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1
SISTEMA ROLANDO TORO
ASSOCIAÇÃO ESCOLA DE BIODANZA
ROLANDO TORO DO RIO DE JANEIRO
TITULAÇÃO EM BIODANZA
(DES)COBRINDO O LÚDICO
Por
ANDRÉA LOPES ZATTAR
RIO DE JANEIRO
2001
2
(DES)COBRINDO O LÚDICO
Por
ANDRÉA LOPES ZATTAR
Monografia apresentada à escola de Biodanza Rolando Toro
do Rio de Janeiro, para obtenção do grau de professor titular em
Biodanza.
Orientador: Antonio José Sarpe
RIO DE JANEIRO, 24 DE MARÇO DE 2001
3
“DEUS NOS RESPEITA QUANDO TRABALHAMOS,
MAS NOS AMA QUANDO DANÇAMOS”
VELHO PROVÉRBIO SUFI
4
A mim mesma por ter coragem para estar sempre em movimento;
A meus pais , que me deram a vida e as primeiras lições de amor e
pertencimento;
A minha família pela sua presença amorosa;
A Robbert Lang, meu companheiro nesta jornada;
A Rolando Toro, do qual não tenho nada a falar que já não tenha
sido dito; mas que meu gesto de eterno agradecimento chegue até ele;
Ao professor Antonio José Sarpe, por sua amizade, amor, paciência
e ajuda no direcionamento do meu trabalho;
A Danielle Tavares por estar comigo nesta estrada amorosa;
Aos meus alunos que me ensinaram tanto quanto eu ensinei;
A todos que participaram de alguma forma da minha vida e do meu
processo de aprendizagem em Biodanza;
À vida, por estar me dando a chance de continuar bailando.
Meus Agradecimentos
5
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.................................................................. 06
2. O LÚDICO........................................................................ 08
3. O BRINCAR...................................................................... 10
4. CRIATIVIDADE................................................................ 13
5. MOVIMENTO E GRAÇA...................................................... 16
6. UM POUCO DE LORENZ.................................................... 19
7. A VISÃO DE HUIZINGA.................................................... 23
8. ROGER CAILLOIS – O JOGO E O HOMEM.......................... 27
9. A POESIA, O EROTISMO E O LÚDICO............................... 30
10. O JOGO NA “PHYSIS” GREGA E EM HERÁCLITO........... 33
11. A DANÇA DO UNIVERSO – RETORNO AOS PRÉ-
SOCRÁTICOS............................................................... 36
12. CHRONOS E KAIROS.................................................... 39
13. O LÚDICO NA BIODANZA ............................................ 43
14. AFETIVIDADE – UMA LIÇÃO A SER APRENDIDA........... 46
15. CONCLUSÃO................................................................. 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 52
ANEXOS............................................................................... 55
6
7
1-) INTRODUÇÃO
Em nossa sociedade impregnada de valores econômicos, onde
“poupamos” o afeto e valemos pelo que produzimos e realizamos, e não
pelo que vivemos, o lúdico obviamente passa a ser algo destituído de
importância.
Penso em quantos risos e olhares de desdém recebi toda vez que
falava sobre minha monografia. Ouvi muitas vezes várias desqualificações
sobre o assunto.
Agradeço hoje a cada uma dessas pessoas pois sem elas não teria
sido acesa em mim a faísca da curiosidade.
O que possui o prazer, a diversão que assusta e fascina tanto?
Porque o fazer algo com prazer nos remete a irresponsabilidade?
Porque o divertimento ficou condenado ao mundo das crianças?
Não tenho nenhuma pretensão de responder de forma definitiva
essas perguntas, quero pensar sobre elas, brincar com elas, quero ficar
com a inquietude infantil que nos impulsiona a descobrir cada vez mais.
As conclusões são por conta dos leitores e de sua abertura para o
mundo do “inútil”.
Meu interesse será focar os jogos leves, a brincadeira, o divertir-se,
o desfrutar e tentar elucidar porque esses termos são vistos inúmeras
vezes como pejorativos.
Segundo Winnicott “o brincar não tem um lugar e um tempo”. não é
dentro, nem é fora. Brincar é fazer. Brincar precisa do contato do
indivíduo sobre o que o rodeia.
Afinal, lúdico é a descoberta do mundo pelo prazer.
8
9
2-) LÚDICO
Lúdico vem do latim ludus que quer dizer jogo, divertimento + ico
que refere-se a participação, a relação.
Portanto, lúdico vem a ser tudo no qual eu me relaciono ou participo
com alegria, incluindo-se aí, a própria visão que se tem da vida. Posso
fazer o que tem que ser feito rotineiramente ou posso dar sentido ao meu
cotidiano.
Quando Heráclito (1), diante do forno/fogo, diz a alguns estranhos
“podem entrar, pois aqui também habitam os deuses”, ele deixa uma
mensagem clara da sacralidade da vida. E se é sagrada e efêmera porque
desperdiça-la em lástimas?
O brincar/jogar, como veremos em Winnicott e em Huizinga, não é
antônimo de seriedade, nem de responsabilidade.
A criação do universo é um eterno jogar, brincar, é um ocultar-
se/revelar-se é um cobrir-se/descobrir-se. A dança da vida em seu eterno
devir é um grande jogo/brincadeira.
O objetivo não importa, importa o caminho.
Você pode fazer a mais séria de todas as escolhas: Como viver
sua vida!!
(1) Em Heidegger – Heráclito – Ed. Relume Dumará
10
11
3-) O BRINCAR
“Nada mais sério do que uma criança
brincando”
D.W.WINNICOTT
A brincadeira é universal, própria da saúde, conduz aos
relacionamentos grupais e faz parte do desenvolvimento saudável da
criança e começa no espaço entre mãe e bebê, entre o espaço interno e
externo do indivíduo.
A característica principal do pensamento de Winnicott refere-se ao
brincar como uma experiência, sempre uma experiência criativa, uma
experiência na continuidade espaço-tempo, enfim, uma forma básica de
viver.
O brincar da criança possui tudo em si, e o momento mais
significativo é aquele em que a criança se surpreende a si mesma e não
quando o adulto o faz.
Para a criança o conteúdo do brincar não interessa. O que importa é
o estado de quase alheamento, aparentando à concentração das crianças
mais velhas e adultos. A criança quando brinca habita uma área que não
pode ser facilmente abandonada nem admite interferências. Ela traz para
dentro das brincadeiras conteúdos da realidade externa usando-os a
serviço da realidade interna ou pessoal, expressando seus sonhos e
correlacionando essas duas áreas.
A criança manipula fenômenos externos a serviço do sonho e veste
fenômenos externos, escolhidos com significação e sentimentos oníricos.
12
Brincar é sair do utilitário e entrar no prazer de divertir-se consigo,
com o outro e com o todo. E ocorre quando não existe ansiedade, objetivo
ou propósito.
13
14
4-) CRIATIVIDADE
“Para viver uma vida criativa,
precisamos perder o medo de estar
errados”
Joseph Chilton Pearce
Criar, vem do latim “creare”. Dar existência, tirar do nada, dar
origem, produzir, imaginar, expressar, cuidar (criar filhos), cultivar (criar
rosas).
Está em nossa base biológica, no instinto exploratório. Buscar,
manipular, investigar são vitais para a conservação da espécie humana. E
é o instinto ligado diretamente a criatividade, e é assim que o ser humano
se conserva e se expande, se tornando criatura e criador.
É no brincar que a criança ou o adulto exercitam integralmente sua
liberdade de criação, o que é essencial ao ser humano.
Criatividade é a expressão do seu ser único.
Na não intencionalidade que o ser se revela em sua plenitude.
Se nós aceitamos passivamente a realidade externa nos entramos
em submissão. Nossa relação com a vida se torna submissa.
O que dá sentido a vida, o que nos traz a sensação de que a vale o
prazer de viver é a criatividade.
Viver ou não de maneira criativa constituem alternativas
existenciais.
Criar a vida ou apenas submeter-se a ela, é o que faz toda a
diferença.
15
O início de uma vida criativa saudável está no brincar. E o brincar
depende da confiança em si, no outro, no todo. Confiança esta, criada nos
primórdios de nossa vida.
E esse criar é incessante, pois nossa existência é uma eterna
construção.
16
17
5-) MOVIMENTO E GRAÇA
O primeiro imperativo da vida é: MOVA-SE. Sem movimento não há
vida.
Os bebês vão aprendendo a rolar, a sentar, engatinhar e finalmente
andar.
Ecofatores, são os fatores ambientais que determinam a expressão
dos potenciais genéticos. Entre os ecofatores o principal é o humano. Se
os ecofatores forem positivos a capacidade de movimento do bebê é
desenvolvida em caso contrário ela pode ser bloqueada.
Quando o ecofator humano é positivo, jogam-se objetos, bate-se
palminha, chama-se a criança, tudo para que o desenvolvimento motor
aconteça.
No entanto, no decorrer desse processo, os gestos ou movimentos
não aceitos na cultura, na qual a criança está inserida, vão sendo tolhidos.
A espontaneidade vai dando lugar a movimentos comedidos,
pensados e nossos movimentos antes repletos de nossa marca pessoal vai
se tornando mera réplica do que nossa cultura solicita.
A graça do gesto surge da estesia, origem da palavra estética que
quer dizer sentir.
Como veremos em Lorenz os outros animais mantêm a graça
perdida pelo homo sapiens.
A graça na Biodanza é o movimento supremo, é o máximo de
integração.
A graça surge do prazer de mover-se.
18
No brincar, a graça surge em função da implicação da totalidade do
ser em movimentos repletos de prazer e sem finalidade. Estamos
vivenciando o lúdico em sua plenitude.
Ver crianças, animais ou homens brincando é ver um gesto repleto
de sentido e conseqüentemente beleza.
Quando convidamos os alunos em Biodanza à dançar, estamos
convidando-os para um movimento expressivo e sensível do ser.
Todos os movimentos constituem a vida humana acontecendo e a
dança se alimenta desses movimentos.
Quando o ser se torna a dança e o prazer surge dessa fusão, a
dança se torna lúdica.
19
20
6-) UM POUCO DE KONRAD LORENZ
Konrad Lorenz, zoólogo e psicólogo austríaco foi um dos fundadores
da etologia, ciência que estuda o comportamento animal.
Lorenz dedicou quase toda a sua existência a esse trabalho. No
entanto, focarei minhas observações sobre a parte em que ele fala sobre o
brincar dos animais.
Assim como os humanos, os animais também brincam*, ou jogam*.
Tais brincadeiras servem como uma iniciação no mundo.
“Nas formas primitivas de play” (2), como fala Lorenz, não é
necessária uma motivação especial, ela ocorre pelo prazer dos próprios
padrões motores.
A única diferença entre o sério e o brincar é que, no segundo “as
garras e dentes se tornam suaves e não machucam”. Mas a intensidade e
a entrega é a mesma do que durante o que Lorenz chama de execução
séria.
