lo. Também chamado de sujeito do
  saber, sujeito universal ou sujeito histórico de
  uma determinada formação discursiva, a forma-
  sujeito é responsável pela ilusão de unidade do
  sujeito.
POSIÇÃO-SUJEITO
 Resultado da relação que se estabelece entre o
  sujeito do discurso e a forma-sujeito de uma
  dada formação discursiva. Uma posição-sujeito
  não é uma realidade física, mas um objeto
  imaginário,     representando   no     processo
  discursivo os lugares ocupados pelos sujeitos na
  estrutura de uma formação social. Deste modo,
  não há um sujeito único, mas diversas posições-
  sujeito, as quais estão relacionadas com
  determinadas       formações   discursivas     e
  ideológicas.
História
 Produção de sentidos que se define por sua
  relação com a linguagem. A história
  organiza-se a partir das relações com o
  poder e está ligada não à cronologia, mas às
  práticas sociais. Para a AD, todo o fato ou
  acontecimento histórico significa, precisa ser
  interpretado, e é pelo discurso que a história
  deixa de ser apenas evolução.
Historicidade
 Modo     como a história se inscreve no
  discurso, sendo a historicidade entendida
  como a relação constitutiva entre linguagem
  e história. Para o analista do discurso, não
  interessa o rastreamento de dados históricos
  em um texto, mas a compreensão de como
  os sentidos são produzidos. A esse trabalho
  dos sentidos no texto e à inscrição da história
  na linguagem é que se dá o nome de
  historicidade.
―De modo que poderíamos caracterizar a AD
como a tentativa de aproximar, por meio de
procedimentos algorítmicos, alguma coisa
que faça funcionar a inteligência de um
historiador de arquivo [...] O historiador [...]
não     tem   contato,     geralmente,    com
informações puramente factuais, [...] mas sim
com enunciados no mínimo parcialmente
opacos ou ambíguos...‖
                             (Pêcheux & Léon)
―Cada época social tem sua concepção da
vida que surge da ciência e da filosofia
dominantes em dada sociedade e que
representam os interesses e pontos de vista
das classes dominantes. Assim, a concepção
da vida na antiguidade era diferente do que
na época da escravidão; a concepção
burguesa é diversa da feudal e do mesmo
modo a concepção proletária já se distingue
radicalmente da burguesa.‖
                            (L. A. Tckeskiss)
―À pergunta: qual é o objeto do
materialismo histórico, devemos responder
que o materialismo histórico estuda os
fenômenos sociais e a história. À segunda
pergunta: como ele as estuda, a resposta é:
do ponto de vista marxista. O materialismo,
que antes era somente uma escola filosófica,
torna-se, além disso, uma filosofia da
história.‖
                            (L. A. Tckeskiss)
―De fato, cada fenômeno social tem de estar
ligado aos esforços que forjam a sociedade,
isto é, aos homens e os fenômenos sociais
devem, portanto ser o resultado da atividade
humana, que, como tal está relacionado com
a consciência humana. O fenômeno torna-se
então psicológico.‖
                             (L. A. Tckeskiss)
―Desde que tratamos de atos humanos, há de
  haver neles sempre algum sentido social.‖
                             (L. A. Tckeskiss)
―Mas cada fenômeno social pode ter também,
   em certos casos um sentido histórico.‖
                            (L. A. Tckeskiss)
―Assim, desde que um fenômeno social
exerce      grande  influência     sobre    o
agrupamento de outros fenômenos sociais,
provoca novos fenômenos que trazem certa
modificação à vida social, e torna-se deste
modo, ao mesmo tempo, um acontecimento
histórico.‖
                             (L. A. Tckeskiss)
―Além dos fenômenos individuais com
sentido social e histórico, existem igualmente
fenômenos sociais de caráter coletivo, que
também        constituem         acontecimentos
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                                (L. A. Tckeskiss)
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                              (L. A. Tckeskiss)
1.   História baseada em lendas e contos
     populares;
2.   História transformada em biografias de
     grandes personalidades.


