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                               INTRODUÇÃO



      O interesse de estudar sobre a atuação do pedagogo nas empresas
nasceu da nossa trajetória profissional e acadêmica. Por muitos anos,
desempenhando funções técnicas em empresas de médio e grande porte, o
trabalho educativo sempre esteve presente em nossas atividades diárias. Aos
poucos, devido ao interesse e habilidade natural em lidar com a dinâmica do
ensinar e aprender desenvolvida nas empresas foram surgindo oportunidades
de crescimento profissional na área de Recursos Humanos que nos possibilitou
a buscar sempre mais conhecimentos no tocante à educação, humanização e
capacitação de pessoas. Porém, apesar do sucesso que o trabalho vinha
alcançando,   a   prática   pedagógica    desenvolvida   era   carregada    de
informalidade, resultado de uma indevida dicotomia entre a teoria e a prática,
gerada pela formação extremamente técnica e pela falta de conhecimentos
sobre a ciência da educação.



      Constatamos, então que, para tornar a prática educativa mais eficaz, ser
capaz de trabalhar com maior rigor conceitual, sistematizar adequadamente os
conhecimentos, ter uma clara definição dos fins a serem atingidos pelos
treinamentos e escolher os meios mais eficazes a serem utilizados, era preciso
fazer algum curso que proporcionasse o conhecimento necessário para
desenvolver o processo educacional. Foi então que o curso de graduação de
Pedagogia na Universidade do Estado da Bahia – Campus VII nos fez
apaixonar ainda mais pela educação de pessoas. Apesar do curso a priori estar
direcionado à educação formal escolarizada, tornou-se bastante útil e
aproveitável para as atividades na educação organizacional.



      À medida que o curso prosseguia, mais e mais, a presença do
profissional de Pedagogia nas organizações se fazia mais importante, pois, os
princípios filosóficos, sociológicos e antropológicos, as metodologias, a
didática, a teoria do trabalho por projetos, dentre outros conteúdos estudados,
muito contribuíam para o desenvolvimento e sucesso dos trabalhos educativos
12

na empresa. Porém, isto não era suficiente e a busca pela transposição dos
saberes pedagógicos à realidade organizacional era árdua e solitária, pois o
projeto pedagógico do curso de Pedagogia não contemplava nenhum conteúdo
específico com enfoque para a área de Gestão de Pessoas, que favorecesse o
desenvolvimento do processo educacional desenvolvido nas empresas.



      Entretanto, partindo da nossa experiência pessoal na empresa Embasa
– Empresa Baiana de Águas e Saneamento/ UNS – Unidade de Negócios de
Senhor do Bonfim – BA, exercendo atividades na Gestão de Pessoas
laboramos este trabalho de conclusão do curso de Pedagogia com habilitação
em Docência e Gestão dos Processos Educativos, evidenciando a necessidade
da atuação do Pedagogo como educador organizacional e parceiro dos demais
profissionais nos setores de Recursos Humanos.



      Neste trabalho, procuramos contribuir para o conhecimento sobre a
educação do trabalhador promovido pelas empresas e proceder à análise
deste processo pelo viés da Pedagogia que se ocupa do ensino-aprendizagem
nas organizações empresariais.



      Para tanto, foram utilizadas pesquisas bibliográficas enriquecedoras que
nortearam o nosso trabalho concernente à grande contribuição desse
profissional nos diversos setores organizacionais e a nossa metodologia de
trabalho, constituiu-se, na primeira parte, em uma revisão bibliográfica da
produção acadêmica encontrada sobre o tema, o diálogo e a identificação de
semelhanças e contrapontos presentes nas idéias de autores dedicados às
áreas de Gestão de Pessoas com autores da Educação e Trabalho, e entre
aqueles das áreas de Educação e os da Pedagogia Empresarial (Amaral,
Ribeiro, Chiavenato, Martins, Ferreira, Bom Sucesso, Pimenta, Almeida,
Lopes, Santos, Libâneo, Greco, entre outros).



      Na segunda parte, constituída pela pesquisa in lócus, identificamos,
através de questionário fechado e entrevistas aos gestores e componentes da
13

Embasa/UNS - Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim-BA, a respeito da
importância da atuação do Pedagogo na Gestão de Pessoas, para através da
análise   dos   discursos   destes   profissionais,   elucidarmos   as   questões
pesquisadas.



      As principais questões que nortearam este trabalho e constituíram parte
importante para situar o contexto e a problemática da pesquisa foram
referentes ao conhecimento do perfil do Pedagogo que atua nas organizações
empresariais e sua visão sobre a profissão, a contribuição que dá ao
desenvolvimento profissional do trabalhador, as suas opiniões sobre o
processo educativo realizado pelas empresas e, especialmente, o que constitui
o nosso objeto de estudo, os saberes utilizados e mobilizados por ele para esta
prática educativa.



      Sob o ponto de vista da educação e do mundo do trabalho, este trabalho
objetiva, sobretudo, trazer a educadores, empresários e gestores, um novo
enfoque acerca da necessidade de uma abordagem pedagógica nos
programas de educação desenvolvidos nas empresas, no sentido de que o
processo de ensino-aprendizagem que se processa nas organizações
empresariais possa contribuir para a educação integral do trabalhador e para a
construção de sua cidadania.


      Em relação à área da Pedagogia, o objetivo é trazer, através da leitura
deste trabalho, uma oportunidade de reflexão e tomada de decisão em relação
ao desenvolvimento dos saberes necessários à atuação do Pedagogo, para
que tanto estes, quanto os seus formadores, possam vislumbrar nas
organizações empresariais espaços para o desenvolvimento de uma
verdadeira prática educativa, benéfica ao trabalhador, à sociedade e ao próprio
Pedagogo enquanto profissional.


      A Educação na empresa é uma ferramenta que tem como princípio
aprender e aplicar. Os programas de capacitação técnica e a valorização
14

profissional produzem um grau elevado de desenvolvimento profissional e
motivação pessoal para os trabalhadores.



      Nessa perspectiva, surgem alguns questionamentos a serem abordados
no decorrer deste trabalho:


a) Qual a contribuição do profissional de pedagogia nas organizações
empresariais?



b) Como a Pedagogia Empresarial tem ganhado cada vez mais espaço no

mercado mundial de trabalho?



c) Até que ponto a ação educativa está inserida na Gestão de Pessoas? E
qual a importância de atuação do Pedagogo nesses setores?



d) Qual a visão dada pelos gestores e componentes da Embasa/UNS em

relação à contribuição desenvolvida pelo pedagogo empresarial nesta

empresa?
15

                                 CAPÍTULO I




1.1 – O Pedagogo: Novas Perspectivas de Atuação




      As transformações ocorridas no Brasil e no mundo nesses últimos
tempos, decorrentes de um conjunto de eventos políticos, técnicos, sociais e
econômicos, estão associadas ao processo de reestruturação produtiva e fez
as instituições de ensino, cientistas, pesquisadores e empresas voltarem sua
atenção para a necessidade de desenvolvimento das pessoas no contexto
empresarial.


         A reestruturação produtiva torna-se possível pela difusão de inovações
tecnológicas e organizacionais nas cadeias produtivas e pela reorganização
dos mercados internos e externos em cada país. A globalização que se
consolida no mercado mundial com o advento da Internet muda as relações de
consumo e o comportamento do consumidor. As formas como as pessoas se
comunicam e se relacionam passam a ser fator de peso no encaminhamento
da sua formação profissional. A formação profissional não cessa com a
conclusão de um curso. Qualquer que seja, ela precisa continuar e acomodar-
se no espírito do profissional sob pena de dissipar-se e desaparecer com o
tempo.


      Qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito
empresarial, visando os processos de planejamento, capacitação, treinamento,
atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa é o foco da
Pedagogia Empresarial. As mudanças nos requisitos de qualificação dos
profissionais podem tanto potencializar os mecanismos de exclusão social
econômica, quanto pode significar, aliado as propostas mais amplas de
redemocratização da sociedade, instrumento importante de construção da
cidadania, inclusão social, inclusão digital e crescimento econômico do país.
16

         Neste sentido, torna-se imprescindível no interior das empresas, órgãos
públicos, instituições educativas e escolares de todos os níveis, Infantil,
Fundamental, Médio, Superior, Jovens e Adultos e Profissionalizantes, a
presença de profissionais com conhecimentos especializados em educação,
qualificados na gestão, organização, planejamento, avaliação, seleção,
recrutamento e treinamento de funcionários. A educação assume grande
relevância perante essa reestruturação do mundo do trabalho. No universo
produtivo, portanto, faz-se necessário que o profissional da educação, dotado
de bases teóricas e metodológicas sólidas, assuma um espaço de forma
efetiva no interior das organizações.



         De fato, a sobrevivência em mercados competitivos exige posturas
inovadoras, arrojadas e principalmente, calcados de reconhecimento e
valorização do ser humano, alicerce fundamental a qualquer negócio.
(CHIAVENATO, 1992, p. 52) A atuação desse novo profissional precisa ocorrer
de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão.
Assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem
colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para
melhorar o desempenho da empresa.



         O que o pedagogo empresarial busca é efetivar os saberes corporativos
e com o seu domínio colaborará para a melhoria do clima organizacional, da
qualidade laboral, da qualidade de vida e aumento da satisfação pessoal de
todos.



         A atuação do pedagogo empresarial está aberta. É ampla e extrapola a
aplicação de técnicas visando estabelecer políticas educacionais no contexto
escolar. Sua atuação avança sobre as pessoas que fazem as instituições e
empresas de todos os tipos, portes e áreas. A contemporaneidade revela uma
“sociedade pedagógica” (Beillerot, 1985, p. 41), revelando amplos campos de
atuação pedagógica, definindo ao pedagogo duas esferas de ação educativa:
escolar e extra-escolar.
17

1.2 – O Pedagogo Escolar x Extra-Escolar: Formação e Área de Atuação




      A educação está inserida nos diversos campos da sociedade, como:
família, escola, organizações etc., ou seja, ela vai além do sistema educacional
formal. O indivíduo passa por processos educativos constantemente,
interferindo assim no seu comportamento de forma cognitiva, social e afetiva.
Esses conhecimentos são transmitidos através de reportagens sobre variados
temas, como meio-ambiente, drogas, saúde e etc. É uma forma de
conscientizar as pessoas para um determinado problema.



      Libâneo (2000) refere que o pedagogo está inserido em dois espaços na
prática educativa: a escola e a extra-escola. No campo da ação pedagógica
escolar destacam-se três tipos de atividades:



a) a de professores do ensino público e privado de todos os níveis de ensino e
dos que exercem atividades correlatadas fora da escola convencional;



b) a de especialista da ação educativa escolar operando nos níveis centrais,
intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores pedagógicos,
gestores, administradores escolares, planejadores, coordenadores orientadores
educacionais, etc);



c) Especialistas em atividades pedagógicas paraescolares atuando em órgãos
públicos, privados e públicos não-estatais, envolvendo associações populares,
educação de adultos, clínicas de orientação pedagógica/psicológica, entidades
de recuperação de deficientes etc, (instrutores, técnicos, animadores,
consultores, orientadores, clínicos, psicopedagogos, etc.)



      No campo extra-escolar destacam-se profissionais que exercem de
forma sistemática atividades pedagógicas e os que ocupam apenas parte de
seu tempo nestas atividades:
18

a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores,
orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não-escolares) em
órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, ligadas às empresas, à
cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc;



b) formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades
pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes
à transmissão de saberes e técnicas, ligados à outra atividade profissional
especializada.


                       O campo da atividade pedagógica extra-escolar é extenso. Inclui-se
                       toda a gama de agentes pedagógicos que atuam no âmbito da vida
                       privada e social: pais, famílias, trabalhadores voluntários em partidos
                       políticos, sindicatos, associações, centros de lazer, etc. (PIMENTA,
                       1998, p. 125)



      Dentre as atividades pedagógicas no campo extra-escolar, a empresa se
destaca por reconhecer gradativamente a necessidade de desenvolver
pessoas. A fase em que o empregado era visto apenas como executante de
tarefas está sendo superada. Hoje o empregado passa a ser incentivado ao
auto-conhecimento, a empresa necessita ter pessoas com um elevado grau de
conhecimento para garantir a qualidade de seus produtos. Isto se torna
possível à medida que os empregados desenvolvem seu senso criativo e agem
de forma eficaz diante da solução de problemas, ou seja, o empregado deve
adquirir competências cognitivas e comportamentais e isso só é possível
através da educação.



      Tais observações nos levam a refletir sobre a inclusão do pedagogo em
outros campos de atuação, visto que, existe caráter intencional na educação
empresarial, portanto é necessária uma ação pedagógica.



      Desse modo, o curso de pedagogia deveria levar em consideração a
questão dessa intencionalidade da educação e desenvolver o pedagogo
também para atuar em outras áreas profissionais.
19

      Para Libâneo (2000, p.56) “A sociedade foi se tornando cada vez mais
pedagógica, enquanto a quantidade e qualidade profissional dos pedagogos
foram diminuindo”.



      Diversificar as ações do pedagogo significa valorizar o seu papel na
sociedade, pois sabemos que existe de certa forma, uma desvalorização desse
profissional no mercado de trabalho no momento que ele parte em busca de
outro campo de atuação.



      Para a sociedade o pedagogo só tinha competências para desenvolver
trabalho no sistema educacional formal. Mas, felizmente esse paradigma
anteriormente arraigado tem sido substituído por novas perspectivas. O
pedagogo aos poucos vem conquistando novos espaços de atuação não só
como educador, mas também como construtor de idéias muito além das
escolas e instituições, contudo, para as empresas organizacionais que são
escolas de produção.



      Diante de nossas experiências profissionais na empresa Embasa/UNS
Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim na área de Gestão de Pessoas, a
nossa questão de pesquisa é refletir neste presente estudo sobre a importância
da atuação do Pedagogo Empresarial na ação educativa organizacional bem
como parceiro dos demais profissionais nos setores de Recursos Humanos.



      Nessa perspectiva, apresentamos os objetivos a serem propostos nesse
trabalho distribuídos da seguinte forma:



1.3 – Objetivos geral e específicos:



      1.3.1 – Objetivo Geral: Analisar as ações educativas dentro da
Pedagogia Empresarial.
20

     1.3.2 – Objetivo Específico: Elucidar a relevância da presença do
pedagogo na Gestão de Pessoas, e nos setores de Recursos Humanos para
os gestores e componentes da Embasa/UNS.
21

                                    CAPÍTULO II




                               QUADRO TEÓRICO




       A fim de analisar e refletir acerca das práticas educativas dentro da
Pedagogia Empresarial, no decorrer deste capítulo, abordaremos a relevância
da presença do pedagogo nas organizações empresariais, através de nossas
experiências vivenciadas na área de Gestão de Pessoas da Embasa/UNS –
Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim e utilizaremos os seguintes
conceitos que nortearam o nosso estudo: Pedagogia, Pedagogia Empresarial,
O Pedagogo Empresarial.




2.1 – Pedagogia: Breve Histórico




       A Pedagogia é um tema muito rico, e por ser muito extenso requer muito
estudo e pesquisa. Depende não só das gerações passadas, dos
desbravadores     deste   campo,     mas      também     das    novas    gerações      de
profissionais ousarem e produzirem trabalhos e pesquisa com qualidades
científicas para dar continuidade ao trabalho já começado.



       A história é o exercício da memória realizado para compreender o
presente e para nele ler as possibilidades do futuro, mesmo que seja um futuro
a construir, a escolher, a tornar possível.


                       A utilidade da história da pedagogia não pode ser posta em causa.
                       Não falo apenas da atracção que ela pode exercer, [pois] a história
                       da pedagogia não pode ser encarada unicamente como um
                       espetáculo agradável: ela é, de facto, uma escola de educação, uma
                       das fontes da pedagogia definitiva. Quando se trata de física ou de
22

                      química, a história destas ciências no passado não é mais do que
                      um assunto de erudição e de curiosidade... Na ciência da educação,
                      pelo contrário, como em todas as ciências filosóficas, a história é a
                      introdução necessária, a preparação para a própria ciência.
                      (COMPAYERÉ, 1911 apud CAMBI,1999, p. 11).



      Pedagogia: Segundo o dicionário Aurélio é “a teoria e ciência da
educação e do ensino. Conjunto de doutrinas, princípios e métodos de
educação e instrução que tendem a um objetivo prático. O estudo dos ideais de
educação, segundo uma determinada concepção de vida, e dos meios
(processos e técnicas) mais eficientes para efetivar estes ideais. Por fim,
profissão ou prática de ensinar”.



      Para Pimenta (1998, p. 15) o centro da definição para a pedagogia é “a
reflexão sobre a prática educativa que se efetiva através e por meio das
diversas Ciências Sociais e Humanas, procurando delimitar o “ser” do ato
educativo”.



      Segundo Cambi (1999, p.21) a história da pedagogia no sentido próprio
nasceu entre os séculos XVIII e XIX e desenvolveu-se no decorrer deste último
como pesquisa elaborada por pessoas ligadas à escola, empenhadas na
organização de uma instituição cada vez mais central na sociedade moderna
(para formar técnicos e para formar cidadãos), preocupados, portanto em
sublinhar os aspectos mais atuais da educação-instrução e as idéias mestras
que haviam guiado seu desenvolvimento histórico.


      A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. No
início, na paidéia grega haviam ali “paidagogos” que significa “aquele que
conduz a criança” (Aranha, 1996, p.41), ou, neste caso, o escravo que
acompanha a criança para o local da relação ensino-aprendizagem; não era
exclusivamente um instrutor, ao contrário, era um condutor, alguém
responsável pela melhoria da conduta geral do estudante, moral e intelectual.
No passado este era um simples escravo ou servo, tinha a norma para a boa
educação. Se por acaso, precisasse de especialistas para a instrução,
conduzia a criança até lugares específicos, os lugares próprios para o "ensino
23

de idiomas, de gramática e cálculo", de um lado, e para a "educação corporal"
de outro. O pedagogo (paidagogo) transportava a pequena bagagem de seu
jovem amo e a lanterna que servia para iluminar o caminho. Por vezes até
transportava a própria criança, se esta estivesse fatigada.



       E na educação romana percebemos três fases: a latina original, de
natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo (movimento grego) é
criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura
romana e a helenística.



       A educação na idade média se resume a uma frase: a formação do
homem de fé. Os parâmetros da educação na idade média se fundam na
concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que
deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna.
Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação
pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar,
a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do
trabalho escolar. O mundo antigo coloca como central a figura do pedagogo,
significativamente ativa na vida do indivíduo, reconhecendo-lhes as qualidades.



       No decorrer do tempo, a Pedagogia, com seus objetivos e currículo
pertinentes progredia, frente a novas exigências e novas fórmulas educativas,
novos sujeitos dos processos formativos, educativos e novas orientações
político-culturais. A partir do século XXI, o universo da pedagogia se mostra
como que envolvido numa complexa fermentação, atravessado por impulsos
radicais.



       A pedagogia, como bem nos aponta o verbete do dicionário, trabalha
com    uma   série   de   técnicas,   fundamentações     teóricas,   experiência,
conhecimento elaborado, com ideais educativos que passam a ser ideais de
vida. É um saber em transformação, em crise e em crescimento, atravessado
por várias tensões, por desafios novos e novas tarefas, por instâncias de
24

radicalização, de autocrítica, de desmascaramento de algumas ou de muitas
estruturas. É um saber que se reexamina, que revê sua própria identidade,
que se reprograma e se reconstrói, fixando novas fronteiras, elaborando novos
procedimentos. Portanto, a pedagogia pode-se dizer, mobiliza o indivíduo por
inteiro.



