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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
  DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
      PROGRAMA REDE UNEB 2000/ITIÚBA
   CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA




          ÁUREA DAMASCENO ROSA
       EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS
         GIVANILDA MENDES DA SILVA
            MANOEL ALVES FILHO




A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA




             SENHOR DO BONFIM
                   2012
ÁUREA DAMASCENO ROSA
       EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS
         GIVANILDA MENDES DA SILVA
            MANOEL ALVES FILHO




A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA




                Monografia apresentada ao Departamento de
                Educação da Universidade do Estado da
                Bahia–UNEB/CAMPUS VII, como parte dos
                requisitos para conclusão do Curso de
                Licenciatura em Pedagogia.


                Orientador:
                Prof. Dr. Gilberto Lima dos Santos




              Senhor do Bonfim
                   2012
ÁUREA DAMASCENO ROSA
                  EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS
                     GIVANILDA MENDES DA SILVA
                         MANOEL ALVES FILHO




          A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA




                             Monografia apresentada ao Departamento de
                             Educação da Universidade do Estado da
                             Bahia–UNEB/CAMPUS VII, como parte dos
                             requisitos para conclusão do Curso de
                             Licenciatura em Pedagogia.




Aprovada em 15 de junho de 2012.


BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Gilberto Lima dos Santos – Universidade do Estado da Bahia–UNEB
                               (Orientador)


_______________________________________________________________
Profa. MSc. Maria Elizabeth Souza Gonçalves – Universidade do Estado da
Bahia–UNEB (Examinadora)


_______________________________________________________________
Profa. MSc. Maria da Conceição Curaçá Gonçalves (Examinadora)
Agradecimentos




A Deus, nossa Força, nossa Luz e nossa Esperança.


Ao nosso Orientador, Professor Dr. Gilberto Lima dos
Santos, pelo incentivo, orientação e disposição em todos
os momentos durante a realização deste trabalho.


As professoras Maria Elizabeth Souza Gonçalves e Maria
Conceição      Curaçá      que    participaram   da   banca
examinadora.


A professora Alayde Ferreira dos Santos pelo incentivo.


À Universidade do Estado da Bahia–UNEB e à Prefeitura
Municipal   de   Itiúba,    que    nos   proporcionaram   a
oportunidade de aprendizagem e crescimento.
Aos nossos pais, que nos apoiaram e possibilitaram que
chegássemos até aqui.


Aos nossos familiares, por todo o suporte e carinho,
essenciais para percorrer esta longa jornada.


Aos nossos mestres, que nos guiaram ao longo do
caminho.


A todos os nossos amigos, que colaboraram para que
toda essa jornada valesse a pena. E a você...
“Não se pode educar eficientemente se os pais e
professores se desconhecem, se a educação
escolar estiver isolada da educação familiar”.


                                       (Suenens)
RESUMO


O presente estudo tem como tema, A Importância da Integração Família e Escola e
buscou conhecer e analisar a participação da família no processo de aprendizagem
dos filhos, alunos do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Luiz Navarro de Britto,
localizada no Bairro do Alto na cidade de Itiúba, Bahia. Para isso, foi importante saber
como as famílias influenciam no processo de aprendizagem dos filhos e como ocorre
essa interação família-escola. Tendo como problema de pesquisa a seguinte questão
norteadora: O que leva os pais a não participarem da vida escolar de seus filhos? E
em que esta participação poderia contribuir?. Nossos objetivos foram: avaliar se a
participação da família na vida escolar de seus filhos tem alguma relação com o
desempenho deles, compreender como algumas famílias acompanham a vida escolar
de seus filhos, bem como caracterizar o desempenho escolar desses estudantes. O
método utilizado para a realização desse trabalho foi a entrevista, realizada no mês de
março de 2012 e teve como participantes dois professores e oito pais de alunos. Como
resultados principais da pesquisa, podemos observar que de acordo com as respostas
dos oito pais entrevistados, sete se mostram como participativos na vida escolar dos
filhos e apenas um diz não ser tão participativo nas atividades escolares dos filhos.
Sendo assim, a primeira categoria representa 87,5% do total de entrevistados, (pais
que participam da vida escolar dos filhos). Já a segunda categoria (pais que não
participam da vida escolar dos filhos) corresponde a 12,5% dos participantes. De
acordo com os resultados da pesquisa, ficou evidente que de modo geral o
desempenho dos alunos cujos pais se declararam como participantes da vida escolar
de seus filhos é superior ao dos alunos em que os pais não participam de forma ativa.
Assim, pode-se entender que a interação da família com a escola influencia de forma
direta no desempenho escolar dos alunos. Para que estes consigam obter êxito no
processo de ensino e aprendizagem e nas tarefas escolares, precisam do apoio dos
pais, pois não importa o preparo intelectual, se não tiver o afeto da família. A relação
família e escola precisa criar possibilidades para a ocorrência de uma relação
equilibrada com o objetivo de proporcionar uma maior participação dos pais no espaço
escolar, contribuindo, assim, para superar os obstáculos existentes, colaborando para
o desenvolvimento do processo educativo dos educandos.



PALAVRAS-CHAVE: Família. Escola. Parceria Família-Escola. Desempenho
Escolar.
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO...................................................................................................09


CAPÍTULO I:


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................13
1. 1 Família........................................................................................................14
1. 2 Escola........................................................................................................18
1. 3 Parceria Família-Escola...........................................................................25
1. 4 Desempenho Escolar...............................................................................30

CAPÍTULO II:


METODOLOGIA................................................................................................34
2. 1 O Paradigma da Pesquisa.......................................................................34
2. 2 Participantes e Lócus..............................................................................36
2. 3 Instrumentos de coleta de dados...........................................................37
2. 4 Procedimentos de coleta de dados........................................................38
2. 5 Análise dos dados...................................................................................39


CAPÍTULO III:


ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...........................40


3. 1 Entrevistas com os pais de alunos.........................................................41
3.1.1 Categoria 1: Pais que dão suporte aos filhos......................................41
3.1.2 Categoria 2: Pais que frequentam a escola..........................................43
3.1.3 Categoria 3: Pais que participam de eventos escolares.....................44
3.1.4 Categoria 4: Pais que acompanham a vida escolar dos filhos..........44
3.1.5 Categoria 5: Pais que contribuem para a realização de atividades
escolares..........................................................................................................45
3.1.6 Categoria 6: Pais que atuam para melhorar o rendimento escolar dos
filhos.................................................................................................................46
3. 2 Entrevistas com os professores (as)......................................................47
3.2.1 Categoria 1: Ações da escola para garantir a parceria com a
família................................................................................................................47
3.2.2 Categoria 2: Conflitos que emergem da parceria................................48
3.2.3 Categoria 3: Benefícios da parceria para a comunidade....................49
3.2.4 Categoria 4: Motivos da não participação dos pais na vida escolar
dos filhos..........................................................................................................50
3.2.5 Categoria 5: Crenças dos professores sobre a participação da
família................................................................................................................51



CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................56

REFERÊNCIAS.................................................................................................59

APÊNDICES......................................................................................................64
9


NTRODUÇÃO

      Este estudo, que tem como temática “a Importância da Integração
Família e Escola”, surgiu a partir da necessidade de fazer uma reflexão sobre a
importância da participação da família na vida escolar de seus filhos,
observando em quais aspectos esta interação implica na aprendizagem dos
alunos.
      Ao longo do curso, surgiu a necessidade, no momento em que foi
elaborado um projeto de oficina Intercurricular, ministrada pelo grupo de
professores-alunos do Programa Rede UNEB 2000, pois sentimos uma grande
afinidade com a temática.
      Diante da complexidade em que nos encontramos nos dias atuais, a
família deposita a responsabilidade plena do ato de educar os seus filhos na
escola, alegando uma sociedade capitalista em que precisam trabalhar cada
vez mais para garantir a sobrevivência, deixando para a escola a função de
educar.
      Com o passar do tempo, as famílias sofreram muitas mudanças. O
modelo da família nuclear burguesa de trinta anos atrás tem passado por
transformações, surgindo outros modelos de famílias. E com isso a Educação
foi se modificando, aparecendo conflitos difíceis de serem resolvidos por falta
do apoio familiar.
      Desta forma, os valores coletivistas é que estão sendo substituídos por
valores individualistas na sociedade contemporânea, abrindo espaço de forma
significativa para a indisciplina ou conflitos, a intolerância, gerando uma
sociedade cada vez mais individualista.
      Contudo, diante desse contexto, o ato de educar tem se tornado um
processo árduo e complexo, tanto a sociedade quanto a família esperam que a
escola dê conta sozinha da formação dos educandos, responsabilizando-a por
todo e qualquer problema que surgir dentro dela, contribuindo assim para a
inquietação dos educadores, pois os mesmos estão sendo desrespeitados e
desvalorizados pelos estudantes. Antigamente os pais ou responsáveis
estabeleciam limites as criança e adolescente, hoje, porém muitos professores
buscam respeito e atenção dos alunos e nem sempre conseguem.
10

          Por isso, faz-se necessário que família e escola caminhem juntas, numa
mesma direção, na tentativa de formar cidadãos competentes e conscientes de
seu papel na sociedade. Atualmente o educador tem o direito de instruir seus
discentes a serem competentes e autônomos neste mundo de ultra-rápidas
tecnologias e multiplicidades de conhecimentos, observa-se que o saber, cada
vez mais estará dependente de modificações. Segundo Moraes (1997, p. 36),


                        Não podemos continuar produzindo uma educação onde as pessoas
                        sejam incapaz de pensar e de construir seu conhecimento. Na nova
                        escola, o conhecimento é produto de uma constante construção, das
                        interações e de enriquecimento mútuos de alunos e professores.


          É preciso haver uma parceria eficaz entre Escola e Família, pela qual
ambas as instituições possam buscar resgatar os valores morais necessários
para a construção de uma sociedade mais justa, pois o que se percebe é que a
escola sozinha, não consegue desenvolver de modo satisfatório o ensino e a
aprendizagem dos educandos, se a família não colabora de forma eficiente.
          É extremamente importante que os pais estejam informados sobre a vida
escolar de seus filhos, contribuindo assim para o desenvolvimento e
crescimento dos mesmos. Cabe à escola o papel de atrair os pais para o
ambiente escolar, proporcionando uma palestra criativa                   e   inovadora,
adequando os horários necessários, garantindo sucesso no aprendizado dos
filhos.
          A escola que reconhece essa prática possivelmente terá uma qualidade
de ensino diferenciado das demais unidades escolares, pois o modelo de
educação vivenciado recentemente na história brasileira requer o mais rápido
possível uma mudança de mentalidade de todos os envolvidos no processo
educacional.
          Portanto, a partir do momento que a Escola e Família conseguirem uma
parceria de como conduzir a educação dos educandos-filhos, poderá diminuir
os conflitos existentes no âmbito escolar. Assim, para que isso ocorra, é de
fundamental importância que a família participe da vida escolar de seus filhos.
Faz-se necessário uma boa relação com a escola, transmitindo para a criança
sentimentos de afeto e segurança, possibilitando uma autoconfiança.
          No decorrer da nossa prática pedagógica, ficam claras as dificuldades
apresentadas pelos alunos cujos pais não participam da educação escolar de
11

seus filhos, assim como fica evidente o bom rendimento daqueles que contam
com a contribuição dos pais no currículo escolar.
      Diante dessas inquietações geradas durante todo o percurso dos
estudos da graduação e a partir dessas observações, podemos então sintetizar
o nosso problema de pesquisa explanando-o através da seguinte questão
norteadora: O que leva os pais a não participarem da vida escolar de seus
filhos? E em que esta participação poderia contribuir?
      A partir desses questionamentos levantados do tema proposto para a
realização desse Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.), torna-se
necessário definirmos os nossos objetivos de pesquisa, tendo como objetivo
geral: avaliar se a participação da família na vida escolar de seus filhos tem
alguma relação com o desempenho deles; e tendo como objetivos específicos:
compreender como algumas famílias acompanham a vida escolar de seus
filhos, bem como caracterizar o desempenho escolar desses estudantes.
      Portanto, é notório que nos dias atuais a Escola não vive sem a Família
e tampouco a Família vive sem a Escola. Porém nesse processo é fundamental
uma parceria, onde ambas interajam em conformidade, buscando garantir um
bom rendimento do aluno no ambiente escolar.
      Nesta pesquisa serão abordados os principais motivos que levam os
pais a não participarem da vida escolar dos filhos e em que aspectos isso
implica a aprendizagem do educando. O que a Escola está fazendo para
garantir uma parceria entre Família e Escola? Quais conflitos surgem por falta
dessa parceria? Em que seria favorável para a sociedade essa parceria?
      O presente estudo foi dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo,
abordamos o problema de estudo e sua importância. No segundo capítulo,
apresentamos os estudos de teóricos e algumas considerações acerca da
temática   estudada.   No      terceiro   capítulo,   enunciamos    os   caminhos
metodológicos    percorridos     para     o   esclarecimento   da   problemática,
descrevemos a trajetória da nossa pesquisa quanto à metodologia,
instrumentos, sujeitos e local da pesquisa. No quarto capítulo apresentamos as
análises e discussões construídas a partir da coleta de informações da
entrevista realizada com dois professores e oito pais de alunos, no mês de
março de 2012. Por fim, nas considerações finais, trazemos uma reflexão sobre
os principais resultados da pesquisa. Diante disso, esperamos que os
12

resultados deste trabalho proporcionem uma reflexão sobre a temática,
buscando respostas para as dificuldades encontradas em sala de aula pelos
professores, para que possamos através desse estudo aprofundarmos as
discussões desenvolvidas em torno do objeto em questão, encontrando assim
ações corretas que possam superar essas dificuldades.
13


                                  CAPÍTULO I


1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


      No capítulo anterior construímos a nossa problemática fazendo algumas
considerações em relação à importância da participação da família na vida
escolar dos filhos. Nesse capítulo apresentaremos os aportes teóricos que
serão utilizados como fundamentos para a realização deste estudo.
Abordaremos a relação família-escola, do ponto de vista de Nérici (1983), Scoz
(1994), Romanelli (2005), Gentile (2006), Young (2007), Reis (2007), Souza
(2009) e Solidade, Molinari e Prince (2011) entre outros. Em relação ao
desempenho escolar, orientamo-nos por Polity (2001) e Souza (2009).
      Diante     da   grande     diversidade      cultural     de     nossa     sociedade
contemporânea, as escolas se deparam com uma série de discentes que
consideram indisciplinados. As famílias estão perdendo o controle dos filhos
não se dando conta da importância da vida escolar, mudando seus valores e
deixando a responsabilidade da educação dos filhos apenas nas mãos da
escola. De acordo com Castro (2011, s/p) “A família teve origem em tempos
remotos da humanidade. As ações pedagógicas, tiveram sua origem na Grécia
antiga onde surgiu a figura do pedagogo: “aquele que conduz a criança””.
      As instituições família e escola são as responsáveis diretas por
desenvolver nas pessoas as ações evolutivas. “Tanto a escola quanto a família,
as duas instituições cuja relação é nosso objeto de análise, sofreram
transformações    profundas      ao    longo     da    nossa        história”   (CASTRO;
REGATTIERI, 2009, p. 20). A família constitui-se em uma estrutura básica da
sociedade, é nela que convivemos por um longo período de tempo, é com a
família que as crianças realizam suas experiências iniciais de aprendizagem,
que muitas vezes acabam também influenciando no seu comportamento.
      A educação só acontece quando as pessoas tiverem a capacidade de
ouvir e este relacionamento tem que ser aberto, claro e íntegro. Ainda segundo
Castro (2011, s/p),


                      Se para existir escola é preciso que exista prioritariamente a família,
                      por que tantas escolas insistem em manter as famílias distantes? Por
14

                     que muitos professores, coordenadores, orientadores educacionais e
                     até diretores, procuram manter os pais ausentes do ambiente
                     escolar?


      Diante desses e outros questionamentos, procuramos responder, neste
capítulo, as seguintes indagações: O que é família? Como ela tem mudado? E
a organização e a dinâmica da família? O que é escola?, Como a escola tem
se reconstituído historicamente e atualmente?.


1. 1 FAMÍLIA


      Segundo Prado (1981, p. 51) “O termo FAMÍLIA origina-se do latim
FAMULUS que significa: conjunto de servos e dependentes de um chefe ou
senhor”. A família é e continua sendo a base de toda organização social, pois é
considerada como “o primeiro grupo com o qual a pessoa convive e seus
membros são exemplos para a vida” (GENTILE, 2006, p. 35). Segundo Knobel
(1992, p. 3), “(...) não há melhor escola de formação cultural, social e
psicológica que o próprio lar”. De acordo com Young (2007, p. 1288), “As
famílias, como tal, têm um papel único, que é o de reproduzir sociedades
humanas e fornecer condições que possibilitem suas inovações e mudanças”.
Diante disso pode-se perceber o grande valor que a família representa para a
sociedade. Prado (1981, p. 12) afirma que:


                     “[...] a família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma
                     instituição social variando através da História e apresentando até
                     formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme
                     o grupo social que esteja sendo observado”.



      Ultimamente, mudanças ocorridas na sociedade têm causado alterações
expressivas dentro das famílias e um dos principais fatores é a necessidade
enfrentada pelos pais e mães que trabalham fora do lar, pois isso tem gerado
alguns conflitos no modo de desenvolvimento da educação dos filhos.


                     Uma das transformações mais significativas na vida doméstica e que
                     redunda em mudanças na dinâmica é a crescente participação do
                     sexo feminino na força de trabalho, em conseqüência das
                     dificuldades enfrentadas pelas famílias (ROMANELLI, 2005, p. 77).
15

      Ao comentar as mudanças ocorridas na estrutura familiar, Solidade,
Molinari e Prince (2011, p. 1) observam que:


                      Ao longo da história brasileira, a família passou por transformações
                      importantes relacionadas com o contexto social econômico e político
                      do país. Na atualidade, assim como a escola , a família também
                      passa por uma crise, pois ambas perderam sua identidade, ou seja,
                      qual seria a real função da escola e da família?


      Mesmo diante do processo de transformação que a sociedade moderna
tem enfrentado, família e escola não podem deixar de exercer as funções que
são inerentes às mesmas. Romanelli (2005, p. 6) define de modo claro o
objetivo principal de ambas as instituições, quando faz a seguinte colocação:


                      Tanto a família quanto a escola têm o objetivo de educar crianças e
                      adolescentes, por isso, parece evidente que ambas devam manter
                      uma relação de proximidade e cooperação, porém, o que parece tão
                      óbvio não ocorre de fato.


      A família de modo geral tem encarado diversas dificuldades, o que tem
contribuído de forma decisiva para o afastamento da mesma do espaço escolar
e isso tem prejudicado o relacionamento entre pais e professores, o que pode
interferir de maneira negativa no desempenho escolar dos alunos. Sendo
assim, “Família e escola precisam, juntas, criar uma força de trabalho para
superarem as suas dificuldades, construindo uma identidade própria e coletiva;
para isto, é fundamental que se encarem como parceiras de caminhada, [...]”
(SOUSA; FILHO, 2008, p. 7), pois ambas têm a responsabilidade de influenciar
de modo positivo na educação e formação de cidadãos cônscios e autônomos
para conduzir a sociedade.