                        Não servem para a
                        ciência.
―O homem supõe que a revelação de sua própria
vontade é um ato livre, que não está sujeito a lei
alguma, e isso ocasiona grande dificuldade ao
estudo científico do fenômeno.‖


 ―Os      fenômenos      sociais,  conquanto
desarticulados, não deixam de ser fenômenos
complexos,    ligados  a   muitos  momentos
estranhos...‖
―Digamos, para resumir, que a história, em sua
forma tradicional, se dispunha a ―memorizar‖ os
monumentos do passado, transformá-los em
documentos e fazer falarem estes rastros que,
por si mesmos, raramente são verbais, ou que
dizem em silêncio coisa diversa do que dizem;
em nossos dias, a história é o que transforma os
documentos em monumentos e que desdobra,
onde se decifravam rastros deixados pelos
homens, onde se tentava reconhecer em
profundidade o que tinham sido, uma massa de
elementos que devem ser isolados, agrupados,
tornados      pertinentes,    inter-relacionados,
organizados em conjuntos.‖
―Havia um tempo em que a arqueologia,
como disciplina dos monumentos mudos, dos
rastros inertes, dos objetos sem contexto e
das coisas deixadas pelo passado, se voltava
para a história e só tomava sentido pelo
restabelecimento de um discurso histórico;
poderíamos dizer, jogando um pouco com as
palavras, que a história, em nossos dias, se
volta para a arqueologia – para a descrição
intrínseca do monumento.‖
                         (Foucault, 2009, p.8)
1.   A multiplicação das rupturas na história das
     ideias;
2.   A noção de descontinuidade toma um lugar
     importante nas disciplinas históricas;
3.   O tema e a possibilidade de uma história
     global começam a se apagar;
4.   A história nova encontra um certo número
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         1.   Constituição de um corpus coerente;
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         3.   Especificação de um método de análise;
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              articulam o material estudado.
―A atividade de cada indivíduo está sempre
ligada a de outros e a toda a sociedade. E
esta atividade é que forma a vida social.‖
                              (L. A. Tckeskiss)
   Onde está a causa das mudanças e
    transformações sociais?
   Como se pode e se deve modificar a
    sociedade?

Respostas:

    1. Voltar ao estado primitivo;
    2. Pela educação.
―Investigando a ideia absoluta e sua
evolução,    descobriu   Hegel,     que     ao
analisarmos bem um conceito notamos que
este conceito guarda em si o princípio de sua
negação – sua contradição –, e assim esse
conceito se desenvolve passando ao seu
oposto. [...] A grande tarefa, de fazer
penetrar no materialismo, o espírito dialético
de Hegel e estendê-lo também à história da
humanidade e à vida social, somente a
puderam realizar Marx e Engels.‖
                             (L. A. Tckeskiss)
Tomando-se por base o conceito de Franklin
de que ―o homem é um ser que faz e usa
instrumentos‖, Tckeskiss afirma que:

 ―A totalidade dos instrumentos que o
homem cria no processo de sua adaptação à
natureza é chamada técnica. A técnica pode
também ser chamada de meio artificial. O
homem se adapta ao meio natural criando um
meio artificial. No meio artificial está
corporificada a matéria da vida social.‖
                              (L. A. Tckeskiss)
De onde surgem as novas necessidades e
qualidades, qual a causa?

 ―A causa, por conseguinte, só pode ser
encontrada no meio artificial, que cresce
vertiginosamente.       A      causa     do
desenvolvimento humano, deve pois, estar na
adaptação do homem ao meio natural, na
atividade indireta do homem que é o
trabalho, na criação de instrumentos que é a
técnica, no meio artificial que cresce e se
expande sem limites.‖

                            (L. A. Tckeskiss)
―... a técnica se desenvolve pela divisão do
trabalho e paralelamente ao desenvolvimento
da ciência. Porém, esses dois momentos,
quer a divisão do trabalho, quer a ciência,
somente podem existir e se desenvolver na
sociedade; por sua vez uma vida social sem o
desenvolvimento da técnica é impossível. [...]
Na base da técnica, nascem certas relações
de produção, que por sua vez provocam
várias, multiformes e complexas relações
sociais.‖

