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História 71

SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO

De Monteiro Lobato.

                                 Adaptação e desenhos, de Maria R. do Amaral

                                 Tema: junino

                                        Dona Benta é a feliz proprietária do lindo
                                 sitio, chamado "Pica - Pau Amarelo"

                                       Isso porque ali existe grande quantidade
                                 desse pássaro. Uma ave muito esperta e
                                 trabalhadeira. Constrói o seu ninho no pau,
                                 dando inúmeras bicadas, e no oco constrói sua
morada.

     O sitio é uma beleza. Situa-se em uma colina, na encosta de algumas
montanhas. Um pequeno rio desce, sinuoso e de águas claras e piscosas.

       Um pomar de laranjas e mangas, com algumas jaqueiras majestosas. Possui o
sitio de Dona Benta um pequeno rebanho bovino
com algumas vaquinhas leiteiras. Um cercado
para porcos com umas três dezenas de cabeças.

      A casinha singela com cinco cômodos e uma
tulha de milho, onde são armazenados alguns
cereais, colhidos no sitio. Tem também um
galinheiro e uma pequena horta onde verduras
frescas e legumes saborosos são colhidos para o
preparo das refeições. No quintal está o porco
gorducho chamado "marques de Rábico"

                                      Mas vamos conhecer melhor Dona Benta e
                                 seus familiares. Dona Benta é uma senhora
                                 idosa, gordinha, risonha e inteligente. É sitiante a
                                 longos anos. Depois que ficou viuva não quis
                                 abandonar o lugar por gostar da vida na roça.

                                       Tudo é tão bonito e tão viçoso.

                                         Mas no sitio estão ainda os netos de D.
                                   Benta, Narizinho e Pedrinho que são irmãos.
                                   Uma boneca de pano, chamada Emília Na
cozinha está tia Anastácia, uma crioula que faz os melhores quitutes que se possa
imaginar. E os doces então...são uma gostosura. Doce de leite, pé de moleque, doce
de abóbora, e cocadas, são algumas das suas especializações.



                                                                                     1
Os bolinhos de fubá com café que são servidos à tarde, enche o ar de um
perfume que deixa a boca cheia de água. Além
destes personagens citados, vamos encontrar o
"Marques de Sabugosa" Um tipo feito de um
sabugo de milho, com uma cartola na cabeça.
Sabe tudo esse "Marques" É um enciclopédia
ambulante.

     No sitio pela imaginação dos proprietários,
há de tudo. O marques de " Rábico" é um
porquinho gorducho com manchas pelo corpo.
Ainda há o "saci" que é chegado a família.

     O sapo, o jabuti, os besouros as formigas, borboletas, pássaros etc. D. Benta,
gosta de reunir as crianças para um serão onde são contadas estórias e, tratados
assuntos de interesse geral. As orações são fervorosas, pois sabem que a família
que ora unida permanece unida.

     É nestas ocasiões que o Marquês de Sabugosa gosta de contar suas estórias.

      Contou certa vez, em que estavam reunidos, o "Marques de Rábico" o sapo
falante e o jabuti verde, algumas fábulas interessantes.

                                        Uma dizia que: Um velho galo matreiro,
                                   percebendo a aproximação da Raposa,
                                   empoleirou-se numa árvore.

                                         A Raposa desapontada, disse em voz alta:
                                   Amigo venho contar uma grande novidade:
                                   Acabou-se a guerra entre os animais. Lobos e
                                   cordeiros gavião e pinto, onça e veado, Raposa e
                                   galinhas, andam todos aos beijos e abraços,
                                   como namorados. Desça desse poleiro e venha
                                   receber o meu abraço de paz e de amor.

     Muito bem exclamou o galo. Não imagina como tal noticia me alegra. Que
beleza vai ficar o mundo. Sem guerras, crueldades e traições. Vou já descer para
abraçar a minha amiga Raposa, mas como lá vem vindo três cachorros, acho bom
espera-los, para que eles também tomem parte na confraternização.

