SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 40
Baixar para ler offline
Transplante de Medula Óssea
em Doenças Falciformes
Belinda P. Simões
Faculdade de Medicina Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo
Transplante alogênico de MO
• Utilizado no tratamento especialmente de doenças
neoplásicas hematológicas como as leucemias e
linfomas
• Utilizado também em doenças não neoplásicas
hematológicas como as falências de medula óssea
Transplante de Medula Óssea
• Resgate da hematopoese com Células Tronco
Hematopoéticas normais
• Dose máxima tolerada de radioterapia e
quimioterapia para eliminação de doença neoplasica
Restituir tecido hematopoético
Falências medulares
Hematopoese Ineficaz
Quimioterapia em doses letais
Doenças neoplásicas
Transplante Alogênico de MO
MEDULA ÓSSEA,
SANGUE PERIFÉRICO MOBILIZADO
OU CORDÃO UMBILICAL
DOADOR*
QUIMIOTERAPIA IRRADIAÇÃO METHOTREXATE
CICLOSPORINA A
PACIENTE
*Doador familiar: irmãos
*Doador não familiar: doadores voluntários
Transplante de Medula Óssea
Quimioterapia
Fase de aplasia (imunossupressão)
Recuperação da MO
Tolerância Imunológica
Infusão da MO
Imunologia do TMO
Doença do Enxerto versus Hospedeiro aguda
Fase 3
TGI
Condicionamento
permeabilidade
TNFaIL-12
Linf T doador
Célula Hospedeiro
MHC
Linf T doador
ativado
LPS
Circulacao
TNFa
Macrófago
Expansão Linfócitos
T doador
TGI FígadoPele
Fase 1
Fase 2
IL-1, TNFa, NO
Imunologia do TMO
Trato
Gastrointestinal
Intestinal
Fígado
Pele
MO (Leucemia)
Expansão dos linfócitos T do doador
Efeito enxerto vs. tumor
As hemoglobinas humanas
• As hemoglobinas normais humanas
são constituídas por um conjunto de
4 cadeias de globina
– 2 a e 2 b = Hb A
– 2 a e 2 d = Hb A2
– 2 a e 2 g = HbF
• Nas doenças falciformes a cadeia beta
da globina tem uma mutação de ponto
levando à troca de um aminoácido
(beta S ou hemoglobina S).
Doença Falciforme no Brasil
 Doença hereditária monogênica mais comum do Brasil
ocorrendo, predominantemente, entre afro-
descendentes.
 Traço falciforme 4 % da população geral brasileira e 6% a 10%
dos afro-descendentes
 Calcula-se por ano no país cerca de 3.500 nascidos vivos com
Doença Falciforme e 200.000 Portadores de Traço
 Estima-se que existam 20 a 30 mil brasileiros portadores da
doença falciforme (DF)
 Problema de saúde pública no Brasil
Documento Dr. Rodolfo Cancado
As Hemoglobinopatias
Hemoglobinopatia No. de nascimentos/ano
Anemia Falciforme (SS) 217.331
Hemoglobinopatia SC 54.736
S b talassemia 11.074
b talassemia maior 22.989
HbE b talassemia 19.128
Doenca por HbH 9.568
Hidropsia fetal (Hb Barts) 5.183
Weatherhall DJ Blood 2010
Modell B, Darlison M. Bull World Health Organ. 2008
Nascimentos anuais de crianças com hemoglobinopatias no mundo
As Hemoglobinopatias
Hemoglobinopatia No. de nascimentos/ano
Anemia Falciforme (SS) 217.331
Hemoglobinopatia SC 54.736
S b talassemia 11.074
b talassemia maior 22.989
HbE b talassemia 19.128
Doenca por HbH 9.568
Hidropsia fetal (Hb Barts) 5.183
Weatherhall DJ Blood 2010
Modell B, Darlison M. Bull World Health Organ. 2008
Nascimentos anuais de crianças com hemoglobinopatias no mundo
Gene S no Brasil
Vaso-occlusão – falcização
Hemólise Intravascular
Steinberg MH. Trends Pharmacol Sci. 2006;27:204-10 ; Kato GJ, Gladwin MT, Steinberg MH. Blood Reviews 2007; 21:37-47
Fisiopatologia
Manifestações Clínicas
 Complicações Neurológicas
 Acidente Vascular Cerebral Isquemico
 Acidente Vascular Cerebral hemorrágico
 Aneurismas
 Síndrome Moyamoya
 Infarto cerebral silencioso
 Isquemia cerebral transitória
 Velocidade elevada no Doppler transcraniano
 Crises epiléticas
 Complicações oftalmológicas
 Glaucoma
 Retionpatia proliferative
 Hemorragia vítreo
 Descolamento de retina
 Complicações Cardíacas
 Cardiomegalia
 Cardiomiopatia
 Insuficiencia cardiaca congestive
 Prolapso de válvula mitral
 Hipertensao arterial
 Complicações esplenicas
 Infarto esplenico agudo
 Asplenia funcional
 Hiperesplenismo
 Sequestro esplenico aguda
 Complicações Pulmonares
 Síndrome toráciaca aguda
 Hipertensao pulmonary
 Complicações hepatobiliares
 Colecistite
 Colelitíase
 Sequestro hepático
 Colestase intrahepática
 Hepatite viral
 Complicações renais e genito-urinárias
 Insuficiencia renal aguda
 Insuficiencia renal cronica
 Hematúria
 Priapismo
 Síndrome Nefrótica/proteinúria
 Pielonefrite
 Complicações Musculoesqueléticas/pele
 Necrose avascular
 Dactilite
 Ulceras de pernas
 Miosite/mionecrose/fasceite