                             (L. A. Tckeskiss)
―Eu me proponho a refletir a respeito da
forma pela qual o ―socialismo existente‖
inscreve sua relação na história do
desenvolvimento do capitalismo.‖
                     (Pêcheux, 2011, p.107)
―Uma série de divisões nas formas político-
jurídicas [...] e nas formas ideológicas da
submissão dos indivíduos, corresponde a
essa divisão estrutural no interior da história
da    FPC     –   entre    um   percurso    de
desenvolvimento por meio da luta contra o
absolutismo autoritário e um percurso de um
desenvolvimento por meio da fusão com esse
absolutismo.‖
                        (Pêcheux, 2011, p.108)
―O ―socialismo existente‖ não é independente
de um mundo simétrico do capitalismo, mas,
sim, é uma sequência de incrustações, que
surgiram uma após a outra no interior de seu
desenvolvimento geral.‖

                     (Pêcheux, 2011, p.111)
―Pós-modernismo é o nome aplicado às mudanças
ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades
avançadas desde 1950, quando, por convenção, se
encerra o modernismo (1900-1950). Ele nasce com a
arquitetura e a computação nos anos 50. Toma corpo
com a arte Pop nos anos 60. Cresce ao entrar pela
filosofia, durante os anos 70, como crítica da cultura
ocidental. E amadurece hoje, alastrando-se na moda,
no cinema, na música e no cotidiano programado
pela tecnociência (ciência + tecnologia invadindo o
cotidiano com desde alimentos processados até
microcomputadores), sem que ninguém saiba se é
decadência ou renascimento cultural.‖

  (O que é pós-moderno, Jair Ferreira dos Santos, Ed.
                                   Brasiliense, 1987)
   ―A vida líquida e a modernidade líquida estão
    intimamente ligadas.‖
   ―A vida líquida é uma forma de vida que
    tende a ser levada adiante numa sociedade
    líquido-moderna.‖
   ―Líquido-moderna é uma sociedade em que
    as condições sob as quais agem seus
    membros mudam num tempo mais curto do
    que aquele necessário para a consolidação,
    em hábitos e rotinas, das formas de agir.‖
   ―A liquidez da vida e a da sociedade se
    alimentam e se revigoram mutuamente.‖
―Partindo do pressuposto de que toda
prática discursiva está inscrita no complexo
contraditório-desigual-sobredeterminado
das formações discursivas que caracteriza a
instância ideológica em condições históricas
dadas (Pêcheux, 1975, p.213) [...] Pêcheux
relaciona a forma-sujeito com o sujeito do
saber de uma determinada Formação
Discursiva.‖

                     (Grigoletto, 2005, p.62)
―A história da produção dos conhecimentos
não está acima ou separada da história da
luta de classes [...] por isso, segundo
Pêcheux, toda ruptura epistemológica exibe e
põe em discussão os efeitos da forma-
sujeito.‖

                     (Pêcheux, 1975, p.190)
Então,    para  Pêcheux     o   ―efeito   de
desidentificação se realiza paradoxalmente
por um processo subjetivo de apropriação
dos conceitos científicos e de identificação
com as organizações políticas de ―tipo novo‖‖

