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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA -UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
SENHOR DO BONFIM-BA
PEDAGOGIA 2005.1
GEORGIA BATISTA DE OLIVEIRA
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO DE
APRENDER BRINCANDO
SENHOR DO BONFIM – BA
2009
1
GEORGIA BATISTA DE OLIVEIRA
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO DE
APRENDER BRINCANDO.
Monografia apresentada como
requisito parcial para avaliação da
disciplina de Monografia, do curso de
Pedagogia da Universidade do
Estado da Bahia – UNEB.
Orientador: Profª. MSc. Maria da
Conceição Curaçá Gonçalves.
SENHOR DO BONFIM – BA
2009
2
GEORGIA BATISTA DE OLIVEIRA
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO DE
APRENDER BRINCANDO.
Aprovada em _____de _____________ de 2009.
________________________________________
Profª. MSc. Maria da Conceição Curaçá Gonçalves (Orientadora)
______________________________________
Avaliador (a)
_____________________________________
Avaliador(a)
3
Ao meu esposo Elias, pela força,
amor e cumplicidade nos momentos
mais difíceis da minha vida
acadêmica e que se fez pai e mãe de
nossos filhos nos momentos que
tanto me ausentei.
Para você querido o meu eterno e
sincero agradecimento.
Aos meus filhos Lucas e Matheus,
por me darem a alegria de saber que
Deus me presenteou com duas belas
vidas e que me fazem sentir vontade
de ir em frente. Queridos essa
conquista é nossa.
4
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter me concedido mais
esta conquista e por se fazer presente em minha vida sempre que o busco com
todo meu coração, sem ele essa vitória seria impossível.
Agradeço a minha mãe, primeira educadora que partiu muito cedo sem
contemplar essa conquista, mas que se faz presente eternamente em mim.
Quando receber meu diploma sentir-te-ei ao meu lado, sorrindo e feliz. Sentirei
a tua mão carinhosa afagar meus cabelos que nem quando criança e nesse
instante te abraçarei em silêncio, sorrirei, deixarei fluir esta emoção, num misto
de alegria e saudade. Mãe por todo tempo que ainda viver, perpetuará tua
memória e hei de ser fiel aos teus princípios; pois tudo que me ensinaste é a
base do que sou e de toda esta conquista. (Nesse momento lágrimas caem dos
meus olhos).
Ao meu saudoso (Avôhai) avô e pai João Vitor, que viveu inserido em
um contexto educacional e tanto prezou pela educação de seus filhos e netos.
Saudades eternas e sinceros agradecimentos ao meu querido pai João.
A minha “mãe” Eurides e ao meu pai Jairo por todo apoio e incentivo
concedido.
As minhas irmãs Joelma, Junadya e Jussara pois mesmo distante me
apoiaram e me incentivaram nos momentos que mais precisei, amo muito
todas vocês.
Agradeço com todo respeito e carinho a minha sogra Edelzuita e a
minha cunhada Edna por todo apoio e companheirismo nos momentos que
precisei me ausentar do papel de mãe.
A minha professora e orientadora Conceição Curaçá pelo esforço e
dedicação concedidos em um dos momentos mais importantes da minha vida:
a produção deste trabalho.
5
A minha grande e melhor amiga Viviane Brás por todo apoio e
companheirismo, sempre presente.
Ao meu estimado amigo Osvaldo Fahel por todo apoio e amizade que
me dedicaste.
Quero agradecer carinhosamente a minha professora e amiga Simone
Wanderley, por toda sua amizade, companheirismo e compreensão. Que o
nosso laço fraterno aumente a cada dia, pois com você muito tenho aprendido,
obrigada por tudo sempre “S”.
Agradeço a Universidade do Estado da Bahia-UNEB, pois sem esta
instituição não teria alcançado esta vitória.
Agradeço com toda estima e respeito à professora Suzzana Alice por
todo respaldo concedido nesta jornada acadêmica e por ter feito valer cada vez
mais o curso de pedagogia dentro desta instituição.
6
“Uma criança que não sabe brincar,
uma miniatura de velho, será um
adulto que não saberá pensar”.
Chateau (1987).
7
RESUMO
O presente estudo monográfico objetivou identificar a compreensão que os
professores de educação infantil tem sobre ludicidade. Dentro desse contexto
buscamos vários autores para subsidiar nossa pesquisa, dentre outros: Ferreira
(1986); Ximenes (2000); Freire (1992); Dallabona e Mendes (2004); Gentilli e
Alencar (2005); Almeida (2003); Kulisz (2004); Maturana (2004); Luckesi
(2008). Utilizamos a pesquisa de cunho qualitativo e como instrumentos de
coleta de dados o questionário aberto, fechado e a observação. Os resultados
obtidos através das análises e interpretação dos dados apontam que as
professoras pesquisadas possuem um conhecimento significativo sobre
ludicidade e que contribui de forma importante na construção do novo saber de
seus alunos, pois através de seus discursos transmitiu conhecer que o lúdico é
algo inerente a criança e faz o processo de ensino-aprendizagem torna-se
prazeroso, significativo, divertido e facilitador e ainda reconhecem-se como
mediadores nesse processo.
Palavras-chave: Compreensão, Professores, Educação Infantil e
Ludicidade.
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: Gênero..........................................................................................38
FIGURA 02: Formação......................................................................................39
FIGURA 03: Tempo de docência......................................................................39
FIGURA 04: Renda mensal...............................................................................40
FIGURA 05: Carga horária................................................................................41
FIGURA 06: Quantidade de alunos por turma...................................................41
FIGURA 07: Capacitação para trabalhar com ludicidade..................................42
FIGURA 08: Conceito de ludicidade..................................................................43
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 11
CAPÍTULO I..................................................................................................... 13
1. EDUCAÇÃO INFANTIL: O COMPLEXO PROCESSO DE APRENDER
BRINCANDO. ............................................................................................... 13
CAPÍTULO II.................................................................................................... 18
2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 18
2.1 O sentido da compreensão no contexto social.................................... 18
2.2 O Professor de Educação Infantil: os desafios inerentes a profissão.. 20
2.3 A importância da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem ... 24
2.4. Um Novo Olhar Sobre a Educação Infantil......................................... 27
CAPÍTULO III................................................................................................... 31
3. OS CAMINHOS DA PESQUISA............................................................... 31
3.1 Pesquisa qualitativa ............................................................................ 31
3.2 Lócus da pesquisa .............................................................................. 32
3.3 Sujeitos da pesquisa ........................................................................... 33
3.4 Instrumentos de coleta de dados ........................................................ 33
3.4.1 Observação .................................................................................. 33
3.4.2 Questionário fechado.................................................................... 34
3.4.3 Questionário Semi-aberto:............................................................ 35
CAPÍTULO IV................................................................................................... 37
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ......................................... 37
4. 1Características dos sujeitos pesquisados: .......................................... 37
4.1.1 Gênero.......................................................................................... 37
4.1.2 Formação: .................................................................................... 38
4.1.3 Características dos professores segundo o tempo de docência: . 39
4.1.4 Renda mensal............................................................................... 40
4.1.5 Carga horária de trabalho:............................................................ 40
4.1.6 Quantidade de alunos por turma: ................................................. 41
4.1.7 Capacitação das professoras para trabalhar com a ludicidade: ... 42
4.1.8 Conceito de ludicidade por parte dos sujeitos: ............................. 42
4.2 Dados do questionário aberto. ............................................................ 43
4.2.1 A ludicidade como instrumento pertinente na prática pedagógica 43
10
4.2.2 Ludicidade: o brincar e suas potencialidades no desenvolvimento
da criança.............................................................................................. 45
4.2.3 A importância do lúdico na educação infantil................................ 46
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 48
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 50
APÊNDICES
11
INTRODUÇÃO
A presente tese monográfica de conclusão do Curso de Pedagogia
intitulada Ludicidade na Educação Infantil: Aprender brincando é uma
gostosura apresenta um estudo voltado para questões educativas das escolas
públicas municipais de educação infantil do município de Senhor do Bonfim.
Diante desse contexto enfatizamos que ao executar o trabalho,
buscamos identificar quais as compreensões que os professores da educação
infantil tem sobre ludicidade, uma vez que necessário se faz sensibilizar os
profissionais da educação, sobre o importante papel que os jogos, brincadeiras
e brinquedos exercem no desenvolvimento da criança. Portanto é preciso
conhecer o significado do brincar, tornando-se também fundamental analisar o
papel do professor neste processo lúdico.
A presente pesquisa visou também, contribuir com as discussões acerca
da ludicidade na sala de aula da educação infantil, bem como instigar reflexões
sobre a aprendizagem de forma lúdica.
Nossa pesquisa está estruturada em quatro capítulos que seguem:
No capítulo I foi abordado o percurso histórico do lúdico e sua
contribuição no processo de ensino e aprendizagem da educação infantil,
destacando a importância dos jogos e brincadeiras no processo de educação
do infante. Buscamos nos embasar nos seguintes teóricos: Mello (2002);
Gentilli (2008); Rosamilha (1979); Dohme (2005); Priore (2000); Kishimoto
(1999) e Kramer (2005).
O capítulo II apresenta o “referencial teórico” com os respectivos
conceitos-chave e os teóricos que deram sustentação à nossa compreensão
dos significados das palavras que nortearam a pesquisa: Ferreira (1986);
12
Ximenes (2000); Freire (1992); Dallabona e Mendes ( 2004); Gentilli e Alencar
(2005); Almeida (2003); Kulisz (2004); Maturana (2004); Luckesi (2008);
Almeida (1995); Campos (1986); Feijó (1992); Gentilli e Alencar (2001);Silva
(2005); Kramer (1998); Friedmann (2002), Alves (2008) e Kramer (2005).
O capítulo III é composto pela metodologia que norteou o
desenvolvimento da pesquisa. Optamos por uma metodologia de caráter
qualitativo e assim através dela utilizamos a observação e o questionário
fechado com o objetivo de traçar o perfil dos sujeitos pesquisados e o
questionário semi-aberto que buscou coletar as concepções que os
professores da educação infantil têm de ludicidade.
No capítulo IV foi realizada a apresentação, análise e interpretação dos
resultados coletados na pesquisa. Para uma melhor compreensão dos
resultados dividimos as análises em categorias e assim registramos gráficos e
concepções dos sujeitos a cerca do tema abordado.
Na última etapa desse trabalho apresentamos nossas considerações
finais que nos mostram os resultados obtidos através da pesquisa realizada,
evidenciando as compreensões que os professores de educação infantil têm
sobre ludicidade.
13
CAPÍTULO I
1. EDUCAÇÃO INFANTIL: O COMPLEXO PROCESSO DE APRENDER
BRINCANDO.
O paradigma de ensino vivenciado em nossas escolas nos últimos anos
vem atingindo um elevado índice de insatisfação de todos os sujeitos inseridos
no processo educacional. O grande número de evasão, reprovação e baixo
nível de aprendizagem, instigam-nos para uma necessidade de repensar
significadamente o currículo proposto, que dá respaldo ás ações pedagógicas
de nossas escolas públicas. Nesta perspectiva Mello (2002) afirma:
É no currículo ensinado e aprendido que se concretizam as
intencionalidades. Há um desencontro entre o que o professor
formaliza no seu planejamento, ou diz que faz e ensina, e aquilo de
fato acontece em sala de aula. Desejos e projetos transformam-se
em discursos para visitantes e autoridades, mas não refletem a
realidade. É preciso tomar alguns cuidados especiais para que as
melhores intenções não caiam no vazio, ou induzam a prejuízos
irreparáveis na formação dos alunos (p.35).
Para tanto, necessário se faz buscar ações que tenham enfoque central
nos sujeitos e que estejam realmente comprometidos com a formação de
cidadãos críticos e politizados na sociedade a qual fazemos parte.
É dentro deste contexto que evidenciamos o quão importante é refletir
sobre ludicidade, a qual tem conquistado ultimamente um imprescindível
espaço dentro de alguns seguimentos da escola e sociedade como um todo,
que tem percebido uma regressão conseqüente da não valorização da
ludicidade. Portanto, surge também a necessidade de estimular essa discussão
na Educação Infantil, já que é um processo importante na formação do sujeito
como ser histórico e social, construtor e transformador de sua realidade.
14
Desde a infância a ludicidade se faz presente, porém precisamos
realizar práticas que dêem fundamento de seu significado na educação,
inclusive como forma e incluir todos os alunos no processo de construção de
conhecimento, diminuindo a exclusão. Diante disso Gentili (2008) salienta:
A educação “vale” não porque nos oferece os atributos que nos
tornam desiguais (ou seja, competitivos) no mercado, mas por nos
ajudar a construir juntos aquilo que nos iguala, que nos une de forma
íntima e que nos humaniza: nossa dignidade e o direito inalienável
que temos a não sermos humilhados pela injustiça, pela pobreza,
pela exclusão e pela negação de oportunidades ( p.149).
A Educação Infantil é constituída de um espaço de aprendizagem que
visa desenvolver as habilidades psicomotoras, intelectuais e sócio-afetivas da
criança e isso proporciona-a , a oportunidade de manifestações de autonomia e
criatividade. Sendo assim, é preciso desenvolver um trabalho educativo
prazeroso para elas e desta forma é que abordamos a ludicidade como uma
das maneiras mais significativas de envolver a criança nas atividades, pois a
brincadeira é algo inerente na criança, é sua forma de trabalhar, refletir e
descobrir o mundo que a cerca.
É válido ressaltar que jogos, brinquedos e brincadeiras fazem parte do
mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu início.
Nesta visão Rosamilha (1979) alerta:
A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí
um artifício que a natureza encontrou para levar a criança a
empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental.
Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao
nível da criança, fazendo e seus instintos naturais, aliados e não
inimigos (p.77).
O lúdico quando bem trabalhado e aplicado, torna-se um recurso
facilitador e prazeroso no processo de ensino-aprendizagem. Promovendo uma
maior interação e socialização entre alunos e professores, desenvolvendo
assim na criança o seu cognitivo e emocional. Neste contexto Dohme (2005)
diz:
O uso do lúdico na educação prevê, principalmente a utilização de
metodologias agradáveis e adequadas ás crianças que façam com
que o aprendizado aconteça dentro do “seu mundo”, das coisas que
lhes são importantes e naturais de se fazer, que respeitem as
15
características próprias das crianças, seus interesses e esquemas e
raciocínio próprio (p.15).
É preciso estarmos atentos ás funções educativas da ludicidade, para
que possamos compreender o valor que ela tem na formação do indivíduo.
Brincar oportuniza a criança a comunicar-se consigo mesma e com o mundo,
faz com que ela aceite a existência dos outros e estabeleça relações sociais,
aceite regras, construa seus conhecimentos e se desenvolva integralmente.
Segundo Priore (2000), por meio dos jogos a criança, em todos os
tempos, estabelece vínculos sociais, ajustando-se ao grupo e aceitando a
participação e outras crianças com os mesmos direitos. Aprende a ganhar, mas
também a perder.
Faz-se pertinente salientar que quando a criança propõe e aceita
modificações, ela acata regras, aprende a apoiar o mais fraco e vivencia o
sentimento de alegria ao sair-se vitorioso, além de se tornar confiante e seguro.
O sentimento de aborrecimento também é vivenciado no momento que perde,
mas aprende inclusive a enfrentar a realidade e desta forma aprende a agir
como ser social e cresce.
De acordo com Piaget (1971) (apud Kishimoto, 1999) quando brinca a
criança assimila o mundo da sua maneira, sem compromisso com a realidade,
pois sua interação com o objeto, não depende a natureza do objeto, mas da
função que a criança lhe atribui.
Pouco a pouco, a ludicidade vem se expandindo e sendo encarada
como uma atividade séria e construtora de conhecimentos da criança,
independente do tempo. Evidenciamos que a valorização da ludicidade pode
ser um meio pertinente de se quebrar com as correntes que vem aprisionando
o processo de educação, por isso uma prática pedagógica que lide com uma
aprendizagem prazerosa, e com emoções de cada aluno é fundamental para
que as relações sejam vivenciadas positivamente e o professor se torna
responsável, juntamente com a comunidade escolar por esta realidade.
16
Sabemos que uma das grandes e diversas competências da Educação
Infantil é oferecer aos seus educandos um ambiente rico em atividades lúdicas,
uma vez que, a maioria das crianças hoje em dia vivencia grande parte da sua
vida nas escolas. O lúdico por sua vez desencadeia um desenvolvimento sadio
e harmonioso nas crianças, instigando-as cada vez mais a ter prazer e vontade
de retornar a escola, fazendo desta um local de diversão e lazer. Sendo assim
Kramer (2005) escreve que:
Estudos contemporâneos sobre a infância enfatizam que a criança é
um sujeito social, que possui história e que, além disso, é produtora
e reprodutora do meio no qual está inserida, atuando, portanto como
produtora de história cultural. (p.133).
Abordamos assim a relevância da ludicidade na educação infantil, pois
ela é agente de um ambiente coerente e motivador. Ao inserir crianças em um
espaço lúdico, estamos valorizando e respeitando a sua cultura, á sua vivência
e acima de tudo estaremos defendendo seus interesses particulares e desejos.
A educação é um processo no qual desaliena uma sociedade como um
todo, fazendo-a progredir em todos os seus aspectos sejam eles econômicos,
sociais entre outros, uma vez que educar é praticar a liberdade para lutar por
uma sociedade mais igualitária, mais justa e humana. Segundo Gentili (2008):
A educação torna-se uma prática de liberdade quando nos ajuda a
construir os sentidos sobre os quais uma sociedade justa deve ser
estruturada. A razão de ser a educação, em uma sociedade
radicalmente democrática, reside em sua capacidade para gerar
barreiras cognitivas e axiológicas, saberes e valores, sensibilidades
e práticas que operam como defesas individuais e coletivas contra a
humilhação que a violação dos direitos humanos produz (...) (p.149).
Ainda em se tratando de educação é preciso afirmar que a mesma
precisa ser inovada e adequada à realidade vivenciada pelos alunos e que
tenha uma proposta que possa romper com os paradigmas existentes
priorizando o ensino-aprendizagem, para que este aconteça de forma
prazerosa. Foi nesta visão que se fez necessário abordar a ludicidade, por ser
uma temática determinante e pertinente no processo educacional do Brasil, do
17
semi-árido nordestino baiano onde se localiza a cidade de Senhor do Bonfim.
Esta última é a cidade onde se situa o lócus da presente pesquisa.
Acreditamos, pois que as ações educacionais e formativas dos alunos
irão depender em grande parte da postura dos professores em relação ao
processo educativo como um todo, afinal eles são os mediadores do
conhecimento, sendo que, suas atitudes e interferências no fazer pedagógico
dependerão de suas compreensões de mundo. Diante desta abordagem
pretende-se saber: quais as compreensões que os professores da Educação
Infantil têm sobre ludicidade.