      Ao ouvir falar de cachorros, dona Raposa
não quis saber de estórias. E tratou de correr
dizendo: infelizmente amigo Co co ri có, tenho
pressa e não posso esperar pelos amigos cães.
Fica para outra vez a festa sim? Até logo.

     E pinicou.

Moral: contra esperteza, esperteza e meia.



                                                                                      2
Tia Anastácia também certa vez, quis reformar o mundo, porque achava defeito
em tudo. Estava tudo errado dizia. A jaboticabeira enorme, sustenta frutos tão
pequeninos e uma colossal abóbora presa a um caule de uma planta rasteira. Não
era lógico que fosse o contrário?

     Se eu organizasse as coisas, trocaria as bolas, passando as jabuticabas para
as aboboreiras e as abóboras para as jaboticabeiras. Não tenho razão? Mas o
melhor é tirar uma soneca à sombra destas árvores não acha?

                                         Dormiu e sonhou que o mundo estava
                                   reformado.

                                         Que beleza.

                                         De repente, no melhor da festa PLAFT!
                                    Uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta o nariz.
                                    Tia Anastácia desperta de um pulo, pensa um
                                    pouco e pensa que o mundo não é tão mal feito
                                    assim. E segue refletindo: Que espiga....Pois não
                                    é que se o mundo fosse arrumado por mim, a
primeira vítima teria sido eu? Eu Anastácia, morta pela abóbora por mim posta no
lugar da jabuticaba.

     Deixemo-nos de reformas. Fique tudo como está, que está tudo muito bem. E
não pensarei mais em corrigir a natureza.

     Estava chegando o mês de junho que é justamente a metade do ano, neste
mês comemora-se os festejos chamados juninos. D. Benta explicou que nesta
ocasião, o trabalhador da roça, faz uma pausa para descansar das lides da Terra.
Aproveita os dias em que são comemorados Santo Antônio, São João e São Pedro.
Promove uma festa chamada "caipira" ou festa junina (por causa do mês de junho).

      Agradecem a Deus pela fartura das
colheitas, rezam e festejam.

       Na cozinha começam os preparativos. Tia
Anastácia, faz bolo de fubá. Docinhos que deixa
ficar ao sol para secar. Pão doce, cocadas, pé de
moleque, canjica e outros. Faz também o famoso
"quentão" que é álcool de cana, com gengibre e
açúcar queimado.

      Precisa ter cuidado diz D. Benta á vovó,
para não beber muito quentão e ficar tonto. Estourar pipoca e fazer paçoca é com
Narizinho e Pedrinho. Isso pode deixar por conta deles.

     No quintal, armam a fogueira com muita lenha, para aquecer do frio do mês de
Junho que é muito intenso.




                                                                                    3
O Céu é iluminado por infinidade de
                                  estrelas e a via Látea se faz bastante visível
                                  formando um corredor de estrelas bem juntas.
                                  Como é bonito o Céu nessa época! (via Látea,
                                  quer dizer, caminho de leite) D. Benta explicou
                                  que as estrelas, são Sóis, luminosos pela grande
                                  quantidade de energia acumulada em seus
                                  núcleos. A luminosidade da via Látea, é por haver
                                  centenas e centenas de estrelas. Inclusive o
                                  nosso sistema Solar se encontra em um ponto da
                                  via Látea.

     O nosso Sol, com seus Planetas e satélites que até o momento, são em
número de 9. Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e
Plutão. O Sol está no centro do sistema.

      Quantas brincadeiras, nessas noites. Arma-se uma barraca, onde ficam os
doces e os salgados. O quintal é todo enfeitado com bandeiras multicores. Na
fogueira, assamos batata doce e milho verde. Cozinha-se pinhões e as brincadeiras
são inúmeras. Pular no saco, correr com ovo na colher, cabra sega e outras
brincadeiras mais.