 Osteomielite
 Osteopenia/osteoporose
 Distúrbios de
crescimento/desenvolvimento
 Retardo crescimento
Ballas et al, 2010
A hidroxiurea
Schechter A N Blood 2008;112:3927-3938
Anemia falciforme e TMO?
Sobrevida em Anemia Falciforme
• Racional
– Sobrevida encurtada em
relação a afrodescendetes
sem DF nos EUA em 25 a 30
anos.
– Primeiro caso em paciente
com Leucemia Mielóide
Aguda e anemia falciforme e
que ficou curado de ambas
as doenças!
Platt O, NEJM 1994
Idade Frequencia Taxa
Internação
Óbitos por 100.000 hab
An
Falciforme
Negros sem
AF
Até 9 anos 36% 225 30
10 a 39 anos 52% 600 2000 236
40 a 60 anos 10% 1000 3500 726
> 60 anos 1% (11%**) 1800 7781 4363
* Taxa internações / 1000 habitantes
** Negros sem AF
Mortalidade por AF
Shankar SM, 2005 Am J Hematology
TMO em Anemia Falciforme
– N= 50
– Grupo I – 36 pacientes
• AVC, STA, CVO
• Idade med 8,6 anos (1,7 a 23 a)
– Grupo II – 14 pacientes
• Pacientes que retornariam para
seu pais de origem sem condições
de tratamento adequado
• Idade med 2 anos (0,9 a 15 anos)
– Falha enxertia ou rejeição
• 25% grupo I
• 7% grupo II Grupo II
Nenhum óbito
Grupo I
2 óbitos
100%
93%
88%
80%
76%
Vermylen C, 1998 BMT
TMO em Anemia Falciforme
– N = 50 (48 SS)
– Idade med 9,9 (3,3 a 15,9)
– Indicações
• AVC
• STA
• CVO
– Evolução
• 3 óbitos
– 1 AVC
– 2 GVHD
– Quimerismo
• 5 casos rejeição e recaída
Walters M, 2000 Blood
TMO em Anemia Falciforme
Walters MC et al. Bone Marrow Transplantion 2010
TMO em DF: França
• N= 144 pacientes
– 84M; 60F
• Mediana de Idade: 9 anos
• Indicações
– Vasculopatia cerebral (89)
– CVO frequentes (41)
– Osteonecrose (7)
– Aloimunização (4)
– Hipertensão Pulmonar (1)
– Leucemia (2)
• Fonte CTH
– MO (121)
– CB (21)
– CTHP (1)
– MO+CB (1)
Mediana Tempo Seguimento
3.1 anos (0.2-15.5)
F. Bernaudin et al, EBMT 2011 #396
Condicionamento: BuCy ATG
TMO em DF: França
• Resultados
– Pega MO: 142/144 (2 cordões)
• 1 rejeição após 3 anos
– DECH aguda
• > II em 23%
• > III em 4,9%
– DECH crônica
• 9,7% (4 casos extensos)
• Óbitos N=6 (4,1%)
– 4 relacionados à DECH, 1 AVCh, 1 sepsis em aplasia
TMO em DF: França
F. Bernaudin et al, EBMT 2011 #396
Aos 5 anos a sobrevida global é de 95%
sobrevida livre de eventos 92,2%
Incluído ATG
TMO em DF: França
F. Bernaudin et al, EBMT 2011 #396
Problemas antes do TMO….
• Pacientes politransfundidos
– Sensibilizados Ag HLA
– Sobrecarga de ferro
• Pacientes com co-morbidades
– AVC
– Disfunção Pulmonar
– Disfunção Hepática
• Hepatite
• Fibrose
• Fatores preditivos de evolução desfavorável
– Não há critérios globalmente aceitos até o momento
• Nem todos efeitos danosos são facilmente mensuráveis
– Alterações de cognição
Problemas depois do TMO….
• Toxicidade aguda da quimioterapia
– Pulmonar
– renal
• Período de imunossupressão
– Infecções
• Período para aquisição da tolerância
– Doença do Enxerto versus hospedeiro
• Toxicidade Crônica da quimioterapia
– Esterilidade
– Neoplasias secundárias
TMO não mieloablativo
• N=10
– Mediana idade 26 a (16 a 45)
– Mediana seguimento 30 meses
– Perda enxerto 1/10
HsiehH MM et al. NEJM dec 2009
TMO com CTH de cordão
Cordão Relacionado
Locatelli F et al, Blood 2003
N=44 pacientes
11 doenças falciformes
Mediana Idade 5 anos
Mediana Seguimento 24 meses
Perda do Enxerto
1 paciente com DF
7 pacientes com Talassemia
SLE: 79% Talassemia
90% Doenças Falciformes
TMO em Hemoglobinopatias
Talassemia Doenças Falciformes
No Brasil 485 casos 20 a 30.000 casos
Resultados TMO
Sobrevida Global
Sobr livre de Doença
Mortalidade TMO
DECH agudo e crônico
66% (grau I a III)*
68% (graus I a III)**
12 a 37% (grau III)
4 a 31%
94%
85%
4 a 7%
10 a 22%
* Classe I – 93% **Classe II – 83%
Indicações TMO
Protocolo Brasileiro
Órgão Algum dos achados abaixo
Idade Qualquer Idade
Crises Vasoclusivas a. Duas STA nos 2 anos antes de entrar no estudo
b. > 3episódios de dor intensa/ano nos 2 anos antes de entrar no estudo
SNC a. Evento neurológico significativo (AVC ou déficit neurológico> 24hs)
b. Achado neurológico
c. DTC > 200 cm/seg (2x)
Dano orgânico a. Pneumopatia falciforme graus I ou II
b. Hipertensão Pulmonar
c. TFG 30 a 50% do esperado
d. Osteonecrose de múltiplas articulações
e. Retinopatia proliferativa
Aloimunização > 2 anticorpos em esquema transfusão crônica
Hidroxiurea Redução < 50% das crises álgicas com HU ou intolerância à HU
TMO em DF no Brasil
• N=16 pacientes
– 17 transplantes
• Idade mediana 15,5 anos (7 a 39 anos)
