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TIPOS DE ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS
PROF. THIAGO FREITAS
FUNDAMENTOS DA PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA
- DESENHOS DE ESTUDO
• O uso de grupos populacionais diferencia a epidemiologia da
medicina clínica;
• Clínica à indivíduo doente
• Epidemiologia à grupos populacionais
Por que estudamos populações em epidemiologia?
EXISTEM 2 RAZÕES PARA O USO DE POPULAÇÕES EM
EPIDEMIOLOGIA:
O objetivo final da epidemiologia é melhorar o perfil de saúde
das populações
Do ponto de vista metodológico, populações são necessárias
para se fazer inferências
1 o co
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n s e
CONCEITOS BÁSICOS:
POPULAÇÃO DO ESTUDO OU AMOSTRA:
• É o grupo de indivíduos sobre os quais se fazem observações e coletam-se os dados
• Ex: 200 escolares de Vitória de Santo Antão em 2013
POPULAÇÃO FONTE OU UNIVERSO AMOSTRAL:
• É o conjunto de indivíduos elegíveis para constituírem a amostra
• Ex: Todos os escolares de Vitória de Santo Antão em 2013
PESQUISA POPULACIONAL – TIPOS DE ESTUDO
Estudos Seccionais
Estudos de Coorte
Estudos de Caso-controle
Estudos de intervenção
Estudos ecológicos
ESTUDOS SECCIONAIS
(OU TRANSVERSAIS)
ESTUDOS SECCIONAIS/TRANSVERSAIS
enfermidade no
vertical ou de
üEstudo das características apresentadas pela
momento analisado
üTambém conhecido como: estudo transversal,
prevalência
ü Causa e efeito são observados no mesmo momento
ü Em geral ® utilizam amostras representativas de uma população
ü Podem ser puramente descritivos ou analíticos
ESTUDOS SECCIONAIS/TRANSVERSAIS
ü Os estudos descritivos a priori não tem por objetivo a validação
de hipóteses causais
üSão mais estudos de observação e descrição dos eventos
epidemiológicos
üSão úteis no levantamento de problemas e formulação de
hipóteses
üOs estudos analíticos são a posteriori® são conduzidos sob
orientação de uma hipótese
üUm estudo descritivo é geralmente planejado para
responder por exemplo: Qual a prevalência de nanismo na
cidade do Recife?
üJá os estudos analíticos são planejados para testar a
verdade de enunciados comparativos do tipo:
A prevalência de nanismo na cidade do Recife é maior entre
filhos de mães analfabetas do que entre os filhos de mães
alfabetizadas
ESTUDOS SECCIONAIS/TRANSVERSAIS
ESTUDOS DE COORTE
ESTUDOS DE COORTE (SEGUIMENTO OU FOLLOW-UP)
“COORTE” vem do Latim: coorte, que representa parte de uma legião entre
os antigos romanos. Hoje, o termo Coorte tem o significado de um grupo de
pessoas com características comuns.
Consiste em uma pesquisa em que um grupo de pessoas é identificado e a informação
sobre a exposição de interesse é coletada, de modo que o grupo seja seguido no
tempo, visando determinar quais de seus membros desenvolvem a doença em foco
e se esta exposição prévia está relacionada à ocorrência deste agravo.
ESTRUTURA DE UM ESTUDO DE COORTE Questão central:
QUAIS SÃO OS
EFEITOS
(DOENÇA/AGRAVO)
DA EXPOSIÇÃO?
Análise dos dados:
Incidência do efeito
(doença/agravo) em
expostos
x
não expostos
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS ESTUDOS DE COORTE
• - Exige acompanhamento (seguimento) dos grupos ao longo do tempo; a incidência
dos desfechos nos expostos e não expostos é determinada por acompanhamento
periódico ou por exame final dos participantes, depois de um tempo suficiente para
que os efeitos possam se manifestar.
• - Os participantes não são alocados aleatoriamente e sim por observação das
situações da vida real;
• - Compara a frequência do efeito (doença/agravo) nos grupos de expostos e de não
expostos.
TIPOS DE ESTUDOS DE COORTE
• ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO (CONCORRENTE):
• - é o mais comumente utilizado.
• - o investigador acompanha o desenrolar da investigação: sai do presente em
direção ao futuro. O acompanhamento pode durar dias, semanas, meses, anos ou
décadas.