Segundo a observação de Leyhausen, (em Lorenz) “durante o
brincar o sistema nervoso vegetativo não está envolvido da mesma forma
que durante a função séria. Enquanto o brincar durar o pêlo do animal fica
deitado, quando o sério toma conta o pêlo se eriça”. O brincar para os
animais é uma antecipação para a perfeição do comportamento
subseqüente, assim como para os humanos.
*Lorenz usa o verbo Play que em inglês tanto pode significar jogo como brincadeira.
(2) Konrad Lorenz – “Os fundamentos da Etologia” – ed.Unesp
21
A criatividade também é um fator de grande importância no brincar dos
animais. Pássaros se entrelaçam em vôo para criar novas formas; nas
brigas ou corridas de cães e gatos, movimentos novos são criados para
escapar e a base é o prazer do movimento.
Com os animais também vão se estabelecendo ligações com o
externo. Não simbolicamente ou através de vínculo como os humanos.
Mas através de uma interação com o que os rodeia criando novas formas
de movimento, como os golfinhos que se utilizam das ondas criadas pelos
navios para ganhar velocidade no seu deslocar-se.
Assim como o homo sapiens, os animais iniciam sua vida brincando,
e é através da experiência prazerosa que se descobre o mundo.
Obviamente que isso só se torna possível em ambientes saudáveis.
O curioso é que em todos os casos, se existe tensão a brincadeira
inexiste. Se o instinto é ativado e o ego tem que satisfazê-lo, a totalidade
se desfaz e o prazer do brincar se torna secundário.
Um exemplo é a do macaco Sultan, citado por Lorenz, que foi
incapaz de apanhar uma banana com duas varetas. Enquanto seu instinto
alimentário dominava, ele tentava apanhar a banana a qualquer custo,
com a vareta maior; quando ele entrou no prazer descompromissado do
jogo de juntar duas varetas e formar uma pinça, fazendo assim a banana
cair, a fruta foi alcançada.
Não é de espantar que a verdadeira função criativa do brincar ocorre
quando não está tolhida pela fixação, por um objetivo.
O poeta alemão Friedrich Schiller, (em Lorenz) afirmou que “o
homem é inteiramente humano apenas quando está brincando”.
O biólogo Alfred Kuhn, (idem) expressou o mesmo pensamento
dizendo “que não existe nada igual a ciência aplicada; se ocasionalmente
a ciência fornece bons frutos, ela o faz apenas para aquele que cultiva
ciência pelas suas flores”.
22
Alguns movimentos dos animais como as brincadeiras de luta e as
cambalhotas dos golfinhos despertam nosso gosto estético porque,
segundo Lorenz, esses movimentos nascem do prazer de mover-se. Se
mais tarde isso servir para conservação da espécie, será apenas a vida
seguindo seu rumo.
E, para Lorenz, é óbvio que a mais antiga forma de arte humana, a
dança, tenha se originado com base nisso. Na verdade é possível que toda
a arte humana tenha derivado desses primeiros movimentos de
intercâmbio com o meio e que visam sempre a harmonia.
O brincar se torna verdadeiramente criativo, no momento em que
nada é premeditado, exceto as regras do jogo.
O instinto mais presente em todas as espécies , principalmente no
homem, é o instinto exploratório. E este está intimamente ligado a
brincadeira, uma vez que a brincadeira é uma forma prazerosa de
descobrir o “em torno”.
23
24
7-) A VISÃO DE HUIZINGA
Johan Huizinga é filósofo e um dos maiores escritores de nosso tempo. Ele
se dedicou de forma preciosa ao estudo do lúdico na nossa cultura.
Diferente dos outros autores que têm visões psicológicas e biológicas
sobre o brincar, Huizinga contextualiza o brincar/jogar na nossa cultura.
Uma das primeiras colocações de Huizinga é para a língua. Segundo ele,
entre as principais línguas européias não existe divisão entre o jogar e o brincar
(spielen, to play, jouer, jugar).
Escolher uma das duas terminologias já nos faz perder, uma vez que a
unidade se desfaz.
O jogo, leia-se também a brincadeira, antecede a cultura; pois os animais
não foram ensinados a brincar e os mesmos brincam da mesma forma, conforme
visto em Lorenz.
Segundo Huizinga (3) “o jogo é mais do que um fenômeno fisiológico ou
um reflexo psicológico. Ultrapassa os limites da atividade puramente física ou
biológica. É uma função significante, que contém em si mesmo um sentido”.
Várias linhas como a filosofia e a psicologia procuram estudar o lúdico, tentam
definir a função, a origem, o fundamento e cada uma dessas linhas realmente
consegue explicar uma parte desse todo sem no entanto existir nenhuma
decisiva.
Por quê um bebê grita de prazer, por quê o jogador se deixa levar por sua
paixão, por quê uma multidão imensa pode ser levada ao delírio durante um
jogo? A intensidade de lúdico e seu poder de fascinação não podem ser
explicados.
E, contudo, é nessa intensidade , nessa fascinação, nessa capacidade de
excitar que reside a própria essência e a característica primária do jogo.
(3) Johan Huizinga – Homo Ludens – Ed. Perspectiva
25
Temos que considerar o jogo como uma totalidade e como tal tentar
abarcá-lo.
Em um mundo utilitarista, o jogo se torna supérfluo e destrói nossa
crença profunda de racionalidade, pois é irracional.
O jogar/ brincar, não é um produto da cultura como já falado
anteriormente mas inserida na mesma, o que o jogo faz?
Se procurarmos compreender o jogo como fator cultural da vida,
veremos que todas as atividades arquetípicas da humanidade têm o jogo
como marca.
A linguagem cria palavras, designa, salta do pensamento para a
matéria, brinca com as palavras. Cria o mundo poético e metafórico.
O mito transforma os fenômenos não explicados, não controlados
em algo divino, trazendo respostas às inquietações humanas.
Para os homens o jogo é oposto a seriedade. Mas, segundo
Huizinga, se examinarmos mais de perto veremos que este contraste
entre jogo e seriedade não é decisivo, nem imutável.
Para começar, que tal pensarmos ao contrário que o jogo não é
sério, ou que o jogo é a não seriedade; imediatamente o contraste
começa a desaparecer já que há caso de jogo seriíssimos.
O riso, que é o contraste da seriedade, não existe em alguns jogos
como o xadrez e não existe nos animais. Mas a inexistência do riso não
quer dizer que exista ausência do prazer.
Poderia me deter horas a expor o pensamento de Huizinga mas
resumo seu pensamento utilizando suas próprias palavras: “Chegamos
portanto, através de um caminho tortuoso, à seguinte conclusão: a
verdadeira civilização não pode existir sem um certo elemento lúdico,
porque a civilização implica a limitação e o domínio de si próprio, a
capacidade de não tomar suas próprias tendências pelo fim último da
humanidade, compreendendo que se está encerrando dentro de certos
26
limites livremente aceitos. De certo modo a civilização sempre será um
jogo governado por certas regras, e a verdadeira civilização sempre
exigirá um espírito esportivo, a capacidade de fair play”.
27
28
8-) ROGER CAILLOIS – O JOGO E O HOMEM
Por ser uma atividade gratuita, é por muitos considerado sinônimo
de frivolidade.
Somente com o trabalho de Huizinga na década de 30 é que todo o
mundo científico se voltou para o lúdico e começou a perceber que este
era um fator decisivo no desenvolvimento da cultura.
Segundo Roger, os jogos são estéreis porque não produzem nada. O
jogar/brincar é somente uma aprendizagem de funções posteriores.
Cada jogo/brincadeira, desenvolve uma habilidade distinta.
Roger classifica os jogos da seguinte forma:
Jogos de sorte, de competência, de simulação e de vertigem.
Na página seguinte, veremos dois quadros e eles deixam claras as
classificações e suas implicações em nossa cultura.
29
30
31
9 -) O EROTISMO, A POESIA E O LÚDICO
“Voy por tu cuerpo como por el mundo”
Otávio Paz
Em que momento ambos se encontram?
Para que ponto coisas aparentemente tão distintas convergem?
Segundo Octavio Paz (4), “a relação entre o erotismo e a poesia é
tamanha que pode se dizer, sem afetação, que o primeiro é uma poética
corporal e que a segunda é uma erótica verbal. Ambos estão constituídos
por uma oposição complementar. A linguagem –sons que emite sentido,
traz material que denota idéias incorpóreas - é capaz de dar nome ao
mais fugitivo e evanescente: a sensação; por sua vez o erotismo não é
mera sexualidade animal: é cerimônia de representação. O erotismo é a
sexualidade transfigurada: metáfora. O agente que move os dois é o
mesmo: a imaginação. É a potência que transfigura o sexo em cerimônia
e rito, a linguagem em ritmo e metáfora. A imagem poética é o abraço de
realidades opostas é a rima, é a cópula de sons; a poesia erotiza a
linguagem e o mundo porque ela mesma em seu modo de operação é o
erotismo. E do mesmo modo: o erotismo é uma metáfora da sexualidade
animal.”
Então veremos que o erotismo é a transgressão da sexualidade,
porque os amantes rompem com o utilitarismo procriativo e se lançam ao
prazer.
(4) Ocatvio Paz – La llama doble – Amor y Erotismo – Ed. Siciliano
32
O mesmo se dá com as palavras. A língua com sua estruturação de
signos tem o objetivo funcional da comunicação enquanto a poesia
possibilita a abertura de novos sentidos e novos universos simbólicos, pois
a poesia nos convida a tocar o intocável e ouvir o inaudível. Nos remete a
um outro mundo dentro deste.
E por fim chegamos ao lúdico, cuja característica é o prazer da
atividade em si.
O jogo, para permanecer na esfera verdadeiramente lúdica, não
deve orientar-se para um objetivo utilitário.
O primeiro sentido a aparecer no embrião é o tato, não é portanto
de admirar que as crianças sentindo seu corpo erógeno, criem e vivenciem
jogos eróticos. Um corpo quando tocado, acariciado, cresce de forma mais
saudável.
Na poesia, no encontro erótico e no lúdico, o ato sagrado se realiza
através das palavras, dos gestos, da entrega. Neste instante de amor se
podem unir os opostos, a linguagem cessa, os significados desaparecem,
nada há a ser dito ou feito, só existe o ser.
33
34
10-) O JOGO NA “PHYSIS” GREGA E EM HERÁCLITO
As datas do nascimento e da morte de Heráclito são desconhecidas.
Sabe-se, porém, que atingiu o ápice de sua existência na época 69 A.C.
Com isso, podemos contextualizá-lo entre Xenófanes e Parmênides, seu
principal opositor, por apregoar a imutabilidade das coisas.
Um dos aspectos principais de sua doutrina foram suas crenças de
que todas as coisas estão em movimento e que o movimento se processa
através de contrários.
