1) O documento discute a importância da nutrição entérica em unidades de cuidados intensivos e o protocolo de suspensão da nutrição entérica para procedimentos no serviço de cuidados intensivos polivalente do Hospital de Santo António.
2) Apresenta dados estatísticos sobre os pacientes e indicadores de produtividade da unidade.
3) Detalha o protocolo de nutrição entérica da unidade, incluindo as calorias alvo, avaliação do resíduo gástrico e uso de procinéticos.
1. Abílio Cardoso TeixeiraAbílio Cardoso Teixeira
abilio.cardosoteixeira@gmail.com
Nutrição Entérica – Suspensão para procedimentosNutrição Entérica – Suspensão para procedimentosNutrição Entérica – Suspensão para procedimentosNutrição Entérica – Suspensão para procedimentos
2. Um muito obrigado a todos os que de alguma forma colaboraram neste trabalho…Um muito obrigado a todos os que de alguma forma colaboraram neste trabalho…
3. 3NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
Conteúdo Diapositivo
1. NE em Cuidados Intensivos – Porquê? 4
2. A realidade do SCI1 8
3. SCI1 – Protocolo de NE 15
4. A reflectir… 16
5. Concluindo 22
6. Bibliografia 23
0. Sumário0. Sumário
4. 4
• Área que suscita controvérsia
• Nutrição entérica: consensual que deve ser iniciada
precocemente
– Impede atrofia da mucosa intestinal;
– Reduz crescimento e translocação de bactérias;
– Diminui os riscos relacionados com a cateterização de acessos
venosos centrais;
– Diminui a incidência de sépsis;
– Reduz a incidência de erosão gástrica e úlcera de stress;
– Menos dispendiosa.
NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
1. NE em Cuidados Intensivos –1. NE em Cuidados Intensivos –
Porquê?Porquê?
5. • ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition
– “During the acute and initial phase of critical illness an exogenous
energy supply in excess of 20–25 kcal/kg BW/day may be associated
with a less favourable outcome”
– “During recovery (anabolic flow phase), the aim should be to provide
25–30 total kcal/kg BW/day”
– “(…) target values of 25–30 total kcal/kg BW/day for men and 20–25
total kcal/kg BW/day for women may be too much during the first 72–
96 h of critical illness.
5NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
1. NE em Cuidados Intensivos –1. NE em Cuidados Intensivos –
Porquê?Porquê?
6. • Heyland et. al (2004)
– Uso de NE em detrimento de NP:
• diminuição da incidência da infecções;
• Custo mais baixo;
• Assim, deve ser primeira escolha.
• AUSPEN Clinical Practice Guidelines (2005)
– Guideline development should be multidisciplinary.
– Guidelines should be flexible and adaptable so that individual
circumstances can be taken into consideration.
6NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
1. NE em Cuidados Intensivos –1. NE em Cuidados Intensivos –
Porquê?Porquê?
7. • Canadian Clinical Practice Guidelines (2007):
– “(…) strongly recommend the use of enteral nutrition over parenteral
nutrition”
– “(…) recommend early enteral nutrition (within 24-48 hours following
admission to ICU) in critically ill patients”
– “(…) If a feeding protocol is to be used, based on 1 level 2 study, a
protocol that incorporates prokinetics (metaclopromide) at initiation
and tolerates a higher gastric residual volume (250 mls) should be
considered as a strategy to optimize delivery of enteral nutrition in
critically ill adult patients”
7NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
1. NE em Cuidados Intensivos –1. NE em Cuidados Intensivos –
Porquê?Porquê?
8. • SCI1 (Centro Hospitalar do Porto,
EPE –Hospital de Santo António):
Serviço de Cuidados Intensivos,
polivalente;
• Recebe doentes que,
necessitando de monitorização
contínua e/ou ventilação
artificial, têm patologias do foro
neurocirúrgico ou cirúrgico,
enquadrando-se neste último
grupo os transplantados
hepáticos e reno-pancreáticos.
8NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
2. A realidade do SCI 12. A realidade do SCI 1
9. 9NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
166
15
138
76 70
0
50
100
150
200
Doentes
1
Diagnóstico Médico Inicial
Internamentos (2007)
Neurológico / Neurocirúrgico/
TCE
Politraumatizado com/sem TCE
Cirúrgico
Médico
Outros/ desconhecido/ falta de
informação
2. A realidade do SCI 12. A realidade do SCI 1
10. 10NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
Dados estatísticos comparativos entre 2006 e 2007
De realçar:
• Tempo médio de internamento: 6.25
2. A realidade do SCI 12. A realidade do SCI 1
11. 11NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
Indicadores de Produtividade 2006
2. A realidade do SCI 12. A realidade do SCI 1
12. 12NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
Dados estatísticos comparativos entre 2005 e 2006
2. A realidade do SCI 12. A realidade do SCI 1
13. 13NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
Nota: GDH – Grupo Diagnóstico Homogéneo
2. A realidade do SCI 12. A realidade do SCI 1
14. 14NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
2. A realidade do SCI 12. A realidade do SCI 1
15. 15NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
Pontos Chave:
1º ao 4º dia: 20 Kcal/ kg/ dia. Polimérica isocalórica: 1 Kcal = 1 mL
1º ao 4º dia: 25 Kcal/ kg/ dia. Polimérica hipercalórica: 1,5 Kcal = 1 mL
Resíduo gástrico (RG) > 200 mL
– Avaliação de RG:
• Antes de administrar NE;
• 8h após inicio da perfusão;
• Antes de progredir no ritmo de perfusão;
• No turno da tarde/ SOS.