       Para Libâneo (2005, p.200),


                      (...) o que justifica a existência da pedagogia é o fato de esse campo
                      ocupar-se do estudo sistemático das práticas educativas que se
                      realizam em sociedade como processos fundamentais da condição
                      humana. A pedagogia, segundo o autor, serve para investigar a
                      natureza, as finalidades e os processos necessários às práticas
                      educativas com o objetivo de propor a realização desses processos
                      nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Ela se
                      constitui, sob esse entendimento, em um campo de conhecimento
                      que possui objeto, problemáticas e métodos próprios de
                      investigação, configurando-se como “ciência da educação”.



       O momento atual, de grandes transformações já não se contenta com a
aquisição, pura e simples, da leitura e da escrita. Hoje, temos um mundo
profundamente alterado, não só em termos da pós-industrialização, mas,
sobretudo, em relação às demandas humanas, repleto de várias culturas e
conhecimentos que ocupam uma parte fundamental na vida e formação de
cada indivíduo.


       Conhecer é mais do que obter as informações ou ter acesso a elas.
Conhecer significa trabalhar as informações para que lhes sejam úteis. O
conhecimento é complexo, não pode, simplesmente, ser transmitido de uma
pessoa para outra, mas construído a partir do diálogo e da relação
interpessoal. Só pode ser compreendido no todo se for relacionado com outros
conhecimentos, com a subjetividade e com a realidade social do indivíduo.



       Também chamada de “ciência da prática educativa” por Da Costa (1981,
p. 23), a pedagogia ora é tomada como tecnologia, ora como ciência, ora como
filosofia aplicada.
25

                      A pedagogia – ciência tradicional da educação – sofre toda uma
                      evolução conduncente à afirmação das ciências da educação.
                      Transita-se assim, em primeira análise, de uma via unidisciplinar a
                      uma outra multi ou pluridisciplinar que se exprime através de uma
                      mutação terminológica, a qual passa, numa fase intermediária, pelas
                      “ciências pedagógicas”. A passagem do singular ao plural é
                      acompanhada, finalmente, por um lado, pelo abandono do vocábulo
                      (“pedagogia”), por outro, pela introdução do termo “educação”. (DIAS
                      DE CARVALHO, 1988, p.185)



      A reflexão sobre educação não se esgota jamais. O processo educativo,
seja o formal transmitido pela escola, seja o não-formal desenvolvido em
instituições educativas fora dos marcos institucionais, seja o obtido através da
experiência de vida, não é efêmero e se presta a insistentes debates e intenso
estudo.




2.1.1 – Pedagogia: Avanços Frente à Modernidade




      A explosão dos negócios mundiais, acompanhada pelo avanço
tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, nos faz
antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na
educação. Diante das transformações da alta tecnologia, que muda em pouco
tempo os produtos e a maneira de produzi-los, extingui então umas profissões
e surgi outras. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita
o acesso às informações, mediante uma auto-formação continuada.


      Diante   dessas    perspectivas,     o    pedagogo      vai   progressivamente
adquirindo outras funções, nomeadamente ao nível da responsabilidade moral
e do cuidado geral sobre a criança. Na verdade, ao acompanhar a criança à
palestra, tornava-se necessário protegê-la contra os perigos da cidade. Por
passar com a criança grande parte do dia, o pedagogo exercia sobre o seu
pupilo uma contínua vigilância. Não é, pois de estranhar que, pouco a pouco,
lhe fosse confiada à educação moral do seu pupilo. E isto quer dizer que,
apesar do seu caráter servil e de pouco prestígio que muitas vezes lhe era
26

atribuído, o pedagogo cuidava da educação moral da criança, das suas boas
maneiras e do seu caráter.
                     A identidade profissional do pedagogo se reconhece, portanto, na
                     identidade do campo de investigação e na sua atuação dentro da
                     variedade de atividades voltadas para o educacional e para o
                     educativo. O aspecto educacional diz respeito a atividades do
                     sistema educacional, da política educacional, da estrutura e gestão
                     da educação em suas várias modalidades, das finalidades mais
                     amplas da educação e de suas relações com a totalidade da vida
                     social. (PIMENTA, 1998, p. 119-120)




      A pedagogia precisa pensar-se a si própria em sua relação com a
prática na qual se enraíza e a partir da qual e para a qual estabelece
proposições. Partindo por esse ponto de vista, Schmied-Kowarzik (1983, p. 15)
salienta que:


                     (...) a pedagogia não é apenas “uma diretriz no plano teórico da
                     ciência da educação, mas a preocupação teórico-científica da
                     fundamentação da pedagogia como ciência que, enquanto prática,
                     não possui seu sentido em si mesma, mas na humanização da
                     práxis”.


      A pedagogia tem efeitos disciplinares sobre a conduta humana e sobre
os modos como pensamos, falamos e atuamos em relação a questões
educacionais. Tem efeitos disciplinares sobre os modos como os indivíduos se
vêem a si próprios e sobre os modos como agem sobre si mesmos, bem como
sobre os modos como significam o mundo e as relações sociais e nelas
interferem.




2.2 – Pedagogia Empresarial: Educação x Humanização




      A pedagogia deixou de ser apenas mais uma disciplina da área de
educação, entrou no mercado de maneira mais ampla, suprindo as
necessidades da sociedade e das empresas, onde seleção, treinamento e
contínuo aperfeiçoamento são a garantia da produtividade, e requer atenção e
27

profissionais adequados na preparação dos profissionais da organização
(SANTOS, 2004, p. 7).



      Almeida (2006, p. 06) afirma que o foco da Pedagogia Empresarial é
“qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial,
visando aos processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização
e desenvolvimento do corpo funcional da empresa”.



      Nas empresas, os pedagogos atuam na área de Recursos Humanos, em
setores como: desenvolvimento e treinamento, recrutamento e seleção,
desenvolvimento gerenciado. O pedagogo acompanha todo o desenvolvimento
profissional do funcionário através de sua performance e acompanha o
processo de avaliação de desempenho desse profissional, sendo assim, a
proximidade e o acesso a todos os funcionários é constante, o que dá condição
a esse profissional de exercer um papel significativo no desenvolvimento dos
empregados.



      Segundo Santos (2004, p. 4) a pedagogia moderna visa preparar o
pedagogo para uma atuação junto às empresas de vários ramos: tem sido a
perspectiva de um novo e amplo campo de trabalho para pessoas que desejam
trilhar uma nova carreira empresarial, que não esteja ligada, diretamente, às
áreas administrativa e econômica. Visa a utilizar técnicas diferenciadas, que
são aplicadas de acordo com a necessidade do setor ou das pessoas em
análise.



      Conforme Ferreira (1985, p. 74) “um dos propósitos da Pedagogia na
Empresa é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas
administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e a produtividade
organizacionais”.
28

      É interessante perceber que a atuação do pedagogo na empresa tem
como pressupostos principais a filosofia e a política de recursos humanos
adotadas pela Organização.


                      O impacto das transformações da sociedade nas organizações
                      possibilita constatar o destaque dado a pontos como competências
                      necessárias ao profissional moderno: espírito de liderança,
                      orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação
                      clara e objetiva, flexibilidade e adaptabilidade, criatividade e pró-
                      atividade e aprendizagem contínua. (LOPES, TRINDADE,
                      CARVALHO e CADINHA, 2006)



      A competência humana é uma qualidade profissional indispensável para
o êxito no mercado de trabalho. É preciso humanizar a competência para que
saibamos lidar com o próximo, principalmente porque a formação humana é o
grande diferencial para o sucesso profissional.



      Cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam
uma    aprendizagem     melhor     e    com     apropriação      de    informações       e
conhecimentos, tendo como base sempre a realização de idéias, se ocupando
basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e
atitudes diagnosticadas, indispensáveis à melhoria da produtividade. E, para
isso, implantar projetos, dentre eles: programa de qualificação, requalificação
profissional, produção e construção de conhecimento, estruturar o setor de
treinamento, desenvolver e adequar métodos de informação e da comunicação
para as práticas de treinamento (FERREIRA, apud RIBEIRO, 1985).



       A pedagogia empresarial existe, portanto, para dar suporte tanto em
relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à
aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O pedagogo empresarial
“promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espírito de
equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES, 2006, p. 74).
29

      A realidade empresarial requer, hoje, um apoio específico de
profissionais que permitam uma garantia de resultados e soluções para os
problemas existentes com rapidez e eficiência.




2.2.1 – A Pedagogia Empresarial e a Gestão de Pessoas




      Uma mudança fundamental em escala mundial vem ocorrendo no meio
ambiente e no contexto interno das organizações. Nos dias de hoje em pleno
século XXI presenciamos essas novas e significativas mudanças nas
organizações empresariais.



      Até o final da década de 1970 prevalecia nas empresas o modelo
organizacional vertical e compartimentado, onde as várias áreas vivenciavam
“seu negócio” e se comunicavam através de canais formais de hierarquia. Com
isso sua integração ficava comprometida e o nível de responsabilidade dos
gerentes, reduzido ao limites de seus setores.



      Já nos anos 1990, com o advento da estruturação das organizações por
processos e com a competitividade sendo mandatária na era da globalização,
eliminaram-se as barreiras internas e os gerentes foram obrigados a assumir
papéis de “donos” do negócio.



      Os gerentes tiveram seu perfil a uma nova realidade e a gestão dos
recursos humanos que estivessem sob sua responsabilidade passou a fazer
parte da sua rotina de trabalho. Com isso sua capacitação passou a incluir
disciplinas voltadas para a área de comportamento, condição fundamental para
que pudessem se comunicar melhor com os subordinados, compreendendo
melhor seus problemas pessoais. É como se entende hoje por Gestão de
Pessoas.
30



      A evolução da Administração de Recursos Humanos para Gestão de
Pessoas passa, necessariamente, pelo conhecimento dos ambientes internos e
externos, pela participação efetiva do planejamento estratégico global da
organização, buscando a efetividade dos produtos e/ou serviços oferecidos aos
clientes, aos fornecedores e aos clientes internos da organização.



      Chiavenato (2003, p.80) afirma que:


                     A moderna gestão de pessoas procura tratar as pessoas como
                     pessoas e simultaneamente como recursos organizacionais, mas
                     rompendo a maneira tradicional de tratá-las meramente como meios
                     de produção. E completa afirmando que “é o conjunto de políticas e
                     práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial
                     relacionados com as pessoas, ou recursos humanos, incluindo,
                     recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de
                     desempenho”.



      A Gestão de Pessoas vem passando por um amplo processo de
transformação, na medida em que os sistemas tradicionalmente utilizados
como referencial - centrados em cargos - vem demonstrando fragilidades
diante do ambiente turbulento e mutável pelo qual vem passando as
organizações.



      A visão empresarial aponta para a busca de um corpo funcional
saudável, tanto física como mentalmente. O aumento da produtividade e o
diferencial competitivo entre as empresas podem estar diretamente vinculados
ao incentivo ao bem-estar da força de trabalho. A qualidade de vida no
cotidiano e no trabalho, a saúde no trabalho e produtividade, as principais
doenças ocupacionais, o prazer no exercício da função, a evolução histórica do
trabalho e a implantação de programas de qualidade e investimento na saúde
ocupacional como estratégia corporativa, têm se tornado grandes instrumentos
de trabalho nas grandes empresas.


                     As organizações começam a entender que precisam participar da
                     transformação dessa realidade, desenvolvendo programas de
                     conscientização e apoio visando encontrar um equilíbrio entre
                     trabalho e melhoria da qualidade de vida, uma vez que as
31

                     dificuldades emocionais decorrentes da vida pessoal interferem de
                     forma significativa no desempenho profissional. (BOM SUCESSO,
                     2002, p. 13)



      Esse novo conceito de estratégia corporativa mostra-se recente na
história do trabalho e na visão dos empresários. Há espaço suficiente e
evoluções no sentido de descartar os conflitos, o autoritarismo, o ser humano
considerado como mero recurso e as relações friamente concebidas e buscar
um cenário de qualidade de vida, prazeroso e altamente satisfatório, em que
tanto as expectativas da empresa quanto as do trabalhador possam ser
atendidas.



      De suma importância é a atenção prestada ao ser humano – o homem
por trás da máquina. Feliz em sua colocação, Bom Sucesso (2002, p.13)
coloca que “O mais forte desafio tem sido viver com qualidade em um mundo
de alto desenvolvimento tecnológico e baixo desenvolvimento humano”.




2.3 – O Pedagogo Empresarial




      O envolvimento das pessoas nas organizações nos chama atenção para
o desafio no sentido de obter o compromisso da mudança constante dos
envolvidos. Compreender intelectualmente a necessidade e as vantagens da
mudança parece lugar comum. Agir de modo diferente do que têm feito é o
ponto crucial para as organizações. Treinamento e programas de formação
profissional sustentam as mudanças e possibilitam melhores resultados com
melhor qualidade de vida. Na perspectiva das mudanças nas organizações, as
áreas da Gestão de Pessoas e da Pedagogia Empresarial estão sendo
chamados a responder de forma mais efetiva em termos da sua real
contribuição para o desempenho global da organização. Uma das alternativas
metodológicas, neste contexto, é a gerência de projetos que permite uma
32

capacitação de pessoas e o aumento da produtividade tanto em nível pessoal
quanto organizacional para a valorização do ser humano nas empresas.



        No contexto em que mudanças ocorrem a todo o momento, a
organização precisa estar alinhada em torno de definições estratégicas claras,
sustentadas por uma gestão com amplo envolvimento e participação. Uma
organização que pretende ter de si mesma uma visão estratégica precisa levar
em conta que há um fluxo de conhecimentos que afeta a produção como um
todo.



        É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de
trabalho, baseado em respeito mútuo em uma comunicação aberta, ou seja,
com o envolvimento dos clientes internos e externos. O momento atual exige
ampla transformação, uma nova "filosofia de gestão", o que implica uma
grande mudança no paradigma anterior.



        Torna-se fundamental a criação de novas formas organizacionais em
torno de equipes e processo.



        De acordo com Martins (2003), as funções desempenhadas pelo
Pedagogo dentro de uma companhia estão em constante movimento, já que
são influenciadas por diversos fatores, como o desenvolvimento tecnológico, a
competitividade e as exigências de mercado.



        Geralmente os pedagogos são responsáveis pelo programa de
integração de novos funcionários, ou seja, eles têm a responsabilidade de
veicular, nos primeiros momentos do empregado novo na empresa todas as
informações que precisam saber sobre a organização e sobre a atividade que
irá desenvolver.



        O momento da integração é fundamental para a empresa porque é
nesse momento que, além de transmitirem informações sobre a instituição,
33

informações técnicas, burocráticas, passa-se à ideologia da organização, à
cultura, à missão, aos valores e às expectativas com relação ao trabalhador
que está entrando na Organização. Ou seja, o Pedagogo começa a exercer
poder e influência a partir do primeiro momento em que o trabalhador coloca os
pés na empresa, é ele que mostra “a cara” da empresa.



      De acordo com Lorenzo (2007), o Pedagogo não é mais só o
profissional que atua no ambiente escolar. Ao contrário, dispõe de uma imensa
área de atuação, tais como: empresas de diversos setores, ONGS, editoras,
sites, consultorias especializadas em T&D e em todas as áreas que requeiram
um trabalho educativo.



      O Pedagogo dentro da Gestão de Pessoas acompanha todo o
desenvolvimento profissional do funcionário, através de sua performance,
viabilizando cursos internos e externos, técnicos ou comportamentais,
palestras, cursos de idiomas e acompanha o processo de avaliação de
desempenho desse profissional. Sendo assim, a proximidade e o acesso a
todos os funcionários é constante, o que dá condição a esse profissional de
exercer um papel significativo no desenvolvimento dos empregados.



      A tarefa do Pedagogo Empresarial é, entre outras, a de ser o mediador e
o articulador de ações educacionais na administração de informações dentro
do processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Gerenciar
processos de mudança exige novas posturas e novos valores organizacionais,
características fundamentais para empresas que pretendem manter-se ativas e
competitivas no mercado.



      Um outro aspecto do trabalho que o pedagogo pode vir realizar na
empresa se refere à elaboração de programas instrucionais ou diretrizes
didáticas. Nas empresas podemos constatar que todas elas fazem um
planejamento prévio das etapas de treinamento contendo conteúdos, objetivos,
técnicas e avaliação, porém esse planejamento é realizado sem suporte
34

educacional, ainda que o objetivo seja a qualificação dos trabalhadores, que
por mais restrito que se entenda esse conceito, em geral, refere-se à aquisição
de conhecimentos do processo produtivo e desenvolvimento de capacidades
intelectuais e comportamentais no sujeito que aprende determinado conteúdo
(GRECO, 2005, p. 42).



      Dessa forma, o profissional da educação atua na área de Gestão de
Pessoas direcionando seus conhecimentos para os colaboradores da empresa
com o objetivo da melhoria de resultados coletivos, desenvolve projetos
educacionais, seleciona e planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação,
representa a empresa em negociações, convenções, simpósios, realiza
palestras, aporta novas tecnologias, pesquisa a utilização e a implantação de
novos processos, avalia desempenho e desenvolve projetos para o
treinamento dos funcionários.



      O pedagogo empresarial pode focar seus conhecimentos em duas
direções: no funcionário ou no produto da empresa. No primeiro caso, trata-se
da atuação no departamento de Recursos Humanos (RH), realizando
atividades relacionadas ao treinamento e desenvolvimento do trabalhador. O
pedagogo é o responsável pela criação de projetos educacionais que visam
facilitar o aprendizado dos funcionários.



      Estudos como o de Market (apud GRECO, 2005), demonstram a
necessidade de desenvolver um conceito de qualificação profissional com base
na nova forma de organizar a produção, e também, os novos modelos
organizacionais parecem requerer que as experiências adquiridas na prática do
trabalho estejam subsidiadas de suporte educacional a fim de traduzir o
momento no qual o trabalhador despende sua força de trabalho em ganhos
individuais e que as equipes de trabalho inovem, troquem experiências e
interajam entre si, não apenas em uma perspectiva de execução, mas de
concepção do trabalho.
35

      O    pedagogo      empresarial    precisa   de     uma   formação    filosófica,
humanística e técnica sólidas. Ele sabe que o foco do seu trabalho deve estar
direcionado para as partes descritas, empregadores e empregados; ele ainda
interage   com   todos    os   níveis    hierárquicos,    promovendo      ações    de
reciprocidade, de trocas mútuas, através de suas ações de humanização.



      O maior patrimônio da empresa é o ser humano, por este motivo o foco
maior é a Gestão de Pessoas. O pedagogo empresarial tem a capacidade e
conhecimentos necessários para identificar, selecionar e desenvolver pessoas
para o âmbito empresarial. Este profissional possui competências para
trabalhar com Recursos Humanos chegando até a estar frente numa empresa,
na liderança e na execução de projetos.
36

                               CAPÍTULO III




                              METODOLOGIA




      Conforme especificamos no Capítulo I, os objetivos desta pesquisa
visam analisar as ações educativas dentro da Pedagogia Empresarial e
elucidar a relevância da presença do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos
setores de Recursos Humanos para os gestores e componentes da
Embasa/UNS. O alcance desses objetivos nos levou a definir como ponto
principal a pesquisa qualitativa e etnográfica e optar pelas estratégias que
expomos a seguir:




3.1 – Pesquisa Qualitativa e Etnográfica




      A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal de
pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui num
caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.



      Ludke e André (1986, p. 10) “afirmam que todos os dados da pesquisa
são considerados importantes, contudo, para se realizar uma pesquisa é
preciso confronto entre dados, as evidências, as informações coletadas sobre
determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele”.
Para eles, o pesquisador deve atentar para o maior número possível de
elementos presentes supostamente triviais, mas que podem ser essenciais
para melhor compreensão do problema que está sendo estudado.
37

       Esta pesquisa é de caráter qualitativo, pois ainda segundo os autores
acima citados (1986, p. 11), “a pesquisa qualitativa tem ambiente natural como
sua fonte direta de dados e pesquisador como seu principal instrumento, sendo
o pesquisador um ativo descobridor de significados das ações e das relações
sociais”.



