SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 30
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE MEDICINA -DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA
NÚCLEO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA
DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA – 1º semestre 2005
VALIDADE EM ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS
Validade
• Validade: termo derivado do latim validus (“forte”)
• Validade de um estudo: até que ponto os resultados
de um estudo epidemiológico são distorcidos em
decorrência de erros metodológicos na concepção
(desenho) do estudo e/ou na análise dos dados.
Validade x Precisão
erro sistemático variação amostral
viés erro aleatório
Validade interna x Generalização
• Um estudo particular é “internamente válido”,
ou simplesmente “válido”, se os seus resultados
não podem ser atribuídos a erros sistemáticos.
• Mas será que os achados específicos de um
estudo numa população específica podem ser
generalizados para uma outra população?
Nurse’s Health Study
• Práticas conceptivas e impactos em saúde
• Restrição: Enfermeiras casadas, 30-55 anos
11 estados com maior n0 de registros
• Vantagens: > taxa de resposta e seguimento
• Achado: relação inversa entre terapia hormonal
pós-menopausa e doença coronariana
• Seria este resultado generalizável para:
enfermeiras de outros estados?
outras mulheres americanas?
mulheres de outros países?
VALIDADE VS. PRECISÃO
• VALIDADE: ausência de erro sistemático ou viés (“bias”)
• PRECISÃO: ausência de erro aleatório
VÁLIDO NÃO VÁLIDO NÃO VÁLIDO VÁLIDO?!
PRECISO IMPRECISO PRECISO IMPRECISO
Viés: 3 pilares
(1) Viés de seleção: a medida de associação estimada no
estudo está distorcida devido ao modo pelo qual os
indivíduos são selecionados para compor a população de
estudo.
(2) Viés de informação: a medida de associação
estimada no estudo está distorcida devido a erros de na
forma como a informação sobre a exposição e/ou doença
é obtida.
(3) Confundimento ou situação de confusão: parte da
associação observada decorre da existência de uma ou
mais variáveis, denominadas variáveis de
confundimento, confundidoras, ou de confusão.
Viés de seleção
• Viés de seleção: Distorções que resultam dos procedimentos
utilizados na seleção dos participantes e/ou de fatores que
influenciam a participação no estudo.
• Se o processo de seleção provoca a identificação de uma
associação entre exposição e doença, quando na população-alvo
tal associação inexiste viés de seleção.
• O elemento básico no viés de seleção é a existência de relações
entre exposição e doença que são diferentes entre os indivíduos
que participam do estudo e aqueles que são teoricamente
elegíveis para participar mas que, por mecanismos de seleção
viciados, não foram incluídos.
Viés de seleção
• Viés de seleção pode ocorrer quando a identificação
de indivíduos para inclusão no estudo, seja com base
na exposição (coorte) ou doença (caso-controle)
depende do outro eixo de interesse.
• Coorte: seleção de expostos ou não-expostos depende
da probabilidade de adoecer
• Caso-controle: seleção de casos ou controles depende
da probabilidade de exposição
Viés de detecção
• Controvérsia estrogênio artificial vs. câncer de endométrio
• Alguns estudos encontraram forte associação (OR=9)
• Horowitz e Feinstein (1978):
(1) Estrogênio artificial causa sangramento uterino a despeito da
presença ou não de câncer de endométrio;
(2) Este sintoma conduziria a mulher a um exame ginecológico;
(3) Uma investigação ginecológica revelaria a presença de câncer de
endométrio que de outra forma poderia passar despercebido;
(4) A taxa de detecção de câncer de endométrio seria maior entre
mulheres em uso de estrogênio do que entre mulheres que não o usassem
(5) Ou seja, o processo de inclusão de casos no estudo seria função da
exposição super-estimação da medida de associação.
Perda seletiva de seguimento
• Perdas: morte, não-cooperação, migração, dificuldades de manter
o seguimento, falta de registros adequados.
• Perdas podem ser relacionadas à exposição, à doença, ou a ambos.
• Se a perda de seguimento é associada tanto com a exposição
quanto com a doença perda seletiva de seguimento.
• Viés pode ocorrer quando os indivíduos que são perdidos
apresentam probabilidades diferentes de desenvolver a doença sob
estudo, quando comparados com os que não foram perdidos.
• Em particular o viés ocorrerá quando as perdas são diferenciais
entre grupos de exposição.
Coorte fixa sem perdas
RR =
/
/
=
36 144
18 144
200.
Expostos
caso
Não-expostos
caso
Perdas associadas ao desfecho e exposição:
Expostos
caso
Não-expostos
caso
RR=
/
/
=
30 135
18 139
172.
Perdas associadas apenas à exposição
Expostos
caso
Não-expostos
caso
P(D) entre as perdas (3/12)
=
P(D) nos remanescentes (33/132)
RR=
/
/
=
33 132
18 144
200.
Viés de informação
• Viéses de informação: distorções nas estimativas de efeito que
decorrem de erros na mensuração/aferição da exposição e/ou
desfecho de interesse.
• Fontes: utilização de procedimentos diagnósticos de baixa