• - nas afecções de curta duração - os resultados são conhecidos rapidamente.
• - nas afecções de longa duração - o tempo de acompanhamento é extenso, o
que traz dificuldades operacionais: custo, perdas, variação na aferição dos dados,
etc.
ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO
(OU CONCORRENTE)
• - o pesquisador observa a exposição nas pessoas que serão objeto de
acompanhamento, antes de ocorridos os desfechos e a vigilância informa
sobre a incidência destes efeitos.
• - tem a conotação de “seguimento” do presente ao futuro, ou seja, de ligação
de um evento atual com um evento futuro.
• Uma desvantagem do estudo coorte prospectivo é a variabilidade de
composição das coortes, uma vez que são inevitáveis as perdas de alguns
indivíduos.
TIPOS DE ESTUDOS DE COORTE
(HISTÓRICO / NÃO
• ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVO
CONCORRENTE):
• a exposição e a doença já ocorreram;
• - os dados de interesse podem ser recolhidos por pesquisas em arquivos ou por
anamnese; de posse dos dados, o investigador os organiza mantendo a estrutura do
estudo de coorte, formando os grupos de expostos e de não-expostos;
- é um estudo do passado para o presente, mas mantendo o princípio dos estudos de
coorte, da causa em direção ao efeito;
• - a maior vantagem deste tipo de estudo é a de ser realizado em tempo reduzido, pois
não exige seguimento.
VANTAGENS DOS ESTUDOS DE COORTE
• Não há problemas éticos, pois não expõem as pessoas a fatores de risco ou
tratamentos, como acontece nos ensaios clínicos randomizados (aleatorizados)
/intervenção;
• A seleção dos controles (não expostos) é simples;
• A qualidade dos dados sobre exposição e doença pode ser de excelente nível, já
que sua coleta é feita no momento em que os fatos ocorrem;
• Dados referentes à exposição são conhecidos antes da ocorrência de doença;
• A cronologia dos acontecimentos é facilmente determinada: 1º ocorre a
exposição ® 2º o desfecho;
LIMITAÇÕES DO ESTUDO DE COORTE
• Alto custo, principalmente nos estudos de coorte prospectivos de longa duração;
• As perdas de seguimento podem ser grandes;
• Número de pessoas a ser acompanhado costuma ser grande, tanto maior quanto menos
frequente é o efeito a ser detectado;
• Impossível ser aplicado no estudo de doenças raras;
• Em muitas situações, os resultados são obtidos após longo prazo de seguimento (exceto para
os estudos de coorte retrospectivos);
• Mudanças de categoria de exposição (por ex.: Indivíduos que mudam de hábitos) podem levar
a erros de classificação de indivíduos quanto à exposição;
LIMITAÇÕES DO ESTUDO DE COORTE
• mudanças de critérios diagnósticos com o passar do tempo, especialmente em projetos de
longa duração, levando a erros de classificação quanto ao diagnóstico dos desfechos
clínicos;
• dificuldades administrativas causadas por mudanças da equipe e de fontes de
financiamento nos projetos de longa duração;
• dados sujeitos a influências subjetivas na avaliação dos desfechos, decorrentes do
conhecimento prévio da exposição;
• muitas vezes falta de comparabilidade dos grupos de expostos e não-expostos, como por
ex.: os obesos têm muitas características que os diferenciam dos não-obesos, à parte a
obesidade;
• interpretação dificultada pelos fatores de confundimento (ou variáveis confundidoras).
EXEMPLOS DE ESTUDO DE COORTE:
Estudo de Framingham sobre fatores de risco para doenças
cardiovasculares
Estudo de associação entre o hábito de fumar e câncer de pulmão
Estudo de Framingham:
ü Iniciado em 1948
üObjetivo: Estudar a contribuição de uma série de fatores de risco na origem das
doenças cardiovasculares
ü Framingham ® cidade de Massachusetts com 28000 habitantes
üFoi selecionada e classificada como coorte uma subamostra de 6500 pessoas
com idade de 30 a 62 anos
ü Expectativa original: seguimento por 20 anos
ü Cada pessoa era examinada bienalmente
ü Foram avaliadas várias características: CT­, HAS, Obesidade e hábito de fumar
Estudo sobre Hábito de fumar e Câncer do pulmão
• População de estudo: 59500 médicos britânicos
•Foi enviado um questionário simples a esses médicos com 40637
respostas
•Perguntas: fumantes? Ex-fumantes? Idade do inicio do fumo?