                      Portanto, é imprescindível que família e escola atuem juntas como
                      agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, pois é
                      através da educação que vão se constituir em agentes institucionais
                      capazes de exercer seu papel para a mudança da estrutura social
                      (SOUSA; FILHO, 2008, p. 7).


      As instituições de ensino desempenham grande importância educativa
na formação do ser humano, por isso, a harmonia entre escola e família é
essencial para que contribuam de modo a vir provocar mudanças na estrutura
16

social. A atual estrutura familiar presente na sociedade se apresenta de modo
diferenciado da que estamos habituados a observar.


                      A família também tem passado por modificações. Resgatando um
                      pouco da história, a família burguesa se limitava a pai, mãe e filhos,
                      sendo que o pai era o responsável pelo sustento e a mãe cuidava da
                      casa e dos filhos, devendo obediência ao seu marido. O casamento
                      era indissolúvel e normalmente ligado a negócios (MARTINS;
                      TAVARES, 2010, p. 260).


      O conceito de família tem se modificado ao longo dos anos, em várias
discussões de teóricos e pesquisas a cerca do assunto, o que tem
demonstrado dificuldade em se definir de modo exato o que é família. Entende-
se por família o grupo, habitualmente constituído pelo pai, mãe e filhos, juntos
residindo no mesmo lar. Porém atualmente as famílias são compostas de
formas diversas, umas apenas por mãe e filhos, ou pais e filhos, avós e netos,
ou até por pessoas que moram sozinhas, todos podem ser consideradas como
uma família (FUSVERKI; PABIS, 2008).
      Algumas questões precisam ser levadas em consideração, como por
exemplo, a que se refere à atuação da mulher no contexto atual, pois conforme
Martins e Tavares (2010, p. 260) “A mulher da sociedade contemporânea faz
parte do mercado de trabalho e já não tem mais o mesmo tempo para cuidar
dos seus filhos, dividindo esta tarefa com a escola”. Esta necessidade de
ausentar-se do lar por um longo período diário tem levado os pais refletirem a
respeito da complexa tarefa de dividirem as responsabilidades da educação
dos filhos com outras instituições, principalmente a escola. De acordo com Tiba
(1996, p. 44), "Os pais estão sendo consumidos pelo trabalho, construindo
patrimônios para seus filhos (...) não sobra tempo para acompanhar os filhos
nem para conviver com a família". Por isso as famílias têm delegado à escola a
responsabilidade de educar e ensinar os filhos.
       Porém é importante lembrar que os pais precisam participar da vida
escolar de seus filhos, contribuindo assim para facilitar uma boa atuação da
escola junto à comunidade na qual está inserida. Parolim (2003, p. 59) observa
que a família tem um “importante papel formador, mas precisa da escola (...)
para construir conhecimentos com seu filho. A escola necessita da família, de
sua história (...) para cumprir seu papel educacional”.
17

      A função da família é essencial, pois a mesma é que tem a autoridade
de definir logo cedo o que seus filhos necessitam estudar, quais locais poderão
frequentar e o que é indispensável saberem para contribuir no seu
desenvolvimento futuro.
      Nos dias atuais professores e gestores escolares vêm discutindo a falta
de participação da família nas atividades das escolas. Envolver a família na
elaboração da proposta pedagógica pode ser a meta da escola que pretende
ter um equilíbrio no que diz respeito à diversidade de seus educandos.
Contudo, acredita-se que é necessário haver uma reforma por parte das
políticas públicas para atrair os alunos com uma nova metodologia de trabalho
e recursos para que os mesmos não deixem de estudar. Por essa razão, dentro
das escolas as discussões que procuram compreender esses quadros tão
complexos e muitas vezes caóticos, no qual a educação se encontra
mergulhada, são cada vez mais frequentes.


                     No ponto de vista de Aquino (1996), a escola e a família são as duas
                     instituições responsáveis pela educação num sentido amplo. O
                     processo educacional depende da articulação desses dois âmbitos
                     institucionais. Um não substitui o outro, devem sim, complementar-
                     se. Se tanto a família como a escola são as principais responsáveis
                     pela formação da criança ou o adolescente, é preciso que haja
                     coerência entre princípios e valores de uma e outra, evitando
                     confrontos entre professores, alunos, família e escola, o que
                     favoreceria a rebeldia e a indisciplina dos alunos (TODERO;
                     PERUZZOLO e MROCZKOSKI, 2009, p. 10-11).



      Os pais precisam compartilhar das atividades da escola de seus filhos,
cooperando com a direção e professores na tomada de decisões, pois uma
gestão escolar participativa é essencial, considerando que o ambiente escolar
é constituído, por vários indivíduos, que necessitam permanecer em harmonia
com o objetivo de obter resultados satisfatórios no campo educacional.

      Uma das funções da família é construir em parceria com os filhos
situações adequadas para que ambos se tornem mais afetivos e receptivos. As
famílias precisam criar ações que mostrem a eles os limites necessários para
desenvolver uma personalidade equilibrada emocionalmente e afetivamente.
Mas para que isso ocorra a família precisa estabelecer vínculos de harmonia
durante   momentos    de    decepções,      para    que    todos     posam     receber
18

reciprocamente carinho, atenção e compreensão diante das dificuldades
apresentadas. Esses acontecimentos formarão a identidade do verdadeiro
cidadão que se deseja formar na sociedade moderna.



1. 2 ESCOLA



       A escola é um espaço de aprender, trabalhar e fazer educação.
Configurou-se ao longo do tempo como uma instituição formadora da ação
individual e social. A atuação da escola é fundamental na construção do
indivíduo como ser humano. Rodrigues (1991, p. 56) enfatiza o principal papel
da escola, quando diz que:

                      A escola tem por função preparar o indivíduo para o exercício da
                      cidadania moderna, para a modernidade. Isso significa formar o
                      homem capaz de conviver numa sociedade em que se cruzam
                      interveniência e influências mundiais da cultura, da política, da
                      economia, da ciência e da técnica.



       Sendo assim, a principal função da escola é ensinar os alunos para que
estes possam interagir no seu meio social. Este meio é formado por uma
diversidade de culturas, estando sempre em constantes transformações,
ocorrendo assim, demandas diferenciadas e contraditórias, gerando a partir daí
conflitos e oposição de ideias. Atualmente a escola vem se destacando como
um ambiente que tem como função transmitir conhecimento, socializar o
indivíduo e prepará-lo para os desafios que ele enfrentará num mundo
globalizado, onde o mercado de trabalho absorve apenas as pessoas
preparadas e com uma boa qualificação profissional. Através dos estudos
sobre a origem da escola e seus efeitos, sabe-se de sua importante
contribuição para o progresso da humanidade.
       De acordo com a história sobre as instituições escolares, como coloca
Ariès (1981), o educandário cumpriu duas funções: uma referente à
substituição do poder de educar da igreja, enfatizando o disciplinar, e outra no
que diz respeito à preparação para um novo tipo de trabalho, industrial, fabril.
       Conhecer estes fatores históricos é compreender a escola como uma
instituição em movimento, que se configurou numa rede social significativa à
19

constituição do sujeito. Durante a Idade Média, havia um modo de educação
muito característico aos artesãos, nesta época existia uma interação familiar,
ou seja, crianças e jovens iam para outras famílias com o intuito de serem
educadas por pessoas diferentes, famílias diferentes. Neste modo de
educação, as crianças e os adolescentes faziam serviços domésticos e
recebiam do mestre tarefas de ofício.
       Ao se desenvolverem as manufaturas, os orfanatos, que anteriormente
eram destinados a abrigar infantes que não eram nobres e que vagavam pela
cidade, transformaram-se em escolas industriais. As crianças serviam como
mão-de-obra para a indústria que estava emergente na época e eram
ensinadas, de forma rudimentar, a ler e calcular. Sendo assim a escola se
constituiu como segundo espaço de formação intelectual, moral e social do
indivíduo.
                      A educação escolar tornou-se o modo de educação predominante
                      nas sociedades modernas, democráticas, a partir da escolarização
                      compulsória em fins do século XIX, com uma organização específica:
                      currículo seriado, sistema de avaliação, níveis, diplomas,
                      professores, professoras e outros profissionais especializados
                      (CARVALHO, 2004, p. 49).


       Infelizmente, a escola de modo geral ainda não tem conseguido cumprir
com a sua função de maneira plena, o que pode ser comprovado nas
colocações de Solidade, Molinari e Prince (2011, p. 2),


                      Quanto às escolas, ao mesmo tempo, estão mais preocupadas em
                      instruir e não em educar, querem cumprir o currículo e pronto. O
                      dilema muitas vezes está na postura de alguns pais que não querem
                      se envolver, com a questão do rendimento escolar e nem mesmo,
                      com a lição de casa de seus filhos.


       Ao longo dos anos a incumbência da escola concernente à instrução
dos indivíduos tem se modificado, devido ao vácuo deixado pela família na
realização da sua função. Para Nérici (1977, p. 195) “A escola, entretanto, não
tem se revelado tão eficiente como seria de se desejar, não só pela falta de
cooperação da família, como também, por determinantes sociais gerais (...)”.
Conforme o comentário do autor, as transformações sociais, econômicas e
políticas, pelas quais a sociedade vem passando, têm ocasionado mudanças
na estrutura familiar e escolar, pois o papel da família é o de instruir
moralmente os filhos, passando segurança, carinho e amor. No entanto, ela
20

tem se distanciado do seu papel, em razão das exigências do mercado de
trabalho (reciclagem constante; necessidades econômicas etc.), deixando a
cargo da instituição escolar a sua função de educadora.
      A família não pode deixar apenas para a escola o dever de educar os
seus filhos, pois no processo de educação, ela necessita andar unida com a
escola, compartilhando de modo ativo de toda a construção do conhecimento
dos alunos, a fim de que eles sintam-se aptos para resolver as suas
dificuldades, tornando-se dessa forma adultos conscientes do seu papel na
sociedade em que vivem.


                     Como função social a Escola é um local onde visa a inserção do
                     cidadão na sociedade, através da interelação pessoal e da
                     capacitação para atuar no grupo que convive. Forma cidadãos
                     críticos e bem informados, em condições de compreender e atuar no
                     mundo em que vive... (Thomaz, 2009, s.p. apud MARTINS;
                     TAVARES, 2010, p. 257).


      A    escola   deve    formar     cidadãos      capazes      de    desempenhar
conscientemente suas atividades na sociedade, que participem dos problemas
existentes no cotidiano, dando sua contribuição para que haja solidariedade,
justiça e paz, pois segundo Nérici (1977, p. 194) “A escola existe para
completar a ação educativa do lar, na sua tarefa de preparar novas gerações
para o exercício pleno da cidadania”. A educação escolar veio a ser o modo
predominante na sociedade moderna. Na concepção da escola, o envolvimento
ou a participação dos pais na educação dos filhos significa comparecimento às
reuniões de pais e mestres, atenção à comunicação escola–casa e,
principalmente, no acompanhamento dos deveres de casa e das notas obtidas.
Esse envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado por políticas da escola
ou do sistema de ensino.


                     A escola tem um papel importante na socialização da criança, na
                     promoção do conhecimento social e no desenvolvimento das
                     capacidades cognitivas, influenciando na compreensão que elas têm
                     do mundo social. Para que ela se desenvolva é necessário que se
                     socialize, satisfazendo suas necessidades e assimilando a cultura da
                     sociedade em que vive. Para o processo de socialização, as crianças
                     precisam aprender o que é correto no meio em que elas estão
                     inseridas, aprendam e respeitem os valores morais desse meio.
                     Quando a criança nasce, ela já faz parte de um grupo e chega à
                     escola trazendo todas as vivências de seu cotidiano, sejam positivas
                     ou negativas (MARTINS; TAVARES, 2010, p. 257).
21

      As escolas são espaços que recebem todos os caracteres de
dificuldades sociais, portanto faz-se necessário de modo urgente que ocorra
algumas mudanças na sua estrutura. Acredita-se que a partir dessas
mudanças, será possível alcançar melhorias no contexto social, como por
exemplo, a construção de uma sociedade mais justa e com ensino de
qualidade para todos. Portanto cabe aos pais e a escola a importante tarefa de
educar a criança, transformando em cidadãos participativos, atuantes e
conscientes de seus deveres e direitos. Os pais podem exercer grande
influência no trabalho do educador através da integração entre família e escola.
      Sabe-se que atualmente na sociedade pós-moderna estão ocorrendo
transformações de forma rápida em todas as esferas sociais, principalmente na
educação, em virtude disso torna-se necessário a utilização pelas escolas de
novos métodos de ensino, por exemplo, o uso de tecnologias, como as redes
eletrônicas no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, este novo modelo
de educação requer que os educadores acompanhem estas transformações
que contribuem para sua agilidade profissional. O educador, usando as redes
eletrônicas, poderá gerar e gerenciar uma abundância de noções e
conhecimentos,    trabalhando    na   análise   e   na   produção    de   novos
conhecimentos.
      Assim, o objetivo principal do educador deve está centralizado em ser
aberto para aprender a cada momento, e não em ser considerado como o dono
da verdade absoluta, pois vale salientar que não podemos refletir, nos dias
atuais, que nossos educandos são inferiormente responsáveis ou menos
organizados do que em outros tempos. O que temos que observar é que o
padrão do mundo está se distorcendo ligeiramente e que as técnicas têm
contribuído para isto. Ao educador, competirá o trabalho de instruir seus
educandos a tornarem corajosos neste mundo marcado pelas multiplicidades
de conhecimentos. Não se pode prosseguir produzindo uma educação pautada
no paradigma de que as pessoas não sejam capazes de refletir em busca da
construção de seus próprios conhecimentos. No modelo atual de educação,
esse conhecimento é tido como fruto de constantes reflexões e interações
entre alunos e professores.
      Em todo momento o educador não caminha à frente do aluno, mas lado
a lado com os mesmos, trilhando sua aprendizagem e fazendo intervenções
22

necessárias, estimulando a buscar informações em diferentes fontes,
ajudando-o a encontrar por si próprio a resposta para sua ação ou dificuldade.
      Escola e família têm uma semelhança de ajuda na formação do ser
humano. A criança ao nascer vai depender do espaço onde está inserida, pois
é por meio deste lar que ela vai receber os ensinamentos principais e torná-la
apta e habilitada a enfrentar os desafios do mundo adiantado. Deste modo, a
família continua a ser a base da formação do sujeito de um modo geral. Para
Tiba (1996, p. 140), “O ambiente escolar deve ser de uma instituição que
complemente o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis
e geradores de afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos
para o benefício do filho/aluno”. A criança ao nascer vai depender do espaço
onde ela está inserida, pois é por meio deste lar que ela vai receber os
ensinamentos principais e torná-la apta para enfrentar os desafios atuais. De
acordo com Gokhale (1980, p. 41),


                     A família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade
                     futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem
                     sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua
                     criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A
                     família tem sido, e será a influência mais poderosa para o
                     desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.


      Sabemos que a escola é lugar de compartilhar valores e de agregar
conhecimentos, desenvolvendo capacidades, inteligências sociais, afetivas e
éticas etc. Sendo assim, “A escola não é somente um espaço de transmissão
da cultura e de socialização. É também um espaço de construção de
identidade” (CASTRO; REGATTIERI, 2009, p. 20).
      Diante disso, o professor tem o dever de se preparar para lidar com
situações e comportamentos distintos, preparo esse intelectual, emocional e
ético, para que o educador seja capaz de mediar e resolver conflitos, já que a
escola é também lugar de formação de competências para a participação na
vida social, econômica e cultural. O educador precisa trabalhar com o objetivo
de promover a aprendizagem nos alunos, procurando auxiliar estes a superar
as dificuldades de aprendizagem.
      O professor deve valorizar sempre a participação do aluno na construção
do conhecimento, pois a relação entre o educador e o educando é horizontal,
23

ou seja, professor e aluno aprendem juntos mediante a realização de
atividades diárias. Nesta ação, o professor necessita estar comprometido com
um trabalho transformador, buscando despertar no aluno, a valorização de sua
linguagem e cultura.
      Diante disso, é imprescindível que o professor valorize as várias formas
de linguagem, culturas e conhecimentos dos alunos. Colaborando com a
discussão sobre o tema de nosso trabalho, Young (2007, p. 1296) tece
algumas considerações:


                       [...] as escolas nem sempre têm sucesso ao capacitar alunos a
                       adquirir conhecimento poderoso. Também é verdade que as escolas
                       obtêm mais sucesso com alguns alunos do que com outros. O
                       sucesso dos alunos depende altamente da cultura que eles trazem
                       para a escola.


      Um bom aspecto para a educação, o primeiro passo que um educador
deve ampliar é o de criar estratégias em equipe com a família dos educandos
com a finalidade de promover e defrontar as situações imprevistas. Ainda de
acordo com Young (2007, p. 1291),


                       As escolas são tratadas como um tipo de agência de entregas, que
                       deve se concentrar em resultados e prestar pouca atenção ao
                       processo ou ao conteúdo do que é entregue. Como resultado, os
                       propósitos da escolaridade são definidos em termos cada vez mais
                       instrumentais, como um meio para outros fins. Com as escolas
                       sendo controladas por metas, tarefas e tabelas comparativas de
                       desempenho, não é de se espantar que os alunos fiquem entediados
                       e os professores sintam-se desgastados e apáticos.


      Gadotti e Romão (2002, p. 120) afirmam que “a escola não deve apenas
transmitir conhecimentos, mas também preocupar-se com a formação global
dos alunos”. Segundo Dayrell (2007, p. 1106),


                       Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses,
                       reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco
                       acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais uma
                       “obrigação” necessária, tendo em vista a necessidade dos diplomas.


      A educação tem um papel fundamental na vida das pessoas, formar
cidadãos cônscios de seus direitos e deveres, a fim de que possam atuar de
maneira crítica no contexto social em que estão inseridos, e que possam
24

perceber que a sua intervenção é de grande valia na transformação da
sociedade. Sabe-se que a escola, por ser uma instituição responsável pela
educação de uma clientela social, política, cultural e economicamente
diversificada, enfrenta inúmeros problemas de relacionamento entre os
indivíduos.
       Estes fatores interferem diretamente na disciplina, pois a falta desta tem
sido   apontada    como   alvo    principal    dos    conflitos    escolares,      o   que
consequentemente tem interferido de forma negativa no processo de ensino e
aprendizagem. Machado (1991, p. 19) ressalta que:


                      A vivência familiar é insubstituível. No entanto essa possibilidade de
                      ampliar esta vivência entre outras crianças, desde que num ambiente
                      propício, com adultos qualificados e uma metodologia que levem em
                      conta suas necessidades e características, favorece e enriquece seu
                      desenvolvimento desde que nasce e isto só é possível numa
                      instituição voltada para este fim. Escola e família não se excluem, se
                      completam.


       Segundo Torres (2006), uma das principais funções sociais da escola é
preparar o cidadão para o pleno exercício da cidadania, vivendo como
profissional e cidadão. Isto mostra que a escola tem como papel social
democratizar informações e constituir cidadãos participativos e atuantes na
sociedade.