sensibilidade e/ou especificidade (informação sobre o desfecho);
uso de instrumentos de coleta de dados (p.ex., questionários) de
má-qualidade; procedimentos de entrevista não padronizados;
registros de dados incompletos, entre outras.
• Resultado: classificação errônea dos participantes do estudo em
termos de seus status de doença e/ou exposição.
• Por isto: também denominado erro de classificação ou viés de má-
classificação (misclassification bias).
Viés de informação: diferenciais e não-diferenciais
•Erro de classificação não-diferencial: o sistema de classificação,
seja ele adequado ou não, é o mesmo para os grupos de
comparação, ou seja, a sensibilidade e especificidade não variam
segundo status de exposição ou doença.
•O resultado usual, porém não universal, dos erros não-diferenciais é
diminuir as diferenças entre os grupos de comparação e enviesar as
medidas de associação em direção ao valor nulo as estimativas
de risco relativo tendem a se aproximar de 1,0.
• Erro diferencial: a taxa de má-classificação difere entre os
grupos de estudo distorção na estimativa de efeito cuja direção é
muito difícil de ser avaliada.
Impacto do erro de classificação
1
2
3
4
5
6
7
0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Especificidade
OR
SE=1.0
SE=0.9
SE=0.75
SE=0.5
OR verdadeiro=6.0
Confundimento: Princípios básicos
• Confundimento ou situação de confusão ocorre quando
parte do efeito observado de um fator de exposição
resulta da presença de uma ou mais variáveis, que estão
relacionadas tanto com a doença sob estudo quanto com a
exposição de interesse na base populacional.
• Esta(s) variável(is) é(são) denominada(s) variável(is) de
confundimento, confundidora(s), ou de confusão.
• A situação de confusão ocorre devido a uma inerente
falta de comparabilidade entre populações expostas e
não-expostas no que diz respeito aos riscos de adoecer.
Propriedades básicas
1. Deve ser um fator de risco independente para a
doença sob estudo (entre os não-expostos);
2. Deve estar associada com a exposição na base
populacional (na coorte, em estudos de coorte, e
nos controles, em estudos caso-controle);
3. Não ser intermediária na relação causal entre a
exposição e doença, ou consequência do desfecho
sob estudo.
Condições mínimas
E = Exposição
D = Desfecho
C = Fator de confusão
E
C
D
Fator intermediário
E = Exposição
D = Desfecho
C = Fator de confusão
E C D
Não há confundimento: não existe
asssociação entre C e D independente de E
Fator intermediário
E = Exposição D = Desfecho C = Fator de confusão
E
C
D
Não há confundimento: não existe
asssociação entre C e D independente de E
Estratégias para lidar com confundimento
1. Estratégias preventivas
• Randomização
• Restrição
• Pareamento
2. Estratégias analíticas
• Estratificação
• Análise multivariada
Randomização
• O que é? Alocação aleatória dos participantes às
categorias de exposição
• Meta: criar grupos de comparação que tenham
propensão equivalente ao desfecho, isto é, incidências
iguais do desfecho na ausência da exposição de interesse.
• Como: balanceando a distribuição dos determinantes do
desfecho (conhecidos ou não!) nos grupos de comparação
• Limites:
– Não torna a distribuição dos determinantes igual nos grupos
– Mais efetivo em estudos com amostra grande
– E o que acontece após a randomização?
Restrição
• O que é? Restrição da admissão no estudo a
participantes que têm características
comuns (p.ex. mesmo sexo, idade)
• Lógica: Confundimento não pode ocorrer se
a variável potencialmente confundidora é
impedida de variar
• Limites:
– Diminui o total de indivíduos elegíveis
– Generalizabilidade
Pareamento
• O que é? Estratégia de seleção de participantes de
forma a garantir que a distribuição da potencial
variável de confundimento tenha distribuição
similar nos grupos de comparação
• Lógica: Elimina a associação do confundidor com
a exposição (em estudos de coorte!!!)
• Limites:
– Problemas operacionais para encontrar pares
– Estratégia de análise pareada em caso-controle
– Super-pareamento (overmatching)
Estratificação
• Compara-se o valor da medida de efeito de interesse
(p.ex., o odds ratio) levando-se em consideração o
potencial fator de confundimento (odds ratio ajustado)
ou ignorando-o (odds ratio não-ajustado, bruto ou
crú).
• Se diferentes então há confundimento
• Quão diferentes?!
E = contraceptivo D = infarto C = idade
16841456228
15861383203E-
987325E+
D-D+
OR =
×
×
=
25 1383
73 203
233.
E = contraceptivo D = infarto C = idade
83777958
76572045E-
725913E+
D-D+
OR=
×
×
=
13 720
59 45
353.
847677170
821663158E-
261412E+
D-D+
idade (30-39) idade (40-49)
OR=
×
×
=
12 663
14 158
360.
Modificação de efeito
O efeito (associação) da variável de exposição no
desfecho em questão varia “substancialmente” de
acordo com os níveis de uma outra variável.
200010001000
1050600450E-
950400550E+
D-D+
OR = 1.83
Modificação de efeito
1100280820
400100300E-
700180520E+
D-D+
900720180
650500150E-
25022030E+
D-D+
C + C -
OR = 0.96 OR = 0.45
O que fazer? mostrar os OR por
estrato da variável de interação