Quantidade fumada? Tempo de fumo?
•Sempre que um médico morria os dados eram repassados para os
pesquisadores
• Duração 5 anos
•Conclusão: Foi encontrada uma associação estatisticamente
significante entre câncer de pulmão e o fumo
ESTUDOS CASO-CONTROLE
ESTUDOS CASO-CONTROLE
• São estudos longitudinais e retroanalíticos
• Partem dos casos diagnosticados e retroagem em sua história
buscando por fatores causais
Trata-se de um estudo em que indivíduos são selecionados porque têm um
doença (casos) e outros que não possuem esta doença (controles),
porém com características semelhantes, são investigados para saber se
foram expostos a algum fator de risco e se o mesmo contribuiu como causa
da doença
ESTRUTURA DE UM ESTUDO CASO-CONTROLE
Questão central:
QUAIS SÃO AS
CAUSAS DO
AGRAVO À SAÚDE?
Análise dos dados:
Proporção de
expostos nos casos
x
Proporção de
expostos nos
controles
EXEMPLO DE CASO-CONTROLE:
• Descoberta da infecção por rubéola na gestação x malformações congênitas
• Grupo de casos: crianças com catarata congênita
• Controles: Crianças saudáveis
•Uma elevada proporção das mães dos casos tinham sido acometidas de rubéola
durante a gestação
üCaso-controle consiste no inverso do estudo de coorte
ü Coorte ® parte do fator de risco e observa-se o aparecimento dos doentes
ü Caso-controle ® parte dos doentes e retrospectivamente investiga-se os
fatores de exposição
VANTAGENS DOS ESTUDOS CASO-CONTROLE
• Resultados rápidos;
• Baixo custo;
• Não necessita de acompanhamento dos participantes;
• Pode-se ter um número diferente de participantes nos dois grupos;
• Permite a investigação simultânea de muitos fatores de risco;
• Prático para investigação de etiologia de doenças raras e de longa duração
de latência
LIMITAÇÕES DOS ESTUDOS DE CASO-CONTROLE
• Dificuldade na seleção do grupo controle;
• Falta de comparabilidade entre as características de casos e controles
• Dificuldades de interpretação pelos fatores de confundimento;
• Os dados de exposição no passado podem ser:
• Inadequados à incompletos ou falhos quando baseados na memória
• Viciados à quando o pesquisador procura supervalorizar as informações
dos casos
ESTUDOS DE INTERVENÇÃO
ESTUDOS DE INTERVENÇÃO
• Estudo onde o pesquisador manipula o fator de exposição (a intervenção);
• Provoca uma modificação intencional em algum aspecto do estado de saúde,
através da introdução de um esquema profilático ou terapêutico;
• Exemplo de estudo de intervenção não controlada: Os indivíduos recebem a mesma
intervenção e sua condição é verificada antes do início e em vários momentos após
a intervenção;
ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS (ECR)
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
• Estudo prospectivo em seres humanos , que compara o efeito e o valor
de uma intervenção (profilática ou terapêutica) com controles;
• O pesquisador distribui o fator de intervenção de forma aleatória
através da técnica de randomização;
• Com isso os grupos experimental e controle são formados por um
processo aleatório de decisão
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
O principal objetivo é fazer com que variáveis que podem influenciar no
desfecho sejam distribuídas de forma homogênea tornando os grupos
comparáveis
É considerado o “padrão-ouro”, no intuito de designar o melhor entre todos
os métodos de investigação, em epidemiologia, pois é o que produz
evidências mais diretas e inequívocas para esclarecer uma relação causa-
efeito entre dois eventos
(Pereira, 1995)
ESTRUTURA DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Questão central:
QUAIS SÃO OS
EFEITOS DA
INTERVENÇÃO?
Análise dos dados:
INCIDÊNCIA DOS
EFEITOS NO
GRUPO DE
ESTUDO x
CONTROLE?