       A pesquisa qualitativa supõe contato direto e prolongado do pesquisador
com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Portanto, esse tipo
de pesquisa focaliza a interpretação, dá mais ênfase na subjetividade inerente
ao processo de pesquisa.



       É sob esse prisma que incluímos a pesquisa como o elemento
articulador entre a teoria e a prática, como a forma capaz de fazer com que o
pensar e o fazer, se encontrem em um movimento contínuo, estabelecendo
assim a necessária sintonia entre o ensino e o mercado de trabalho de forma
dinâmica e contínua, como base não somente do trabalho científico, mas
também como processo de formação educativa.



       Por meio do ensino fundamentado na pesquisa, na medida em que os
sujeitos se inserem no processo de produção do conhecimento como atores de
uma prática coletiva que supõe compromisso histórico-social, não só contribui
para a formação desses sujeitos como faz com que continuem aprendendo na
realidade do dia-a-dia, em que exercem a sua prática.




3.1.1 – Pesquisa Etnográfica




       Esse instrumento de pesquisa tem sido fundamental em nosso trabalho.
Como observador, recorremos aos conhecimentos e experiências profissionais
na Gestão de Pessoas e setores de Recursos Humanos da Embasa/UNS que
38

nos auxiliaram nos processos de compreensão e interpretação do fenômeno
estudado.



      A descrição de um trabalho de pesquisa com enfoque etnográfico é
como um relato de nossas experiências de vida, sempre um processo muito
difícil que requer reflexão, habilidade na descrição e clareza, de tal forma que
permita expressar em palavras, acontecimentos, comportamentos, processos
sociais e contextos com vivências e experiências dos sujeitos.



      Originariamente desenvolvida na antropologia, a pesquisa etnográfica
propõe-se a descrever e a interpretar ou explicar o que as pessoas fazem em
um determinado ambiente, os resultados de suas interações, e o seu
entendimento do que estão fazendo (Watson-Gegeo, 1988, p. 576). Em outras
palavras,   esse   tipo   de   pesquisa    procura    descrever     o   conjunto     de
entendimentos e de conhecimento específico compartilhado entre participantes
que guia seu comportamento naquele contexto específico, ou seja, a cultura
daquele grupo (Hornberger, 1994, p. 688). Portanto, parece consensual que a
etnografia descreve a cultura de um grupo de pessoas, interessada no ponto
de vista dos sujeitos pesquisados.



      Ferreira (1986, p. 21) define a etnografia como “estudo e descrição dos
povos, sua língua, raça, religião e manifestações materiais de sua atividade;
descrição da cultura material dum determinado povo”. Ou seja, é a descrição
de determinados aspectos da cultura sem que se faça juízo de valor.



      Para André (1995, p. 41), a etnografia coloca, pois,

                      (...) uma lente de aumento na dinâmica das relações e interações
                      que constituem o seu dia-a-dia, apreendendo as forças que a
                      impulsionam ou que a retêm, identificando estruturas de poder e os
                      modos de organização do trabalho (...) e compreendendo o papel e a
                      atuação de cada sujeito nesse complexo interacional onde ações,
                      relações, conteúdos são construídos, negados, reconstruídos ou
                      modificados.
39

      O pesquisador etnógrafo lida com uma modalidade de pesquisa que se
vê conforme salienta André (2004, p. 20) “diante de diferentes formas de
interpretações da vida, formas de compreensão do senso comum, significado
variados atribuído pelos participantes às suas experiências e vivências e tenta
mostrar esses significados múltiplos ao leitor”.


      Outra característica definidora da pesquisa do tipo etnográfico é o fato
de o pesquisador ser o instrumento principal na coleta e na análise dos dados.
Este fato deixa implícito no trabalho o principio da interação, uma vez que
sempre, entre o pesquisador e o objeto pesquisado, os dados são mediados
pelo instrumento humano. O fato de ser uma pessoa o põe numa situação
diferenciada, pois permite-lhe fazer mudanças, rever, localizar outros sujeitos,
enfim reorientar sua pesquisa quando for necessário.


                       O etnógrafo observa e paralelamente interpreta. Seleciona do
                       contexto o que há de significativo em relação à elaboração teórica
                       que está realizando. Cria hipóteses, realiza uma multiplicidade de
                       análises, reinterpreta, formula novas hipóteses. Constrói o conteúdo
                       dos conceitos iniciais, não o pressupondo. Ao deparar-se com o
                       aparente “caos” da realidade, que costuma provocar de imediato,
                       juízos etnocêntricos, aprende a abandonar a formulação abstrata e
                       demasiadamente precoce, pois é necessário “suspender o juízo” por
                       um momento. Assim, é possível construir um objeto que dê conta da
                       organização peculiar do contexto, incluindo as categorias sociais que
                       expressam relações entre os sujeitos. No duplo processo de
                       observação e interpretação, abre-se a possibilidade de criar e
                       enriquecer a teoria (Rockwell, 1986, p. 50).



      Fazer pesquisas etnográficas é sempre um processo muito difícil, requer
reflexão, habilidade na descrição e clareza que permita expressar em palavras
acontecimentos, comportamentos, processos sociais e contextos com vivências
e experiências significativas dos sujeitos.




3.2 – Lócus de Pesquisa
40

      O lócus é de fundamental importância para a pesquisa, ele leva o
pesquisador a refletir sobre seu problema. Sendo assim, nosso lócus de
pesquisa foi realizado na empresa Embasa – Empresa Baiana de Águas e
Saneamento S.A. – UNS- Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim,
localizada na Avenida do Contorno, S/N, Casas Populares, no município de
Senhor do Bonfim – BA, semi-árido baiano, diante de nossas experiências
profissionais na área de Gestão de Pessoas como mão de obra terceirizada.




3.2.1 – A Estrutura Física



      Empresa de patrimônio público com economia mista, a Embasa –
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – UNS- Unidade de Negócios
de Senhor do Bonfim está subdividida em 05 (cinco) divisões setoriais:
Gerência Geral (UNS); Divisão Admnistrativa-Financeira (UNS-A); Divisão
Comercial (UNS-C); Divisão Operacional (UNS-O) e Divisão de Manutenção
(UNS-M). A Embasa atualmente atende a xxx municípios e xxx localidades,
possuindo 23 (EL’s) Escritórios Locais distribuídos na macro região de Senhor
do Bonfim.



      Possui uma estrutura física bastante considerável com 20 (vinte) salas;
01 (uma) recepção; 01 (uma) cozinha; 04 (quatro) banheiros; 01 (uma) guarita;
01 (uma) Estação de Tratamento de Água; 01 (uma) Casa de Bombas; 02
(duas) oficinas, sendo que uma de manutenção e outra de hidrômetros; 01
(hum) almoxarifado; 01 (hum) laboratório de controle da qualidade da água; 01
(uma) loja de atendimento a clientes externos; estacionamento amplo para
carros e motos; ampla área verde e jardinada aos redores da empresa.




3.2.2 – Quadro Funcional
41




      A Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – UNS-
Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim, possui um quadro funcional
bastante variado, composta por 123 (cento e vinte e três) funcionários efetivos
e concursados, 207 (duzentos e sete) funcionários terceirizados sendo que,
200 (duzentos) de administração direta, 04 (quatro) vigilantes, 02 (dois)
zeladores, 01 (hum) motorista, totalizando 329 funcionários; 08 (oito)
estagiários de nível médio e 06 (seis) nível superior e 05 (cinco) jovens
aprendizes.




3.3 – Sujeitos da Pesquisa




      Para a realização desta pesquisa há fundamental participação e
contribuição dos sujeitos. A reunião dos dados obtidos através da sua
cooperação incide para um melhor aproveitamento, análise e resultados deste
trabalho.


      Os sujeitos desta pesquisa são os 15 componentes do quadro funcional
da Embasa/UNS que estão distribuídos da seguinte forma:



02 Gerentes (Gerente Geral e Gerente Administrativo-Financeiro);


05 Funcionários Efetivos;


06 Funcionários Terceirizados;


01 Estagiária (Nível Superior);


01 Jovem Aprendiz.
42




      A escolha por estes sujeitos se deu pelo fato de se tratar de
colaboradores atuantes nos diversos setores da empresa, a fim de obtermos
um maior aproveitamento nos resultados deste trabalho.




3.4 – Estratégias e Instrumentos da Pesquisa




      Para uma maior compreensão do objeto estudado, ao pesquisar a
Embasa/UNS, optou-se como instrumentos de coleta de dados: questionário
fechado para gestores e componentes do quadro funcional da empresa,
entrevista semi-estruturada e análise documental sobre a empresa.



      Com o intuito de perceber se existe dentro da empresa a não
segregação, ou seja, a inclusão de todos e quaisquer indivíduos independente
de suas limitações, recorremos às abordagens qualitativas de pesquisa
norteadas pela técnica da observação direta, questionário fechado, entrevista
semi-estruturada e análise documental. A observação direta possibilita um
contato pessoal e estreito entre pesquisador e pesquisando como afirma Ludke
(1986, p. 26):


                     A observação direta permite também que o observador chegue mais
                     perto da “perspectiva do sujeito”, um importante alvo nas abordagens
                     qualitativas. Na medida em que o observador acompanha in loco as
                     experiências diárias dos sujeitos, pode tentar aprender sua visão de
                     mundo, isto é o significado que eles atribuem à realidade que os
                     cerca e às suas próprias ações.



      Nosso grande desafio no decorrer desta pesquisa foi saber trabalhar o
envolvimento e a subjetividade, mantendo o necessário distanciamento, como
é exigido na execução de um trabalho científico. Para Lüdke e André (1986, p.
28), a observação é instrumento válido e fidedigno de investigação, desde que
43

seja realizada de modo controlado e sistemático, o que supõe seu
planejamento cuidadoso e a rigoroso preparo do pesquisador.



      Tanto quanto a entrevista, a observação ocupa um lugar privilegiado nas
novas abordagens de pesquisa educacional. Usada como principal método de
investigação ou associada a outras técnicas de coleta, a observação possibilita
um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado, o
que apresenta uma série de vantagens. Sendo o principal instrumento da
investigação, o observador pode recorrer aos conhecimentos e experiências
pessoais como auxiliares no processo de compreensão e interpretação do
fenômeno estudado. (LÜDKE e ANDRÉ ,1986, p. 26).



      Nossa observação pautada pela pesquisa qualitativa e etnográfica e por
meio de análise documental, nos propiciou para um fortalecimento de laços de
confiança in lócus promovendo a interação entre todos os envolvidos nesse
processo.




3.4.1 – Questionário Fechado




      Com o objetivo de levantar informações sobre a percepção dos
colaboradores da UNS sobre a importância da atuação do pedagogo nesta
empresa foi aplicado um questionário fechado com 08 questões objetivas e um
questionário aberto por meio de entrevista semi-estruturada com 07 perguntas
abertas sobre o tema abordado os quais foram respondidos individualmente
(ver roteiro nos anexos 01).


      O questionário fechado assegura maior precisão na expressão de
opiniões. É de quase total ausência de pressão sobre o indivíduo, pois
geralmente    é   permitido    tempo   para   refletir   sobre   suas   respostas.
(GRESSLER,1989).
44

3.4.2 – Entrevista Semi-Estruturada



      A entrevista semi-estruturada permite liberdade e espontaneidade do
entrevistado. Como explicita Trivinos 1987 (p.145-146):


                    Para a pesquisa qualitativa a entrevista semi-estruturada é um dos
                    principais meios que tem o investigador para realizar a coleta de dados
                    (...) Pois esta ao mesmo tempo em que valoriza a presença do
                    investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que o
                    informante alcance liberdade e a espontaneidade necessária,
                    enriquecendo a investigação.



      Por fim, vale dizer que, sempre que possível, é interessante que a
transcrição das entrevistas seja feita pelo próprio pesquisador, tendo em vista
ser este um rico momento de análise inicial de seu conteúdo. Pois, o processo
de transcrição simboliza a escuta em detalhe, palavra por palavra, tom a tom,
tornando mesmo possível re-avivar seu contexto e dinâmica. Assim, é mister
considerar, na transcrição, não apenas as falas, mas também as hesitações,
risos, silêncios, lapsos, interrupções etc., muitas vezes reveladores de
conteúdo.




3.4.3 – Análise Documental




      A Análise documental é uma das técnicas de maior confiabilidade,
segundo Godoy (1995, p.21). Os dados coletados na análise documental
possibilitaram a validação das informações obtidas durante a entrevista com os
gestores e componentes da Embasa/UNS pesquisadas na primeira etapa de
coleta de dados.



      A análise documental consiste em uma série de operações que visam a
estudar e a analisar um ou vários documentos, para descobrir as diversas
circunstâncias com as quais podem estar relacionados. No caso específico
45

desta pesquisa a nossa análise documental constou de análises dos seguintes
documentos: arquivos históricos da empresa, pesquisas na intranet, anotações
prévias pós-observações informais em reuniões setoriais, planejamentos e
projetos estratégicos de transformação e mobilização profissional, entre outros
disponíveis na organização.


       Segundo Spink (2000, p. 126), os documentos são:


                      produtos em tempo e componentes significativos do cotidiano;
                      complementam, completam e competem com a narrativa e a
                      memória. [...] Sua intersubjetividade é produto da interação com um
                      outro des-conhecido, porém significativo e freqüentemente coletivo.



       Lüdke e André (1986) sugerem um procedimento diante do material
construído na pesquisa de campo, baseando-se no método proposto por
Michelat (1980, p. 48):


                      É preciso ler e reler o material até chegar a uma espécie de
                      ‘impregnação’ do seu conteúdo. Essas leituras sucessivas devem
                      possibilitar a divisão do material em seus elementos componentes,
                      sem contudo perder de vista a relação desses elementos com todos
                      os outros componentes



       Por estarem situados em tempo e refletirem a interação intersubjetiva de
interlocutores,   constituem práticas discursivas que representam                 idéias
diferentes, saberes, fazeres e múltiplos elementos, e que denunciam imagens,
usos, sentidos e processos humanos.



       Todos esses instrumentos utilizados nos permitem uma variedade de
informações e nos levará a uma apreensão mais completa do objeto estudado.
46

                                CAPÍTULO IV




      ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS




      A partir deste Capítulo, analisaremos os dados coletados desta pesquisa
desenvolvida na empresa Embasa/UNS – Unidade de Negócios de Senhor do
Bonfim, com gestores e componentes desta organização, além de observação
participante no nosso ambiente de trabalho.



      Para tanto, utilizamos alguns elementos que nos auxiliaram para um
melhor aproveitamento desta pesquisa: os questionários fechados entregues a
alguns gestores e componentes da empresa; a entrevista semi-estruturada
realizadas com o mesmo público e a observação participante.




4.1 – A Embasa




      Fundada em 1971, atendendo a exigência do Plano Nacional de
Saneamento – Planasa, que pedia a implantação de um organismo central em
cada estado para comandar o setor de saneamento, a Embasa localizada em
Salvador - BA vem ampliando seu Sistema de Abastecimento de Água a cada
dia, atendendo atualmente em várias cidades baianas, disseminando esses
Sistemas em Unidades Norte e Sul de Negócios distribuídas em quase toda a
Bahia. O Sistema de Abastecimento de Água da Unidade de Negócios de
Senhor do Bonfim atualmente atende a 240 localidades em 30 municípios.
47

4.1.1 – A Embasa: Identidade Organizacional




      A Identidade Organizacional da Embasa está pautada em cima de
critérios de excelência essenciais para o crescimento da empresa, tendo como
principal Negócio o abastecimento de água e esgotamento sanitário. Sua
Missão é assegurar o abastecimento de água e serviços de esgotamento
sanitário, garantindo a satisfação dos clientes, acionistas, colaboradores e
poder concedente, interagindo com fornecedores, buscando o equilíbrio
econômico e financeiro, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da
sociedade e a preservação do meio ambiente. A Visão norteadora da empresa
é ser reconhecida nacionalmente como uma empresa de excelência no setor
de saneamento. Seus Valores estão pautados na ética, no comprometimento,
na criatividade, na responsabilidade ambiental e social, na integração,
valorização e desenvolvimento de pessoas.




4.1.2 – A Embasa: Política Organizacional




      A Política da Embasa consiste em um conjunto de regras ou enunciados
que orienta a tomada de decisões. São orientações para medidas futuras
baseadas em experiências passadas ou em crenças e valores. Enquanto as
crenças e valores dizem respeito ao âmbito mais geral da empresa, a Política
refere-se geralmente, a sistemas. As principais Políticas empresariais da
Embasa são: Política da Qualidade, Política Administrativa, Política de Gestão
de Pessoas, Política de Segurança do Trabalho, Política de Atendimento ao
Cliente, Política Operacional, Política Comercial, Política Financeira, Política
tecnológica, Política de Marketing e Comunicação, Política de Expansão e
Política Ambiental.
48

      Dentre as políticas citadas, destacamos a Política de Gestão de
Pessoas que conforme o seu Planejamento Estratégico (2004/2007, p.15)
consiste em “desenvolver, promover e valorizar os seres humanos, de forma a
ampliar continuamente o desempenho, a empregabilidade e o nível de
satisfação, saúde e segurança dos profissionais da empresa”.



      Com base nesses fenômenos organizacionais estabelecidos na
Embasa/UNS      mencionados    acima,    percebemos    que     tais   aspectos
instrumentais tornam-se mais sensíveis à dinâmica das relações indivíduo-
sociedade. As experiências cotidianas vivenciadas por nós neste ambiente de
trabalho, nos fazem compreender que o espaço organizacional é, sobretudo,
um espaço de valorização da dimensão e da dignidade humana.




4.2 – O Perfil dos Sujeitos




      Como foi mencionado anteriormente foram aplicados questionários
fechados a 02 (dois) gestores e 13 (treze) colaboradores da Embasa/UNS,
onde por meio destes pudemos traçar o perfil dos sujeitos conforme a análise
dos gráficos a seguir:




4.2.1 – Idade e Gênero




      Conforme o Gráfico 4.2.1, procuramos variar a faixa etária dos
colaboradores questionados a fim de melhor avaliarmos as opiniões coletadas
nesta pesquisa. No quesito “Idade”, 46% possuíam idade entre 18 a 25 anos;
27% entre 36 a 45 anos; 20% estavam entre 26 a 35 anos e 7% tinham mais
de 45 anos de idade.
49


                                         Idade



                                    7%

                    27%
                                                                46%




                              20%


               18 a 25 anos   26 a 35 anos   36 a 45 anos    acima de 45 anos


                                 Gráfico 4.2.1 “Idade”



      No Gráfico 4.2.2, no quesito “Gênero”, 60% eram mulheres e 40%
homens. Nessa perspectiva, observamos a presença da mulher no mercado de
trabalho que vem aumentando a cada ano. De acordo com a Constituição
Federal, o artigo 5°, inciso I determina: “Homens e mulheres são iguais em
direitos e obrigações nos termos desta Constituição”, ficando destacado assim
o princípio da igualdade. Das mulheres entrevistas, 56% são pedagogas,
porém não atuam em sua profissão dentro da empresa, entretanto, suas
opiniões não entraram em desacordo com os 44% das outras mulheres que
participaram da entrevista.



                                         Gênero




                      40%



                                                                  60%




                                    Femino       Masculino


                                Gráfico 4.2.2 “Gênero”
50

4.2.2 – Escolaridade




      O Gráfico 4.2.3 a seguir, refere-se ao grau de escolaridade dos
entrevistados, constatamos, onde 40% possuem o nível superior incompleto;
33% o nível superior completo e 27% o nível médio completo. Nesta situação,
podemos destacar que os 27% em sua maioria, referem-se aos funcionários
mais antigos na empresa e que possuem uma idade mais avançada que aos
demais. Em contrapartida, os 73% restantes, por exigência do atual e
globalizado mercado de trabalho, têm buscado uma melhor posição acadêmica
a fim de conseguirem uma melhor posição dentro deste contexto.