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Estudos Observacionais (aula 7)
Estudos Observacionais (aula 7)Estudos Observacionais (aula 7)
Estudos Observacionais (aula 7)Sandra Lago Moraes
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tannerblogped1
 
Pesquisa Qualitativa e Quantitativa
Pesquisa Qualitativa e QuantitativaPesquisa Qualitativa e Quantitativa
Pesquisa Qualitativa e Quantitativajlpaesjr
 
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem QuantitativaModelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem QuantitativaRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Sifilis Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019
Sifilis   Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019Sifilis   Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019
Sifilis Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019Alexandre Naime Barbosa
 
Esquema profilaxia raiva humana
Esquema profilaxia raiva humanaEsquema profilaxia raiva humana
Esquema profilaxia raiva humanaJosé Ripardo
 
Epidemiologia: Estudos de coorte
Epidemiologia: Estudos de coorteEpidemiologia: Estudos de coorte
Epidemiologia: Estudos de coorteLuis Dantas
 
Aula bioestatistica
Aula bioestatisticaAula bioestatistica
Aula bioestatisticaAleNiv
 
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico Ricardo Portela
 
Aula1: Introdução á Bioestatística
Aula1: Introdução á BioestatísticaAula1: Introdução á Bioestatística
Aula1: Introdução á Bioestatísticaansansil
 
Prognóstico, diagnóstico e tratamento
Prognóstico, diagnóstico e tratamentoPrognóstico, diagnóstico e tratamento
Prognóstico, diagnóstico e tratamentoRicardo Alexandre
 

Mais procurados (20)

Fimose
FimoseFimose
Fimose
 
Estudos Observacionais (aula 7)
Estudos Observacionais (aula 7)Estudos Observacionais (aula 7)
Estudos Observacionais (aula 7)
 
Amostragem
AmostragemAmostragem
Amostragem
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
 
Exame Clínico das Mamas
Exame Clínico das MamasExame Clínico das Mamas
Exame Clínico das Mamas
 