                      (Pêcheux, 1975, p.217)
―[...] é na forma-sujeito do discurso, na qual
coexistem, indissociavelmente, interpelação,
identificação e produção de sentido, que se
realiza o non-sens da produção do sujeito
como causa de si sob a forma da evidência
primeira, isto é, de que ―eu sou realmente
eu‖‖
                         (Pêcheux, 1975, p.266)
Segundo        ele   o      movimento     de
desidentificação      ―[...]    se     efetua,
paradoxalmente, no sujeito, por um processo
subjetivo de apropriação dos conceitos
científicos   (...) processo    no   qual    a
interpelação ideológica continua a funcionar,
mas, por assim dizer, contra si mesma‖.
                       (Pêcheux, 1975, p.270)
―Então,     o    próprio    movimento       de
desidentificação já supõe a determinação do
sujeito por outra FD que o domina, na qual
continuam a ressoar os saberes anteriores,
ainda que pelo viés do esquecimento, do
recalque.‖
                      (Grigoletto, 2005, p.65)
―Se há ruptura da FD, não há também ruptura
     da forma-sujeito? E ruptura significa
    apagamento de determinados saberes?‖
―O sujeito do Iluminismo estava baseado
numa concepção da pessoa humana como
um indivíduo totalmente centrado, unificado,
dotado das capacidades da razão, de
consciência e de ação...‖
                                 (Hall, p.10)
De acordo com essa visão a identidade é
formada na interação entre o eu e a
sociedade, através de pessoas que mediavam
os valores.
―A identidade torna-se uma celebração
móvel:     formada        e     transformada
continuamente em relação às formas pelas
quais somos representados e interpelados
nos sistemas culturais que nos rodeiam.‖
                                   (Hall, p.13)
1.   Podemos falar de uma forma-sujeito-de-
     mercado, ou seria mais adequado falarmos
     de uma forma-sujeito-fluido?
2.   A fluidez, ou liquidez, segundo Bauman,
     origina-se no mercado ou este a herda da
     sociedade?
   BAUMAN, Zygmund. Vida líquida / Zygmund Bauman; tradução
    Carlos AlbertoMedeiros. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
   FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 7ª ed. RJ: Forense
    Universitária, 2009.
   GRIGOLETTO, Evandra. A noção de sujeito em Pêcheux: uma
    reflexão acerca do movimento de desidentificação. Estudos da
    Língua(gem), nº 1, junho/2005.
    HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução
    Tomás Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. 6. ed. Rio de
    Janeiro: DP&A, 2001.
   O Materialismo Histórico em 14 Lições — L. A.Tckeskiss
   PÊCHEUX, Michel. Análise de Discurso: Michel Pêcheux Textos
    selecionados: Eni P. Orlandi – 2ª Ed. Campinas, SP: Pontes
    Editores, 2011.
   SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-moderno. Ed. Brasiliense,
    1987

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Análise do discurso sobre sujeito, história e materialismo histórico