                                  Escolaridade


                                                          27%
                   40%




                                                    33%




               Médio Completo   Superior Completo    Superior Incompleto



                          Gráfico 4.2.3 “Escolaridade”




4.2.3 – Situação e Função na Empresa




      Dos 15 sujeitos entrevistados, 46% são funcionários efetivos; 40%
terceirizados; 7% estagiário de nível superior e 7% Jovem Aprendiz, conforme
o Gráfico 4.2.4 “Situação na Empresa”. Dentre estes, destacamos 86% que
51

foram admitidos na empresa mediante concurso público, os demais, ou seja,
14% foram efetivados na empresa em meados da década de 90, através de
ordem superior sancionada pelo ex-governador Valdir Pires.



                                  Situação na Empresa



                             7%         7%


                                                                       46%



                    40%




                   Efetivo   Terceirizado    Estagiário   Jovem Aprendiz


                         Gráfico 4.2.4 “Situação na Empresa”



      No que se refere à função exercida na empresa Embasa/UNS, dos 15
sujeitos entrevistados o Gráfico 4.2.5 nos mostra que 7% exerce a função de
gerente geral; 7% gerente de divisão setorial; 7% a função de químico; 39%
exercem a função de Agente de Serviço Administrativo exercendo atividades
nos diversos setores da empresa; e 40% possuem outras funções tais como
(assistente social, técnico contábil, técnico operacional, coordenador de
processo, dentre outras).

                                   Função na Empresa

                                                  7%        7%
                                                                  7%
                  40%




                                                           39%

                        Gerente Geral           Gerente de Divisão
                        Quimico                 Ag.Serv.Administrativo
                        Outros


                          Gráfico 4.2.5 “Função na Empresa”
52

4.2.4 – Cargo Ocupacional e Qualificação Profissional




      Com       respeito    ao      cargo      ocupado     pelos    sujeitos   questionados
constatamos segundo o Gráfico 4.2.6 que 7% ocupa o cargo de Engenheiro;
7% o cargo de Economista; 7% o de Técnico Contábil; 33% são Agentes de
Serviço Administrativo; e 46% ocupam outras funções na empresa como
(Monitor de Serviço, Químico, Jovem Aprendiz, Estagiário, Assistente Social,
entre outros.



                                      Cargo Ocupacional


                                                    7%      7%

                   46%


                                                                    33%

                                               7%

                      Engenheiro                     Economista
                      Ag.Serv.Administrativo         Técnico Contábil
                      Outros


                               Gráfico 4.2.6 “Cargo Ocupacional”



      No    quesito      07,     perguntamos        qual   a   qualificação    dos   sujeitos
questionados, onde 7% possuem a formação de Engenheiro Civil; 7%
Economista; 7% Químico; 20% são Agentes de Serviço Administrativo; e 59%
tinham outras qualificações profissionais na empresa, dentre elas: Técnico
Contábil, Pedagogo (não atuante), Assistente Social, Estagiário Nível Superior,
Jovem Aprendiz, entre outras, conforme o Gráfico 4.2.7 abaixo:
53


                               Qualificação Profissional


                                             7%      7%

                                                                20%


                 59%
                                                           7%



                    Engenheiro Civil              Economista
                    Ag.Serv.Administrativo        Químico
                    Outros


                       Gráfico 4.2.7 “Qualificação Profissional”




4.2.5 – Tempo de Serviço




        No último quesito, perguntamos o tempo de serviço dos colaboradores
da Embasa/UNS tinham na empresa e o Gráfico 4.2.8 nos mostra os seguintes
resultados: 40% estão na empresa entre 2 a 5 anos; 33% estão entre 6 a 12
anos; 20% entre 6 a 12 meses; e 7% trabalham na empresa a mais de 20
anos.
Apesar dos entrevistados não atuarem na empresa durante o mesmo tempo de
serviço, observamos que a percepção e opinião frente às questões levantadas
não se diferenciaram muito entre eles. Entretanto, vale ressaltar mediante este
quesito que, a grande maioria dos entrevistados teve um pouco de dificuldade
em responder se a empresa já desenvolvia ações educativas antes de haver a
presença do pedagogo empresarial, em vista de muitos não conhecerem a
história da empresa antes de atuarem nela e/ou durante o seu pouco tempo de
atuação nela.
54


                                 Tempo de Serviço



                                  7%                     20%

               33%




                                                         40%


               6 a 12 meses   2 a 5 anos   6 a 12 anos   Acima de 20 anos


                        Gráfico 4.2.8 “Tempo de Serviço”




4.3 – A atuação do pedagogo nas empresas: O olhar dos gestores e
funcionários




      Com o intuito de obtermos uma captação imediata e corrente das
informações coletadas, entrevistamos 15 componentes da Embasa/UNS,
sendo 02 (dois) gestores e 13 colaboradores dos diversos setores existentes
na empresa, focalizando a reflexão dos interlocutores quanto à atuação do
pedagogo nesta empresa, buscando a interação numa atmosfera de influência
recíproca entre quem pergunta e quem responde.


                     O processo de reflexão tende a ser mais burocratizado naquelas
                     organizações que têm uma área de atuação mais voltada para o
                     macrossocial, para a sociedade global; percebe-se que, em geral,
                     essas organizações, apesar de algumas delas apresentarem nítidos
                     traços de contestação do social, não inovaram ainda os seus
                     processos de reflexão. (SERVA, 1993. p.39)


      A intensidade das interações é um dos fatores primordiais para um
estado de vivência e avaliação do presente que se sobrepõe às preocupações
com o futuro, valorizando mais a política do cotidiano do que o planejamento
de ações para longo prazo.
55



      A entrevista, especialmente a semi-estuturada, ocupa papel importante
na construção da pesquisa etnográfica. Oliveira (2000, p.21) destaca a
entrevista, ou o “ouvir”, como momento em que os participantes da pesquisa
refletem acerca daquilo que foi “observado” pelo pesquisador, deixando que ele
se aproxime de suas significações.


      Assim, apresentamos abaixo as categorias que nos permitiram
responder a nossa questão de pesquisa:




4.3.1 A importância do pedagogo na empresa




      Perguntamos aos gestores se existia a importância da presença do
pedagogo empresarial na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos
Humanos. Conforme mostra o Gráfico 4.3.1.1, 100% dos entrevistados acham
que existe tal importância.



                                Opinião dos Gestores


                                      100%




                                      Sim    Não


 Gráfico 4.3.1.1 “Opinião dos gestores quanto à importância do pedagogo na empresa”
56

      O Gráfico 4.3.2 nos mostra a opinião dos 13 funcionários entrevistados
sendo unânime com 100% em suas respostas no que diz respeito à
importância de atuação do pedagogo nos setores acima citados.



                              Opinião dos Funcionários



                                      100%




                                     Sim     Não


           Gráfico 4.3.1.2 “Opinião dos funcionários quanto à importância
                              do pedagogo na empresa”



      Para salvaguardar a identidade dos sujeitos utilizamos o código “S”
seguidos de numerais. Vejamos algumas respostas dos entrevistados:



      O “S” (1) 01 nos respondeu que:


      “(...) tanto o pedagogo como a empresa tem o mesmo objetivo em
relação às pessoas. Trabalhar a qualidade de vida, capacitando profissionais
com o fim de atingir ideais e objetivos, tanto da empresa como do colaborador”.



      O “S” 02 nos afirma a importância “para uma melhor organização de
atividades que contribuam para a qualificação dos funcionários”.



      O “S” 03 acrescenta dizendo que, ”é importante para a construção,
manutenção e desenvolvimento do caráter e ética profissionais, assim como
também é importante para a promoção da integração entre os colaboradores
da empresa como um todo”.
57

      Ribeiro (2007, p.9), salienta que “a atuação do pedagogo na empresa
tem como pressupostos principais a filosofia e a política de Recursos Humanos
adotadas pela Organização”. Sua participação na empresa torna-se um
elemento essencial de articulação entre o desenvolvimento das pessoas e as
estratégias organizacionais.




4.3.2 – As mudanças na empresa após a presença do pedagogo




      Apesar de detectarmos na opinião dos entrevistados a existência da
importância do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos
Humanos, ao perguntarmos se antes de haver a presença do pedagogo
empresarial, a empresa já desenvolvia ações educativas na gestão de
Pessoas, percebemos uma relatividade nas respostas, transparecendo assim
que muitos desconheciam ou ainda não haviam refletido sobre tais práticas
educativas na empresa, conforme mostra o Gráfico 4.3.3, onde informa que
53% disseram que sim; 27% disseram que não; e 20% não souberam
responder tal questão:



                    A empresa desenvolvia ações educativas antes
                             da presença do pedagogo


                      27%



                                                          53%

                      20%



                 Disseram Que Sim            Disseram Que Não
                 Não Souberam Responder


         Gráfico 4.3.1.3 “Ações educativas antes da presença do pedagogo”
58

      Um outro ponto questionado aos entrevistados foi que tipo de ações
educativas o pedagogo empresarial tem desempenhado na Gestão de Pessoas
e se essas ações têm promovido atitudes transformadoras, mobilizadoras e
motivadoras dentro da empresa?



      Vejamos algumas respostas dadas:


                        As ações desempenhadas pelo pedagogo têm transformado as
                        atitudes dos colaboradores de forma positiva. Essas ações têm
                        tornado o convívio e o trabalho mais harmonioso e prazeroso, devido
                        à prática política do bom relacionamento e tratamento interpessoal
                        entre funcionários, desde o superior (chefe) ao menos favorecido
                        (pião). (“S” 04)



      O “S” 05 acrescenta:

                        Hoje em dia há uma maior participação do corpo funcional nas
                        atividades executadas (...) As dinâmicas e os encontros em datas e
                        eventos festivos faz com que o funcionário se sinta valorizado,
                        reconhecido e se integre aos demais.



      O “S” 06 enfoca as ações educativas exercidas pelo pedagogo “através
do conhecimento disseminado pelos cursos, palestras, seminários, os
empregados tem oportunidade de analisar aspectos relacionados a sua saúde
e qualidade de vida”.



      Ribeiro (2007, p. 58) enfatiza que é do papel do pedagogo empresarial:

                        Auxiliar o desenvolvimento de instrumentos e capacitação quanto à
                        observação sistemática do funcionário, à obtenção de dados e
                        informações a respeito dos funcionários em termos de seu
                        desempenho, assim como quanto à proposição de medidas com
                        vistas a corrigir os desvios constatados.



      Vale acrescentar que o incentivo é um fator indispensável ao funcionário
posto que ele se sentirá valorizado no seu próprio trabalho, o que influirá
positivamente na boa qualidade do seu desempenho.
59

      Tanto ações educativas como os programas de capacitação e
desenvolvimento profissional são processos intercomplementares, nunca
excludentes, cujos objetivos buscam muito mais do que acumular técnicas ou
conhecimentos, mas, acima de tudo, promover mudanças de atitudes mais
amplas que ultrapassem os limites do ambiente de trabalho.




4.3.3 – Os pontos fracos da atuação




      Quando questionamos os pontos fracos que dificultam para um melhor
desempenho das atividades do pedagogo empresarial na Embasa/UNS
obtivemos os seguintes resultados conforme o Gráfico 4.3.4, sendo que 73%
responderam que o fato de ser de um trabalho terceirizado, torna-se mais difícil
por muitas vezes não ter autonomia para tomar determinadas decisões, tendo
que aguardar as posições e autorizações da chefia local (Senhor do Bonfim) e
central (Salvador); 20% responderam que ainda há uma certa resistência por
parte de alguns funcionários efetivos, talvez por se tratar da mesma
característica anterior(terceirização), ou por questões particulares; e 7%
disseram que o fato de a Universidade em que o pedagogo estuda ainda não
incluir em sua grade curricular disciplinas que discutam a Pedagogia
Empresarial incentivando uma reflexão maior sobre o tema, e/ou até mesmo
atrapalhando   no   momento    de   implementações     de   projetos   e   ações
pedagógicas-organizacionais.
60


                    Pontos fracos que dificultam o desempenho das
                                      atividades

                                        7%
                     20%




                                                               73%


                             Trabalho Terceirizado/Falta de autonomia
                             Resistência dos funcionários
                             Conhecimento acadêmico do curso


     Gráfico 4.3.1.4 “Pontos Fracos que dificultam o desempenho das atividades”



       Observemos alguns comentários:


       O “S” 07 comenta que:


                          por se tratar de uma mão-de-obra terceirizada , lotado especialmente
                          em um setor que cuida especialmente de questões de ordem própria
                          (o RH), a falta de autonomia em decisões pertinentes a estes
                          serviços e a realização de determinadas ações, como por exemplo a
                          realização de um certo treinamento (que depende da ordem
                          superior), talvez seja uma grande dificuldade para o desempenho
                          deste profissional na empresa.



       O “S” 08 nos diz que “existe a resistência por parte de alguns
colaboradores às mudanças, principalmente por parte dos funcionários efetivos
mais antigos e também pelo pedagogo ser terceirizado”.



       “O curso de Pedagogia na Universidade não está direcionado para as
atividades empresariais”. (“S” 09)


       “A Universidade deveria incluir disciplinas que o ajudassem a melhor
desenvolver suas atividades, pois assim, juntamente com o potencial deste
profissional, haveria muito mais benefícios para a empresa e para os
funcionários”. (“S” 10)
61

      Suchodolski (1977, p. 19) desenvolve a seguinte idéia:


                      Este é o método de toda ciência moderna: conhecer a realidade
                      através da construção de uma nova realidade. (...) A definição de
                      pedagogia que aqui propomos assume precisamente esse caráter.
                      Trata-se do conhecimento da realidade educativa mediante a
                      participação na criação das formas mais adequadas às
                      necessidades da civilização em desenvolvimento e às tarefas que a
                      humanidade deve solucionar nestas condições. Ao considerar a
                      pedagogia como uma ciência sobre a atividade transformadora da
                      realidade educativa, temos a possibilidade de uma nova
                      determinação dos objetivos da educação e de suas categorias
                      fundamentais.




      Em termos práticos, percorrido esse processo de reflexão, nada impede
que se formule um núcleo de disciplinas nas Universidades que contemplem
uma base comum de formação do educador, naturalmente sempre submetida a
uma análise metodológica crítico-social.


                      A Pedagogia precisa pensar-se a si própria em sua relação com a
                      prática na qual se enraíza e a partir da qual e para a qual
                      estabelece proposições. Por isso ela não é apenas “uma diretriz no
                      plano teórico da ciência da educação, mas a preocupação teórico-
                      científica da fundamentação da pedagogia como ciência que,
                      enquanto prática, não possui seu sentido em si mesma, mas na
                      humanização da práxis”. (SCHMIED-KOWARZIK, 1983, apud
                      PIMENTA, 1998 p.121)



        Ainda que as práticas educativas hoje se encontrem bastante
ampliadas, não se reduzindo ao ensino, continua pertinente reconhecer nesses
elementos   constitutivos   do   pedagógico      o   núcleo     de   referência    dos
conhecimentos científicos, filosóficos e técnico-profissionais que compreendem
a competência profissional do pedagogo.




4.3.4 – Como melhorar: Sugestões dos pesquisados



      Finalizando nossa entrevista, pedimos aos entrevistados que nos
apontassem algumas oportunidades de melhoria que nos possibilitarão a ter
62

um melhor desempenho profissional na Embasa/UNS. Foram pontuadas as
seguintes sugestões:



                               Oportunidades de Melhoria
    Inserção do pedagogo como cargo efetivo

    Inclusão de disciplinas no curso de Pedagogia

    Maior autonomia na tomada das decisões

    Qualificação profissional reconhecida e uma formação contínua

    Persistência no trabalho

    Maior disseminação da importância de atuação do pedagogo nas empresas

    Desenvolver mais projetos que proporcione maior integração entre os funcionários

    Alcançar ao atendimento e sensibilização igualitários entre próprios e terceirizados

    Reconhecer como essencial esse profissional nas atividades da empresa

                          Quadro 01: Oportunidades de Melhoria



       Numa organização empresarial, é essencial desenvolver a sensibilidade
para proceder às devidas adequações de modo que atendem, sempre, ao
mesmo tempo, os anseios dos indivíduos e da própria organização.


                         Nestas organizações, observa-se uma intenção geral de que o
                         trabalho seja uma atividade prazerosa, onde o processo de sua
                         realização vincula-se à existência de uma participação efetiva de
                         cada um na vida da organização. A intensidade das relações
                         interpessoais é bastante elevada e pretende criar condições para a
                         expressão de sentimentos no cotidiano. (AMARAL, 2007, P.104)



       Esse caminho a ser percorrido é, na verdade, uma construção pessoal e
profissional permanente, que nos leva para a reflexão e retomada do ponto de
partida.




       4.4 – O olhar do pesquisador: A síntese
63

      Mediante as considerações desenvolvidas ao longo deste trabalho, e
considerando nossas experiências profissionais na Embasa/UNS, podemos
compreender a pesquisa como descoberta, criação e como diálogo a fim de
desenvolvermos olhares que nos permitam alcançar novos horizontes que nos
levem a reflexão da nossa prática pedagógica dentro e fora da escola.


      Em vista de nossas experiências profissionais na empresa pesquisada e
diante das sugestões colocadas pelos entrevistados, refletimos que o nosso
papel como pedagogo empresarial na Gestão de Pessoas e nos setores de
Recursos Humanos, assim como as nossas ações educativas, já são
perceptíveis pelos gestores e componentes da empresa, porém, ainda
precisamos galgar muitos degraus para obtermos um melhor resultado em
nossa atuação a fim de realizarmos um excelente trabalho no espaço
organizacional.



      O nosso trabalho se propôs a contribuir com o desvelamento de novas
questões sobre a educação do trabalhador no interior das empresas pelo viés
da Pedagogia Empresarial, entendida aqui, como a área da Pedagogia que se
ocupa do processo de ensino-aprendizagem nos ambientes organizacionais ou
empresariais.



      O nosso intuito na pesquisa qualitativa e etnográfica foi o de conhecer o
Pedagogo atuante nas organizações empresariais e descobrir a visão que os
gestores e componentes da Embasa/UNS têm sobre a atuação profissional do
Pedagogo Empresarial nesta empresa, assim como perceber qual a
contribuição dada por este à educação do trabalhador e a sua opinião a cerca
do processo educativo realizado na empresa.



      Os discursos dos nossos entrevistados, sobre a experiência deste
profissional e sobre os saberes realmente utilizados por ele, levam-nos a inferir
que são justamente os aspectos pedagógicos, sociais, filosóficos, éticos e
técnicos presentes na formação do Pedagogo, assim como a missão e a
postura de educador construídas ao longo de sua formação profissional, que
64

fazem a prática educativa desenvolvida por eles nas organizações ser bem
sucedida e requerida pelas empresas.



      O diferencial entre o Pedagogo Empresarial e o Pedagogo Escolar está
menos nos saberes mobilizados e utilizados por ambos do que na amplitude de
visão em relação ao papel do educador, na concepção de educação e na
importância dada ao processo de ensino-aprendizagem em outros ambientes
fora dos "muros" da escola.
65




                          CONSIDERAÇÕES FINAIS




      A pesquisa foi realizada na empresa Embasa/UNS, com o objetivo de
analisar as ações educativas dentro da Pedagogia Empresarial e elucidar a
relevância da presença do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos setores de
Recursos Humanos para os gestores e componentes desta empresa.


      O tema da pesquisa está voltado para a atuação do pedagogo nas
empresas organizacionais e a sua contribuição como educador organizacional,
visto que a empresa também é um espaço educativo para o crescimento dos
funcionários e da própria empresa.