Regressão Linear I
Regressão Linear IRegressão Linear I
Regressão Linear I
 
1 epidemiologia saude
1   epidemiologia saude1   epidemiologia saude
1 epidemiologia saude
 
Pesquisa Qualitativa e Quantitativa
Pesquisa Qualitativa e QuantitativaPesquisa Qualitativa e Quantitativa
Pesquisa Qualitativa e Quantitativa
 
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem QuantitativaModelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
 
Sifilis Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019
Sifilis   Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019Sifilis   Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019
Sifilis Manejo e Tratamento Medicos Atencao Basica 2019
 
Esquema profilaxia raiva humana
Esquema profilaxia raiva humanaEsquema profilaxia raiva humana
Esquema profilaxia raiva humana
 
Epidemiologia: Estudos de coorte
Epidemiologia: Estudos de coorteEpidemiologia: Estudos de coorte
Epidemiologia: Estudos de coorte
 
Aula bioestatistica
Aula bioestatisticaAula bioestatistica
Aula bioestatistica
 
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
 
Aula 1 - TCC
Aula 1 -  TCCAula 1 -  TCC
Aula 1 - TCC
 
Indicadores de Saúde
Indicadores de SaúdeIndicadores de Saúde
Indicadores de Saúde
 
Aula1: Introdução á Bioestatística
Aula1: Introdução á BioestatísticaAula1: Introdução á Bioestatística
Aula1: Introdução á Bioestatística
 
Metanálise
MetanáliseMetanálise
Metanálise
 
Prognóstico, diagnóstico e tratamento
Prognóstico, diagnóstico e tratamentoPrognóstico, diagnóstico e tratamento
Prognóstico, diagnóstico e tratamento
 
Anamnese e exame físico pediatrico
Anamnese e exame físico pediatricoAnamnese e exame físico pediatrico
Anamnese e exame físico pediatrico
 

Semelhante a Validade em estudos epidemiologicos

Aula - Estudos experimentais.pptx
Aula - Estudos experimentais.pptxAula - Estudos experimentais.pptx
Aula - Estudos experimentais.pptxCarolineTianeze
 
Aula 4 estudo de caso controle
Aula 4   estudo de caso controleAula 4   estudo de caso controle
Aula 4 estudo de caso controleRicardo Alexandre
 
Tipos de estudos cientificos e niveis de evidencia
Tipos de estudos cientificos e niveis de evidenciaTipos de estudos cientificos e niveis de evidencia
Tipos de estudos cientificos e niveis de evidenciagisa_legal
 
Estudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de BioestatísticaEstudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de BioestatísticaFranciscoMendes220914
 
Introducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptxIntroducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptxBrunaBeatriz25
 
Introducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptxIntroducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptxNaiaraMendes13
 
Tipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosTipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosArquivo-FClinico
 
Princípios básicos em pesquisa.2
Princípios básicos em pesquisa.2Princípios básicos em pesquisa.2
Princípios básicos em pesquisa.2imaramorosini
 
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453Wilson Guedes
 
Planejamento das Medições (aula 5)
Planejamento das Medições (aula 5)Planejamento das Medições (aula 5)
Planejamento das Medições (aula 5)Sandra Lago Moraes
 
Farmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdf
Farmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdfFarmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdf
Farmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdfblsguedes
 
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnósticoICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnósticoRicardo Portela
 
SLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptx
SLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptxSLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptx
SLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptxMrcioFlvioArajo
 

Semelhante a Validade em estudos epidemiologicos (20)

Aula - Estudos experimentais.pptx
Aula - Estudos experimentais.pptxAula - Estudos experimentais.pptx
Aula - Estudos experimentais.pptx
 
Aula 4 estudo de caso controle
Aula 4   estudo de caso controleAula 4   estudo de caso controle
Aula 4 estudo de caso controle
 
Tipos de estudos cientificos e niveis de evidencia
Tipos de estudos cientificos e niveis de evidenciaTipos de estudos cientificos e niveis de evidencia
Tipos de estudos cientificos e niveis de evidencia
 
