2. Primeira: tornou-se evidente que o choque do
futuro não é um perigo potencial distante e,
sim, uma doença autêntica, da qual já padece
um número cada vez maior de pessoas. Este
estado psicobiológico pode ser descrito em
termos médicos e psiquiátricos: é a doença da
mudança.
3. Segunda: foi com pavor crescente que
compreendi como é pouco o que realmente
sabem acerca da adaptabilidade tanto aqueles
que exigem e provocam grandes mudanças na
nossa sociedade, como aqueles que nos
deveriam preparar para estarmos à altura
dessas mudanças.
4. Por que motivo sentem alguns homens uma
vontade, uma fome quase furiosa de
mudança, enquanto outros fogem dela? Não
só não encontrei respostas prontas a estas
perguntas, como ainda descobri que nos falta,
até, uma teoria de adaptação adequada, sem
a qual é muitíssimo improvável que venhamos
alguma vez a encontrar as necessárias
respostas.
5. A aceleração da mudança não se limita a
afetar indústrias ou
nações; é uma força concreta que se infiltra
profundamente na vida pessoal,
nos obriga a representar novos papéis e nos
coloca frente a frente com o
perigo de uma nova e muitíssimo perturbadora
doença psicológica.”
6. O que está a acontecer agora é segundo tudo
indica, mais profundo e
mais importante do que a revolução industrial.
A ficção científica deveria ser leitura
obrigatória do Primeiro Curso de Futuro.
7. A solução só podia ser um sistema educa-
cional que, na sua própria estrutura, simu-
lasse esse mundo novo. Tal sistema não
surgiu logo; ainda hoje conserva elementos
retrógrados da sociedade pré-industrial. No
entanto, a ideia geral de reunir multidões de
estudantes destinados a ser processados por
professores numa escola central (fábrica), foi
uma demonstração de génio industrial.
8. Choque do futuro é o estresse e desorientação
esmagadoras que nós induzimos nas pessoas
expondo-as a muita mudança em um tempo
muito curto. A tecnologia se alimenta dela
mesma. A tecnologia torna mais tecnologia
possível.
9. Os analfabetos do século 21 não serão
aqueles que não conseguem ler e escrever,
mas aqueles que não conseguem aprender,
desaprender e reaprender.