Não é de espantar que a deusa de Heráclito seja Ártemis, a
caçadora, a deusa da caça, da luz e do jogo.
Ártemis é a deusa da “Physis”, pois caças e animais pertencem a
natureza. Suas parceiras de jogo, as ninfas, jogam e tocam o jogo da
“Physis”. Essa palavra designa o nascer e o desabrochar que se
entreabrem para erguer e mostrar num encobrimento. Significa aquilo que
a partir de si mesmo surge para o aberto e o livre, e que nesse
surgimento, permanece e aparece, doando-se para o livre no
aparecimento, embora sempre siga uma regra. Vigorar é a essência do
jogo. A “Physis” pertence ao jogo.
Resumindo, “Physis” é esse jogo de ocultação e revelação, talvez
por isso, Heráclito tenha sido conhecido como “O obscuro”, ele gostava de
expressar-se tal como sua deusa, através de enigmas, ou seja, brincando
e jogando com as palavras.
Uma das histórias que se conta de Heráclito, e que não possui
nenhum fundamento histórico, fala que o mesmo se dirigiu, uma vez ao
templo de Ártemis, para lá, jogar dados com as crianças. Voltando aos
efésios, que se colocaram de pé ao seu redor, exclamou: “infames o que
35
olham tão espantados? Não é melhor fazer o que estou fazendo do que
cuidar da pólis junto com vocês?” (5)
Quando nessa história Heráclito fala de sua preferência, ele indica a
descontração e a serenidade, o balanço e a liberdade do jogo/do brincar,
que precisamente por ser jogo, possui sua regra, sua lei, permanecendo
assim no limite e na continência, naquilo que chamamos de mundo, onde
os jogadores se vêem imersos , sem porém se afogarem.
E é justamente no templo de Ártemis, deusa da "Physis" e do jogo é
que ele joga seus dados.
Ártemis aparece com tochas nas mão, a claridade sem o qual nada
pode ser revelado, mas carrega também a lira e o arco, sendo também a
deusa da morte, do que é oculto, parte do jogo da vida.
Heidegger define Heráclito como um pensador da dimensão do fogo,
da luta e na proximidade do jogo.
(5) Heidegger – Heráclito – Ed. Relume Dumará
36
37
11-) A DANÇA DO UNIVERSO – RETORNO AOS
PRÉ-SOCRÁTICOS
“Imagine que o mundo seja algo como
uma gigantesca partida de xadrez
sendo disputada pelos deuses e que
não fazemos parte da audiência. Não
sabemos quais são as regras do jogo;
podemos apenas observar seu
desenrolar.
Em princípio se observarmos por tempo
suficiente iremos descobrir algumas
das regras. As regras do jogo são o que
chamamos de física fundamental”.
Gleisser (6)
Muito antes de nosso conhecimento atual existir, a relação dos seres
humanos com o mundo era diferente.
A natureza era respeitada e idolatrada, sendo a única responsável
pela sobrevivência de nossa espécie. E os estudiosos possuíam
conhecimentos não somente científicos como místicos.
Tudo que ocorria na natureza era atribuído aos mitos, que são
histórias que procuram viabilizar ou reafirmar sistemas de valores que não
só dão sentido à nossa existência como também servem para estudarmos
uma determinada cultura.
Obviamente que vários deuses e mitos foram criados para explicar o
incompreensível e o incontrolável.
(6) A Dança do Universo – Marcelo Gleisser – Ed. Cia das Letras
38
Pode parecer que esta visão ficou contida no passado depois que o
racionalismo, tomou conta de nosso mundo, uma vez que é mais fácil se
colocar em um mundo previsível e controlável.
Mas com o retorno a questões como a origem do universo, várias
das afirmações antes certas, tiveram de ser discutidas e físicos,
astrônomos e cientistas como um todo falam, como nos primórdios da
ciência, de uma dança cósmica, lúdica, vigorosa, de opostos: tudo e nada,
ser e não ser, yin e yang, luz e escuridão, caos e ordem, ocultamento e
desvelamento.
Uma dança de contrários.
Não saberemos jamais por mais que a ciência avance qual o
desfecho desse jogo, somente bem, friso bem, apenas algumas das
regras, pois como diria Heráclito de Éfeso:
“ A verdadeira constituição das coisas gosta de ocultar-se”
A Grécia, berço de nossa civilização, sempre foi muito criticada e
pouco valorizada. Mas foi principalmente nesse período pré socrático que
o pensamento e o impulso criativo ascendeu a níveis que os
transformaram em inspiração para os que estavam por vir, sobrevivendo
ao tempo.
Resumir o pensamento de cada um deles não é a proposta do meu
trabalho, mas que percebamos como nessa dança do universo nossos
pensadores foram cada vez mais paralisando-a, esquecendo-a, tirando da
natureza o seu poder criador, entregando a um deus distante e imutável a
responsabilidade pela nossa criação e dono de nosso destino.
Sorte ser a natureza feita de ciclos e o jogo da vida de leis, como a
do eterno retorno.
Segundo Carl Sagan (7), a natureza tem regras, no entanto ela é
imprevisível. Não seria lúdica a natureza da natureza?
(7) Carl Sagan – Série Cosmos
39
40
12-) CHRONOS E KAIROS
Chronos e Kairos são radicalmente contrários como veremos a
seguir.
No entanto, antes de continuarmos é necessário esclarecer a noção
de “devouring time”,(8) termo utilizado por Shakespeare em seu
admirável XIX soneto. O tempo é realmente devorador?
Ou somos nós que o devoramos?
No séc VI A.C. o pobre Cronos (nome em latim)/Saturno (nome em
grego), foi aparentemente confundido com Chronos o tempo. E como
Cronos/Saturno devorou seus filhos a conclusão é de que o tempo
devorava aos seus filhos.
Chronos o dançarino, se afirma como o modelo da regularidade e da
repetição, sua dança, cíclica, períodica é decomponível, analisável,
imitável, seus passos e gestos são apolíneos, o que chama ao
consentimento e que faz as consciências se desdobrarem as suas leis
ritmadas.
Kairos se revela ao mesmo tempo saltador e acrobata
desconcertante, irregular, dionisíaco, confere aos seus movimentos a
totalidade, desafio e irrepetibilidade, risco engajamento e aventura; ele
convida as consciências a permanecer como ele, intrépidas.
Percebemos que o tempo Kairos é o tempo do lúdico, onde
perdemos a conexão com Chronos e tal como explicarei adiante o tempo
se torna circunstancial e como tal, passa rápido.
(8)E. Moutsopoulos - Chronos et Kairos – Entretiens D’Athènes Institut International de
Philosophie
41
Chronos, o dócil e Kairos o indomável se encontram num eterno e
incessante conflito: Chronos cria o mundo e governa, Kairos o destrói para
recriá-lo ao seu modo; e esta rivalidade sem início, nem fim se arrasta,
inelutável e inexorável, sem vencedor, nem vencido.
Kairos desmascarando Chronos, o falso, Chronos molestando Kairos,
o impetuoso e rebelde sob o olhar de Aiôn, o impassível/eterno,
entretanto, ambos participam da cumplicidade desse olhar e ambos
contribuem para garantir a duração infalível do reinado.
A meu ver, a grande lição da antigüidade grega consiste na
ocorrência do fato que, com Kairos, nós não nos achamos numa corrida
eterna a fim de agarrar “pelos cabelos”, como numa representação
pitoresca, o momento favorável, mas abandonamos ou ultrapassamos o
tempo circular, reiterado e penetramos num mundo (e um tempo) da
medida e da forma, da diversidade, onde a força ativa leva a formas
criadoras, originárias da transformação e da modelagem da matéria
amorfa da vida.
Kairos representa não o tempo abreviado mas condensado na
dimensão da profundidade; o tempo reduzido à essência do vivido
espiritual.
Trata-se justamente da relação entre um tempo de fluxo e um
tempo de explosões criativas, carregado de significados, por conseguinte,
fora do tempo.
Kairos significa o momento de explosão das energias criadoras da
arte, o momento de sossego das águas impetuosas, dos valores calmos,
mas também do mistério.
Resumindo Kairos seria um tempo circunstancial, onde a noção do
tempo Chronos desaparece para dar lugar a um tempo pessoal.
Podemos perceber isso claramente, quando temos que lidar com
situações desagradáveis e o tempo parece se tornar eterno. Já em uma
42
situação de profundo prazer, como o ato de brincar o tempo parece
escorrer por entre os dedos.
43
44
13-) O LÚDICO NA BIODANZA
Até o momento procurei abordar a teoria. Busquei os principais
autores sobre o tema; no entanto, dentro da metodologia da Biodanza
existe uma parte da aula destinado ao lúdico, que são os impulsos lúdicos
e os jogos de vitalidade.
O objetivo máximo da Biodanza é a expressão e integração da
identidade. A identidade se expressa de forma paradoxal descrito
poeticamente por Thiago de Mello: “Mudar em movimento, sem deixar de
ser o mesmo que muda, como um rio”.
O lúdico abarca a totalidade do ser e convida-o a experimentar a
sensação de estar vivo, de criar, de sentir-se uno e reabilitado
existencialmente.
No entanto para brincarmos, criarmos, sentirmos é necessário
possuirmos vitalidade.
Toro aborda o conceito de vitalidade do ponto de vista sistêmico, a
vitalidade é resultante de múltiplos fatores que integram para manter a
estabilidade funcional, permitir sua expressão genética e conservar, em
interação com as mudanças ambientais, a harmonia do sistema. O
sistema de correlação orgânica límbico-hipotalâmica, endócrinos e
imunológicos são a base da unidade funcional do organismo.
Possuir vitalidade significa possuir fortes motivações para viver,
conexão profunda com a vida , para viver e possuir energia disponível
para a ação (ímpeto vital).
Toro diz que os sistemas vivos possuem um psiquismo que organiza
a unidade funcional e é chamado de inconsciente vital.
O inconsciente vital é um psiquismo que cria regularidade e tende a
manter as funções estáveis. Esse psiquismo se estende a tecidos e células
45
que obedecem a um sentido global de auto conservação. O inconsciente
vital origina uma solidariedade celular, criação de tecidos, defesa
imunológica, resumindo ele coordena as funções de regulação orgânica e
homeostase (equilíbrio interno) e possui uma grande autonomia não
passando pela consciência. A vivência é a via de acesso direto ao
Inconsciente vital.
O inconsciente vital contém a memória da vida.
Quando o indíviduo está existencialmente bloqueado ou
desorganizado, as forças integradoras que mantém a unidade da vida,
cedem e se inicia um processo de auto destruição.
A Biodanza é por excelência o veículo de ativação do inconsciente
vital, já que seus exercícios envolvem todo o organismo mobilizando
instintos e emoções e se projetam progressivamente na harmonia
orgânica.