– Idade mediana casos Ribeirão Preto : 20 anos
• Tempo seguimento mediana 23 meses (25 dias a 12 anos)
• Indicações Principais
– AVC
– Priapismo
– Crises Vasoclusivas
– Alosensibilização
– DTC alterado
• Condicionamento
– Fludarabina e Bussulfan 12 mg/kg (Ribeirão Preto)
– Fludarabina e Ciclofosfamida (2 casos)
– Bussulfan e Ciclofosfamida
TMO em DF no Brasil
Centro Idade Indicação Condicionamento
1 HCUFMG 14 AVC + Moya-Moya BuCy + ATG
2 HCUFMG 33 Doença de Hodgkin BU+FLU+CY
3 HC-UFPR 7 AVC prévio Bu14Cy+ATG
4 HC-UFPR 11 AVC prévio BU14+Cy+ ATG
5 HC-UFPR 10 4 AVCs prévios BU12Cy+ATG
6 HIAE 7 Crises Vasoclusivas Repetição BUCY+/ ATG
7 UNICAMP 24 Crises Vasoclusivas Repetição FluBu+ATG +2G TBI
8 HC-FMRP 16 Síndromes Torácicas Agudas Repetição BuCY + ATG
9 HC-FMRP 39 Priapismo recorrente FluCy + ATG
10 HC-FMRP 13 AVC + MoyaMoya FluCy+ATG
11 HC-FMRP 27 Priapismo recorrente FluBu12+ATG
12 HC-FMRP 15 AVC FluBu12+ATG
13 HC-FMRP 34 Crises Vasoclusivas FluBu12+ATG
14 HC-FMRP 9 TCD alterado + alosensibilização Bu14Cy+ATG
15 HC-FMRP 20 Crises Vasoclusivas Repetição FluBu12+ATG
16 HC-FMRP 27 Crises Vasoclusivas repetição FluBu12+ATG
TMO em DF no Brasil
Centro Idade Indicação Vivo? Tempo Sobrevida
1 HCUFMG 14 AVC + Moya-Moya Sim 2283 (6,3 anos)
2 HCUFMG 33 Doença de Hodgkin Não 43
3 HC-UFPR 7 AVC prévio Sim 4450 (12,2 anos)
4 HC-UFPR 11 AVC prévio Sim 749 (2,05 anos)
5 HC-UFPR 10 4 AVCs prévios Não 84
6 HIAE 7 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 303
7 UNICAMP 24 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 176
8 HC-FMRP 16 Síndromes Torácicas Agudas Repetição Sim 3115 (8,5 anos)
9 HC-FMRP 39 Priapismo recorrente Sim 2270 (6,2 anos)
10 HC-FMRP 13 AVC + MoyaMoya Não 1414 (3,9 anos)
11 HC-FMRP 27 Priapismo recorrente Sim 1093 (2,9 anos)
12 HC-FMRP 15 AVC Sim 632 (1 ano 8 meses)
13 HC-FMRP 34 Crises Vasoclusivas Sim 520 (1 ano 5 meses)
14 HC-FMRP 9 TCD alterado + alosensibilização Sim 305
15 HC-FMRP 20 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 294
16 HC-FMRP 27 Crises Vasoclusivas repetição Sim 25
TMO em DF no Brasil
Centro Idade Indicação Vivo? Tempo Sobrevida
1 HCUFMG 14 AVC + Moya-Moya Sim 2283 (6,3 anos)
2 HCUFMG 33 Doença de Hodgkin Não 43
3 HC-UFPR 7 AVC prévio Sim 4450 (12,2 anos)
4 HC-UFPR 11 AVC prévio Sim 749 (2,05 anos)
5 HC-UFPR 10 4 AVCs prévios Não 84
6 HIAE 7 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 303
7 UNICAMP 24 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 176
8 HC-FMRP 16 Síndromes Torácicas Agudas Repetição Sim 3115 (8,5 anos)
9 HC-FMRP 39 Priapismo recorrente Sim 2270 (6,2 anos)
10 HC-FMRP 13 AVC + MoyaMoya Não 1414 (3,9 anos)
11 HC-FMRP 27 Priapismo recorrente Sim 1093 (2,9 anos)
12 HC-FMRP 15 AVC Sim 632 (1 ano 8 meses)
13 HC-FMRP 34 Crises Vasoclusivas Sim 520 (1 ano 5 meses)
14 HC-FMRP 9 TCD alterado + alosensibilização Sim 305
15 HC-FMRP 20 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 294
16 HC-FMRP 27 Crises Vasoclusivas repetição Sim 25
MoyaMoya
Doenças Falciformes no Brasil
• As doenças falciformes comprometem a sobrevida e qualidade de vida dos
pacientes
• O TMO para DF é capaz de curar a doença
• Dados da literatura mostram resultados excelentes!
• Existem indicações precisas que devem ser consideradas.
– Não podemos impedir o acesso a um procedimento curativo
• Precisamos continuar avançando para melhorar a qualidade de vida dos
nossos pacientes!
– Diagnóstico precoce acessível a todos
– Seguimento em clínicas especializadas
– Acesso Hidroxiurea universal
– Incluir TMO como tratamento aos casos que necessitem
• O transplante deve ser realizado antes que ocorram lesões
orgânicas irreversíveis
Agradecimentos
• HC-UFPR
– Carmen Bonfim
• HC-UFMG
– Gustavo Teixeira
• HC-Unicamp
– Francisco Aranha
• HIAE
– Juliana F Fernandes
• HC-FMRP
– George N. Barros
– Fabiano Pieroni
– Luis Guilherme Darrigo
– Ana Beatriz Stracieri
– Daniela Moraes
– Carolina de Oliveira
– Juliana Bernardes Elias
– Julio Voltarelli
– Hemocentro FMRP
– Ana Cristina Silva
– Ivan Angulo
Agradecimentos
• Aos pacientes que confiaram em nós!
“Se eu morresse amanhã, já teria válido a pena! Nunca
soube o que era viver sem dor!...”
SP, 34 anos quando fez um ano de TMO.
Atualmente 2 anos pós TMO bem, sem imunossupressão
Proferindo a palestra: uma vida sem anemia
falciforme em simpósio da AAFESP –Associação
de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo
Novembro 2011