Mediante a questão de pesquisa anteriormente apresentada, elucida-se
o seguinte objetivo da pesquisa que é: identificar quais as compreensões que
os professores da Educação Infantil têm de ludicidade.
Assim surge a necessidade de discutirmos os conceitos-chave que
nortearam esta pesquisa.
18
CAPÍTULO II
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Através dos jogos e brincadeiras, a criança brinca para entender o seu
mundo. Expressar-se, organizar-se e principalmente socializar-se. É também
brincando que se constroem valores e se descobre novas formas de resolver
os problemas do dia-a-dia. Brincar faz parte da natureza da criança, por isso as
atividades lúdicas, viabilizam o desenvolvimento da criança sobre todos os
aspectos da organização das coisas relacionadas ao seu cotidiano; desenvolve
a linguagem e seus significados, a escrita, o raciocínio lógico, enfim,
competências que um sujeito precisa para amadurecer seu pensamento e atuar
no mundo como verdadeiro cidadão consciente de seus atos.
Neste sentido o papel do professor se faz relevante para o
desenvolvimento de todo esse processo. Para tanto, buscaremos identificar
neste estudo a compreensão que os professores da educação infantil têm
sobre ludicidade. Sendo assim, emergiram alguns conceitos-chaves que darão
norteamento a nossa discussão: Compreensões, Professores, Ludicidade e
Educação Infantil.
2.1 O sentido da compreensão no contexto social
A palavra compreensão vem do latim “comprehensione - ato ou efeito de
compreender, faculdade de perceber; percepção. Mas a percepção humana
vai, além disso, porque, na realidade, ela comporta uma parte e empatia e
identificação” (FERREIRA, 1986, p.442).
De acordo com o dicionário a língua portuguesa compreensão quer
dizer: “entender, assimilar, entender suas próprias motivações,
comportamentos” (XIMENES, 2000; p.234).
19
Trabalhar no indivíduo o sentido da compreensão é de suma importância
para que se tenha consciência de que fazemos parte de um todo em
construção e reconstrução. Em relação á prática da docência é importante que
se pratique o ato da compreensão, pois permite a troca entre aluno e professor
gerada pela empatia e que trará bons resultados no futuro de ambos. Diante
desta perspectiva Freire (1992) afirma:
Não importa em que sociedade estejamos, em que mundo nos
encontramos, não é possível formar engenheiros ou pedreiros,
físicos ou enfermeiras, dentistas ou torneiros, educadores ou
mecânicos, agricultores ou filósofos, pecuaristas ou biólogos sem
uma compreensão de nós mesmo enquanto seres históricos,
políticos e culturais; sem uma compreensão de como a sociedade
funciona (p.134).
Sendo assim, para que se execute a ludicidade em suas práticas
pedagógicas o professor precisa primeiramente compreender a ludicidade em
todo o seu contexto, compreender também em que mundo vive e que está
centrado no processo de integração dos alunos.
Portanto, a ludicidade vem contribuir de forma significativa nos
processos educativos, uma vez que ela favorece as experiências vivenciadas
pelos alunos. Nesta visão Dallabona e Mendes (2004) ressaltam:
O jogo e a brincadeira são experiências vivenciadas prazerosas.
Assim também a experiência da aprendizagem tende a se contribuir
em um processo vivenciado prazerosamente. A escola, ao valorizar
as atividades lúdicas, ajuda a criança a formar um bom conceito de
mundo, em que a afetividade é acolhida, a sociabilidade vivenciada,
a criatividade estimulada e os direitos da criança respeitados (p.110).
Cientes da importância do lúdico na formação integral das crianças
inseridas na educação infantil, é que afirmamos o quão importante se faz por
parte dos professores compreenderem o seu significado. Nesta perspectiva é
necessário ressaltar que tal compreensão promoverá um trabalho significativo
e gerador de conhecimentos.
O lúdico na educação infantil, tem por objetivo oportunizar ao
educador a compreensão do significado e da importância das
atividades lúdicas na educação infantil, procurando provocá-lo, para
que insira o brincar em seus projetos educativos, tendo
20
intencionalidade, objetivos e consciência clara de sua ação em
relação ao desenvolvimento e á aprendizagem infantil (Id.Ibid).
Sabemos que professores têm importante papel na formação dos
sujeitos e que antes de atender às necessidades de seus educandos é preciso
conhecer as suas. O que se percebe na maioria dos modelos de educação
atualmente praticados é que professores não procuram entender as
necessidades da infância, mas, fazer exigência. Em contrapartida, acreditamos
que os profissionais da educação precisam rever sua prática educativa, a fim
de possibilitar aos alunos uma aprendizagem que abra caminhos para
mudança social. Neste contexto, Gentili e Alencar (2005) conceituam
professores e professoras como:
(...) parteiras do futuro. Devem estar armadas de paciência,
serenidade, conhecimentos e compreensão as mudanças que não
acontecem fora das vontades dominantes na sociedade. Professores
têm a delicada tarefa de investigar a mina que é cada pessoa, com
suas preciosidades escondidas. Jóias que ele próprio, aluno ou
aluna, muitas vezes desconhecem (p.110).
O professor da educação infantil é um sujeito importante para o
desenvolvimento dos educandos, pois através de suas compreensões de
mundo e ações educativas ele poderá interferir significadamente na formação
das crianças. Baseado nesta reflexão surge à necessidade de estudar o
conceito de professor apresentado por teóricos.
2.2 O Professor de Educação Infantil: os desafios inerentes a
profissão
A educação traz muitos desafios para os que nela trabalham. O
professor é parte fundamental nos processos educativos e assim é preciso que
ele se conscientize de seu papel, que não se resume em transmitir conteúdos;
uma vez que não existe mais área ou espaço para uma educação limitado a
memorização, fatos e dados a respeito de determinados assuntos. Nesta
perspectiva Dallabona e Mendes (2004) ressalvam:
Na realidade, no contexto atual, já não há mais espaço para o
professor informador e para o aluno ouvinte. Há muito chegou o
tempo a convivência com a auto-aprendizagem, expressão autêntica
da construção o conhecimento que força o professor a tornar-se um
21
agilizador do processo ensino-aprendizagem, e o aluno, um
verdadeiro pesquisador (p.110).
O professor vive em constante mudança, assim acontece com a
educação e ambos precisam caminhar paralelamente, buscando ações que
objetivem a melhoria e desenvolvimento de seus educandos.
É evidente que o professor quando exerce em sua prática pedagógica a
ludicidade, ele está buscando melhorias para o desenvolvimento e
aprendizagem de seus alunos, pois educar ludicamente não desenvolve
somente o cognitivo, mas o emocional e o social da criança, fazendo-a ter bom
desenvolvimento em todos seus aspectos. Mas é preciso ter cuidado para que
não se caia no vazio e desvalorização das brincadeiras, educar ludicamente
não é aplicar lições para o educando consumir passivamente, educar é um ato
planejado, que visa tornar o indivíduo consciente e situado no mundo.
O lúdico vem de forma prazerosa seduzir as crianças para que elas
tenham vontade de aprender, resgatando e inovando o significado da palavra
escola. Sendo assim Gentili e Alencar (2005) enfatizam:
A professora não ensina, estimula a aprender. E só consegue isso
se incorporar novos saberes já acumulados. Todo conhecimento
autêntico é renovável, perenemente superável. Sim, cada
educadora tem responsabilidade específica, profissional: organizar
programa (ouvindo pais, alunos, comunidade escolar; indo além
dos livros, portanto), preparar aulas, desenvolver recursos
didáticos. Mas ela sabe que é mais importante produzir novas
perguntas, levantar indagações, do que trazer respostas prontas e
passar uma informação acabada (p.111).
Para que se consiga atingir um nível equilibrado e pertinente na
educação infantil, é necessário que professores repensem a sua prática
pedagógica, abrindo espaços para alegria, entusiasmo de aprender e
reconstruir o conhecimento, anulando de seu cotidiano a rigidez e o
tradicionalismo que ainda perpetua em nossa educação. “Propomos,
entretanto, aos educadores infantis, transferir o brincar em trabalho pedagógico
para que experimentem como mediadores, o verdadeiro significado da
22
aprendizagem com direito de aprender”. (DALLABONA e MENDES, 2004,
p.112).
Vivemos em um mundo globalizado, onde o sistema capitalista norteia a
nossa educação, colocando em prática seus interesses e prioridades e por sua
vez vem alijando o professor de sua função. As atividades lúdicas infelizmente
são estereotipadas em nosso sistema de educação, justamente pelo falso
significado que atribuem a elas, sendo também rotuladas de bobagem e
estigmatizadas pelos interesses de classes dominantes.
Portanto, cabe á escola e aos professores, introduzirem a prática da
ludicidade na educação infantil, ajudando os alunos a encontrar um sentido
para suas vidas. “Ao brincar, não se aprendem somente conteúdos escolares:
aprende-se algo sobre a vida e a constante peleja que nela travamos (Id.
Ibidem)”.
Acreditamos, pois que é justamente na infância que a criança se
identifica com as brincadeiras, é realmente algo inerente nela. Desta forma
enfatizamos o quanto é fundamental a ludicidade na educação infantil, uma vez
que, os benefícios gerados são de grande valia para as crianças. Diante disso
é válido ressaltar que os professores precisam ter em seu cotidiano práticas,
planejamentos e currículos atentados para questões lúdicas e assim também
terem seus objetivos e a intenção de desenvolver a aprendizagem infantil.
Ainda segundo Dallabona e Mendes (2004):
È preciso que o professor assuma o papel de artífice de um currículo
que privilegie as condições facilitadoras de aprendizagem que a
ludicidade contém nos seus diversos domínios, afetivo, social,
perceptivo-motor e cognitivo, retirando-a da clandestinidade e da
subversão, explicitando-a corajosamente como meta da escola
(p.112).
Nas realizações das atividades lúdicas, é importante que o professor não
as execute com insegurança ou desconhecimento de tais atividades,
necessário se faz que ele pesquise, leia, busque alternativas variadas e que ele
possa recriar. Nesta perspectiva Almeida (2003) enfatiza:
23
As atividades lúdicas alcançarão os seus objetivos e proporcionarão
prazer nos alunos. Já que a maior preocupação nessa fase é
oferecer á criança o maior número possível de estimulações e
cuidados especiais para o seu desenvolvimento (p.90).
Sabemos que o ensino precisa ser significativo para as crianças e assim
a busca de novas estratégias pedagógicas, como a ludicidade, vem diminuir as
dificuldades do professor e facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Assim
segundo Kulisz (2004, p.52):
O gosto pela docência está associado com o conhecimento
pedagógico do professor e com a experiência do prazer que ela
deposita na sua ação educativa, transformando essas experiências
de aprendizagens em momentos significativos para os alunos.
O professor necessita ser um organizador do ensino, de modo que se
organize situações que possibilite ao aluno adquirir consciência do significado o
conhecimento a ser alcançado e de forma sedutora busque cada vez mais a
integração de seus alunos na escola e fora dela. Kulisz citando Alves (2000)
diz que: “O ato de ensinar está também associado com a sedução, pois para
ele, o professor deverá fazer do conhecimento, um instrumento de prazer para
o aluno (...)” (p.18).
Na educação infantil o professor que se identifica com a docência
procura, através de suas ações educativas, construírem um ambiente que
propicie às crianças aconchego, caminho, atenção e compreensão,
possibilitando-lhes movimentar-se, expressar-se e relacionar-se de acordo com
as suas necessidades.
Diante deste contexto é válido afirmar que o professor que não gosta ou
não saiba brincar, será muito difícil, desenvolver atividades lúdicas com seus
alunos. Deste modo, é que se faz necessário que o professor desenvolva sua
própria ludicidade, desenvolva seu próprio prazer, para que não caia na
demonstração da artificialidade ao executar a ludicidade.
Para desenvolver uma melhoria na qualidade do ensino por meio do
lúdico, é necessário que os professores busquem estar participando de
24
formações educativas, a fim de aprimorar e ampliar seus conhecimentos, e
assim estabelecer novos significados das questões referentes ao processo de
ensino aprendizagem, por meio do lúdico. Sendo assim, é importante estarmos
compreendendo o significado de ludicidade e sua importância na educação.
2.3 A importância da ludicidade no processo de ensino-
aprendizagem
As crianças começam a estabelecer suas primeiras vivências coletivas
durante a gravidez e a partir do momento que ela nasce, surgem os contatos
familiares, fazendo com que elas sintam a presença do outro e percebam a
influência que as relações efetivas terão durante a construção de sua
consciência individual e coletiva. Para tanto, nos respaldamos em Maturana
(2004), que aprofunda essa reflexão afirmando o seguinte:
Adquirimos consciência individual e social por meio da consciência
corporal operacional. Esta, por sua vez, é por nós adquirida, no livre
brincar com nossas mães e pais ao crescermos como seres que
vivem na linguagem, na intimidade de nossa convivência com eles.
Perdemos nossa consciência social individual à medida que
deixamos de brincar. E assim transformamos nossas vidas numa
contínua justificação de nossas ações em função de suas
conseqüências, num processo que nos torna insensíveis em relação
a nós mesmos e os demais (p.232).
Desde os tempos remotos sabemos que as atividades lúdicas estiveram
presentes no processo educativo, mas em nosso país, só houve maior
discussão sobre o assunto, na década de 90, após a promulgação de nova Lei
de Diretrizes e Bases (LDB/1996), que possibilitou um repensar pedagógico em
todas as escolas e assim a atividade lúdica ganhou relevância e pertinência
como auxiliar da construção do conhecimento.
O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus”, que significa “jogo”,
mas o termo lúdico, em uso concepção mais abrangente, não pode limitar-se
somente a jogo e sim ao brincar, pois desperta prazer e espontaneidade.
Diante disso Luckesi (2008) ressalta:
O que a ludicidade traz de novo é o fato de que o ser humano,
quando age lucidamente, vivencia uma experiência plena. Com isso,
queremos dizer que na vivência de uma atividade lúdica, cada um de
25
nós estamos plenos, inteiros nesse momento; nos utilizamos da
atenção plena, como definem as tradições sagradas orientais.
Enquanto estamos participando verdadeiramente de uma atividade
lúdica, não há lugar na nossa experiência, para qualquer outra coisa
além dessa própria atividade... estamos inteiros, plenos flexíveis,
alegres, saudáveis (p.2).
A ludicidade implica diretamente na formação da criança e está ligada
aos aspectos afetivos e emocionais desses alunos que se envolvem nas
situações cotidianas da escola. Conforme Almeida (2003):
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento
permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático
enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua
prática exige participação franca, criativa, livre e crítica, promovendo
a interação social e tendo em vista o forte compromisso de
transformação e modificação do meio. (p.110).
A ludicidade na educação infantil é de grande relevância, pois quando os
alunos começam a brincar, jogar... Descobrem suas limitações sejam elas
relacionadas à psicomotricidade, aspectos físicos e inclusive a vivência social,
quem vem se tornando hoje um dos grandes problemas da nossa sociedade
individualista que sofre com pessoas frustradas com grande dificuldade de
trabalhar ou viver em grupo. A Ludicidade favorece o contato pessoal e permite
que a criança sinta o outro interagindo na sua vida. Dentro desse contexto
Dallabona e Mendes (2004) explicam:
Brincando o sujeito aumenta a sua independência, estimula sua
sensibilidade visual e auditiva, valoriza sua cultura popular,
desenvolve habilidades motoras, exercita sua imaginação, sua
criatividade, socializa-se, interage, reequilibra-se, recicla suas
emoções, sua necessidade de conhecer e reinventar e, assim,
constrói seu conhecimento (p.108).
O professor da educação infantil é um dos principais responsáveis por
uma prática pedagógica respaldada na ludicidade, pois como mediador do
conhecimento, ele poderá desenvolver uma formação crítica e politizada de
todos os alunos que estão sob sua responsabilidade. Campos (1986), afirma
esta idéia ao dizer que: A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da
aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma
de ensinar, relacionado a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer
aula”. (p.17).
26
Portanto é importante que o professor trabalhe e descubra as dimensões
lúdicas que existem em sua essência no seu trajeto cultural, de forma que
possam aperfeiçoar sua ação educativa. Segundo Feijó (1992): “O lúdico é
uma necessidade básica da personalidade do corpo e da mente, faz parte das
atividades essenciais da dinâmica humana”. (140).
A sociedade atual é cenário de vivências conturbadas, onde a maior
parte das pessoas desvalorizam o lúdico, devido a sobrecarga de atividades
profissionais. Sendo assim, muitas famílias não socializam com seus filhos os
valores que aprenderam durante a sua infância, inclusive as brincadeiras que
fazem parte de seu contexto social e que há tempos atrás eram utilizadas como
forma de perpetuação dos hábitos culturais.
Diante disso percebemos que as crianças já não vão mais às ruas para
brincar de bolas de gudes, pipas, pião, amarelinha, correr se divertir, mas ficam
em casa em frente a televisão ou computador que afastam a criança do
convívio social, uma vez que os programas utilizados e assistidos, em sua
maior parte não apresenta estruturas educativas. É importante ressaltar que
fatores como a violência, se faz presente em nossa sociedade, se tornando um
outro aspecto que contribui para que as crianças não brinquem nas ruas.
Em se tratando às questões relacionadas à ludicidade, Silva (2005) diz:
A criança já nasce com a necessidade de brincar. Hoje infelizmente,
as crianças não possuem o mesmo privilégio que as crianças de
alguns anos atrás possuíam. Elas podiam brincar tranquilamente na
rua, até uma certa hora da noite, sem problemas. As brincadeiras
eram transmitidas pelos pais e avós, e criadas pelas próprias
crianças. Elas brincavam intensamente todos os dias. A vivência
era rica e muito importante (p.19).
Acreditamos que o ato de brincar é tão pertinente para a criança da
mesma forma que as atividades profissionais são importantes para o adulto.
Por isso o lúdico de um modo geral, sendo aplicado com o propósito de educar
ou não, traz o contexto vivenciado no cotidiano para um fazer ativo, refazendo-
os ao relacioná-los com o imaginário. Quando as crianças brincam, elas
27
constroem o mundo dentro de seu contexto sócio-cultural, e isso irá ter reflexos
em sua vida futura.
2.4. Um Novo Olhar Sobre a Educação Infantil
A infância é uma fase importantíssima para o ser humano e assim
precisa ser encarada como fator primordial pelo adulto. A concepção de
educação infantil é historicamente construída e constantemente vem mudando
no decorrer dos tempos. No Brasil a educação infantil, teve sua origem
influenciada pela revolução industrial, uma vez que a mulher abandona os seus
afazeres domésticos, como cuidar da casa e dos filhos e se insere no mercado
de trabalho para auxiliar nas despesas da família.
