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Monteiro
Lobato
De sua obra
Urupês
urupê = orelha de pau, fungo, pironga.
O JECA TATU VELHA PRAGA
A nossa montanha é vítima de um parasita, um
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Argas o é aos galinheiros ou o Sarcoptes mutans à
perna das aves domésticas. Poderíamos,
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do Porrigo decalvans ...
o parasita do couro cabeludo produtor da
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propriedade, vai ele refugindo em silêncio, com o
seu cachorro, o seu pilão, a pica-pau e o isqueiro,
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a soma. Encoscorado numa rotina de pedra, recua
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esta com um filhote no útero, outro ao peito, outro
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Tão íntima é a comunhão dessas palhoças com a
terra local, que dariam ideia de coisa nascida do
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Barreada a casa, pendurado o santo, está lavrada a
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Depois ataca a floresta. Roça a derruba, não
perdoando ao mais belo pau. Árvores diante de
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pau escondido num oco.
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Curioso este preceito: “ao caboclo, toca-se”.
Toca-se, como se toca um cachorro importuno, ou
uma galinha que vareja pela sala.
Entrado setembro, começo das “águas”, o caboclo
planta na terra em cinzas um bocado de milho,
feijão e arroz; mas o valor da sua produção é
nenhum diante dos males que para preparar uma
quarta de chão ele semeou.
O caboclo é uma quantidade negativa. Tala
cinquenta alqueires de terra para extrair deles o
com que passar fome e frio durante o ano. Calcula
as sementeiras pelo máximo da sua resistência às
privações. Nem mais, nem menos.
Caboclo
Porque a verdade nua manda dizer que entre as
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recente e o aborígine de tabuinha no beiço, uma
existe a vegetar de cócoras, incapaz de evolução,
impenetrável ao progresso. Feia a soma, nada e
põe de pé.
Nada o esperta. Nenhuma ferrotoada o põe de pé.
Social, como individualmente, em todos os atos da
vida, Jeca, antes de agir, acocora-se.
Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso
epítome de carne onde se resumem todas as
características da espécie.
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consequências da lei do menor esforço - e nisto vai
longe.
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remendar a tortura, limita-se, cada vez que chove,
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Remendo... Para quê? se uma casa dura dez anos e
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saborear de longe com a eficácia da escora santa.
Um terreirinho descalvado rodeia a casa. O
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terra; porque se o “tocarem” não ficará
nada que a outrem aproveite;
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grulha nessa palavra atravessada de
fatalismo e modorra. Nada paga a pena.
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qualquer jeito se vive.
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dúvida, votar no governo...
Vota. Não sabe em quem, mas vota...
... Aqui tratamos da regra e a regra é Jeca Tatu.
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recheio de superstições, vale o do casebre. O
banquinho de três pés, as cuias, o gancho de
toucinho, as gamelas, tudo se reedita dentro de
seus miolos sob a forma de ideias: são as noções
práticas da vida, que recebeu do pai e sem
mudança transmitirá aos filhos.
O sentimento de pátria lhe é desconhecido.
Não tem sequer a noção do país em que
vive.
Todos os volumes do Larousse não bastariam para
catalogar-lhe as crendices, e como não há linhas
divisórias entre estas e a religião, confundem-se
ambas em maranhada teia, não havendo distinguir
onde pára uma a começa outra.
A ideia de Deus e dos santos torna-se jeco-cêntrica
[... ] Uma torcedura de pé, um estrepe, o feijão
entornado, o pote que rachou, o bicho que
arruinou – tudo diabruras da corte celeste, para
castigo de más intenções ou atos.
Daí o fatalismo. Se tudo movem cordéis lá de cima,
para que lutar, reagir? Deus quis...
... o caboclo é o sombrio urupê de pau podre a
modorrar silencioso no recesso das grotas.
Só ele não fala, não canta, não ri, não ama.
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ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
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Jeca tatu Monteiro Lobato Urupes

  • 2. urupê = orelha de pau, fungo, pironga.
  • 3. O JECA TATU VELHA PRAGA
  • 4. A nossa montanha é vítima de um parasita, um piolho da terra, peculiar ao solo brasileiro como o Argas o é aos galinheiros ou o Sarcoptes mutans à perna das aves domésticas. Poderíamos, analogicamente, classificá-lo entre as variedades do Porrigo decalvans ...
  • 5. o parasita do couro cabeludo produtor da “pelada”, pois que onde ele assiste se vai despojando a terra de sua coma vegetal até cair em morna decrepitude, nua e descalvada. Em quatro anos, a mais ubertosa região se despe dos jequitibás magníficos e das perobeiras milenárias ...
  • 6. Este funesto parasita da terra é o CABOCLO, espécie de homem baldio, seminômade, inadaptável à civilização, mas que vive à beira dela na penumbra das zonas fronteiriças.
  • 7. A medida que o progresso vem chegando com a via férrea, o italiano, o arado, a valorização da propriedade, vai ele refugindo em silêncio, com o seu cachorro, o seu pilão, a pica-pau e o isqueiro, de modo a sempre conservar-se fronteiriço, mudo a soma. Encoscorado numa rotina de pedra, recua para não adaptar-se.
