O documento analisa a conjuntura econômica do comércio de Fortaleza em outubro de 2015. Apresenta dados sobre a queda na atividade econômica, aumento do endividamento e desemprego dos consumidores, afetando negativamente o comércio local. No curto prazo, os riscos nacionais incluem nova rebaixamento de rating e instabilidade política. A longo prazo, o fortalecimento do setor terciário de Fortaleza dependerá de medidas de apoio como combate à informalidade.
3. A história dos ciclos econômicos recentes mostra que as
crises de maior gravidade são as cambiais e as ligadas a
problemas energéticos.
Em 2015 temos visto uma crise que combina elementos
de natureza econômica com problemas de coordenação
política, afetando a confiança de empresários e
consumidores.
A dificuldade de conduzir o ajuste fiscal tem trazido
sérias consequências para o país e aumenta o nível de
incertezas sobre o futuro.
SUMÁRIOEXECUTIVO
4. A queda na atividade econômica afeta a todos os setores
em todas as regiões do país – a economia do Ceará
encolheu 2,14% no primeiro semestre.
O comércio de Fortaleza sofre nesse ambiente recessivo: o
consumidor reclama da inflação, sofre para administrar o
endividamento e se preocupa com o mercado de trabalho.
O empresário busca ajustar o capital de giro ao ambiente
de queda nas vendas, ao mesmo tempo em que tenta se
preparar para a retomada do mercado, pois isso é apenas
um ciclo.
SUMÁRIOEXECUTIVO
5. Apesar das dificuldades conjunturais, existem fatores
estruturais que trazem boas perspectivas para o comércio
e os serviços a longo prazo:
A influência regional exercida por Fortaleza;
O papel de destino turístico consolidado;
Os investimentos em novos centros comerciais e a
criação de novas centralidades nos bairros;
O processo de transição demográfica;
As mudanças sociais provocadas pelo aumento da
escolaridade;
A estabilidade derivada da rede pública de proteção
social.
SUMÁRIOEXECUTIVO
6.
7. A atual crise econômica é resultado da combinação de
diferentes fatores – conjunturais e estruturais – que se
reflete na fragilidade dos fundamentos econômicos, na crise
de confiança dos agentes e no clima de enfrentamento
político, destacando:
- A continua piora na expectativa de crescimento
- A insegurança no mercado de trabalho
- A inflação nos preços administrados
- A crise da Petrobras
- A dificuldade de coordenação política
- A perda de apoio popular do Governo Central
ACRISEEM RESTROSPECTIVA
8. O cenário precificado
INDICADORESBÁSICOS
Medianas das expectativas do mercado
Boletim Focus, 09/10/15
Fonte: Boletim Focus/BCB
Indicador 2014 2015 E 2016 E
IPCA acumulado (%) 6,40 9,70 6,05
Taxa de câmbio fim do período (R$/US$) 2,65 4,00 4,15
SELIC fim do período (%) 11,75 14,25 12,63
Dívida líquida do Setor Público (% PIB) 36,70 35,90 39,50
Taxa de crescimento do PIB (%) -0,20 -2,97 -1,20
Conta corrente (US$ bilhões) -90,9 -65,5 -50,0
9. INDICADORESBÁSICOS
Brasil: inflação anual medida pelo IPCA
1996/2014 e estimativa de 2015 – em % ao ano
Média estimada 2010/15: 6,71% a.a.
Fontes: IBGE e projeção Boletim Focus/BCB
9,56
5,22
1,66
8,94
5,97
7,67
12,53
9,30
7,60
5,69
3,14
4,45
5,90
4,31
5,90
6,50
5,83 5,91
6,40
9,70
-
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
E
14. Evolução do ICC
Fortaleza,2010/2015–empontos
Fonte: FECOMERCIO/CE IPDC
2012
2011
2013
2010
2014
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
130,0
140,0
150,0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
2013 2014 2015
23. A confiança do consumidor tem caído, em decorrência da
pressão da inflação e das dívidas sobre a renda e com a
percepção de piora da economia:
Endividamento permanece alto;
Comprometimento da renda com dívidas
aumentou;
Contas em atraso permanece administrável;
Pretensão de compra em queda;
O consumidor busca promoções e liquidações;
ICC apresentou, em setembro, o pior resultado
mensal desde o início da pesquisa em 2009;
O consumo se volta para itens de consumo
imediato e semiduráveis.
O COMPORTAMENTODO CONSUMIDOR
26. Variaçãodo volume de vendas
Ceará,acumuladonosúltimosdozemeses–ago/15
Fonte: IBGE/PMC
-24,4%
-18,6%
-11,7%
-8,5%
-7,9%
-7,7%
-7,4%
-6,1%
-4,9%
-1,6%
1,8%
8,7%
Equipamentos e materiais para escritório,…
Veículos, motocicletas, partes e peças
Material de construção
Livros, jornais, revistas e papelaria
Hipermercados, supermercados, produtos…
Móveis e eletrodomésticos
Hipermercados e supermercados
Combustíveis e lubrificantes
Tecidos, vestuário e calçados
Comércio Varejista Ampliado
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de…
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
28. A conjuntura econômica local continuará a ser
condicionada pelos fatores nacionais, tendo como
principais itens de risco:
O rebaixamento da rating do Brasil por uma
segunda agência internacional;
A demissão do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy;
A Operação Lava Jato, de alguma forma, atingir o
Poder Executivo;
Um processo de impedimento da Presidente
Dilma;
A aceleração do desemprego;
Mudanças na conjuntura internacional.
O CENÁRIODECURTOPRAZO
29. A economia de Fortaleza é fortemente centrada no setor
terciário:
81,2% do PIB, conforme IBGE, dados de 2012;
80,9% dos empregos formais, conforme MTE/RAIS,
dados de 2014.
A agenda para o fortalecimento do setor passa por
medidas estruturais de apoio, tais como:
Combate à informalidade;
Melhoria do ambiente de negócios;
Suporte às novas centralidades comerciais,
utilizando-as como vetores do crescimento;
Marketing e divulgação da cidade.
O CENÁRIODECURTOPRAZO