E foi nesse contexto que a função assistencialista foi atribuída à
educação infantil, que por muito tempo foram considerados como verdadeiros
depósitos, onde seus filhos têm alimentação e um local gratuito para ficar
enquanto as mães saem para trabalhar.
Diante disso, Kramer (1998) aborda:
A herança histórica de constituição de educação infantil como etapa
da escolarização da criança pequena muitas vezes impede a
percepção de que “a educação infantil não se restringe aos aspectos
sanitários ou assistencial, mas não se resume tampouco, á mera
antecipação da escolaridade nem á transmissão seqüencial de
informações”(p.7).
A educação infantil precisa ser constituída de um espaço que visa
desenvolver as crianças em todos os seus aspectos, que busque priorizar-la
em todas as suas diferenças e assim romper com paradigmas e rótulos
direcionados a ela.
Há tempos a educação infantil não promovia uma integração
educacional e as crianças não tinham privilégios, mas aos poucos esse
contexto vem sofrendo modificações, uma vez que a educação infantil, hoje
obrigação do município e do Estado busca melhorias na qualidade do ensino,
28
buscando a formação de crianças críticas e afetivas por meio de inovação da
prática pedagógica.
Mas é válido ressaltar que esse processo é gradativo, pois ainda é
perpetuado em nosso meio social um estereótipo que inferioriza a educação
infantil ao compreendê-la como desnecessária. Ainda Kramer (2005) salienta:
O que se observa ainda, nas práticas de educação infantil é uma
ênfase ora em aspectos assistenciais, ora em caráter pedagógico, no
sentido de transmissão de conhecimentos. Cabe perguntar: no
contexto dessas práticas, onde fica a criança como sujeito social?
Sua história, seu saber, sua identidade, que espaço tem ocupado a
criança como sujeito histórico-cultural nas políticas de formação dos
professores de educação infantil? (p.135).
Sabemos que a infância é perpetuada por brincadeiras e diversões, mas
quando atrelamos o brincar com a educação infantil, percebemos o descaso e
a desvalorização por parte dos que formam a comunidade escolar. Nesta
perspectiva é que abordamos o lúdico como instrumento prazeroso e facilitador
no processo de aprendizagem da educação infantil.
O lúdico não só proporciona prazer nas crianças, como promove todo
um desenvolvimento necessário para que ela se torne um adulto saudável e
ativo na sociedade. Acreditamos, pois, que o lúdico não é a única maneira de
auxiliar com eficiência no desenvolvimento do infante, mas é relevante e
pertinente no processo de formação dele.
Assim os professores precisam trabalhar ludicamente, tendo consciência
e conhecimento da ludicidade para que não corra o risco de tornar tais
atividades sutis. Para Friedmann (2002):
É fundamental tomar consciência de que a atividade do lúdico infantil
fornece informações elementares a respeito da criança: suas
emoções, a forma como interage com seus colegas, seu
desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível
lingüístico, sua formação moral, e mais, nessa perspectiva, o
professor é mais do que um orientador: ele deve ser um desafiador,
colocando dificuldades progressivas no jogo, como uma forma de
avançar nos seus propósitos de promover o desenvolvimento ou
para fixar a aprendizagem. Esse é o grande papel do professor
enquanto educador lúdico e criativo. (p.14-15).
29
Sabemos que a educação é definitiva na formação do sujeito, sendo elas
responsável pelo desenvolvimento da criança. Durante muito tempo a criança
foi a miniatura de um adulto, ou seja, ela era humilhada e reprimida pelo adulto
e somente fazia o que lhe era determinado.
Com o passar dos anos foi se observando a importância da educação
infantil na vida das crianças e o que pode desencadear de forma positiva para
elas. Assim o Estado, determinado pela constituição de 1988, passou a
legalizar com seu dever e direito das crianças. Nesta perspectiva diz a LDB
(Lei de Diretrizes e Bases) Art. 29: “A educação infantil, primeira etapa da
educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança
até seis anos de idade, complementando a ação da família e da comunidade
(Lei 9394, de dezembro de 1996)”.
A educação infantil é uma etapa que ao longo do processo educativo,
passou por várias fragmentações decorrentes de políticas precárias e
desfavorecimento em toda a sua estrutura funcional, pedagógica e social.
Segundo Kramer (2005):
Quanto à historia e política de educação infantil, no Brasil é
constante a prática de criar e extinguir órgãos com as mesmas
funções. Mais que um problema administrativo, essa pulverização
revela que a criança é encarada de modo fragmentado (p.17).
Saúde, assistência e educação não se articularam ao longo da história,
ao contrário, o atendimento se fragmentou, e cada área é apontada como
causa quando na verdade é conseqüência das condições em que vivem as
crianças. A educação infantil passou a utilizar a ludicidade no processo de
formação das crianças, a partir do momento que se identificou no modelo
tradicional de educação uma ação pedagógica que desfavorecia os jogos, as
brincadeiras e a aprendizagem de forma divertida.
Sendo assim percebeu-se o lúdico como instrumento prazeroso e
facilitador no processo de ensino-aprendizagem da educação infantil, que visa
desenvolver um caminho para o saber, e que promova a formação de
30
indivíduos independentes, para que as crianças consigam refletir de forma
crítica sobre si e sobre o mundo em que vivem.
É comum ouvimos dizer que a escola é lugar de estudar e não de
brincadeiras e isso faz com que as crianças percam o direito de brincar. Diante
disso, Alves (2008) afirma que:
Mesmo sabendo que o lúdico facilita a aprendizagem, as
brincadeiras e o jogo na escola ainda são marginalizados, pois,
apesar de serem reconhecidos “Como meios de comunicação e
expressão, é ainda bastante sutil a sua legitimidade enquanto
elementos educativos dentro da escola, possivelmente, por obterem
ainda uma conotação sem significado, voltados para a não
seriedade”. (p. 2).
Compreendemos a educação infantil, como etapa inicial da formação de
um indivíduo e isso requerem atenção e cuidados voltados para eles. É na
educação infantil que a criança inicia os seus primeiros contatos, ou seja, após
a socialização com a família, ela se insere na escola em busca do mesmo
prazer e aconchego que existe em casa. Nesta visão Almeida (2003) relata
que:
A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar
um amigo, um guia, um animador, um líder, alguém muito consciente
e que se preocupe com ela e que faça pensar, tomar consciência de
si e do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir
com ela uma nova historia e uma sociedade melhor (p. 195).
Esse período da educação deve ter suas práticas pedagógicas voltadas
para o desenvolvimento cognitivo, social e psicomotor da criança, buscando
sempre priorizar seus anseios e vivências no decorrer do cotidiano, valorizando
todo o seu contexto, visto que a criança não é um ser vazio, mas que traz uma
bagagem dentro de si e muitas vezes passam despercebidos ou
desvalorizados por seus professores. Por isso, acreditamos que por meio da
ludicidade o professor possibilitará às crianças maior dinamismo, e
desenvolvimento como sujeito construtor de sua história e cultura.
Os caminhos desta pesquisa foram norteados por dados quantitativos e
qualitativos que nos permitiu discutir a metodologia utilizada para realização
deste trabalho.
31
CAPÍTULO III
3. OS CAMINHOS DA PESQUISA
O processo metodológico é uma etapa primordial dentro de uma
proposta de pesquisa na área das ciências humanas, uma vez que fornece os
subsídios necessários para análise e interpretação de dados. Portanto,
compreendemos que a metodologia está relacionada às concepções teóricas e
práticas de uma determinada realidade. Minayo e Deslandes (2008) apontam:
Entendemos por metodologia o caminho do pensamento e a prática
exercida na abordagem da realidade, ou seja, a metodologia inclui
simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos
de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade
do pesquisador (sua experiência), sua capacidade pessoal e sua
sensibilidade) (et.al, p.14).
A metodologia da visibilidade à forma de como será conduzida uma
pesquisa. Por meio dela, o pesquisador busca respaldo em algumas técnicas
que tenham coerência em relação à proposta de estudo. Sendo assim,
utilizamos a pesquisa qualitativa permeada por dados quantitativos e norteada
por instrumentos de coleta de dados, a fim de alcançarmos nosso objetivo.
3.1 Pesquisa qualitativa
A abordagem do trabalho desenvolvido foi no modelo de pesquisa
qualitativa, a qual oferece um vasto campo de opções para o pesquisador, que
necessita ter bom senso, autocrítica sobre o conhecimento da temática
pesquisada e os limites que esta prática impõe, ou seja, o pesquisador da área
social e educacional não poderá compreender as informações somente de
maneira quantitativa. Nesta visão, a pesquisa qualitativa segundo Ludke e
Menga (1986): “enfrenta desafios, pois a mesma deverá captar a realidade
dinâmica e complexa de seu objeto de estudo”.
32
A opção por este paradigma se deu pelo fato de estarmos inseridos em
um contexto educativo, onde os sujeitos principais são indivíduos ricos em
diversidade cujas ações cotidianas são perpassadas por conflitos e
subjetividades. Machado e Almeida (2006) salientam que:
A pesquisa qualitativa (interpretativa) é considerada como aquela
onde os pesquisadores interessam-se por compreender os
significados que os indivíduos dão a sua própria vida e as suas
experiências. O ponto de vista, o sentido que os atores dão aos seus
comportamentos humanos e sociais. Mas estes significados e estas
interpretações são abordados nas interações sociais onde os
aspectos políticos e sociais afetam os pontos de vista dos atores. Há
concordância de que interesses sociais e políticos orientam as
integrações dos atores (p.32).
Dentro da proposta de estudo sobre ludicidade na educação infantil,
compreendemos como relevante o contato do pesquisador e sujeito
pesquisado, pois tivemos maiores possibilidades de estabelecer contatos e
compreender o contexto em que estamos inseridos. Ludke e Menga (1986)
enfatizam: “a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos,
obtidos no contato direto do pesquisador com situação estuda, enfatiza mais o
processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos
participantes” (p.13).
A pesquisa educacional com subsídio da pesquisa qualitativa necessita
de um ambiente para que possa analisar seu objeto de estudo.
3.2 Lócus da pesquisa
O lócus escolhido para a realização da pesquisa teve grande
pertinência, pois fez com que o pesquisador refletisse sua proposta de estudo.
Sendo assim foram escolhidos duas escolas públicas municipais, situadas na
cidade de Senhor do Bonfim: Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho que
atende a quatro turmas de educação infantil, duas nos turno matutino e duas
no turno vespertino e a Fundação de Assistência a Criança e ao Adolescente
33
(FUNDAME), que atende três turmas de Educação Infantil, sendo que todas as
três funcionam no turno matutino.
3.3 Sujeitos da pesquisa
Os sujeitos foram 07 professoras da educação infantil das escolas
municipais supracitada, sendo que 03 professoras trabalham na (FUNDAME) e
04 na Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho. Esses sujeitos foram
escolhidos em nossa pesquisa, pelo fato de estarem inseridos em um contexto
de educação infantil municipal, como também por compreendermos a
importância que esses profissionais têm na formação das crianças.
3.4 Instrumentos de coleta de dados
Utilizamos como instrumentos de coleta de dados a observação, o
questionário fechado, e o questionário semi-aberto para identificarmos as
compreensões que os professores de educação infantil têm sobre ludicidade.
Vale ressaltar que os sujeitos da pesquisa se negaram a participar da
entrevista precisando a pesquisadora mudar o recurso da pesquisa o que não
alterou significadamente a sua trajetória.
Para tanto, é relevante estarmos discutindo e aprofundando cada um
dos instrumentos.
3.4.1 Observação
A observação constitui-se em um procedimento relacionado à pesquisa
qualitativa. É uma atividade que requer atenção e olhar aguçado, pois é
justamente nas ações simples do dia a dia de nossas escolas, professores e
alunos, que somos conduzidos a compreender os fatores que favorecem, ou
causam regresso ao processo de ensino aprendizagem. Em relação a este
instrumento Marconi e Lakatos (1996) afirmam:
34
A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir
informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados
aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas
também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar
(p.79).
Através da observação tivemos a oportunidade de melhor conhecer os
nossos sujeitos, o lócus da pesquisa e suas interações que ampliaram nossos
horizontes em relação às questões relacionadas à ludicidade. Dessa forma,
Ludke e Menga (1986) afirmam que: “a observação é o método mais adequado
para investigar determinado problema” (p.26).
A observação auxiliou a pesquisadora na identificação dos aspectos
relevantes à problemática pesquisada. Desempenhando papel importante no
contexto da descoberta e no contato mais direto com a realidade, possibilitando
a aplicação de outros instrumentos para a coleta de dados.
3.4.2 Questionário fechado
A utilização do questionário aconteceu por acreditarmos que este é um
instrumento eficiente, popular e pode ser utilizado para diversos fins. Com ele
pudemos levantar informações pertinentes para facilitar a compreensão da
problemática apresentada. O questionário fechado não exige a presença do
pesquisador no momento da aplicação. Sobre esta técnica, Barros (2000)
afirma que:
O questionário é o instrumento mais utilizado para o levantamento de
informações. Não está restrito a uma determinada quantidade de
questões, porém aconselha-se que não seja muito exaustivo,
desanimado (p.90).
Em se tratando deste instrumento de coleta de dados, Forquin (1993)
aborda o seguinte:
Um questionário não é uma seqüência de perguntas colocadas umas
após outras, sem nenhum cuidado, mas um arranjo de questões que
segue uma ordem rigorosamente estudada, tanto no que diz respeito
à ordem geral das questões, como ao número de questões
elaboradas (p.123).
35
O questionário é considerado também como uma técnica verbal. Por
isso percebe-se a sua utilidade em uma investigação social, apesar de que tal
instrumento não faz interferências no comportamento dos sujeitos como a
como outras técnicas qualitativas. Portanto, Dotta (2006) enfatiza o seguinte:
Dentre as técnicas verbais, encontram-se ainda o questionário que,
embora possua limitações para captar o contínuo burburinho e
diálogo permanente ao qual Moscovici se refere, pode ser útil e
talvez o único instrumento viável quando se trata de grandes
amostras (p.43).
Dentre as várias possibilidades que o questionário proporciona,
estaremos utilizando com maior eficácia o questionário fechado, a fim de traçar
o perfil dos sujeitos de pesquisa e identificar posturas e compreensões dos
sujeitos em relação ao problema da pesquisa. Segundo Barros (2000), o
questionário fechado é aquele que apresenta categorias ou alternativas de
respostas fixas.
Este instrumento visa também adquirir informações que estejam
relacionadas à idade, gênero, estado civil, religião, renda mensal e etc. Trivinos
(1987) afirma que: “sem dúvida o questionário fechado, de emprego usual no
trabalho positivista, também o podemos utilizar na pesquisa qualitativa” (p.137).
Ao lado da observação e do questionário fechado, nos subsidiamos também no
questionário aberto.
3.4.3 Questionário Semi-aberto:
Outro instrumento utilizado na pesquisa foi o questionário aberto, que
uma vez aplicado aos sujeitos trouxe relevantes contribuições para nossa
análise. O questionário apresenta um conjunto de questões pré-estabelecidas,
que serão respondidas pelos pesquisados. Dessa forma, esclarecemos que
entre as variantes desse instrumento, optamos por ele.
Também chamamos livres ou não limitados, são os que permitem ao
informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir
opiniões. Possibilita investigações mais profundas e precisas;
entretanto, apresenta alguns inconvenientes: dificulta a resposta ao
36
próprio informante, que deverá redigi-la (MARCONI E LAKATOS,
1990, p.89).
A aplicação do questionário não exige a presença do pesquisador no
momento em que esta sendo respondido. Entretanto, é preciso ter cautela e
atenção no momento de sua análise para garantir a eficácia e validade das
informações nele contidas: Eis algumas vantagens:
a) Economizar tempo, viagens e obtêm grande número e dados.
b) Atinge maior número de pessoas simultaneamente.
c) Abrange uma área geográfica mais ampla.
d) Há mais tempo para responder e em hora mais favorável.
(idem, p.89).
Mas é válido ressaltar que o questionário aberto também apresenta
algumas limitações, pois a não presença do pesquisador durante sua
aplicação, repercutirá no atraso para serem devolvidos. Andrade (2007)
explica:
Para elaborar as perguntas de um questionário é indispensável levar
em conta que o informante não poderá contar com as explicações
adicionais. As perguntas abertas dão mais liberdade de resposta,
proporcionam maiores informações... (p.136-137).
Durante a aplicação, buscamos garantir o anonimato dos sujeitos, bem
como não interferir nas respostas que eles elaboravam. Sabemos que nenhum
instrumento, garante por si só a veracidade das informações adquiridas.
Portanto, a união dos três instrumentos (observação, questionário semi-aberto
e questionário fechado) permitiu-nos maiores possibilidades de compreender
informações coletadas.
37
CAPÍTULO IV
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A análise e interpretação de dados dessa pesquisa foi subsidiada por
meio dos teóricos e possibilitou adquirir um maior conhecimento a cerca da
compreensão dos professores de educação infantil sobre ludicidade. E assim
se faz necessário dizer que este é um momento crucial da pesquisa, pois
considera todo o seu contexto de forma crítica.
A seguir apresentamos as categorias construídas a partir das falas dos
professores, obtidas através dos instrumentos aplicados na investigação.
4. 1Características dos sujeitos pesquisados:
Esta categoria apresentará o resultado obtido com a aplicação do
questionário fechado que objetivou conhecer os professores de educação
infantil envolvidos na pesquisa. A seguir apresentamos o perfil dos sujeitos
conforme categorias estabelecidas:
4.1.1 Gênero
Dentre os sujeitos pesquisados, há uma forte predominância do sexo
feminino, que representa 100%. Isso reafirma o que aprendemos ao longo de
nosso processo formativo, apontando a história do surgimento das escolas de
educação infantil que abrange ainda uma função assistencialista na visão do
meio social. Esta etapa da educação ainda se restringe aos cuidados da
professora para cuidar e proteger as crianças, tornando seu papel igual ou
semelhante ao da mulher no lar. Sendo assim, é válido ressaltar que ainda
existe uma forte feminilização do magistério. Nesse contexto, os Referenciais
para Formação de Professores (1999, p.31) aponta: “A feminilização da função,
38
Gênero
100%
ao invés de representar de fato uma conquista profissional das mulheres, tem-
se convertido num símbolo de desvalorização social”.
É válido enfatizar que essa desvalorização promove uma compreensão
equivocada a cerca da mulher que com suas lutas e conquistas vem buscando
novos significados e sentidos quanto à formação e educação das crianças.
Ainda assim, Santos (1999) enfatiza: “A feminilização do magistério ocorreu
com a luta das mulheres para se estabelecerem profissionalmente,
configurando um nicho no mercado de trabalho ocupado por mulheres” (p.45).