Através do prazer da alegria, surge o desejo de estar no grupo de
vincular-se. Sorrir, ativar energia, seguir o ritmo, conectar-se consigo e
com o outro.
Os jogos de vitalidade devem ser tonificantes (aflorar a energia
vital) e criativos (abrir espaço para a expressão máxima/possível do ser).
As vivências lúdicas, os jogos, humor, riso e todo movimento, que
transformado em dança pela integração cenestésica gera prazer, bem
estar e ativa o humor endógeno (*), são uma confirmação de que a
Biodanza dentro das abordagens terapêuticas, educativas e de
desenvolvimento humano, é uma das que mais integram o elemento
lúdico.
(*) Humor endógeno – humor que resulta de uma conjunção de fatores genéticos e do
estado global de saúde
46
47
14-) AFETIVIDADE – UMA LIÇÃO A SER APRENDIDA
Em Biodanza, concordamos com Darwin (9), quando defende que
toda emoção, se expressada, se reforça por isso estimula-se a expressão
de emoções vinculadoras e integradoras.
As duas linhas que mais trabalhamos no lúdico em Biodanza são a
vitalidade e a criatividade.
A vitalidade traz uma experiência de plenitude pois nos sentimos
reconectados com nossas emoções de alegria e entusiasmo e
consequentemente com nossa energia vital.
Já a criatividade remete a expressão e liberação, podendo chegar a
experiência de criação artística ou científica, através de emoções de
exaltação criativa e êxtase estético.
O lúdico,ou seja, a brincadeira, o jogo propicia a permissão
necessária para um maior nível de entrega.
O lúdico, metodologicamente falando, tem sua forma apropriada
para ser estimulado.
Explico por que:
Nem sempre, mais do bom, é o melhor; e se nós utilizarmos de
estímulos vitais em demasia, poderemos reforçar no aluno sua crença na
falta de vitalidade.
A afetividade é uma lição a ser aprendida, e é a fonte de todas as
formas diferenciadas de inteligência: motora, social, sistêmica, etc...
(9) Darwin – “A expressão das emoções nos homens e nos animais – Ed. Cia das Letras
48
Nos deixar ser afetados pelas experiências, pela vida, pelas pessoas
sem que isso se torne tão pesado que eu não possa suportar, é
reaprendizagem, uma segunda chance que os alunos se dão. E é neste
momento que o lúdico entra com toda a sua carga de permissão, pois
estão “apenas” brincando.
Permissão, vem do latim, permissione, que é ato ou efeito de
permitir, consentir, autorizar para o que é lícito.
O que é lícito? Aquilo que as leis admitem.
Esta aí o poder dos jogos lúdicos em Biodanza. Se estou brincando,
eu posso, é lícito, é admissível, não cria culpa e assim possibilitamos ao
aluno dar mais um passo em direção a expansão de seu potencial.
Mas para isso é necessário que a atmosfera do grupo, como diz
Rolando Toro, seja: deflagadora, facilitadora, permissiva, integradora,
criativa e transcendente. Desta forma os mandatos (*) vão
gradativamente dando lugar a permissão.
“Em sua qualidade deflagadora, o
grupo dá permissão aos membros para
diminuir a força dos mecanismos de
defesa. A repressão suspende
temporariamente sua função. A energia
afetiva reprimida começa a circular por
suas vias espontâneas”
Rolando Toro Araneda
(*) Mandatos - mensagens parentais negativas não verbais, de não vida: - Não vivas; -
Não sejas o que é; - Não sintas; - Apressa-te a crescer, entre outros.
49
50
15-) CONCLUSÃO
Ao terminar este trabalho, vejo o quanto somos reducionistas em
nossas formas de ver o mundo e as coisas ao nosso redor, incluindo-se aí,
as palavras.
Gostaria de lembrar que lúdico, etimologicamente falando, quer
referir-se a tudo que é feito com prazer/divertimento. No entanto
reduzimos tanto a palavra, a ponto de ficar restrita a servir de sinônimo
para brincar.
Se trabalhamos com prazer; esse trabalho não é lúdico? Se estamos
realizando um estudo com prazer; ele não é lúdico?
Obviamente que sim, na concepção de todos os autores que neste
trabalho eu apresentei. Estamos imersos no lúdico e isso não desqualifica
o trabalho, porque lúdico não representa falta de seriedade, mas a
presença do prazer. Porque não podemos possuir os dois em nossas
escolhas? Um não inviabiliza o outro.
A Biodanza como um todo é um resgate desta ludicidade quando
propõe uma aprendizagem pelo prazer.
Isso não quer dizer que não deflagramos emoções, ditas negativas,
como tristeza, raiva, melancolia, medo. O que vimos é que não é através
dessa via que vai o nosso trabalho em Biodanza.
Entramos em um mundo vivencial, onde rompemos com o
utilitarismo e nos entregamos a Kairos e a Ayôn e a beleza de suas danças
infinitas.
Juntei minha experiência de vida, a minha experiência como
facilitadora e deduzi que o lúdico resgata a permissão para experimentar
sem julgar.
51
Nos lançamos ao prazer de brincar, de dançar, de viver.
Redescobrimos a nós mesmos, ao mundo com olhos menos severos,
percebemos que a aprendizagem pelo prazer não se esquece e cria
vínculos, cria laços, como diz Winnicott, descobrimos que podemos dançar
a vertigem, confiando cada vez mais nas pessoas, nas relações e na vida.
52
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAILLOIS Roger. Los Juegos y los hombres – la máscara y el vertigo.
Fondo de Cultura Económica – México.
LORENZ Konrad. Os fundamentos da Etologia. Editora Unesp
WINNICOTT D. W. O brincar e a Realidade. Imago Editora
WINNICOTT D. W. Os bebês e suas Mães. Editora Martins Fontes
GLEISSER Marcelo. A Dança do universo - Dos mitos de Criação ao
Big-Bang. Editora Cia das Letras.
HUIZINGA Johan. Homo Ludens. Editora Perspectiva.
MOUTSOPOULOS E.. Chronos et Kairos – Entretiens D’Athènes.
Institut. International de Philosophie.
HEIDEGGER. Heráclito. Editora Relume Dumará
BORNHEIN Gerd. Os filósofos pré socráticos. Editora Cultrix.
54
PAZ Octávio. La llama doble – Amor y Erotismo. Editora Siciliano
DARWIN Charles. A expressão das emoções nos homens e nos
animais. Ed. Cia das Letras
GARAUDY Roger. Dançar a vida. Editora Nova Fronteira
ROTH, Gabrielle. Os Ritmos da Alma – o movimento como prática
espiritual. Editora Cultrix
WAGNER Cezar. Vivência – Caminho à identidade. Editora Viver
ARANEDA, Rolando Toro. Inteligência Afetiva – A unidade da mente
com o universo. Texto para a formação de facilitadores em Biodanza.
Editora International Biocentric
ARANEDA, Toro, Rolando. Vitalidade. Texto para a formação de
facilitadores em Biodanza.Editora International Biocentric Foundation.
ARANEDA, Toro, Rolando. Modelo Teórico e Inconsciente Vital. Texto
para atualização e formação de Didactas em Biodanza. Editora
International Biocentric Foundation.
55
56
DEPOIMENTOS DE MEUS ALUNOS DE BIODANZA:
“...brincar é buscar pela criança eterna dentro de nós, tudo o que nos fala
de qualidades que, embora raras, nunca deixarão de existir – lealdade,
respeito, amor, amizade, etc...”
Pedro Brandão
“...a Bio me fez aprender a sorrir, a brincar, a querer e me sentir
querido...”
Gilmar
“ ...eu preciso aprender a brincar.”
Tânia Vergueiro
“...através destas brincadeiras consegui mudar muita coisa que queria na
minha vida, muito mais profundamente..."
“...brincar é a melhor coisa que existe...descobri que toda essa energia e
criatividade estavam dormindo dentro de mim. e que bom consegui
acordá-las a tempo de aproveitar a minha vida...”
Gabriella Ricca
“...simplesmente brincar por brincar e com muito prazer...”
Laércio De Carvalho
“...pude experienciar vivências que eu não tive enquanto criança. foi o
resgate da criança que eu fui e trago dentro de mim. voltar a brincar me
ajuda a amadurecer, crescer...”
Claudia Dedesk
57
“...eu voltei a brincar; a fazer coisas de brincadeira: trabalhar de
brincadeira, namorar de brincadeira, planejar a vida de brincadeira. É um
jeito maravilhoso de levar a vida. voltei a ser feliz e não quero parar
mais...”
Luciano De Melo
“...atitudes minhas que no passado eram coisas bem mais pesadas e hoje
são algo leve e mais agradável...”
Henrique Miranda
“...adoro brincar, me dá uma energia, alegria, astral melhor e, muito
importante também: uma conexão com quem vou brincar...”
Léopold Robbert Lang
“...porque não desfrutar de cada minuto, do trabalho, do sono, do
alimento, da diversão. sentir o prazer e sorrir..”
Bernardo Gebara
“o brincar para mim sempre foi visto como coisa de criança. quando
cresci, decidi deixar isso para trás, para não ser vista pelo mundo como
infantil. com a maturidade e com as aulas, aprendi que posso deixar meu
lado criança atuar sem que isso seja um incômodo para mim. me solto,
me divirto e é isso que vale.”
Renata Fraga
“a descoberta do brincar na biodanza trouxe em mim uma nova maneira
mais agradável de relacionamento com meus amigos. me faz tentar me
relacionar com minhas filhas porque é difícil para mim. não tenho muito
jeito, sou seca. e estou conseguindo desmanchar isso.”
Adriana Soares
58
“...as vivências lúdicas da biodanza estimulam a alegria de viver, a
espontaneidade das emoções e a liberdade de expressão na sua
integridade...”
Tânia Gomes
“Alegria – uma responsabilidade
Gargalhada, uma bem gostosa
Igual a da criança
Que leve e solta
Corre, pula, grita, ri,
Brinca, joga, compete...