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Trabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolíticoTrabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolíticoTeresa Oliveira
 
Anemia falciforme ajmf
Anemia falciforme   ajmfAnemia falciforme   ajmf
Anemia falciforme ajmfphilhote
 
Interpretacao leucograma
Interpretacao leucogramaInterpretacao leucograma
Interpretacao leucogramaReginaReiniger
 
Anemia hemolitica
Anemia hemoliticaAnemia hemolitica
Anemia hemoliticadapab
 
Hemácias Revisão Completa
Hemácias Revisão CompletaHemácias Revisão Completa
Hemácias Revisão CompletaMalena do Carmo
 
Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica pauloalambert
 
Anemia Megaloblástica
Anemia MegaloblásticaAnemia Megaloblástica
Anemia MegaloblásticaAmanda Amate
 
Distúrbios hematológicos
Distúrbios hematológicosDistúrbios hematológicos
Distúrbios hematológicosJulai1991
 
Imunohematologia e-sistema-abo-731041
Imunohematologia e-sistema-abo-731041Imunohematologia e-sistema-abo-731041
Imunohematologia e-sistema-abo-731041Jhon Almeida
 
Sangue (histologia)
Sangue (histologia)Sangue (histologia)
Sangue (histologia)emanuel
 
As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica dapab
 
Doenca falciforme
Doenca falciformeDoenca falciforme
Doenca falciformedapab
 
Seminário Proteinograma
Seminário ProteinogramaSeminário Proteinograma
Seminário ProteinogramaGlenia Berlanda
 
Histo II - Tec. Sanguíneo e Hematopoese
Histo II - Tec. Sanguíneo e HematopoeseHisto II - Tec. Sanguíneo e Hematopoese
Histo II - Tec. Sanguíneo e HematopoesePedro Guarnier
 

Mais procurados (20)

Trabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolíticoTrabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
 
Anemia falciforme ajmf
Anemia falciforme   ajmfAnemia falciforme   ajmf
Anemia falciforme ajmf
 
Interpretacao leucograma
Interpretacao leucogramaInterpretacao leucograma
Interpretacao leucograma
 
Beta talassemia
Beta talassemiaBeta talassemia
Beta talassemia
 
Anemia 20
Anemia 20Anemia 20
Anemia 20
 
Anemia hemolitica
Anemia hemoliticaAnemia hemolitica
Anemia hemolitica
 
Hemácias Revisão Completa
Hemácias Revisão CompletaHemácias Revisão Completa
Hemácias Revisão Completa
 
Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica
 
Caderno - Anemias
Caderno - AnemiasCaderno - Anemias
Caderno - Anemias
 
Aula 4 - B
Aula 4 - BAula 4 - B
Aula 4 - B
 
Anemia Megaloblástica
Anemia MegaloblásticaAnemia Megaloblástica
Anemia Megaloblástica
 
Distúrbios hematológicos
Distúrbios hematológicosDistúrbios hematológicos
Distúrbios hematológicos
 
Imunohematologia e-sistema-abo-731041
Imunohematologia e-sistema-abo-731041Imunohematologia e-sistema-abo-731041
Imunohematologia e-sistema-abo-731041
 
Drepanocitose
DrepanocitoseDrepanocitose
Drepanocitose
 
Sangue (histologia)
Sangue (histologia)Sangue (histologia)
Sangue (histologia)
 