Portanto, a construção histórica da educação infantil ainda permeia em
nosso meio social como uma etapa de educação que está direcionada aos
cuidados das mulheres, mas que felizmente vem surgindo gradativamente
novos paradigmas em relação a este fato que promove um novo neste sentido,
e que aos poucos vem modificando as concepções da sociedade.
4.1.2 Formação:
Os dados apontam que 57% dos sujeitos são graduados no curso de
pedagogia, 14% possuem especialização e 29% possuem formação mínima no
magistério. Sendo assim, é interessante abordar que os profissionais da
Feminino
Figura 01: Gênero
Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
39
Formação
29%
14%
57%
Magistério
Pedagogia
Especialização
Tempo de docência
43%
57%
Entre 4 a 5 anos
Acima de 10 anos
educação infantil estão buscando qualificação profissional para a melhoria de
sua prática pedagógica e isso se deve a legitimação do curso de educação
infantil como primeira etapa da educação básica após a promulgação da LDB
9394/96.
4.1.3 Características dos professores segundo o tempo de docência:
No que se refere ao tempo de exercício no magistério, dados
demonstram que todos os sujeitos desta pesquisa possuem acima de 3 anos
de trabalho. Sendo que 43% exercem a profissão entre 4 a 5 anos e 57% que
exerce a função acima de10 anos. É relevante observar que a maioria dos
sujeitos pesquisados exerce a docência há muito tempo.
Figura 02: Formação
Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
Figura 03: Tempo de docência
Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
40
Renda mensal
100%
4.1.4 Renda mensal
Ao analisarmos a figura abaixo que se refere a renda mensal dos
sujeitos, percebemos que 100% das professoras recebe mais de um salário
mínimo correspondente a 20 horas de trabalho semanal , sendo que as
professoras que possuem graduação ou especialização recebe um salário um
pouco superior ao dos professores que possuem somente o nível médio.
Diante desses dados observamos que a qualificação dos profissionais
da educação infantil também implica em um aumento de salário além de trazer
melhorias na prática docente. A função do professor no contexto educacional é
de suma importância para a melhoria da educação e infelizmente a sua
desvalorização salarial implica no seu desempenho tornando muitas vezes o
professor desestimulado.
4.1.5 Carga horária de trabalho:
Mais de um
salário
mínimo
Figura 04: Renda mensal
Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
41
Carga horária de trabalho
43%
57%
Trabalha dois turnos
Trabalha um turno
Das 07 professoras pesquisadas, 43% trabalham um turno com carga
horária semanal de vinte horas e 57% trabalham dois turnos com carga horária
semanal de quarenta horas.
Fica evidente que a maioria dos entrevistados trabalha dois turnos e isso
se deve a grande necessidade de suprir suas carências. Infelizmente o fato de
trabalhar assim muitas vezes compromete sua atuação como docente, pois
além de trabalhar com a educação infantil, também trabalham com outras
séries no turno oposto e isso faz com que não obtenha tempo e disposição
para preparar atividades lúdicas que requer mais dedicação e planejamento.
4.1.6 Quantidade de alunos por turma:
Em se tratando da quantidade de alunos por sala observamos que 100%
das turmas trabalhadas pelos sujeitos desta pesquisa, possuem mais de 20
alunos por sala de aula. Assim observando o gráfico podemos perceber que as
salas estão bastante lotadas.
Figura 05: Carga horária de trabalho
Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
Quantidade de alunos por sala
Acima de 20
alunos
42
Esse aspecto implicará no desenvolvimento da turma que pelo fato de
ser superlotada, comprometerá o trabalho das professoras, afinal as atividades
desenvolvidas em uma turma de educação infantil, requer mais atenção,
atendimento individualizado, espaço e respeito às limitações de cada criança.
4.1.7 Capacitação das professoras para trabalhar com a ludicidade:
Observando a figura abaixo percebemos que 71% das professoras
obtiveram capacitação para trabalhar com a ludicidade na graduação em
Pedagogia e 29% adquiriram capacitação na experiência de trabalho cotidiano.
Ressaltamos ainda que nenhuma das professoras adquiriram capacitação para
trabalhar com o lúdico em formações continuadas.
4.1.8 Conceito de ludicidade por parte dos sujeitos:
Dentre as diversas questões contidas no questionário fechado, uma
delas perguntava o que as professoras entendem por ludicidade. Sendo assim
Capacitação para trabalhar com a ludicidade
71%
29%
Graduação
Experiência
Figura 07: Capacitação para trabalhar com a ludicidade
Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
43
informamos que 100% das pesquisadas optaram por a mesma alternativa que
aborda o seguinte: Ludicidade significa um brincar significativo no processo de
ensino-aprendizagem.
Diante da opção escolhida pelos sujeitos observamos que eles possuem
um conhecimento significativo sobre o tema aqui abordado.
4.2 Dados do questionário aberto.
A partir desse momento estaremos apresentando nossas reflexões com
base nos resultados obtidos através da aplicação do questionário aberto às
professoras pesquisadas. Para tanto, pontuamos que a análise realizada
passou por um processo de categorização mediante a apresentação das
compreensões identificadas e para que preservemos a identidade dos sujeitos
utilizamos a sigla Profª e números arábicos crescentes de 1 a 7 como código
de identificação. Este procedimento nos possibilitou estabelecer 3 categorias
facilitando organização dos dados coletados. A ludicidade como instrumento
pertinente na prática pedagógica, Ludicidade: o brincar e suas potencialidades
no desenvolvimento da criança. Ludicidade: uma forma divertida de aprender.
4.2.1 A ludicidade como instrumento pertinente na prática pedagógica
Conceito de ludicidade
100%
Um brincar
significativo no
processo de
ensino
aprendizagem
Figura 08: Conceito de ludicidade
Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
44
O lúdico é uma maneira diferente de ensinar, pois permite um desenvolvimento
global e uma visão de mundo mais real. Através desse processo a criança
consegue expressar seus anseios e conviver com adversidades existentes no
dia a dia.
...Pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende
e confere habilidades preparando-se para ser um cidadão capaz de
enfrentar desafios e a participar na construção de um mundo melhor
(Profª1).
Através do lúdico a criança aprende com mais facilidade e expressa
suas idéias, seus sentimentos e medos (Profª2).
Diante de tais discursos percebemos a existência de uma compreensão
favorável em relação a ludicidade por parte das professoras, pois ao assumir
uma postura que prioriza as atividades lúdicas, demonstram a pertinência da
ludicidade na prática pedagógica. De acordo com o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil:
Por meio de brincadeiras os professores podem observar e construir
uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em
conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades
de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e
dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. (BRASIL, 1988,
p.28).
A prática da ludicidade é uma metodologia que proporciona mais prazer
e significado ao processo de ensino aprendizagem tendo em vista que é
também um instrumento que propicia um estímulo da vida social e o
desenvolvimento da criança. Professoras afirmam:
O lúdico na educação infantil ou séries iniciais, ou seja, aplicado à
prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da
criança, como também possibilita ao professor tornar as aulas mais
dinâmicas e prazerosas (Profª6).
As crianças desenvolvem capacidades importantes, tais como
atenção, imitação, a memória, a imagina e a socialização por meio
da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis
sociais (Profª5).
Acreditamos que as professoras podem encontrar nas brincadeiras e
jogos, um meio eficiente de fortalecer e subsidiar sua prática educativa,
45
principalmente quando atua em uma turma de educação infantil. Santos (1997)
aponta:
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e
não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do
aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal,
social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para
um estado interior fértil, facilita os processos de socialização
comunicação, expressão e construção do conhecimento. (p.12).
Quando as professoras expressam compreensões condizentes com os
atuais estudos que estão refletindo a ludicidade, nos fazem perceber que uma
aprendizagem prazerosa deixou de estar apenas nos conceitos dos grandes
teóricos e passou a fazer parte das atividades cotidianas de algumas escolas.
4.2.2 Ludicidade: o brincar e suas potencialidades no desenvolvimento da
criança
O brincar está presente na vida do ser humano desde a sua existência e
inclusive na fase da infância, pois a criança brinca não como uma forma de
passa tempo, mas sim como uma necessidade básica. Portanto, para manter o
equilíbrio com o mundo a criança necessita criar, inventar, reinventar, brincar,
jogar, entre outras atitudes que lhe proporcione prazer e desenvolvimento.
segundo as professoras:
A criança compreende a realidade través do brincar, interagindo com
outras crianças e participando de experiências reais (Profª7).
Enquanto se divertem as crianças nem imaginam que estão se
conhecendo, aprendendo e descobrindo o mundo (Profª5).
O brincar desencadeia diversas potencialidades, pois através desse
processo as crianças estimulam sua sensibilidade, aumentam sua
independência desenvolve a coordenação motora, valoriza sua cultura popular,
socializa-se, entre outros. Nesse sentido, quando brinca a criança constrói
conhecimentos e estimula sua formação de conceitos.
Nesta perspectiva Negrine (1994) salienta:
46
As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral
indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento
global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente
vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a
sociabilidade são inseparáveis sendo a afetividade a que constitui a
energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e
motriz da criança (p.19).
Eis algumas compreensões com elementos que evidenciam as potencialidades
do brincar:
È através da ludicidade que a criança estimula a criatividade, a
socialização a crítica, desenvolvendo a linguagem o pensamento e a
auto-estima (Profª1).
È uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da
identidade e da autonomia. os pequenos e envolvem nas atividades
de faz-de-conta para tentar entender o mundo que vivem e para isso
usam a imaginação (Profª5).
Uma das diversas vantagens da utilização do lúdico na educação infantil, é
como afirma a Profª5, é “o favorecimento na formação da identidade das crianças”.
Fortalecendo essas compreensões Maluf (2003) destaca que: “(...) É
importante a criança brincar, pois ela irá se desenvolver permeada por relações
cotidianas e assim vai construindo sua identidade, a imagem de si e do mundo
que acerca” (p. 20).
Para tanto acreditamos que a construção da identidade é uma etapa
importante para a formação das crianças, e é nesta perspectiva que
encontramos no lúdico caminhos para desenvolver a personalidade dos
sujeitos.
4.2.3 A importância do lúdico na educação infantil
A infância é um período subjetivo e complexo responsável pela formação
da personalidade, e construção de valores éticos e morais de todos as pessoas
independentes de etnia, religião, cultura, sendo a educação infantil uma etapa
importante para a formação humana. De acordo com Nicolau (1995):
A Educação Infantil visa à criação de condições para satisfazer as
necessidades de educação da criança, oferecendo-lhe um clima de
bem estar físico, afetivo social e intelectual mediante a proposição de
atividades lúdicas que promovam a curiosidade e a espontaneidade,
47
estimulando novas descobertas e o estabelecimento de novas
relações a partir do que já se conhece (p.21).
Para tanto, acreditamos que a educação infantil está diretamente ligada
a essa formação humanitária e lúdica, pois, é geralmente nos momentos
formativos que as crianças percebem-se como sujeitos atores/autores de suas
dinâmicas de sobrevivência e permanência nos espaços aos quais faz parte.
Brincadeiras são úteis porque enquanto brinca, a criança expressa
seus sentimentos, tanto de alegria e envolvimento como de angústia,
timidez, hostilidade, agressividade, medo, solidão, tristeza. Esses
momentos servem para o professor entender como o aluno está se
relacionando com o mundo (Profª5)..
Ressaltamos, pois que diante de todos esses aspectos, é preciso
destacar que a ludicidade tem como conseqüência uma forma divertida e
significativa no processo de ensino aprendizagem, e abrange à ampla visão
dos alunos. “O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão do
mundo mais real” (DALLABONA e MENDES, 2004; p.107).
Ao perguntarmos se as professoras concordavam com a citação de
Dallabona e Mendes (2004), identificamos através de alguns discursos
afinidade com idéias dos autores acentuando a validade do lúdico na
educação, como também respostas resumidas, demonstrando resistência aos
questionamentos:
É que através do lúdico a criança aprende com mais facilidade e
expressa suas idéias, seus sentimentos e seus medos (Profª2).
Porque a brincadeira e o jogo facilitam a aprendizagem e contribui no
desenvolvimento da criança (Profª3).
Sim (Profª4)
Sim (Profª1)
Pensar em educação infantil é pensar no ser humano, em toda sua
totalidade, talvez esse seja um elemento que traz muitos desafios para os que
trabalham na educação e se dedicam à sua causa, principalmente quando
fazemos referência ao processo de construção do conhecimento das crianças
que acontece de forma tão singular e ao mesmo tempo encantadora.
48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo seguido da produção dessa pesquisa que teve como objetivo
identificar as compreensões que os professores de educação infantil têm sobre
ludicidade, nos fez conhecer o significado que o lúdico tem no processo de
ensino aprendizagem.
Foi possível observarmos que as professoras vem gradativamente
aprimorando seus conhecimentos e colocando em prática a ludicidade, fator
que contribui com uma construção prazerosa do conhecimento, uma vez que
quando atuamos de forma lúdica promovemos uma relação entre escola, lazer
e processo educativo. Sendo assim, o uso do jogo, brinquedos e atividades
lúdicas nas escolas, nos horário de aula, está sendo uma ação positiva no
processo pedagógico facilitando a aquisição de novos conhecimentos.
O trabalho educativo a partir da ludicidade abre caminhos para que a
criança forme um bom conceito de mundo em que acolha a afetividade,
desenvolva a socialização e sua criatividade seja estimulada para que se torne
um cidadão crítico e ativo na sociedade fazendo valer seus direitos.
Diante das análises realizadas percebemos a importância que a
educação infantil tem na formação dos infantes, pois permite que as crianças
sonhem, vivam, criem, construam o seu mundo imaginário e possam vivenciá-
lo no real. Esta pesquisa também está direcionada para contribuição do
processo educativo, quanto se volta a socializar questões referentes à
ludicidade para os aqueles que fazem parte da educação como um todo.
É relevante afirmar que os sujeitos desta pesquisa, ou seja, as
professoras se comportaram com certo desentusiasmo diante dos
pesquisadores. Sendo assim surge alguns questionamos para futuros estudos
ligados ao não retorno que a Universidade dá aos sujeitos. Estas são, no
entanto, questões que subsidiarão novas pesquisas demonstrando o
49
inacabamento desta, que se faz inerente a todo processo de construção do
conhecimento.
Nossas construções teóricas e práticas no levaram a perceber que é
buscando novas maneiras de ensinar por meio do lúdico que alcançaremos
uma educação com maior qualidade, e conseguiremos satisfazer às
necessidades das crianças indo ao encontro de seus interesses.
50
REFERÊNCIAS
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Pedagógicos. São Paulo: Loyola, 2003.
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DALLABONA, Sandra Regina e Mendes, Sueli Mari Schimitt. O Lúdico na
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51
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MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento de
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XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2ªed.
Reformada. São Paulo, SP: Ediouro,2000.
53
54
UNEB- Universidade do Estado da Bahia
Departamento de Educação – Campus VII
Pedagogia 2005
( Questionário Semi-aberto)
Este instrumento de pesquisa tem como finalidade coletar informações de
professores do ensino de Educação Infantil, que fornecerá ao pesquisador
subsídios para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que tem por objetivo
identificar quais as compreensões que os professores da educação infantil tem
de ludicidade.
Agradeço a valiosa colaboração, manteremos o devido sigilo das informações,
em uma postura ética enquanto pesquisador.
1-Você aplica o lúdico em suas aulas?
( ) Sim, sempre aplico
( ) Às vezes quando tenho um tempinho aplico
( ) Não, não tenho (in)formação suficiente para aplicá-lo
Justifique:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________
2- Quanto às atividades lúdicas nas aulas
( ) É um processo difícil de incorporar
( )É incorporado na prática naturalmente
( )Ainda não tive tempo de entender esta temática
( )Prefiro as atividades tradicionais são mais rentáveis
Justifique:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
55
_______________________________________________________________
_______________________________________________________
3-Qual importância tem a ludicidade nas suas práticas pedagógicas?
( ) Muito
( )Pouca
( )Razoável
Justifique:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4- Você acha que o lúdico pode influenciar no desenvolvimento da criança?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5- Você concorda com a citação: “O lúdico permite um desenvolvimento global
e uma visão do mundo mais real” Dallabona e Mendes.
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6- Qual sua opinião a respeito do lúdico
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
56
UNEB- Universidade do Estado da Bahia
Departamento de Educação – Campus VII
Pedagogia 2005
(Questionário Fechado)
Este instrumento de pesquisa tem como finalidade coletar informações de
professores do ensino de Educação Infantil, que fornecerá ao pesquisador
subsídios para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que tem por objetivo
identificar quais as compreensões que os professores da educação infantil tem
de ludicidade.
Agradeço a valiosa colaboração, manteremos o devido sigilo das informações,
em uma postura ética enquanto pesquisador.
1 – Sexo
( ) Feminino ( ) Masculino
2 – Qual a sua formação?
( ) Formação geral ( ) Pedagogia
( ) Mestrado ( ) Ensino Fundamental
( ) Magistério ( ) Pós - Graduado
( ) Outros cursos superiores
3 -Há quanto tempo leciona?
( ) 1 ano ( ) 4 a 5 anos
( ) 2 a 3 anos ( ) mais, quantos____________
4 - Qual a série que leciona?
( ) Maternal ( ) Educação Infantil I ( ) Educação Infantil II
57
( ) Alfabetização ( ) Outra série ____________________
5- Quantos alunos têm em sua sala de aula?
( ) mais de 10 ( ) mais de 20 ( ) mais de 30
6- Qual sua renda?
( ) 1 salário mínimo ( ) de 2 a 5 salários mínimos ( ) acima de 6 salários
7- Trabalha quantos turnos?
( ) Só pela manhã ( ) Só pela tarde ( ) Os dois turnos
8- Tempo de atuação na Educação Infantil:
( ) 0 a 2 anos ( ) 3 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) 10 a 20 anos
9-O que você entende por ludicidade:
( ) Um brincar sem sentido.
( ) Um brincar significativo no processo de ensino-aprendizagem.
( ) Um brincar sem a necessidade de planejamento.
( ) Um brincar valioso para passar o tempo e ocupar as crianças, enquanto
elas se divertem.
10- Onde você adquiriu preparação para trabalhar o lúdico na sala e aula?
