O documento descreve os principais métodos empregados em epidemiologia, incluindo estudos observacionais descritivos e analíticos e estudos experimentais como ensaios clínicos randomizados, de campo e comunitários. Estudos observacionais como estudos de coorte, casos e controles e transversais são discutidos.
4. Os estudos observacionais permitem que a natureza
determine o seu curso: o investigador mede, mas não
intervém.
Esses estudos podem ser descritivos e analíticos:
um estudo descritivo limita-se a descrever a ocorrência de uma
doença em uma população, sendo, frequentemente, o primeiro
passo de uma investigação epidemiológica;
um estudo analítico aborda, com mais profundidade, as
relações entre o estado de saúde e as outras variáveis.
Estudos observacionais
6. Tipos de estudos analíticos
6
• Partir da causa para o efeito
• Estudos experimentais
• Estudo de Coorte
1ª
possibilidade
• O ponto de partida é o efeito
• Estudo de casos e controles
2ª
possibilidade
• Estudo simultâneo da causa e
do efeito
• Estudo transversal
3ª
possibilidade
7. Estudos experimentais
Estudos experimentais ou de intervenção envolvem a
tentativa de mudar os determinantes de uma doença, tais
como uma exposição ou comportamento, ou cessar o
progresso de uma doença através de tratamento.
São similares a experimentos realizados em outras
ciências. Entretanto, os estudos experimentais estão
sujeitos a uma série de restrições uma vez que envolvem
intervenções a saúde das pessoas.
8. • participantes são os pacientes
Ensaios clínicos randomizados
• participantes são pessoas saudáveis
Ensaios de campo
• participantes são os próprios membros da
comunidade.
Ensaios comunitários
Estudos experimentais
10. Estudos Experimentais:
Ensaio clínico randomizado
Objetivo: estudar os efeitos de uma intervenção em
particular.
Maior precisão em todas as etapas da investigação
(método ouro).
Definição dos grupos por alocação aleatória: formar grupos
com características semelhantes.
Direção temporal: longitudinal prospectivo (Causa em
direção ao efeito )
11. Delineamento de um ensaio clínico randomizado
Exposto
Não
exposto
Medição dos
efeitos
A
B
C
D
12. Grupos
Casos de doença
Total
Taxa de
incidência
Sim Não
Vacinados 20 980 1.000 2
Não
vacinados
100 900 1.000 10
Total 120 1880 2.000 6
Investigação sobre a eficácia de uma vacina quando
comparada com placebo.
Estudos Experimentais:
Ensaio clínico randomizado
13. VANTAGENS:
Os grupos têm grandes chances de serem comparáveis. O
tratamento e os procedimentos são decididos e
uniformizados na sua aplicação;
A qualidade dos dados sobre a intervenção e os efeitos
pode ser de excelente nível; cronologia dos acontecimentos
é determinada, sem equívocos;
Muitos desfechos clínicos podem ser investigados
simultaneamente.
Estudos Experimentais:
Ensaio clínico randomizado
14. LIMITAÇÕES
Algumas situações não podem ser pesquisadas por esta
metodologia (ex: pesquisas sobre tabagismo);
Exigência de população estável e cooperativa;
Grupo investigado pode ser altamente selecionado, não
representativo;
Alto custo e longo período de realização.
Estudos Experimentais:
Ensaio clínico randomizado
15. Envolvem pessoas da população em geral que estão
livres de doença, mas sob risco de desenvolvê-la.
Propósito: prevenir a ocorrência de doenças mesmo entre
aquelas de baixa frequência.
Envolvem um grande número de pessoas, o que os torna
caro e logisticamente complicados.
Direção temporal: longitudinal prospectivo (Causa em
direção ao efeito )
Estudos Experimentais:
Ensaios de campo
16.
17. Os grupos de tratamento são comunidades ao invés de
indivíduos.
Esse delineamento é particularmente apropriado para
doenças que possam ser facilmente influenciadas por
intervenções dirigidas ao comportamento do grupo ou do
indivíduo.
Estudos Experimentais:
Ensaios comunitários
18. Intervenção educativa no acompanhamento de hipertensos e
diabéticos, cadastrados no HiperDia.
Estudos Experimentais: Ensaios comunitários
19. Também chamados longitudinais ou de incidência, iniciam
com um grupo de pessoas livres da doença, que são
classificados em subgrupos.
Os grupos são formados por alocação arbitrária da
exposição (são formados por observação das situações).
Ex: Obesos X Não – obesos
Direção temporal: longitudinal prospectivo (Causa em
direção ao efeito )
Estudos Observacionais: Estudo de
Coorte
21. Estudo de Coorte
Atividade
física
Óbitos Total Taxa de
mortalidade
por mil
Sim Não
Sedentário 400 4.600 5.000 80
Não
sedentário
80 1.920 2.000 40
Total 480 6.520 7.000 69
21
Investigação sobre a associação entre exercício físico e
mortalidade por coronariopatia em adultos de meia idade.
Estudos Observacionais: Estudo de
Coorte
22. Vantagens
- Seleção dos controles é relativamente simples;
- A qualidade dos dados sobre exposição e doença podem
ser de excelente nível; a cronologia da doença é
facilmente determinada;
- Muitos desfechos clínicos podem ser estudados
simultaneamente.
Estudos Observacionais: Estudo de
Coorte
23. Limitações
Alto custo, especialmente nos estudos prospectivos de
longa duração;
O nº de pessoas acompanhadas costuma ser grande;
perdas de seguimentos podem ser grandes;
Método impossível de ser aplicado em estudos etiológicos
de doenças raras.
Estudos Observacionais: Estudo de
Coorte
24. BIBLIOGRAFIA
MEDRONHO, R.A; CARVALHO, D.M.; BLOCH, KV et al. Epidemiologia.
Atheneu, 2005.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia – teoria e prática. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1995.
ROUQUAYROL, M. Z; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. 6ed. Rio
de Janeiro.
Saúde e cidadania. Vigilância em Saúde Pública (caderno 7). Disponível na
internet em:
www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_07/09.h
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Bonita, R. Epidemiologia básica. 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010. Capítulo 3.
Disponível em:
http://whqlibdoc.who.int/publications/2010/9788572888394_por.pdf