      As brincadeiras de Roda são muito
apreciadas. Quando a fogueira vai se
extinguindo, esparrama-se as brasas e os mais
valentes passam por cima descalços, sem
queimar os pés.

      Dizem que é milagre dos Santos. Foguetes
por todo lado. Só que bombas, Vovó não gosta,
pois além do barulho, são perigosas. Rojões são
vistos, rasgando o Céu a todo momento.

     Os balões, são proibidos, devido ao perigo que causam as plantações e as
casas dos colonos nas fazendas.

FIM




                                                                                    4

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17302897 Espiritismo Infantil Historia 71

  • 1. História 71 SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO De Monteiro Lobato. Adaptação e desenhos, de Maria R. do Amaral Tema: junino Dona Benta é a feliz proprietária do lindo sitio, chamado "Pica - Pau Amarelo" Isso porque ali existe grande quantidade desse pássaro. Uma ave muito esperta e trabalhadeira. Constrói o seu ninho no pau, dando inúmeras bicadas, e no oco constrói sua morada. O sitio é uma beleza. Situa-se em uma colina, na encosta de algumas montanhas. Um pequeno rio desce, sinuoso e de águas claras e piscosas. Um pomar de laranjas e mangas, com algumas jaqueiras majestosas. Possui o sitio de Dona Benta um pequeno rebanho bovino com algumas vaquinhas leiteiras. Um cercado para porcos com umas três dezenas de cabeças. A casinha singela com cinco cômodos e uma tulha de milho, onde são armazenados alguns cereais, colhidos no sitio. Tem também um galinheiro e uma pequena horta onde verduras frescas e legumes saborosos são colhidos para o preparo das refeições. No quintal está o porco gorducho chamado "marques de Rábico" Mas vamos conhecer melhor Dona Benta e seus familiares. Dona Benta é uma senhora idosa, gordinha, risonha e inteligente. É sitiante a longos anos. Depois que ficou viuva não quis abandonar o lugar por gostar da vida na roça. Tudo é tão bonito e tão viçoso. Mas no sitio estão ainda os netos de D. Benta, Narizinho e Pedrinho que são irmãos. Uma boneca de pano, chamada Emília Na cozinha está tia Anastácia, uma crioula que faz os melhores quitutes que se possa imaginar. E os doces então...são uma gostosura. Doce de leite, pé de moleque, doce de abóbora, e cocadas, são algumas das suas especializações. 1
  • 2. Os bolinhos de fubá com café que são servidos à tarde, enche o ar de um perfume que deixa a boca cheia de água. Além destes personagens citados, vamos encontrar o "Marques de Sabugosa" Um tipo feito de um sabugo de milho, com uma cartola na cabeça. Sabe tudo esse "Marques" É um enciclopédia ambulante. No sitio pela imaginação dos proprietários, há de tudo. O marques de " Rábico" é um porquinho gorducho com manchas pelo corpo. Ainda há o "saci" que é chegado a família. O sapo, o jabuti, os besouros as formigas, borboletas, pássaros etc. D. Benta, gosta de reunir as crianças para um serão onde são contadas estórias e, tratados assuntos de interesse geral. As orações são fervorosas, pois sabem que a família que ora unida permanece unida. É nestas ocasiões que o Marquês de Sabugosa gosta de contar suas estórias. Contou certa vez, em que estavam reunidos, o "Marques de Rábico" o sapo falante e o jabuti verde, algumas fábulas interessantes. Uma dizia que: Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da Raposa, empoleirou-se numa árvore. A Raposa desapontada, disse em voz alta: Amigo venho contar uma grande novidade: Acabou-se a guerra entre os animais. Lobos e cordeiros gavião e pinto, onça e veado, Raposa e galinhas, andam todos aos beijos e abraços, como namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e de amor. Muito bem exclamou o galo. Não imagina como tal noticia me alegra. Que beleza vai ficar o mundo. Sem guerras, crueldades e traições. Vou já descer para abraçar a minha amiga Raposa, mas como lá vem vindo três cachorros, acho bom espera-los, para que eles também tomem parte na confraternização. Ao ouvir falar de cachorros, dona Raposa não quis saber de estórias. E tratou de correr dizendo: infelizmente amigo Co co ri có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para outra vez a festa sim? Até logo. E pinicou. Moral: contra esperteza, esperteza e meia. 2