As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica
 
Doenca falciforme
Doenca falciformeDoenca falciforme
Doenca falciforme
 
Trabalho anemia
Trabalho anemiaTrabalho anemia
Trabalho anemia
 
Seminário Proteinograma
Seminário ProteinogramaSeminário Proteinograma
Seminário Proteinograma
 
Histo II - Tec. Sanguíneo e Hematopoese
Histo II - Tec. Sanguíneo e HematopoeseHisto II - Tec. Sanguíneo e Hematopoese
Histo II - Tec. Sanguíneo e Hematopoese
 

Semelhante a Anemia falciforme

Manejo do sangramento
Manejo do sangramento  Manejo do sangramento
Manejo do sangramento Anestesiador
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)blogped1
 
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...casadurvalpaiva
 
Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...
Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...
Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...casadurvalpaiva
 
Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarTromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarFlávia Salame
 
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICAAnemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICAFabio Vidal
 
Neoplasias em Transplante Renal: uma atualização
Neoplasias em Transplante Renal: uma atualizaçãoNeoplasias em Transplante Renal: uma atualização
Neoplasias em Transplante Renal: uma atualizaçãoJoseAlbertoPedroso1
 
Caso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre ReumáticaCaso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre Reumáticaresenfe2013
 
11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...
11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...
11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...ErikaCosta98
 
Plasmacitopatias
PlasmacitopatiasPlasmacitopatias
Plasmacitopatiasvfunke
 

Semelhante a Anemia falciforme (20)

Lacm Bia e Maurício
Lacm Bia e MaurícioLacm Bia e Maurício
Lacm Bia e Maurício
 
Trombose de seio
Trombose de seioTrombose de seio
Trombose de seio
 
Manejo do sangramento
Manejo do sangramento  Manejo do sangramento
Manejo do sangramento
 
Cura da anemia falciforme
Cura da anemia falciformeCura da anemia falciforme
Cura da anemia falciforme
 
Síndrome de Digeorge - Liga de Pediatria UNICID
Síndrome de Digeorge - Liga de Pediatria UNICIDSíndrome de Digeorge - Liga de Pediatria UNICID
Síndrome de Digeorge - Liga de Pediatria UNICID
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
 
Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)
 Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)  Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)
Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)
 
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
 
Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...
Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...
Cuidados Odontológicos com Pacientes com Doença Hematológica e Infartos Frequ...
 
Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarTromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo Pulmonar
 
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICAAnemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
 
Neoplasias em Transplante Renal: uma atualização
Neoplasias em Transplante Renal: uma atualizaçãoNeoplasias em Transplante Renal: uma atualização
Neoplasias em Transplante Renal: uma atualização
 
Câncer de rim localizado
Câncer de rim localizadoCâncer de rim localizado
Câncer de rim localizado
 
Anemia Falciforme.pptx
Anemia Falciforme.pptxAnemia Falciforme.pptx
Anemia Falciforme.pptx
 
Caso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre ReumáticaCaso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre Reumática
 
Terapia Nutricional no Lúpus
Terapia Nutricional no LúpusTerapia Nutricional no Lúpus
Terapia Nutricional no Lúpus
 
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
 
Embolia pulmonar
Embolia  pulmonarEmbolia  pulmonar
Embolia pulmonar
 
11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...
11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...
11h30-11h45-Cardiomiopatia-hipertrofica-estratificacao-de-risco-e-indicacao-d...
 
Plasmacitopatias
PlasmacitopatiasPlasmacitopatias
Plasmacitopatias
 

Último

NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxRayaneArruda2
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeLviaResende3
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfzsasukehdowna
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARBelinha Donatti
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAKaiannyFelix
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Eventowisdombrazil
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagemvaniceandrade1
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...kassiasilva1571
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxWilliamPratesMoreira
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadojosianeavila3
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completomiriancarvalho34
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiaGabrieliCapeline
 
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologiaprofdeniseismarsi
 

Último (13)

NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
 
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
 

Anemia falciforme

  • 1. Transplante de Medula Óssea em Doenças Falciformes Belinda P. Simões Faculdade de Medicina Ribeirão Preto Universidade de São Paulo
  • 2. Transplante alogênico de MO • Utilizado no tratamento especialmente de doenças neoplásicas hematológicas como as leucemias e linfomas • Utilizado também em doenças não neoplásicas hematológicas como as falências de medula óssea
  • 3. Transplante de Medula Óssea • Resgate da hematopoese com Células Tronco Hematopoéticas normais • Dose máxima tolerada de radioterapia e quimioterapia para eliminação de doença neoplasica Restituir tecido hematopoético Falências medulares Hematopoese Ineficaz Quimioterapia em doses letais Doenças neoplásicas
  • 4. Transplante Alogênico de MO MEDULA ÓSSEA, SANGUE PERIFÉRICO MOBILIZADO OU CORDÃO UMBILICAL DOADOR* QUIMIOTERAPIA IRRADIAÇÃO METHOTREXATE CICLOSPORINA A PACIENTE *Doador familiar: irmãos *Doador não familiar: doadores voluntários
  • 5. Transplante de Medula Óssea Quimioterapia Fase de aplasia (imunossupressão) Recuperação da MO Tolerância Imunológica Infusão da MO
  • 7. Doença do Enxerto versus Hospedeiro aguda Fase 3 TGI Condicionamento permeabilidade TNFaIL-12 Linf T doador Célula Hospedeiro MHC Linf T doador ativado LPS Circulacao TNFa Macrófago Expansão Linfócitos T doador TGI FígadoPele Fase 1 Fase 2 IL-1, TNFa, NO
  • 8. Imunologia do TMO Trato Gastrointestinal Intestinal Fígado Pele MO (Leucemia) Expansão dos linfócitos T do doador Efeito enxerto vs. tumor
  • 9. As hemoglobinas humanas • As hemoglobinas normais humanas são constituídas por um conjunto de 4 cadeias de globina – 2 a e 2 b = Hb A – 2 a e 2 d = Hb A2 – 2 a e 2 g = HbF • Nas doenças falciformes a cadeia beta da globina tem uma mutação de ponto levando à troca de um aminoácido (beta S ou hemoglobina S).
  • 10. Doença Falciforme no Brasil  Doença hereditária monogênica mais comum do Brasil ocorrendo, predominantemente, entre afro- descendentes.  Traço falciforme 4 % da população geral brasileira e 6% a 10% dos afro-descendentes  Calcula-se por ano no país cerca de 3.500 nascidos vivos com Doença Falciforme e 200.000 Portadores de Traço  Estima-se que existam 20 a 30 mil brasileiros portadores da doença falciforme (DF)  Problema de saúde pública no Brasil Documento Dr. Rodolfo Cancado
  • 11. As Hemoglobinopatias Hemoglobinopatia No. de nascimentos/ano Anemia Falciforme (SS) 217.331 Hemoglobinopatia SC 54.736 S b talassemia 11.074 b talassemia maior 22.989 HbE b talassemia 19.128 Doenca por HbH 9.568 Hidropsia fetal (Hb Barts) 5.183 Weatherhall DJ Blood 2010 Modell B, Darlison M. Bull World Health Organ. 2008 Nascimentos anuais de crianças com hemoglobinopatias no mundo
  • 12. As Hemoglobinopatias Hemoglobinopatia No. de nascimentos/ano Anemia Falciforme (SS) 217.331 Hemoglobinopatia SC 54.736 S b talassemia 11.074 b talassemia maior 22.989 HbE b talassemia 19.128 Doenca por HbH 9.568 Hidropsia fetal (Hb Barts) 5.183 Weatherhall DJ Blood 2010 Modell B, Darlison M. Bull World Health Organ. 2008 Nascimentos anuais de crianças com hemoglobinopatias no mundo
  • 13. Gene S no Brasil
  • 14. Vaso-occlusão – falcização Hemólise Intravascular Steinberg MH. Trends Pharmacol Sci. 2006;27:204-10 ; Kato GJ, Gladwin MT, Steinberg MH. Blood Reviews 2007; 21:37-47 Fisiopatologia
  • 15. Manifestações Clínicas  Complicações Neurológicas  Acidente Vascular Cerebral Isquemico  Acidente Vascular Cerebral hemorrágico  Aneurismas  Síndrome Moyamoya  Infarto cerebral silencioso  Isquemia cerebral transitória  Velocidade elevada no Doppler transcraniano  Crises epiléticas  Complicações oftalmológicas  Glaucoma  Retionpatia proliferative  Hemorragia vítreo  Descolamento de retina  Complicações Cardíacas  Cardiomegalia  Cardiomiopatia  Insuficiencia cardiaca congestive  Prolapso de válvula mitral  Hipertensao arterial  Complicações esplenicas  Infarto esplenico agudo  Asplenia funcional  Hiperesplenismo  Sequestro esplenico aguda  Complicações Pulmonares  Síndrome toráciaca aguda  Hipertensao pulmonary  Complicações hepatobiliares  Colecistite  Colelitíase  Sequestro hepático  Colestase intrahepática  Hepatite viral  Complicações renais e genito-urinárias  Insuficiencia renal aguda  Insuficiencia renal cronica  Hematúria  Priapismo  Síndrome Nefrótica/proteinúria  Pielonefrite  Complicações Musculoesqueléticas/pele  Necrose avascular  Dactilite  Ulceras de pernas  Miosite/mionecrose/fasceite  Osteomielite  Osteopenia/osteoporose  Distúrbios de crescimento/desenvolvimento  Retardo crescimento Ballas et al, 2010