Tempo em que tudo o que se ganha
É o prazer, a satisfação
Gargalhada, uma bem gostosa
Igual aquela em que mexendo na lama
Sujando todo o rosto e o corpo
Experimenta-se uma experiência ímpar de contentamento
E você, adulto, que cresceu a fim de ser responsável
E se esqueceu
Da responsabilidade maior
Da responsabilidade consigo mesmo
A de buscar dentro de si
Aquela gargalhada de criança
Que faz sua alegria emergir
Sair
Explodir
Subir ao céu
Como fogos de artifício
Iluminando e colorindo
Uma linda noite de festa”
Nedjma Murad
59
(DES)COBRINDO O LÚDICO
CRIAÇÃO
DO NADA INICIAL
FEZ-SE O TUDO
UM SER HUMANO NASCEU
FEZ-SE A VIDA
MILAGRE DE ETERNA CONSTRUÇÃO
NOSSA LIBERDADE DE SER O QUE QUISERMOS
SE DEIXARMOS NOSSOS CORAÇÕES TRANSBORDAREM
EM NOSSOS GESTOS REPLETOS DE POSSIBILIDADES
TUDO É CRIAÇÃO
CRIAR AÇÃO, FAZER DESDE O NASCER
DA VIDA UM ETERNO BRINCAR
DE AMAR
(ANDRÉA ZATTAR)

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(Des)cobrindo o lúdico - Por Andrea Zattar

  • 1. 1 SISTEMA ROLANDO TORO ASSOCIAÇÃO ESCOLA DE BIODANZA ROLANDO TORO DO RIO DE JANEIRO TITULAÇÃO EM BIODANZA (DES)COBRINDO O LÚDICO Por ANDRÉA LOPES ZATTAR RIO DE JANEIRO 2001
  • 2. 2 (DES)COBRINDO O LÚDICO Por ANDRÉA LOPES ZATTAR Monografia apresentada à escola de Biodanza Rolando Toro do Rio de Janeiro, para obtenção do grau de professor titular em Biodanza. Orientador: Antonio José Sarpe RIO DE JANEIRO, 24 DE MARÇO DE 2001
  • 3. 3 “DEUS NOS RESPEITA QUANDO TRABALHAMOS, MAS NOS AMA QUANDO DANÇAMOS” VELHO PROVÉRBIO SUFI
  • 4. 4 A mim mesma por ter coragem para estar sempre em movimento; A meus pais , que me deram a vida e as primeiras lições de amor e pertencimento; A minha família pela sua presença amorosa; A Robbert Lang, meu companheiro nesta jornada; A Rolando Toro, do qual não tenho nada a falar que já não tenha sido dito; mas que meu gesto de eterno agradecimento chegue até ele; Ao professor Antonio José Sarpe, por sua amizade, amor, paciência e ajuda no direcionamento do meu trabalho; A Danielle Tavares por estar comigo nesta estrada amorosa; Aos meus alunos que me ensinaram tanto quanto eu ensinei; A todos que participaram de alguma forma da minha vida e do meu processo de aprendizagem em Biodanza; À vida, por estar me dando a chance de continuar bailando. Meus Agradecimentos
  • 5. 5 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO.................................................................. 06 2. O LÚDICO........................................................................ 08 3. O BRINCAR...................................................................... 10 4. CRIATIVIDADE................................................................ 13 5. MOVIMENTO E GRAÇA...................................................... 16 6. UM POUCO DE LORENZ.................................................... 19 7. A VISÃO DE HUIZINGA.................................................... 23 8. ROGER CAILLOIS – O JOGO E O HOMEM.......................... 27 9. A POESIA, O EROTISMO E O LÚDICO............................... 30 10. O JOGO NA “PHYSIS” GREGA E EM HERÁCLITO........... 33 11. A DANÇA DO UNIVERSO – RETORNO AOS PRÉ- SOCRÁTICOS............................................................... 36 12. CHRONOS E KAIROS.................................................... 39 13. O LÚDICO NA BIODANZA ............................................ 43 14. AFETIVIDADE – UMA LIÇÃO A SER APRENDIDA........... 46 15. CONCLUSÃO................................................................. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 52 ANEXOS............................................................................... 55
  • 6. 6
  • 7. 7 1-) INTRODUÇÃO Em nossa sociedade impregnada de valores econômicos, onde “poupamos” o afeto e valemos pelo que produzimos e realizamos, e não pelo que vivemos, o lúdico obviamente passa a ser algo destituído de importância. Penso em quantos risos e olhares de desdém recebi toda vez que falava sobre minha monografia. Ouvi muitas vezes várias desqualificações sobre o assunto. Agradeço hoje a cada uma dessas pessoas pois sem elas não teria sido acesa em mim a faísca da curiosidade. O que possui o prazer, a diversão que assusta e fascina tanto? Porque o fazer algo com prazer nos remete a irresponsabilidade? Porque o divertimento ficou condenado ao mundo das crianças? Não tenho nenhuma pretensão de responder de forma definitiva essas perguntas, quero pensar sobre elas, brincar com elas, quero ficar com a inquietude infantil que nos impulsiona a descobrir cada vez mais. As conclusões são por conta dos leitores e de sua abertura para o mundo do “inútil”. Meu interesse será focar os jogos leves, a brincadeira, o divertir-se, o desfrutar e tentar elucidar porque esses termos são vistos inúmeras vezes como pejorativos. Segundo Winnicott “o brincar não tem um lugar e um tempo”. não é dentro, nem é fora. Brincar é fazer. Brincar precisa do contato do indivíduo sobre o que o rodeia. Afinal, lúdico é a descoberta do mundo pelo prazer.
  • 8. 8
  • 9. 9 2-) LÚDICO Lúdico vem do latim ludus que quer dizer jogo, divertimento + ico que refere-se a participação, a relação. Portanto, lúdico vem a ser tudo no qual eu me relaciono ou participo com alegria, incluindo-se aí, a própria visão que se tem da vida. Posso fazer o que tem que ser feito rotineiramente ou posso dar sentido ao meu cotidiano. Quando Heráclito (1), diante do forno/fogo, diz a alguns estranhos “podem entrar, pois aqui também habitam os deuses”, ele deixa uma mensagem clara da sacralidade da vida. E se é sagrada e efêmera porque desperdiça-la em lástimas? O brincar/jogar, como veremos em Winnicott e em Huizinga, não é antônimo de seriedade, nem de responsabilidade. A criação do universo é um eterno jogar, brincar, é um ocultar- se/revelar-se é um cobrir-se/descobrir-se. A dança da vida em seu eterno devir é um grande jogo/brincadeira. O objetivo não importa, importa o caminho. Você pode fazer a mais séria de todas as escolhas: Como viver sua vida!! (1) Em Heidegger – Heráclito – Ed. Relume Dumará
  • 10. 10
  • 11. 11 3-) O BRINCAR “Nada mais sério do que uma criança brincando” D.W.WINNICOTT A brincadeira é universal, própria da saúde, conduz aos relacionamentos grupais e faz parte do desenvolvimento saudável da criança e começa no espaço entre mãe e bebê, entre o espaço interno e externo do indivíduo. A característica principal do pensamento de Winnicott refere-se ao brincar como uma experiência, sempre uma experiência criativa, uma experiência na continuidade espaço-tempo, enfim, uma forma básica de viver. O brincar da criança possui tudo em si, e o momento mais significativo é aquele em que a criança se surpreende a si mesma e não quando o adulto o faz. Para a criança o conteúdo do brincar não interessa. O que importa é o estado de quase alheamento, aparentando à concentração das crianças mais velhas e adultos. A criança quando brinca habita uma área que não pode ser facilmente abandonada nem admite interferências. Ela traz para dentro das brincadeiras conteúdos da realidade externa usando-os a serviço da realidade interna ou pessoal, expressando seus sonhos e correlacionando essas duas áreas. A criança manipula fenômenos externos a serviço do sonho e veste fenômenos externos, escolhidos com significação e sentimentos oníricos.
  • 12. 12 Brincar é sair do utilitário e entrar no prazer de divertir-se consigo, com o outro e com o todo. E ocorre quando não existe ansiedade, objetivo ou propósito.
  • 13. 13
  • 14. 14 4-) CRIATIVIDADE “Para viver uma vida criativa, precisamos perder o medo de estar errados” Joseph Chilton Pearce Criar, vem do latim “creare”. Dar existência, tirar do nada, dar origem, produzir, imaginar, expressar, cuidar (criar filhos), cultivar (criar rosas). Está em nossa base biológica, no instinto exploratório. Buscar, manipular, investigar são vitais para a conservação da espécie humana. E é o instinto ligado diretamente a criatividade, e é assim que o ser humano se conserva e se expande, se tornando criatura e criador. É no brincar que a criança ou o adulto exercitam integralmente sua liberdade de criação, o que é essencial ao ser humano. Criatividade é a expressão do seu ser único. Na não intencionalidade que o ser se revela em sua plenitude. Se nós aceitamos passivamente a realidade externa nos entramos em submissão. Nossa relação com a vida se torna submissa. O que dá sentido a vida, o que nos traz a sensação de que a vale o prazer de viver é a criatividade. Viver ou não de maneira criativa constituem alternativas existenciais. Criar a vida ou apenas submeter-se a ela, é o que faz toda a diferença.
  • 15. 15 O início de uma vida criativa saudável está no brincar. E o brincar depende da confiança em si, no outro, no todo. Confiança esta, criada nos primórdios de nossa vida. E esse criar é incessante, pois nossa existência é uma eterna construção.
  • 16. 16
  • 17. 17 5-) MOVIMENTO E GRAÇA O primeiro imperativo da vida é: MOVA-SE. Sem movimento não há vida. Os bebês vão aprendendo a rolar, a sentar, engatinhar e finalmente andar. Ecofatores, são os fatores ambientais que determinam a expressão dos potenciais genéticos. Entre os ecofatores o principal é o humano. Se os ecofatores forem positivos a capacidade de movimento do bebê é desenvolvida em caso contrário ela pode ser bloqueada. Quando o ecofator humano é positivo, jogam-se objetos, bate-se palminha, chama-se a criança, tudo para que o desenvolvimento motor aconteça. No entanto, no decorrer desse processo, os gestos ou movimentos não aceitos na cultura, na qual a criança está inserida, vão sendo tolhidos. A espontaneidade vai dando lugar a movimentos comedidos, pensados e nossos movimentos antes repletos de nossa marca pessoal vai se tornando mera réplica do que nossa cultura solicita. A graça do gesto surge da estesia, origem da palavra estética que quer dizer sentir. Como veremos em Lorenz os outros animais mantêm a graça perdida pelo homo sapiens. A graça na Biodanza é o movimento supremo, é o máximo de integração. A graça surge do prazer de mover-se.
  • 18. 18 No brincar, a graça surge em função da implicação da totalidade do ser em movimentos repletos de prazer e sem finalidade. Estamos vivenciando o lúdico em sua plenitude. Ver crianças, animais ou homens brincando é ver um gesto repleto de sentido e conseqüentemente beleza. Quando convidamos os alunos em Biodanza à dançar, estamos convidando-os para um movimento expressivo e sensível do ser. Todos os movimentos constituem a vida humana acontecendo e a dança se alimenta desses movimentos. Quando o ser se torna a dança e o prazer surge dessa fusão, a dança se torna lúdica.