( ) Formação continuada ( Pós-Graduação)
( ) Na experiência
( ) Formação inicial ( Graduação)
( ) Não tenho formação

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  • 1. 0 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA -UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM-BA PEDAGOGIA 2005.1 GEORGIA BATISTA DE OLIVEIRA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO DE APRENDER BRINCANDO SENHOR DO BONFIM – BA 2009
  • 2. 1 GEORGIA BATISTA DE OLIVEIRA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO DE APRENDER BRINCANDO. Monografia apresentada como requisito parcial para avaliação da disciplina de Monografia, do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Orientador: Profª. MSc. Maria da Conceição Curaçá Gonçalves. SENHOR DO BONFIM – BA 2009
  • 3. 2 GEORGIA BATISTA DE OLIVEIRA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO DE APRENDER BRINCANDO. Aprovada em _____de _____________ de 2009. ________________________________________ Profª. MSc. Maria da Conceição Curaçá Gonçalves (Orientadora) ______________________________________ Avaliador (a) _____________________________________ Avaliador(a)
  • 4. 3 Ao meu esposo Elias, pela força, amor e cumplicidade nos momentos mais difíceis da minha vida acadêmica e que se fez pai e mãe de nossos filhos nos momentos que tanto me ausentei. Para você querido o meu eterno e sincero agradecimento. Aos meus filhos Lucas e Matheus, por me darem a alegria de saber que Deus me presenteou com duas belas vidas e que me fazem sentir vontade de ir em frente. Queridos essa conquista é nossa.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter me concedido mais esta conquista e por se fazer presente em minha vida sempre que o busco com todo meu coração, sem ele essa vitória seria impossível. Agradeço a minha mãe, primeira educadora que partiu muito cedo sem contemplar essa conquista, mas que se faz presente eternamente em mim. Quando receber meu diploma sentir-te-ei ao meu lado, sorrindo e feliz. Sentirei a tua mão carinhosa afagar meus cabelos que nem quando criança e nesse instante te abraçarei em silêncio, sorrirei, deixarei fluir esta emoção, num misto de alegria e saudade. Mãe por todo tempo que ainda viver, perpetuará tua memória e hei de ser fiel aos teus princípios; pois tudo que me ensinaste é a base do que sou e de toda esta conquista. (Nesse momento lágrimas caem dos meus olhos). Ao meu saudoso (Avôhai) avô e pai João Vitor, que viveu inserido em um contexto educacional e tanto prezou pela educação de seus filhos e netos. Saudades eternas e sinceros agradecimentos ao meu querido pai João. A minha “mãe” Eurides e ao meu pai Jairo por todo apoio e incentivo concedido. As minhas irmãs Joelma, Junadya e Jussara pois mesmo distante me apoiaram e me incentivaram nos momentos que mais precisei, amo muito todas vocês. Agradeço com todo respeito e carinho a minha sogra Edelzuita e a minha cunhada Edna por todo apoio e companheirismo nos momentos que precisei me ausentar do papel de mãe. A minha professora e orientadora Conceição Curaçá pelo esforço e dedicação concedidos em um dos momentos mais importantes da minha vida: a produção deste trabalho.
  • 6. 5 A minha grande e melhor amiga Viviane Brás por todo apoio e companheirismo, sempre presente. Ao meu estimado amigo Osvaldo Fahel por todo apoio e amizade que me dedicaste. Quero agradecer carinhosamente a minha professora e amiga Simone Wanderley, por toda sua amizade, companheirismo e compreensão. Que o nosso laço fraterno aumente a cada dia, pois com você muito tenho aprendido, obrigada por tudo sempre “S”. Agradeço a Universidade do Estado da Bahia-UNEB, pois sem esta instituição não teria alcançado esta vitória. Agradeço com toda estima e respeito à professora Suzzana Alice por todo respaldo concedido nesta jornada acadêmica e por ter feito valer cada vez mais o curso de pedagogia dentro desta instituição.
  • 7. 6 “Uma criança que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar”. Chateau (1987).
  • 8. 7 RESUMO O presente estudo monográfico objetivou identificar a compreensão que os professores de educação infantil tem sobre ludicidade. Dentro desse contexto buscamos vários autores para subsidiar nossa pesquisa, dentre outros: Ferreira (1986); Ximenes (2000); Freire (1992); Dallabona e Mendes (2004); Gentilli e Alencar (2005); Almeida (2003); Kulisz (2004); Maturana (2004); Luckesi (2008). Utilizamos a pesquisa de cunho qualitativo e como instrumentos de coleta de dados o questionário aberto, fechado e a observação. Os resultados obtidos através das análises e interpretação dos dados apontam que as professoras pesquisadas possuem um conhecimento significativo sobre ludicidade e que contribui de forma importante na construção do novo saber de seus alunos, pois através de seus discursos transmitiu conhecer que o lúdico é algo inerente a criança e faz o processo de ensino-aprendizagem torna-se prazeroso, significativo, divertido e facilitador e ainda reconhecem-se como mediadores nesse processo. Palavras-chave: Compreensão, Professores, Educação Infantil e Ludicidade.
  • 9. 8 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01: Gênero..........................................................................................38 FIGURA 02: Formação......................................................................................39 FIGURA 03: Tempo de docência......................................................................39 FIGURA 04: Renda mensal...............................................................................40 FIGURA 05: Carga horária................................................................................41 FIGURA 06: Quantidade de alunos por turma...................................................41 FIGURA 07: Capacitação para trabalhar com ludicidade..................................42 FIGURA 08: Conceito de ludicidade..................................................................43
  • 10. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................. 11 CAPÍTULO I..................................................................................................... 13 1. EDUCAÇÃO INFANTIL: O COMPLEXO PROCESSO DE APRENDER BRINCANDO. ............................................................................................... 13 CAPÍTULO II.................................................................................................... 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 18 2.1 O sentido da compreensão no contexto social.................................... 18 2.2 O Professor de Educação Infantil: os desafios inerentes a profissão.. 20 2.3 A importância da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem ... 24 2.4. Um Novo Olhar Sobre a Educação Infantil......................................... 27 CAPÍTULO III................................................................................................... 31 3. OS CAMINHOS DA PESQUISA............................................................... 31 3.1 Pesquisa qualitativa ............................................................................ 31 3.2 Lócus da pesquisa .............................................................................. 32 3.3 Sujeitos da pesquisa ........................................................................... 33 3.4 Instrumentos de coleta de dados ........................................................ 33 3.4.1 Observação .................................................................................. 33 3.4.2 Questionário fechado.................................................................... 34 3.4.3 Questionário Semi-aberto:............................................................ 35 CAPÍTULO IV................................................................................................... 37 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ......................................... 37 4. 1Características dos sujeitos pesquisados: .......................................... 37 4.1.1 Gênero.......................................................................................... 37 4.1.2 Formação: .................................................................................... 38 4.1.3 Características dos professores segundo o tempo de docência: . 39 4.1.4 Renda mensal............................................................................... 40 4.1.5 Carga horária de trabalho:............................................................ 40 4.1.6 Quantidade de alunos por turma: ................................................. 41 4.1.7 Capacitação das professoras para trabalhar com a ludicidade: ... 42 4.1.8 Conceito de ludicidade por parte dos sujeitos: ............................. 42 4.2 Dados do questionário aberto. ............................................................ 43 4.2.1 A ludicidade como instrumento pertinente na prática pedagógica 43
  • 11. 10 4.2.2 Ludicidade: o brincar e suas potencialidades no desenvolvimento da criança.............................................................................................. 45 4.2.3 A importância do lúdico na educação infantil................................ 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 48 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 50 APÊNDICES
  • 12. 11 INTRODUÇÃO A presente tese monográfica de conclusão do Curso de Pedagogia intitulada Ludicidade na Educação Infantil: Aprender brincando é uma gostosura apresenta um estudo voltado para questões educativas das escolas públicas municipais de educação infantil do município de Senhor do Bonfim. Diante desse contexto enfatizamos que ao executar o trabalho, buscamos identificar quais as compreensões que os professores da educação infantil tem sobre ludicidade, uma vez que necessário se faz sensibilizar os profissionais da educação, sobre o importante papel que os jogos, brincadeiras e brinquedos exercem no desenvolvimento da criança. Portanto é preciso conhecer o significado do brincar, tornando-se também fundamental analisar o papel do professor neste processo lúdico. A presente pesquisa visou também, contribuir com as discussões acerca da ludicidade na sala de aula da educação infantil, bem como instigar reflexões sobre a aprendizagem de forma lúdica. Nossa pesquisa está estruturada em quatro capítulos que seguem: No capítulo I foi abordado o percurso histórico do lúdico e sua contribuição no processo de ensino e aprendizagem da educação infantil, destacando a importância dos jogos e brincadeiras no processo de educação do infante. Buscamos nos embasar nos seguintes teóricos: Mello (2002); Gentilli (2008); Rosamilha (1979); Dohme (2005); Priore (2000); Kishimoto (1999) e Kramer (2005). O capítulo II apresenta o “referencial teórico” com os respectivos conceitos-chave e os teóricos que deram sustentação à nossa compreensão dos significados das palavras que nortearam a pesquisa: Ferreira (1986);
  • 13. 12 Ximenes (2000); Freire (1992); Dallabona e Mendes ( 2004); Gentilli e Alencar (2005); Almeida (2003); Kulisz (2004); Maturana (2004); Luckesi (2008); Almeida (1995); Campos (1986); Feijó (1992); Gentilli e Alencar (2001);Silva (2005); Kramer (1998); Friedmann (2002), Alves (2008) e Kramer (2005). O capítulo III é composto pela metodologia que norteou o desenvolvimento da pesquisa. Optamos por uma metodologia de caráter qualitativo e assim através dela utilizamos a observação e o questionário fechado com o objetivo de traçar o perfil dos sujeitos pesquisados e o questionário semi-aberto que buscou coletar as concepções que os professores da educação infantil têm de ludicidade. No capítulo IV foi realizada a apresentação, análise e interpretação dos resultados coletados na pesquisa. Para uma melhor compreensão dos resultados dividimos as análises em categorias e assim registramos gráficos e concepções dos sujeitos a cerca do tema abordado. Na última etapa desse trabalho apresentamos nossas considerações finais que nos mostram os resultados obtidos através da pesquisa realizada, evidenciando as compreensões que os professores de educação infantil têm sobre ludicidade.
  • 14. 13 CAPÍTULO I 1. EDUCAÇÃO INFANTIL: O COMPLEXO PROCESSO DE APRENDER BRINCANDO. O paradigma de ensino vivenciado em nossas escolas nos últimos anos vem atingindo um elevado índice de insatisfação de todos os sujeitos inseridos no processo educacional. O grande número de evasão, reprovação e baixo nível de aprendizagem, instigam-nos para uma necessidade de repensar significadamente o currículo proposto, que dá respaldo ás ações pedagógicas de nossas escolas públicas. Nesta perspectiva Mello (2002) afirma: É no currículo ensinado e aprendido que se concretizam as intencionalidades. Há um desencontro entre o que o professor formaliza no seu planejamento, ou diz que faz e ensina, e aquilo de fato acontece em sala de aula. Desejos e projetos transformam-se em discursos para visitantes e autoridades, mas não refletem a realidade. É preciso tomar alguns cuidados especiais para que as melhores intenções não caiam no vazio, ou induzam a prejuízos irreparáveis na formação dos alunos (p.35). Para tanto, necessário se faz buscar ações que tenham enfoque central nos sujeitos e que estejam realmente comprometidos com a formação de cidadãos críticos e politizados na sociedade a qual fazemos parte. É dentro deste contexto que evidenciamos o quão importante é refletir sobre ludicidade, a qual tem conquistado ultimamente um imprescindível espaço dentro de alguns seguimentos da escola e sociedade como um todo, que tem percebido uma regressão conseqüente da não valorização da ludicidade. Portanto, surge também a necessidade de estimular essa discussão na Educação Infantil, já que é um processo importante na formação do sujeito como ser histórico e social, construtor e transformador de sua realidade.
  • 15. 14 Desde a infância a ludicidade se faz presente, porém precisamos realizar práticas que dêem fundamento de seu significado na educação, inclusive como forma e incluir todos os alunos no processo de construção de conhecimento, diminuindo a exclusão. Diante disso Gentili (2008) salienta: A educação “vale” não porque nos oferece os atributos que nos tornam desiguais (ou seja, competitivos) no mercado, mas por nos ajudar a construir juntos aquilo que nos iguala, que nos une de forma íntima e que nos humaniza: nossa dignidade e o direito inalienável que temos a não sermos humilhados pela injustiça, pela pobreza, pela exclusão e pela negação de oportunidades ( p.149). A Educação Infantil é constituída de um espaço de aprendizagem que visa desenvolver as habilidades psicomotoras, intelectuais e sócio-afetivas da criança e isso proporciona-a , a oportunidade de manifestações de autonomia e criatividade. Sendo assim, é preciso desenvolver um trabalho educativo prazeroso para elas e desta forma é que abordamos a ludicidade como uma das maneiras mais significativas de envolver a criança nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente na criança, é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca. É válido ressaltar que jogos, brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu início. Nesta visão Rosamilha (1979) alerta: A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a natureza encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo e seus instintos naturais, aliados e não inimigos (p.77). O lúdico quando bem trabalhado e aplicado, torna-se um recurso facilitador e prazeroso no processo de ensino-aprendizagem. Promovendo uma maior interação e socialização entre alunos e professores, desenvolvendo assim na criança o seu cognitivo e emocional. Neste contexto Dohme (2005) diz: O uso do lúdico na educação prevê, principalmente a utilização de metodologias agradáveis e adequadas ás crianças que façam com que o aprendizado aconteça dentro do “seu mundo”, das coisas que lhes são importantes e naturais de se fazer, que respeitem as
  • 16. 15 características próprias das crianças, seus interesses e esquemas e raciocínio próprio (p.15). É preciso estarmos atentos ás funções educativas da ludicidade, para que possamos compreender o valor que ela tem na formação do indivíduo. Brincar oportuniza a criança a comunicar-se consigo mesma e com o mundo, faz com que ela aceite a existência dos outros e estabeleça relações sociais, aceite regras, construa seus conhecimentos e se desenvolva integralmente. Segundo Priore (2000), por meio dos jogos a criança, em todos os tempos, estabelece vínculos sociais, ajustando-se ao grupo e aceitando a participação e outras crianças com os mesmos direitos. Aprende a ganhar, mas também a perder. Faz-se pertinente salientar que quando a criança propõe e aceita modificações, ela acata regras, aprende a apoiar o mais fraco e vivencia o sentimento de alegria ao sair-se vitorioso, além de se tornar confiante e seguro. O sentimento de aborrecimento também é vivenciado no momento que perde, mas aprende inclusive a enfrentar a realidade e desta forma aprende a agir como ser social e cresce. De acordo com Piaget (1971) (apud Kishimoto, 1999) quando brinca a criança assimila o mundo da sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto, não depende a natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui. Pouco a pouco, a ludicidade vem se expandindo e sendo encarada como uma atividade séria e construtora de conhecimentos da criança, independente do tempo. Evidenciamos que a valorização da ludicidade pode ser um meio pertinente de se quebrar com as correntes que vem aprisionando o processo de educação, por isso uma prática pedagógica que lide com uma aprendizagem prazerosa, e com emoções de cada aluno é fundamental para que as relações sejam vivenciadas positivamente e o professor se torna responsável, juntamente com a comunidade escolar por esta realidade.
  • 17. 16 Sabemos que uma das grandes e diversas competências da Educação Infantil é oferecer aos seus educandos um ambiente rico em atividades lúdicas, uma vez que, a maioria das crianças hoje em dia vivencia grande parte da sua vida nas escolas. O lúdico por sua vez desencadeia um desenvolvimento sadio e harmonioso nas crianças, instigando-as cada vez mais a ter prazer e vontade de retornar a escola, fazendo desta um local de diversão e lazer. Sendo assim Kramer (2005) escreve que: Estudos contemporâneos sobre a infância enfatizam que a criança é um sujeito social, que possui história e que, além disso, é produtora e reprodutora do meio no qual está inserida, atuando, portanto como produtora de história cultural. (p.133). Abordamos assim a relevância da ludicidade na educação infantil, pois ela é agente de um ambiente coerente e motivador. Ao inserir crianças em um espaço lúdico, estamos valorizando e respeitando a sua cultura, á sua vivência e acima de tudo estaremos defendendo seus interesses particulares e desejos. A educação é um processo no qual desaliena uma sociedade como um todo, fazendo-a progredir em todos os seus aspectos sejam eles econômicos, sociais entre outros, uma vez que educar é praticar a liberdade para lutar por uma sociedade mais igualitária, mais justa e humana. Segundo Gentili (2008): A educação torna-se uma prática de liberdade quando nos ajuda a construir os sentidos sobre os quais uma sociedade justa deve ser estruturada. A razão de ser a educação, em uma sociedade radicalmente democrática, reside em sua capacidade para gerar barreiras cognitivas e axiológicas, saberes e valores, sensibilidades e práticas que operam como defesas individuais e coletivas contra a humilhação que a violação dos direitos humanos produz (...) (p.149). Ainda em se tratando de educação é preciso afirmar que a mesma precisa ser inovada e adequada à realidade vivenciada pelos alunos e que tenha uma proposta que possa romper com os paradigmas existentes priorizando o ensino-aprendizagem, para que este aconteça de forma prazerosa. Foi nesta visão que se fez necessário abordar a ludicidade, por ser uma temática determinante e pertinente no processo educacional do Brasil, do
  • 18. 17 semi-árido nordestino baiano onde se localiza a cidade de Senhor do Bonfim. Esta última é a cidade onde se situa o lócus da presente pesquisa. Acreditamos, pois que as ações educacionais e formativas dos alunos irão depender em grande parte da postura dos professores em relação ao processo educativo como um todo, afinal eles são os mediadores do conhecimento, sendo que, suas atitudes e interferências no fazer pedagógico dependerão de suas compreensões de mundo. Diante desta abordagem pretende-se saber: quais as compreensões que os professores da Educação Infantil têm sobre ludicidade. Mediante a questão de pesquisa anteriormente apresentada, elucida-se o seguinte objetivo da pesquisa que é: identificar quais as compreensões que os professores da Educação Infantil têm de ludicidade. Assim surge a necessidade de discutirmos os conceitos-chave que nortearam esta pesquisa.