                      O papel da escola é o de oferecer condições, propiciar
                      oportunidades e estímulos dos mais variados para a criança educar-
                      se, socializar-se, formar-se independente e autônoma para enfrentar
                      situações de conflito dos mais diversos, apropriando-se do processo
                      de aprendizagem como sujeito de sua história (FAZENDA, 1991, p.
                      24).


       Analisando a escola como uma das primeiras instituições pela qual o
indivíduo passa, ressaltamos o espaço físico também como um aliado na tarefa
de auxiliar no desenvolvimento do mesmo. O ambiente escolar é muito mais
que um espaço que abriga, guarda, ele é também educador (GANDINI, 1999).
25

1. 3 PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA


      Entende-se que a família, em parceria com a escola, deva exercer papel
fundamental na orientação dos educandos. Silveira (2003, p. 131) apresenta
que a escola e a família necessitam criar uma parceria para construir
“alternativas a partir da realidade que está se apresentando”. É necessário
haver essa parceria entre ambas as instituições. A Escola precisa criar
situações que aumentem a participação dos pais na unidade escolar. Conforme
Gentile (2006, p. 32), “O bom relacionamento deve começar da matrícula e se
estender a todos os momentos”. Esse é um dos fatores fundamentais para o
sucesso da parceria. De acordo com Souza (2009, p. 3),


                     A boa vontade e simplicidade pode ser a chave para uma
                     aproximação entre família e escola, além do diálogo e compromisso
                     de ambas as partes, pois, quanto maior for a participação da família,
                     mais eficaz será o trabalho da escola.


      A escola juntamente com a família são as instituições sociais que mais
causam reflexos nas crianças, sejam estes positivos ou não. A escola será
determinante para o desenvolvimento cognitivo e social da criança e, portanto,
para o curso posterior da vida. Naturalmente que, depois da família, é na
escola que as crianças permanecem mais tempo, e as expectativas em relação
ao seu desempenho escolar aumentam, assumindo maior importância na vida
em família.


                     Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é, sobretudo
                     formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que, o
                     educando não é o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo,
                     parceiro de trabalho, trabalho este entre individualidade e
                     solidariedade (Demo, 1996, p. 16, apud CRUZ, 2009, s.p.).


      É preciso rever esta situação resgatando os valores emocionais, morais
e espirituais da família, reforçando a importância do que está sendo aprendido.
Castro (2011, s/p) observa que:


                     Haver uma aliança entre pais e professores é essencial, produtivo e
                     eficaz. É importante terem em mente que as reuniões de pais e
                     mestres não são para falar mal ou bem do aluno, ou do filho, e sim
                     reportar seus progressos e dificuldades, discutindo melhorias ou
                     soluções de problemas.
26



      Muitos educadores reclamam da ausência dos pais no acompanhamento
da vida escolar dos filhos, porém não abrem espaços para que as famílias
frequentem a escola periodicamente, no entanto sabemos que muitos pais não
dão o apoio necessário que a criança precisa, para ter um bom rendimento
escolar. Um ponto que faz a diferença nos resultados da educação nas escolas
é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores. Por isso é
indispensável haver uma parceria entre Escola e Família. De acordo com Scoz
(1994, p. 71),


                      A Escola deve reavaliar os objetivos das reuniões que promove e o
                      espaço de participação que oferece aos pais. Inúmeras experiências
                      de trabalho com a comunidade escolar têm demonstrado que
                      raramente os pais sentem-se motivados a comparecer às reuniões
                      cujos objetivos são apenas os de prestar contas de questões de
                      ordem administrativa ou de instruí-los sobre normas e procedimentos
                      a serem cumpridos.


       A Escola deve criar situações que aumentem a participação dos pais na
unidade escolar. Eles precisam compreender o quanto é importante oferecer a
sua contribuição na educação de seus filhos. Na relação família e escola, a
família legitima o discurso escolar, buscando adequar as práticas culturais
familiares às práticas escolares. Muitas vezes os pais acabam não atribuindo
certos limites aos filhos, permitindo que estes decidam sozinhos como agir em
suas vidas, isto tem causado sérios prejuízos na formação dos mesmos.
Alguns alegam que não têm tempo, trabalham demais e não dispõe de
condição para acompanhar de modo mais direto a vida dos seus filhos.
       Os pais precisam estabelecer princípios desde cedo para seus filhos,
assim eles podem crescer sabendo que precisam respeitar normas em casa,
na escola, nas ruas etc. Cury (2003, p. 52) diz que:


                      Antigamente os pais eram autoritários, hoje, são os filhos.
                      Antigamente os professores eram os heróis dos alunos, hoje, são
                      vítimas deles. Os jovens não sabem ser contrariados. Nunca na
                      história assistimos a crianças e jovens dominando tanto os adultos.
                      Os filhos se comportam como reis, cujos, desejos têm de ser
                      imediatamente atendidos. Em primeiro lugar, aprenda a dizer “não”
                      para seus filhos sem medo. Se eles não ouvirem “não” dos pais,
                      estarão despreparados para ouvir “não” da vida. Não terão chance
                      de sobreviver.
27

      A parceria entre a família e a escola no sentido de garantir um
desenvolvimento pleno para os educandos no mundo atual e a forma de educar
também interferem no desempenho escolar dos mesmos. Através de pesquisa
bibliográfica, verificou-se que para superar os obstáculos impostos pelo
cotidiano é necessário que haja união entre estas duas instituições sociais. A
família e a escola juntas conseguirão obter melhores resultados no
desenvolvimento dos estudantes.
       Além de preparar o educando para o mercado de trabalho, a Escola tem
o dever de preparar este para atuar na sociedade como um cidadão consciente
de seu papel. Porém a Escola só conseguirá fazer isso, se contar com a
participação dos pais, pois estes precisam dar continuidade em casa ao que é
ensinado na escola, visto que a escola não deve ser só um lugar de
aprendizagem, mas também um campo de ação na qual haverá uma
continuidade da vida afetiva.
       É imprescindível ressaltar que para formar um verdadeiro cidadão
construindo um futuro melhor, depende da confiança e apoio mútuo entre a
família e a escola. Segundo Castro (2011, s/p), “O bem estar surge da
confiança de sermos capazes de nos autossustentar continuamente, mesmo
diante de situações em que nos tornarmos frágeis e emocionalmente reativos”.
Acredita-se que se a família conseguir superar estes entraves e aliar-se à
instituição escolar haverá um avanço significativo na aprendizagem dos
educandos e consequentemente tornaria possível minimizar a evasão e a
violência na escola. Gentile (2006, p. 37), observa que “Nas grandes cidades, a
falta de tempo é um dos fatores que afastam as famílias da escola. Na área
rural, é a distância”.
       Acredita-se que uma grande maioria da população não se dá conta de
que a educação é um dos meios mais viáveis para a transformação do cidadão.
Alguns pais não ajudam seus filhos a superar suas dificuldades escolares, pois
não tiveram oportunidades para estudar. Candau et al. (1995, p. 13) afirmam
que “Para a grande maioria dos brasileiros vida digna supõe lutar pela
satisfação de necessidades básicas”. Diante desta complexidade que se
encontra a educação nos dias atuais, o professor tem o dever de preparar-se
para lidar com diversas personalidades humanas e é cobrado pela sociedade a
desempenhar seu papel como orientador, formando cidadãos capazes de
28

enfrentar o mercado de trabalho. Na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, o Artigo 26 enfatiza que:


                      A educação terá por finalidade o pleno desenvolvimento de
                      personalidade humana e o fortalecimento do respeito aos direitos
                      humanos e às liberdades fundamentais; (...) os pais terão direito de
                      preferência na escolha do tipo de educação que será dada aos seus
                      filhos (CANDAU ET AL, 1995, p. 102)


       Observa-se que a sociedade tem passado por diversas transformações,
pois há alguns anos, só frequentavam as escolas os filhos de pessoas que
dispunham de condição financeira favorável. Hoje é diferente, a educação
constitui-se em um direito de todos, sem exclusão de raça, cor, gênero,
orientação religiosa etc. A escola precisa preparar-se, para acolher seus alunos
e prepará-los para a vida pessoal e profissional. Ainda segundo Candau et al
(1995, p. 102), o Artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente expressa
que:


                      A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
                      desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da
                      cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
                      I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
                      II - direito de ser respeitado por seus educadores;
                      III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às
                      instâncias escolares superiores;
                      IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
                      V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
                      Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
                      processo pedagógico, bem como participar da definição das
                      propostas educacionais.


       Atualmente as escolas precisam de uma parceria mútua dos pais, pois
sabemos que os mesmos são responsáveis pela orientação e construção da
identidade de cada filho. Inicialmente, pode-se afirmar que nos dias atuais a
família não pode viver sem a escola e a escola sem a família. Assim, a escola e
a família têm uma ampla tarefa a cumprir, uma vez que nelas é que se
desenvolvem os principais grupos sociais, pessoas interessadas em evoluir e
se aperfeiçoar como cidadãos, comprometidos com mudança na sociedade.
       É preciso que as famílias tenham o compromisso de se envolverem com
a escola deixando seus filhos se sentirem protegidos e valorizados como seres
humanos. As crianças e adolescentes têm os adultos como referência que irão
29

proporcionar o seu desenvolvimento. De acordo com Durkheim (1978, p. 52),
“A educação não é um elemento para a mudança social, e sim pelo contrário, é
um elemento fundamental para a conservação e funcionamento do sistema
social”. A relação entre Escola e Família tem sido muito discutida nos dias
atuais, isso ocorre devido aos problemas enfrentados por profissionais da
Educação em sala de aula, como por exemplo, a indisciplina dos alunos, a
violência escolar, as dificuldades de aprendizagem etc.
       Para Bassedas; Huguet e Solé (1999, p. 282) “precisa ficar claro que a
escola e família são contextos diferentes e que nesses contextos, as crianças
encontrarão coisas, pessoas e relações diversas”. Diante disso é necessário
que haja parceria entre escola e família, pois entendemos que é de grande
valor para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Gentile (2006, p.
32), afirma que: “Abrir as portas à participação de familiares e da comunidade
ajuda os alunos a ter sucesso na vida escolar e colabora para diminuir a
evasão e a violência”. Em relação aos objetivos da escola e da família, afirma
Gentile (2006, p. 33),


                         Escola e família têm os mesmos objetivos: fazer a criança se
                         desenvolver em todos os aspectos e ter sucesso na aprendizagem.
                         As instituições que conseguiram transformar os pais ou responsáveis
                         em parceiros diminuíram os índices de evasão e de violência e
                         melhoraram o rendimento das turmas de forma significativa.


       As escolas conseguem melhorar o rendimento dos alunos contando com
a participação efetiva dos pais no acompanhamento do desenvolvimento das
atividades escolares dos filhos. Atualmente tem se tornado comum alguns pais
irem à escola questionar, desde as atividades escolares até a forma dos
professores avaliarem os alunos, outros, após matricularem os filhos,
entregarem à escola toda a problemática relacionada à educação (desde o
conteúdo até a formação ética). Ambas as maneiras em nada colaboram para o
desenvolvimento intelectual e afetivo dos educandos. Se a relação estiver
abalada, deve-se buscar as causas para tentar resolver as dificuldades que na
maioria das vezes surgem de ideias equivocadas, difundidas por alguns que
não detêm conhecimentos pedagógicos para fundamentar suas críticas.
Quando os pais não confiam mais na escola (e vice-versa), o caos se instala e
30

os alunos/filhos são bastante prejudicados. De acordo com Medeiros (2006, p.
15),

                      A escola é uma instituição direcionada ao ensino que, como outras, é
                      um importante espaço de socialização, possibilita o encontro de
                      jovens de díspares culturas e com tendências à busca e a
                      experimentação, facilita o confronto com a autoridade do saber, o
                      que implica poder e domínio.




       É importante que no espaço escolar os estudantes tenham contato com
diversas informações e vivências culturais, pois isso colabora de forma positiva
no desempenho escolar dos mesmos, sempre valorizando a participação
efetiva dos pais no contexto escolar e na educação dos filhos. Reis (2007, p.
6), diz que: “A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade
educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação
com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos”.



1. 4 DESEMPENHO ESCOLAR

       Considerando o desenvolvimento físico, intelectual, moral, espiritual e
social dos estudantes atuais nas escolas brasileiras, percebe-se que de modo
geral esses educandos não estão desenvolvendo de maneira plena todas
essas potencialidades, já que muitas dessas crianças não possuem família e
quando têm é família desajustada, que causa algumas dificuldades no
aprendiz, tais como, dúvidas, insatisfações, descrenças na vida e reações
adversas, o que tem contribuído para a má formação de alguns cidadãos na
atual sociedade complexa e individualista. Segundo Fusverki e Pabis (2008, p.
4),
                      A desestrutura familiar permeia a nossa sociedade o que influencia
                      diretamente na formação primeira da criança, pais separados têm
                      uma grande influência no desenvolvimento psicológico, emocional e
                      afetivo das nossas crianças.


       Isso tem afetado de forma direta o desempenho escolar de muitos
estudantes. Para que estes consigam obter êxito no processo de ensino e
aprendizagem e nas tarefas escolares, precisam do apoio da família, pois não
importa o preparo intelectual, se não tiver o afeto. É preciso fazer uma
31

“discussão e reflexão sobre a necessidade do bom relacionamento entre a
família e a escola para um melhor desempenho escolar das crianças” (SOUZA,
2009, p. 5), pois a participação da família na escola ajuda para que o educando
obtenha uma aprendizagem melhor. Com a participação dos pais no processo
de ensino e aprendizagem, o aluno adquire confiança ao perceber que tanto a
escola quanto a família se interessam por ele.
          A escola e a família necessitam conhecer as dificuldades enfrentadas
pelos alunos, bem como seus conhecimentos, pois educação se constitui em
um elemento de socialização para as futuras gerações:


                        A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as
                        gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social:
                        tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de
                        estados físico, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade
                        política, no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança
                        particularmente se destine (DURKHEIM, 1978, p. 41).


      Torna-se importante a participação dos pais na educação dos filhos, pois
“Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas
e desordenadas, que se refletem em casa e, quase sempre, também na escola,
em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar” (MALDONADO, 1997,
p. 11).
      Sabemos que uma família afetiva, participativa na educação de seu filho,
ajuda na construção desse indivíduo, pois nessa fase a criança precisa
principalmente     desse   afeto    e   apoio     para    realizar   suas     escolhas     e
transformação para tornar-se um verdadeiro cidadão. Isto ocorrerá de forma
satisfatória se a família estiver caminhando junto com a escola na
aprendizagem integral desses jovens.
      Comprova, deste modo, a necessidade de um trabalho conjunto entre
família e escola, no sentido de favorecer a superação destas dificuldades, é
preciso os pais incentivarem os filhos a estarem na sala de aula, é, portanto,
tarefa valiosa e primordial.

                        A hipótese é que crianças e jovens com dificuldade de aprendizagem
                        podem ser beneficiados com uma intervenção familiar, que lhes
                        possibilite sair da posição portadora do sintoma para a construção de
                        uma nova relação com o saber. Pois, penso que seja qual for a
                        etiologia da dificuldade de aprendizagem (neurológica, emocional,
32

                      cognitiva ou genética), o grupo familiar é fator decisivo para a
                      condução e/ou resolução da situação (POLITY, 2001, p. 16).


      A família e a escola, por serem as primeiras unidades de contato
contínuo, são também os primeiros contextos nos quais se desenvolvem
padrões de socialização e problemas sociais. É fácil perceber que estas duas
instituições interferem diretamente na estrutura pessoal de um indivíduo,
principalmente, quando esse está em formação.


                      Quando os pais são participativos nas atividades realizadas pela
                      escola o aluno se desenvolve com maior facilidade, quando surge
                      uma dificuldade pais e professores dialogam buscando resolver
                      juntos o problema, deixando de lado as acusações feitas “quando as
                      notas altas deixam a desejar, e começa o jogo de empurra,
                      professores acusam os pais e os pais acusam os professores”, e
                      assim surgem as transferências de responsabilidade, fazendo cada
                      um a sua parte. A escola precisa abrir as portas para essa
                      participação dos pais, trazendo-os à escola com as atividades
                      diversificadas e do interesse deles (FUSVERKI; PABIS, 2008, p. 13).


      Diante disso, entende-se que a parceria entre a escola e a família é de
essencial   valor,   pois   ambas      as    instituições,    unidas      auxiliarão    no
desenvolvimento educativo, político, cultural e social dos educandos, fazendo
com que os mesmos se tornem cidadãos críticos e conscientes em reivindicar
seus direitos e cumprir com os deveres que lhes são atribuídos, e para que isso
ocorra é necessário que essas organizações (família e escola) caminhem
unidas em busca de objetivos comuns, aquisição da liberdade como atuação
política, participativa. É preciso haver uma parceria entre a família e a escola,
pois segundo Castro (2011, s/p),



                      Haver uma aliança entre pais e professores é essencial, produtivo e
                      eficaz. A própria escola tem de mostrar coesão e transparência,
                      trabalhando em equipe, entre si, e em relação à família de seus
                      alunos. A Escola pode dar o primeiro passo, pela própria base de
                      formação da qual é portadora. É importante ter em mente que as
                      reuniões de pais e mestres não são para falar mal ou bem do aluno,
                      ou do filho, e sim reportar seus progressos e dificuldades, discutindo
                      melhorias ou soluções de problemas. Pais e escola devem educar
                      juntos (e não separados) para um bem maior. A criação de um
                      verdadeiro cidadão, construtor de um futuro melhor para as próximas
                      gerações, depende desta aliança, do relacionamento e da confiança
                      mútua.
33

       Espera-se que a participação que abrange a família e a escola possa
estabelecer uma sociedade justa e democrática. Entende-se que, para que o
processo de ensino e aprendizagem se efetive na prática, é necessário que
ocorra uma parceria entre a família e a escola. Compreende-se que, desse
modo, o intercâmbio entre família e escola é imprescindível para que ambas
reconheçam suas realidades e limitações e que possam buscar caminhos que
facilitem o entendimento entre si, em busca do sucesso na educação dos seus
filhos e alunos.
34


                                CAPÍTULO II


2. METODOLOGIA


2.1 O Paradigma da Pesquisa


       A partir deste capítulo estão dispostos todos os dados coletados e que
norteiam a presente pesquisa. É aqui que se apresentam os elementos já
conferidos e comparados aos diversos autores que fundamentam esse estudo.
Segundo Best (1972 apud LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 167), a análise
“representa a aplicação lógica e indutiva do processo de investigação. A
importância dos dados não está em si mesma, mas em proporcionarem
respostas às investigações”.
       Deste modo, como elemento final do processo de pesquisa, a análise e
interpretação dos dados coletados através de entrevistas (instrumento este
utilizado com o objetivo de reunir as informações necessárias para nossas
discussões) permitiram comparar os dados obtidos, os quais foram
fundamentais para o esclarecimento da problemática e também responder aos
objetivos propostos pelo presente estudo. Lüdke e André (1986, p. 45) afirmam
que:
                     Analisar os dados qualitativos significa “trabalhar” todo o material
                     obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as
                     transcrições de entrevista, as análises de documentos e as demais
                     informações disponíveis. A tarefa de análise implica, num primeiro
                     momento, a organização de todo o material, dividindo-o em partes,
                     relacionando essas partes e procurando identificar nele tendências e
                     padrões relevantes.


