3. Situação Pré-Crise
• 2003-2007: Um dos maiores períodos de crescimento
econômico mundial desde a Segunda Guerra
• Causas:
– Excessiva liquidez devido à política americana de juros baixos
aplicada durante 2001-2004 e ao excesso de endividamento
público a partir da Guerra do Iraque;
– Problemas de informação, ética e regulação no mercado
financeiro.
4. Situação Pré-Crise
Fonte: FMI, Banco Central.
TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB BRASILEIRO E DO PIB
MUNDIAL: 2003-2010 (%)
3,6
4,9
4,4
5,0
3,8
3,0
1,1
5,7
3,2
4,0
5,7
5,1
-0,6
4,2(P)
-0,2
6,3(P)
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
PIB Mundial PIB Brasil
5. Situação Pré-Crise
• Economia brasileira também “surfou” na “bolha
financeira” internacional:
– Linhas de crédito externas para grandes empresas brasileiras
(CVRD, Petrobrás etc);
– Exportação de matérias-primas para abastecer grande
crescimento da produção (consumo) mundial;
– Forte entrada de capitais externos na Bolsa.
6. Canais de Transmissão da Crise
• A crise atingiu o Brasil a partir de três canais
principais:
– Queda da demanda global, reduzindo preço e quantidade das
exportações brasileiras;
– Diminuição forte e rápida do crédito externo, devido ao
aumento abrupto da percepção do risco;
– Fuga dos capitais externos da Bolsa.
7. Evolução da Economia em 2009
P IB
Oferta de bens e
serviços
Demanda por bens e
serviços
Agropecuária
Indústria
S erviços
C onsumo das
famílias
C onsumo do
governo
Investimento
(inclusive variação de estoques)
E xportações
Importações
( - )
Demanda
doméstica
S etor
externo
=
8. Evolução da Economia em 2009
• Atividade econômica mostrou leve queda durante 2009
(-0,2%), devido ao impacto da crise financeira mundial;
• Setores produtivos menos vinculados ao crédito, tais
como o comércio e os serviços apresentaram expansão
(2,6%);
9. Evolução da Economia em 2009
• Setor industrial foi o mais afetado (-5,5%): redução das
exportações e da demanda de bens de capital
(diminuição do investimento produtivo) e contração das
vendas de bens duráveis;
• Agropecuária também apresentou queda importante
(-5,2%), vinculada à forte redução das vendas no
exterior
10. Evolução da Economia em 2009
Fonte: IBGE.
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL (Índice):
Janeiro 2008 - Março 2010
80
90
100
110
120
130
140
150
jan/08
fev/08
m
ar/08
abr/08
m
ai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
m
ar/09
abr/09
m
ai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
m
ar/10
11. Evolução da Economia em 2009
• Pelo lado da despesa, devido à continuidade do
crescimento da massa salarial e das políticas de
transferência de renda, o consumo das famílias
continuou crescendo (4,1%), assim como o consumo de
governo (3,7%);
• Nesse contexto, a queda do PIB pode ser explicada
pela forte redução dos investimentos produtivos (-
9,9%), devido à contração do crédito e da menor
confiança dos empresários, e pela queda nas
exportações (10,3%).
12. Evolução da Economia em 2009
• A redução da atividade econômica, impulsionada pela
redução da demanda agregada, provocou
desaceleração da taxa de inflação, que terminou o ano
próxima ao centro da meta (4,3%);
• A menor pressão inflacionária permitiu que o Banco
Central fizesse política anti-cíclica (diminuição da
SELIC, redução das reservas compulsórias), o que
permitiu minimizar o impacto da crise internacional.
13. Evolução da Economia em 2009
EVOLUÇÃO DA TAXA DE INFLAÇÃO - IPCA:
2003 - 2009 (%)
9,3
7,6
5,7
3,1
4,5
5,9
4,3
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: IBGE.
14. Evolução da Economia em 2009
• A política fiscal continuou sendo expansionista,
promovendo desonerações tributárias programadas
(política anti-cíclica) e reajustando fortemente os
salários e o número de servidores públicos, além de
aumentar os benefícios do INSS (aumento permanente
do gasto);
• Face à menor arrecadação decorrente da queda na
atividade econômica, a expansão do gasto público
corrente provocou deterioração nas contas públicas.
17. Evolução da Economia em 2009
• As política anti-cíclicas ajudaram a manter reduzida a
taxa de desemprego e promoveram rápida recuperação
do emprego formal;
• Contudo, a recuperação do emprego foi heterogênea,
centrada nos setores serviço e comércio, cujo salário
médio é relativamente mais baixo (classes D e E).
18. Evolução da Economia em 2009
Fonte: IBGE.
EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESOCUPAÇÃO:
Janeiro 2008 - Março 2010 (%)
8,0
8,5
7,7
7,6
6,8
8,2
8,8
8,1
7,4
6,8
7,67,9
9,0
5
5,5
6
6,5
7
7,5
8
8,5
9
9,5
jan/08
fev/08
m
ar/08
abr/08
m
ai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
m
ar/09
abr/09
m
ai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
m
ar/10
19. Evolução da Economia em 2009
Fonte: MTE.