  • 19. 18 CAPÍTULO II 2. REFERENCIAL TEÓRICO Através dos jogos e brincadeiras, a criança brinca para entender o seu mundo. Expressar-se, organizar-se e principalmente socializar-se. É também brincando que se constroem valores e se descobre novas formas de resolver os problemas do dia-a-dia. Brincar faz parte da natureza da criança, por isso as atividades lúdicas, viabilizam o desenvolvimento da criança sobre todos os aspectos da organização das coisas relacionadas ao seu cotidiano; desenvolve a linguagem e seus significados, a escrita, o raciocínio lógico, enfim, competências que um sujeito precisa para amadurecer seu pensamento e atuar no mundo como verdadeiro cidadão consciente de seus atos. Neste sentido o papel do professor se faz relevante para o desenvolvimento de todo esse processo. Para tanto, buscaremos identificar neste estudo a compreensão que os professores da educação infantil têm sobre ludicidade. Sendo assim, emergiram alguns conceitos-chaves que darão norteamento a nossa discussão: Compreensões, Professores, Ludicidade e Educação Infantil. 2.1 O sentido da compreensão no contexto social A palavra compreensão vem do latim “comprehensione - ato ou efeito de compreender, faculdade de perceber; percepção. Mas a percepção humana vai, além disso, porque, na realidade, ela comporta uma parte e empatia e identificação” (FERREIRA, 1986, p.442). De acordo com o dicionário a língua portuguesa compreensão quer dizer: “entender, assimilar, entender suas próprias motivações, comportamentos” (XIMENES, 2000; p.234).
  • 20. 19 Trabalhar no indivíduo o sentido da compreensão é de suma importância para que se tenha consciência de que fazemos parte de um todo em construção e reconstrução. Em relação á prática da docência é importante que se pratique o ato da compreensão, pois permite a troca entre aluno e professor gerada pela empatia e que trará bons resultados no futuro de ambos. Diante desta perspectiva Freire (1992) afirma: Não importa em que sociedade estejamos, em que mundo nos encontramos, não é possível formar engenheiros ou pedreiros, físicos ou enfermeiras, dentistas ou torneiros, educadores ou mecânicos, agricultores ou filósofos, pecuaristas ou biólogos sem uma compreensão de nós mesmo enquanto seres históricos, políticos e culturais; sem uma compreensão de como a sociedade funciona (p.134). Sendo assim, para que se execute a ludicidade em suas práticas pedagógicas o professor precisa primeiramente compreender a ludicidade em todo o seu contexto, compreender também em que mundo vive e que está centrado no processo de integração dos alunos. Portanto, a ludicidade vem contribuir de forma significativa nos processos educativos, uma vez que ela favorece as experiências vivenciadas pelos alunos. Nesta visão Dallabona e Mendes (2004) ressaltam: O jogo e a brincadeira são experiências vivenciadas prazerosas. Assim também a experiência da aprendizagem tende a se contribuir em um processo vivenciado prazerosamente. A escola, ao valorizar as atividades lúdicas, ajuda a criança a formar um bom conceito de mundo, em que a afetividade é acolhida, a sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos da criança respeitados (p.110). Cientes da importância do lúdico na formação integral das crianças inseridas na educação infantil, é que afirmamos o quão importante se faz por parte dos professores compreenderem o seu significado. Nesta perspectiva é necessário ressaltar que tal compreensão promoverá um trabalho significativo e gerador de conhecimentos. O lúdico na educação infantil, tem por objetivo oportunizar ao educador a compreensão do significado e da importância das atividades lúdicas na educação infantil, procurando provocá-lo, para que insira o brincar em seus projetos educativos, tendo
  • 21. 20 intencionalidade, objetivos e consciência clara de sua ação em relação ao desenvolvimento e á aprendizagem infantil (Id.Ibid). Sabemos que professores têm importante papel na formação dos sujeitos e que antes de atender às necessidades de seus educandos é preciso conhecer as suas. O que se percebe na maioria dos modelos de educação atualmente praticados é que professores não procuram entender as necessidades da infância, mas, fazer exigência. Em contrapartida, acreditamos que os profissionais da educação precisam rever sua prática educativa, a fim de possibilitar aos alunos uma aprendizagem que abra caminhos para mudança social. Neste contexto, Gentili e Alencar (2005) conceituam professores e professoras como: (...) parteiras do futuro. Devem estar armadas de paciência, serenidade, conhecimentos e compreensão as mudanças que não acontecem fora das vontades dominantes na sociedade. Professores têm a delicada tarefa de investigar a mina que é cada pessoa, com suas preciosidades escondidas. Jóias que ele próprio, aluno ou aluna, muitas vezes desconhecem (p.110). O professor da educação infantil é um sujeito importante para o desenvolvimento dos educandos, pois através de suas compreensões de mundo e ações educativas ele poderá interferir significadamente na formação das crianças. Baseado nesta reflexão surge à necessidade de estudar o conceito de professor apresentado por teóricos. 2.2 O Professor de Educação Infantil: os desafios inerentes a profissão A educação traz muitos desafios para os que nela trabalham. O professor é parte fundamental nos processos educativos e assim é preciso que ele se conscientize de seu papel, que não se resume em transmitir conteúdos; uma vez que não existe mais área ou espaço para uma educação limitado a memorização, fatos e dados a respeito de determinados assuntos. Nesta perspectiva Dallabona e Mendes (2004) ressalvam: Na realidade, no contexto atual, já não há mais espaço para o professor informador e para o aluno ouvinte. Há muito chegou o tempo a convivência com a auto-aprendizagem, expressão autêntica da construção o conhecimento que força o professor a tornar-se um
  • 22. 21 agilizador do processo ensino-aprendizagem, e o aluno, um verdadeiro pesquisador (p.110). O professor vive em constante mudança, assim acontece com a educação e ambos precisam caminhar paralelamente, buscando ações que objetivem a melhoria e desenvolvimento de seus educandos. É evidente que o professor quando exerce em sua prática pedagógica a ludicidade, ele está buscando melhorias para o desenvolvimento e aprendizagem de seus alunos, pois educar ludicamente não desenvolve somente o cognitivo, mas o emocional e o social da criança, fazendo-a ter bom desenvolvimento em todos seus aspectos. Mas é preciso ter cuidado para que não se caia no vazio e desvalorização das brincadeiras, educar ludicamente não é aplicar lições para o educando consumir passivamente, educar é um ato planejado, que visa tornar o indivíduo consciente e situado no mundo. O lúdico vem de forma prazerosa seduzir as crianças para que elas tenham vontade de aprender, resgatando e inovando o significado da palavra escola. Sendo assim Gentili e Alencar (2005) enfatizam: A professora não ensina, estimula a aprender. E só consegue isso se incorporar novos saberes já acumulados. Todo conhecimento autêntico é renovável, perenemente superável. Sim, cada educadora tem responsabilidade específica, profissional: organizar programa (ouvindo pais, alunos, comunidade escolar; indo além dos livros, portanto), preparar aulas, desenvolver recursos didáticos. Mas ela sabe que é mais importante produzir novas perguntas, levantar indagações, do que trazer respostas prontas e passar uma informação acabada (p.111). Para que se consiga atingir um nível equilibrado e pertinente na educação infantil, é necessário que professores repensem a sua prática pedagógica, abrindo espaços para alegria, entusiasmo de aprender e reconstruir o conhecimento, anulando de seu cotidiano a rigidez e o tradicionalismo que ainda perpetua em nossa educação. “Propomos, entretanto, aos educadores infantis, transferir o brincar em trabalho pedagógico para que experimentem como mediadores, o verdadeiro significado da
  • 23. 22 aprendizagem com direito de aprender”. (DALLABONA e MENDES, 2004, p.112). Vivemos em um mundo globalizado, onde o sistema capitalista norteia a nossa educação, colocando em prática seus interesses e prioridades e por sua vez vem alijando o professor de sua função. As atividades lúdicas infelizmente são estereotipadas em nosso sistema de educação, justamente pelo falso significado que atribuem a elas, sendo também rotuladas de bobagem e estigmatizadas pelos interesses de classes dominantes. Portanto, cabe á escola e aos professores, introduzirem a prática da ludicidade na educação infantil, ajudando os alunos a encontrar um sentido para suas vidas. “Ao brincar, não se aprendem somente conteúdos escolares: aprende-se algo sobre a vida e a constante peleja que nela travamos (Id. Ibidem)”. Acreditamos, pois que é justamente na infância que a criança se identifica com as brincadeiras, é realmente algo inerente nela. Desta forma enfatizamos o quanto é fundamental a ludicidade na educação infantil, uma vez que, os benefícios gerados são de grande valia para as crianças. Diante disso é válido ressaltar que os professores precisam ter em seu cotidiano práticas, planejamentos e currículos atentados para questões lúdicas e assim também terem seus objetivos e a intenção de desenvolver a aprendizagem infantil. Ainda segundo Dallabona e Mendes (2004): È preciso que o professor assuma o papel de artífice de um currículo que privilegie as condições facilitadoras de aprendizagem que a ludicidade contém nos seus diversos domínios, afetivo, social, perceptivo-motor e cognitivo, retirando-a da clandestinidade e da subversão, explicitando-a corajosamente como meta da escola (p.112). Nas realizações das atividades lúdicas, é importante que o professor não as execute com insegurança ou desconhecimento de tais atividades, necessário se faz que ele pesquise, leia, busque alternativas variadas e que ele possa recriar. Nesta perspectiva Almeida (2003) enfatiza:
  • 24. 23 As atividades lúdicas alcançarão os seus objetivos e proporcionarão prazer nos alunos. Já que a maior preocupação nessa fase é oferecer á criança o maior número possível de estimulações e cuidados especiais para o seu desenvolvimento (p.90). Sabemos que o ensino precisa ser significativo para as crianças e assim a busca de novas estratégias pedagógicas, como a ludicidade, vem diminuir as dificuldades do professor e facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Assim segundo Kulisz (2004, p.52): O gosto pela docência está associado com o conhecimento pedagógico do professor e com a experiência do prazer que ela deposita na sua ação educativa, transformando essas experiências de aprendizagens em momentos significativos para os alunos. O professor necessita ser um organizador do ensino, de modo que se organize situações que possibilite ao aluno adquirir consciência do significado o conhecimento a ser alcançado e de forma sedutora busque cada vez mais a integração de seus alunos na escola e fora dela. Kulisz citando Alves (2000) diz que: “O ato de ensinar está também associado com a sedução, pois para ele, o professor deverá fazer do conhecimento, um instrumento de prazer para o aluno (...)” (p.18). Na educação infantil o professor que se identifica com a docência procura, através de suas ações educativas, construírem um ambiente que propicie às crianças aconchego, caminho, atenção e compreensão, possibilitando-lhes movimentar-se, expressar-se e relacionar-se de acordo com as suas necessidades. Diante deste contexto é válido afirmar que o professor que não gosta ou não saiba brincar, será muito difícil, desenvolver atividades lúdicas com seus alunos. Deste modo, é que se faz necessário que o professor desenvolva sua própria ludicidade, desenvolva seu próprio prazer, para que não caia na demonstração da artificialidade ao executar a ludicidade. Para desenvolver uma melhoria na qualidade do ensino por meio do lúdico, é necessário que os professores busquem estar participando de
  • 25. 24 formações educativas, a fim de aprimorar e ampliar seus conhecimentos, e assim estabelecer novos significados das questões referentes ao processo de ensino aprendizagem, por meio do lúdico. Sendo assim, é importante estarmos compreendendo o significado de ludicidade e sua importância na educação. 2.3 A importância da ludicidade no processo de ensino- aprendizagem As crianças começam a estabelecer suas primeiras vivências coletivas durante a gravidez e a partir do momento que ela nasce, surgem os contatos familiares, fazendo com que elas sintam a presença do outro e percebam a influência que as relações efetivas terão durante a construção de sua consciência individual e coletiva. Para tanto, nos respaldamos em Maturana (2004), que aprofunda essa reflexão afirmando o seguinte: Adquirimos consciência individual e social por meio da consciência corporal operacional. Esta, por sua vez, é por nós adquirida, no livre brincar com nossas mães e pais ao crescermos como seres que vivem na linguagem, na intimidade de nossa convivência com eles. Perdemos nossa consciência social individual à medida que deixamos de brincar. E assim transformamos nossas vidas numa contínua justificação de nossas ações em função de suas conseqüências, num processo que nos torna insensíveis em relação a nós mesmos e os demais (p.232). Desde os tempos remotos sabemos que as atividades lúdicas estiveram presentes no processo educativo, mas em nosso país, só houve maior discussão sobre o assunto, na década de 90, após a promulgação de nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB/1996), que possibilitou um repensar pedagógico em todas as escolas e assim a atividade lúdica ganhou relevância e pertinência como auxiliar da construção do conhecimento. O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus”, que significa “jogo”, mas o termo lúdico, em uso concepção mais abrangente, não pode limitar-se somente a jogo e sim ao brincar, pois desperta prazer e espontaneidade. Diante disso Luckesi (2008) ressalta: O que a ludicidade traz de novo é o fato de que o ser humano, quando age lucidamente, vivencia uma experiência plena. Com isso, queremos dizer que na vivência de uma atividade lúdica, cada um de
  • 26. 25 nós estamos plenos, inteiros nesse momento; nos utilizamos da atenção plena, como definem as tradições sagradas orientais. Enquanto estamos participando verdadeiramente de uma atividade lúdica, não há lugar na nossa experiência, para qualquer outra coisa além dessa própria atividade... estamos inteiros, plenos flexíveis, alegres, saudáveis (p.2). A ludicidade implica diretamente na formação da criança e está ligada aos aspectos afetivos e emocionais desses alunos que se envolvem nas situações cotidianas da escola. Conforme Almeida (2003): A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige participação franca, criativa, livre e crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio. (p.110). A ludicidade na educação infantil é de grande relevância, pois quando os alunos começam a brincar, jogar... Descobrem suas limitações sejam elas relacionadas à psicomotricidade, aspectos físicos e inclusive a vivência social, quem vem se tornando hoje um dos grandes problemas da nossa sociedade individualista que sofre com pessoas frustradas com grande dificuldade de trabalhar ou viver em grupo. A Ludicidade favorece o contato pessoal e permite que a criança sinta o outro interagindo na sua vida. Dentro desse contexto Dallabona e Mendes (2004) explicam: Brincando o sujeito aumenta a sua independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza sua cultura popular, desenvolve habilidades motoras, exercita sua imaginação, sua criatividade, socializa-se, interage, reequilibra-se, recicla suas emoções, sua necessidade de conhecer e reinventar e, assim, constrói seu conhecimento (p.108). O professor da educação infantil é um dos principais responsáveis por uma prática pedagógica respaldada na ludicidade, pois como mediador do conhecimento, ele poderá desenvolver uma formação crítica e politizada de todos os alunos que estão sob sua responsabilidade. Campos (1986), afirma esta idéia ao dizer que: A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma de ensinar, relacionado a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer aula”. (p.17).
  • 27. 26 Portanto é importante que o professor trabalhe e descubra as dimensões lúdicas que existem em sua essência no seu trajeto cultural, de forma que possam aperfeiçoar sua ação educativa. Segundo Feijó (1992): “O lúdico é uma necessidade básica da personalidade do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana”. (140). A sociedade atual é cenário de vivências conturbadas, onde a maior parte das pessoas desvalorizam o lúdico, devido a sobrecarga de atividades profissionais. Sendo assim, muitas famílias não socializam com seus filhos os valores que aprenderam durante a sua infância, inclusive as brincadeiras que fazem parte de seu contexto social e que há tempos atrás eram utilizadas como forma de perpetuação dos hábitos culturais. Diante disso percebemos que as crianças já não vão mais às ruas para brincar de bolas de gudes, pipas, pião, amarelinha, correr se divertir, mas ficam em casa em frente a televisão ou computador que afastam a criança do convívio social, uma vez que os programas utilizados e assistidos, em sua maior parte não apresenta estruturas educativas. É importante ressaltar que fatores como a violência, se faz presente em nossa sociedade, se tornando um outro aspecto que contribui para que as crianças não brinquem nas ruas. Em se tratando às questões relacionadas à ludicidade, Silva (2005) diz: A criança já nasce com a necessidade de brincar. Hoje infelizmente, as crianças não possuem o mesmo privilégio que as crianças de alguns anos atrás possuíam. Elas podiam brincar tranquilamente na rua, até uma certa hora da noite, sem problemas. As brincadeiras eram transmitidas pelos pais e avós, e criadas pelas próprias crianças. Elas brincavam intensamente todos os dias. A vivência era rica e muito importante (p.19). Acreditamos que o ato de brincar é tão pertinente para a criança da mesma forma que as atividades profissionais são importantes para o adulto. Por isso o lúdico de um modo geral, sendo aplicado com o propósito de educar ou não, traz o contexto vivenciado no cotidiano para um fazer ativo, refazendo- os ao relacioná-los com o imaginário. Quando as crianças brincam, elas
  • 28. 27 constroem o mundo dentro de seu contexto sócio-cultural, e isso irá ter reflexos em sua vida futura. 2.4. Um Novo Olhar Sobre a Educação Infantil A infância é uma fase importantíssima para o ser humano e assim precisa ser encarada como fator primordial pelo adulto. A concepção de educação infantil é historicamente construída e constantemente vem mudando no decorrer dos tempos. No Brasil a educação infantil, teve sua origem influenciada pela revolução industrial, uma vez que a mulher abandona os seus afazeres domésticos, como cuidar da casa e dos filhos e se insere no mercado de trabalho para auxiliar nas despesas da família. E foi nesse contexto que a função assistencialista foi atribuída à educação infantil, que por muito tempo foram considerados como verdadeiros depósitos, onde seus filhos têm alimentação e um local gratuito para ficar enquanto as mães saem para trabalhar. Diante disso, Kramer (1998) aborda: A herança histórica de constituição de educação infantil como etapa da escolarização da criança pequena muitas vezes impede a percepção de que “a educação infantil não se restringe aos aspectos sanitários ou assistencial, mas não se resume tampouco, á mera antecipação da escolaridade nem á transmissão seqüencial de informações”(p.7). A educação infantil precisa ser constituída de um espaço que visa desenvolver as crianças em todos os seus aspectos, que busque priorizar-la em todas as suas diferenças e assim romper com paradigmas e rótulos direcionados a ela. Há tempos a educação infantil não promovia uma integração educacional e as crianças não tinham privilégios, mas aos poucos esse contexto vem sofrendo modificações, uma vez que a educação infantil, hoje obrigação do município e do Estado busca melhorias na qualidade do ensino,
  • 29. 28 buscando a formação de crianças críticas e afetivas por meio de inovação da prática pedagógica. Mas é válido ressaltar que esse processo é gradativo, pois ainda é perpetuado em nosso meio social um estereótipo que inferioriza a educação infantil ao compreendê-la como desnecessária. Ainda Kramer (2005) salienta: O que se observa ainda, nas práticas de educação infantil é uma ênfase ora em aspectos assistenciais, ora em caráter pedagógico, no sentido de transmissão de conhecimentos. Cabe perguntar: no contexto dessas práticas, onde fica a criança como sujeito social? Sua história, seu saber, sua identidade, que espaço tem ocupado a criança como sujeito histórico-cultural nas políticas de formação dos professores de educação infantil? (p.135). Sabemos que a infância é perpetuada por brincadeiras e diversões, mas quando atrelamos o brincar com a educação infantil, percebemos o descaso e a desvalorização por parte dos que formam a comunidade escolar. Nesta perspectiva é que abordamos o lúdico como instrumento prazeroso e facilitador no processo de aprendizagem da educação infantil. O lúdico não só proporciona prazer nas crianças, como promove todo um desenvolvimento necessário para que ela se torne um adulto saudável e ativo na sociedade. Acreditamos, pois, que o lúdico não é a única maneira de auxiliar com eficiência no desenvolvimento do infante, mas é relevante e pertinente no processo de formação dele. Assim os professores precisam trabalhar ludicamente, tendo consciência e conhecimento da ludicidade para que não corra o risco de tornar tais atividades sutis. Para Friedmann (2002): É fundamental tomar consciência de que a atividade do lúdico infantil fornece informações elementares a respeito da criança: suas emoções, a forma como interage com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível lingüístico, sua formação moral, e mais, nessa perspectiva, o professor é mais do que um orientador: ele deve ser um desafiador, colocando dificuldades progressivas no jogo, como uma forma de avançar nos seus propósitos de promover o desenvolvimento ou para fixar a aprendizagem. Esse é o grande papel do professor enquanto educador lúdico e criativo. (p.14-15).