       Ao examinar os dados coletados, procurou-se fazer de modo cuidadoso
e imparcial, pois de acordo com Wilson (1977 apud LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.
15), na perspectiva qualitativa “O pesquisador deve exercer o papel subjetivo
de participante e o papel objetivo de observador, colocando-se numa posição
ímpar para compreender e explicar o comportamento humano”. Ainda em
relação ao papel exercido pelo pesquisador, Lüdke e André (1986, p. 12)
argumentam que “Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar a
35

“perspectiva dos participantes”, isto é, a maneira como os informantes encaram
as questões que estão sendo focalizadas”.
       A investigação realizada utilizou-se de pesquisa qualitativa, levando em
consideração os dados dos informantes (pais e professores), para descrever e
explicar as possíveis contribuições da participação dos pais na vida escolar dos
filhos, ou seja, da interação entre a Família e a Escola.
       Assim, objetivamos apresentar os embasamentos teórico-metodológicos
da trajetória percorrida para a realização desse estudo, apresentamos o lócus,
os sujeitos e os instrumentos de coleta de dados da pesquisa. Este estudo
busca focalizar a importância da integração família e escola e foi direcionado
sob o enfoque qualitativo, procurando compreender o fenômeno estudado.
Partindo deste pressuposto, decidimos realizar este estudo, pois segundo
Demo (1993, p. 127) “a alma da vida acadêmica é constituída pela pesquisa,
como princípio científico e educativo, ou seja, como estratégia de geração de
conhecimento e de promoção da cidadania”.
       Para a realização dessa pesquisa, além da revisão bibliográfica, optou-
se metodologicamente pela realização de entrevistas com professores e pais
de alunos. Ressaltamos que a presente pesquisa tem características
predominantemente de natureza qualitativa, pois apresenta algumas de suas
características básicas, apontadas por Bogdan e Biklen (1982 apud LÜDKE e
ANDRÉ, 1986, p. 11-13), conforme segue:


                      • A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta
                      de dados e o pesquisador como seu principal instrumento;
                      • Os dados coletados são predominantemente descritivos;
                      • A preocupação com o processo é muito maior do que com o
                      produto;
                      • O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são
                      focos de atenção especial pelo pesquisador;
                      • A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.


       Segundo Goldenberg (2000, p. 49), “os dados da pesquisa qualitativa
objetivam uma compreensão profunda de certos fenômenos sociais apoiados
no pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação social”.
Diante disso, concluí-se que quanto à abordagem qualitativa, o foco da
investigação centra-se na compreensão dos significados atribuídos pelos
sujeitos às suas ações, e que, durante seu desenvolvimento,
36

                      [...] o investigador introduz-se no mundo das pessoas que pretende
                      estudar, tenta conhecê-la, dar-se a conhecer e ganhar sua
                      confiança, elaborando um registro escrito e sistemático de tudo
                      aquilo que ouve e observa (Bogdan; Biklen, 1994, p.16 apud
                      DOURADO, 2009, p. 31-32).


       Por isso a pesquisa de campo é importante para conseguirmos obter
uma análise mais completa e qualificada do processo que vem sendo
estudado. A pesquisa qualitativa permite ao pesquisador envolver-se de modo
direto com as fontes, o espaço, e o tempo vivido pelos pesquisados e, por
participar de seus conhecimentos, os quais tornam o intercâmbio de
informação mais rica em dados, o que beneficia o estudo.
       Segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 47 apud DOURADO, 2009, p. 31)
“Na investigação qualitativa, a fonte direta de dados é o ambiente natural,
constituindo o investigador o instrumento principal”. Optamos pela a
abordagem qualitativa, pois entendemos que a mesma atende nosso propósito.
Ainda de acordo com Bogdan e Biklen (1994, p. 48 apud DOURADO, 2009, p.
31) “Os investigadores qualitativos freqüentam locais de estudo porque se
preocupam com, o contexto. Entendem que as ações podem ser melhor
compreendidas quando são observadas no seu ambiente de ocorrência”. A
pesquisa qualitativa tem como objetivo principal interpretar o fenômeno que
observa, ou seja, nela não existe a suposta certeza do método experimental,
trabalhando com valores, crenças, opiniões, atitudes e representações, tenta
atingir o objetivo.

                      A pesquisa qualitativa ou naturalística, segundo Bogdan e Biklen
                      (1982), envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato
                      direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o
                      processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva
                      dos participantes (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 13).


       Na pesquisa qualitativa o que se quer alcançar é “a compreensão dos
comportamentos a partir da perspectiva dos sujeitos da investigação” (Bogdan;
Biklen, 1994, p.16 apud DOURADO, 2009, p. 31).



2. 2 Participantes e Lócus
37

      O mencionado trabalho de pesquisa tem como participantes dois
professores e oito pais de alunos do ensino fundamental I da Escola Municipal
Luiz Navarro de Britto, que fica situada no Bairro do Alto, na cidade de Itiúba,
Bahia. Esse estabelecimento de ensino atende a crianças do ensino
fundamental, nos turnos matutinos e vespertinos, onde se buscou coletar
informações e dados referentes à participação da Família junto à referida
Escola. A escolha do município de Itiúba como lócus para a realização desta
pesquisa justifica-se por ser nosso domicílio de moradia e trabalho.
      O município de Itiúba está localizado no semi-árido do Norte Baiano na
Região do Território do Sisal, a cerca de 300 km da capital do estado
(Salvador). Possui área total de 1.737,8 km², sua população é estimada em
36.113 habitantes, o que dá uma densidade populacional de aproximadamente
20,78 hab/km², segundo o censo do IBGE (BRASIL, 2010). Sua emancipação
política ocorreu em 17 de janeiro de 1935, quando foi desmembrada do
município de Queimadas. A economia local tem seu forte na pecuária e na
extração mineral (minério de ferro e cromo). Os municípios que fazem limite
com Itiúba são: Monte Santo, Cansanção, Queimadas, Andorinha, Senhor do
Bonfim, Filadélfia e Ponto Novo. A sede do município é cercada por belíssimas
serras, por isso é particularmente conhecida como “Cidade Serrana”.


2. 3 Instrumentos de coleta de dados


      Inicialmente para a realização deste trabalho, foi feito um estudo
bibliográfico. Gil (1991, p.16) diz que: “a pesquisa bibliográfica é elaborada a
partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de
periódicos e atualmente com material disponibilizado na internet”. Através de
estudo de alguns autores, buscamos subsídios teóricos que respondam os
questionamentos apresentados e partindo das respostas encontradas,
rumaremos para segunda parte, se tratando da pesquisa de campo ao qual
avaliaremos a relação que a família-escola tem no processo de aprendizagem.
      Para obtermos os dados apresentados nesse trabalho, utilizamos
instrumento de investigação e as técnicas disponibilizadas pelo mesmo, o que
de acordo com Rodrigues (2006, p. 92) é muito importante, pois a “técnica é o
suporte instrumental e prático que auxilia o pesquisador a chegar a um
38

determinado resultado." E para isso adotamos a entrevista com professores e
alguns pais de alunos da referida escola. Segundo Marconi e Lakatos (2001, p.
196) “a entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do
entrevistado, sobre determinado assunto ou problema.”
       A entrevista é considerada um dos mais importantes e básicos
instrumentos de pesquisa, muitos estudiosos compartilham desse pensamento,
como é o caso de Lüdke e André (1986) quando observam que ao lado da
observação, a entrevista representa um dos instrumentos básicos para coleta
de dados, pois ela desempenha importante papel não apenas nas atividades
científicas como em muitas outras atividades humanas,


                      A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela
                      permite a captação imediata e corrente da informação desejada,
                      praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais
                      variados tópicos. Uma entrevista bem-feita pode permitir o
                      tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e íntima,
                      assim como temas de natureza complexo e de escolhas nitidamente
                      individuais (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 34).


       Ainda em relação à importância da utilização da entrevista como
instrumento de coleta de dados, entende-se que esta é uma excelente
ferramenta para a obtenção das informações necessárias para a conclusão
deste trabalho. Além das entrevistas realizadas com os participantes,
resolvemos avaliar o rendimento escolar de alunos, filhos de sujeitos que
participaram da nossa pesquisa. Para esse fim, utilizamos dos registros das
notas destes alunos contidas nos diários escolares, dos quais foram fornecido
cópias, mediante solicitação formal junto à direção da referida escola.


2. 4 Procedimentos de coleta de dados


      Solicitamos da direção da Escola a autorização para realizarmos a
entrevista com professores e alguns pais de alunos do referido estabelecimento
de ensino. Antes da realização da entrevista (Apêndices A e B), informamos de
modo detalhado o objetivo da pesquisa e coletamos as assinaturas dos
professores e pais de alunos através do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice C), o qual nos autoriza a analisar e publicar os dados
coletados, garantindo a total preservação dos nomes destes professores e pais
39

de alunos, bem como dados de caráter particular que possibilitem a
identificação dos sujeitos pesquisados. Fizemos as entrevistas com pais e
professores, separadamente e finalmente, por meio da gravação da entrevista,
avaliamos a compreensão dos entrevistados, iniciando assim a análise final
dos dados coletados durante a mesma.
      É nesta conjuntura que faremos a análise dos dados fornecidos sem, no
entanto, identificar diretamente os sujeitos participantes. Deste modo,
utilizaremos Prof.° acompanhado de uma numeração para indicar os
professores e professoras participantes deste estudo, bem como usaremos a
letra P para indicar os pais participantes desse trabalho, pois de acordo com
Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 199) é necessário que “O pesquisador, ao
relatar os resultados de sua pesquisa, precisa também preservar a integridade
física e a imagem pública dos informantes”. Por meio de procedimentos
metodológicos, baseados em entrevista com questões abertas, busca-se
conhecer as concepções dos professores e pais de alunos acerca da relação
Família e Escola.


2. 5 Análise dos dados


      Procuramos a seguir, por meio da análise e interpretação dos dados
coletados, compreender e explicar o nosso foco de estudo, partindo do
pressuposto de que é impossível se conceber a existência isolada de um
fenômeno social. No caso particular do presente estudo, ouvimos os
participantes em seus próprios contextos e consideramos suas concepções
acerca dos questionamentos realizados. Assim partimos então para uma
reflexão, à luz dos embasamentos teóricos que possibilitaram descobertas e
respostas para a problemática apresentada inicialmente. Por fim, fizemos a
análise dos dados encontrados para responder nossos objetivos de pesquisa,
sugerindo assim uma proposta de ação que possa contribuir com a questão em
estudo. Resolvemos examinar os dados coletados, a partir de categorias, por
entendermos que desse modo se compreenderia melhor os resultados obtidos,
focalizando fatores gerais e específicos da realidade estudada.
      Cada uma dessas categorias será exemplificada com relatos dos pais e
todas serão discutidas, a seguir, com base na literatura consultada.
40


                                 CAPÍTULO III


3. ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

      A análise de dados e discussão dos resultados iniciou-se juntamente
com a coleta, e foram tomando forma à medida que eram redigidas as
anotações e transcritas as gravações, pois segundo Alves-Mazzotti e
Gewandsznajder (2001, p.162) “a análise e interpretação dos dados vão sendo
feitas de forma interativa com a coleta, acompanhando todo o processo de
investigação”.
      Nos últimos anos, a integração família-escola tem sido bastante
destacada, por ser considerada como um dos principais recursos utilizados
para a melhoria da aprendizagem dos educandos. Esta parceria deve basear-
se na participação dos pais na vida escolar dos filhos, visando seu
desenvolvimento educacional.
      A partir dos nossos objetivos de pesquisa que são: avaliar se a
participação da família na vida escolar de seus filhos tem alguma relação com
o desempenho deles; compreender como algumas famílias acompanham a
vida escolar de seus filhos e caracterizar o desempenho escolar desses
estudantes, resolvemos organizar os dados coletados, em categorias. Segundo
Bogdan e Biklen (1994, p. 221 apud DOURADO, 2009, p. 33),


                      As categorias constituem um meio de classificar os dados descritivos
                      que recolheu á medida que se vai lendo os dados, repetem-se ou
                      destacam-se certas palavras, frases, padrões de comportamento,
                      forma dos sujeitos pensarem e acontecimentos. (...) Determinadas
                      questões e preocupações de investigação dão origem a
                      determinadas categorias.


      De acordo com as respostas dos entrevistados, agrupamos os mesmos
em duas categorias: a dos pais participativos na vida escolar dos filhos (7) e a
dos pais não participativos (apenas 1). A primeira categoria representa 87,5%
do total de entrevistados, (pais que participam da vida escolar dos filhos). Já a
segunda categoria (pais que não participam da vida escolar dos filhos)
corresponde a 12,5% dos participantes. A participação dos pais é de
fundamental importância para o sucesso do sistema educacional, pois este
41

depende da relação de proximidade entre a família e a instituição de ensino,
sua abertura para transformá-lo num espaço de socialização em que todos
(alunos, pais de alunos, professores, direção, coordenação pedagógica e
comunidade     em   geral)       interajam    formando      e   fortalecendo      parcerias
proveitosas. Segundo Pacheco (2004, p. 20), “É necessário que a escola e
seus projetos político-pedagógicos levem em consideração não apenas as
atividades   internas,     mas     procurem      desenvolver       atividades     externas,
envolvendo as famílias e outras entidades [...]”, isso proporciona integração e
fortalece o papel de cada instituição envolvida no processo de aprendizagem.
      Assim, passaremos à análise da entrevista com os pais de alunos e
posteriormente com os professores. Vale aqui ressaltar que as falas dos pais
participantes dessa entrevista forram transcritas sem correção gramatical.


3.1 Entrevistas com os pais de alunos


3.1.1 Categoria 1: Pais que dão suporte aos filhos


      Perguntamos inicialmente aos pais envolvidos na pesquisa, qual o
suporte que eles dão aos seus filhos na vida escolar e registramos algumas de
suas respostas a seguir:


                         Eu compartilho, tou todos os dias aqui, fui voluntária o ano passado
                         numa sala, ajudei fiz de tudo tanto os meus como os outros, que
                         sentia que precisavam de mim (P1).


      A partir da resposta registrada percebemos que há um envolvimento
positivo da entrevistada com a instituição de ensino. Neste enfoque Prado
(1981, p. 13) vem trazendo uma importante contribuição quando diz que: “A
família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e
solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos
e dos costumes”.
      Vejamos a fala de outro pai entrevistado:


                         Assim eu cumpanho as reunião, chega em casa também vou saber
                         se teve dever, se teve pego no pé deles para eles fazer, e me
                         preocupo muito assim para eles não perder aula, e as vezes vou
42

                      levar até o meio da escola vou levar sempre eles, o dia que eles
                      dormem muito assim que perdem, nossa eu fico nervosa e faço
                      questão deles não perder aula, e (P2).


       Diante das respostas apresentadas, podemos observar que os pais
dizem que dão algum tipo de suporte para os seus filhos na vida escolar,
principalmente comparecendo às reuniões realizadas pela escola e, ainda,
colocando seus filhos para fazer as tarefas que o professor passa para serem
feitas em casa. Os pais entrevistados demonstram também preocupação com
as faltas dos filhos na escola em dias de aula.


                      Ajudo bem, porque eu gosto que eles estudem, quando eles chegam
                      eu tenho que olhar direitinho, eu pergunto a eles se eles não é pra
                      responder a professora é pra ter aducação, eu acompanho assim
                      dando ensinamento assim, tem que respeitar os mais velhos, a
                      professora, conversano (P3).


                      Eu boto elas pra estudarem, quando elas tão assim, eu pergunto a
                      R. se elas tem alguma tarefa pra fazer, quando elas traz elas diz que
                      traz, quando elas não traz elas diz que não tem nada pra fazer aí eu
                      deixo elas brincarem (P4).

       Também analisando os discursos aqui citados, podemos ver que o pai
se preocupa pela aprendizagem do filho.
       Continuando os discursos:


                      Eu coloco no reforço particular e vou ensinando em casa também,
                      não espero só a professora aqui na escola (P5).


                      O incentivo, pelos estudo, eu incentivo elas estudar, porque hoje só
                      se adquire alguma coisa com estudo, porque sem o estudo tudo fica
                      mais difícil e que não tem condição a coisa é pior (P6).


                      Essas que falei, pergunto se teve atividade (P7).


                      Assim para ajudar nas tarefas, eu não sei não, só assinar o nome, é
                      por que só sei assinar o nome, não vou andar me “gavano’’ (P8).


      Os resultados acima demonstram que os pais procuram dar o apoio
necessário para o desenvolvimento escolar de seus filhos, porém vale ressaltar
que é preciso buscar meios, a fim de que esse apoio seja ampliado de modo a
alcançar a totalidade dos educandos matriculados nas escolas.
3.1.2 Categoria 2: Pais que frequentam a escola
43



       Neste   sentido,   buscamos,        na   próxima    questão     (ou    categoria)
informações relativas à frequência dos pais em relação à unidade escolar em
que seu filhos estudam.


                      Sempre, sempre, trago e venho pegar (P1).

                      Todos os dias não frequento, eu não pergunto, sempre eles não
                      faltam aula, quando eles faltam aula porque eu tava fazendo
                      tratamento fora eu tenho que levar um e outro fica, sempre vou lá
                      converso com a professora, com a diretora (P3).

                      Todos os dias vou levar e vou buscar (P4).


Como podemos constatar em algumas falas:


                      Eu sempre tou na escola, sempre levo eles acompanho até a escola,
                      pois é muito importante eles ter alguma segurança, um apoio (...)
                      (P6).

                      As runiões é (P7).


                      Vez em quando, quando tem reunião eu vou mais não é... como
                      amanhã vai ter eu já não vou, festinha eu num vou, porque minha
                      mãe manda o fio do meu irmão, aí eu tenho essa duas pequenas
                      que agora que botei elas na creche, aí eu ia deixar com quem para ir
                      para festinha nem pra reunião, tinha vez que eu ia tinha vez que eu
                      num ia não (P8).


       Todos esses discursos nos apontam para a grande necessidade que se
tem da família frequentar regularmente a unidade escolar que os filhos
estudam e também participar de decisões relacionadas à educação dos filhos.
Segundo Nogueira (1999, p. 15), “Se a escola é uma instituição pública da qual
os pais dos alunos fazem parte, estes devem poder participar de tomadas de
decisão em relação aos objetivos educacionais, à prioridade e às metas do
projeto educativo”.
       Diante dos relatos dos pais entrevistados, podemos constatar que a
maior parte deles afirma frequentar periodicamente a unidade escolar em que
seus filhos estudam. Assim, de acordo com Szymanski (2001, p. 82), as
famílias “Esperam da escola um tipo de organização que permita mais contato
com os pais, por meio de reuniões em que possam saber sobre o rendimento
44

dos filhos, assim com um registro, um boletim”. Dessa forma, acreditamos
ainda que, “(...) se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais
também possuem, o direito de serem senão educados, ao menos informados e
mesmo formados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus
filhos” (PIAGET, 1972, p. 50).