  • 16. A hidroxiurea Schechter A N Blood 2008;112:3927-3938
  • 18. Sobrevida em Anemia Falciforme • Racional – Sobrevida encurtada em relação a afrodescendetes sem DF nos EUA em 25 a 30 anos. – Primeiro caso em paciente com Leucemia Mielóide Aguda e anemia falciforme e que ficou curado de ambas as doenças! Platt O, NEJM 1994
  • 19. Idade Frequencia Taxa Internação Óbitos por 100.000 hab An Falciforme Negros sem AF Até 9 anos 36% 225 30 10 a 39 anos 52% 600 2000 236 40 a 60 anos 10% 1000 3500 726 > 60 anos 1% (11%**) 1800 7781 4363 * Taxa internações / 1000 habitantes ** Negros sem AF Mortalidade por AF Shankar SM, 2005 Am J Hematology
  • 20. TMO em Anemia Falciforme – N= 50 – Grupo I – 36 pacientes • AVC, STA, CVO • Idade med 8,6 anos (1,7 a 23 a) – Grupo II – 14 pacientes • Pacientes que retornariam para seu pais de origem sem condições de tratamento adequado • Idade med 2 anos (0,9 a 15 anos) – Falha enxertia ou rejeição • 25% grupo I • 7% grupo II Grupo II Nenhum óbito Grupo I 2 óbitos 100% 93% 88% 80% 76% Vermylen C, 1998 BMT
  • 21. TMO em Anemia Falciforme – N = 50 (48 SS) – Idade med 9,9 (3,3 a 15,9) – Indicações • AVC • STA • CVO – Evolução • 3 óbitos – 1 AVC – 2 GVHD – Quimerismo • 5 casos rejeição e recaída Walters M, 2000 Blood
  • 22. TMO em Anemia Falciforme Walters MC et al. Bone Marrow Transplantion 2010
  • 23. TMO em DF: França • N= 144 pacientes – 84M; 60F • Mediana de Idade: 9 anos • Indicações – Vasculopatia cerebral (89) – CVO frequentes (41) – Osteonecrose (7) – Aloimunização (4) – Hipertensão Pulmonar (1) – Leucemia (2) • Fonte CTH – MO (121) – CB (21) – CTHP (1) – MO+CB (1) Mediana Tempo Seguimento 3.1 anos (0.2-15.5) F. Bernaudin et al, EBMT 2011 #396 Condicionamento: BuCy ATG
  • 24. TMO em DF: França • Resultados – Pega MO: 142/144 (2 cordões) • 1 rejeição após 3 anos – DECH aguda • > II em 23% • > III em 4,9% – DECH crônica • 9,7% (4 casos extensos) • Óbitos N=6 (4,1%) – 4 relacionados à DECH, 1 AVCh, 1 sepsis em aplasia
  • 25. TMO em DF: França F. Bernaudin et al, EBMT 2011 #396 Aos 5 anos a sobrevida global é de 95% sobrevida livre de eventos 92,2% Incluído ATG
  • 26. TMO em DF: França F. Bernaudin et al, EBMT 2011 #396
  • 27. Problemas antes do TMO…. • Pacientes politransfundidos – Sensibilizados Ag HLA – Sobrecarga de ferro • Pacientes com co-morbidades – AVC – Disfunção Pulmonar – Disfunção Hepática • Hepatite • Fibrose • Fatores preditivos de evolução desfavorável – Não há critérios globalmente aceitos até o momento • Nem todos efeitos danosos são facilmente mensuráveis – Alterações de cognição
  • 28. Problemas depois do TMO…. • Toxicidade aguda da quimioterapia – Pulmonar – renal • Período de imunossupressão – Infecções • Período para aquisição da tolerância – Doença do Enxerto versus hospedeiro • Toxicidade Crônica da quimioterapia – Esterilidade – Neoplasias secundárias
  • 29. TMO não mieloablativo • N=10 – Mediana idade 26 a (16 a 45) – Mediana seguimento 30 meses – Perda enxerto 1/10 HsiehH MM et al. NEJM dec 2009
  • 30. TMO com CTH de cordão Cordão Relacionado Locatelli F et al, Blood 2003 N=44 pacientes 11 doenças falciformes Mediana Idade 5 anos Mediana Seguimento 24 meses Perda do Enxerto 1 paciente com DF 7 pacientes com Talassemia SLE: 79% Talassemia 90% Doenças Falciformes
  • 31. TMO em Hemoglobinopatias Talassemia Doenças Falciformes No Brasil 485 casos 20 a 30.000 casos Resultados TMO Sobrevida Global Sobr livre de Doença Mortalidade TMO DECH agudo e crônico 66% (grau I a III)* 68% (graus I a III)** 12 a 37% (grau III) 4 a 31% 94% 85% 4 a 7% 10 a 22% * Classe I – 93% **Classe II – 83%
  • 32. Indicações TMO Protocolo Brasileiro Órgão Algum dos achados abaixo Idade Qualquer Idade Crises Vasoclusivas a. Duas STA nos 2 anos antes de entrar no estudo b. > 3episódios de dor intensa/ano nos 2 anos antes de entrar no estudo SNC a. Evento neurológico significativo (AVC ou déficit neurológico> 24hs) b. Achado neurológico c. DTC > 200 cm/seg (2x) Dano orgânico a. Pneumopatia falciforme graus I ou II b. Hipertensão Pulmonar c. TFG 30 a 50% do esperado d. Osteonecrose de múltiplas articulações e. Retinopatia proliferativa Aloimunização > 2 anticorpos em esquema transfusão crônica Hidroxiurea Redução < 50% das crises álgicas com HU ou intolerância à HU