VANTAGENS DO ECR E ESTUDOS DE INTERVENÇÃO
• Alta credibilidade como produtor de evidências científicas;
• Não há dificuldade de formar o grupo controle
• O tratamento e os procedimentos são decididos a priori e
uniformizados na sua implicação
• A qualidade dos dados sobre a intervenção e os efeitos pode ser de
excelente nível à coleta no momento dos fatos;
• A cronologia dos acontecimentos é determinada sem equívocos:
Tratamento (antes) à Efeito (depois)
LIMITAÇÕES DO ECR E ESTUDOS DE INTERVENÇÃO
• Questões éticas;
• Custos elevados e longa duração;
• Recusas em participar e perdas de seguimento;
• Exposição à procedimentos maléficos;
• Impossibilidade de ajustar tratamento para cada indivíduo (dose,
duração, etc);
• Requer estrutura administrativa e técnica de porte razoável, estável, bem
preparada e estimulada;
• Efeitos raros e após longo período de latência à dificultam conclusões
seguras e inequívocas;
ESTUDOS ECOLÓGICOS
ESTUDOS ECOLÓGICOS
• São estudos onde a unidade de análise é um grupo de pessoas que
geralmente pertencem a uma área geográfica definida;
• Procuram avaliar como os contextos sociais e ambientais podem
afetar a saúde de grupos populacionais.
VANTAGENS DOS ESTUDOS ECOLÓGICOS
• Simplicidade e baixo custo;
• Rapidez
• Os dados estão disponíveis sob a forma de estatísticas;
• As conclusões são generalizadas com mais facilidade do que em
estudo com base populacional;
• Permite a investigação de muitas variáveis independentes.
LIMITAÇÕES DOS ESTUDOS ECOLÓGICOS
• Falta de acesso a dados individuais à só informações estatísticas
(possibilidade de FALÁCIA ECOLÓGICA);
• Dificuldade de aferição das informações ( ↑↑ risco de viéses)
• Dados de diferentes fontes
• Qualidade da informação
REFERÊNCIAS
• ROUQUAYROL, Maria Zélia; SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da
(Org.). Rouquayrol: epidemiologia & saúde . 7. ed. Rio de Janeiro: MedBook,
2013. xiv, 709 p.
• ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício Lima. Epidemiologia &
saúde: fundamentos, métodos, aplicações . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012.
• MEDRONHO, Roberto A. (Ed.). Epidemiologia. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2009.
685 p.
• JEKEL, James F.; ELMORE, Joan G.; KATZ, David L. Epidemiologia, bioestatística e
medicina preventiva.

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Tipos de estudo

  • 2. FUNDAMENTOS DA PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA - DESENHOS DE ESTUDO • O uso de grupos populacionais diferencia a epidemiologia da medicina clínica; • Clínica à indivíduo doente • Epidemiologia à grupos populacionais Por que estudamos populações em epidemiologia?
  • 3. EXISTEM 2 RAZÕES PARA O USO DE POPULAÇÕES EM EPIDEMIOLOGIA: O objetivo final da epidemiologia é melhorar o perfil de saúde das populações Do ponto de vista metodológico, populações são necessárias para se fazer inferências
  • 4. 1 o co ó li o n s e
  • 5. CONCEITOS BÁSICOS: POPULAÇÃO DO ESTUDO OU AMOSTRA: • É o grupo de indivíduos sobre os quais se fazem observações e coletam-se os dados • Ex: 200 escolares de Vitória de Santo Antão em 2013 POPULAÇÃO FONTE OU UNIVERSO AMOSTRAL: • É o conjunto de indivíduos elegíveis para constituírem a amostra • Ex: Todos os escolares de Vitória de Santo Antão em 2013
  • 6. PESQUISA POPULACIONAL – TIPOS DE ESTUDO Estudos Seccionais Estudos de Coorte Estudos de Caso-controle Estudos de intervenção Estudos ecológicos
  • 8. ESTUDOS SECCIONAIS/TRANSVERSAIS enfermidade no vertical ou de üEstudo das características apresentadas pela momento analisado üTambém conhecido como: estudo transversal, prevalência ü Causa e efeito são observados no mesmo momento ü Em geral ® utilizam amostras representativas de uma população ü Podem ser puramente descritivos ou analíticos
  • 9. ESTUDOS SECCIONAIS/TRANSVERSAIS ü Os estudos descritivos a priori não tem por objetivo a validação de hipóteses causais üSão mais estudos de observação e descrição dos eventos epidemiológicos üSão úteis no levantamento de problemas e formulação de hipóteses üOs estudos analíticos são a posteriori® são conduzidos sob orientação de uma hipótese
  • 10. üUm estudo descritivo é geralmente planejado para responder por exemplo: Qual a prevalência de nanismo na cidade do Recife? üJá os estudos analíticos são planejados para testar a verdade de enunciados comparativos do tipo: A prevalência de nanismo na cidade do Recife é maior entre filhos de mães analfabetas do que entre os filhos de mães alfabetizadas ESTUDOS SECCIONAIS/TRANSVERSAIS
  • 12. ESTUDOS DE COORTE (SEGUIMENTO OU FOLLOW-UP) “COORTE” vem do Latim: coorte, que representa parte de uma legião entre os antigos romanos. Hoje, o termo Coorte tem o significado de um grupo de pessoas com características comuns. Consiste em uma pesquisa em que um grupo de pessoas é identificado e a informação sobre a exposição de interesse é coletada, de modo que o grupo seja seguido no tempo, visando determinar quais de seus membros desenvolvem a doença em foco e se esta exposição prévia está relacionada à ocorrência deste agravo.