  • 19. 19
  • 20. 20 6-) UM POUCO DE KONRAD LORENZ Konrad Lorenz, zoólogo e psicólogo austríaco foi um dos fundadores da etologia, ciência que estuda o comportamento animal. Lorenz dedicou quase toda a sua existência a esse trabalho. No entanto, focarei minhas observações sobre a parte em que ele fala sobre o brincar dos animais. Assim como os humanos, os animais também brincam*, ou jogam*. Tais brincadeiras servem como uma iniciação no mundo. “Nas formas primitivas de play” (2), como fala Lorenz, não é necessária uma motivação especial, ela ocorre pelo prazer dos próprios padrões motores. A única diferença entre o sério e o brincar é que, no segundo “as garras e dentes se tornam suaves e não machucam”. Mas a intensidade e a entrega é a mesma do que durante o que Lorenz chama de execução séria. Segundo a observação de Leyhausen, (em Lorenz) “durante o brincar o sistema nervoso vegetativo não está envolvido da mesma forma que durante a função séria. Enquanto o brincar durar o pêlo do animal fica deitado, quando o sério toma conta o pêlo se eriça”. O brincar para os animais é uma antecipação para a perfeição do comportamento subseqüente, assim como para os humanos. *Lorenz usa o verbo Play que em inglês tanto pode significar jogo como brincadeira. (2) Konrad Lorenz – “Os fundamentos da Etologia” – ed.Unesp
  • 21. 21 A criatividade também é um fator de grande importância no brincar dos animais. Pássaros se entrelaçam em vôo para criar novas formas; nas brigas ou corridas de cães e gatos, movimentos novos são criados para escapar e a base é o prazer do movimento. Com os animais também vão se estabelecendo ligações com o externo. Não simbolicamente ou através de vínculo como os humanos. Mas através de uma interação com o que os rodeia criando novas formas de movimento, como os golfinhos que se utilizam das ondas criadas pelos navios para ganhar velocidade no seu deslocar-se. Assim como o homo sapiens, os animais iniciam sua vida brincando, e é através da experiência prazerosa que se descobre o mundo. Obviamente que isso só se torna possível em ambientes saudáveis. O curioso é que em todos os casos, se existe tensão a brincadeira inexiste. Se o instinto é ativado e o ego tem que satisfazê-lo, a totalidade se desfaz e o prazer do brincar se torna secundário. Um exemplo é a do macaco Sultan, citado por Lorenz, que foi incapaz de apanhar uma banana com duas varetas. Enquanto seu instinto alimentário dominava, ele tentava apanhar a banana a qualquer custo, com a vareta maior; quando ele entrou no prazer descompromissado do jogo de juntar duas varetas e formar uma pinça, fazendo assim a banana cair, a fruta foi alcançada. Não é de espantar que a verdadeira função criativa do brincar ocorre quando não está tolhida pela fixação, por um objetivo. O poeta alemão Friedrich Schiller, (em Lorenz) afirmou que “o homem é inteiramente humano apenas quando está brincando”. O biólogo Alfred Kuhn, (idem) expressou o mesmo pensamento dizendo “que não existe nada igual a ciência aplicada; se ocasionalmente a ciência fornece bons frutos, ela o faz apenas para aquele que cultiva ciência pelas suas flores”.
  • 22. 22 Alguns movimentos dos animais como as brincadeiras de luta e as cambalhotas dos golfinhos despertam nosso gosto estético porque, segundo Lorenz, esses movimentos nascem do prazer de mover-se. Se mais tarde isso servir para conservação da espécie, será apenas a vida seguindo seu rumo. E, para Lorenz, é óbvio que a mais antiga forma de arte humana, a dança, tenha se originado com base nisso. Na verdade é possível que toda a arte humana tenha derivado desses primeiros movimentos de intercâmbio com o meio e que visam sempre a harmonia. O brincar se torna verdadeiramente criativo, no momento em que nada é premeditado, exceto as regras do jogo. O instinto mais presente em todas as espécies , principalmente no homem, é o instinto exploratório. E este está intimamente ligado a brincadeira, uma vez que a brincadeira é uma forma prazerosa de descobrir o “em torno”.
  • 23. 23
  • 24. 24 7-) A VISÃO DE HUIZINGA Johan Huizinga é filósofo e um dos maiores escritores de nosso tempo. Ele se dedicou de forma preciosa ao estudo do lúdico na nossa cultura. Diferente dos outros autores que têm visões psicológicas e biológicas sobre o brincar, Huizinga contextualiza o brincar/jogar na nossa cultura. Uma das primeiras colocações de Huizinga é para a língua. Segundo ele, entre as principais línguas européias não existe divisão entre o jogar e o brincar (spielen, to play, jouer, jugar). Escolher uma das duas terminologias já nos faz perder, uma vez que a unidade se desfaz. O jogo, leia-se também a brincadeira, antecede a cultura; pois os animais não foram ensinados a brincar e os mesmos brincam da mesma forma, conforme visto em Lorenz. Segundo Huizinga (3) “o jogo é mais do que um fenômeno fisiológico ou um reflexo psicológico. Ultrapassa os limites da atividade puramente física ou biológica. É uma função significante, que contém em si mesmo um sentido”. Várias linhas como a filosofia e a psicologia procuram estudar o lúdico, tentam definir a função, a origem, o fundamento e cada uma dessas linhas realmente consegue explicar uma parte desse todo sem no entanto existir nenhuma decisiva. Por quê um bebê grita de prazer, por quê o jogador se deixa levar por sua paixão, por quê uma multidão imensa pode ser levada ao delírio durante um jogo? A intensidade de lúdico e seu poder de fascinação não podem ser explicados. E, contudo, é nessa intensidade , nessa fascinação, nessa capacidade de excitar que reside a própria essência e a característica primária do jogo. (3) Johan Huizinga – Homo Ludens – Ed. Perspectiva
  • 25. 25 Temos que considerar o jogo como uma totalidade e como tal tentar abarcá-lo. Em um mundo utilitarista, o jogo se torna supérfluo e destrói nossa crença profunda de racionalidade, pois é irracional. O jogar/ brincar, não é um produto da cultura como já falado anteriormente mas inserida na mesma, o que o jogo faz? Se procurarmos compreender o jogo como fator cultural da vida, veremos que todas as atividades arquetípicas da humanidade têm o jogo como marca. A linguagem cria palavras, designa, salta do pensamento para a matéria, brinca com as palavras. Cria o mundo poético e metafórico. O mito transforma os fenômenos não explicados, não controlados em algo divino, trazendo respostas às inquietações humanas. Para os homens o jogo é oposto a seriedade. Mas, segundo Huizinga, se examinarmos mais de perto veremos que este contraste entre jogo e seriedade não é decisivo, nem imutável. Para começar, que tal pensarmos ao contrário que o jogo não é sério, ou que o jogo é a não seriedade; imediatamente o contraste começa a desaparecer já que há caso de jogo seriíssimos. O riso, que é o contraste da seriedade, não existe em alguns jogos como o xadrez e não existe nos animais. Mas a inexistência do riso não quer dizer que exista ausência do prazer. Poderia me deter horas a expor o pensamento de Huizinga mas resumo seu pensamento utilizando suas próprias palavras: “Chegamos portanto, através de um caminho tortuoso, à seguinte conclusão: a verdadeira civilização não pode existir sem um certo elemento lúdico, porque a civilização implica a limitação e o domínio de si próprio, a capacidade de não tomar suas próprias tendências pelo fim último da humanidade, compreendendo que se está encerrando dentro de certos
  • 26. 26 limites livremente aceitos. De certo modo a civilização sempre será um jogo governado por certas regras, e a verdadeira civilização sempre exigirá um espírito esportivo, a capacidade de fair play”.
  • 27. 27
  • 28. 28 8-) ROGER CAILLOIS – O JOGO E O HOMEM Por ser uma atividade gratuita, é por muitos considerado sinônimo de frivolidade. Somente com o trabalho de Huizinga na década de 30 é que todo o mundo científico se voltou para o lúdico e começou a perceber que este era um fator decisivo no desenvolvimento da cultura. Segundo Roger, os jogos são estéreis porque não produzem nada. O jogar/brincar é somente uma aprendizagem de funções posteriores. Cada jogo/brincadeira, desenvolve uma habilidade distinta. Roger classifica os jogos da seguinte forma: Jogos de sorte, de competência, de simulação e de vertigem. Na página seguinte, veremos dois quadros e eles deixam claras as classificações e suas implicações em nossa cultura.
  • 29. 29
  • 30. 30
  • 31. 31 9 -) O EROTISMO, A POESIA E O LÚDICO “Voy por tu cuerpo como por el mundo” Otávio Paz Em que momento ambos se encontram? Para que ponto coisas aparentemente tão distintas convergem? Segundo Octavio Paz (4), “a relação entre o erotismo e a poesia é tamanha que pode se dizer, sem afetação, que o primeiro é uma poética corporal e que a segunda é uma erótica verbal. Ambos estão constituídos por uma oposição complementar. A linguagem –sons que emite sentido, traz material que denota idéias incorpóreas - é capaz de dar nome ao mais fugitivo e evanescente: a sensação; por sua vez o erotismo não é mera sexualidade animal: é cerimônia de representação. O erotismo é a sexualidade transfigurada: metáfora. O agente que move os dois é o mesmo: a imaginação. É a potência que transfigura o sexo em cerimônia e rito, a linguagem em ritmo e metáfora. A imagem poética é o abraço de realidades opostas é a rima, é a cópula de sons; a poesia erotiza a linguagem e o mundo porque ela mesma em seu modo de operação é o erotismo. E do mesmo modo: o erotismo é uma metáfora da sexualidade animal.” Então veremos que o erotismo é a transgressão da sexualidade, porque os amantes rompem com o utilitarismo procriativo e se lançam ao prazer. (4) Ocatvio Paz – La llama doble – Amor y Erotismo – Ed. Siciliano
  • 32. 32 O mesmo se dá com as palavras. A língua com sua estruturação de signos tem o objetivo funcional da comunicação enquanto a poesia possibilita a abertura de novos sentidos e novos universos simbólicos, pois a poesia nos convida a tocar o intocável e ouvir o inaudível. Nos remete a um outro mundo dentro deste. E por fim chegamos ao lúdico, cuja característica é o prazer da atividade em si. O jogo, para permanecer na esfera verdadeiramente lúdica, não deve orientar-se para um objetivo utilitário. O primeiro sentido a aparecer no embrião é o tato, não é portanto de admirar que as crianças sentindo seu corpo erógeno, criem e vivenciem jogos eróticos. Um corpo quando tocado, acariciado, cresce de forma mais saudável. Na poesia, no encontro erótico e no lúdico, o ato sagrado se realiza através das palavras, dos gestos, da entrega. Neste instante de amor se podem unir os opostos, a linguagem cessa, os significados desaparecem, nada há a ser dito ou feito, só existe o ser.
