O documento discute como a modernidade se transformou em pós-modernidade e os desafios que isso apresenta para a vivência dos votos religiosos. A pós-modernidade trouxe individualismo, relativismo e secularização, mas a vida consagrada deve ser um sinal do Reino de Deus, trabalhando pelos excluídos e renovando a cultura com valores evangélicos.
3. - O que é modernidade?
É um movimento que atinge atitudes e o estado
de espírito das pessoas.
Situa-se no âmbito cultural, diz respeito aos
valores e ao espírito das pessoas.
É, pois o triunfo da razão.
Vale o que é real, experimentável, empírico,
eficaz, lógico, científico.
Originalmente caracteriza-se por um movimento
de emancipação
diante da religião e da tradição.
4. - Surgiu mais ou menos no século
XII.
- Ligado ao aparecimento das
universidades e ao espírito
científico
- Questionamento daquilo que era
inquestionável (problemas do
mundo e pessoa)
– ex. (Galileu)
- Séc. XVII – com o surgimento do
Iluminismo se difunde mais as
características da Modernidade.
Origem e Características:
5. 1. Características positivas da Modernidade:
- Enquanto emancipação,
aspectos válidos também para a fé cristã:
a) POSITIVIDADE da pessoa humana :
-não mais visão pessimista
(mundo, corpo, sexualidade eram coisas más).
-Mundo era vale de lágrimas;
era preciso resignação aos reveses para receber
o paraíso.
# A Modernidade contesta esta visão
– O mundo e as pessoas são boas.
Por isso coincide com a fé
(E Deus viu que tudo era bom)
6. b) Pregando a “bondade” da criação, a
modernidade afirma:
* Autonomia do mundo:
- Este tem leis próprias explicáveis por
si mesmas, sem precisar
necessariamente passar pela fé
(ciência não depende da religião para
explicar fenômenos do universo e da
sociedade)
-Tal autonomia da realidade terrena
encontra eco também no Vaticano II
(GS,36)
7.
8. c) Afirmando a autonomia do mundo, a
modernidade apresenta a pessoa humana
como AGENTE DA HISTÓRIA. Portanto:
- Tem responsabilidade pelo que acontece no
mundo
(antes a responsabilidade era atribuída
exclusivamente a Deus);
- Este poder do homem e da mulher não está
em contraposição com a fé (Gn 1,26-30)
e foi também assumida pelo Vaticano II (GS,
34)
- A Modernidade rompe assim com a
resignação e o fatalismo.
9. d) Modernidade abre espaço para o
DIREITO E PARA A DIFERENÇA:
- Superando a uniformização da pré-
modernidade.
- Direito à cultura, à religião, ao
pensamento, etc
- Rompe com toda forma de discriminação
- Vaticano II também faz eco ao mesmo
pensamento NA,5) (Nostra Aetatis)
10. 2. DA MODERNIDADE À PÓS-MODERNIDADE
- Nos países pobres o fenômeno da
modernidade chegou a conseqüências
drásticas:
- Amor ao dinheiro
- Uso incorreto da emancipação
(triunfo do sistema capitalista com a
lógica do lucro, sem limites e sem ética
social)
11. Conseqüência:
modernidade colocada ao serviço do
neoliberalismo (capitalismo selvagem)
– (massas sobrantes – excluídos).
Portanto:
- O que era moderno, tornou-se pós-
moderno,
ou seja contra a pessoa humana e sua
dignidade.
12. QUESTIONÁRIO
Cite um exemplo de modernidade e sua
aplicação na pós-modernidade.
- CARACTERÍSTICAS DA MODERNIDADE QUE
VIROU PÓS-MODERNIDADE:
13. a) Império da técnica
- Economia e política já não têm ética; regem-se
pelo critério da eficiência.
- Entra no cenário os meios de comunicação de
massa
com sua influência sobre a vida humana,
econômica, política, social.