  • 13. ESTRUTURA DE UM ESTUDO DE COORTE Questão central: QUAIS SÃO OS EFEITOS (DOENÇA/AGRAVO) DA EXPOSIÇÃO? Análise dos dados: Incidência do efeito (doença/agravo) em expostos x não expostos
  • 14. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS ESTUDOS DE COORTE • - Exige acompanhamento (seguimento) dos grupos ao longo do tempo; a incidência dos desfechos nos expostos e não expostos é determinada por acompanhamento periódico ou por exame final dos participantes, depois de um tempo suficiente para que os efeitos possam se manifestar. • - Os participantes não são alocados aleatoriamente e sim por observação das situações da vida real; • - Compara a frequência do efeito (doença/agravo) nos grupos de expostos e de não expostos.
  • 15. TIPOS DE ESTUDOS DE COORTE • ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO (CONCORRENTE): • - é o mais comumente utilizado. • - o investigador acompanha o desenrolar da investigação: sai do presente em direção ao futuro. O acompanhamento pode durar dias, semanas, meses, anos ou décadas. • - nas afecções de curta duração - os resultados são conhecidos rapidamente. • - nas afecções de longa duração - o tempo de acompanhamento é extenso, o que traz dificuldades operacionais: custo, perdas, variação na aferição dos dados, etc.
  • 16. ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO (OU CONCORRENTE) • - o pesquisador observa a exposição nas pessoas que serão objeto de acompanhamento, antes de ocorridos os desfechos e a vigilância informa sobre a incidência destes efeitos. • - tem a conotação de “seguimento” do presente ao futuro, ou seja, de ligação de um evento atual com um evento futuro. • Uma desvantagem do estudo coorte prospectivo é a variabilidade de composição das coortes, uma vez que são inevitáveis as perdas de alguns indivíduos.
  • 17. TIPOS DE ESTUDOS DE COORTE (HISTÓRICO / NÃO • ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVO CONCORRENTE): • a exposição e a doença já ocorreram; • - os dados de interesse podem ser recolhidos por pesquisas em arquivos ou por anamnese; de posse dos dados, o investigador os organiza mantendo a estrutura do estudo de coorte, formando os grupos de expostos e de não-expostos; - é um estudo do passado para o presente, mas mantendo o princípio dos estudos de coorte, da causa em direção ao efeito; • - a maior vantagem deste tipo de estudo é a de ser realizado em tempo reduzido, pois não exige seguimento.