Tipos de estudo
Tipos de estudoTipos de estudo
Tipos de estudo
 
Estudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de BioestatísticaEstudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
 
Introducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptxIntroducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptx
 
Introducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptxIntroducao_epidemio_semAudio.pptx
Introducao_epidemio_semAudio.pptx
 
Aula Saúde Coletiva III - Profa Ana Carla
Aula Saúde Coletiva III - Profa Ana CarlaAula Saúde Coletiva III - Profa Ana Carla
Aula Saúde Coletiva III - Profa Ana Carla
 
Tipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosTipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicos
 
Princípios básicos em pesquisa.2
Princípios básicos em pesquisa.2Princípios básicos em pesquisa.2
Princípios básicos em pesquisa.2
 
Epidemiologia básica 2
Epidemiologia básica 2Epidemiologia básica 2
Epidemiologia básica 2
 
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
 
Planejamento das Medições (aula 5)
Planejamento das Medições (aula 5)Planejamento das Medições (aula 5)
Planejamento das Medições (aula 5)
 
Farmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdf
Farmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdfFarmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdf
Farmacoepidemio-UnivLisboa-Exposicao_Vies_Modelos.pdf
 
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnósticoICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
 
Confundimento
ConfundimentoConfundimento
Confundimento
 
Ensaios Clinicos (aula 8)
Ensaios Clinicos (aula 8)Ensaios Clinicos (aula 8)
Ensaios Clinicos (aula 8)
 
SLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptx
SLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptxSLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptx
SLIDE PADRÃO CURSO PARECERISTA-FINAL (1).pptx
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Validade
ValidadeValidade
Validade
 

Último

Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptxConceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptxPedroHPRoriz
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Eventowisdombrazil
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...kassiasilva1571
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeLviaResende3
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagemvaniceandrade1
 
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxRayaneArruda2
 
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxrafaelacushman21
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completomiriancarvalho34
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiaGabrieliCapeline
 
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologiaprofdeniseismarsi
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfzsasukehdowna
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadojosianeavila3
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAKaiannyFelix
 

Último (13)

Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptxConceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
 