  • 1. Trabalho apresentado por Ewerton Rezer Gindri à disciplina de Seminário Avançado em Análise de Discurso, do programa de Mestrado em Linguística, da UNEMAT, sob orientação da Profa. Dra. Olímpia Maluf
  • 2.
  • 3. SUJEITO  Resultado da relação com a linguagem e a história, o sujeito do discurso não é totalmente livre, nem totalmente determinado por mecanismos exteriores. O sujeito é constituído a partir de relação com o outro, nunca sendo fonte única do sentido, tampouco elemento onde se origina o discurso. Como diz Leandro Ferreira (2000) ele estabelece uma relação ativa no interior de uma dada FD; assim como é determinado ele também a afeta e determina em sua prática discursiva. Assim, a incompletude é uma propriedade do sujeito e a afirmação de sua identidade resultará da constante necessidade de completude.
  • 4. FORMA-SUJEITO  É a forma pela qual o sujeito do discurso se identifica com a formação discursiva que o constitui. Esta identificação baseia-se no fato de que os elementos do interdiscurso, ao serem retomados pelo sujeito do discurso, acabam por determiná-lo. Também chamado de sujeito do saber, sujeito universal ou sujeito histórico de uma determinada formação discursiva, a forma- sujeito é responsável pela ilusão de unidade do sujeito.
  • 5. POSIÇÃO-SUJEITO  Resultado da relação que se estabelece entre o sujeito do discurso e a forma-sujeito de uma dada formação discursiva. Uma posição-sujeito não é uma realidade física, mas um objeto imaginário, representando no processo discursivo os lugares ocupados pelos sujeitos na estrutura de uma formação social. Deste modo, não há um sujeito único, mas diversas posições- sujeito, as quais estão relacionadas com determinadas formações discursivas e ideológicas.
  • 6. História  Produção de sentidos que se define por sua relação com a linguagem. A história organiza-se a partir das relações com o poder e está ligada não à cronologia, mas às práticas sociais. Para a AD, todo o fato ou acontecimento histórico significa, precisa ser interpretado, e é pelo discurso que a história deixa de ser apenas evolução.
  • 7. Historicidade  Modo como a história se inscreve no discurso, sendo a historicidade entendida como a relação constitutiva entre linguagem e história. Para o analista do discurso, não interessa o rastreamento de dados históricos em um texto, mas a compreensão de como os sentidos são produzidos. A esse trabalho dos sentidos no texto e à inscrição da história na linguagem é que se dá o nome de historicidade.
  • 8. ―De modo que poderíamos caracterizar a AD como a tentativa de aproximar, por meio de procedimentos algorítmicos, alguma coisa que faça funcionar a inteligência de um historiador de arquivo [...] O historiador [...] não tem contato, geralmente, com informações puramente factuais, [...] mas sim com enunciados no mínimo parcialmente opacos ou ambíguos...‖ (Pêcheux & Léon)
  • 9. ―Cada época social tem sua concepção da vida que surge da ciência e da filosofia dominantes em dada sociedade e que representam os interesses e pontos de vista das classes dominantes. Assim, a concepção da vida na antiguidade era diferente do que na época da escravidão; a concepção burguesa é diversa da feudal e do mesmo modo a concepção proletária já se distingue radicalmente da burguesa.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 10. ―À pergunta: qual é o objeto do materialismo histórico, devemos responder que o materialismo histórico estuda os fenômenos sociais e a história. À segunda pergunta: como ele as estuda, a resposta é: do ponto de vista marxista. O materialismo, que antes era somente uma escola filosófica, torna-se, além disso, uma filosofia da história.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 11. ―De fato, cada fenômeno social tem de estar ligado aos esforços que forjam a sociedade, isto é, aos homens e os fenômenos sociais devem, portanto ser o resultado da atividade humana, que, como tal está relacionado com a consciência humana. O fenômeno torna-se então psicológico.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 12.
  • 13. ―Desde que tratamos de atos humanos, há de haver neles sempre algum sentido social.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 14. ―Mas cada fenômeno social pode ter também, em certos casos um sentido histórico.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 15.
  • 16. ―Assim, desde que um fenômeno social exerce grande influência sobre o agrupamento de outros fenômenos sociais, provoca novos fenômenos que trazem certa modificação à vida social, e torna-se deste modo, ao mesmo tempo, um acontecimento histórico.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 17. ―Além dos fenômenos individuais com sentido social e histórico, existem igualmente fenômenos sociais de caráter coletivo, que também constituem acontecimentos históricos.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 18.