3.1.3 Categoria 3: Pais que participam de eventos escolares


      Em seguida, perguntamos aos pesquisados se eles participam ou já
participaram de algum evento da escola de seus filhos. Conforme podemos
observar, as respostas foram as seguintes:


                      Já sim, as festinhas que tem aqui sempre participo, venho ajudar
                      ornamentar (P1).


                      Não, porque, assim quando eles querem fazer a festinha que me
                      pedem algum... um real, dois, três aí eu ajudo, tenho que ajudar
                      (P3).

                      Já o ano passado a R. foi a rainha do amendoim, e ,eu fui, o ano
                      retrazado elas dançaram uma quadrilha, aí eu tou sempre presente
                      (P4).

                      Já participei da II Conferencia do PNE da escola (P5).


                      Também (P7).


                      Nunca fui pra festinha não, nem nos dias das mães eu nunca vou,
                      nem quando eu morava na Serra eu nunca ia, porque eu não gosto
                      (P8).


      Em relação a essa questão, entendemos que

                      (...) é imprescindível que família e escola atuem juntas como agentes
                      facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, pois é através
                      da educação que vão se constituir em agentes institucionais capazes
                      de exercer seu papel para a mudança da estrutura social (SOUSA;
                      FILHO, 2008, p. 7).


3.1.4 Categoria 4: Pais que acompanham a vida escolar dos filhos
45

       Na questão seguinte, questionamos aos pesquisados (as) se em casa
eles acompanham a vida escolar de seus filhos. De modo que podemos
observar os seguintes registros:


                      Com os deveres, quando eles chegam eu vou logo perguntando se
                      tem dever, como se foi como eles responderam, no outro dia
                      pergunto a professora como foi o dia-a-dia dele o amanhã com ele,
                      pergunto tudo (P1).


       Segundo Rossini (2004, p. 19), “Criar um filho sem nunca dizer “não”
significa comprometer seu equilíbrio futuro: será um ser com dificuldade de
tomar conta do próprio destino. Quanto mais cedo começarmos a estabelecer
os limites melhor”.


                      Não. Sempre a gente ajuda nas tarefas, as vez nem dá precisão,
                      porque eles ensinam bem eles tão muito, esse daí mesmo é muito
                      inteligente. Sabem ler e é muito inteligente, sempre eles não me dão
                      trabalho (P3).

       Assim, outros pais entrevistados justificam suas respostas:


                      Assim eu ensino elas no que posso ensinar no que eu sei, quando
                      tenho alguma dúvida eu procuro alguém né que possa ajudar, mas
                      assim na medida do possível eu mesmo ajudo elas, mas assim elas
                      participam de uma ONG, e o rapaz me ajuda muito com elas (P6).


                      Foi como eu falei, eu não ajudo não, é só a menina, que eu não sei
                      ler, a irmã (P7).


3.1.5 Categoria 5: Pais que contribuem para a realização de atividades
escolares


       Na quinta questão solicitamos que os pais informassem de que forma
contribuem para a realização das atividades escolares de seus filhos.
Para tanto, registramos as seguintes respostas:


                      Da primeira forma é com os materiais e o incentivo, todos os dias,
                      isso aos dois professores como tão a vida deles na sala de aula, se
                      participam, se conversam (P1).