      Os elementos utilizados nesta pesquisa nos possibilitaram uma melhor
compreensão ao coletarmos e analisarmos os dados durante esse processo
nos ajudando a não fugir dos nossos objetivos propostos.


      Apesar de ser um trabalho terceirizado na empresa, procuramos
desempenhar o nosso papel de forma séria e humanizada, e em se tratando de
ser uma empresa pública com um quadro funcional extenso, como em todo
espaço de trabalho, encontramos dificuldades que por muitas vezes nos faz
desanimar, mas ao refletirmos e observarmos a importância da nossa atuação
como pedagogo empresarial nas organizações empresariais, promovendo
ações educativas transformadoras e mobilizadoras, nos impulsiona cada vez
mais a nos qualificarmos a cada dia para continuarmos inseridos dentro deste
campo ainda não conhecido amplamente dentro da sociedade, mas com um
valor imenso de poder direcionar as ações e projetos desenvolvidos na
empresa para obtenção da excelência no atendimento às exigências do
mercado e da sociedade.


      Sobre a perspectiva da Gestão de Pessoas, pontuamos a necessidade
66

de adaptação das empresas às novas tecnologias como estratégias de
educação empresarial, assim como de desenvolvimento das competências
exigidas pelo mercado de trabalho geralmente desprezadas e/ou ignoradas
pela escola. A operacionalização dessas novas competências no âmbito da
formação profissional, implicam, antes de qualquer coisa, constantes inovações
em todos os âmbitos da sociedade, principalmente o impacto na dinâmica das
relações sociais em nível do ambiente de trabalho.


      Concluímos então que a Pedagogia Empresarial nos dá suporte tanto
em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à
aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O papel de mediação
exercido pelo pedagogo propiciará um melhor discernimento quanto às
necessidades educativas de sua Organização, planejando cada atividade com
clareza, identificando o que de fato, constitui-se como prioridade.
67




                              REFERÊNCIAS




ANDRÉ, Marli (Org).O papel da pesquisa na formação e na prática dos
professores. 3.ed.São Paulo: Papirus, 2002.


BEILLEROT, J. A sociedade pedagógica. Porto: Rés, 1995. BOFF, Leonardo.
Saber cuidar. 9. ed., Petrópolis: Vozes, 2003.


BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari Knop. Investigação Qualitativa em
Educação. Portugal: Porto, 1994.


BOM SUCESSO, Édina. Relações interpessoais e qualidade de vida no
trabalho. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, Ed. 2002.


BRASIL. Constituição Federal, de 05.10.88. Atualizada com as Emendas
Constituições Promulgadas.


CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999.


CAMPANA,       Renata.    Competência    Humanizada.       Disponível   em:
<http://www.rondoniaovivo.com>. Acesso em: 17 jul. 2007.


CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. O novo papel de Recursos
Humanos nas Organizações. RJ: Campus, 1999.


CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos – o capital humano das
organizações. 8 ed., São Paulo: Atlas, 2004.


CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 4
ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.


CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais.
Petrópolis, RJ: Vozes, 200.
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A atuação do pedagogo nas organizações empresariais