GERAÇÃO LÍQUIDA DE EMPREGOS FORMAIS POR
SETOR DE ATIVIDADE: 2008 - 2009
(Em postos de trabalho)
178.675
7.965
382.218
648.259
18.232
1.452.204
177.185
18.0758.671
197.868
10.316
-15.369
995.439
500.177
297.157
4.98410.8652.036
-200.000
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
Extr. Mineral Indústria
Transformação
SIUP Construção
Civil
Comércio Serviços Adm. Pública Agropecuária Total
2008 2009
20. Evolução da Economia em 2009
• No setor externo, o saldo da balança comercial sofreu
forte diminuição, atenuada pelo fato de que as
importações (-11,4%) se reduziram mais intensamente
que as exportações (-10,3%);
• O saldo da conta corrente do balanço de pagamentos
continuou apresentando déficit (-US$ 24,3 bilhões),
impulsionado pelo menor superávit da balança
comercial e pelo déficit da balança de serviços e rendas
(remessa de lucros –US$ 52,9 bilhões) ;
21. Evolução da Economia em 2009
• Apesar dos resultados externos negativos, não houve
crise cambial, devido às entradas de investimento
estrangeiro direto (US$ 36 bilhões) e investimento em
carteira (US$ 50,3 bilhões);
• Contudo o maior déficit da conta corrente refletiu o
desequilíbrio de uma economia cujo gasto (privado e
público) continuou aumentando frente à queda na
atividade econômica.
22. Perspectivas 2010
• O investimento produtivo tem mostrado vigorosa
recuperação, devido à maior disponibilidade de crédito e à
retomada da confiança;
• Apesar dos cortes anunciados, o gasto corrente do
governo continua crescendo fortemente, com ênfase em
despesas permanentes;
23. Perspectivas 2010
• Mercado formal de trabalho continua apresentando
geração líquida de empregos (305,1 mil em abril),
disseminado por todos os setores produtivos, com
expectativa de criação de 2,1 milhões de empregos até o
final do ano;
• O maior crescimento da renda e do emprego, a
recuperação do crédito e a manutenção das políticas de
transferência de renda estão provocando intenso aumento
do consumo das famílias;
25. Perspectivas 2010
Fonte: IBGE.
VENDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA x PRODUÇÃO
INDUSTRIAL: Janeiro 2008 - Março 2010
(Índices dessazonalizados)
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
jan/08
fev/08
m
ar/08
abr/08
m
ai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
m
ar/09
abr/09
m
ai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
m
ar/10
Vendas no Comércio Varejista Produção Industrial
26. Perspectivas 2010
• Todos os índices e núcleos de inflação apresentam
aceleração, refletindo o excesso de consumo (privado e
público) sobre a produção, o que também alimentou as
expectativas de inflação;
• Ainda que a aceleração da inflação esteja concentrada
no primeiro semestre desse ano, devido aos reajustes,
deverá terminar o ano em patamares elevados, devido
ao aquecimento da demanda doméstica;
28. Perspectivas 2010
• Preocupado com o cumprimento da meta de inflação, o
Banco Central aumentou fortemente a SELIC (0,75 p.p.)
em sua segunda reunião anual;
• Com a manutenção das pressões inflacionárias,
espera-se que o COPOM continue aumentando a taxa
SELIC em suas próximas reuniões, terminando o ano
em 11,75%
30. Perspectivas 2010
• Transações correntes continuam incrementando seu
déficit, devido aos efeitos sobre as importações da
maior demanda por bens de consumo e de capital e
devido ao maior déficit do balanço de serviços e
rendas (turismo);
• A manutenção dessa tendência provocará até o final
do ano considerável aumento desse déficit (-US$ 49,2
bilhões), refletindo excesso de gasto sobre a
produção;
31. Perspectivas 2010
• Exposição em reais de estrangeiros tem aumentado
substancialmente, chegando em abril a US$ 720
bilhões (IED, bolsa, derivativos, renda fixa, bônus
externos);
• Maior exposição reflete maior confiança na
economia brasileira e no real, pois quase metade dos
recursos investidos representam IED;
32. Perspectivas 2010
• Déficit em transações correntes, apesar de elevado,
deverá ser financiado por IED (US$ 38 bilhões) e por
investimento em carteira (aumento da SELIC e
grandes operações);
• Entradas deverão resultar em Balanço de
Pagamentos fortemente superavitário, o que implicará
em taxas de câmbio relativamente baixas (R$ 1,80);
35. Perspectivas 2010
• Fatores de Expansão em 2010:
• Crescimento do consumo das famílias
• Recuperação do investimento produtivo
• Crescimento do gasto público
36. Perspectivas 2010
• Fatores de Risco em 2010:
• Elevação da inflação
• Menor solvência fiscal
• Deterioração das contas externas
• Desvalorização do câmbio (inflação)