                      Não sei o que acontece lá no colégio, porque aqui em casa ele é
                      obediente (P3).
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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII PROGRAMA REDE UNEB 2000/ITIÚBA CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ÁUREA DAMASCENO ROSA EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS GIVANILDA MENDES DA SILVA MANOEL ALVES FILHO A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA SENHOR DO BONFIM 2012
  • 2. ÁUREA DAMASCENO ROSA EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS GIVANILDA MENDES DA SILVA MANOEL ALVES FILHO A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA Monografia apresentada ao Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia–UNEB/CAMPUS VII, como parte dos requisitos para conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Lima dos Santos Senhor do Bonfim 2012
  • 3. ÁUREA DAMASCENO ROSA EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS GIVANILDA MENDES DA SILVA MANOEL ALVES FILHO A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA Monografia apresentada ao Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia–UNEB/CAMPUS VII, como parte dos requisitos para conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Aprovada em 15 de junho de 2012. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________________ Prof. Dr. Gilberto Lima dos Santos – Universidade do Estado da Bahia–UNEB (Orientador) _______________________________________________________________ Profa. MSc. Maria Elizabeth Souza Gonçalves – Universidade do Estado da Bahia–UNEB (Examinadora) _______________________________________________________________ Profa. MSc. Maria da Conceição Curaçá Gonçalves (Examinadora)
  • 4. Agradecimentos A Deus, nossa Força, nossa Luz e nossa Esperança. Ao nosso Orientador, Professor Dr. Gilberto Lima dos Santos, pelo incentivo, orientação e disposição em todos os momentos durante a realização deste trabalho. As professoras Maria Elizabeth Souza Gonçalves e Maria Conceição Curaçá que participaram da banca examinadora. A professora Alayde Ferreira dos Santos pelo incentivo. À Universidade do Estado da Bahia–UNEB e à Prefeitura Municipal de Itiúba, que nos proporcionaram a oportunidade de aprendizagem e crescimento.
  • 5. Aos nossos pais, que nos apoiaram e possibilitaram que chegássemos até aqui. Aos nossos familiares, por todo o suporte e carinho, essenciais para percorrer esta longa jornada. Aos nossos mestres, que nos guiaram ao longo do caminho. A todos os nossos amigos, que colaboraram para que toda essa jornada valesse a pena. E a você...
  • 6. “Não se pode educar eficientemente se os pais e professores se desconhecem, se a educação escolar estiver isolada da educação familiar”. (Suenens)
  • 7. RESUMO O presente estudo tem como tema, A Importância da Integração Família e Escola e buscou conhecer e analisar a participação da família no processo de aprendizagem dos filhos, alunos do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Luiz Navarro de Britto, localizada no Bairro do Alto na cidade de Itiúba, Bahia. Para isso, foi importante saber como as famílias influenciam no processo de aprendizagem dos filhos e como ocorre essa interação família-escola. Tendo como problema de pesquisa a seguinte questão norteadora: O que leva os pais a não participarem da vida escolar de seus filhos? E em que esta participação poderia contribuir?. Nossos objetivos foram: avaliar se a participação da família na vida escolar de seus filhos tem alguma relação com o desempenho deles, compreender como algumas famílias acompanham a vida escolar de seus filhos, bem como caracterizar o desempenho escolar desses estudantes. O método utilizado para a realização desse trabalho foi a entrevista, realizada no mês de março de 2012 e teve como participantes dois professores e oito pais de alunos. Como resultados principais da pesquisa, podemos observar que de acordo com as respostas dos oito pais entrevistados, sete se mostram como participativos na vida escolar dos filhos e apenas um diz não ser tão participativo nas atividades escolares dos filhos. Sendo assim, a primeira categoria representa 87,5% do total de entrevistados, (pais que participam da vida escolar dos filhos). Já a segunda categoria (pais que não participam da vida escolar dos filhos) corresponde a 12,5% dos participantes. De acordo com os resultados da pesquisa, ficou evidente que de modo geral o desempenho dos alunos cujos pais se declararam como participantes da vida escolar de seus filhos é superior ao dos alunos em que os pais não participam de forma ativa. Assim, pode-se entender que a interação da família com a escola influencia de forma direta no desempenho escolar dos alunos. Para que estes consigam obter êxito no processo de ensino e aprendizagem e nas tarefas escolares, precisam do apoio dos pais, pois não importa o preparo intelectual, se não tiver o afeto da família. A relação família e escola precisa criar possibilidades para a ocorrência de uma relação equilibrada com o objetivo de proporcionar uma maior participação dos pais no espaço escolar, contribuindo, assim, para superar os obstáculos existentes, colaborando para o desenvolvimento do processo educativo dos educandos. PALAVRAS-CHAVE: Família. Escola. Parceria Família-Escola. Desempenho Escolar.
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................09 CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................13 1. 1 Família........................................................................................................14 1. 2 Escola........................................................................................................18 1. 3 Parceria Família-Escola...........................................................................25 1. 4 Desempenho Escolar...............................................................................30 CAPÍTULO II: METODOLOGIA................................................................................................34 2. 1 O Paradigma da Pesquisa.......................................................................34 2. 2 Participantes e Lócus..............................................................................36 2. 3 Instrumentos de coleta de dados...........................................................37 2. 4 Procedimentos de coleta de dados........................................................38 2. 5 Análise dos dados...................................................................................39 CAPÍTULO III: ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...........................40 3. 1 Entrevistas com os pais de alunos.........................................................41 3.1.1 Categoria 1: Pais que dão suporte aos filhos......................................41 3.1.2 Categoria 2: Pais que frequentam a escola..........................................43 3.1.3 Categoria 3: Pais que participam de eventos escolares.....................44 3.1.4 Categoria 4: Pais que acompanham a vida escolar dos filhos..........44 3.1.5 Categoria 5: Pais que contribuem para a realização de atividades escolares..........................................................................................................45
  • 9. 3.1.6 Categoria 6: Pais que atuam para melhorar o rendimento escolar dos filhos.................................................................................................................46 3. 2 Entrevistas com os professores (as)......................................................47 3.2.1 Categoria 1: Ações da escola para garantir a parceria com a família................................................................................................................47 3.2.2 Categoria 2: Conflitos que emergem da parceria................................48 3.2.3 Categoria 3: Benefícios da parceria para a comunidade....................49 3.2.4 Categoria 4: Motivos da não participação dos pais na vida escolar dos filhos..........................................................................................................50 3.2.5 Categoria 5: Crenças dos professores sobre a participação da família................................................................................................................51 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................56 REFERÊNCIAS.................................................................................................59 APÊNDICES......................................................................................................64
  • 10. 9 NTRODUÇÃO Este estudo, que tem como temática “a Importância da Integração Família e Escola”, surgiu a partir da necessidade de fazer uma reflexão sobre a importância da participação da família na vida escolar de seus filhos, observando em quais aspectos esta interação implica na aprendizagem dos alunos. Ao longo do curso, surgiu a necessidade, no momento em que foi elaborado um projeto de oficina Intercurricular, ministrada pelo grupo de professores-alunos do Programa Rede UNEB 2000, pois sentimos uma grande afinidade com a temática. Diante da complexidade em que nos encontramos nos dias atuais, a família deposita a responsabilidade plena do ato de educar os seus filhos na escola, alegando uma sociedade capitalista em que precisam trabalhar cada vez mais para garantir a sobrevivência, deixando para a escola a função de educar. Com o passar do tempo, as famílias sofreram muitas mudanças. O modelo da família nuclear burguesa de trinta anos atrás tem passado por transformações, surgindo outros modelos de famílias. E com isso a Educação foi se modificando, aparecendo conflitos difíceis de serem resolvidos por falta do apoio familiar. Desta forma, os valores coletivistas é que estão sendo substituídos por valores individualistas na sociedade contemporânea, abrindo espaço de forma significativa para a indisciplina ou conflitos, a intolerância, gerando uma sociedade cada vez mais individualista. Contudo, diante desse contexto, o ato de educar tem se tornado um processo árduo e complexo, tanto a sociedade quanto a família esperam que a escola dê conta sozinha da formação dos educandos, responsabilizando-a por todo e qualquer problema que surgir dentro dela, contribuindo assim para a inquietação dos educadores, pois os mesmos estão sendo desrespeitados e desvalorizados pelos estudantes. Antigamente os pais ou responsáveis estabeleciam limites as criança e adolescente, hoje, porém muitos professores buscam respeito e atenção dos alunos e nem sempre conseguem.
  • 11. 10 Por isso, faz-se necessário que família e escola caminhem juntas, numa mesma direção, na tentativa de formar cidadãos competentes e conscientes de seu papel na sociedade. Atualmente o educador tem o direito de instruir seus discentes a serem competentes e autônomos neste mundo de ultra-rápidas tecnologias e multiplicidades de conhecimentos, observa-se que o saber, cada vez mais estará dependente de modificações. Segundo Moraes (1997, p. 36), Não podemos continuar produzindo uma educação onde as pessoas sejam incapaz de pensar e de construir seu conhecimento. Na nova escola, o conhecimento é produto de uma constante construção, das interações e de enriquecimento mútuos de alunos e professores. É preciso haver uma parceria eficaz entre Escola e Família, pela qual ambas as instituições possam buscar resgatar os valores morais necessários para a construção de uma sociedade mais justa, pois o que se percebe é que a escola sozinha, não consegue desenvolver de modo satisfatório o ensino e a aprendizagem dos educandos, se a família não colabora de forma eficiente. É extremamente importante que os pais estejam informados sobre a vida escolar de seus filhos, contribuindo assim para o desenvolvimento e crescimento dos mesmos. Cabe à escola o papel de atrair os pais para o ambiente escolar, proporcionando uma palestra criativa e inovadora, adequando os horários necessários, garantindo sucesso no aprendizado dos filhos. A escola que reconhece essa prática possivelmente terá uma qualidade de ensino diferenciado das demais unidades escolares, pois o modelo de educação vivenciado recentemente na história brasileira requer o mais rápido possível uma mudança de mentalidade de todos os envolvidos no processo educacional. Portanto, a partir do momento que a Escola e Família conseguirem uma parceria de como conduzir a educação dos educandos-filhos, poderá diminuir os conflitos existentes no âmbito escolar. Assim, para que isso ocorra, é de fundamental importância que a família participe da vida escolar de seus filhos. Faz-se necessário uma boa relação com a escola, transmitindo para a criança sentimentos de afeto e segurança, possibilitando uma autoconfiança. No decorrer da nossa prática pedagógica, ficam claras as dificuldades apresentadas pelos alunos cujos pais não participam da educação escolar de
  • 12. 11 seus filhos, assim como fica evidente o bom rendimento daqueles que contam com a contribuição dos pais no currículo escolar. Diante dessas inquietações geradas durante todo o percurso dos estudos da graduação e a partir dessas observações, podemos então sintetizar o nosso problema de pesquisa explanando-o através da seguinte questão norteadora: O que leva os pais a não participarem da vida escolar de seus filhos? E em que esta participação poderia contribuir? A partir desses questionamentos levantados do tema proposto para a realização desse Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.), torna-se necessário definirmos os nossos objetivos de pesquisa, tendo como objetivo geral: avaliar se a participação da família na vida escolar de seus filhos tem alguma relação com o desempenho deles; e tendo como objetivos específicos: compreender como algumas famílias acompanham a vida escolar de seus filhos, bem como caracterizar o desempenho escolar desses estudantes. Portanto, é notório que nos dias atuais a Escola não vive sem a Família e tampouco a Família vive sem a Escola. Porém nesse processo é fundamental uma parceria, onde ambas interajam em conformidade, buscando garantir um bom rendimento do aluno no ambiente escolar. Nesta pesquisa serão abordados os principais motivos que levam os pais a não participarem da vida escolar dos filhos e em que aspectos isso implica a aprendizagem do educando. O que a Escola está fazendo para garantir uma parceria entre Família e Escola? Quais conflitos surgem por falta dessa parceria? Em que seria favorável para a sociedade essa parceria? O presente estudo foi dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo, abordamos o problema de estudo e sua importância. No segundo capítulo, apresentamos os estudos de teóricos e algumas considerações acerca da temática estudada. No terceiro capítulo, enunciamos os caminhos metodológicos percorridos para o esclarecimento da problemática, descrevemos a trajetória da nossa pesquisa quanto à metodologia, instrumentos, sujeitos e local da pesquisa. No quarto capítulo apresentamos as análises e discussões construídas a partir da coleta de informações da entrevista realizada com dois professores e oito pais de alunos, no mês de março de 2012. Por fim, nas considerações finais, trazemos uma reflexão sobre os principais resultados da pesquisa. Diante disso, esperamos que os
  • 13. 12 resultados deste trabalho proporcionem uma reflexão sobre a temática, buscando respostas para as dificuldades encontradas em sala de aula pelos professores, para que possamos através desse estudo aprofundarmos as discussões desenvolvidas em torno do objeto em questão, encontrando assim ações corretas que possam superar essas dificuldades.
  • 14. 13 CAPÍTULO I 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No capítulo anterior construímos a nossa problemática fazendo algumas considerações em relação à importância da participação da família na vida escolar dos filhos. Nesse capítulo apresentaremos os aportes teóricos que serão utilizados como fundamentos para a realização deste estudo. Abordaremos a relação família-escola, do ponto de vista de Nérici (1983), Scoz (1994), Romanelli (2005), Gentile (2006), Young (2007), Reis (2007), Souza (2009) e Solidade, Molinari e Prince (2011) entre outros. Em relação ao desempenho escolar, orientamo-nos por Polity (2001) e Souza (2009). Diante da grande diversidade cultural de nossa sociedade contemporânea, as escolas se deparam com uma série de discentes que consideram indisciplinados. As famílias estão perdendo o controle dos filhos não se dando conta da importância da vida escolar, mudando seus valores e deixando a responsabilidade da educação dos filhos apenas nas mãos da escola. De acordo com Castro (2011, s/p) “A família teve origem em tempos remotos da humanidade. As ações pedagógicas, tiveram sua origem na Grécia antiga onde surgiu a figura do pedagogo: “aquele que conduz a criança””. As instituições família e escola são as responsáveis diretas por desenvolver nas pessoas as ações evolutivas. “Tanto a escola quanto a família, as duas instituições cuja relação é nosso objeto de análise, sofreram transformações profundas ao longo da nossa história” (CASTRO; REGATTIERI, 2009, p. 20). A família constitui-se em uma estrutura básica da sociedade, é nela que convivemos por um longo período de tempo, é com a família que as crianças realizam suas experiências iniciais de aprendizagem, que muitas vezes acabam também influenciando no seu comportamento. A educação só acontece quando as pessoas tiverem a capacidade de ouvir e este relacionamento tem que ser aberto, claro e íntegro. Ainda segundo Castro (2011, s/p), Se para existir escola é preciso que exista prioritariamente a família, por que tantas escolas insistem em manter as famílias distantes? Por
  • 15. 14 que muitos professores, coordenadores, orientadores educacionais e até diretores, procuram manter os pais ausentes do ambiente escolar? Diante desses e outros questionamentos, procuramos responder, neste capítulo, as seguintes indagações: O que é família? Como ela tem mudado? E a organização e a dinâmica da família? O que é escola?, Como a escola tem se reconstituído historicamente e atualmente?. 1. 1 FAMÍLIA Segundo Prado (1981, p. 51) “O termo FAMÍLIA origina-se do latim FAMULUS que significa: conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor”. A família é e continua sendo a base de toda organização social, pois é considerada como “o primeiro grupo com o qual a pessoa convive e seus membros são exemplos para a vida” (GENTILE, 2006, p. 35). Segundo Knobel (1992, p. 3), “(...) não há melhor escola de formação cultural, social e psicológica que o próprio lar”. De acordo com Young (2007, p. 1288), “As famílias, como tal, têm um papel único, que é o de reproduzir sociedades humanas e fornecer condições que possibilitem suas inovações e mudanças”. Diante disso pode-se perceber o grande valor que a família representa para a sociedade. Prado (1981, p. 12) afirma que: “[...] a família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da História e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja sendo observado”. Ultimamente, mudanças ocorridas na sociedade têm causado alterações expressivas dentro das famílias e um dos principais fatores é a necessidade enfrentada pelos pais e mães que trabalham fora do lar, pois isso tem gerado alguns conflitos no modo de desenvolvimento da educação dos filhos. Uma das transformações mais significativas na vida doméstica e que redunda em mudanças na dinâmica é a crescente participação do sexo feminino na força de trabalho, em conseqüência das dificuldades enfrentadas pelas famílias (ROMANELLI, 2005, p. 77).
  • 16. 15 Ao comentar as mudanças ocorridas na estrutura familiar, Solidade, Molinari e Prince (2011, p. 1) observam que: Ao longo da história brasileira, a família passou por transformações importantes relacionadas com o contexto social econômico e político do país. Na atualidade, assim como a escola , a família também passa por uma crise, pois ambas perderam sua identidade, ou seja, qual seria a real função da escola e da família? Mesmo diante do processo de transformação que a sociedade moderna tem enfrentado, família e escola não podem deixar de exercer as funções que são inerentes às mesmas. Romanelli (2005, p. 6) define de modo claro o objetivo principal de ambas as instituições, quando faz a seguinte colocação: Tanto a família quanto a escola têm o objetivo de educar crianças e adolescentes, por isso, parece evidente que ambas devam manter uma relação de proximidade e cooperação, porém, o que parece tão óbvio não ocorre de fato. A família de modo geral tem encarado diversas dificuldades, o que tem contribuído de forma decisiva para o afastamento da mesma do espaço escolar e isso tem prejudicado o relacionamento entre pais e professores, o que pode interferir de maneira negativa no desempenho escolar dos alunos. Sendo assim, “Família e escola precisam, juntas, criar uma força de trabalho para superarem as suas dificuldades, construindo uma identidade própria e coletiva; para isto, é fundamental que se encarem como parceiras de caminhada, [...]” (SOUSA; FILHO, 2008, p. 7), pois ambas têm a responsabilidade de influenciar de modo positivo na educação e formação de cidadãos cônscios e autônomos para conduzir a sociedade. Portanto, é imprescindível que família e escola atuem juntas como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, pois é através da educação que vão se constituir em agentes institucionais capazes de exercer seu papel para a mudança da estrutura social (SOUSA; FILHO, 2008, p. 7). As instituições de ensino desempenham grande importância educativa na formação do ser humano, por isso, a harmonia entre escola e família é essencial para que contribuam de modo a vir provocar mudanças na estrutura
  • 17. 16 social. A atual estrutura familiar presente na sociedade se apresenta de modo diferenciado da que estamos habituados a observar. A família também tem passado por modificações. Resgatando um pouco da história, a família burguesa se limitava a pai, mãe e filhos, sendo que o pai era o responsável pelo sustento e a mãe cuidava da casa e dos filhos, devendo obediência ao seu marido. O casamento era indissolúvel e normalmente ligado a negócios (MARTINS; TAVARES, 2010, p. 260). O conceito de família tem se modificado ao longo dos anos, em várias discussões de teóricos e pesquisas a cerca do assunto, o que tem demonstrado dificuldade em se definir de modo exato o que é família. Entende- se por família o grupo, habitualmente constituído pelo pai, mãe e filhos, juntos residindo no mesmo lar. Porém atualmente as famílias são compostas de formas diversas, umas apenas por mãe e filhos, ou pais e filhos, avós e netos, ou até por pessoas que moram sozinhas, todos podem ser consideradas como uma família (FUSVERKI; PABIS, 2008). Algumas questões precisam ser levadas em consideração, como por exemplo, a que se refere à atuação da mulher no contexto atual, pois conforme Martins e Tavares (2010, p. 260) “A mulher da sociedade contemporânea faz parte do mercado de trabalho e já não tem mais o mesmo tempo para cuidar dos seus filhos, dividindo esta tarefa com a escola”. Esta necessidade de ausentar-se do lar por um longo período diário tem levado os pais refletirem a respeito da complexa tarefa de dividirem as responsabilidades da educação dos filhos com outras instituições, principalmente a escola. De acordo com Tiba (1996, p. 44), "Os pais estão sendo consumidos pelo trabalho, construindo patrimônios para seus filhos (...) não sobra tempo para acompanhar os filhos nem para conviver com a família". Por isso as famílias têm delegado à escola a responsabilidade de educar e ensinar os filhos. Porém é importante lembrar que os pais precisam participar da vida escolar de seus filhos, contribuindo assim para facilitar uma boa atuação da escola junto à comunidade na qual está inserida. Parolim (2003, p. 59) observa que a família tem um “importante papel formador, mas precisa da escola (...) para construir conhecimentos com seu filho. A escola necessita da família, de sua história (...) para cumprir seu papel educacional”.
  • 18. 17 A função da família é essencial, pois a mesma é que tem a autoridade de definir logo cedo o que seus filhos necessitam estudar, quais locais poderão frequentar e o que é indispensável saberem para contribuir no seu desenvolvimento futuro. Nos dias atuais professores e gestores escolares vêm discutindo a falta de participação da família nas atividades das escolas. Envolver a família na elaboração da proposta pedagógica pode ser a meta da escola que pretende ter um equilíbrio no que diz respeito à diversidade de seus educandos. Contudo, acredita-se que é necessário haver uma reforma por parte das políticas públicas para atrair os alunos com uma nova metodologia de trabalho e recursos para que os mesmos não deixem de estudar. Por essa razão, dentro das escolas as discussões que procuram compreender esses quadros tão complexos e muitas vezes caóticos, no qual a educação se encontra mergulhada, são cada vez mais frequentes. No ponto de vista de Aquino (1996), a escola e a família são as duas instituições responsáveis pela educação num sentido amplo. O processo educacional depende da articulação desses dois âmbitos institucionais. Um não substitui o outro, devem sim, complementar- se. Se tanto a família como a escola são as principais responsáveis pela formação da criança ou o adolescente, é preciso que haja coerência entre princípios e valores de uma e outra, evitando confrontos entre professores, alunos, família e escola, o que favoreceria a rebeldia e a indisciplina dos alunos (TODERO; PERUZZOLO e MROCZKOSKI, 2009, p. 10-11). Os pais precisam compartilhar das atividades da escola de seus filhos, cooperando com a direção e professores na tomada de decisões, pois uma gestão escolar participativa é essencial, considerando que o ambiente escolar é constituído, por vários indivíduos, que necessitam permanecer em harmonia com o objetivo de obter resultados satisfatórios no campo educacional. Uma das funções da família é construir em parceria com os filhos situações adequadas para que ambos se tornem mais afetivos e receptivos. As famílias precisam criar ações que mostrem a eles os limites necessários para desenvolver uma personalidade equilibrada emocionalmente e afetivamente. Mas para que isso ocorra a família precisa estabelecer vínculos de harmonia durante momentos de decepções, para que todos posam receber
  • 19. 18 reciprocamente carinho, atenção e compreensão diante das dificuldades apresentadas. Esses acontecimentos formarão a identidade do verdadeiro cidadão que se deseja formar na sociedade moderna. 1. 2 ESCOLA A escola é um espaço de aprender, trabalhar e fazer educação. Configurou-se ao longo do tempo como uma instituição formadora da ação individual e social. A atuação da escola é fundamental na construção do indivíduo como ser humano. Rodrigues (1991, p. 56) enfatiza o principal papel da escola, quando diz que: A escola tem por função preparar o indivíduo para o exercício da cidadania moderna, para a modernidade. Isso significa formar o homem capaz de conviver numa sociedade em que se cruzam interveniência e influências mundiais da cultura, da política, da economia, da ciência e da técnica. Sendo assim, a principal função da escola é ensinar os alunos para que estes possam interagir no seu meio social. Este meio é formado por uma diversidade de culturas, estando sempre em constantes transformações, ocorrendo assim, demandas diferenciadas e contraditórias, gerando a partir daí conflitos e oposição de ideias. Atualmente a escola vem se destacando como um ambiente que tem como função transmitir conhecimento, socializar o indivíduo e prepará-lo para os desafios que ele enfrentará num mundo globalizado, onde o mercado de trabalho absorve apenas as pessoas preparadas e com uma boa qualificação profissional. Através dos estudos sobre a origem da escola e seus efeitos, sabe-se de sua importante contribuição para o progresso da humanidade. De acordo com a história sobre as instituições escolares, como coloca Ariès (1981), o educandário cumpriu duas funções: uma referente à substituição do poder de educar da igreja, enfatizando o disciplinar, e outra no que diz respeito à preparação para um novo tipo de trabalho, industrial, fabril. Conhecer estes fatores históricos é compreender a escola como uma instituição em movimento, que se configurou numa rede social significativa à