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
 
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
 
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
 

Validade em estudos epidemiologicos

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE MEDICINA -DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA NÚCLEO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA – 1º semestre 2005 VALIDADE EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
  • 2. Validade • Validade: termo derivado do latim validus (“forte”) • Validade de um estudo: até que ponto os resultados de um estudo epidemiológico são distorcidos em decorrência de erros metodológicos na concepção (desenho) do estudo e/ou na análise dos dados. Validade x Precisão erro sistemático variação amostral viés erro aleatório
  • 3. Validade interna x Generalização • Um estudo particular é “internamente válido”, ou simplesmente “válido”, se os seus resultados não podem ser atribuídos a erros sistemáticos. • Mas será que os achados específicos de um estudo numa população específica podem ser generalizados para uma outra população?
  • 4. Nurse’s Health Study • Práticas conceptivas e impactos em saúde • Restrição: Enfermeiras casadas, 30-55 anos 11 estados com maior n0 de registros • Vantagens: > taxa de resposta e seguimento • Achado: relação inversa entre terapia hormonal pós-menopausa e doença coronariana • Seria este resultado generalizável para: enfermeiras de outros estados? outras mulheres americanas? mulheres de outros países?
  • 5. VALIDADE VS. PRECISÃO • VALIDADE: ausência de erro sistemático ou viés (“bias”) • PRECISÃO: ausência de erro aleatório VÁLIDO NÃO VÁLIDO NÃO VÁLIDO VÁLIDO?! PRECISO IMPRECISO PRECISO IMPRECISO
  • 6. Viés: 3 pilares (1) Viés de seleção: a medida de associação estimada no estudo está distorcida devido ao modo pelo qual os indivíduos são selecionados para compor a população de estudo. (2) Viés de informação: a medida de associação estimada no estudo está distorcida devido a erros de na forma como a informação sobre a exposição e/ou doença é obtida. (3) Confundimento ou situação de confusão: parte da associação observada decorre da existência de uma ou mais variáveis, denominadas variáveis de confundimento, confundidoras, ou de confusão.
  • 7. Viés de seleção • Viés de seleção: Distorções que resultam dos procedimentos utilizados na seleção dos participantes e/ou de fatores que influenciam a participação no estudo. • Se o processo de seleção provoca a identificação de uma associação entre exposição e doença, quando na população-alvo tal associação inexiste viés de seleção. • O elemento básico no viés de seleção é a existência de relações entre exposição e doença que são diferentes entre os indivíduos que participam do estudo e aqueles que são teoricamente elegíveis para participar mas que, por mecanismos de seleção viciados, não foram incluídos.
  • 8. Viés de seleção • Viés de seleção pode ocorrer quando a identificação de indivíduos para inclusão no estudo, seja com base na exposição (coorte) ou doença (caso-controle) depende do outro eixo de interesse. • Coorte: seleção de expostos ou não-expostos depende da probabilidade de adoecer • Caso-controle: seleção de casos ou controles depende da probabilidade de exposição
  • 9. Viés de detecção • Controvérsia estrogênio artificial vs. câncer de endométrio • Alguns estudos encontraram forte associação (OR=9) • Horowitz e Feinstein (1978): (1) Estrogênio artificial causa sangramento uterino a despeito da presença ou não de câncer de endométrio; (2) Este sintoma conduziria a mulher a um exame ginecológico; (3) Uma investigação ginecológica revelaria a presença de câncer de endométrio que de outra forma poderia passar despercebido; (4) A taxa de detecção de câncer de endométrio seria maior entre mulheres em uso de estrogênio do que entre mulheres que não o usassem (5) Ou seja, o processo de inclusão de casos no estudo seria função da exposição super-estimação da medida de associação.
  • 10. Perda seletiva de seguimento • Perdas: morte, não-cooperação, migração, dificuldades de manter o seguimento, falta de registros adequados. • Perdas podem ser relacionadas à exposição, à doença, ou a ambos. • Se a perda de seguimento é associada tanto com a exposição quanto com a doença perda seletiva de seguimento. • Viés pode ocorrer quando os indivíduos que são perdidos apresentam probabilidades diferentes de desenvolver a doença sob estudo, quando comparados com os que não foram perdidos. • Em particular o viés ocorrerá quando as perdas são diferenciais entre grupos de exposição.
  • 11. Coorte fixa sem perdas RR = / / = 36 144 18 144 200. Expostos caso Não-expostos caso
  • 12. Perdas associadas ao desfecho e exposição: Expostos caso Não-expostos caso RR= / / = 30 135 18 139 172.
  • 13. Perdas associadas apenas à exposição Expostos caso Não-expostos caso P(D) entre as perdas (3/12) = P(D) nos remanescentes (33/132) RR= / / = 33 132 18 144 200.