  • 33. 33
  • 34. 34 10-) O JOGO NA “PHYSIS” GREGA E EM HERÁCLITO As datas do nascimento e da morte de Heráclito são desconhecidas. Sabe-se, porém, que atingiu o ápice de sua existência na época 69 A.C. Com isso, podemos contextualizá-lo entre Xenófanes e Parmênides, seu principal opositor, por apregoar a imutabilidade das coisas. Um dos aspectos principais de sua doutrina foram suas crenças de que todas as coisas estão em movimento e que o movimento se processa através de contrários. Não é de espantar que a deusa de Heráclito seja Ártemis, a caçadora, a deusa da caça, da luz e do jogo. Ártemis é a deusa da “Physis”, pois caças e animais pertencem a natureza. Suas parceiras de jogo, as ninfas, jogam e tocam o jogo da “Physis”. Essa palavra designa o nascer e o desabrochar que se entreabrem para erguer e mostrar num encobrimento. Significa aquilo que a partir de si mesmo surge para o aberto e o livre, e que nesse surgimento, permanece e aparece, doando-se para o livre no aparecimento, embora sempre siga uma regra. Vigorar é a essência do jogo. A “Physis” pertence ao jogo. Resumindo, “Physis” é esse jogo de ocultação e revelação, talvez por isso, Heráclito tenha sido conhecido como “O obscuro”, ele gostava de expressar-se tal como sua deusa, através de enigmas, ou seja, brincando e jogando com as palavras. Uma das histórias que se conta de Heráclito, e que não possui nenhum fundamento histórico, fala que o mesmo se dirigiu, uma vez ao templo de Ártemis, para lá, jogar dados com as crianças. Voltando aos efésios, que se colocaram de pé ao seu redor, exclamou: “infames o que
  • 35. 35 olham tão espantados? Não é melhor fazer o que estou fazendo do que cuidar da pólis junto com vocês?” (5) Quando nessa história Heráclito fala de sua preferência, ele indica a descontração e a serenidade, o balanço e a liberdade do jogo/do brincar, que precisamente por ser jogo, possui sua regra, sua lei, permanecendo assim no limite e na continência, naquilo que chamamos de mundo, onde os jogadores se vêem imersos , sem porém se afogarem. E é justamente no templo de Ártemis, deusa da "Physis" e do jogo é que ele joga seus dados. Ártemis aparece com tochas nas mão, a claridade sem o qual nada pode ser revelado, mas carrega também a lira e o arco, sendo também a deusa da morte, do que é oculto, parte do jogo da vida. Heidegger define Heráclito como um pensador da dimensão do fogo, da luta e na proximidade do jogo. (5) Heidegger – Heráclito – Ed. Relume Dumará
  • 36. 36
  • 37. 37 11-) A DANÇA DO UNIVERSO – RETORNO AOS PRÉ-SOCRÁTICOS “Imagine que o mundo seja algo como uma gigantesca partida de xadrez sendo disputada pelos deuses e que não fazemos parte da audiência. Não sabemos quais são as regras do jogo; podemos apenas observar seu desenrolar. Em princípio se observarmos por tempo suficiente iremos descobrir algumas das regras. As regras do jogo são o que chamamos de física fundamental”. Gleisser (6) Muito antes de nosso conhecimento atual existir, a relação dos seres humanos com o mundo era diferente. A natureza era respeitada e idolatrada, sendo a única responsável pela sobrevivência de nossa espécie. E os estudiosos possuíam conhecimentos não somente científicos como místicos. Tudo que ocorria na natureza era atribuído aos mitos, que são histórias que procuram viabilizar ou reafirmar sistemas de valores que não só dão sentido à nossa existência como também servem para estudarmos uma determinada cultura. Obviamente que vários deuses e mitos foram criados para explicar o incompreensível e o incontrolável. (6) A Dança do Universo – Marcelo Gleisser – Ed. Cia das Letras
  • 38. 38 Pode parecer que esta visão ficou contida no passado depois que o racionalismo, tomou conta de nosso mundo, uma vez que é mais fácil se colocar em um mundo previsível e controlável. Mas com o retorno a questões como a origem do universo, várias das afirmações antes certas, tiveram de ser discutidas e físicos, astrônomos e cientistas como um todo falam, como nos primórdios da ciência, de uma dança cósmica, lúdica, vigorosa, de opostos: tudo e nada, ser e não ser, yin e yang, luz e escuridão, caos e ordem, ocultamento e desvelamento. Uma dança de contrários. Não saberemos jamais por mais que a ciência avance qual o desfecho desse jogo, somente bem, friso bem, apenas algumas das regras, pois como diria Heráclito de Éfeso: “ A verdadeira constituição das coisas gosta de ocultar-se” A Grécia, berço de nossa civilização, sempre foi muito criticada e pouco valorizada. Mas foi principalmente nesse período pré socrático que o pensamento e o impulso criativo ascendeu a níveis que os transformaram em inspiração para os que estavam por vir, sobrevivendo ao tempo. Resumir o pensamento de cada um deles não é a proposta do meu trabalho, mas que percebamos como nessa dança do universo nossos pensadores foram cada vez mais paralisando-a, esquecendo-a, tirando da natureza o seu poder criador, entregando a um deus distante e imutável a responsabilidade pela nossa criação e dono de nosso destino. Sorte ser a natureza feita de ciclos e o jogo da vida de leis, como a do eterno retorno. Segundo Carl Sagan (7), a natureza tem regras, no entanto ela é imprevisível. Não seria lúdica a natureza da natureza? (7) Carl Sagan – Série Cosmos
  • 39. 39
  • 40. 40 12-) CHRONOS E KAIROS Chronos e Kairos são radicalmente contrários como veremos a seguir. No entanto, antes de continuarmos é necessário esclarecer a noção de “devouring time”,(8) termo utilizado por Shakespeare em seu admirável XIX soneto. O tempo é realmente devorador? Ou somos nós que o devoramos? No séc VI A.C. o pobre Cronos (nome em latim)/Saturno (nome em grego), foi aparentemente confundido com Chronos o tempo. E como Cronos/Saturno devorou seus filhos a conclusão é de que o tempo devorava aos seus filhos. Chronos o dançarino, se afirma como o modelo da regularidade e da repetição, sua dança, cíclica, períodica é decomponível, analisável, imitável, seus passos e gestos são apolíneos, o que chama ao consentimento e que faz as consciências se desdobrarem as suas leis ritmadas. Kairos se revela ao mesmo tempo saltador e acrobata desconcertante, irregular, dionisíaco, confere aos seus movimentos a totalidade, desafio e irrepetibilidade, risco engajamento e aventura; ele convida as consciências a permanecer como ele, intrépidas. Percebemos que o tempo Kairos é o tempo do lúdico, onde perdemos a conexão com Chronos e tal como explicarei adiante o tempo se torna circunstancial e como tal, passa rápido. (8)E. Moutsopoulos - Chronos et Kairos – Entretiens D’Athènes Institut International de Philosophie
  • 41. 41 Chronos, o dócil e Kairos o indomável se encontram num eterno e incessante conflito: Chronos cria o mundo e governa, Kairos o destrói para recriá-lo ao seu modo; e esta rivalidade sem início, nem fim se arrasta, inelutável e inexorável, sem vencedor, nem vencido. Kairos desmascarando Chronos, o falso, Chronos molestando Kairos, o impetuoso e rebelde sob o olhar de Aiôn, o impassível/eterno, entretanto, ambos participam da cumplicidade desse olhar e ambos contribuem para garantir a duração infalível do reinado. A meu ver, a grande lição da antigüidade grega consiste na ocorrência do fato que, com Kairos, nós não nos achamos numa corrida eterna a fim de agarrar “pelos cabelos”, como numa representação pitoresca, o momento favorável, mas abandonamos ou ultrapassamos o tempo circular, reiterado e penetramos num mundo (e um tempo) da medida e da forma, da diversidade, onde a força ativa leva a formas criadoras, originárias da transformação e da modelagem da matéria amorfa da vida. Kairos representa não o tempo abreviado mas condensado na dimensão da profundidade; o tempo reduzido à essência do vivido espiritual. Trata-se justamente da relação entre um tempo de fluxo e um tempo de explosões criativas, carregado de significados, por conseguinte, fora do tempo. Kairos significa o momento de explosão das energias criadoras da arte, o momento de sossego das águas impetuosas, dos valores calmos, mas também do mistério. Resumindo Kairos seria um tempo circunstancial, onde a noção do tempo Chronos desaparece para dar lugar a um tempo pessoal. Podemos perceber isso claramente, quando temos que lidar com situações desagradáveis e o tempo parece se tornar eterno. Já em uma
  • 42. 42 situação de profundo prazer, como o ato de brincar o tempo parece escorrer por entre os dedos.