  • 18. VANTAGENS DOS ESTUDOS DE COORTE • Não há problemas éticos, pois não expõem as pessoas a fatores de risco ou tratamentos, como acontece nos ensaios clínicos randomizados (aleatorizados) /intervenção; • A seleção dos controles (não expostos) é simples; • A qualidade dos dados sobre exposição e doença pode ser de excelente nível, já que sua coleta é feita no momento em que os fatos ocorrem; • Dados referentes à exposição são conhecidos antes da ocorrência de doença; • A cronologia dos acontecimentos é facilmente determinada: 1º ocorre a exposição ® 2º o desfecho;
  • 19. LIMITAÇÕES DO ESTUDO DE COORTE • Alto custo, principalmente nos estudos de coorte prospectivos de longa duração; • As perdas de seguimento podem ser grandes; • Número de pessoas a ser acompanhado costuma ser grande, tanto maior quanto menos frequente é o efeito a ser detectado; • Impossível ser aplicado no estudo de doenças raras; • Em muitas situações, os resultados são obtidos após longo prazo de seguimento (exceto para os estudos de coorte retrospectivos); • Mudanças de categoria de exposição (por ex.: Indivíduos que mudam de hábitos) podem levar a erros de classificação de indivíduos quanto à exposição;
  • 20. LIMITAÇÕES DO ESTUDO DE COORTE • mudanças de critérios diagnósticos com o passar do tempo, especialmente em projetos de longa duração, levando a erros de classificação quanto ao diagnóstico dos desfechos clínicos; • dificuldades administrativas causadas por mudanças da equipe e de fontes de financiamento nos projetos de longa duração; • dados sujeitos a influências subjetivas na avaliação dos desfechos, decorrentes do conhecimento prévio da exposição; • muitas vezes falta de comparabilidade dos grupos de expostos e não-expostos, como por ex.: os obesos têm muitas características que os diferenciam dos não-obesos, à parte a obesidade; • interpretação dificultada pelos fatores de confundimento (ou variáveis confundidoras).
  • 21. EXEMPLOS DE ESTUDO DE COORTE: Estudo de Framingham sobre fatores de risco para doenças cardiovasculares Estudo de associação entre o hábito de fumar e câncer de pulmão
  • 22. Estudo de Framingham: ü Iniciado em 1948 üObjetivo: Estudar a contribuição de uma série de fatores de risco na origem das doenças cardiovasculares ü Framingham ® cidade de Massachusetts com 28000 habitantes üFoi selecionada e classificada como coorte uma subamostra de 6500 pessoas com idade de 30 a 62 anos ü Expectativa original: seguimento por 20 anos ü Cada pessoa era examinada bienalmente ü Foram avaliadas várias características: CT­, HAS, Obesidade e hábito de fumar
  • 23. Estudo sobre Hábito de fumar e Câncer do pulmão • População de estudo: 59500 médicos britânicos •Foi enviado um questionário simples a esses médicos com 40637 respostas •Perguntas: fumantes? Ex-fumantes? Idade do inicio do fumo? Quantidade fumada? Tempo de fumo? •Sempre que um médico morria os dados eram repassados para os pesquisadores • Duração 5 anos •Conclusão: Foi encontrada uma associação estatisticamente significante entre câncer de pulmão e o fumo
  • 25. ESTUDOS CASO-CONTROLE • São estudos longitudinais e retroanalíticos • Partem dos casos diagnosticados e retroagem em sua história buscando por fatores causais Trata-se de um estudo em que indivíduos são selecionados porque têm um doença (casos) e outros que não possuem esta doença (controles), porém com características semelhantes, são investigados para saber se foram expostos a algum fator de risco e se o mesmo contribuiu como causa da doença
  • 26. ESTRUTURA DE UM ESTUDO CASO-CONTROLE Questão central: QUAIS SÃO AS CAUSAS DO AGRAVO À SAÚDE? Análise dos dados: Proporção de expostos nos casos x Proporção de expostos nos controles
  • 27. EXEMPLO DE CASO-CONTROLE: • Descoberta da infecção por rubéola na gestação x malformações congênitas • Grupo de casos: crianças com catarata congênita • Controles: Crianças saudáveis •Uma elevada proporção das mães dos casos tinham sido acometidas de rubéola durante a gestação üCaso-controle consiste no inverso do estudo de coorte ü Coorte ® parte do fator de risco e observa-se o aparecimento dos doentes ü Caso-controle ® parte dos doentes e retrospectivamente investiga-se os fatores de exposição
  • 28. VANTAGENS DOS ESTUDOS CASO-CONTROLE • Resultados rápidos; • Baixo custo; • Não necessita de acompanhamento dos participantes; • Pode-se ter um número diferente de participantes nos dois grupos; • Permite a investigação simultânea de muitos fatores de risco; • Prático para investigação de etiologia de doenças raras e de longa duração de latência