  • 1. 11 INTRODUÇÃO O interesse de estudar sobre a atuação do pedagogo nas empresas nasceu da nossa trajetória profissional e acadêmica. Por muitos anos, desempenhando funções técnicas em empresas de médio e grande porte, o trabalho educativo sempre esteve presente em nossas atividades diárias. Aos poucos, devido ao interesse e habilidade natural em lidar com a dinâmica do ensinar e aprender desenvolvida nas empresas foram surgindo oportunidades de crescimento profissional na área de Recursos Humanos que nos possibilitou a buscar sempre mais conhecimentos no tocante à educação, humanização e capacitação de pessoas. Porém, apesar do sucesso que o trabalho vinha alcançando, a prática pedagógica desenvolvida era carregada de informalidade, resultado de uma indevida dicotomia entre a teoria e a prática, gerada pela formação extremamente técnica e pela falta de conhecimentos sobre a ciência da educação. Constatamos, então que, para tornar a prática educativa mais eficaz, ser capaz de trabalhar com maior rigor conceitual, sistematizar adequadamente os conhecimentos, ter uma clara definição dos fins a serem atingidos pelos treinamentos e escolher os meios mais eficazes a serem utilizados, era preciso fazer algum curso que proporcionasse o conhecimento necessário para desenvolver o processo educacional. Foi então que o curso de graduação de Pedagogia na Universidade do Estado da Bahia – Campus VII nos fez apaixonar ainda mais pela educação de pessoas. Apesar do curso a priori estar direcionado à educação formal escolarizada, tornou-se bastante útil e aproveitável para as atividades na educação organizacional. À medida que o curso prosseguia, mais e mais, a presença do profissional de Pedagogia nas organizações se fazia mais importante, pois, os princípios filosóficos, sociológicos e antropológicos, as metodologias, a didática, a teoria do trabalho por projetos, dentre outros conteúdos estudados, muito contribuíam para o desenvolvimento e sucesso dos trabalhos educativos
  • 2. 12 na empresa. Porém, isto não era suficiente e a busca pela transposição dos saberes pedagógicos à realidade organizacional era árdua e solitária, pois o projeto pedagógico do curso de Pedagogia não contemplava nenhum conteúdo específico com enfoque para a área de Gestão de Pessoas, que favorecesse o desenvolvimento do processo educacional desenvolvido nas empresas. Entretanto, partindo da nossa experiência pessoal na empresa Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento/ UNS – Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim – BA, exercendo atividades na Gestão de Pessoas laboramos este trabalho de conclusão do curso de Pedagogia com habilitação em Docência e Gestão dos Processos Educativos, evidenciando a necessidade da atuação do Pedagogo como educador organizacional e parceiro dos demais profissionais nos setores de Recursos Humanos. Neste trabalho, procuramos contribuir para o conhecimento sobre a educação do trabalhador promovido pelas empresas e proceder à análise deste processo pelo viés da Pedagogia que se ocupa do ensino-aprendizagem nas organizações empresariais. Para tanto, foram utilizadas pesquisas bibliográficas enriquecedoras que nortearam o nosso trabalho concernente à grande contribuição desse profissional nos diversos setores organizacionais e a nossa metodologia de trabalho, constituiu-se, na primeira parte, em uma revisão bibliográfica da produção acadêmica encontrada sobre o tema, o diálogo e a identificação de semelhanças e contrapontos presentes nas idéias de autores dedicados às áreas de Gestão de Pessoas com autores da Educação e Trabalho, e entre aqueles das áreas de Educação e os da Pedagogia Empresarial (Amaral, Ribeiro, Chiavenato, Martins, Ferreira, Bom Sucesso, Pimenta, Almeida, Lopes, Santos, Libâneo, Greco, entre outros). Na segunda parte, constituída pela pesquisa in lócus, identificamos, através de questionário fechado e entrevistas aos gestores e componentes da
  • 3. 13 Embasa/UNS - Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim-BA, a respeito da importância da atuação do Pedagogo na Gestão de Pessoas, para através da análise dos discursos destes profissionais, elucidarmos as questões pesquisadas. As principais questões que nortearam este trabalho e constituíram parte importante para situar o contexto e a problemática da pesquisa foram referentes ao conhecimento do perfil do Pedagogo que atua nas organizações empresariais e sua visão sobre a profissão, a contribuição que dá ao desenvolvimento profissional do trabalhador, as suas opiniões sobre o processo educativo realizado pelas empresas e, especialmente, o que constitui o nosso objeto de estudo, os saberes utilizados e mobilizados por ele para esta prática educativa. Sob o ponto de vista da educação e do mundo do trabalho, este trabalho objetiva, sobretudo, trazer a educadores, empresários e gestores, um novo enfoque acerca da necessidade de uma abordagem pedagógica nos programas de educação desenvolvidos nas empresas, no sentido de que o processo de ensino-aprendizagem que se processa nas organizações empresariais possa contribuir para a educação integral do trabalhador e para a construção de sua cidadania. Em relação à área da Pedagogia, o objetivo é trazer, através da leitura deste trabalho, uma oportunidade de reflexão e tomada de decisão em relação ao desenvolvimento dos saberes necessários à atuação do Pedagogo, para que tanto estes, quanto os seus formadores, possam vislumbrar nas organizações empresariais espaços para o desenvolvimento de uma verdadeira prática educativa, benéfica ao trabalhador, à sociedade e ao próprio Pedagogo enquanto profissional. A Educação na empresa é uma ferramenta que tem como princípio aprender e aplicar. Os programas de capacitação técnica e a valorização
  • 4. 14 profissional produzem um grau elevado de desenvolvimento profissional e motivação pessoal para os trabalhadores. Nessa perspectiva, surgem alguns questionamentos a serem abordados no decorrer deste trabalho: a) Qual a contribuição do profissional de pedagogia nas organizações empresariais? b) Como a Pedagogia Empresarial tem ganhado cada vez mais espaço no mercado mundial de trabalho? c) Até que ponto a ação educativa está inserida na Gestão de Pessoas? E qual a importância de atuação do Pedagogo nesses setores? d) Qual a visão dada pelos gestores e componentes da Embasa/UNS em relação à contribuição desenvolvida pelo pedagogo empresarial nesta empresa?
  • 5. 15 CAPÍTULO I 1.1 – O Pedagogo: Novas Perspectivas de Atuação As transformações ocorridas no Brasil e no mundo nesses últimos tempos, decorrentes de um conjunto de eventos políticos, técnicos, sociais e econômicos, estão associadas ao processo de reestruturação produtiva e fez as instituições de ensino, cientistas, pesquisadores e empresas voltarem sua atenção para a necessidade de desenvolvimento das pessoas no contexto empresarial. A reestruturação produtiva torna-se possível pela difusão de inovações tecnológicas e organizacionais nas cadeias produtivas e pela reorganização dos mercados internos e externos em cada país. A globalização que se consolida no mercado mundial com o advento da Internet muda as relações de consumo e o comportamento do consumidor. As formas como as pessoas se comunicam e se relacionam passam a ser fator de peso no encaminhamento da sua formação profissional. A formação profissional não cessa com a conclusão de um curso. Qualquer que seja, ela precisa continuar e acomodar- se no espírito do profissional sob pena de dissipar-se e desaparecer com o tempo. Qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial, visando os processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa é o foco da Pedagogia Empresarial. As mudanças nos requisitos de qualificação dos profissionais podem tanto potencializar os mecanismos de exclusão social econômica, quanto pode significar, aliado as propostas mais amplas de redemocratização da sociedade, instrumento importante de construção da cidadania, inclusão social, inclusão digital e crescimento econômico do país.
  • 6. 16 Neste sentido, torna-se imprescindível no interior das empresas, órgãos públicos, instituições educativas e escolares de todos os níveis, Infantil, Fundamental, Médio, Superior, Jovens e Adultos e Profissionalizantes, a presença de profissionais com conhecimentos especializados em educação, qualificados na gestão, organização, planejamento, avaliação, seleção, recrutamento e treinamento de funcionários. A educação assume grande relevância perante essa reestruturação do mundo do trabalho. No universo produtivo, portanto, faz-se necessário que o profissional da educação, dotado de bases teóricas e metodológicas sólidas, assuma um espaço de forma efetiva no interior das organizações. De fato, a sobrevivência em mercados competitivos exige posturas inovadoras, arrojadas e principalmente, calcados de reconhecimento e valorização do ser humano, alicerce fundamental a qualquer negócio. (CHIAVENATO, 1992, p. 52) A atuação desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão. Assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para melhorar o desempenho da empresa. O que o pedagogo empresarial busca é efetivar os saberes corporativos e com o seu domínio colaborará para a melhoria do clima organizacional, da qualidade laboral, da qualidade de vida e aumento da satisfação pessoal de todos. A atuação do pedagogo empresarial está aberta. É ampla e extrapola a aplicação de técnicas visando estabelecer políticas educacionais no contexto escolar. Sua atuação avança sobre as pessoas que fazem as instituições e empresas de todos os tipos, portes e áreas. A contemporaneidade revela uma “sociedade pedagógica” (Beillerot, 1985, p. 41), revelando amplos campos de atuação pedagógica, definindo ao pedagogo duas esferas de ação educativa: escolar e extra-escolar.
  • 7. 17 1.2 – O Pedagogo Escolar x Extra-Escolar: Formação e Área de Atuação A educação está inserida nos diversos campos da sociedade, como: família, escola, organizações etc., ou seja, ela vai além do sistema educacional formal. O indivíduo passa por processos educativos constantemente, interferindo assim no seu comportamento de forma cognitiva, social e afetiva. Esses conhecimentos são transmitidos através de reportagens sobre variados temas, como meio-ambiente, drogas, saúde e etc. É uma forma de conscientizar as pessoas para um determinado problema. Libâneo (2000) refere que o pedagogo está inserido em dois espaços na prática educativa: a escola e a extra-escola. No campo da ação pedagógica escolar destacam-se três tipos de atividades: a) a de professores do ensino público e privado de todos os níveis de ensino e dos que exercem atividades correlatadas fora da escola convencional; b) a de especialista da ação educativa escolar operando nos níveis centrais, intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores pedagógicos, gestores, administradores escolares, planejadores, coordenadores orientadores educacionais, etc); c) Especialistas em atividades pedagógicas paraescolares atuando em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, envolvendo associações populares, educação de adultos, clínicas de orientação pedagógica/psicológica, entidades de recuperação de deficientes etc, (instrutores, técnicos, animadores, consultores, orientadores, clínicos, psicopedagogos, etc.) No campo extra-escolar destacam-se profissionais que exercem de forma sistemática atividades pedagógicas e os que ocupam apenas parte de seu tempo nestas atividades:
  • 8. 18 a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não-escolares) em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc; b) formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes à transmissão de saberes e técnicas, ligados à outra atividade profissional especializada. O campo da atividade pedagógica extra-escolar é extenso. Inclui-se toda a gama de agentes pedagógicos que atuam no âmbito da vida privada e social: pais, famílias, trabalhadores voluntários em partidos políticos, sindicatos, associações, centros de lazer, etc. (PIMENTA, 1998, p. 125) Dentre as atividades pedagógicas no campo extra-escolar, a empresa se destaca por reconhecer gradativamente a necessidade de desenvolver pessoas. A fase em que o empregado era visto apenas como executante de tarefas está sendo superada. Hoje o empregado passa a ser incentivado ao auto-conhecimento, a empresa necessita ter pessoas com um elevado grau de conhecimento para garantir a qualidade de seus produtos. Isto se torna possível à medida que os empregados desenvolvem seu senso criativo e agem de forma eficaz diante da solução de problemas, ou seja, o empregado deve adquirir competências cognitivas e comportamentais e isso só é possível através da educação. Tais observações nos levam a refletir sobre a inclusão do pedagogo em outros campos de atuação, visto que, existe caráter intencional na educação empresarial, portanto é necessária uma ação pedagógica. Desse modo, o curso de pedagogia deveria levar em consideração a questão dessa intencionalidade da educação e desenvolver o pedagogo também para atuar em outras áreas profissionais.
  • 9. 19 Para Libâneo (2000, p.56) “A sociedade foi se tornando cada vez mais pedagógica, enquanto a quantidade e qualidade profissional dos pedagogos foram diminuindo”. Diversificar as ações do pedagogo significa valorizar o seu papel na sociedade, pois sabemos que existe de certa forma, uma desvalorização desse profissional no mercado de trabalho no momento que ele parte em busca de outro campo de atuação. Para a sociedade o pedagogo só tinha competências para desenvolver trabalho no sistema educacional formal. Mas, felizmente esse paradigma anteriormente arraigado tem sido substituído por novas perspectivas. O pedagogo aos poucos vem conquistando novos espaços de atuação não só como educador, mas também como construtor de idéias muito além das escolas e instituições, contudo, para as empresas organizacionais que são escolas de produção. Diante de nossas experiências profissionais na empresa Embasa/UNS Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim na área de Gestão de Pessoas, a nossa questão de pesquisa é refletir neste presente estudo sobre a importância da atuação do Pedagogo Empresarial na ação educativa organizacional bem como parceiro dos demais profissionais nos setores de Recursos Humanos. Nessa perspectiva, apresentamos os objetivos a serem propostos nesse trabalho distribuídos da seguinte forma: 1.3 – Objetivos geral e específicos: 1.3.1 – Objetivo Geral: Analisar as ações educativas dentro da Pedagogia Empresarial.
  • 10. 20 1.3.2 – Objetivo Específico: Elucidar a relevância da presença do pedagogo na Gestão de Pessoas, e nos setores de Recursos Humanos para os gestores e componentes da Embasa/UNS.
  • 11. 21 CAPÍTULO II QUADRO TEÓRICO A fim de analisar e refletir acerca das práticas educativas dentro da Pedagogia Empresarial, no decorrer deste capítulo, abordaremos a relevância da presença do pedagogo nas organizações empresariais, através de nossas experiências vivenciadas na área de Gestão de Pessoas da Embasa/UNS – Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim e utilizaremos os seguintes conceitos que nortearam o nosso estudo: Pedagogia, Pedagogia Empresarial, O Pedagogo Empresarial. 2.1 – Pedagogia: Breve Histórico A Pedagogia é um tema muito rico, e por ser muito extenso requer muito estudo e pesquisa. Depende não só das gerações passadas, dos desbravadores deste campo, mas também das novas gerações de profissionais ousarem e produzirem trabalhos e pesquisa com qualidades científicas para dar continuidade ao trabalho já começado. A história é o exercício da memória realizado para compreender o presente e para nele ler as possibilidades do futuro, mesmo que seja um futuro a construir, a escolher, a tornar possível. A utilidade da história da pedagogia não pode ser posta em causa. Não falo apenas da atracção que ela pode exercer, [pois] a história da pedagogia não pode ser encarada unicamente como um espetáculo agradável: ela é, de facto, uma escola de educação, uma das fontes da pedagogia definitiva. Quando se trata de física ou de
  • 12. 22 química, a história destas ciências no passado não é mais do que um assunto de erudição e de curiosidade... Na ciência da educação, pelo contrário, como em todas as ciências filosóficas, a história é a introdução necessária, a preparação para a própria ciência. (COMPAYERÉ, 1911 apud CAMBI,1999, p. 11). Pedagogia: Segundo o dicionário Aurélio é “a teoria e ciência da educação e do ensino. Conjunto de doutrinas, princípios e métodos de educação e instrução que tendem a um objetivo prático. O estudo dos ideais de educação, segundo uma determinada concepção de vida, e dos meios (processos e técnicas) mais eficientes para efetivar estes ideais. Por fim, profissão ou prática de ensinar”. Para Pimenta (1998, p. 15) o centro da definição para a pedagogia é “a reflexão sobre a prática educativa que se efetiva através e por meio das diversas Ciências Sociais e Humanas, procurando delimitar o “ser” do ato educativo”. Segundo Cambi (1999, p.21) a história da pedagogia no sentido próprio nasceu entre os séculos XVIII e XIX e desenvolveu-se no decorrer deste último como pesquisa elaborada por pessoas ligadas à escola, empenhadas na organização de uma instituição cada vez mais central na sociedade moderna (para formar técnicos e para formar cidadãos), preocupados, portanto em sublinhar os aspectos mais atuais da educação-instrução e as idéias mestras que haviam guiado seu desenvolvimento histórico. A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. No início, na paidéia grega haviam ali “paidagogos” que significa “aquele que conduz a criança” (Aranha, 1996, p.41), ou, neste caso, o escravo que acompanha a criança para o local da relação ensino-aprendizagem; não era exclusivamente um instrutor, ao contrário, era um condutor, alguém responsável pela melhoria da conduta geral do estudante, moral e intelectual. No passado este era um simples escravo ou servo, tinha a norma para a boa educação. Se por acaso, precisasse de especialistas para a instrução, conduzia a criança até lugares específicos, os lugares próprios para o "ensino
  • 13. 23 de idiomas, de gramática e cálculo", de um lado, e para a "educação corporal" de outro. O pedagogo (paidagogo) transportava a pequena bagagem de seu jovem amo e a lanterna que servia para iluminar o caminho. Por vezes até transportava a própria criança, se esta estivesse fatigada. E na educação romana percebemos três fases: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo (movimento grego) é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística. A educação na idade média se resume a uma frase: a formação do homem de fé. Os parâmetros da educação na idade média se fundam na concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna. Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do trabalho escolar. O mundo antigo coloca como central a figura do pedagogo, significativamente ativa na vida do indivíduo, reconhecendo-lhes as qualidades. No decorrer do tempo, a Pedagogia, com seus objetivos e currículo pertinentes progredia, frente a novas exigências e novas fórmulas educativas, novos sujeitos dos processos formativos, educativos e novas orientações político-culturais. A partir do século XXI, o universo da pedagogia se mostra como que envolvido numa complexa fermentação, atravessado por impulsos radicais. A pedagogia, como bem nos aponta o verbete do dicionário, trabalha com uma série de técnicas, fundamentações teóricas, experiência, conhecimento elaborado, com ideais educativos que passam a ser ideais de vida. É um saber em transformação, em crise e em crescimento, atravessado por várias tensões, por desafios novos e novas tarefas, por instâncias de
  • 14. 24 radicalização, de autocrítica, de desmascaramento de algumas ou de muitas estruturas. É um saber que se reexamina, que revê sua própria identidade, que se reprograma e se reconstrói, fixando novas fronteiras, elaborando novos procedimentos. Portanto, a pedagogia pode-se dizer, mobiliza o indivíduo por inteiro. Para Libâneo (2005, p.200), (...) o que justifica a existência da pedagogia é o fato de esse campo ocupar-se do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. A pedagogia, segundo o autor, serve para investigar a natureza, as finalidades e os processos necessários às práticas educativas com o objetivo de propor a realização desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Ela se constitui, sob esse entendimento, em um campo de conhecimento que possui objeto, problemáticas e métodos próprios de investigação, configurando-se como “ciência da educação”. O momento atual, de grandes transformações já não se contenta com a aquisição, pura e simples, da leitura e da escrita. Hoje, temos um mundo profundamente alterado, não só em termos da pós-industrialização, mas, sobretudo, em relação às demandas humanas, repleto de várias culturas e conhecimentos que ocupam uma parte fundamental na vida e formação de cada indivíduo. Conhecer é mais do que obter as informações ou ter acesso a elas. Conhecer significa trabalhar as informações para que lhes sejam úteis. O conhecimento é complexo, não pode, simplesmente, ser transmitido de uma pessoa para outra, mas construído a partir do diálogo e da relação interpessoal. Só pode ser compreendido no todo se for relacionado com outros conhecimentos, com a subjetividade e com a realidade social do indivíduo. Também chamada de “ciência da prática educativa” por Da Costa (1981, p. 23), a pedagogia ora é tomada como tecnologia, ora como ciência, ora como filosofia aplicada.
  • 15. 25 A pedagogia – ciência tradicional da educação – sofre toda uma evolução conduncente à afirmação das ciências da educação. Transita-se assim, em primeira análise, de uma via unidisciplinar a uma outra multi ou pluridisciplinar que se exprime através de uma mutação terminológica, a qual passa, numa fase intermediária, pelas “ciências pedagógicas”. A passagem do singular ao plural é acompanhada, finalmente, por um lado, pelo abandono do vocábulo (“pedagogia”), por outro, pela introdução do termo “educação”. (DIAS DE CARVALHO, 1988, p.185) A reflexão sobre educação não se esgota jamais. O processo educativo, seja o formal transmitido pela escola, seja o não-formal desenvolvido em instituições educativas fora dos marcos institucionais, seja o obtido através da experiência de vida, não é efêmero e se presta a insistentes debates e intenso estudo. 2.1.1 – Pedagogia: Avanços Frente à Modernidade A explosão dos negócios mundiais, acompanhada pelo avanço tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, nos faz antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na educação. Diante das transformações da alta tecnologia, que muda em pouco tempo os produtos e a maneira de produzi-los, extingui então umas profissões e surgi outras. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita o acesso às informações, mediante uma auto-formação continuada. Diante dessas perspectivas, o pedagogo vai progressivamente adquirindo outras funções, nomeadamente ao nível da responsabilidade moral e do cuidado geral sobre a criança. Na verdade, ao acompanhar a criança à palestra, tornava-se necessário protegê-la contra os perigos da cidade. Por passar com a criança grande parte do dia, o pedagogo exercia sobre o seu pupilo uma contínua vigilância. Não é, pois de estranhar que, pouco a pouco, lhe fosse confiada à educação moral do seu pupilo. E isto quer dizer que, apesar do seu caráter servil e de pouco prestígio que muitas vezes lhe era
  • 16. 26 atribuído, o pedagogo cuidava da educação moral da criança, das suas boas maneiras e do seu caráter. A identidade profissional do pedagogo se reconhece, portanto, na identidade do campo de investigação e na sua atuação dentro da variedade de atividades voltadas para o educacional e para o educativo. O aspecto educacional diz respeito a atividades do sistema educacional, da política educacional, da estrutura e gestão da educação em suas várias modalidades, das finalidades mais amplas da educação e de suas relações com a totalidade da vida social. (PIMENTA, 1998, p. 119-120) A pedagogia precisa pensar-se a si própria em sua relação com a prática na qual se enraíza e a partir da qual e para a qual estabelece proposições. Partindo por esse ponto de vista, Schmied-Kowarzik (1983, p. 15) salienta que: (...) a pedagogia não é apenas “uma diretriz no plano teórico da ciência da educação, mas a preocupação teórico-científica da fundamentação da pedagogia como ciência que, enquanto prática, não possui seu sentido em si mesma, mas na humanização da práxis”. A pedagogia tem efeitos disciplinares sobre a conduta humana e sobre os modos como pensamos, falamos e atuamos em relação a questões educacionais. Tem efeitos disciplinares sobre os modos como os indivíduos se vêem a si próprios e sobre os modos como agem sobre si mesmos, bem como sobre os modos como significam o mundo e as relações sociais e nelas interferem. 2.2 – Pedagogia Empresarial: Educação x Humanização A pedagogia deixou de ser apenas mais uma disciplina da área de educação, entrou no mercado de maneira mais ampla, suprindo as necessidades da sociedade e das empresas, onde seleção, treinamento e contínuo aperfeiçoamento são a garantia da produtividade, e requer atenção e
  • 17. 27 profissionais adequados na preparação dos profissionais da organização (SANTOS, 2004, p. 7). Almeida (2006, p. 06) afirma que o foco da Pedagogia Empresarial é “qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial, visando aos processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa”. Nas empresas, os pedagogos atuam na área de Recursos Humanos, em setores como: desenvolvimento e treinamento, recrutamento e seleção, desenvolvimento gerenciado. O pedagogo acompanha todo o desenvolvimento profissional do funcionário através de sua performance e acompanha o processo de avaliação de desempenho desse profissional, sendo assim, a proximidade e o acesso a todos os funcionários é constante, o que dá condição a esse profissional de exercer um papel significativo no desenvolvimento dos empregados. Segundo Santos (2004, p. 4) a pedagogia moderna visa preparar o pedagogo para uma atuação junto às empresas de vários ramos: tem sido a perspectiva de um novo e amplo campo de trabalho para pessoas que desejam trilhar uma nova carreira empresarial, que não esteja ligada, diretamente, às áreas administrativa e econômica. Visa a utilizar técnicas diferenciadas, que são aplicadas de acordo com a necessidade do setor ou das pessoas em análise. Conforme Ferreira (1985, p. 74) “um dos propósitos da Pedagogia na Empresa é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e a produtividade organizacionais”.