Administração de metoclopramida (EV, 10 mg)
3. SCI 1 – Protocolo de NE3. SCI 1 – Protocolo de NE
16. 16NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
• Administração de Procinéticos (Ex.: Metoclopramida)
– Acelera o esvaziamento gástrico.
– No entanto administração concomitante de fármacos que funcionam
em sentido inverso (morfina, noradrenalina…)
• Volume do líquido gástrico depende (ORTENZI et al,
2001):
– Secreção gástrica (50 ml/hora para um adulto);
– Deglutição de saliva (1ml/kg/h);
– Características dos alimentos ingeridos (sólidos ou líquidos);
– Velocidade de esvaziamento gástrico.
4. A reflectir4. A reflectir
17. 17NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
Líquidos sem resíduos 2 horas (qualquer idade)
Leite materno 4 horas (lactentes que só mamam no peito)
Fórmula infantil 6 horas
Refeição leve (alimentos que não
contenham gordura)
6 horas (crianças maiores de três anos e adultos)
Leite não humano e sólidos 6 horas – lactentes; 8 horas – crianças maiores de
três anos e adultos
(American Anesthesiology Associaction cit. ORTENZI et al, 2001)
4. A reflectir4. A reflectir
18. 18NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
• Esvaziamento gástrico
– Em 86 % dos voluntários estudados – EG
= 150 minutos (VALADARES et al, 2006)
• Porém em CI:
– Fármacos – noradrenalina, morfina, …
– Hiperglicemia
4. A reflectir4. A reflectir
FIRMAN et al., 2000
19. 19NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
• Interromper: porquê?
– Risco de aspiração do conteúdo gástrico
• Ou seja, interrupção: inevitável!
• E, como consequência do aumento do tempo de
internamento
– Realização de traqueotomias
– Ida ao Bloco Operatório/ Ida a Imagiologia
4. A reflectir4. A reflectir
20. 20NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
• O que acontece por vezes?
• Doente apenas faz 50% das calorias prescritas por dia (12h de NE
parada)
• Por vezes o procedimento é adiado ou atrasado
– Erro
– Médico
– Enfermagem
– Decisão
4. A reflectir4. A reflectir
21. 21NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
• Sr. J; Pós-operatório de Drenagem de HSD
Para realização de TQ Percutânea - Pausa alimentar: 0h-17h
• Sra. M; Pós-operatório de Drenagem de HSD
Para realização de TQ Percutânea - Pausa alimentar: 0h-21h
• Sra A; Insuficiência Respiratória (?)
Para realização de broncofibroscopia - Pausa alimentar: 0h-11h
• Sra. E; Pós-operatório de Drenagem de HSA
Para realização de TQ Percutânea - Pausa alimentar: 0h-17h
4. A reflectir4. A reflectir
22. 22NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
5. Concluindo…5. Concluindo…
• Adaptar as normas da ASA à realidade de CI’s
– Necessidade de estudos
• Medidas capazes de minimizar as perdas
… porque “quem decide pode errar,
quem não decide já errou” (Herbert
Von Karajan).
23. 23NE – Suspensão para procedimentos (Abílio Cardoso Teixeira)
6. Bibliografia6. Bibliografia
BORDALO, Maria; ANES, Cesaltina; ALMEIDA, Vítor – Alimentação entérica no doente crítico: uma perspectiva de Enfermagem. Revista da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos. Vol.8 –
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CAMILO, Maria Ermelinda – Manual prático de nutrição clínica no adulto: oral, entérica e parentérica. Lisboa: Dinalivro, 2001
CASARETT, David et al. – Appropriate use of artificial nutrition and hydratation: fundamental principles and recomendations. The New England Journal of Medicine. 353;24. Dezembro. 2005. p.
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FIRMAN, Claudia et al – Avaliação qualitativa e quantitativa do esvaziamento gástrico através do método vídeofluoroscópico. Arquivos de Gastroenterologia. Vol.37 – nº 2. 2000.
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HEYLAND, Daren et al.- Nutrition support in the critical care setting: current practice in canadian ICUs--opportunities for improvement?. JPEN. Vol.27 – nº1. Janeiro - Fevereiro. 2003. p. 74-83
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LOPES, Vitor; CUNHA, João – Nutrição entérica no doente crítico: vantagens, mitos e realidades. Revista da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos. Vol.8 - nº1. Junho. 1999, ISSN 0872-3087
ORTENZI, António et al. – Recomendações para Jejum Pré-Anestésico. Consenso de jejum pré-anestésico da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo - Jornada Paulista de
Anestesiologia 2001 - Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro 2001. Disponivel para download em: http://www.saesp.org.br/eventos/livro%20SAESP-Recomenda%E7%F5es
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ROSA, I. et al. – Nutrição entérica em cuidados intensivos. GE. Vol.12 . Julho - Agosto. 2005
VALADARES, Cristina et al. - Apresentação da técnica de estudo do tempo de esvaziamento gástrico por meio da ultra-sonografia. Radiologia Brasileira. Vol. 39 – nº 1. Janeiro/ Fevereiro, 2006.
Notas do Editor
NE – frequentemente esquecida, apesar de ser consensual o reconhecer da importância da instituição precoce de um suporte nutricional
A realçar: os dois principais grupos de doentes: grupo de doentes que amiúde tem que recorrer ao BO e/ou serviço de imagiologia.
Associar à necessidade de realização de TQ percutânea
A realçar: idade e factores associados ao aumento da EMV
Tempo de internamento por GDH. De realçar GCD4 e o GCD7