  • 30. 29 Sabemos que a educação é definitiva na formação do sujeito, sendo elas responsável pelo desenvolvimento da criança. Durante muito tempo a criança foi a miniatura de um adulto, ou seja, ela era humilhada e reprimida pelo adulto e somente fazia o que lhe era determinado. Com o passar dos anos foi se observando a importância da educação infantil na vida das crianças e o que pode desencadear de forma positiva para elas. Assim o Estado, determinado pela constituição de 1988, passou a legalizar com seu dever e direito das crianças. Nesta perspectiva diz a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) Art. 29: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, complementando a ação da família e da comunidade (Lei 9394, de dezembro de 1996)”. A educação infantil é uma etapa que ao longo do processo educativo, passou por várias fragmentações decorrentes de políticas precárias e desfavorecimento em toda a sua estrutura funcional, pedagógica e social. Segundo Kramer (2005): Quanto à historia e política de educação infantil, no Brasil é constante a prática de criar e extinguir órgãos com as mesmas funções. Mais que um problema administrativo, essa pulverização revela que a criança é encarada de modo fragmentado (p.17). Saúde, assistência e educação não se articularam ao longo da história, ao contrário, o atendimento se fragmentou, e cada área é apontada como causa quando na verdade é conseqüência das condições em que vivem as crianças. A educação infantil passou a utilizar a ludicidade no processo de formação das crianças, a partir do momento que se identificou no modelo tradicional de educação uma ação pedagógica que desfavorecia os jogos, as brincadeiras e a aprendizagem de forma divertida. Sendo assim percebeu-se o lúdico como instrumento prazeroso e facilitador no processo de ensino-aprendizagem da educação infantil, que visa desenvolver um caminho para o saber, e que promova a formação de
  • 31. 30 indivíduos independentes, para que as crianças consigam refletir de forma crítica sobre si e sobre o mundo em que vivem. É comum ouvimos dizer que a escola é lugar de estudar e não de brincadeiras e isso faz com que as crianças percam o direito de brincar. Diante disso, Alves (2008) afirma que: Mesmo sabendo que o lúdico facilita a aprendizagem, as brincadeiras e o jogo na escola ainda são marginalizados, pois, apesar de serem reconhecidos “Como meios de comunicação e expressão, é ainda bastante sutil a sua legitimidade enquanto elementos educativos dentro da escola, possivelmente, por obterem ainda uma conotação sem significado, voltados para a não seriedade”. (p. 2). Compreendemos a educação infantil, como etapa inicial da formação de um indivíduo e isso requerem atenção e cuidados voltados para eles. É na educação infantil que a criança inicia os seus primeiros contatos, ou seja, após a socialização com a família, ela se insere na escola em busca do mesmo prazer e aconchego que existe em casa. Nesta visão Almeida (2003) relata que: A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder, alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que faça pensar, tomar consciência de si e do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova historia e uma sociedade melhor (p. 195). Esse período da educação deve ter suas práticas pedagógicas voltadas para o desenvolvimento cognitivo, social e psicomotor da criança, buscando sempre priorizar seus anseios e vivências no decorrer do cotidiano, valorizando todo o seu contexto, visto que a criança não é um ser vazio, mas que traz uma bagagem dentro de si e muitas vezes passam despercebidos ou desvalorizados por seus professores. Por isso, acreditamos que por meio da ludicidade o professor possibilitará às crianças maior dinamismo, e desenvolvimento como sujeito construtor de sua história e cultura. Os caminhos desta pesquisa foram norteados por dados quantitativos e qualitativos que nos permitiu discutir a metodologia utilizada para realização deste trabalho.
  • 32. 31 CAPÍTULO III 3. OS CAMINHOS DA PESQUISA O processo metodológico é uma etapa primordial dentro de uma proposta de pesquisa na área das ciências humanas, uma vez que fornece os subsídios necessários para análise e interpretação de dados. Portanto, compreendemos que a metodologia está relacionada às concepções teóricas e práticas de uma determinada realidade. Minayo e Deslandes (2008) apontam: Entendemos por metodologia o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade, ou seja, a metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do pesquisador (sua experiência), sua capacidade pessoal e sua sensibilidade) (et.al, p.14). A metodologia da visibilidade à forma de como será conduzida uma pesquisa. Por meio dela, o pesquisador busca respaldo em algumas técnicas que tenham coerência em relação à proposta de estudo. Sendo assim, utilizamos a pesquisa qualitativa permeada por dados quantitativos e norteada por instrumentos de coleta de dados, a fim de alcançarmos nosso objetivo. 3.1 Pesquisa qualitativa A abordagem do trabalho desenvolvido foi no modelo de pesquisa qualitativa, a qual oferece um vasto campo de opções para o pesquisador, que necessita ter bom senso, autocrítica sobre o conhecimento da temática pesquisada e os limites que esta prática impõe, ou seja, o pesquisador da área social e educacional não poderá compreender as informações somente de maneira quantitativa. Nesta visão, a pesquisa qualitativa segundo Ludke e Menga (1986): “enfrenta desafios, pois a mesma deverá captar a realidade dinâmica e complexa de seu objeto de estudo”.
  • 33. 32 A opção por este paradigma se deu pelo fato de estarmos inseridos em um contexto educativo, onde os sujeitos principais são indivíduos ricos em diversidade cujas ações cotidianas são perpassadas por conflitos e subjetividades. Machado e Almeida (2006) salientam que: A pesquisa qualitativa (interpretativa) é considerada como aquela onde os pesquisadores interessam-se por compreender os significados que os indivíduos dão a sua própria vida e as suas experiências. O ponto de vista, o sentido que os atores dão aos seus comportamentos humanos e sociais. Mas estes significados e estas interpretações são abordados nas interações sociais onde os aspectos políticos e sociais afetam os pontos de vista dos atores. Há concordância de que interesses sociais e políticos orientam as integrações dos atores (p.32). Dentro da proposta de estudo sobre ludicidade na educação infantil, compreendemos como relevante o contato do pesquisador e sujeito pesquisado, pois tivemos maiores possibilidades de estabelecer contatos e compreender o contexto em que estamos inseridos. Ludke e Menga (1986) enfatizam: “a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com situação estuda, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes” (p.13). A pesquisa educacional com subsídio da pesquisa qualitativa necessita de um ambiente para que possa analisar seu objeto de estudo. 3.2 Lócus da pesquisa O lócus escolhido para a realização da pesquisa teve grande pertinência, pois fez com que o pesquisador refletisse sua proposta de estudo. Sendo assim foram escolhidos duas escolas públicas municipais, situadas na cidade de Senhor do Bonfim: Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho que atende a quatro turmas de educação infantil, duas nos turno matutino e duas no turno vespertino e a Fundação de Assistência a Criança e ao Adolescente
  • 34. 33 (FUNDAME), que atende três turmas de Educação Infantil, sendo que todas as três funcionam no turno matutino. 3.3 Sujeitos da pesquisa Os sujeitos foram 07 professoras da educação infantil das escolas municipais supracitada, sendo que 03 professoras trabalham na (FUNDAME) e 04 na Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho. Esses sujeitos foram escolhidos em nossa pesquisa, pelo fato de estarem inseridos em um contexto de educação infantil municipal, como também por compreendermos a importância que esses profissionais têm na formação das crianças. 3.4 Instrumentos de coleta de dados Utilizamos como instrumentos de coleta de dados a observação, o questionário fechado, e o questionário semi-aberto para identificarmos as compreensões que os professores de educação infantil têm sobre ludicidade. Vale ressaltar que os sujeitos da pesquisa se negaram a participar da entrevista precisando a pesquisadora mudar o recurso da pesquisa o que não alterou significadamente a sua trajetória. Para tanto, é relevante estarmos discutindo e aprofundando cada um dos instrumentos. 3.4.1 Observação A observação constitui-se em um procedimento relacionado à pesquisa qualitativa. É uma atividade que requer atenção e olhar aguçado, pois é justamente nas ações simples do dia a dia de nossas escolas, professores e alunos, que somos conduzidos a compreender os fatores que favorecem, ou causam regresso ao processo de ensino aprendizagem. Em relação a este instrumento Marconi e Lakatos (1996) afirmam:
  • 35. 34 A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar (p.79). Através da observação tivemos a oportunidade de melhor conhecer os nossos sujeitos, o lócus da pesquisa e suas interações que ampliaram nossos horizontes em relação às questões relacionadas à ludicidade. Dessa forma, Ludke e Menga (1986) afirmam que: “a observação é o método mais adequado para investigar determinado problema” (p.26). A observação auxiliou a pesquisadora na identificação dos aspectos relevantes à problemática pesquisada. Desempenhando papel importante no contexto da descoberta e no contato mais direto com a realidade, possibilitando a aplicação de outros instrumentos para a coleta de dados. 3.4.2 Questionário fechado A utilização do questionário aconteceu por acreditarmos que este é um instrumento eficiente, popular e pode ser utilizado para diversos fins. Com ele pudemos levantar informações pertinentes para facilitar a compreensão da problemática apresentada. O questionário fechado não exige a presença do pesquisador no momento da aplicação. Sobre esta técnica, Barros (2000) afirma que: O questionário é o instrumento mais utilizado para o levantamento de informações. Não está restrito a uma determinada quantidade de questões, porém aconselha-se que não seja muito exaustivo, desanimado (p.90). Em se tratando deste instrumento de coleta de dados, Forquin (1993) aborda o seguinte: Um questionário não é uma seqüência de perguntas colocadas umas após outras, sem nenhum cuidado, mas um arranjo de questões que segue uma ordem rigorosamente estudada, tanto no que diz respeito à ordem geral das questões, como ao número de questões elaboradas (p.123).
  • 36. 35 O questionário é considerado também como uma técnica verbal. Por isso percebe-se a sua utilidade em uma investigação social, apesar de que tal instrumento não faz interferências no comportamento dos sujeitos como a como outras técnicas qualitativas. Portanto, Dotta (2006) enfatiza o seguinte: Dentre as técnicas verbais, encontram-se ainda o questionário que, embora possua limitações para captar o contínuo burburinho e diálogo permanente ao qual Moscovici se refere, pode ser útil e talvez o único instrumento viável quando se trata de grandes amostras (p.43). Dentre as várias possibilidades que o questionário proporciona, estaremos utilizando com maior eficácia o questionário fechado, a fim de traçar o perfil dos sujeitos de pesquisa e identificar posturas e compreensões dos sujeitos em relação ao problema da pesquisa. Segundo Barros (2000), o questionário fechado é aquele que apresenta categorias ou alternativas de respostas fixas. Este instrumento visa também adquirir informações que estejam relacionadas à idade, gênero, estado civil, religião, renda mensal e etc. Trivinos (1987) afirma que: “sem dúvida o questionário fechado, de emprego usual no trabalho positivista, também o podemos utilizar na pesquisa qualitativa” (p.137). Ao lado da observação e do questionário fechado, nos subsidiamos também no questionário aberto. 3.4.3 Questionário Semi-aberto: Outro instrumento utilizado na pesquisa foi o questionário aberto, que uma vez aplicado aos sujeitos trouxe relevantes contribuições para nossa análise. O questionário apresenta um conjunto de questões pré-estabelecidas, que serão respondidas pelos pesquisados. Dessa forma, esclarecemos que entre as variantes desse instrumento, optamos por ele. Também chamamos livres ou não limitados, são os que permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões. Possibilita investigações mais profundas e precisas; entretanto, apresenta alguns inconvenientes: dificulta a resposta ao
  • 37. 36 próprio informante, que deverá redigi-la (MARCONI E LAKATOS, 1990, p.89). A aplicação do questionário não exige a presença do pesquisador no momento em que esta sendo respondido. Entretanto, é preciso ter cautela e atenção no momento de sua análise para garantir a eficácia e validade das informações nele contidas: Eis algumas vantagens: a) Economizar tempo, viagens e obtêm grande número e dados. b) Atinge maior número de pessoas simultaneamente. c) Abrange uma área geográfica mais ampla. d) Há mais tempo para responder e em hora mais favorável. (idem, p.89). Mas é válido ressaltar que o questionário aberto também apresenta algumas limitações, pois a não presença do pesquisador durante sua aplicação, repercutirá no atraso para serem devolvidos. Andrade (2007) explica: Para elaborar as perguntas de um questionário é indispensável levar em conta que o informante não poderá contar com as explicações adicionais. As perguntas abertas dão mais liberdade de resposta, proporcionam maiores informações... (p.136-137). Durante a aplicação, buscamos garantir o anonimato dos sujeitos, bem como não interferir nas respostas que eles elaboravam. Sabemos que nenhum instrumento, garante por si só a veracidade das informações adquiridas. Portanto, a união dos três instrumentos (observação, questionário semi-aberto e questionário fechado) permitiu-nos maiores possibilidades de compreender informações coletadas.