  • 18. 28 É interessante perceber que a atuação do pedagogo na empresa tem como pressupostos principais a filosofia e a política de recursos humanos adotadas pela Organização. O impacto das transformações da sociedade nas organizações possibilita constatar o destaque dado a pontos como competências necessárias ao profissional moderno: espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação clara e objetiva, flexibilidade e adaptabilidade, criatividade e pró- atividade e aprendizagem contínua. (LOPES, TRINDADE, CARVALHO e CADINHA, 2006) A competência humana é uma qualidade profissional indispensável para o êxito no mercado de trabalho. É preciso humanizar a competência para que saibamos lidar com o próximo, principalmente porque a formação humana é o grande diferencial para o sucesso profissional. Cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam uma aprendizagem melhor e com apropriação de informações e conhecimentos, tendo como base sempre a realização de idéias, se ocupando basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e atitudes diagnosticadas, indispensáveis à melhoria da produtividade. E, para isso, implantar projetos, dentre eles: programa de qualificação, requalificação profissional, produção e construção de conhecimento, estruturar o setor de treinamento, desenvolver e adequar métodos de informação e da comunicação para as práticas de treinamento (FERREIRA, apud RIBEIRO, 1985). A pedagogia empresarial existe, portanto, para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O pedagogo empresarial “promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES, 2006, p. 74).
  • 19. 29 A realidade empresarial requer, hoje, um apoio específico de profissionais que permitam uma garantia de resultados e soluções para os problemas existentes com rapidez e eficiência. 2.2.1 – A Pedagogia Empresarial e a Gestão de Pessoas Uma mudança fundamental em escala mundial vem ocorrendo no meio ambiente e no contexto interno das organizações. Nos dias de hoje em pleno século XXI presenciamos essas novas e significativas mudanças nas organizações empresariais. Até o final da década de 1970 prevalecia nas empresas o modelo organizacional vertical e compartimentado, onde as várias áreas vivenciavam “seu negócio” e se comunicavam através de canais formais de hierarquia. Com isso sua integração ficava comprometida e o nível de responsabilidade dos gerentes, reduzido ao limites de seus setores. Já nos anos 1990, com o advento da estruturação das organizações por processos e com a competitividade sendo mandatária na era da globalização, eliminaram-se as barreiras internas e os gerentes foram obrigados a assumir papéis de “donos” do negócio. Os gerentes tiveram seu perfil a uma nova realidade e a gestão dos recursos humanos que estivessem sob sua responsabilidade passou a fazer parte da sua rotina de trabalho. Com isso sua capacitação passou a incluir disciplinas voltadas para a área de comportamento, condição fundamental para que pudessem se comunicar melhor com os subordinados, compreendendo melhor seus problemas pessoais. É como se entende hoje por Gestão de Pessoas.
  • 20. 30 A evolução da Administração de Recursos Humanos para Gestão de Pessoas passa, necessariamente, pelo conhecimento dos ambientes internos e externos, pela participação efetiva do planejamento estratégico global da organização, buscando a efetividade dos produtos e/ou serviços oferecidos aos clientes, aos fornecedores e aos clientes internos da organização. Chiavenato (2003, p.80) afirma que: A moderna gestão de pessoas procura tratar as pessoas como pessoas e simultaneamente como recursos organizacionais, mas rompendo a maneira tradicional de tratá-las meramente como meios de produção. E completa afirmando que “é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as pessoas, ou recursos humanos, incluindo, recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho”. A Gestão de Pessoas vem passando por um amplo processo de transformação, na medida em que os sistemas tradicionalmente utilizados como referencial - centrados em cargos - vem demonstrando fragilidades diante do ambiente turbulento e mutável pelo qual vem passando as organizações. A visão empresarial aponta para a busca de um corpo funcional saudável, tanto física como mentalmente. O aumento da produtividade e o diferencial competitivo entre as empresas podem estar diretamente vinculados ao incentivo ao bem-estar da força de trabalho. A qualidade de vida no cotidiano e no trabalho, a saúde no trabalho e produtividade, as principais doenças ocupacionais, o prazer no exercício da função, a evolução histórica do trabalho e a implantação de programas de qualidade e investimento na saúde ocupacional como estratégia corporativa, têm se tornado grandes instrumentos de trabalho nas grandes empresas. As organizações começam a entender que precisam participar da transformação dessa realidade, desenvolvendo programas de conscientização e apoio visando encontrar um equilíbrio entre trabalho e melhoria da qualidade de vida, uma vez que as
  • 21. 31 dificuldades emocionais decorrentes da vida pessoal interferem de forma significativa no desempenho profissional. (BOM SUCESSO, 2002, p. 13) Esse novo conceito de estratégia corporativa mostra-se recente na história do trabalho e na visão dos empresários. Há espaço suficiente e evoluções no sentido de descartar os conflitos, o autoritarismo, o ser humano considerado como mero recurso e as relações friamente concebidas e buscar um cenário de qualidade de vida, prazeroso e altamente satisfatório, em que tanto as expectativas da empresa quanto as do trabalhador possam ser atendidas. De suma importância é a atenção prestada ao ser humano – o homem por trás da máquina. Feliz em sua colocação, Bom Sucesso (2002, p.13) coloca que “O mais forte desafio tem sido viver com qualidade em um mundo de alto desenvolvimento tecnológico e baixo desenvolvimento humano”. 2.3 – O Pedagogo Empresarial O envolvimento das pessoas nas organizações nos chama atenção para o desafio no sentido de obter o compromisso da mudança constante dos envolvidos. Compreender intelectualmente a necessidade e as vantagens da mudança parece lugar comum. Agir de modo diferente do que têm feito é o ponto crucial para as organizações. Treinamento e programas de formação profissional sustentam as mudanças e possibilitam melhores resultados com melhor qualidade de vida. Na perspectiva das mudanças nas organizações, as áreas da Gestão de Pessoas e da Pedagogia Empresarial estão sendo chamados a responder de forma mais efetiva em termos da sua real contribuição para o desempenho global da organização. Uma das alternativas metodológicas, neste contexto, é a gerência de projetos que permite uma
  • 22. 32 capacitação de pessoas e o aumento da produtividade tanto em nível pessoal quanto organizacional para a valorização do ser humano nas empresas. No contexto em que mudanças ocorrem a todo o momento, a organização precisa estar alinhada em torno de definições estratégicas claras, sustentadas por uma gestão com amplo envolvimento e participação. Uma organização que pretende ter de si mesma uma visão estratégica precisa levar em conta que há um fluxo de conhecimentos que afeta a produção como um todo. É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de trabalho, baseado em respeito mútuo em uma comunicação aberta, ou seja, com o envolvimento dos clientes internos e externos. O momento atual exige ampla transformação, uma nova "filosofia de gestão", o que implica uma grande mudança no paradigma anterior. Torna-se fundamental a criação de novas formas organizacionais em torno de equipes e processo. De acordo com Martins (2003), as funções desempenhadas pelo Pedagogo dentro de uma companhia estão em constante movimento, já que são influenciadas por diversos fatores, como o desenvolvimento tecnológico, a competitividade e as exigências de mercado. Geralmente os pedagogos são responsáveis pelo programa de integração de novos funcionários, ou seja, eles têm a responsabilidade de veicular, nos primeiros momentos do empregado novo na empresa todas as informações que precisam saber sobre a organização e sobre a atividade que irá desenvolver. O momento da integração é fundamental para a empresa porque é nesse momento que, além de transmitirem informações sobre a instituição,
  • 23. 33 informações técnicas, burocráticas, passa-se à ideologia da organização, à cultura, à missão, aos valores e às expectativas com relação ao trabalhador que está entrando na Organização. Ou seja, o Pedagogo começa a exercer poder e influência a partir do primeiro momento em que o trabalhador coloca os pés na empresa, é ele que mostra “a cara” da empresa. De acordo com Lorenzo (2007), o Pedagogo não é mais só o profissional que atua no ambiente escolar. Ao contrário, dispõe de uma imensa área de atuação, tais como: empresas de diversos setores, ONGS, editoras, sites, consultorias especializadas em T&D e em todas as áreas que requeiram um trabalho educativo. O Pedagogo dentro da Gestão de Pessoas acompanha todo o desenvolvimento profissional do funcionário, através de sua performance, viabilizando cursos internos e externos, técnicos ou comportamentais, palestras, cursos de idiomas e acompanha o processo de avaliação de desempenho desse profissional. Sendo assim, a proximidade e o acesso a todos os funcionários é constante, o que dá condição a esse profissional de exercer um papel significativo no desenvolvimento dos empregados. A tarefa do Pedagogo Empresarial é, entre outras, a de ser o mediador e o articulador de ações educacionais na administração de informações dentro do processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Gerenciar processos de mudança exige novas posturas e novos valores organizacionais, características fundamentais para empresas que pretendem manter-se ativas e competitivas no mercado. Um outro aspecto do trabalho que o pedagogo pode vir realizar na empresa se refere à elaboração de programas instrucionais ou diretrizes didáticas. Nas empresas podemos constatar que todas elas fazem um planejamento prévio das etapas de treinamento contendo conteúdos, objetivos, técnicas e avaliação, porém esse planejamento é realizado sem suporte
  • 24. 34 educacional, ainda que o objetivo seja a qualificação dos trabalhadores, que por mais restrito que se entenda esse conceito, em geral, refere-se à aquisição de conhecimentos do processo produtivo e desenvolvimento de capacidades intelectuais e comportamentais no sujeito que aprende determinado conteúdo (GRECO, 2005, p. 42). Dessa forma, o profissional da educação atua na área de Gestão de Pessoas direcionando seus conhecimentos para os colaboradores da empresa com o objetivo da melhoria de resultados coletivos, desenvolve projetos educacionais, seleciona e planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação, representa a empresa em negociações, convenções, simpósios, realiza palestras, aporta novas tecnologias, pesquisa a utilização e a implantação de novos processos, avalia desempenho e desenvolve projetos para o treinamento dos funcionários. O pedagogo empresarial pode focar seus conhecimentos em duas direções: no funcionário ou no produto da empresa. No primeiro caso, trata-se da atuação no departamento de Recursos Humanos (RH), realizando atividades relacionadas ao treinamento e desenvolvimento do trabalhador. O pedagogo é o responsável pela criação de projetos educacionais que visam facilitar o aprendizado dos funcionários. Estudos como o de Market (apud GRECO, 2005), demonstram a necessidade de desenvolver um conceito de qualificação profissional com base na nova forma de organizar a produção, e também, os novos modelos organizacionais parecem requerer que as experiências adquiridas na prática do trabalho estejam subsidiadas de suporte educacional a fim de traduzir o momento no qual o trabalhador despende sua força de trabalho em ganhos individuais e que as equipes de trabalho inovem, troquem experiências e interajam entre si, não apenas em uma perspectiva de execução, mas de concepção do trabalho.
  • 25. 35 O pedagogo empresarial precisa de uma formação filosófica, humanística e técnica sólidas. Ele sabe que o foco do seu trabalho deve estar direcionado para as partes descritas, empregadores e empregados; ele ainda interage com todos os níveis hierárquicos, promovendo ações de reciprocidade, de trocas mútuas, através de suas ações de humanização. O maior patrimônio da empresa é o ser humano, por este motivo o foco maior é a Gestão de Pessoas. O pedagogo empresarial tem a capacidade e conhecimentos necessários para identificar, selecionar e desenvolver pessoas para o âmbito empresarial. Este profissional possui competências para trabalhar com Recursos Humanos chegando até a estar frente numa empresa, na liderança e na execução de projetos.
  • 26. 36 CAPÍTULO III METODOLOGIA Conforme especificamos no Capítulo I, os objetivos desta pesquisa visam analisar as ações educativas dentro da Pedagogia Empresarial e elucidar a relevância da presença do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos Humanos para os gestores e componentes da Embasa/UNS. O alcance desses objetivos nos levou a definir como ponto principal a pesquisa qualitativa e etnográfica e optar pelas estratégias que expomos a seguir: 3.1 – Pesquisa Qualitativa e Etnográfica A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui num caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Ludke e André (1986, p. 10) “afirmam que todos os dados da pesquisa são considerados importantes, contudo, para se realizar uma pesquisa é preciso confronto entre dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele”. Para eles, o pesquisador deve atentar para o maior número possível de elementos presentes supostamente triviais, mas que podem ser essenciais para melhor compreensão do problema que está sendo estudado.
  • 27. 37 Esta pesquisa é de caráter qualitativo, pois ainda segundo os autores acima citados (1986, p. 11), “a pesquisa qualitativa tem ambiente natural como sua fonte direta de dados e pesquisador como seu principal instrumento, sendo o pesquisador um ativo descobridor de significados das ações e das relações sociais”. A pesquisa qualitativa supõe contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Portanto, esse tipo de pesquisa focaliza a interpretação, dá mais ênfase na subjetividade inerente ao processo de pesquisa. É sob esse prisma que incluímos a pesquisa como o elemento articulador entre a teoria e a prática, como a forma capaz de fazer com que o pensar e o fazer, se encontrem em um movimento contínuo, estabelecendo assim a necessária sintonia entre o ensino e o mercado de trabalho de forma dinâmica e contínua, como base não somente do trabalho científico, mas também como processo de formação educativa. Por meio do ensino fundamentado na pesquisa, na medida em que os sujeitos se inserem no processo de produção do conhecimento como atores de uma prática coletiva que supõe compromisso histórico-social, não só contribui para a formação desses sujeitos como faz com que continuem aprendendo na realidade do dia-a-dia, em que exercem a sua prática. 3.1.1 – Pesquisa Etnográfica Esse instrumento de pesquisa tem sido fundamental em nosso trabalho. Como observador, recorremos aos conhecimentos e experiências profissionais na Gestão de Pessoas e setores de Recursos Humanos da Embasa/UNS que
  • 28. 38 nos auxiliaram nos processos de compreensão e interpretação do fenômeno estudado. A descrição de um trabalho de pesquisa com enfoque etnográfico é como um relato de nossas experiências de vida, sempre um processo muito difícil que requer reflexão, habilidade na descrição e clareza, de tal forma que permita expressar em palavras, acontecimentos, comportamentos, processos sociais e contextos com vivências e experiências dos sujeitos. Originariamente desenvolvida na antropologia, a pesquisa etnográfica propõe-se a descrever e a interpretar ou explicar o que as pessoas fazem em um determinado ambiente, os resultados de suas interações, e o seu entendimento do que estão fazendo (Watson-Gegeo, 1988, p. 576). Em outras palavras, esse tipo de pesquisa procura descrever o conjunto de entendimentos e de conhecimento específico compartilhado entre participantes que guia seu comportamento naquele contexto específico, ou seja, a cultura daquele grupo (Hornberger, 1994, p. 688). Portanto, parece consensual que a etnografia descreve a cultura de um grupo de pessoas, interessada no ponto de vista dos sujeitos pesquisados. Ferreira (1986, p. 21) define a etnografia como “estudo e descrição dos povos, sua língua, raça, religião e manifestações materiais de sua atividade; descrição da cultura material dum determinado povo”. Ou seja, é a descrição de determinados aspectos da cultura sem que se faça juízo de valor. Para André (1995, p. 41), a etnografia coloca, pois, (...) uma lente de aumento na dinâmica das relações e interações que constituem o seu dia-a-dia, apreendendo as forças que a impulsionam ou que a retêm, identificando estruturas de poder e os modos de organização do trabalho (...) e compreendendo o papel e a atuação de cada sujeito nesse complexo interacional onde ações, relações, conteúdos são construídos, negados, reconstruídos ou modificados.
  • 29. 39 O pesquisador etnógrafo lida com uma modalidade de pesquisa que se vê conforme salienta André (2004, p. 20) “diante de diferentes formas de interpretações da vida, formas de compreensão do senso comum, significado variados atribuído pelos participantes às suas experiências e vivências e tenta mostrar esses significados múltiplos ao leitor”. Outra característica definidora da pesquisa do tipo etnográfico é o fato de o pesquisador ser o instrumento principal na coleta e na análise dos dados. Este fato deixa implícito no trabalho o principio da interação, uma vez que sempre, entre o pesquisador e o objeto pesquisado, os dados são mediados pelo instrumento humano. O fato de ser uma pessoa o põe numa situação diferenciada, pois permite-lhe fazer mudanças, rever, localizar outros sujeitos, enfim reorientar sua pesquisa quando for necessário. O etnógrafo observa e paralelamente interpreta. Seleciona do contexto o que há de significativo em relação à elaboração teórica que está realizando. Cria hipóteses, realiza uma multiplicidade de análises, reinterpreta, formula novas hipóteses. Constrói o conteúdo dos conceitos iniciais, não o pressupondo. Ao deparar-se com o aparente “caos” da realidade, que costuma provocar de imediato, juízos etnocêntricos, aprende a abandonar a formulação abstrata e demasiadamente precoce, pois é necessário “suspender o juízo” por um momento. Assim, é possível construir um objeto que dê conta da organização peculiar do contexto, incluindo as categorias sociais que expressam relações entre os sujeitos. No duplo processo de observação e interpretação, abre-se a possibilidade de criar e enriquecer a teoria (Rockwell, 1986, p. 50). Fazer pesquisas etnográficas é sempre um processo muito difícil, requer reflexão, habilidade na descrição e clareza que permita expressar em palavras acontecimentos, comportamentos, processos sociais e contextos com vivências e experiências significativas dos sujeitos. 3.2 – Lócus de Pesquisa
  • 30. 40 O lócus é de fundamental importância para a pesquisa, ele leva o pesquisador a refletir sobre seu problema. Sendo assim, nosso lócus de pesquisa foi realizado na empresa Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – UNS- Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim, localizada na Avenida do Contorno, S/N, Casas Populares, no município de Senhor do Bonfim – BA, semi-árido baiano, diante de nossas experiências profissionais na área de Gestão de Pessoas como mão de obra terceirizada. 3.2.1 – A Estrutura Física Empresa de patrimônio público com economia mista, a Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – UNS- Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim está subdividida em 05 (cinco) divisões setoriais: Gerência Geral (UNS); Divisão Admnistrativa-Financeira (UNS-A); Divisão Comercial (UNS-C); Divisão Operacional (UNS-O) e Divisão de Manutenção (UNS-M). A Embasa atualmente atende a xxx municípios e xxx localidades, possuindo 23 (EL’s) Escritórios Locais distribuídos na macro região de Senhor do Bonfim. Possui uma estrutura física bastante considerável com 20 (vinte) salas; 01 (uma) recepção; 01 (uma) cozinha; 04 (quatro) banheiros; 01 (uma) guarita; 01 (uma) Estação de Tratamento de Água; 01 (uma) Casa de Bombas; 02 (duas) oficinas, sendo que uma de manutenção e outra de hidrômetros; 01 (hum) almoxarifado; 01 (hum) laboratório de controle da qualidade da água; 01 (uma) loja de atendimento a clientes externos; estacionamento amplo para carros e motos; ampla área verde e jardinada aos redores da empresa. 3.2.2 – Quadro Funcional
  • 31. 41 A Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – UNS- Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim, possui um quadro funcional bastante variado, composta por 123 (cento e vinte e três) funcionários efetivos e concursados, 207 (duzentos e sete) funcionários terceirizados sendo que, 200 (duzentos) de administração direta, 04 (quatro) vigilantes, 02 (dois) zeladores, 01 (hum) motorista, totalizando 329 funcionários; 08 (oito) estagiários de nível médio e 06 (seis) nível superior e 05 (cinco) jovens aprendizes. 3.3 – Sujeitos da Pesquisa Para a realização desta pesquisa há fundamental participação e contribuição dos sujeitos. A reunião dos dados obtidos através da sua cooperação incide para um melhor aproveitamento, análise e resultados deste trabalho. Os sujeitos desta pesquisa são os 15 componentes do quadro funcional da Embasa/UNS que estão distribuídos da seguinte forma: 02 Gerentes (Gerente Geral e Gerente Administrativo-Financeiro); 05 Funcionários Efetivos; 06 Funcionários Terceirizados; 01 Estagiária (Nível Superior); 01 Jovem Aprendiz.
  • 32. 42 A escolha por estes sujeitos se deu pelo fato de se tratar de colaboradores atuantes nos diversos setores da empresa, a fim de obtermos um maior aproveitamento nos resultados deste trabalho. 3.4 – Estratégias e Instrumentos da Pesquisa Para uma maior compreensão do objeto estudado, ao pesquisar a Embasa/UNS, optou-se como instrumentos de coleta de dados: questionário fechado para gestores e componentes do quadro funcional da empresa, entrevista semi-estruturada e análise documental sobre a empresa. Com o intuito de perceber se existe dentro da empresa a não segregação, ou seja, a inclusão de todos e quaisquer indivíduos independente de suas limitações, recorremos às abordagens qualitativas de pesquisa norteadas pela técnica da observação direta, questionário fechado, entrevista semi-estruturada e análise documental. A observação direta possibilita um contato pessoal e estreito entre pesquisador e pesquisando como afirma Ludke (1986, p. 26): A observação direta permite também que o observador chegue mais perto da “perspectiva do sujeito”, um importante alvo nas abordagens qualitativas. Na medida em que o observador acompanha in loco as experiências diárias dos sujeitos, pode tentar aprender sua visão de mundo, isto é o significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias ações. Nosso grande desafio no decorrer desta pesquisa foi saber trabalhar o envolvimento e a subjetividade, mantendo o necessário distanciamento, como é exigido na execução de um trabalho científico. Para Lüdke e André (1986, p. 28), a observação é instrumento válido e fidedigno de investigação, desde que
  • 33. 43 seja realizada de modo controlado e sistemático, o que supõe seu planejamento cuidadoso e a rigoroso preparo do pesquisador. Tanto quanto a entrevista, a observação ocupa um lugar privilegiado nas novas abordagens de pesquisa educacional. Usada como principal método de investigação ou associada a outras técnicas de coleta, a observação possibilita um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado, o que apresenta uma série de vantagens. Sendo o principal instrumento da investigação, o observador pode recorrer aos conhecimentos e experiências pessoais como auxiliares no processo de compreensão e interpretação do fenômeno estudado. (LÜDKE e ANDRÉ ,1986, p. 26). Nossa observação pautada pela pesquisa qualitativa e etnográfica e por meio de análise documental, nos propiciou para um fortalecimento de laços de confiança in lócus promovendo a interação entre todos os envolvidos nesse processo. 3.4.1 – Questionário Fechado Com o objetivo de levantar informações sobre a percepção dos colaboradores da UNS sobre a importância da atuação do pedagogo nesta empresa foi aplicado um questionário fechado com 08 questões objetivas e um questionário aberto por meio de entrevista semi-estruturada com 07 perguntas abertas sobre o tema abordado os quais foram respondidos individualmente (ver roteiro nos anexos 01). O questionário fechado assegura maior precisão na expressão de opiniões. É de quase total ausência de pressão sobre o indivíduo, pois geralmente é permitido tempo para refletir sobre suas respostas. (GRESSLER,1989).
  • 34. 44 3.4.2 – Entrevista Semi-Estruturada A entrevista semi-estruturada permite liberdade e espontaneidade do entrevistado. Como explicita Trivinos 1987 (p.145-146): Para a pesquisa qualitativa a entrevista semi-estruturada é um dos principais meios que tem o investigador para realizar a coleta de dados (...) Pois esta ao mesmo tempo em que valoriza a presença do investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que o informante alcance liberdade e a espontaneidade necessária, enriquecendo a investigação. Por fim, vale dizer que, sempre que possível, é interessante que a transcrição das entrevistas seja feita pelo próprio pesquisador, tendo em vista ser este um rico momento de análise inicial de seu conteúdo. Pois, o processo de transcrição simboliza a escuta em detalhe, palavra por palavra, tom a tom, tornando mesmo possível re-avivar seu contexto e dinâmica. Assim, é mister considerar, na transcrição, não apenas as falas, mas também as hesitações, risos, silêncios, lapsos, interrupções etc., muitas vezes reveladores de conteúdo. 3.4.3 – Análise Documental A Análise documental é uma das técnicas de maior confiabilidade, segundo Godoy (1995, p.21). Os dados coletados na análise documental possibilitaram a validação das informações obtidas durante a entrevista com os gestores e componentes da Embasa/UNS pesquisadas na primeira etapa de coleta de dados. A análise documental consiste em uma série de operações que visam a estudar e a analisar um ou vários documentos, para descobrir as diversas circunstâncias com as quais podem estar relacionados. No caso específico
  • 35. 45 desta pesquisa a nossa análise documental constou de análises dos seguintes documentos: arquivos históricos da empresa, pesquisas na intranet, anotações prévias pós-observações informais em reuniões setoriais, planejamentos e projetos estratégicos de transformação e mobilização profissional, entre outros disponíveis na organização. Segundo Spink (2000, p. 126), os documentos são: produtos em tempo e componentes significativos do cotidiano; complementam, completam e competem com a narrativa e a memória. [...] Sua intersubjetividade é produto da interação com um outro des-conhecido, porém significativo e freqüentemente coletivo. Lüdke e André (1986) sugerem um procedimento diante do material construído na pesquisa de campo, baseando-se no método proposto por Michelat (1980, p. 48): É preciso ler e reler o material até chegar a uma espécie de ‘impregnação’ do seu conteúdo. Essas leituras sucessivas devem possibilitar a divisão do material em seus elementos componentes, sem contudo perder de vista a relação desses elementos com todos os outros componentes Por estarem situados em tempo e refletirem a interação intersubjetiva de interlocutores, constituem práticas discursivas que representam idéias diferentes, saberes, fazeres e múltiplos elementos, e que denunciam imagens, usos, sentidos e processos humanos. Todos esses instrumentos utilizados nos permitem uma variedade de informações e nos levará a uma apreensão mais completa do objeto estudado.