  • 19. ―...a história, tal como era escrita antes e ainda como está sendo escrita até agora, pode ser objeto de investigação científica?‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 20. 1. História baseada em lendas e contos populares; 2. História transformada em biografias de grandes personalidades. Não servem para a ciência.
  • 21. ―O homem supõe que a revelação de sua própria vontade é um ato livre, que não está sujeito a lei alguma, e isso ocasiona grande dificuldade ao estudo científico do fenômeno.‖ ―Os fenômenos sociais, conquanto desarticulados, não deixam de ser fenômenos complexos, ligados a muitos momentos estranhos...‖
  • 22. ―Digamos, para resumir, que a história, em sua forma tradicional, se dispunha a ―memorizar‖ os monumentos do passado, transformá-los em documentos e fazer falarem estes rastros que, por si mesmos, raramente são verbais, ou que dizem em silêncio coisa diversa do que dizem; em nossos dias, a história é o que transforma os documentos em monumentos e que desdobra, onde se decifravam rastros deixados pelos homens, onde se tentava reconhecer em profundidade o que tinham sido, uma massa de elementos que devem ser isolados, agrupados, tornados pertinentes, inter-relacionados, organizados em conjuntos.‖
  • 23. ―Havia um tempo em que a arqueologia, como disciplina dos monumentos mudos, dos rastros inertes, dos objetos sem contexto e das coisas deixadas pelo passado, se voltava para a história e só tomava sentido pelo restabelecimento de um discurso histórico; poderíamos dizer, jogando um pouco com as palavras, que a história, em nossos dias, se volta para a arqueologia – para a descrição intrínseca do monumento.‖ (Foucault, 2009, p.8)
  • 24. 1. A multiplicação das rupturas na história das ideias; 2. A noção de descontinuidade toma um lugar importante nas disciplinas históricas; 3. O tema e a possibilidade de uma história global começam a se apagar; 4. A história nova encontra um certo número de problemas metodológicos. 1. Constituição de um corpus coerente; 2. A definição do nível de análise e elementos; 3. Especificação de um método de análise; 4. Delimitação dos conjuntos e dos subconjuntos que articulam o material estudado.
  • 25. ―A atividade de cada indivíduo está sempre ligada a de outros e a toda a sociedade. E esta atividade é que forma a vida social.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 26. Onde está a causa das mudanças e transformações sociais?  Como se pode e se deve modificar a sociedade? Respostas: 1. Voltar ao estado primitivo; 2. Pela educação.
  • 27. ―Investigando a ideia absoluta e sua evolução, descobriu Hegel, que ao analisarmos bem um conceito notamos que este conceito guarda em si o princípio de sua negação – sua contradição –, e assim esse conceito se desenvolve passando ao seu oposto. [...] A grande tarefa, de fazer penetrar no materialismo, o espírito dialético de Hegel e estendê-lo também à história da humanidade e à vida social, somente a puderam realizar Marx e Engels.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 28. Tomando-se por base o conceito de Franklin de que ―o homem é um ser que faz e usa instrumentos‖, Tckeskiss afirma que: ―A totalidade dos instrumentos que o homem cria no processo de sua adaptação à natureza é chamada técnica. A técnica pode também ser chamada de meio artificial. O homem se adapta ao meio natural criando um meio artificial. No meio artificial está corporificada a matéria da vida social.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 29. De onde surgem as novas necessidades e qualidades, qual a causa? ―A causa, por conseguinte, só pode ser encontrada no meio artificial, que cresce vertiginosamente. A causa do desenvolvimento humano, deve pois, estar na adaptação do homem ao meio natural, na atividade indireta do homem que é o trabalho, na criação de instrumentos que é a técnica, no meio artificial que cresce e se expande sem limites.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 30. ―... a técnica se desenvolve pela divisão do trabalho e paralelamente ao desenvolvimento da ciência. Porém, esses dois momentos, quer a divisão do trabalho, quer a ciência, somente podem existir e se desenvolver na sociedade; por sua vez uma vida social sem o desenvolvimento da técnica é impossível. [...] Na base da técnica, nascem certas relações de produção, que por sua vez provocam várias, multiformes e complexas relações sociais.‖ (L. A. Tckeskiss)
  • 31.
  • 32.
  • 33. ―Eu me proponho a refletir a respeito da forma pela qual o ―socialismo existente‖ inscreve sua relação na história do desenvolvimento do capitalismo.‖ (Pêcheux, 2011, p.107)