- A técnica assume uma autonomia
sem referência aos valores éticos. Resultado:
miséria e desnutrição, desemprego, devastação
da natureza.
14. b) Cultura única
- Força da tecnologia ,
da informática e da
mídia
impõe a cultura dos
mais fortes
- Forma-se a industria
cultural
ou cultura dos
“enlatados”
Imposição da cultura
única ou
“enlatados” culturais.
15. Resultado:
Destruição de diferenças
regionais e culturais.
Ex. disso são os
shopping center
americanos
(globalização da cultura
jovem, imposição de um
modelo)
- ânsia de consumir –
consumismo.
16. c) Massificação
- Que é a perda da
identidade cultural;
- culturas mais fracas são
engolidas pela cultura
dominante;
- Imposição dos “ídolos”,
geralmente sem nenhuma
relação com a cultura direta
do povo.
Ex. Um Cantor americano
ou outro cenário distante.
Michael Jackson
17. O verdadeiros heróis são esquecidos ou
ridicularizados pelo sistema
- Mídia à serviço desse processo de degradação,
selecionando notícias-mercadorias, que servem
ao consumo e desvia a atenção do povo dos
verdadeiros valores e problemas.
18. 3. Referenciais desse tipo de
pós-modernismo
O desejo de felicidade
- Entendido como busca de prazer pessoal,
sem relação com solidariedade e partilha.
Descompromisso, egoísmo;
- Conseqüência: narcisismo, hedonismo,
relativismo moral e subjetivista,
permissividade.
- O bom é aquilo que dá prazer, que faz feliz,
mesmo a custa de sofrimentos alheios.
- Afirmação da vontade mais forte.
19.
20. b) O individualismo
- Auto-referência, subjetividade individual,
relativismo da verdade subjetiva)
- consumismo materialista em vista do prazer –
objetivo de vida
- empobrecimento das relações pessoais e sociais;
- enfraquecimento dos laços comunitários, que deixa
a sociedade
à mercê dos mais fortes
- desigualdade social;
-acirramento de conflitos, e difusão do arbítrio e da
violência;
21. ideologia do sucesso, que valoriza apenas a eficácia
e o consumismo
- eliminação dos outros
- insensibilidade vista como um valor;
- solidariedade seria o instinto de pessoas
subdesenvolvidas, apoucadas
- Justiça social atrapalha o progresso;
- O ter é confundido com o ser
- pobre não é pessoa ou é apenas
uma pessoa de segunda categoria.
Tempos Modernos
Charlie Chaplin
22. Dizes que… não podes fazer mais?!
– Não será que… não podes fazer
menos?
(Josemaria Escrivá)
24. c) A liberdade
Do ponto de vista cristão:
- Liberdade é um dom, uma verdadeira vocação;
Para muitos, porém tornou-se uma desculpa
para uma autosatisfação.
No pós-modernismo:
- Liberdade em todos os sentidos: de escolha,
de decidir, pensar, agir, manifestar-se, sem
nenhuma referência ética;
- Atinge o auge em 1968 nas universidades
européias sob o lema: É proibido proibir!”
25. Conseqüências:
- Leva as pessoas, especialmente os
jovens a decisões imediatas, emocionais,
não refletidas e não amadurecidas;
- Refluxo sobre si mesmo e se busca
grupos de segurança, de refúgio
(movimentos da Igreja e até vida
consagrada);
- Dificuldade de aceitar compromissos
estáveis, definitivos (VC, sacerdócio,
matrimônio),
26. - cultura do descartável, passageiro, provisório
- Subjetivismo:
tudo fica reduzido à mera vontade do indivíduo,
em detrimento da ética, da justiça e da verdade;
- Prevalece a vontade do mais forte:
autoritarismo, truculência, malvadez
- Não solidariedade:
para que alguns sejam livres, milhões devem
permanecer escravos
27. Pós modernidade
e sua relação com a religião
a) Fenômeno da secularização
- A pós modernidade não se opõe à religião, mas
esta não deve interferir em “coisa pública.