  • 36. 46 CAPÍTULO IV ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS A partir deste Capítulo, analisaremos os dados coletados desta pesquisa desenvolvida na empresa Embasa/UNS – Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim, com gestores e componentes desta organização, além de observação participante no nosso ambiente de trabalho. Para tanto, utilizamos alguns elementos que nos auxiliaram para um melhor aproveitamento desta pesquisa: os questionários fechados entregues a alguns gestores e componentes da empresa; a entrevista semi-estruturada realizadas com o mesmo público e a observação participante. 4.1 – A Embasa Fundada em 1971, atendendo a exigência do Plano Nacional de Saneamento – Planasa, que pedia a implantação de um organismo central em cada estado para comandar o setor de saneamento, a Embasa localizada em Salvador - BA vem ampliando seu Sistema de Abastecimento de Água a cada dia, atendendo atualmente em várias cidades baianas, disseminando esses Sistemas em Unidades Norte e Sul de Negócios distribuídas em quase toda a Bahia. O Sistema de Abastecimento de Água da Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim atualmente atende a 240 localidades em 30 municípios.
  • 37. 47 4.1.1 – A Embasa: Identidade Organizacional A Identidade Organizacional da Embasa está pautada em cima de critérios de excelência essenciais para o crescimento da empresa, tendo como principal Negócio o abastecimento de água e esgotamento sanitário. Sua Missão é assegurar o abastecimento de água e serviços de esgotamento sanitário, garantindo a satisfação dos clientes, acionistas, colaboradores e poder concedente, interagindo com fornecedores, buscando o equilíbrio econômico e financeiro, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da sociedade e a preservação do meio ambiente. A Visão norteadora da empresa é ser reconhecida nacionalmente como uma empresa de excelência no setor de saneamento. Seus Valores estão pautados na ética, no comprometimento, na criatividade, na responsabilidade ambiental e social, na integração, valorização e desenvolvimento de pessoas. 4.1.2 – A Embasa: Política Organizacional A Política da Embasa consiste em um conjunto de regras ou enunciados que orienta a tomada de decisões. São orientações para medidas futuras baseadas em experiências passadas ou em crenças e valores. Enquanto as crenças e valores dizem respeito ao âmbito mais geral da empresa, a Política refere-se geralmente, a sistemas. As principais Políticas empresariais da Embasa são: Política da Qualidade, Política Administrativa, Política de Gestão de Pessoas, Política de Segurança do Trabalho, Política de Atendimento ao Cliente, Política Operacional, Política Comercial, Política Financeira, Política tecnológica, Política de Marketing e Comunicação, Política de Expansão e Política Ambiental.
  • 38. 48 Dentre as políticas citadas, destacamos a Política de Gestão de Pessoas que conforme o seu Planejamento Estratégico (2004/2007, p.15) consiste em “desenvolver, promover e valorizar os seres humanos, de forma a ampliar continuamente o desempenho, a empregabilidade e o nível de satisfação, saúde e segurança dos profissionais da empresa”. Com base nesses fenômenos organizacionais estabelecidos na Embasa/UNS mencionados acima, percebemos que tais aspectos instrumentais tornam-se mais sensíveis à dinâmica das relações indivíduo- sociedade. As experiências cotidianas vivenciadas por nós neste ambiente de trabalho, nos fazem compreender que o espaço organizacional é, sobretudo, um espaço de valorização da dimensão e da dignidade humana. 4.2 – O Perfil dos Sujeitos Como foi mencionado anteriormente foram aplicados questionários fechados a 02 (dois) gestores e 13 (treze) colaboradores da Embasa/UNS, onde por meio destes pudemos traçar o perfil dos sujeitos conforme a análise dos gráficos a seguir: 4.2.1 – Idade e Gênero Conforme o Gráfico 4.2.1, procuramos variar a faixa etária dos colaboradores questionados a fim de melhor avaliarmos as opiniões coletadas nesta pesquisa. No quesito “Idade”, 46% possuíam idade entre 18 a 25 anos; 27% entre 36 a 45 anos; 20% estavam entre 26 a 35 anos e 7% tinham mais de 45 anos de idade.
  • 39. 49 Idade 7% 27% 46% 20% 18 a 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos acima de 45 anos Gráfico 4.2.1 “Idade” No Gráfico 4.2.2, no quesito “Gênero”, 60% eram mulheres e 40% homens. Nessa perspectiva, observamos a presença da mulher no mercado de trabalho que vem aumentando a cada ano. De acordo com a Constituição Federal, o artigo 5°, inciso I determina: “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos desta Constituição”, ficando destacado assim o princípio da igualdade. Das mulheres entrevistas, 56% são pedagogas, porém não atuam em sua profissão dentro da empresa, entretanto, suas opiniões não entraram em desacordo com os 44% das outras mulheres que participaram da entrevista. Gênero 40% 60% Femino Masculino Gráfico 4.2.2 “Gênero”
  • 40. 50 4.2.2 – Escolaridade O Gráfico 4.2.3 a seguir, refere-se ao grau de escolaridade dos entrevistados, constatamos, onde 40% possuem o nível superior incompleto; 33% o nível superior completo e 27% o nível médio completo. Nesta situação, podemos destacar que os 27% em sua maioria, referem-se aos funcionários mais antigos na empresa e que possuem uma idade mais avançada que aos demais. Em contrapartida, os 73% restantes, por exigência do atual e globalizado mercado de trabalho, têm buscado uma melhor posição acadêmica a fim de conseguirem uma melhor posição dentro deste contexto. Escolaridade 27% 40% 33% Médio Completo Superior Completo Superior Incompleto Gráfico 4.2.3 “Escolaridade” 4.2.3 – Situação e Função na Empresa Dos 15 sujeitos entrevistados, 46% são funcionários efetivos; 40% terceirizados; 7% estagiário de nível superior e 7% Jovem Aprendiz, conforme o Gráfico 4.2.4 “Situação na Empresa”. Dentre estes, destacamos 86% que
  • 41. 51 foram admitidos na empresa mediante concurso público, os demais, ou seja, 14% foram efetivados na empresa em meados da década de 90, através de ordem superior sancionada pelo ex-governador Valdir Pires. Situação na Empresa 7% 7% 46% 40% Efetivo Terceirizado Estagiário Jovem Aprendiz Gráfico 4.2.4 “Situação na Empresa” No que se refere à função exercida na empresa Embasa/UNS, dos 15 sujeitos entrevistados o Gráfico 4.2.5 nos mostra que 7% exerce a função de gerente geral; 7% gerente de divisão setorial; 7% a função de químico; 39% exercem a função de Agente de Serviço Administrativo exercendo atividades nos diversos setores da empresa; e 40% possuem outras funções tais como (assistente social, técnico contábil, técnico operacional, coordenador de processo, dentre outras). Função na Empresa 7% 7% 7% 40% 39% Gerente Geral Gerente de Divisão Quimico Ag.Serv.Administrativo Outros Gráfico 4.2.5 “Função na Empresa”
  • 42. 52 4.2.4 – Cargo Ocupacional e Qualificação Profissional Com respeito ao cargo ocupado pelos sujeitos questionados constatamos segundo o Gráfico 4.2.6 que 7% ocupa o cargo de Engenheiro; 7% o cargo de Economista; 7% o de Técnico Contábil; 33% são Agentes de Serviço Administrativo; e 46% ocupam outras funções na empresa como (Monitor de Serviço, Químico, Jovem Aprendiz, Estagiário, Assistente Social, entre outros. Cargo Ocupacional 7% 7% 46% 33% 7% Engenheiro Economista Ag.Serv.Administrativo Técnico Contábil Outros Gráfico 4.2.6 “Cargo Ocupacional” No quesito 07, perguntamos qual a qualificação dos sujeitos questionados, onde 7% possuem a formação de Engenheiro Civil; 7% Economista; 7% Químico; 20% são Agentes de Serviço Administrativo; e 59% tinham outras qualificações profissionais na empresa, dentre elas: Técnico Contábil, Pedagogo (não atuante), Assistente Social, Estagiário Nível Superior, Jovem Aprendiz, entre outras, conforme o Gráfico 4.2.7 abaixo:
  • 43. 53 Qualificação Profissional 7% 7% 20% 59% 7% Engenheiro Civil Economista Ag.Serv.Administrativo Químico Outros Gráfico 4.2.7 “Qualificação Profissional” 4.2.5 – Tempo de Serviço No último quesito, perguntamos o tempo de serviço dos colaboradores da Embasa/UNS tinham na empresa e o Gráfico 4.2.8 nos mostra os seguintes resultados: 40% estão na empresa entre 2 a 5 anos; 33% estão entre 6 a 12 anos; 20% entre 6 a 12 meses; e 7% trabalham na empresa a mais de 20 anos. Apesar dos entrevistados não atuarem na empresa durante o mesmo tempo de serviço, observamos que a percepção e opinião frente às questões levantadas não se diferenciaram muito entre eles. Entretanto, vale ressaltar mediante este quesito que, a grande maioria dos entrevistados teve um pouco de dificuldade em responder se a empresa já desenvolvia ações educativas antes de haver a presença do pedagogo empresarial, em vista de muitos não conhecerem a história da empresa antes de atuarem nela e/ou durante o seu pouco tempo de atuação nela.
  • 44. 54 Tempo de Serviço 7% 20% 33% 40% 6 a 12 meses 2 a 5 anos 6 a 12 anos Acima de 20 anos Gráfico 4.2.8 “Tempo de Serviço” 4.3 – A atuação do pedagogo nas empresas: O olhar dos gestores e funcionários Com o intuito de obtermos uma captação imediata e corrente das informações coletadas, entrevistamos 15 componentes da Embasa/UNS, sendo 02 (dois) gestores e 13 colaboradores dos diversos setores existentes na empresa, focalizando a reflexão dos interlocutores quanto à atuação do pedagogo nesta empresa, buscando a interação numa atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde. O processo de reflexão tende a ser mais burocratizado naquelas organizações que têm uma área de atuação mais voltada para o macrossocial, para a sociedade global; percebe-se que, em geral, essas organizações, apesar de algumas delas apresentarem nítidos traços de contestação do social, não inovaram ainda os seus processos de reflexão. (SERVA, 1993. p.39) A intensidade das interações é um dos fatores primordiais para um estado de vivência e avaliação do presente que se sobrepõe às preocupações com o futuro, valorizando mais a política do cotidiano do que o planejamento de ações para longo prazo.
  • 45. 55 A entrevista, especialmente a semi-estuturada, ocupa papel importante na construção da pesquisa etnográfica. Oliveira (2000, p.21) destaca a entrevista, ou o “ouvir”, como momento em que os participantes da pesquisa refletem acerca daquilo que foi “observado” pelo pesquisador, deixando que ele se aproxime de suas significações. Assim, apresentamos abaixo as categorias que nos permitiram responder a nossa questão de pesquisa: 4.3.1 A importância do pedagogo na empresa Perguntamos aos gestores se existia a importância da presença do pedagogo empresarial na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos Humanos. Conforme mostra o Gráfico 4.3.1.1, 100% dos entrevistados acham que existe tal importância. Opinião dos Gestores 100% Sim Não Gráfico 4.3.1.1 “Opinião dos gestores quanto à importância do pedagogo na empresa”
  • 46. 56 O Gráfico 4.3.2 nos mostra a opinião dos 13 funcionários entrevistados sendo unânime com 100% em suas respostas no que diz respeito à importância de atuação do pedagogo nos setores acima citados. Opinião dos Funcionários 100% Sim Não Gráfico 4.3.1.2 “Opinião dos funcionários quanto à importância do pedagogo na empresa” Para salvaguardar a identidade dos sujeitos utilizamos o código “S” seguidos de numerais. Vejamos algumas respostas dos entrevistados: O “S” (1) 01 nos respondeu que: “(...) tanto o pedagogo como a empresa tem o mesmo objetivo em relação às pessoas. Trabalhar a qualidade de vida, capacitando profissionais com o fim de atingir ideais e objetivos, tanto da empresa como do colaborador”. O “S” 02 nos afirma a importância “para uma melhor organização de atividades que contribuam para a qualificação dos funcionários”. O “S” 03 acrescenta dizendo que, ”é importante para a construção, manutenção e desenvolvimento do caráter e ética profissionais, assim como também é importante para a promoção da integração entre os colaboradores da empresa como um todo”.
  • 47. 57 Ribeiro (2007, p.9), salienta que “a atuação do pedagogo na empresa tem como pressupostos principais a filosofia e a política de Recursos Humanos adotadas pela Organização”. Sua participação na empresa torna-se um elemento essencial de articulação entre o desenvolvimento das pessoas e as estratégias organizacionais. 4.3.2 – As mudanças na empresa após a presença do pedagogo Apesar de detectarmos na opinião dos entrevistados a existência da importância do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos Humanos, ao perguntarmos se antes de haver a presença do pedagogo empresarial, a empresa já desenvolvia ações educativas na gestão de Pessoas, percebemos uma relatividade nas respostas, transparecendo assim que muitos desconheciam ou ainda não haviam refletido sobre tais práticas educativas na empresa, conforme mostra o Gráfico 4.3.3, onde informa que 53% disseram que sim; 27% disseram que não; e 20% não souberam responder tal questão: A empresa desenvolvia ações educativas antes da presença do pedagogo 27% 53% 20% Disseram Que Sim Disseram Que Não Não Souberam Responder Gráfico 4.3.1.3 “Ações educativas antes da presença do pedagogo”
  • 48. 58 Um outro ponto questionado aos entrevistados foi que tipo de ações educativas o pedagogo empresarial tem desempenhado na Gestão de Pessoas e se essas ações têm promovido atitudes transformadoras, mobilizadoras e motivadoras dentro da empresa? Vejamos algumas respostas dadas: As ações desempenhadas pelo pedagogo têm transformado as atitudes dos colaboradores de forma positiva. Essas ações têm tornado o convívio e o trabalho mais harmonioso e prazeroso, devido à prática política do bom relacionamento e tratamento interpessoal entre funcionários, desde o superior (chefe) ao menos favorecido (pião). (“S” 04) O “S” 05 acrescenta: Hoje em dia há uma maior participação do corpo funcional nas atividades executadas (...) As dinâmicas e os encontros em datas e eventos festivos faz com que o funcionário se sinta valorizado, reconhecido e se integre aos demais. O “S” 06 enfoca as ações educativas exercidas pelo pedagogo “através do conhecimento disseminado pelos cursos, palestras, seminários, os empregados tem oportunidade de analisar aspectos relacionados a sua saúde e qualidade de vida”. Ribeiro (2007, p. 58) enfatiza que é do papel do pedagogo empresarial: Auxiliar o desenvolvimento de instrumentos e capacitação quanto à observação sistemática do funcionário, à obtenção de dados e informações a respeito dos funcionários em termos de seu desempenho, assim como quanto à proposição de medidas com vistas a corrigir os desvios constatados. Vale acrescentar que o incentivo é um fator indispensável ao funcionário posto que ele se sentirá valorizado no seu próprio trabalho, o que influirá positivamente na boa qualidade do seu desempenho.
  • 49. 59 Tanto ações educativas como os programas de capacitação e desenvolvimento profissional são processos intercomplementares, nunca excludentes, cujos objetivos buscam muito mais do que acumular técnicas ou conhecimentos, mas, acima de tudo, promover mudanças de atitudes mais amplas que ultrapassem os limites do ambiente de trabalho. 4.3.3 – Os pontos fracos da atuação Quando questionamos os pontos fracos que dificultam para um melhor desempenho das atividades do pedagogo empresarial na Embasa/UNS obtivemos os seguintes resultados conforme o Gráfico 4.3.4, sendo que 73% responderam que o fato de ser de um trabalho terceirizado, torna-se mais difícil por muitas vezes não ter autonomia para tomar determinadas decisões, tendo que aguardar as posições e autorizações da chefia local (Senhor do Bonfim) e central (Salvador); 20% responderam que ainda há uma certa resistência por parte de alguns funcionários efetivos, talvez por se tratar da mesma característica anterior(terceirização), ou por questões particulares; e 7% disseram que o fato de a Universidade em que o pedagogo estuda ainda não incluir em sua grade curricular disciplinas que discutam a Pedagogia Empresarial incentivando uma reflexão maior sobre o tema, e/ou até mesmo atrapalhando no momento de implementações de projetos e ações pedagógicas-organizacionais.
  • 50. 60 Pontos fracos que dificultam o desempenho das atividades 7% 20% 73% Trabalho Terceirizado/Falta de autonomia Resistência dos funcionários Conhecimento acadêmico do curso Gráfico 4.3.1.4 “Pontos Fracos que dificultam o desempenho das atividades” Observemos alguns comentários: O “S” 07 comenta que: por se tratar de uma mão-de-obra terceirizada , lotado especialmente em um setor que cuida especialmente de questões de ordem própria (o RH), a falta de autonomia em decisões pertinentes a estes serviços e a realização de determinadas ações, como por exemplo a realização de um certo treinamento (que depende da ordem superior), talvez seja uma grande dificuldade para o desempenho deste profissional na empresa. O “S” 08 nos diz que “existe a resistência por parte de alguns colaboradores às mudanças, principalmente por parte dos funcionários efetivos mais antigos e também pelo pedagogo ser terceirizado”. “O curso de Pedagogia na Universidade não está direcionado para as atividades empresariais”. (“S” 09) “A Universidade deveria incluir disciplinas que o ajudassem a melhor desenvolver suas atividades, pois assim, juntamente com o potencial deste profissional, haveria muito mais benefícios para a empresa e para os funcionários”. (“S” 10)
  • 51. 61 Suchodolski (1977, p. 19) desenvolve a seguinte idéia: Este é o método de toda ciência moderna: conhecer a realidade através da construção de uma nova realidade. (...) A definição de pedagogia que aqui propomos assume precisamente esse caráter. Trata-se do conhecimento da realidade educativa mediante a participação na criação das formas mais adequadas às necessidades da civilização em desenvolvimento e às tarefas que a humanidade deve solucionar nestas condições. Ao considerar a pedagogia como uma ciência sobre a atividade transformadora da realidade educativa, temos a possibilidade de uma nova determinação dos objetivos da educação e de suas categorias fundamentais. Em termos práticos, percorrido esse processo de reflexão, nada impede que se formule um núcleo de disciplinas nas Universidades que contemplem uma base comum de formação do educador, naturalmente sempre submetida a uma análise metodológica crítico-social. A Pedagogia precisa pensar-se a si própria em sua relação com a prática na qual se enraíza e a partir da qual e para a qual estabelece proposições. Por isso ela não é apenas “uma diretriz no plano teórico da ciência da educação, mas a preocupação teórico- científica da fundamentação da pedagogia como ciência que, enquanto prática, não possui seu sentido em si mesma, mas na humanização da práxis”. (SCHMIED-KOWARZIK, 1983, apud PIMENTA, 1998 p.121) Ainda que as práticas educativas hoje se encontrem bastante ampliadas, não se reduzindo ao ensino, continua pertinente reconhecer nesses elementos constitutivos do pedagógico o núcleo de referência dos conhecimentos científicos, filosóficos e técnico-profissionais que compreendem a competência profissional do pedagogo. 4.3.4 – Como melhorar: Sugestões dos pesquisados Finalizando nossa entrevista, pedimos aos entrevistados que nos apontassem algumas oportunidades de melhoria que nos possibilitarão a ter
  • 52. 62 um melhor desempenho profissional na Embasa/UNS. Foram pontuadas as seguintes sugestões: Oportunidades de Melhoria Inserção do pedagogo como cargo efetivo Inclusão de disciplinas no curso de Pedagogia Maior autonomia na tomada das decisões Qualificação profissional reconhecida e uma formação contínua Persistência no trabalho Maior disseminação da importância de atuação do pedagogo nas empresas Desenvolver mais projetos que proporcione maior integração entre os funcionários Alcançar ao atendimento e sensibilização igualitários entre próprios e terceirizados Reconhecer como essencial esse profissional nas atividades da empresa Quadro 01: Oportunidades de Melhoria Numa organização empresarial, é essencial desenvolver a sensibilidade para proceder às devidas adequações de modo que atendem, sempre, ao mesmo tempo, os anseios dos indivíduos e da própria organização. Nestas organizações, observa-se uma intenção geral de que o trabalho seja uma atividade prazerosa, onde o processo de sua realização vincula-se à existência de uma participação efetiva de cada um na vida da organização. A intensidade das relações interpessoais é bastante elevada e pretende criar condições para a expressão de sentimentos no cotidiano. (AMARAL, 2007, P.104) Esse caminho a ser percorrido é, na verdade, uma construção pessoal e profissional permanente, que nos leva para a reflexão e retomada do ponto de partida. 4.4 – O olhar do pesquisador: A síntese
  • 53. 63 Mediante as considerações desenvolvidas ao longo deste trabalho, e considerando nossas experiências profissionais na Embasa/UNS, podemos compreender a pesquisa como descoberta, criação e como diálogo a fim de desenvolvermos olhares que nos permitam alcançar novos horizontes que nos levem a reflexão da nossa prática pedagógica dentro e fora da escola. Em vista de nossas experiências profissionais na empresa pesquisada e diante das sugestões colocadas pelos entrevistados, refletimos que o nosso papel como pedagogo empresarial na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos Humanos, assim como as nossas ações educativas, já são perceptíveis pelos gestores e componentes da empresa, porém, ainda precisamos galgar muitos degraus para obtermos um melhor resultado em nossa atuação a fim de realizarmos um excelente trabalho no espaço organizacional. O nosso trabalho se propôs a contribuir com o desvelamento de novas questões sobre a educação do trabalhador no interior das empresas pelo viés da Pedagogia Empresarial, entendida aqui, como a área da Pedagogia que se ocupa do processo de ensino-aprendizagem nos ambientes organizacionais ou empresariais. O nosso intuito na pesquisa qualitativa e etnográfica foi o de conhecer o Pedagogo atuante nas organizações empresariais e descobrir a visão que os gestores e componentes da Embasa/UNS têm sobre a atuação profissional do Pedagogo Empresarial nesta empresa, assim como perceber qual a contribuição dada por este à educação do trabalhador e a sua opinião a cerca do processo educativo realizado na empresa. Os discursos dos nossos entrevistados, sobre a experiência deste profissional e sobre os saberes realmente utilizados por ele, levam-nos a inferir que são justamente os aspectos pedagógicos, sociais, filosóficos, éticos e técnicos presentes na formação do Pedagogo, assim como a missão e a postura de educador construídas ao longo de sua formação profissional, que
  • 54. 64 fazem a prática educativa desenvolvida por eles nas organizações ser bem sucedida e requerida pelas empresas. O diferencial entre o Pedagogo Empresarial e o Pedagogo Escolar está menos nos saberes mobilizados e utilizados por ambos do que na amplitude de visão em relação ao papel do educador, na concepção de educação e na importância dada ao processo de ensino-aprendizagem em outros ambientes fora dos "muros" da escola.
  • 55. 65 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa foi realizada na empresa Embasa/UNS, com o objetivo de analisar as ações educativas dentro da Pedagogia Empresarial e elucidar a relevância da presença do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos Humanos para os gestores e componentes desta empresa. O tema da pesquisa está voltado para a atuação do pedagogo nas empresas organizacionais e a sua contribuição como educador organizacional, visto que a empresa também é um espaço educativo para o crescimento dos funcionários e da própria empresa. Os elementos utilizados nesta pesquisa nos possibilitaram uma melhor compreensão ao coletarmos e analisarmos os dados durante esse processo nos ajudando a não fugir dos nossos objetivos propostos. Apesar de ser um trabalho terceirizado na empresa, procuramos desempenhar o nosso papel de forma séria e humanizada, e em se tratando de ser uma empresa pública com um quadro funcional extenso, como em todo espaço de trabalho, encontramos dificuldades que por muitas vezes nos faz desanimar, mas ao refletirmos e observarmos a importância da nossa atuação como pedagogo empresarial nas organizações empresariais, promovendo ações educativas transformadoras e mobilizadoras, nos impulsiona cada vez mais a nos qualificarmos a cada dia para continuarmos inseridos dentro deste campo ainda não conhecido amplamente dentro da sociedade, mas com um valor imenso de poder direcionar as ações e projetos desenvolvidos na empresa para obtenção da excelência no atendimento às exigências do mercado e da sociedade. Sobre a perspectiva da Gestão de Pessoas, pontuamos a necessidade
  • 56. 66 de adaptação das empresas às novas tecnologias como estratégias de educação empresarial, assim como de desenvolvimento das competências exigidas pelo mercado de trabalho geralmente desprezadas e/ou ignoradas pela escola. A operacionalização dessas novas competências no âmbito da formação profissional, implicam, antes de qualquer coisa, constantes inovações em todos os âmbitos da sociedade, principalmente o impacto na dinâmica das relações sociais em nível do ambiente de trabalho. Concluímos então que a Pedagogia Empresarial nos dá suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O papel de mediação exercido pelo pedagogo propiciará um melhor discernimento quanto às necessidades educativas de sua Organização, planejando cada atividade com clareza, identificando o que de fato, constitui-se como prioridade.
  • 57. 67 REFERÊNCIAS ANDRÉ, Marli (Org).O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. 3.ed.São Paulo: Papirus, 2002. BEILLEROT, J. A sociedade pedagógica. Porto: Rés, 1995. BOFF, Leonardo. Saber cuidar. 9. ed., Petrópolis: Vozes, 2003. BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari Knop. Investigação Qualitativa em Educação. Portugal: Porto, 1994. BOM SUCESSO, Édina. Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, Ed. 2002. BRASIL. Constituição Federal, de 05.10.88. Atualizada com as Emendas Constituições Promulgadas. CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999. CAMPANA, Renata. Competência Humanizada. Disponível em: <http://www.rondoniaovivo.com>. Acesso em: 17 jul. 2007. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. O novo papel de Recursos Humanos nas Organizações. RJ: Campus, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos – o capital humano das organizações. 8 ed., São Paulo: Atlas, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 4 ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 200.