  • 29. LIMITAÇÕES DOS ESTUDOS DE CASO-CONTROLE • Dificuldade na seleção do grupo controle; • Falta de comparabilidade entre as características de casos e controles • Dificuldades de interpretação pelos fatores de confundimento; • Os dados de exposição no passado podem ser: • Inadequados à incompletos ou falhos quando baseados na memória • Viciados à quando o pesquisador procura supervalorizar as informações dos casos
  • 31. ESTUDOS DE INTERVENÇÃO • Estudo onde o pesquisador manipula o fator de exposição (a intervenção); • Provoca uma modificação intencional em algum aspecto do estado de saúde, através da introdução de um esquema profilático ou terapêutico; • Exemplo de estudo de intervenção não controlada: Os indivíduos recebem a mesma intervenção e sua condição é verificada antes do início e em vários momentos após a intervenção;
  • 33. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO • Estudo prospectivo em seres humanos , que compara o efeito e o valor de uma intervenção (profilática ou terapêutica) com controles; • O pesquisador distribui o fator de intervenção de forma aleatória através da técnica de randomização; • Com isso os grupos experimental e controle são formados por um processo aleatório de decisão
  • 34. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO O principal objetivo é fazer com que variáveis que podem influenciar no desfecho sejam distribuídas de forma homogênea tornando os grupos comparáveis É considerado o “padrão-ouro”, no intuito de designar o melhor entre todos os métodos de investigação, em epidemiologia, pois é o que produz evidências mais diretas e inequívocas para esclarecer uma relação causa- efeito entre dois eventos (Pereira, 1995)
  • 35. ESTRUTURA DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO Questão central: QUAIS SÃO OS EFEITOS DA INTERVENÇÃO? Análise dos dados: INCIDÊNCIA DOS EFEITOS NO GRUPO DE ESTUDO x CONTROLE?
  • 36. VANTAGENS DO ECR E ESTUDOS DE INTERVENÇÃO • Alta credibilidade como produtor de evidências científicas; • Não há dificuldade de formar o grupo controle • O tratamento e os procedimentos são decididos a priori e uniformizados na sua implicação • A qualidade dos dados sobre a intervenção e os efeitos pode ser de excelente nível à coleta no momento dos fatos; • A cronologia dos acontecimentos é determinada sem equívocos: Tratamento (antes) à Efeito (depois)
  • 37. LIMITAÇÕES DO ECR E ESTUDOS DE INTERVENÇÃO • Questões éticas; • Custos elevados e longa duração; • Recusas em participar e perdas de seguimento; • Exposição à procedimentos maléficos; • Impossibilidade de ajustar tratamento para cada indivíduo (dose, duração, etc); • Requer estrutura administrativa e técnica de porte razoável, estável, bem preparada e estimulada; • Efeitos raros e após longo período de latência à dificultam conclusões seguras e inequívocas;
  • 39. ESTUDOS ECOLÓGICOS • São estudos onde a unidade de análise é um grupo de pessoas que geralmente pertencem a uma área geográfica definida; • Procuram avaliar como os contextos sociais e ambientais podem afetar a saúde de grupos populacionais.
  • 40. VANTAGENS DOS ESTUDOS ECOLÓGICOS • Simplicidade e baixo custo; • Rapidez • Os dados estão disponíveis sob a forma de estatísticas; • As conclusões são generalizadas com mais facilidade do que em estudo com base populacional; • Permite a investigação de muitas variáveis independentes.
  • 41. LIMITAÇÕES DOS ESTUDOS ECOLÓGICOS • Falta de acesso a dados individuais à só informações estatísticas (possibilidade de FALÁCIA ECOLÓGICA); • Dificuldade de aferição das informações ( ↑↑ risco de viéses) • Dados de diferentes fontes • Qualidade da informação
  • 42. REFERÊNCIAS • ROUQUAYROL, Maria Zélia; SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da (Org.). Rouquayrol: epidemiologia & saúde . 7. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. xiv, 709 p. • ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício Lima. Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos, aplicações . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. • MEDRONHO, Roberto A. (Ed.). Epidemiologia. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2009. 685 p. • JEKEL, James F.; ELMORE, Joan G.; KATZ, David L. Epidemiologia, bioestatística e medicina preventiva.