  • 3. Tia Anastácia também certa vez, quis reformar o mundo, porque achava defeito em tudo. Estava tudo errado dizia. A jaboticabeira enorme, sustenta frutos tão pequeninos e uma colossal abóbora presa a um caule de uma planta rasteira. Não era lógico que fosse o contrário? Se eu organizasse as coisas, trocaria as bolas, passando as jabuticabas para as aboboreiras e as abóboras para as jaboticabeiras. Não tenho razão? Mas o melhor é tirar uma soneca à sombra destas árvores não acha? Dormiu e sonhou que o mundo estava reformado. Que beleza. De repente, no melhor da festa PLAFT! Uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta o nariz. Tia Anastácia desperta de um pulo, pensa um pouco e pensa que o mundo não é tão mal feito assim. E segue refletindo: Que espiga....Pois não é que se o mundo fosse arrumado por mim, a primeira vítima teria sido eu? Eu Anastácia, morta pela abóbora por mim posta no lugar da jabuticaba. Deixemo-nos de reformas. Fique tudo como está, que está tudo muito bem. E não pensarei mais em corrigir a natureza. Estava chegando o mês de junho que é justamente a metade do ano, neste mês comemora-se os festejos chamados juninos. D. Benta explicou que nesta ocasião, o trabalhador da roça, faz uma pausa para descansar das lides da Terra. Aproveita os dias em que são comemorados Santo Antônio, São João e São Pedro. Promove uma festa chamada "caipira" ou festa junina (por causa do mês de junho). Agradecem a Deus pela fartura das colheitas, rezam e festejam. Na cozinha começam os preparativos. Tia Anastácia, faz bolo de fubá. Docinhos que deixa ficar ao sol para secar. Pão doce, cocadas, pé de moleque, canjica e outros. Faz também o famoso "quentão" que é álcool de cana, com gengibre e açúcar queimado. Precisa ter cuidado diz D. Benta á vovó, para não beber muito quentão e ficar tonto. Estourar pipoca e fazer paçoca é com Narizinho e Pedrinho. Isso pode deixar por conta deles. No quintal, armam a fogueira com muita lenha, para aquecer do frio do mês de Junho que é muito intenso. 3
  • 4. O Céu é iluminado por infinidade de estrelas e a via Látea se faz bastante visível formando um corredor de estrelas bem juntas. Como é bonito o Céu nessa época! (via Látea, quer dizer, caminho de leite) D. Benta explicou que as estrelas, são Sóis, luminosos pela grande quantidade de energia acumulada em seus núcleos. A luminosidade da via Látea, é por haver centenas e centenas de estrelas. Inclusive o nosso sistema Solar se encontra em um ponto da via Látea. O nosso Sol, com seus Planetas e satélites que até o momento, são em número de 9. Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. O Sol está no centro do sistema. Quantas brincadeiras, nessas noites. Arma-se uma barraca, onde ficam os doces e os salgados. O quintal é todo enfeitado com bandeiras multicores. Na fogueira, assamos batata doce e milho verde. Cozinha-se pinhões e as brincadeiras são inúmeras. Pular no saco, correr com ovo na colher, cabra sega e outras brincadeiras mais. As brincadeiras de Roda são muito apreciadas. Quando a fogueira vai se extinguindo, esparrama-se as brasas e os mais valentes passam por cima descalços, sem queimar os pés. Dizem que é milagre dos Santos. Foguetes por todo lado. Só que bombas, Vovó não gosta, pois além do barulho, são perigosas. Rojões são vistos, rasgando o Céu a todo momento. Os balões, são proibidos, devido ao perigo que causam as plantações e as casas dos colonos nas fazendas. FIM 4