  • 33. TMO em DF no Brasil • N=16 pacientes – 17 transplantes • Idade mediana 15,5 anos (7 a 39 anos) – Idade mediana casos Ribeirão Preto : 20 anos • Tempo seguimento mediana 23 meses (25 dias a 12 anos) • Indicações Principais – AVC – Priapismo – Crises Vasoclusivas – Alosensibilização – DTC alterado • Condicionamento – Fludarabina e Bussulfan 12 mg/kg (Ribeirão Preto) – Fludarabina e Ciclofosfamida (2 casos) – Bussulfan e Ciclofosfamida
  • 34. TMO em DF no Brasil Centro Idade Indicação Condicionamento 1 HCUFMG 14 AVC + Moya-Moya BuCy + ATG 2 HCUFMG 33 Doença de Hodgkin BU+FLU+CY 3 HC-UFPR 7 AVC prévio Bu14Cy+ATG 4 HC-UFPR 11 AVC prévio BU14+Cy+ ATG 5 HC-UFPR 10 4 AVCs prévios BU12Cy+ATG 6 HIAE 7 Crises Vasoclusivas Repetição BUCY+/ ATG 7 UNICAMP 24 Crises Vasoclusivas Repetição FluBu+ATG +2G TBI 8 HC-FMRP 16 Síndromes Torácicas Agudas Repetição BuCY + ATG 9 HC-FMRP 39 Priapismo recorrente FluCy + ATG 10 HC-FMRP 13 AVC + MoyaMoya FluCy+ATG 11 HC-FMRP 27 Priapismo recorrente FluBu12+ATG 12 HC-FMRP 15 AVC FluBu12+ATG 13 HC-FMRP 34 Crises Vasoclusivas FluBu12+ATG 14 HC-FMRP 9 TCD alterado + alosensibilização Bu14Cy+ATG 15 HC-FMRP 20 Crises Vasoclusivas Repetição FluBu12+ATG 16 HC-FMRP 27 Crises Vasoclusivas repetição FluBu12+ATG
  • 35. TMO em DF no Brasil Centro Idade Indicação Vivo? Tempo Sobrevida 1 HCUFMG 14 AVC + Moya-Moya Sim 2283 (6,3 anos) 2 HCUFMG 33 Doença de Hodgkin Não 43 3 HC-UFPR 7 AVC prévio Sim 4450 (12,2 anos) 4 HC-UFPR 11 AVC prévio Sim 749 (2,05 anos) 5 HC-UFPR 10 4 AVCs prévios Não 84 6 HIAE 7 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 303 7 UNICAMP 24 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 176 8 HC-FMRP 16 Síndromes Torácicas Agudas Repetição Sim 3115 (8,5 anos) 9 HC-FMRP 39 Priapismo recorrente Sim 2270 (6,2 anos) 10 HC-FMRP 13 AVC + MoyaMoya Não 1414 (3,9 anos) 11 HC-FMRP 27 Priapismo recorrente Sim 1093 (2,9 anos) 12 HC-FMRP 15 AVC Sim 632 (1 ano 8 meses) 13 HC-FMRP 34 Crises Vasoclusivas Sim 520 (1 ano 5 meses) 14 HC-FMRP 9 TCD alterado + alosensibilização Sim 305 15 HC-FMRP 20 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 294 16 HC-FMRP 27 Crises Vasoclusivas repetição Sim 25
  • 36. TMO em DF no Brasil Centro Idade Indicação Vivo? Tempo Sobrevida 1 HCUFMG 14 AVC + Moya-Moya Sim 2283 (6,3 anos) 2 HCUFMG 33 Doença de Hodgkin Não 43 3 HC-UFPR 7 AVC prévio Sim 4450 (12,2 anos) 4 HC-UFPR 11 AVC prévio Sim 749 (2,05 anos) 5 HC-UFPR 10 4 AVCs prévios Não 84 6 HIAE 7 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 303 7 UNICAMP 24 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 176 8 HC-FMRP 16 Síndromes Torácicas Agudas Repetição Sim 3115 (8,5 anos) 9 HC-FMRP 39 Priapismo recorrente Sim 2270 (6,2 anos) 10 HC-FMRP 13 AVC + MoyaMoya Não 1414 (3,9 anos) 11 HC-FMRP 27 Priapismo recorrente Sim 1093 (2,9 anos) 12 HC-FMRP 15 AVC Sim 632 (1 ano 8 meses) 13 HC-FMRP 34 Crises Vasoclusivas Sim 520 (1 ano 5 meses) 14 HC-FMRP 9 TCD alterado + alosensibilização Sim 305 15 HC-FMRP 20 Crises Vasoclusivas Repetição Sim 294 16 HC-FMRP 27 Crises Vasoclusivas repetição Sim 25
  • 38. Doenças Falciformes no Brasil • As doenças falciformes comprometem a sobrevida e qualidade de vida dos pacientes • O TMO para DF é capaz de curar a doença • Dados da literatura mostram resultados excelentes! • Existem indicações precisas que devem ser consideradas. – Não podemos impedir o acesso a um procedimento curativo • Precisamos continuar avançando para melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes! – Diagnóstico precoce acessível a todos – Seguimento em clínicas especializadas – Acesso Hidroxiurea universal – Incluir TMO como tratamento aos casos que necessitem • O transplante deve ser realizado antes que ocorram lesões orgânicas irreversíveis
  • 39. Agradecimentos • HC-UFPR – Carmen Bonfim • HC-UFMG – Gustavo Teixeira • HC-Unicamp – Francisco Aranha • HIAE – Juliana F Fernandes • HC-FMRP – George N. Barros – Fabiano Pieroni – Luis Guilherme Darrigo – Ana Beatriz Stracieri – Daniela Moraes – Carolina de Oliveira – Juliana Bernardes Elias – Julio Voltarelli – Hemocentro FMRP – Ana Cristina Silva – Ivan Angulo
  • 40. Agradecimentos • Aos pacientes que confiaram em nós! “Se eu morresse amanhã, já teria válido a pena! Nunca soube o que era viver sem dor!...” SP, 34 anos quando fez um ano de TMO. Atualmente 2 anos pós TMO bem, sem imunossupressão Proferindo a palestra: uma vida sem anemia falciforme em simpósio da AAFESP –Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo Novembro 2011