  • 8. Chegam silenciosamente, ele e a “sarcopta” fêmea, esta com um filhote no útero, outro ao peito, outro de sete anos à ourela da saia - este já de pitinho na boca e faca à cinta.
  • 9. Tão íntima é a comunhão dessas palhoças com a terra local, que dariam ideia de coisa nascida do chão por obra espontânea da natureza - se a natureza fosse capaz de criar coisas tão feias. Barreada a casa, pendurado o santo, está lavrada a sentença de morte daquela paragem.
  • 10. Com a pica-pau, o caboclo limpa a floresta das aves incautas. Pólvora e chumbo adquire-os vendendo palmitos no povoado vizinho. Depois ataca a floresta. Roça a derruba, não perdoando ao mais belo pau. Árvores diante de cuja majestosa beleza Ruskin choraria de comoção, ele as derriba, impassível, para extrair um mel-de- pau escondido num oco.
  • 11. Enquanto a mata arde, o caboclo regala-se. Eta fogo bonito! Não há recurso legal contra ele. A única pena possível, e barata, fácil e já estabelecida como praxe, é “tocá-lo”. Curioso este preceito: “ao caboclo, toca-se”. Toca-se, como se toca um cachorro importuno, ou uma galinha que vareja pela sala.
  • 12. Entrado setembro, começo das “águas”, o caboclo planta na terra em cinzas um bocado de milho, feijão e arroz; mas o valor da sua produção é nenhum diante dos males que para preparar uma quarta de chão ele semeou.
  • 13. O caboclo é uma quantidade negativa. Tala cinquenta alqueires de terra para extrair deles o com que passar fome e frio durante o ano. Calcula as sementeiras pelo máximo da sua resistência às privações. Nem mais, nem menos.
  • 15. Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado matiz, formadoras da nacionalidade e metidas entre o estrangeiro recente e o aborígine de tabuinha no beiço, uma existe a vegetar de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia a soma, nada e põe de pé.
  • 16. Nada o esperta. Nenhuma ferrotoada o põe de pé. Social, como individualmente, em todos os atos da vida, Jeca, antes de agir, acocora-se.
  • 17. Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epítome de carne onde se resumem todas as características da espécie.
  • 18. Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade! Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo... Seu grande cuidado é espremer todas as consequências da lei do menor esforço - e nisto vai longe.
  • 19. Quando a palha do teto, apodrecida, greta em fendas por onde pinga a chuva, Jeca, em vez de remendar a tortura, limita-se, cada vez que chove, a aparar numa gamelinha a água gotejante... Remendo... Para quê? se uma casa dura dez anos e faltam “apenas” nove para que ele abandone aquela? Esta filosofia economiza reparos.
  • 20. “Por que não remenda essa parede, homem de Deus?” “Ela não tem coragem de cair. Não vê a escora?” Não obstante, “por via das dúvidas”, quando ronca a trovoada, Jeca abandona a toca e vai agachar-se no oco dum velho embiruçu do quintal - para se saborear de longe com a eficácia da escora santa.
  • 21. Um terreirinho descalvado rodeia a casa. O mato o beira. Nem árvores frutíferas, nem horta, nem flores - nada revelador de permanência. Há mil razões para isso; porque não é sua a terra; porque se o “tocarem” não ficará nada que a outrem aproveite; porque para frutas há o mato; porque a “criação“ come;
  • 22. “Não paga a pena.” Todo o inconsciente filosofar do caboclo grulha nessa palavra atravessada de fatalismo e modorra. Nada paga a pena. Nem culturas, nem comodidades. De qualquer jeito se vive.
  • 23. O fato mais importante de sua vida é, sem dúvida, votar no governo... Vota. Não sabe em quem, mas vota...
  • 24. ... Aqui tratamos da regra e a regra é Jeca Tatu. O mobiliário cerebral de Jeca, à parte o suculento recheio de superstições, vale o do casebre. O banquinho de três pés, as cuias, o gancho de toucinho, as gamelas, tudo se reedita dentro de seus miolos sob a forma de ideias: são as noções práticas da vida, que recebeu do pai e sem mudança transmitirá aos filhos.
  • 25. O sentimento de pátria lhe é desconhecido. Não tem sequer a noção do país em que vive.
  • 26. Todos os volumes do Larousse não bastariam para catalogar-lhe as crendices, e como não há linhas divisórias entre estas e a religião, confundem-se ambas em maranhada teia, não havendo distinguir onde pára uma a começa outra.
  • 27. A ideia de Deus e dos santos torna-se jeco-cêntrica [... ] Uma torcedura de pé, um estrepe, o feijão entornado, o pote que rachou, o bicho que arruinou – tudo diabruras da corte celeste, para castigo de más intenções ou atos. Daí o fatalismo. Se tudo movem cordéis lá de cima, para que lutar, reagir? Deus quis...
  • 28. ... o caboclo é o sombrio urupê de pau podre a modorrar silencioso no recesso das grotas. Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive...
  • 29. JECA