  • 20. 19 constituição do sujeito. Durante a Idade Média, havia um modo de educação muito característico aos artesãos, nesta época existia uma interação familiar, ou seja, crianças e jovens iam para outras famílias com o intuito de serem educadas por pessoas diferentes, famílias diferentes. Neste modo de educação, as crianças e os adolescentes faziam serviços domésticos e recebiam do mestre tarefas de ofício. Ao se desenvolverem as manufaturas, os orfanatos, que anteriormente eram destinados a abrigar infantes que não eram nobres e que vagavam pela cidade, transformaram-se em escolas industriais. As crianças serviam como mão-de-obra para a indústria que estava emergente na época e eram ensinadas, de forma rudimentar, a ler e calcular. Sendo assim a escola se constituiu como segundo espaço de formação intelectual, moral e social do indivíduo. A educação escolar tornou-se o modo de educação predominante nas sociedades modernas, democráticas, a partir da escolarização compulsória em fins do século XIX, com uma organização específica: currículo seriado, sistema de avaliação, níveis, diplomas, professores, professoras e outros profissionais especializados (CARVALHO, 2004, p. 49). Infelizmente, a escola de modo geral ainda não tem conseguido cumprir com a sua função de maneira plena, o que pode ser comprovado nas colocações de Solidade, Molinari e Prince (2011, p. 2), Quanto às escolas, ao mesmo tempo, estão mais preocupadas em instruir e não em educar, querem cumprir o currículo e pronto. O dilema muitas vezes está na postura de alguns pais que não querem se envolver, com a questão do rendimento escolar e nem mesmo, com a lição de casa de seus filhos. Ao longo dos anos a incumbência da escola concernente à instrução dos indivíduos tem se modificado, devido ao vácuo deixado pela família na realização da sua função. Para Nérici (1977, p. 195) “A escola, entretanto, não tem se revelado tão eficiente como seria de se desejar, não só pela falta de cooperação da família, como também, por determinantes sociais gerais (...)”. Conforme o comentário do autor, as transformações sociais, econômicas e políticas, pelas quais a sociedade vem passando, têm ocasionado mudanças na estrutura familiar e escolar, pois o papel da família é o de instruir moralmente os filhos, passando segurança, carinho e amor. No entanto, ela
  • 21. 20 tem se distanciado do seu papel, em razão das exigências do mercado de trabalho (reciclagem constante; necessidades econômicas etc.), deixando a cargo da instituição escolar a sua função de educadora. A família não pode deixar apenas para a escola o dever de educar os seus filhos, pois no processo de educação, ela necessita andar unida com a escola, compartilhando de modo ativo de toda a construção do conhecimento dos alunos, a fim de que eles sintam-se aptos para resolver as suas dificuldades, tornando-se dessa forma adultos conscientes do seu papel na sociedade em que vivem. Como função social a Escola é um local onde visa a inserção do cidadão na sociedade, através da interelação pessoal e da capacitação para atuar no grupo que convive. Forma cidadãos críticos e bem informados, em condições de compreender e atuar no mundo em que vive... (Thomaz, 2009, s.p. apud MARTINS; TAVARES, 2010, p. 257). A escola deve formar cidadãos capazes de desempenhar conscientemente suas atividades na sociedade, que participem dos problemas existentes no cotidiano, dando sua contribuição para que haja solidariedade, justiça e paz, pois segundo Nérici (1977, p. 194) “A escola existe para completar a ação educativa do lar, na sua tarefa de preparar novas gerações para o exercício pleno da cidadania”. A educação escolar veio a ser o modo predominante na sociedade moderna. Na concepção da escola, o envolvimento ou a participação dos pais na educação dos filhos significa comparecimento às reuniões de pais e mestres, atenção à comunicação escola–casa e, principalmente, no acompanhamento dos deveres de casa e das notas obtidas. Esse envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado por políticas da escola ou do sistema de ensino. A escola tem um papel importante na socialização da criança, na promoção do conhecimento social e no desenvolvimento das capacidades cognitivas, influenciando na compreensão que elas têm do mundo social. Para que ela se desenvolva é necessário que se socialize, satisfazendo suas necessidades e assimilando a cultura da sociedade em que vive. Para o processo de socialização, as crianças precisam aprender o que é correto no meio em que elas estão inseridas, aprendam e respeitem os valores morais desse meio. Quando a criança nasce, ela já faz parte de um grupo e chega à escola trazendo todas as vivências de seu cotidiano, sejam positivas ou negativas (MARTINS; TAVARES, 2010, p. 257).
  • 22. 21 As escolas são espaços que recebem todos os caracteres de dificuldades sociais, portanto faz-se necessário de modo urgente que ocorra algumas mudanças na sua estrutura. Acredita-se que a partir dessas mudanças, será possível alcançar melhorias no contexto social, como por exemplo, a construção de uma sociedade mais justa e com ensino de qualidade para todos. Portanto cabe aos pais e a escola a importante tarefa de educar a criança, transformando em cidadãos participativos, atuantes e conscientes de seus deveres e direitos. Os pais podem exercer grande influência no trabalho do educador através da integração entre família e escola. Sabe-se que atualmente na sociedade pós-moderna estão ocorrendo transformações de forma rápida em todas as esferas sociais, principalmente na educação, em virtude disso torna-se necessário a utilização pelas escolas de novos métodos de ensino, por exemplo, o uso de tecnologias, como as redes eletrônicas no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, este novo modelo de educação requer que os educadores acompanhem estas transformações que contribuem para sua agilidade profissional. O educador, usando as redes eletrônicas, poderá gerar e gerenciar uma abundância de noções e conhecimentos, trabalhando na análise e na produção de novos conhecimentos. Assim, o objetivo principal do educador deve está centralizado em ser aberto para aprender a cada momento, e não em ser considerado como o dono da verdade absoluta, pois vale salientar que não podemos refletir, nos dias atuais, que nossos educandos são inferiormente responsáveis ou menos organizados do que em outros tempos. O que temos que observar é que o padrão do mundo está se distorcendo ligeiramente e que as técnicas têm contribuído para isto. Ao educador, competirá o trabalho de instruir seus educandos a tornarem corajosos neste mundo marcado pelas multiplicidades de conhecimentos. Não se pode prosseguir produzindo uma educação pautada no paradigma de que as pessoas não sejam capazes de refletir em busca da construção de seus próprios conhecimentos. No modelo atual de educação, esse conhecimento é tido como fruto de constantes reflexões e interações entre alunos e professores. Em todo momento o educador não caminha à frente do aluno, mas lado a lado com os mesmos, trilhando sua aprendizagem e fazendo intervenções
  • 23. 22 necessárias, estimulando a buscar informações em diferentes fontes, ajudando-o a encontrar por si próprio a resposta para sua ação ou dificuldade. Escola e família têm uma semelhança de ajuda na formação do ser humano. A criança ao nascer vai depender do espaço onde está inserida, pois é por meio deste lar que ela vai receber os ensinamentos principais e torná-la apta e habilitada a enfrentar os desafios do mundo adiantado. Deste modo, a família continua a ser a base da formação do sujeito de um modo geral. Para Tiba (1996, p. 140), “O ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno”. A criança ao nascer vai depender do espaço onde ela está inserida, pois é por meio deste lar que ela vai receber os ensinamentos principais e torná-la apta para enfrentar os desafios atuais. De acordo com Gokhale (1980, p. 41), A família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família tem sido, e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. Sabemos que a escola é lugar de compartilhar valores e de agregar conhecimentos, desenvolvendo capacidades, inteligências sociais, afetivas e éticas etc. Sendo assim, “A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização. É também um espaço de construção de identidade” (CASTRO; REGATTIERI, 2009, p. 20). Diante disso, o professor tem o dever de se preparar para lidar com situações e comportamentos distintos, preparo esse intelectual, emocional e ético, para que o educador seja capaz de mediar e resolver conflitos, já que a escola é também lugar de formação de competências para a participação na vida social, econômica e cultural. O educador precisa trabalhar com o objetivo de promover a aprendizagem nos alunos, procurando auxiliar estes a superar as dificuldades de aprendizagem. O professor deve valorizar sempre a participação do aluno na construção do conhecimento, pois a relação entre o educador e o educando é horizontal,
  • 24. 23 ou seja, professor e aluno aprendem juntos mediante a realização de atividades diárias. Nesta ação, o professor necessita estar comprometido com um trabalho transformador, buscando despertar no aluno, a valorização de sua linguagem e cultura. Diante disso, é imprescindível que o professor valorize as várias formas de linguagem, culturas e conhecimentos dos alunos. Colaborando com a discussão sobre o tema de nosso trabalho, Young (2007, p. 1296) tece algumas considerações: [...] as escolas nem sempre têm sucesso ao capacitar alunos a adquirir conhecimento poderoso. Também é verdade que as escolas obtêm mais sucesso com alguns alunos do que com outros. O sucesso dos alunos depende altamente da cultura que eles trazem para a escola. Um bom aspecto para a educação, o primeiro passo que um educador deve ampliar é o de criar estratégias em equipe com a família dos educandos com a finalidade de promover e defrontar as situações imprevistas. Ainda de acordo com Young (2007, p. 1291), As escolas são tratadas como um tipo de agência de entregas, que deve se concentrar em resultados e prestar pouca atenção ao processo ou ao conteúdo do que é entregue. Como resultado, os propósitos da escolaridade são definidos em termos cada vez mais instrumentais, como um meio para outros fins. Com as escolas sendo controladas por metas, tarefas e tabelas comparativas de desempenho, não é de se espantar que os alunos fiquem entediados e os professores sintam-se desgastados e apáticos. Gadotti e Romão (2002, p. 120) afirmam que “a escola não deve apenas transmitir conhecimentos, mas também preocupar-se com a formação global dos alunos”. Segundo Dayrell (2007, p. 1106), Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses, reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais uma “obrigação” necessária, tendo em vista a necessidade dos diplomas. A educação tem um papel fundamental na vida das pessoas, formar cidadãos cônscios de seus direitos e deveres, a fim de que possam atuar de maneira crítica no contexto social em que estão inseridos, e que possam
  • 25. 24 perceber que a sua intervenção é de grande valia na transformação da sociedade. Sabe-se que a escola, por ser uma instituição responsável pela educação de uma clientela social, política, cultural e economicamente diversificada, enfrenta inúmeros problemas de relacionamento entre os indivíduos. Estes fatores interferem diretamente na disciplina, pois a falta desta tem sido apontada como alvo principal dos conflitos escolares, o que consequentemente tem interferido de forma negativa no processo de ensino e aprendizagem. Machado (1991, p. 19) ressalta que: A vivência familiar é insubstituível. No entanto essa possibilidade de ampliar esta vivência entre outras crianças, desde que num ambiente propício, com adultos qualificados e uma metodologia que levem em conta suas necessidades e características, favorece e enriquece seu desenvolvimento desde que nasce e isto só é possível numa instituição voltada para este fim. Escola e família não se excluem, se completam. Segundo Torres (2006), uma das principais funções sociais da escola é preparar o cidadão para o pleno exercício da cidadania, vivendo como profissional e cidadão. Isto mostra que a escola tem como papel social democratizar informações e constituir cidadãos participativos e atuantes na sociedade. O papel da escola é o de oferecer condições, propiciar oportunidades e estímulos dos mais variados para a criança educar- se, socializar-se, formar-se independente e autônoma para enfrentar situações de conflito dos mais diversos, apropriando-se do processo de aprendizagem como sujeito de sua história (FAZENDA, 1991, p. 24). Analisando a escola como uma das primeiras instituições pela qual o indivíduo passa, ressaltamos o espaço físico também como um aliado na tarefa de auxiliar no desenvolvimento do mesmo. O ambiente escolar é muito mais que um espaço que abriga, guarda, ele é também educador (GANDINI, 1999).
  • 26. 25 1. 3 PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA Entende-se que a família, em parceria com a escola, deva exercer papel fundamental na orientação dos educandos. Silveira (2003, p. 131) apresenta que a escola e a família necessitam criar uma parceria para construir “alternativas a partir da realidade que está se apresentando”. É necessário haver essa parceria entre ambas as instituições. A Escola precisa criar situações que aumentem a participação dos pais na unidade escolar. Conforme Gentile (2006, p. 32), “O bom relacionamento deve começar da matrícula e se estender a todos os momentos”. Esse é um dos fatores fundamentais para o sucesso da parceria. De acordo com Souza (2009, p. 3), A boa vontade e simplicidade pode ser a chave para uma aproximação entre família e escola, além do diálogo e compromisso de ambas as partes, pois, quanto maior for a participação da família, mais eficaz será o trabalho da escola. A escola juntamente com a família são as instituições sociais que mais causam reflexos nas crianças, sejam estes positivos ou não. A escola será determinante para o desenvolvimento cognitivo e social da criança e, portanto, para o curso posterior da vida. Naturalmente que, depois da família, é na escola que as crianças permanecem mais tempo, e as expectativas em relação ao seu desempenho escolar aumentam, assumindo maior importância na vida em família. Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é, sobretudo formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que, o educando não é o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo, parceiro de trabalho, trabalho este entre individualidade e solidariedade (Demo, 1996, p. 16, apud CRUZ, 2009, s.p.). É preciso rever esta situação resgatando os valores emocionais, morais e espirituais da família, reforçando a importância do que está sendo aprendido. Castro (2011, s/p) observa que: Haver uma aliança entre pais e professores é essencial, produtivo e eficaz. É importante terem em mente que as reuniões de pais e mestres não são para falar mal ou bem do aluno, ou do filho, e sim reportar seus progressos e dificuldades, discutindo melhorias ou soluções de problemas.
  • 27. 26 Muitos educadores reclamam da ausência dos pais no acompanhamento da vida escolar dos filhos, porém não abrem espaços para que as famílias frequentem a escola periodicamente, no entanto sabemos que muitos pais não dão o apoio necessário que a criança precisa, para ter um bom rendimento escolar. Um ponto que faz a diferença nos resultados da educação nas escolas é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores. Por isso é indispensável haver uma parceria entre Escola e Família. De acordo com Scoz (1994, p. 71), A Escola deve reavaliar os objetivos das reuniões que promove e o espaço de participação que oferece aos pais. Inúmeras experiências de trabalho com a comunidade escolar têm demonstrado que raramente os pais sentem-se motivados a comparecer às reuniões cujos objetivos são apenas os de prestar contas de questões de ordem administrativa ou de instruí-los sobre normas e procedimentos a serem cumpridos. A Escola deve criar situações que aumentem a participação dos pais na unidade escolar. Eles precisam compreender o quanto é importante oferecer a sua contribuição na educação de seus filhos. Na relação família e escola, a família legitima o discurso escolar, buscando adequar as práticas culturais familiares às práticas escolares. Muitas vezes os pais acabam não atribuindo certos limites aos filhos, permitindo que estes decidam sozinhos como agir em suas vidas, isto tem causado sérios prejuízos na formação dos mesmos. Alguns alegam que não têm tempo, trabalham demais e não dispõe de condição para acompanhar de modo mais direto a vida dos seus filhos. Os pais precisam estabelecer princípios desde cedo para seus filhos, assim eles podem crescer sabendo que precisam respeitar normas em casa, na escola, nas ruas etc. Cury (2003, p. 52) diz que: Antigamente os pais eram autoritários, hoje, são os filhos. Antigamente os professores eram os heróis dos alunos, hoje, são vítimas deles. Os jovens não sabem ser contrariados. Nunca na história assistimos a crianças e jovens dominando tanto os adultos. Os filhos se comportam como reis, cujos, desejos têm de ser imediatamente atendidos. Em primeiro lugar, aprenda a dizer “não” para seus filhos sem medo. Se eles não ouvirem “não” dos pais, estarão despreparados para ouvir “não” da vida. Não terão chance de sobreviver.
  • 28. 27 A parceria entre a família e a escola no sentido de garantir um desenvolvimento pleno para os educandos no mundo atual e a forma de educar também interferem no desempenho escolar dos mesmos. Através de pesquisa bibliográfica, verificou-se que para superar os obstáculos impostos pelo cotidiano é necessário que haja união entre estas duas instituições sociais. A família e a escola juntas conseguirão obter melhores resultados no desenvolvimento dos estudantes. Além de preparar o educando para o mercado de trabalho, a Escola tem o dever de preparar este para atuar na sociedade como um cidadão consciente de seu papel. Porém a Escola só conseguirá fazer isso, se contar com a participação dos pais, pois estes precisam dar continuidade em casa ao que é ensinado na escola, visto que a escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação na qual haverá uma continuidade da vida afetiva. É imprescindível ressaltar que para formar um verdadeiro cidadão construindo um futuro melhor, depende da confiança e apoio mútuo entre a família e a escola. Segundo Castro (2011, s/p), “O bem estar surge da confiança de sermos capazes de nos autossustentar continuamente, mesmo diante de situações em que nos tornarmos frágeis e emocionalmente reativos”. Acredita-se que se a família conseguir superar estes entraves e aliar-se à instituição escolar haverá um avanço significativo na aprendizagem dos educandos e consequentemente tornaria possível minimizar a evasão e a violência na escola. Gentile (2006, p. 37), observa que “Nas grandes cidades, a falta de tempo é um dos fatores que afastam as famílias da escola. Na área rural, é a distância”. Acredita-se que uma grande maioria da população não se dá conta de que a educação é um dos meios mais viáveis para a transformação do cidadão. Alguns pais não ajudam seus filhos a superar suas dificuldades escolares, pois não tiveram oportunidades para estudar. Candau et al. (1995, p. 13) afirmam que “Para a grande maioria dos brasileiros vida digna supõe lutar pela satisfação de necessidades básicas”. Diante desta complexidade que se encontra a educação nos dias atuais, o professor tem o dever de preparar-se para lidar com diversas personalidades humanas e é cobrado pela sociedade a desempenhar seu papel como orientador, formando cidadãos capazes de
  • 29. 28 enfrentar o mercado de trabalho. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Artigo 26 enfatiza que: A educação terá por finalidade o pleno desenvolvimento de personalidade humana e o fortalecimento do respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; (...) os pais terão direito de preferência na escolha do tipo de educação que será dada aos seus filhos (CANDAU ET AL, 1995, p. 102) Observa-se que a sociedade tem passado por diversas transformações, pois há alguns anos, só frequentavam as escolas os filhos de pessoas que dispunham de condição financeira favorável. Hoje é diferente, a educação constitui-se em um direito de todos, sem exclusão de raça, cor, gênero, orientação religiosa etc. A escola precisa preparar-se, para acolher seus alunos e prepará-los para a vida pessoal e profissional. Ainda segundo Candau et al (1995, p. 102), o Artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente expressa que: A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. Atualmente as escolas precisam de uma parceria mútua dos pais, pois sabemos que os mesmos são responsáveis pela orientação e construção da identidade de cada filho. Inicialmente, pode-se afirmar que nos dias atuais a família não pode viver sem a escola e a escola sem a família. Assim, a escola e a família têm uma ampla tarefa a cumprir, uma vez que nelas é que se desenvolvem os principais grupos sociais, pessoas interessadas em evoluir e se aperfeiçoar como cidadãos, comprometidos com mudança na sociedade. É preciso que as famílias tenham o compromisso de se envolverem com a escola deixando seus filhos se sentirem protegidos e valorizados como seres humanos. As crianças e adolescentes têm os adultos como referência que irão
  • 30. 29 proporcionar o seu desenvolvimento. De acordo com Durkheim (1978, p. 52), “A educação não é um elemento para a mudança social, e sim pelo contrário, é um elemento fundamental para a conservação e funcionamento do sistema social”. A relação entre Escola e Família tem sido muito discutida nos dias atuais, isso ocorre devido aos problemas enfrentados por profissionais da Educação em sala de aula, como por exemplo, a indisciplina dos alunos, a violência escolar, as dificuldades de aprendizagem etc. Para Bassedas; Huguet e Solé (1999, p. 282) “precisa ficar claro que a escola e família são contextos diferentes e que nesses contextos, as crianças encontrarão coisas, pessoas e relações diversas”. Diante disso é necessário que haja parceria entre escola e família, pois entendemos que é de grande valor para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Gentile (2006, p. 32), afirma que: “Abrir as portas à participação de familiares e da comunidade ajuda os alunos a ter sucesso na vida escolar e colabora para diminuir a evasão e a violência”. Em relação aos objetivos da escola e da família, afirma Gentile (2006, p. 33), Escola e família têm os mesmos objetivos: fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos e ter sucesso na aprendizagem. As instituições que conseguiram transformar os pais ou responsáveis em parceiros diminuíram os índices de evasão e de violência e melhoraram o rendimento das turmas de forma significativa. As escolas conseguem melhorar o rendimento dos alunos contando com a participação efetiva dos pais no acompanhamento do desenvolvimento das atividades escolares dos filhos. Atualmente tem se tornado comum alguns pais irem à escola questionar, desde as atividades escolares até a forma dos professores avaliarem os alunos, outros, após matricularem os filhos, entregarem à escola toda a problemática relacionada à educação (desde o conteúdo até a formação ética). Ambas as maneiras em nada colaboram para o desenvolvimento intelectual e afetivo dos educandos. Se a relação estiver abalada, deve-se buscar as causas para tentar resolver as dificuldades que na maioria das vezes surgem de ideias equivocadas, difundidas por alguns que não detêm conhecimentos pedagógicos para fundamentar suas críticas. Quando os pais não confiam mais na escola (e vice-versa), o caos se instala e
  • 31. 30 os alunos/filhos são bastante prejudicados. De acordo com Medeiros (2006, p. 15), A escola é uma instituição direcionada ao ensino que, como outras, é um importante espaço de socialização, possibilita o encontro de jovens de díspares culturas e com tendências à busca e a experimentação, facilita o confronto com a autoridade do saber, o que implica poder e domínio. É importante que no espaço escolar os estudantes tenham contato com diversas informações e vivências culturais, pois isso colabora de forma positiva no desempenho escolar dos mesmos, sempre valorizando a participação efetiva dos pais no contexto escolar e na educação dos filhos. Reis (2007, p. 6), diz que: “A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos”. 1. 4 DESEMPENHO ESCOLAR Considerando o desenvolvimento físico, intelectual, moral, espiritual e social dos estudantes atuais nas escolas brasileiras, percebe-se que de modo geral esses educandos não estão desenvolvendo de maneira plena todas essas potencialidades, já que muitas dessas crianças não possuem família e quando têm é família desajustada, que causa algumas dificuldades no aprendiz, tais como, dúvidas, insatisfações, descrenças na vida e reações adversas, o que tem contribuído para a má formação de alguns cidadãos na atual sociedade complexa e individualista. Segundo Fusverki e Pabis (2008, p. 4), A desestrutura familiar permeia a nossa sociedade o que influencia diretamente na formação primeira da criança, pais separados têm uma grande influência no desenvolvimento psicológico, emocional e afetivo das nossas crianças. Isso tem afetado de forma direta o desempenho escolar de muitos estudantes. Para que estes consigam obter êxito no processo de ensino e aprendizagem e nas tarefas escolares, precisam do apoio da família, pois não importa o preparo intelectual, se não tiver o afeto. É preciso fazer uma