  • 43. 43
  • 44. 44 13-) O LÚDICO NA BIODANZA Até o momento procurei abordar a teoria. Busquei os principais autores sobre o tema; no entanto, dentro da metodologia da Biodanza existe uma parte da aula destinado ao lúdico, que são os impulsos lúdicos e os jogos de vitalidade. O objetivo máximo da Biodanza é a expressão e integração da identidade. A identidade se expressa de forma paradoxal descrito poeticamente por Thiago de Mello: “Mudar em movimento, sem deixar de ser o mesmo que muda, como um rio”. O lúdico abarca a totalidade do ser e convida-o a experimentar a sensação de estar vivo, de criar, de sentir-se uno e reabilitado existencialmente. No entanto para brincarmos, criarmos, sentirmos é necessário possuirmos vitalidade. Toro aborda o conceito de vitalidade do ponto de vista sistêmico, a vitalidade é resultante de múltiplos fatores que integram para manter a estabilidade funcional, permitir sua expressão genética e conservar, em interação com as mudanças ambientais, a harmonia do sistema. O sistema de correlação orgânica límbico-hipotalâmica, endócrinos e imunológicos são a base da unidade funcional do organismo. Possuir vitalidade significa possuir fortes motivações para viver, conexão profunda com a vida , para viver e possuir energia disponível para a ação (ímpeto vital). Toro diz que os sistemas vivos possuem um psiquismo que organiza a unidade funcional e é chamado de inconsciente vital. O inconsciente vital é um psiquismo que cria regularidade e tende a manter as funções estáveis. Esse psiquismo se estende a tecidos e células
  • 45. 45 que obedecem a um sentido global de auto conservação. O inconsciente vital origina uma solidariedade celular, criação de tecidos, defesa imunológica, resumindo ele coordena as funções de regulação orgânica e homeostase (equilíbrio interno) e possui uma grande autonomia não passando pela consciência. A vivência é a via de acesso direto ao Inconsciente vital. O inconsciente vital contém a memória da vida. Quando o indíviduo está existencialmente bloqueado ou desorganizado, as forças integradoras que mantém a unidade da vida, cedem e se inicia um processo de auto destruição. A Biodanza é por excelência o veículo de ativação do inconsciente vital, já que seus exercícios envolvem todo o organismo mobilizando instintos e emoções e se projetam progressivamente na harmonia orgânica. Através do prazer da alegria, surge o desejo de estar no grupo de vincular-se. Sorrir, ativar energia, seguir o ritmo, conectar-se consigo e com o outro. Os jogos de vitalidade devem ser tonificantes (aflorar a energia vital) e criativos (abrir espaço para a expressão máxima/possível do ser). As vivências lúdicas, os jogos, humor, riso e todo movimento, que transformado em dança pela integração cenestésica gera prazer, bem estar e ativa o humor endógeno (*), são uma confirmação de que a Biodanza dentro das abordagens terapêuticas, educativas e de desenvolvimento humano, é uma das que mais integram o elemento lúdico. (*) Humor endógeno – humor que resulta de uma conjunção de fatores genéticos e do estado global de saúde
  • 46. 46
  • 47. 47 14-) AFETIVIDADE – UMA LIÇÃO A SER APRENDIDA Em Biodanza, concordamos com Darwin (9), quando defende que toda emoção, se expressada, se reforça por isso estimula-se a expressão de emoções vinculadoras e integradoras. As duas linhas que mais trabalhamos no lúdico em Biodanza são a vitalidade e a criatividade. A vitalidade traz uma experiência de plenitude pois nos sentimos reconectados com nossas emoções de alegria e entusiasmo e consequentemente com nossa energia vital. Já a criatividade remete a expressão e liberação, podendo chegar a experiência de criação artística ou científica, através de emoções de exaltação criativa e êxtase estético. O lúdico,ou seja, a brincadeira, o jogo propicia a permissão necessária para um maior nível de entrega. O lúdico, metodologicamente falando, tem sua forma apropriada para ser estimulado. Explico por que: Nem sempre, mais do bom, é o melhor; e se nós utilizarmos de estímulos vitais em demasia, poderemos reforçar no aluno sua crença na falta de vitalidade. A afetividade é uma lição a ser aprendida, e é a fonte de todas as formas diferenciadas de inteligência: motora, social, sistêmica, etc... (9) Darwin – “A expressão das emoções nos homens e nos animais – Ed. Cia das Letras
  • 48. 48 Nos deixar ser afetados pelas experiências, pela vida, pelas pessoas sem que isso se torne tão pesado que eu não possa suportar, é reaprendizagem, uma segunda chance que os alunos se dão. E é neste momento que o lúdico entra com toda a sua carga de permissão, pois estão “apenas” brincando. Permissão, vem do latim, permissione, que é ato ou efeito de permitir, consentir, autorizar para o que é lícito. O que é lícito? Aquilo que as leis admitem. Esta aí o poder dos jogos lúdicos em Biodanza. Se estou brincando, eu posso, é lícito, é admissível, não cria culpa e assim possibilitamos ao aluno dar mais um passo em direção a expansão de seu potencial. Mas para isso é necessário que a atmosfera do grupo, como diz Rolando Toro, seja: deflagadora, facilitadora, permissiva, integradora, criativa e transcendente. Desta forma os mandatos (*) vão gradativamente dando lugar a permissão. “Em sua qualidade deflagadora, o grupo dá permissão aos membros para diminuir a força dos mecanismos de defesa. A repressão suspende temporariamente sua função. A energia afetiva reprimida começa a circular por suas vias espontâneas” Rolando Toro Araneda (*) Mandatos - mensagens parentais negativas não verbais, de não vida: - Não vivas; - Não sejas o que é; - Não sintas; - Apressa-te a crescer, entre outros.
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  • 50. 50 15-) CONCLUSÃO Ao terminar este trabalho, vejo o quanto somos reducionistas em nossas formas de ver o mundo e as coisas ao nosso redor, incluindo-se aí, as palavras. Gostaria de lembrar que lúdico, etimologicamente falando, quer referir-se a tudo que é feito com prazer/divertimento. No entanto reduzimos tanto a palavra, a ponto de ficar restrita a servir de sinônimo para brincar. Se trabalhamos com prazer; esse trabalho não é lúdico? Se estamos realizando um estudo com prazer; ele não é lúdico? Obviamente que sim, na concepção de todos os autores que neste trabalho eu apresentei. Estamos imersos no lúdico e isso não desqualifica o trabalho, porque lúdico não representa falta de seriedade, mas a presença do prazer. Porque não podemos possuir os dois em nossas escolhas? Um não inviabiliza o outro. A Biodanza como um todo é um resgate desta ludicidade quando propõe uma aprendizagem pelo prazer. Isso não quer dizer que não deflagramos emoções, ditas negativas, como tristeza, raiva, melancolia, medo. O que vimos é que não é através dessa via que vai o nosso trabalho em Biodanza. Entramos em um mundo vivencial, onde rompemos com o utilitarismo e nos entregamos a Kairos e a Ayôn e a beleza de suas danças infinitas. Juntei minha experiência de vida, a minha experiência como facilitadora e deduzi que o lúdico resgata a permissão para experimentar sem julgar.
  • 51. 51 Nos lançamos ao prazer de brincar, de dançar, de viver. Redescobrimos a nós mesmos, ao mundo com olhos menos severos, percebemos que a aprendizagem pelo prazer não se esquece e cria vínculos, cria laços, como diz Winnicott, descobrimos que podemos dançar a vertigem, confiando cada vez mais nas pessoas, nas relações e na vida.
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  • 53. 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAILLOIS Roger. Los Juegos y los hombres – la máscara y el vertigo. Fondo de Cultura Económica – México. LORENZ Konrad. Os fundamentos da Etologia. Editora Unesp WINNICOTT D. W. O brincar e a Realidade. Imago Editora WINNICOTT D. W. Os bebês e suas Mães. Editora Martins Fontes GLEISSER Marcelo. A Dança do universo - Dos mitos de Criação ao Big-Bang. Editora Cia das Letras. HUIZINGA Johan. Homo Ludens. Editora Perspectiva. MOUTSOPOULOS E.. Chronos et Kairos – Entretiens D’Athènes. Institut. International de Philosophie. HEIDEGGER. Heráclito. Editora Relume Dumará BORNHEIN Gerd. Os filósofos pré socráticos. Editora Cultrix.
  • 54. 54 PAZ Octávio. La llama doble – Amor y Erotismo. Editora Siciliano DARWIN Charles. A expressão das emoções nos homens e nos animais. Ed. Cia das Letras GARAUDY Roger. Dançar a vida. Editora Nova Fronteira ROTH, Gabrielle. Os Ritmos da Alma – o movimento como prática espiritual. Editora Cultrix WAGNER Cezar. Vivência – Caminho à identidade. Editora Viver ARANEDA, Rolando Toro. Inteligência Afetiva – A unidade da mente com o universo. Texto para a formação de facilitadores em Biodanza. Editora International Biocentric ARANEDA, Toro, Rolando. Vitalidade. Texto para a formação de facilitadores em Biodanza.Editora International Biocentric Foundation. ARANEDA, Toro, Rolando. Modelo Teórico e Inconsciente Vital. Texto para atualização e formação de Didactas em Biodanza. Editora International Biocentric Foundation.
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  • 56. 56 DEPOIMENTOS DE MEUS ALUNOS DE BIODANZA: “...brincar é buscar pela criança eterna dentro de nós, tudo o que nos fala de qualidades que, embora raras, nunca deixarão de existir – lealdade, respeito, amor, amizade, etc...” Pedro Brandão “...a Bio me fez aprender a sorrir, a brincar, a querer e me sentir querido...” Gilmar “ ...eu preciso aprender a brincar.” Tânia Vergueiro “...através destas brincadeiras consegui mudar muita coisa que queria na minha vida, muito mais profundamente..." “...brincar é a melhor coisa que existe...descobri que toda essa energia e criatividade estavam dormindo dentro de mim. e que bom consegui acordá-las a tempo de aproveitar a minha vida...” Gabriella Ricca “...simplesmente brincar por brincar e com muito prazer...” Laércio De Carvalho “...pude experienciar vivências que eu não tive enquanto criança. foi o resgate da criança que eu fui e trago dentro de mim. voltar a brincar me ajuda a amadurecer, crescer...” Claudia Dedesk
  • 57. 57 “...eu voltei a brincar; a fazer coisas de brincadeira: trabalhar de brincadeira, namorar de brincadeira, planejar a vida de brincadeira. É um jeito maravilhoso de levar a vida. voltei a ser feliz e não quero parar mais...” Luciano De Melo “...atitudes minhas que no passado eram coisas bem mais pesadas e hoje são algo leve e mais agradável...” Henrique Miranda “...adoro brincar, me dá uma energia, alegria, astral melhor e, muito importante também: uma conexão com quem vou brincar...” Léopold Robbert Lang “...porque não desfrutar de cada minuto, do trabalho, do sono, do alimento, da diversão. sentir o prazer e sorrir..” Bernardo Gebara “o brincar para mim sempre foi visto como coisa de criança. quando cresci, decidi deixar isso para trás, para não ser vista pelo mundo como infantil. com a maturidade e com as aulas, aprendi que posso deixar meu lado criança atuar sem que isso seja um incômodo para mim. me solto, me divirto e é isso que vale.” Renata Fraga “a descoberta do brincar na biodanza trouxe em mim uma nova maneira mais agradável de relacionamento com meus amigos. me faz tentar me relacionar com minhas filhas porque é difícil para mim. não tenho muito jeito, sou seca. e estou conseguindo desmanchar isso.” Adriana Soares
  • 58. 58 “...as vivências lúdicas da biodanza estimulam a alegria de viver, a espontaneidade das emoções e a liberdade de expressão na sua integridade...” Tânia Gomes “Alegria – uma responsabilidade Gargalhada, uma bem gostosa Igual a da criança Que leve e solta Corre, pula, grita, ri, Brinca, joga, compete... Tempo em que tudo o que se ganha É o prazer, a satisfação Gargalhada, uma bem gostosa Igual aquela em que mexendo na lama Sujando todo o rosto e o corpo Experimenta-se uma experiência ímpar de contentamento E você, adulto, que cresceu a fim de ser responsável E se esqueceu Da responsabilidade maior Da responsabilidade consigo mesmo A de buscar dentro de si Aquela gargalhada de criança Que faz sua alegria emergir Sair Explodir Subir ao céu Como fogos de artifício Iluminando e colorindo Uma linda noite de festa” Nedjma Murad
  • 59. 59 (DES)COBRINDO O LÚDICO CRIAÇÃO DO NADA INICIAL FEZ-SE O TUDO UM SER HUMANO NASCEU FEZ-SE A VIDA MILAGRE DE ETERNA CONSTRUÇÃO NOSSA LIBERDADE DE SER O QUE QUISERMOS SE DEIXARMOS NOSSOS CORAÇÕES TRANSBORDAREM EM NOSSOS GESTOS REPLETOS DE POSSIBILIDADES TUDO É CRIAÇÃO CRIAR AÇÃO, FAZER DESDE O NASCER DA VIDA UM ETERNO BRINCAR DE AMAR (ANDRÉA ZATTAR)