  • 38. 37 CAPÍTULO IV 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS A análise e interpretação de dados dessa pesquisa foi subsidiada por meio dos teóricos e possibilitou adquirir um maior conhecimento a cerca da compreensão dos professores de educação infantil sobre ludicidade. E assim se faz necessário dizer que este é um momento crucial da pesquisa, pois considera todo o seu contexto de forma crítica. A seguir apresentamos as categorias construídas a partir das falas dos professores, obtidas através dos instrumentos aplicados na investigação. 4. 1Características dos sujeitos pesquisados: Esta categoria apresentará o resultado obtido com a aplicação do questionário fechado que objetivou conhecer os professores de educação infantil envolvidos na pesquisa. A seguir apresentamos o perfil dos sujeitos conforme categorias estabelecidas: 4.1.1 Gênero Dentre os sujeitos pesquisados, há uma forte predominância do sexo feminino, que representa 100%. Isso reafirma o que aprendemos ao longo de nosso processo formativo, apontando a história do surgimento das escolas de educação infantil que abrange ainda uma função assistencialista na visão do meio social. Esta etapa da educação ainda se restringe aos cuidados da professora para cuidar e proteger as crianças, tornando seu papel igual ou semelhante ao da mulher no lar. Sendo assim, é válido ressaltar que ainda existe uma forte feminilização do magistério. Nesse contexto, os Referenciais para Formação de Professores (1999, p.31) aponta: “A feminilização da função,
  • 39. 38 Gênero 100% ao invés de representar de fato uma conquista profissional das mulheres, tem- se convertido num símbolo de desvalorização social”. É válido enfatizar que essa desvalorização promove uma compreensão equivocada a cerca da mulher que com suas lutas e conquistas vem buscando novos significados e sentidos quanto à formação e educação das crianças. Ainda assim, Santos (1999) enfatiza: “A feminilização do magistério ocorreu com a luta das mulheres para se estabelecerem profissionalmente, configurando um nicho no mercado de trabalho ocupado por mulheres” (p.45). Portanto, a construção histórica da educação infantil ainda permeia em nosso meio social como uma etapa de educação que está direcionada aos cuidados das mulheres, mas que felizmente vem surgindo gradativamente novos paradigmas em relação a este fato que promove um novo neste sentido, e que aos poucos vem modificando as concepções da sociedade. 4.1.2 Formação: Os dados apontam que 57% dos sujeitos são graduados no curso de pedagogia, 14% possuem especialização e 29% possuem formação mínima no magistério. Sendo assim, é interessante abordar que os profissionais da Feminino Figura 01: Gênero Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
  • 40. 39 Formação 29% 14% 57% Magistério Pedagogia Especialização Tempo de docência 43% 57% Entre 4 a 5 anos Acima de 10 anos educação infantil estão buscando qualificação profissional para a melhoria de sua prática pedagógica e isso se deve a legitimação do curso de educação infantil como primeira etapa da educação básica após a promulgação da LDB 9394/96. 4.1.3 Características dos professores segundo o tempo de docência: No que se refere ao tempo de exercício no magistério, dados demonstram que todos os sujeitos desta pesquisa possuem acima de 3 anos de trabalho. Sendo que 43% exercem a profissão entre 4 a 5 anos e 57% que exerce a função acima de10 anos. É relevante observar que a maioria dos sujeitos pesquisados exerce a docência há muito tempo. Figura 02: Formação Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa Figura 03: Tempo de docência Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
  • 41. 40 Renda mensal 100% 4.1.4 Renda mensal Ao analisarmos a figura abaixo que se refere a renda mensal dos sujeitos, percebemos que 100% das professoras recebe mais de um salário mínimo correspondente a 20 horas de trabalho semanal , sendo que as professoras que possuem graduação ou especialização recebe um salário um pouco superior ao dos professores que possuem somente o nível médio. Diante desses dados observamos que a qualificação dos profissionais da educação infantil também implica em um aumento de salário além de trazer melhorias na prática docente. A função do professor no contexto educacional é de suma importância para a melhoria da educação e infelizmente a sua desvalorização salarial implica no seu desempenho tornando muitas vezes o professor desestimulado. 4.1.5 Carga horária de trabalho: Mais de um salário mínimo Figura 04: Renda mensal Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
  • 42. 41 Carga horária de trabalho 43% 57% Trabalha dois turnos Trabalha um turno Das 07 professoras pesquisadas, 43% trabalham um turno com carga horária semanal de vinte horas e 57% trabalham dois turnos com carga horária semanal de quarenta horas. Fica evidente que a maioria dos entrevistados trabalha dois turnos e isso se deve a grande necessidade de suprir suas carências. Infelizmente o fato de trabalhar assim muitas vezes compromete sua atuação como docente, pois além de trabalhar com a educação infantil, também trabalham com outras séries no turno oposto e isso faz com que não obtenha tempo e disposição para preparar atividades lúdicas que requer mais dedicação e planejamento. 4.1.6 Quantidade de alunos por turma: Em se tratando da quantidade de alunos por sala observamos que 100% das turmas trabalhadas pelos sujeitos desta pesquisa, possuem mais de 20 alunos por sala de aula. Assim observando o gráfico podemos perceber que as salas estão bastante lotadas. Figura 05: Carga horária de trabalho Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa Quantidade de alunos por sala Acima de 20 alunos
  • 43. 42 Esse aspecto implicará no desenvolvimento da turma que pelo fato de ser superlotada, comprometerá o trabalho das professoras, afinal as atividades desenvolvidas em uma turma de educação infantil, requer mais atenção, atendimento individualizado, espaço e respeito às limitações de cada criança. 4.1.7 Capacitação das professoras para trabalhar com a ludicidade: Observando a figura abaixo percebemos que 71% das professoras obtiveram capacitação para trabalhar com a ludicidade na graduação em Pedagogia e 29% adquiriram capacitação na experiência de trabalho cotidiano. Ressaltamos ainda que nenhuma das professoras adquiriram capacitação para trabalhar com o lúdico em formações continuadas. 4.1.8 Conceito de ludicidade por parte dos sujeitos: Dentre as diversas questões contidas no questionário fechado, uma delas perguntava o que as professoras entendem por ludicidade. Sendo assim Capacitação para trabalhar com a ludicidade 71% 29% Graduação Experiência Figura 07: Capacitação para trabalhar com a ludicidade Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
  • 44. 43 informamos que 100% das pesquisadas optaram por a mesma alternativa que aborda o seguinte: Ludicidade significa um brincar significativo no processo de ensino-aprendizagem. Diante da opção escolhida pelos sujeitos observamos que eles possuem um conhecimento significativo sobre o tema aqui abordado. 4.2 Dados do questionário aberto. A partir desse momento estaremos apresentando nossas reflexões com base nos resultados obtidos através da aplicação do questionário aberto às professoras pesquisadas. Para tanto, pontuamos que a análise realizada passou por um processo de categorização mediante a apresentação das compreensões identificadas e para que preservemos a identidade dos sujeitos utilizamos a sigla Profª e números arábicos crescentes de 1 a 7 como código de identificação. Este procedimento nos possibilitou estabelecer 3 categorias facilitando organização dos dados coletados. A ludicidade como instrumento pertinente na prática pedagógica, Ludicidade: o brincar e suas potencialidades no desenvolvimento da criança. Ludicidade: uma forma divertida de aprender. 4.2.1 A ludicidade como instrumento pertinente na prática pedagógica Conceito de ludicidade 100% Um brincar significativo no processo de ensino aprendizagem Figura 08: Conceito de ludicidade Fonte: Questionário fechado respondido pelos sujeitos da pesquisa
  • 45. 44 O lúdico é uma maneira diferente de ensinar, pois permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Através desse processo a criança consegue expressar seus anseios e conviver com adversidades existentes no dia a dia. ...Pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e a participar na construção de um mundo melhor (Profª1). Através do lúdico a criança aprende com mais facilidade e expressa suas idéias, seus sentimentos e medos (Profª2). Diante de tais discursos percebemos a existência de uma compreensão favorável em relação a ludicidade por parte das professoras, pois ao assumir uma postura que prioriza as atividades lúdicas, demonstram a pertinência da ludicidade na prática pedagógica. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Por meio de brincadeiras os professores podem observar e construir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. (BRASIL, 1988, p.28). A prática da ludicidade é uma metodologia que proporciona mais prazer e significado ao processo de ensino aprendizagem tendo em vista que é também um instrumento que propicia um estímulo da vida social e o desenvolvimento da criança. Professoras afirmam: O lúdico na educação infantil ou séries iniciais, ou seja, aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como também possibilita ao professor tornar as aulas mais dinâmicas e prazerosas (Profª6). As crianças desenvolvem capacidades importantes, tais como atenção, imitação, a memória, a imagina e a socialização por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (Profª5). Acreditamos que as professoras podem encontrar nas brincadeiras e jogos, um meio eficiente de fortalecer e subsidiar sua prática educativa,
  • 46. 45 principalmente quando atua em uma turma de educação infantil. Santos (1997) aponta: A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização comunicação, expressão e construção do conhecimento. (p.12). Quando as professoras expressam compreensões condizentes com os atuais estudos que estão refletindo a ludicidade, nos fazem perceber que uma aprendizagem prazerosa deixou de estar apenas nos conceitos dos grandes teóricos e passou a fazer parte das atividades cotidianas de algumas escolas. 4.2.2 Ludicidade: o brincar e suas potencialidades no desenvolvimento da criança O brincar está presente na vida do ser humano desde a sua existência e inclusive na fase da infância, pois a criança brinca não como uma forma de passa tempo, mas sim como uma necessidade básica. Portanto, para manter o equilíbrio com o mundo a criança necessita criar, inventar, reinventar, brincar, jogar, entre outras atitudes que lhe proporcione prazer e desenvolvimento. segundo as professoras: A criança compreende a realidade través do brincar, interagindo com outras crianças e participando de experiências reais (Profª7). Enquanto se divertem as crianças nem imaginam que estão se conhecendo, aprendendo e descobrindo o mundo (Profª5). O brincar desencadeia diversas potencialidades, pois através desse processo as crianças estimulam sua sensibilidade, aumentam sua independência desenvolve a coordenação motora, valoriza sua cultura popular, socializa-se, entre outros. Nesse sentido, quando brinca a criança constrói conhecimentos e estimula sua formação de conceitos. Nesta perspectiva Negrine (1994) salienta:
  • 47. 46 As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança (p.19). Eis algumas compreensões com elementos que evidenciam as potencialidades do brincar: È através da ludicidade que a criança estimula a criatividade, a socialização a crítica, desenvolvendo a linguagem o pensamento e a auto-estima (Profª1). È uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. os pequenos e envolvem nas atividades de faz-de-conta para tentar entender o mundo que vivem e para isso usam a imaginação (Profª5). Uma das diversas vantagens da utilização do lúdico na educação infantil, é como afirma a Profª5, é “o favorecimento na formação da identidade das crianças”. Fortalecendo essas compreensões Maluf (2003) destaca que: “(...) É importante a criança brincar, pois ela irá se desenvolver permeada por relações cotidianas e assim vai construindo sua identidade, a imagem de si e do mundo que acerca” (p. 20). Para tanto acreditamos que a construção da identidade é uma etapa importante para a formação das crianças, e é nesta perspectiva que encontramos no lúdico caminhos para desenvolver a personalidade dos sujeitos. 4.2.3 A importância do lúdico na educação infantil A infância é um período subjetivo e complexo responsável pela formação da personalidade, e construção de valores éticos e morais de todos as pessoas independentes de etnia, religião, cultura, sendo a educação infantil uma etapa importante para a formação humana. De acordo com Nicolau (1995): A Educação Infantil visa à criação de condições para satisfazer as necessidades de educação da criança, oferecendo-lhe um clima de bem estar físico, afetivo social e intelectual mediante a proposição de atividades lúdicas que promovam a curiosidade e a espontaneidade,
  • 48. 47 estimulando novas descobertas e o estabelecimento de novas relações a partir do que já se conhece (p.21). Para tanto, acreditamos que a educação infantil está diretamente ligada a essa formação humanitária e lúdica, pois, é geralmente nos momentos formativos que as crianças percebem-se como sujeitos atores/autores de suas dinâmicas de sobrevivência e permanência nos espaços aos quais faz parte. Brincadeiras são úteis porque enquanto brinca, a criança expressa seus sentimentos, tanto de alegria e envolvimento como de angústia, timidez, hostilidade, agressividade, medo, solidão, tristeza. Esses momentos servem para o professor entender como o aluno está se relacionando com o mundo (Profª5).. Ressaltamos, pois que diante de todos esses aspectos, é preciso destacar que a ludicidade tem como conseqüência uma forma divertida e significativa no processo de ensino aprendizagem, e abrange à ampla visão dos alunos. “O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão do mundo mais real” (DALLABONA e MENDES, 2004; p.107). Ao perguntarmos se as professoras concordavam com a citação de Dallabona e Mendes (2004), identificamos através de alguns discursos afinidade com idéias dos autores acentuando a validade do lúdico na educação, como também respostas resumidas, demonstrando resistência aos questionamentos: É que através do lúdico a criança aprende com mais facilidade e expressa suas idéias, seus sentimentos e seus medos (Profª2). Porque a brincadeira e o jogo facilitam a aprendizagem e contribui no desenvolvimento da criança (Profª3). Sim (Profª4) Sim (Profª1) Pensar em educação infantil é pensar no ser humano, em toda sua totalidade, talvez esse seja um elemento que traz muitos desafios para os que trabalham na educação e se dedicam à sua causa, principalmente quando fazemos referência ao processo de construção do conhecimento das crianças que acontece de forma tão singular e ao mesmo tempo encantadora.
  • 49. 48 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo seguido da produção dessa pesquisa que teve como objetivo identificar as compreensões que os professores de educação infantil têm sobre ludicidade, nos fez conhecer o significado que o lúdico tem no processo de ensino aprendizagem. Foi possível observarmos que as professoras vem gradativamente aprimorando seus conhecimentos e colocando em prática a ludicidade, fator que contribui com uma construção prazerosa do conhecimento, uma vez que quando atuamos de forma lúdica promovemos uma relação entre escola, lazer e processo educativo. Sendo assim, o uso do jogo, brinquedos e atividades lúdicas nas escolas, nos horário de aula, está sendo uma ação positiva no processo pedagógico facilitando a aquisição de novos conhecimentos. O trabalho educativo a partir da ludicidade abre caminhos para que a criança forme um bom conceito de mundo em que acolha a afetividade, desenvolva a socialização e sua criatividade seja estimulada para que se torne um cidadão crítico e ativo na sociedade fazendo valer seus direitos. Diante das análises realizadas percebemos a importância que a educação infantil tem na formação dos infantes, pois permite que as crianças sonhem, vivam, criem, construam o seu mundo imaginário e possam vivenciá- lo no real. Esta pesquisa também está direcionada para contribuição do processo educativo, quanto se volta a socializar questões referentes à ludicidade para os aqueles que fazem parte da educação como um todo. É relevante afirmar que os sujeitos desta pesquisa, ou seja, as professoras se comportaram com certo desentusiasmo diante dos pesquisadores. Sendo assim surge alguns questionamos para futuros estudos ligados ao não retorno que a Universidade dá aos sujeitos. Estas são, no entanto, questões que subsidiarão novas pesquisas demonstrando o
  • 50. 49 inacabamento desta, que se faz inerente a todo processo de construção do conhecimento. Nossas construções teóricas e práticas no levaram a perceber que é buscando novas maneiras de ensinar por meio do lúdico que alcançaremos uma educação com maior qualidade, e conseguiremos satisfazer às necessidades das crianças indo ao encontro de seus interesses.
  • 51. 50 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: Técnicas e Jogos Pedagógicos. São Paulo: Loyola, 2003. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução á Metodologia do Trabalho Científico: elaboração de trabalhos na graduação. 8ªed. - São Paulo: Atlas,2007. ALVES, Rosilda Maria. Atividades Lúdicas e Jogos no Ensino Fundamental. 2008 disponível em: http://www.ufpi.br/mesteduc/eventos/iiiencontro/gt8/atividades_ludicas.pdf. BARROS, Aidil Jesus da S. e LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos da metodologia cientifica: um guia para iniciação científica. 2ª edição ampliada. Makron Books, 2000. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Documento Introdutório. Versão preliminar. Brasília: MEC/ SEF, 1998. v. 2. CAMPOS, D. M. S. – Psicologia da Aprendizagem, 19º ed., Petrópolis: Vozes, 1986. CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987. DALLABONA, Sandra Regina e Mendes, Sueli Mari Schimitt. O Lúdico na Educação Infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. Revista de divulgação Técnico-científica do ICPG. vol I, jan-mar./2004. DOHME, Vânia. O lúdico na Educação. Disponível em htpp://www.editorainformal.com.br acessado em 24/02/2008. DOTTA, Leanete Teresinha Thomas. Representações sociais do ser professor. Campinas, SP: Editora Alínea, 2006. FEIJÓ, O. G. - Corpo e Movimento: Uma Psicologia para o Esporte. Rio de Janeiro: Shape Ed., 1992. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa: 2ª ed. Revisada e aumentada. São Paulo: Nova Fronteira, 1986. FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 8 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender. O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 2002.
  • 52. 51 FORQUIN, Jean-Claude. Escola e Cultura. As bases sociais e Epistemológicas do Conhecimento Escolar: Tradução de Guacira Lopes Louro. Porto alegre: Artes Medicas, 1993. GENTILI, Pablo. Desencanto e Utopia: A educação no labirinto dos novos tempos - Petrópolis; RJ: Vozes, 2008. GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na esperança em tempos de desencanto. – Petrópolis, RJ, Editora: Vozes, 2005. KISHIMOTO, Lizuko M. (org); etal. Jogo, brinquedo, brincadeiras e a educação. 3. ed. São Paulo: Cortez,1999. KRAMER, Sonia. Infância e educação infantil: reflexões e lições. In: Cadernos de Educação, nº34. Rio de Janeiro, PUC-Rio, 1998. KRAMER, Sônia. Profissionais da Educação Infantil: gestão e formação. São Paulo, Àtica 2005. KULISZ, Beatriz. Professores em Cena: o que faz a diferença? – Cadernos Educação Infantil. Porto Alegre. Mediação, 2004. LUCKESI, Cipriano Carlos. Ludicidade e atividades lúdicas. uma abordagem a partir da experiência interna. www.lukesi.com.br/textos/ludicidade_e_atividades.doc. Acessado em janeiro de 2008. LUDKE, Menga de A. e ANDRÈ Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU; 1986. MACHADO, Paulo B e ALMEIDA Suzzana A. Lima. Primeiro Colóquio Internacional Québec-Bahia: Formação Pesquisa e Desenvolvimento em Educação. Salvador: EDUNEB, 2006. MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. Petrópolis, RJ: Vozes,2003. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. MATURANA, Humberto R. Amar e Brincar: fundamentos esquecidos á democracia. Gerda Verden Zóller; tradução de Humberto Mariotti e Lia Diski- São Paulo: Palas Athena, 2004. MEC. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental PCN’s Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. MELLO, Guiomar Namo. Educação Escolar Brasileira: o que trouxemos de século XX? Porto Alegre: Artemed, 2004.
  • 53. 52 MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.) e DESLANDES, Suely Ferreira. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 27. Ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. 9 NEGRINE, Airton. Aprendizes e Desenvolvimento Infantil. Porto Alegre: Propil,1994. NICOLAU, Marieta Lúcia Machado. A educação pré-escolar. São Paulo: Ática, 1995. PRIORE, Mary Del. Histórias das Crianças no Brasil. 2. ed São Paulo: Contexto, 2000. ROSAMILHA, Nelson. Psicologia do Jogo e aprendizagem Infantil. São Paulo, Pioneira 1979. SANTOS, santa Marli Pires dos.(org). O lúdico na formação do educador. Petrópolis. RJ: Vozes, 1997. __________, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. SILVA JUNIOR, Afonso Gomes da. Aprendizagem por meio da ludicidade. – Rio de Janeiro: Sprint, 2005. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo. SP: Atlas, 1987. XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2ªed. Reformada. São Paulo, SP: Ediouro,2000.
  • 54. 53
  • 55. 54 UNEB- Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus VII Pedagogia 2005 ( Questionário Semi-aberto) Este instrumento de pesquisa tem como finalidade coletar informações de professores do ensino de Educação Infantil, que fornecerá ao pesquisador subsídios para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que tem por objetivo identificar quais as compreensões que os professores da educação infantil tem de ludicidade. Agradeço a valiosa colaboração, manteremos o devido sigilo das informações, em uma postura ética enquanto pesquisador. 1-Você aplica o lúdico em suas aulas? ( ) Sim, sempre aplico ( ) Às vezes quando tenho um tempinho aplico ( ) Não, não tenho (in)formação suficiente para aplicá-lo Justifique: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________ 2- Quanto às atividades lúdicas nas aulas ( ) É um processo difícil de incorporar ( )É incorporado na prática naturalmente ( )Ainda não tive tempo de entender esta temática ( )Prefiro as atividades tradicionais são mais rentáveis Justifique: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 56. 55 _______________________________________________________________ _______________________________________________________ 3-Qual importância tem a ludicidade nas suas práticas pedagógicas? ( ) Muito ( )Pouca ( )Razoável Justifique:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4- Você acha que o lúdico pode influenciar no desenvolvimento da criança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5- Você concorda com a citação: “O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão do mundo mais real” Dallabona e Mendes. Justifique________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6- Qual sua opinião a respeito do lúdico _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 57. 56 UNEB- Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus VII Pedagogia 2005 (Questionário Fechado) Este instrumento de pesquisa tem como finalidade coletar informações de professores do ensino de Educação Infantil, que fornecerá ao pesquisador subsídios para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que tem por objetivo identificar quais as compreensões que os professores da educação infantil tem de ludicidade. Agradeço a valiosa colaboração, manteremos o devido sigilo das informações, em uma postura ética enquanto pesquisador. 1 – Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 2 – Qual a sua formação? ( ) Formação geral ( ) Pedagogia ( ) Mestrado ( ) Ensino Fundamental ( ) Magistério ( ) Pós - Graduado ( ) Outros cursos superiores 3 -Há quanto tempo leciona? ( ) 1 ano ( ) 4 a 5 anos ( ) 2 a 3 anos ( ) mais, quantos____________ 4 - Qual a série que leciona? ( ) Maternal ( ) Educação Infantil I ( ) Educação Infantil II
  • 58. 57 ( ) Alfabetização ( ) Outra série ____________________ 5- Quantos alunos têm em sua sala de aula? ( ) mais de 10 ( ) mais de 20 ( ) mais de 30 6- Qual sua renda? ( ) 1 salário mínimo ( ) de 2 a 5 salários mínimos ( ) acima de 6 salários 7- Trabalha quantos turnos? ( ) Só pela manhã ( ) Só pela tarde ( ) Os dois turnos 8- Tempo de atuação na Educação Infantil: ( ) 0 a 2 anos ( ) 3 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) 10 a 20 anos 9-O que você entende por ludicidade: ( ) Um brincar sem sentido. ( ) Um brincar significativo no processo de ensino-aprendizagem. ( ) Um brincar sem a necessidade de planejamento. ( ) Um brincar valioso para passar o tempo e ocupar as crianças, enquanto elas se divertem. 10- Onde você adquiriu preparação para trabalhar o lúdico na sala e aula? ( ) Formação continuada ( Pós-Graduação) ( ) Na experiência ( ) Formação inicial ( Graduação) ( ) Não tenho formação