  • 32. 31 “discussão e reflexão sobre a necessidade do bom relacionamento entre a família e a escola para um melhor desempenho escolar das crianças” (SOUZA, 2009, p. 5), pois a participação da família na escola ajuda para que o educando obtenha uma aprendizagem melhor. Com a participação dos pais no processo de ensino e aprendizagem, o aluno adquire confiança ao perceber que tanto a escola quanto a família se interessam por ele. A escola e a família necessitam conhecer as dificuldades enfrentadas pelos alunos, bem como seus conhecimentos, pois educação se constitui em um elemento de socialização para as futuras gerações: A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social: tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físico, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança particularmente se destine (DURKHEIM, 1978, p. 41). Torna-se importante a participação dos pais na educação dos filhos, pois “Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas e desordenadas, que se refletem em casa e, quase sempre, também na escola, em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar” (MALDONADO, 1997, p. 11). Sabemos que uma família afetiva, participativa na educação de seu filho, ajuda na construção desse indivíduo, pois nessa fase a criança precisa principalmente desse afeto e apoio para realizar suas escolhas e transformação para tornar-se um verdadeiro cidadão. Isto ocorrerá de forma satisfatória se a família estiver caminhando junto com a escola na aprendizagem integral desses jovens. Comprova, deste modo, a necessidade de um trabalho conjunto entre família e escola, no sentido de favorecer a superação destas dificuldades, é preciso os pais incentivarem os filhos a estarem na sala de aula, é, portanto, tarefa valiosa e primordial. A hipótese é que crianças e jovens com dificuldade de aprendizagem podem ser beneficiados com uma intervenção familiar, que lhes possibilite sair da posição portadora do sintoma para a construção de uma nova relação com o saber. Pois, penso que seja qual for a etiologia da dificuldade de aprendizagem (neurológica, emocional,
  • 33. 32 cognitiva ou genética), o grupo familiar é fator decisivo para a condução e/ou resolução da situação (POLITY, 2001, p. 16). A família e a escola, por serem as primeiras unidades de contato contínuo, são também os primeiros contextos nos quais se desenvolvem padrões de socialização e problemas sociais. É fácil perceber que estas duas instituições interferem diretamente na estrutura pessoal de um indivíduo, principalmente, quando esse está em formação. Quando os pais são participativos nas atividades realizadas pela escola o aluno se desenvolve com maior facilidade, quando surge uma dificuldade pais e professores dialogam buscando resolver juntos o problema, deixando de lado as acusações feitas “quando as notas altas deixam a desejar, e começa o jogo de empurra, professores acusam os pais e os pais acusam os professores”, e assim surgem as transferências de responsabilidade, fazendo cada um a sua parte. A escola precisa abrir as portas para essa participação dos pais, trazendo-os à escola com as atividades diversificadas e do interesse deles (FUSVERKI; PABIS, 2008, p. 13). Diante disso, entende-se que a parceria entre a escola e a família é de essencial valor, pois ambas as instituições, unidas auxiliarão no desenvolvimento educativo, político, cultural e social dos educandos, fazendo com que os mesmos se tornem cidadãos críticos e conscientes em reivindicar seus direitos e cumprir com os deveres que lhes são atribuídos, e para que isso ocorra é necessário que essas organizações (família e escola) caminhem unidas em busca de objetivos comuns, aquisição da liberdade como atuação política, participativa. É preciso haver uma parceria entre a família e a escola, pois segundo Castro (2011, s/p), Haver uma aliança entre pais e professores é essencial, produtivo e eficaz. A própria escola tem de mostrar coesão e transparência, trabalhando em equipe, entre si, e em relação à família de seus alunos. A Escola pode dar o primeiro passo, pela própria base de formação da qual é portadora. É importante ter em mente que as reuniões de pais e mestres não são para falar mal ou bem do aluno, ou do filho, e sim reportar seus progressos e dificuldades, discutindo melhorias ou soluções de problemas. Pais e escola devem educar juntos (e não separados) para um bem maior. A criação de um verdadeiro cidadão, construtor de um futuro melhor para as próximas gerações, depende desta aliança, do relacionamento e da confiança mútua.
  • 34. 33 Espera-se que a participação que abrange a família e a escola possa estabelecer uma sociedade justa e democrática. Entende-se que, para que o processo de ensino e aprendizagem se efetive na prática, é necessário que ocorra uma parceria entre a família e a escola. Compreende-se que, desse modo, o intercâmbio entre família e escola é imprescindível para que ambas reconheçam suas realidades e limitações e que possam buscar caminhos que facilitem o entendimento entre si, em busca do sucesso na educação dos seus filhos e alunos.
  • 35. 34 CAPÍTULO II 2. METODOLOGIA 2.1 O Paradigma da Pesquisa A partir deste capítulo estão dispostos todos os dados coletados e que norteiam a presente pesquisa. É aqui que se apresentam os elementos já conferidos e comparados aos diversos autores que fundamentam esse estudo. Segundo Best (1972 apud LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 167), a análise “representa a aplicação lógica e indutiva do processo de investigação. A importância dos dados não está em si mesma, mas em proporcionarem respostas às investigações”. Deste modo, como elemento final do processo de pesquisa, a análise e interpretação dos dados coletados através de entrevistas (instrumento este utilizado com o objetivo de reunir as informações necessárias para nossas discussões) permitiram comparar os dados obtidos, os quais foram fundamentais para o esclarecimento da problemática e também responder aos objetivos propostos pelo presente estudo. Lüdke e André (1986, p. 45) afirmam que: Analisar os dados qualitativos significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as transcrições de entrevista, as análises de documentos e as demais informações disponíveis. A tarefa de análise implica, num primeiro momento, a organização de todo o material, dividindo-o em partes, relacionando essas partes e procurando identificar nele tendências e padrões relevantes. Ao examinar os dados coletados, procurou-se fazer de modo cuidadoso e imparcial, pois de acordo com Wilson (1977 apud LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 15), na perspectiva qualitativa “O pesquisador deve exercer o papel subjetivo de participante e o papel objetivo de observador, colocando-se numa posição ímpar para compreender e explicar o comportamento humano”. Ainda em relação ao papel exercido pelo pesquisador, Lüdke e André (1986, p. 12) argumentam que “Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar a
  • 36. 35 “perspectiva dos participantes”, isto é, a maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo focalizadas”. A investigação realizada utilizou-se de pesquisa qualitativa, levando em consideração os dados dos informantes (pais e professores), para descrever e explicar as possíveis contribuições da participação dos pais na vida escolar dos filhos, ou seja, da interação entre a Família e a Escola. Assim, objetivamos apresentar os embasamentos teórico-metodológicos da trajetória percorrida para a realização desse estudo, apresentamos o lócus, os sujeitos e os instrumentos de coleta de dados da pesquisa. Este estudo busca focalizar a importância da integração família e escola e foi direcionado sob o enfoque qualitativo, procurando compreender o fenômeno estudado. Partindo deste pressuposto, decidimos realizar este estudo, pois segundo Demo (1993, p. 127) “a alma da vida acadêmica é constituída pela pesquisa, como princípio científico e educativo, ou seja, como estratégia de geração de conhecimento e de promoção da cidadania”. Para a realização dessa pesquisa, além da revisão bibliográfica, optou- se metodologicamente pela realização de entrevistas com professores e pais de alunos. Ressaltamos que a presente pesquisa tem características predominantemente de natureza qualitativa, pois apresenta algumas de suas características básicas, apontadas por Bogdan e Biklen (1982 apud LÜDKE e ANDRÉ, 1986, p. 11-13), conforme segue: • A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento; • Os dados coletados são predominantemente descritivos; • A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; • O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador; • A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Segundo Goldenberg (2000, p. 49), “os dados da pesquisa qualitativa objetivam uma compreensão profunda de certos fenômenos sociais apoiados no pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação social”. Diante disso, concluí-se que quanto à abordagem qualitativa, o foco da investigação centra-se na compreensão dos significados atribuídos pelos sujeitos às suas ações, e que, durante seu desenvolvimento,
  • 37. 36 [...] o investigador introduz-se no mundo das pessoas que pretende estudar, tenta conhecê-la, dar-se a conhecer e ganhar sua confiança, elaborando um registro escrito e sistemático de tudo aquilo que ouve e observa (Bogdan; Biklen, 1994, p.16 apud DOURADO, 2009, p. 31-32). Por isso a pesquisa de campo é importante para conseguirmos obter uma análise mais completa e qualificada do processo que vem sendo estudado. A pesquisa qualitativa permite ao pesquisador envolver-se de modo direto com as fontes, o espaço, e o tempo vivido pelos pesquisados e, por participar de seus conhecimentos, os quais tornam o intercâmbio de informação mais rica em dados, o que beneficia o estudo. Segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 47 apud DOURADO, 2009, p. 31) “Na investigação qualitativa, a fonte direta de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal”. Optamos pela a abordagem qualitativa, pois entendemos que a mesma atende nosso propósito. Ainda de acordo com Bogdan e Biklen (1994, p. 48 apud DOURADO, 2009, p. 31) “Os investigadores qualitativos freqüentam locais de estudo porque se preocupam com, o contexto. Entendem que as ações podem ser melhor compreendidas quando são observadas no seu ambiente de ocorrência”. A pesquisa qualitativa tem como objetivo principal interpretar o fenômeno que observa, ou seja, nela não existe a suposta certeza do método experimental, trabalhando com valores, crenças, opiniões, atitudes e representações, tenta atingir o objetivo. A pesquisa qualitativa ou naturalística, segundo Bogdan e Biklen (1982), envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 13). Na pesquisa qualitativa o que se quer alcançar é “a compreensão dos comportamentos a partir da perspectiva dos sujeitos da investigação” (Bogdan; Biklen, 1994, p.16 apud DOURADO, 2009, p. 31). 2. 2 Participantes e Lócus
  • 38. 37 O mencionado trabalho de pesquisa tem como participantes dois professores e oito pais de alunos do ensino fundamental I da Escola Municipal Luiz Navarro de Britto, que fica situada no Bairro do Alto, na cidade de Itiúba, Bahia. Esse estabelecimento de ensino atende a crianças do ensino fundamental, nos turnos matutinos e vespertinos, onde se buscou coletar informações e dados referentes à participação da Família junto à referida Escola. A escolha do município de Itiúba como lócus para a realização desta pesquisa justifica-se por ser nosso domicílio de moradia e trabalho. O município de Itiúba está localizado no semi-árido do Norte Baiano na Região do Território do Sisal, a cerca de 300 km da capital do estado (Salvador). Possui área total de 1.737,8 km², sua população é estimada em 36.113 habitantes, o que dá uma densidade populacional de aproximadamente 20,78 hab/km², segundo o censo do IBGE (BRASIL, 2010). Sua emancipação política ocorreu em 17 de janeiro de 1935, quando foi desmembrada do município de Queimadas. A economia local tem seu forte na pecuária e na extração mineral (minério de ferro e cromo). Os municípios que fazem limite com Itiúba são: Monte Santo, Cansanção, Queimadas, Andorinha, Senhor do Bonfim, Filadélfia e Ponto Novo. A sede do município é cercada por belíssimas serras, por isso é particularmente conhecida como “Cidade Serrana”. 2. 3 Instrumentos de coleta de dados Inicialmente para a realização deste trabalho, foi feito um estudo bibliográfico. Gil (1991, p.16) diz que: “a pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na internet”. Através de estudo de alguns autores, buscamos subsídios teóricos que respondam os questionamentos apresentados e partindo das respostas encontradas, rumaremos para segunda parte, se tratando da pesquisa de campo ao qual avaliaremos a relação que a família-escola tem no processo de aprendizagem. Para obtermos os dados apresentados nesse trabalho, utilizamos instrumento de investigação e as técnicas disponibilizadas pelo mesmo, o que de acordo com Rodrigues (2006, p. 92) é muito importante, pois a “técnica é o suporte instrumental e prático que auxilia o pesquisador a chegar a um
  • 39. 38 determinado resultado." E para isso adotamos a entrevista com professores e alguns pais de alunos da referida escola. Segundo Marconi e Lakatos (2001, p. 196) “a entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevistado, sobre determinado assunto ou problema.” A entrevista é considerada um dos mais importantes e básicos instrumentos de pesquisa, muitos estudiosos compartilham desse pensamento, como é o caso de Lüdke e André (1986) quando observam que ao lado da observação, a entrevista representa um dos instrumentos básicos para coleta de dados, pois ela desempenha importante papel não apenas nas atividades científicas como em muitas outras atividades humanas, A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. Uma entrevista bem-feita pode permitir o tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e íntima, assim como temas de natureza complexo e de escolhas nitidamente individuais (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 34). Ainda em relação à importância da utilização da entrevista como instrumento de coleta de dados, entende-se que esta é uma excelente ferramenta para a obtenção das informações necessárias para a conclusão deste trabalho. Além das entrevistas realizadas com os participantes, resolvemos avaliar o rendimento escolar de alunos, filhos de sujeitos que participaram da nossa pesquisa. Para esse fim, utilizamos dos registros das notas destes alunos contidas nos diários escolares, dos quais foram fornecido cópias, mediante solicitação formal junto à direção da referida escola. 2. 4 Procedimentos de coleta de dados Solicitamos da direção da Escola a autorização para realizarmos a entrevista com professores e alguns pais de alunos do referido estabelecimento de ensino. Antes da realização da entrevista (Apêndices A e B), informamos de modo detalhado o objetivo da pesquisa e coletamos as assinaturas dos professores e pais de alunos através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C), o qual nos autoriza a analisar e publicar os dados coletados, garantindo a total preservação dos nomes destes professores e pais
  • 40. 39 de alunos, bem como dados de caráter particular que possibilitem a identificação dos sujeitos pesquisados. Fizemos as entrevistas com pais e professores, separadamente e finalmente, por meio da gravação da entrevista, avaliamos a compreensão dos entrevistados, iniciando assim a análise final dos dados coletados durante a mesma. É nesta conjuntura que faremos a análise dos dados fornecidos sem, no entanto, identificar diretamente os sujeitos participantes. Deste modo, utilizaremos Prof.° acompanhado de uma numeração para indicar os professores e professoras participantes deste estudo, bem como usaremos a letra P para indicar os pais participantes desse trabalho, pois de acordo com Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 199) é necessário que “O pesquisador, ao relatar os resultados de sua pesquisa, precisa também preservar a integridade física e a imagem pública dos informantes”. Por meio de procedimentos metodológicos, baseados em entrevista com questões abertas, busca-se conhecer as concepções dos professores e pais de alunos acerca da relação Família e Escola. 2. 5 Análise dos dados Procuramos a seguir, por meio da análise e interpretação dos dados coletados, compreender e explicar o nosso foco de estudo, partindo do pressuposto de que é impossível se conceber a existência isolada de um fenômeno social. No caso particular do presente estudo, ouvimos os participantes em seus próprios contextos e consideramos suas concepções acerca dos questionamentos realizados. Assim partimos então para uma reflexão, à luz dos embasamentos teóricos que possibilitaram descobertas e respostas para a problemática apresentada inicialmente. Por fim, fizemos a análise dos dados encontrados para responder nossos objetivos de pesquisa, sugerindo assim uma proposta de ação que possa contribuir com a questão em estudo. Resolvemos examinar os dados coletados, a partir de categorias, por entendermos que desse modo se compreenderia melhor os resultados obtidos, focalizando fatores gerais e específicos da realidade estudada. Cada uma dessas categorias será exemplificada com relatos dos pais e todas serão discutidas, a seguir, com base na literatura consultada.
  • 41. 40 CAPÍTULO III 3. ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A análise de dados e discussão dos resultados iniciou-se juntamente com a coleta, e foram tomando forma à medida que eram redigidas as anotações e transcritas as gravações, pois segundo Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2001, p.162) “a análise e interpretação dos dados vão sendo feitas de forma interativa com a coleta, acompanhando todo o processo de investigação”. Nos últimos anos, a integração família-escola tem sido bastante destacada, por ser considerada como um dos principais recursos utilizados para a melhoria da aprendizagem dos educandos. Esta parceria deve basear- se na participação dos pais na vida escolar dos filhos, visando seu desenvolvimento educacional. A partir dos nossos objetivos de pesquisa que são: avaliar se a participação da família na vida escolar de seus filhos tem alguma relação com o desempenho deles; compreender como algumas famílias acompanham a vida escolar de seus filhos e caracterizar o desempenho escolar desses estudantes, resolvemos organizar os dados coletados, em categorias. Segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 221 apud DOURADO, 2009, p. 33), As categorias constituem um meio de classificar os dados descritivos que recolheu á medida que se vai lendo os dados, repetem-se ou destacam-se certas palavras, frases, padrões de comportamento, forma dos sujeitos pensarem e acontecimentos. (...) Determinadas questões e preocupações de investigação dão origem a determinadas categorias. De acordo com as respostas dos entrevistados, agrupamos os mesmos em duas categorias: a dos pais participativos na vida escolar dos filhos (7) e a dos pais não participativos (apenas 1). A primeira categoria representa 87,5% do total de entrevistados, (pais que participam da vida escolar dos filhos). Já a segunda categoria (pais que não participam da vida escolar dos filhos) corresponde a 12,5% dos participantes. A participação dos pais é de fundamental importância para o sucesso do sistema educacional, pois este
  • 42. 41 depende da relação de proximidade entre a família e a instituição de ensino, sua abertura para transformá-lo num espaço de socialização em que todos (alunos, pais de alunos, professores, direção, coordenação pedagógica e comunidade em geral) interajam formando e fortalecendo parcerias proveitosas. Segundo Pacheco (2004, p. 20), “É necessário que a escola e seus projetos político-pedagógicos levem em consideração não apenas as atividades internas, mas procurem desenvolver atividades externas, envolvendo as famílias e outras entidades [...]”, isso proporciona integração e fortalece o papel de cada instituição envolvida no processo de aprendizagem. Assim, passaremos à análise da entrevista com os pais de alunos e posteriormente com os professores. Vale aqui ressaltar que as falas dos pais participantes dessa entrevista forram transcritas sem correção gramatical. 3.1 Entrevistas com os pais de alunos 3.1.1 Categoria 1: Pais que dão suporte aos filhos Perguntamos inicialmente aos pais envolvidos na pesquisa, qual o suporte que eles dão aos seus filhos na vida escolar e registramos algumas de suas respostas a seguir: Eu compartilho, tou todos os dias aqui, fui voluntária o ano passado numa sala, ajudei fiz de tudo tanto os meus como os outros, que sentia que precisavam de mim (P1). A partir da resposta registrada percebemos que há um envolvimento positivo da entrevistada com a instituição de ensino. Neste enfoque Prado (1981, p. 13) vem trazendo uma importante contribuição quando diz que: “A família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos e dos costumes”. Vejamos a fala de outro pai entrevistado: Assim eu cumpanho as reunião, chega em casa também vou saber se teve dever, se teve pego no pé deles para eles fazer, e me preocupo muito assim para eles não perder aula, e as vezes vou
  • 43. 42 levar até o meio da escola vou levar sempre eles, o dia que eles dormem muito assim que perdem, nossa eu fico nervosa e faço questão deles não perder aula, e (P2). Diante das respostas apresentadas, podemos observar que os pais dizem que dão algum tipo de suporte para os seus filhos na vida escolar, principalmente comparecendo às reuniões realizadas pela escola e, ainda, colocando seus filhos para fazer as tarefas que o professor passa para serem feitas em casa. Os pais entrevistados demonstram também preocupação com as faltas dos filhos na escola em dias de aula. Ajudo bem, porque eu gosto que eles estudem, quando eles chegam eu tenho que olhar direitinho, eu pergunto a eles se eles não é pra responder a professora é pra ter aducação, eu acompanho assim dando ensinamento assim, tem que respeitar os mais velhos, a professora, conversano (P3). Eu boto elas pra estudarem, quando elas tão assim, eu pergunto a R. se elas tem alguma tarefa pra fazer, quando elas traz elas diz que traz, quando elas não traz elas diz que não tem nada pra fazer aí eu deixo elas brincarem (P4). Também analisando os discursos aqui citados, podemos ver que o pai se preocupa pela aprendizagem do filho. Continuando os discursos: Eu coloco no reforço particular e vou ensinando em casa também, não espero só a professora aqui na escola (P5). O incentivo, pelos estudo, eu incentivo elas estudar, porque hoje só se adquire alguma coisa com estudo, porque sem o estudo tudo fica mais difícil e que não tem condição a coisa é pior (P6). Essas que falei, pergunto se teve atividade (P7). Assim para ajudar nas tarefas, eu não sei não, só assinar o nome, é por que só sei assinar o nome, não vou andar me “gavano’’ (P8). Os resultados acima demonstram que os pais procuram dar o apoio necessário para o desenvolvimento escolar de seus filhos, porém vale ressaltar que é preciso buscar meios, a fim de que esse apoio seja ampliado de modo a alcançar a totalidade dos educandos matriculados nas escolas. 3.1.2 Categoria 2: Pais que frequentam a escola
  • 44. 43 Neste sentido, buscamos, na próxima questão (ou categoria) informações relativas à frequência dos pais em relação à unidade escolar em que seu filhos estudam. Sempre, sempre, trago e venho pegar (P1). Todos os dias não frequento, eu não pergunto, sempre eles não faltam aula, quando eles faltam aula porque eu tava fazendo tratamento fora eu tenho que levar um e outro fica, sempre vou lá converso com a professora, com a diretora (P3). Todos os dias vou levar e vou buscar (P4). Como podemos constatar em algumas falas: Eu sempre tou na escola, sempre levo eles acompanho até a escola, pois é muito importante eles ter alguma segurança, um apoio (...) (P6). As runiões é (P7). Vez em quando, quando tem reunião eu vou mais não é... como amanhã vai ter eu já não vou, festinha eu num vou, porque minha mãe manda o fio do meu irmão, aí eu tenho essa duas pequenas que agora que botei elas na creche, aí eu ia deixar com quem para ir para festinha nem pra reunião, tinha vez que eu ia tinha vez que eu num ia não (P8). Todos esses discursos nos apontam para a grande necessidade que se tem da família frequentar regularmente a unidade escolar que os filhos estudam e também participar de decisões relacionadas à educação dos filhos. Segundo Nogueira (1999, p. 15), “Se a escola é uma instituição pública da qual os pais dos alunos fazem parte, estes devem poder participar de tomadas de decisão em relação aos objetivos educacionais, à prioridade e às metas do projeto educativo”. Diante dos relatos dos pais entrevistados, podemos constatar que a maior parte deles afirma frequentar periodicamente a unidade escolar em que seus filhos estudam. Assim, de acordo com Szymanski (2001, p. 82), as famílias “Esperam da escola um tipo de organização que permita mais contato com os pais, por meio de reuniões em que possam saber sobre o rendimento
  • 45. 44 dos filhos, assim com um registro, um boletim”. Dessa forma, acreditamos ainda que, “(...) se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem, o direito de serem senão educados, ao menos informados e mesmo formados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos” (PIAGET, 1972, p. 50). 3.1.3 Categoria 3: Pais que participam de eventos escolares Em seguida, perguntamos aos pesquisados se eles participam ou já participaram de algum evento da escola de seus filhos. Conforme podemos observar, as respostas foram as seguintes: Já sim, as festinhas que tem aqui sempre participo, venho ajudar ornamentar (P1). Não, porque, assim quando eles querem fazer a festinha que me pedem algum... um real, dois, três aí eu ajudo, tenho que ajudar (P3). Já o ano passado a R. foi a rainha do amendoim, e ,eu fui, o ano retrazado elas dançaram uma quadrilha, aí eu tou sempre presente (P4). Já participei da II Conferencia do PNE da escola (P5). Também (P7). Nunca fui pra festinha não, nem nos dias das mães eu nunca vou, nem quando eu morava na Serra eu nunca ia, porque eu não gosto (P8). Em relação a essa questão, entendemos que (...) é imprescindível que família e escola atuem juntas como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, pois é através da educação que vão se constituir em agentes institucionais capazes de exercer seu papel para a mudança da estrutura social (SOUSA; FILHO, 2008, p. 7). 3.1.4 Categoria 4: Pais que acompanham a vida escolar dos filhos
  • 46. 45 Na questão seguinte, questionamos aos pesquisados (as) se em casa eles acompanham a vida escolar de seus filhos. De modo que podemos observar os seguintes registros: Com os deveres, quando eles chegam eu vou logo perguntando se tem dever, como se foi como eles responderam, no outro dia pergunto a professora como foi o dia-a-dia dele o amanhã com ele, pergunto tudo (P1). Segundo Rossini (2004, p. 19), “Criar um filho sem nunca dizer “não” significa comprometer seu equilíbrio futuro: será um ser com dificuldade de tomar conta do próprio destino. Quanto mais cedo começarmos a estabelecer os limites melhor”. Não. Sempre a gente ajuda nas tarefas, as vez nem dá precisão, porque eles ensinam bem eles tão muito, esse daí mesmo é muito inteligente. Sabem ler e é muito inteligente, sempre eles não me dão trabalho (P3). Assim, outros pais entrevistados justificam suas respostas: Assim eu ensino elas no que posso ensinar no que eu sei, quando tenho alguma dúvida eu procuro alguém né que possa ajudar, mas assim na medida do possível eu mesmo ajudo elas, mas assim elas participam de uma ONG, e o rapaz me ajuda muito com elas (P6). Foi como eu falei, eu não ajudo não, é só a menina, que eu não sei ler, a irmã (P7). 3.1.5 Categoria 5: Pais que contribuem para a realização de atividades escolares Na quinta questão solicitamos que os pais informassem de que forma contribuem para a realização das atividades escolares de seus filhos. Para tanto, registramos as seguintes respostas: Da primeira forma é com os materiais e o incentivo, todos os dias, isso aos dois professores como tão a vida deles na sala de aula, se participam, se conversam (P1). Não sei o que acontece lá no colégio, porque aqui em casa ele é obediente (P3).