O documento discute o conceito de educação a distância, fornecendo um breve histórico do tema e descrevendo funções-chave como o papel do tutor e do aprendiz no processo de ensino a distância.
2. O Conceito
“O ensino à distância – uma ferramenta capaz de disseminar
conhecimento, lapidar habilidades e reciclar informações de forma
interativa, rápida e econômica - ganha cada vez mais espaço entre
profissionais e empresas.” [1]
[1] Francisco Antonio Soeltl é presidente do portal e-Learning Brasil e da MicroPower. Disponível em:
www.elearningbrasil.com.br Acesso em: 09 de abril de 2.009.
3. Breve Histórico
Estudos tiveram seu início por correspondência, fazendo uso de
impressos repletos de atividades e enviados pelo correio. Meados dos
anos 70: surgiram Universidades Abertas desenvolvidas com design e
implementação sistematizada aos cursos proporcionados nesta nova
modalidade de saber – utilizando não somente material impresso, mas
partindo para transmissões em televisão aberta, rádio, fitas de áudio e
vídeo. Início da década 90: o advento da internet aprimorou a EAD,
viabilizando mecanismos de comunicação que suprimiriam distâncias
geográficas entre tutor e aprendiz. Possibilitou o gerenciamento do
processo de estudar, proporcionando também autonomia aliada à
flexibilidade.
4. O Tutor
Preferiu-se a designação “tutor”. Este não ensinaria propriamente; seria
fornecedor de informações. Este autor precisaria estar imbuído de
incentiva, sendo capaz de orientar a elaboração do simples ao complexo
plano de estudos – apontando direções, acompanhando e avaliando tal
aprendizagem; e, à luz dos resultados obtidos, deveria ser seu direito e
dever intervir, para então puder vir a re-orientar. Suas funções de
tutoria não se processariam isoladamente, mas interligando-se e
integrando-se.
5. As Funções do Tutor
Para fins de sistematização, ações direcionadas ao apoio e garantia da
efetivação da aprendizagem independente precisariam ser acolhidas em
conformidade a três vertentes. Uma função de aconselhamento –
recorrendo à formação do “saber-ser”, fazendo-se uso dos valores,
hábitos, atitudes que vislumbrem auto-afirmação e valorização
humanitária. Uma função de orientação para aprendizagem –
correspondendo à formação do “saber” (conhecimentos) e do “saber-
fazer” (habilidades/capacidades específicas). Uma função de avaliação -
garantindo qualidade e sucesso na aprendizagem, por meio de
acompanhamento e avaliação.
6. O Tutor e Seu Aprendiz
No que diz respeito às funções aconselhamento e orientação da
aprendizagem, o tutor deveria partir para adoção de novas estratégias
de reorientação para transpor aqueles erros. Ao aprendiz, para poder dar
continuidade a sua caminhada, deveria ser aconselhado anotar suas
dificuldades, sempre revisando conceitos e conteúdos, e, considerando
necessário, formular questões que auxiliem a identificar problemas.
7. O Aprendiz
Ao bom aluno atribui-se peculiaridades que o levaria a independência e
autonomia com relação ao professor, recaindo sobre ela maior
responsabilidade de aprendizagem, fortalecendo sua auto-estima – ao
vislumbrar o sucesso e não ser rotulado pelo insucesso no momento de
uma avaliação pontual. O educando teria oportunidade de aprender a
partir do ato errôneo ou equivocado e dos procedimentos para superá-lo,
fortalecendo sua auto-confiança, motivação e segurança pela busca
individual do saber e da transposição do engano, permeando o seu
crescer por revisão e reorientação da ação.
8. O Virtual e o Presencial
Barreira a Transpor
Alegou-se já ser difícil manter motivação no ensino presencial, tornando-
se mais árduo no virtual – sem que se consiga faticamente o
envolvimento dos alunos em procedimentos participativos, afetivos,
inspiradores de confiança. Processos convencionais de obtenção do
conhecimento cumulados à atual dispersão vida urbana e seus atrativos,
dificultam a autonomia, a organização pessoal – indispensável aos
processos de aprendizagem à distância.
9. A Soma dos Processos
A distância é possível, mas não fácil; e, apesar de todas as contradições
e contrapontos colocados face à questão, inegável a constatação das
contribuições trazidas pela educação à distância a presencial. Acreditou-
se que o mais adequado a ser feito (e posição acolhida por algumas
universidades) seria a integração de aulas presenciais com atividades
virtuais – flexibilizando tempo e espaço, ampliando os locais de ensino-
aprendizagem. As faculdades encontrariam seu ponto de equilíbrio entre
o presencial e o virtual em cada área do conhecimento.
10. A Fusão dos Ensinos
Seria aconselhável que depois de contatos pessoais, partir-se-ia ao
virtual podendo desfrutar das vantagens por ele propiciada – as quais o
aprendiz lançar-se-ia ao curso em compatibilidade de suas demais
tarefas pessoais e profissionais. Além da liberdade de organização, no
virtual desenvolveriam pesquisas individuais e em conjunto. Cada grupo
faria um espaço próprio de comunicação para eventuais trocas, tirando
dúvidas surgidas com os demais participantes ou tutor. Posteriormente a
conclusão dos estudos realizados, seria apropriado o encontro físico,
objetivando aprofundar aqueles resultados e encaminhando nova etapa
de aprendizagem. O ideal viria a ser o foco na integração entre os dois
espaços – presencial e virtual, fazendo suaves transições.
11. Terminologia nas Organizações
O conceito de Ensino à Distância tem permanecido como ponto de
debate. Denominações deveriam ser atribuídas em situações distintas,
de acordo com tecnologias e contexto aplicados – optando-se por
“Treinamento à distância” no âmbito das organizações.
12. A Receptividade
O Empresas assumiram uma postura de afirmação que vislumbrou seu
diferencial não mais na arrojada tecnologia, mas na qualidade dos
recursos humanos, que passaram a adquirir relevância estratégica,
adotando novas práticas. Verificou-se que houve uma boa receptividade
ao EAD, tanto pelos funcionários como pelos gestores. Com o e-learning
inserido no contexto empresarial, constatou-se através dos
trabalhadores uma mudança de hábitos no aprender, na maneira de
como conceber o autodesenvolvimento e remanejar a disponibilidade de
tempo a ser dedicado. O funcionário poderia dar continuidade ao
aprender por si, controlando sua aprendizagem e cumprindo o princípio
da autonomia.
13. A Conclusão Extraída
O ensino à distância tem sido realidade. Um aprendizado para muitos
solitário, mas com imensos benefícios. E, como tudo aquilo que é novo
(relativamente novo), depara-se com resistência, com uma desconfiança
inerente a nós pelo que é desconhecido. Ultrapassando tal estágio,
percebemos os pontos positivos – obscuros por uma “teimosia ao
tradicional” (presencial).
Thaís Lautenschläger
14. Referências Bibliográficas
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