  • 34. ―Uma série de divisões nas formas político- jurídicas [...] e nas formas ideológicas da submissão dos indivíduos, corresponde a essa divisão estrutural no interior da história da FPC – entre um percurso de desenvolvimento por meio da luta contra o absolutismo autoritário e um percurso de um desenvolvimento por meio da fusão com esse absolutismo.‖ (Pêcheux, 2011, p.108)
  • 35. ―O ―socialismo existente‖ não é independente de um mundo simétrico do capitalismo, mas, sim, é uma sequência de incrustações, que surgiram uma após a outra no interior de seu desenvolvimento geral.‖ (Pêcheux, 2011, p.111)
  • 36. ―Pós-modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950, quando, por convenção, se encerra o modernismo (1900-1950). Ele nasce com a arquitetura e a computação nos anos 50. Toma corpo com a arte Pop nos anos 60. Cresce ao entrar pela filosofia, durante os anos 70, como crítica da cultura ocidental. E amadurece hoje, alastrando-se na moda, no cinema, na música e no cotidiano programado pela tecnociência (ciência + tecnologia invadindo o cotidiano com desde alimentos processados até microcomputadores), sem que ninguém saiba se é decadência ou renascimento cultural.‖ (O que é pós-moderno, Jair Ferreira dos Santos, Ed. Brasiliense, 1987)
  • 37.
  • 38. ―A vida líquida e a modernidade líquida estão intimamente ligadas.‖  ―A vida líquida é uma forma de vida que tende a ser levada adiante numa sociedade líquido-moderna.‖  ―Líquido-moderna é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir.‖  ―A liquidez da vida e a da sociedade se alimentam e se revigoram mutuamente.‖
  • 39. ―Partindo do pressuposto de que toda prática discursiva está inscrita no complexo contraditório-desigual-sobredeterminado das formações discursivas que caracteriza a instância ideológica em condições históricas dadas (Pêcheux, 1975, p.213) [...] Pêcheux relaciona a forma-sujeito com o sujeito do saber de uma determinada Formação Discursiva.‖ (Grigoletto, 2005, p.62)
  • 40. ―A história da produção dos conhecimentos não está acima ou separada da história da luta de classes [...] por isso, segundo Pêcheux, toda ruptura epistemológica exibe e põe em discussão os efeitos da forma- sujeito.‖ (Pêcheux, 1975, p.190)
  • 41. Então, para Pêcheux o ―efeito de desidentificação se realiza paradoxalmente por um processo subjetivo de apropriação dos conceitos científicos e de identificação com as organizações políticas de ―tipo novo‖‖ (Pêcheux, 1975, p.217)
  • 42. ―[...] é na forma-sujeito do discurso, na qual coexistem, indissociavelmente, interpelação, identificação e produção de sentido, que se realiza o non-sens da produção do sujeito como causa de si sob a forma da evidência primeira, isto é, de que ―eu sou realmente eu‖‖ (Pêcheux, 1975, p.266)
  • 43. Segundo ele o movimento de desidentificação ―[...] se efetua, paradoxalmente, no sujeito, por um processo subjetivo de apropriação dos conceitos científicos (...) processo no qual a interpelação ideológica continua a funcionar, mas, por assim dizer, contra si mesma‖. (Pêcheux, 1975, p.270)
  • 44. ―Então, o próprio movimento de desidentificação já supõe a determinação do sujeito por outra FD que o domina, na qual continuam a ressoar os saberes anteriores, ainda que pelo viés do esquecimento, do recalque.‖ (Grigoletto, 2005, p.65)
  • 45. ―Se há ruptura da FD, não há também ruptura da forma-sujeito? E ruptura significa apagamento de determinados saberes?‖
  • 46.
  • 47. ―O sujeito do Iluminismo estava baseado numa concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades da razão, de consciência e de ação...‖ (Hall, p.10)
  • 48. De acordo com essa visão a identidade é formada na interação entre o eu e a sociedade, através de pessoas que mediavam os valores.
  • 49. ―A identidade torna-se uma celebração móvel: formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados e interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam.‖ (Hall, p.13)
  • 50. 1. Podemos falar de uma forma-sujeito-de- mercado, ou seria mais adequado falarmos de uma forma-sujeito-fluido? 2. A fluidez, ou liquidez, segundo Bauman, origina-se no mercado ou este a herda da sociedade?
  • 51. BAUMAN, Zygmund. Vida líquida / Zygmund Bauman; tradução Carlos AlbertoMedeiros. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.  FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 7ª ed. RJ: Forense Universitária, 2009.  GRIGOLETTO, Evandra. A noção de sujeito em Pêcheux: uma reflexão acerca do movimento de desidentificação. Estudos da Língua(gem), nº 1, junho/2005.  HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomás Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. 6. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.  O Materialismo Histórico em 14 Lições — L. A.Tckeskiss  PÊCHEUX, Michel. Análise de Discurso: Michel Pêcheux Textos selecionados: Eni P. Orlandi – 2ª Ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2011.  SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-moderno. Ed. Brasiliense, 1987