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comparados. Ex: um grupo é mais idoso
ou fuma mais que o outro.
 presente quando estimativa não
ajustada do risco difere da estimativa
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EXPOSIÇÃO
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dicotômica
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confusão que entraram no modelo.
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o superajuste).
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ajustada através de regressão logística do baixo peso ao
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Confundimento

  • 1. Epidemiologia Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva - UFMA Erros dos estudos epidemiológicos – Viés de seleção e de confundimento
  • 2. Tipos de erros Aleatório Sistemático- vício, viés ou tendenciosidade 1) Seleção 2) Aferição 3) Confundimento
  • 3. Viés de seleção Diferença sistemática entre os grupos causada pela forma de escolha ou por perdas de seguimento
  • 4. Viés de seleção  voluntários - viés de voluntariado  efeito “trabalhador sadio” nos estudos de saúde do trabalhador - viés de afiliação  viés de prevalência - trabalhar com coorte de início - incidência  amostras de conveniência - rios mais poluídos, inquéritos telefônicos, dados de rotina - demanda de Serviços  amostragem não aleatória - cadastro incompleto
  • 5. Causas do viés de seleção  diferenças sistemáticas nas características dos indivíduos - grupos não comparáveis.  maneira de seleção  perdas  não resposta  forma de admissão ( viés do voluntariado ( viés de afiliação ( viés de prevalência
  • 6. Controle  no desenho - planejamento  amostra aleatória - cada indivíduo tem probabilidade conhecida e diferente de zero de fazer parte da amostra
  • 7. Viés de confundimento  erro devido a uma diferença não aleatória na distribuição dos fatores de risco entre os dois grupos. A variável de confundimento está distribuída desigualmente entre os grupos comparados. Ex: um grupo é mais idoso ou fuma mais que o outro.  presente quando estimativa não ajustada do risco difere da estimativa ajustada
  • 8. Conseqüências  altera a estimativa do risco (subestima, superestima)  gera falso-positivo, falso-negativo  inverte a direção da associação
  • 9. Exemplo EXPOSIÇÃO (beber café) DOENÇA (coronariopatia) FATOR DE CONFUSÃO (fumo) Isola-se uma situação para investigação, de modo que seja possível pesquisar esta relação, exposição x doença, controlando- se os outros fatores (variáveis extrínsecas ou externas).
  • 11. Características do fator de confusão  ser um fator de risco para a doença  associado com a exposição  não ser um elo de ligação entre a exposição e a doença Elo de ligação não deve ser controlado na análise -  associação
  • 12. Há associação entre consumo de álcool e câncer de pulmão ? CONSUMO DE ÁLCOOL RR não ajustado Não 1 Raro 1.01 Ocasional 1.34 Diário 2.52 Detecção do confundimento – comparar estimativa não ajustada (bruta) com ajustada
  • 13. Há associação entre consumo de álcool e câncer de pulmão ? CONSUMO DE ÁLCOOL RR não ajustado RR ajustado pelo fumo Não 1 1 Raro 1.01 0.86 Ocasional 1.34 1.04 Diário 2.52 0.84 Causa do viés de confundimento: análise estatística inadequada
  • 14. Controle - Desenho  randomização - ideal - experimental, tamanho amostral grande  pareamento - caso-controle (mesma idade e sexo)  restrição de categorias- limitar a análise a certos grupos. Café x IAM em não fumantes, teor de Pb em crianças de 1 a 10 anos (controla exposição ocupacional)  estratificação - distribuir casos e controles em 3 categorias, randomizando no interior de cada estrato  constituição do grupo controle - imprescindível
  • 15. Controle – Análise multivariável  Análise estratificada  Modelagem
  • 16. Análise estratificada - Exemplo  Estudo hipotético de coorte  Efeito da exposição a uma substância química tóxica suspeita de desenvolver câncer de pulmão em uma indústria química
  • 17. Tóxico versus Câncer de Pulmão Câncer de Pulmão Exposição ao tóxico Sim Não Total Sim 27 48 75 Não 14 67 81 Total 41 115 156 Incidência entre expostos ao tóxico=27/75=0,36 Incidência entre não expostos ao tóxico=14/81=0,173 Risco relativo=0,36/0,173=2,08 (1,19-3,66)
  • 18. Fumantes Câncer de Pulmão Exposição ao tóxico Sim Não Total Sim 26 24 50 Não 12 19 31 Total 38 43 81 Não Fumantes Câncer de Pulmão Exposição ao tóxico Sim Não Total Sim 1 24 25 Não 2 48 50 Total 3 72 75 Análise estratificada RR=1,0 RR=1,34 Estimador ponderado de Mantel-Haenszel= 1,31 (0,80-2,15)
  • 19. Estimador ponderado de Mantel-Haenszel  verifica a relação exposição x doença dentro de cada estrato  faz uma estimativa ponderada do risco ajustada para a variável de confusão. -  não é uma boa estimativa na presença de interação.  só é viável para poucos fatores de confusão  limitada pelo tamanho amostral nos estratos (estimativa imprecisa do risco)
  • 20. MODELAGEM  regressão logística - variável resposta dicotômica  regressão linear - variável resposta quantitativa
  • 21. Modelagem  estimativa do risco ajustada para os fatores de confusão que entraram no modelo.  Não há limite de tamanho de amostra nem de quantidade de fatores (mas deve se ter cuidado com o superajuste).  Compara-se a estimativa bruta com a ajustada - se for diferente - então há confundimento e se considera a estimativa ajustada como mais fiel  é uma extensão matemática do modelo de rede de causas  informa a proporção da variação de Y (doença) que é explicada pelo efeito do fator de risco X1, controlando-se os demais. Mede o “efeito isolado” de X1 sobre Y.
  • 22. Freqüência, percentagem, razão de chances bruta e ajustada através de regressão logística do baixo peso ao nascer em Ribeirão Preto, Brasil, 1994 Baixo Peso ao nascer Peso favorável ao nascer Razão de chances não ajustada e intervalo de confiança Razão de chances ajustada e intervalo de confiança DETERMINANTES n % n % PREMATURIDADE não 104 5.0 1971 95.0 sim 132 36.9 226 63.1 11.07 (8.19-14.98) 12.07 (8.60-16.94) CONSULTAS PRENATAIS 4+ 227 9.7 2124 90.3 < 4 51 22.0 181 78.0 2.64 (1.84-3.76) 1.73 (0.98-3.05) TIPO DE PARTO vaginal 148 10.3 1295 89.7 cesariana 167 11.0 1345 89.0 1.09 (0.85-1.39) 1.61 (1.10-2.37) FUMO MATERNO não 177 8.2 1972 91.8 sim 114 19.6 469 80.4 2.71 (2.07-3.54) 1.98 (1.35-2.91)