  • 14. Viés de informação • Viéses de informação: distorções nas estimativas de efeito que decorrem de erros na mensuração/aferição da exposição e/ou desfecho de interesse. • Fontes: utilização de procedimentos diagnósticos de baixa sensibilidade e/ou especificidade (informação sobre o desfecho); uso de instrumentos de coleta de dados (p.ex., questionários) de má-qualidade; procedimentos de entrevista não padronizados; registros de dados incompletos, entre outras. • Resultado: classificação errônea dos participantes do estudo em termos de seus status de doença e/ou exposição. • Por isto: também denominado erro de classificação ou viés de má- classificação (misclassification bias).
  • 15. Viés de informação: diferenciais e não-diferenciais •Erro de classificação não-diferencial: o sistema de classificação, seja ele adequado ou não, é o mesmo para os grupos de comparação, ou seja, a sensibilidade e especificidade não variam segundo status de exposição ou doença. •O resultado usual, porém não universal, dos erros não-diferenciais é diminuir as diferenças entre os grupos de comparação e enviesar as medidas de associação em direção ao valor nulo as estimativas de risco relativo tendem a se aproximar de 1,0. • Erro diferencial: a taxa de má-classificação difere entre os grupos de estudo distorção na estimativa de efeito cuja direção é muito difícil de ser avaliada.
  • 16. Impacto do erro de classificação 1 2 3 4 5 6 7 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 Especificidade OR SE=1.0 SE=0.9 SE=0.75 SE=0.5 OR verdadeiro=6.0
  • 17. Confundimento: Princípios básicos • Confundimento ou situação de confusão ocorre quando parte do efeito observado de um fator de exposição resulta da presença de uma ou mais variáveis, que estão relacionadas tanto com a doença sob estudo quanto com a exposição de interesse na base populacional. • Esta(s) variável(is) é(são) denominada(s) variável(is) de confundimento, confundidora(s), ou de confusão. • A situação de confusão ocorre devido a uma inerente falta de comparabilidade entre populações expostas e não-expostas no que diz respeito aos riscos de adoecer.
  • 18. Propriedades básicas 1. Deve ser um fator de risco independente para a doença sob estudo (entre os não-expostos); 2. Deve estar associada com a exposição na base populacional (na coorte, em estudos de coorte, e nos controles, em estudos caso-controle); 3. Não ser intermediária na relação causal entre a exposição e doença, ou consequência do desfecho sob estudo.
  • 19. Condições mínimas E = Exposição D = Desfecho C = Fator de confusão E C D
  • 20. Fator intermediário E = Exposição D = Desfecho C = Fator de confusão E C D Não há confundimento: não existe asssociação entre C e D independente de E
  • 21. Fator intermediário E = Exposição D = Desfecho C = Fator de confusão E C D Não há confundimento: não existe asssociação entre C e D independente de E
  • 22. Estratégias para lidar com confundimento 1. Estratégias preventivas • Randomização • Restrição • Pareamento 2. Estratégias analíticas • Estratificação • Análise multivariada
  • 23. Randomização • O que é? Alocação aleatória dos participantes às categorias de exposição • Meta: criar grupos de comparação que tenham propensão equivalente ao desfecho, isto é, incidências iguais do desfecho na ausência da exposição de interesse. • Como: balanceando a distribuição dos determinantes do desfecho (conhecidos ou não!) nos grupos de comparação • Limites: – Não torna a distribuição dos determinantes igual nos grupos – Mais efetivo em estudos com amostra grande – E o que acontece após a randomização?
  • 24. Restrição • O que é? Restrição da admissão no estudo a participantes que têm características comuns (p.ex. mesmo sexo, idade) • Lógica: Confundimento não pode ocorrer se a variável potencialmente confundidora é impedida de variar • Limites: – Diminui o total de indivíduos elegíveis – Generalizabilidade
  • 25. Pareamento • O que é? Estratégia de seleção de participantes de forma a garantir que a distribuição da potencial variável de confundimento tenha distribuição similar nos grupos de comparação • Lógica: Elimina a associação do confundidor com a exposição (em estudos de coorte!!!) • Limites: – Problemas operacionais para encontrar pares – Estratégia de análise pareada em caso-controle – Super-pareamento (overmatching)
  • 26. Estratificação • Compara-se o valor da medida de efeito de interesse (p.ex., o odds ratio) levando-se em consideração o potencial fator de confundimento (odds ratio ajustado) ou ignorando-o (odds ratio não-ajustado, bruto ou crú). • Se diferentes então há confundimento • Quão diferentes?!
  • 27. E = contraceptivo D = infarto C = idade 16841456228 15861383203E- 987325E+ D-D+ OR = × × = 25 1383 73 203 233.
  • 28. E = contraceptivo D = infarto C = idade 83777958 76572045E- 725913E+ D-D+ OR= × × = 13 720 59 45 353. 847677170 821663158E- 261412E+ D-D+ idade (30-39) idade (40-49) OR= × × = 12 663 14 158 360.
  • 29. Modificação de efeito O efeito (associação) da variável de exposição no desfecho em questão varia “substancialmente” de acordo com os níveis de uma outra variável. 200010001000 1050600450E- 950400550E+ D-D+ OR = 1.83
  • 30. Modificação de efeito 1100280820 400100300E- 700180520E+ D-D+ 900720180 650500150E- 25022030E+ D-D+ C + C - OR = 0.96 OR = 0.45 O que fazer? mostrar os OR por estrato da variável de interação