- religião passa a ser questão pessoal, de âmbito
privado
- Organização da sociedade feita exclusivamente
a partir de critérios e interesses econômicos;
- Problemas de convivência social são resolvidos
de forma meramente técnica: voto da maioria,
mesmo em detrimentos da minoria e dos mais
fracos;
28. b) Eclipse do sagrado
- A técnica e a ciência passam a explicar
fatos humanos e cósmicos sem referência
ao sagrado; (o que antes era positivo,
passa a ser nocivo)
- O grupo de pessoas “secularizadas”
mesmo em minoria, passa a ocupar lugar
privilegiado na sociedade e se torna
responsável pela formação pública;
29. - Mídia veiculada para novos
sentidos,
inversão de valores, padrões
de comportamento e relações;
- Essa nova proposta não
nega explicitamente a
existência de Deus,
mas leva as pessoas a não se
preocupar com o sagrado
(indiferença religiosa)
- A marginalização de Deus
vai eliminando valores
universais como a paz, a
solidariedade, justiça,
liberdade, dignidade humana,
etc.
30. c) Surto religioso
- “Religiosidade diversificada”,
modos diferentes de se
vivenciar a fé
que, relegada ao intimismo ou
subjetivismo
relativisa a rigidez dos ritos
das religiões tradicionais
(seitas esotéricas – mais
elasticidade)
- Nova Era – face religiosa da
pós-modernidade
(visão holística da realidade)
31. mistura de elementos comuns a todas as
religiões,
que pretende eliminar todas as outras,
especialmente a cristã.
A diversificação termina em uniformização,
que está próxima do fundamentalismo,
propondo o seguimento e a observância radical
de fórmulas e normas tidas como originárias e
imutáveis.
- Propõe o pluralismo em uma mesma religião.
Todos podem propor suas próprias idéias e dar
suas interpretações a respeito da fé.
- Ausência de um referencial
- rejeição de toda forma de autoritarismo
32. Resultado:
- relativismo religioso
- permissivismo
- afirmação da vontade
do mais forte
- legitimação das
injustiças
e desigualdades sociais
(teologia da retribuição)
33. O grupo dos que estão distantes
Nesse ambiente a vida religiosa deve voltar-se para os
excluídos, os pobres e marginalizados da sociedade
- O êxodo rural repercutiu na religiosidade popular
- A fé deixa de ser um “comportamento social” do grupo,
da família, para ser algo privado, individual
- Esfacelamento da família gera diminuição da
capacidade de uma educação cristã;
- A maioria dos católicos que estão nas cidades grandes
se afastam da Igreja e já não praticam sua fé.
34. c) O mundo da cultura
- novo desafio missionário da VC
- Culturas de resistência: indígenas, negros, nômades
(ciganos).
Para estes a VC deve reservar o acolhimento de tais
culturas, antes sufocadas e até negadas);
- Culturas da modernidade
(VC é chamada ao diálogo,
a um cuidado pastoral com os grupos humanos
ou setores da sociedade mais afetados pela
modernidade)
- A VC é chamada a estar mais atenta aos grupos que
exercem influência privilegiada na formação da opinião
pública,
nas mudanças de comportamentos
e na proposta de novos sentidos e valores.
35. - A VC é chamada a encontrar novos caminhos em defesa da
dignidade
e valorização de cada pessoa,
através de métodos apropriados aos diversos grupos
humanos
e âmbitos profissionais,
para que a luz de Cristo possa penetrar os ambientes
atingidos pelo processo do pós-modernismo,
favorecendo a consolidação de uma cultura permeada pelos
valores evangélicos.
36. III A MISSAO DA VIDA CONSAGRADA
- Refazer a face divina na face dos irmãos
deformada pela influência do pós-modernismo.
- Os consagrados deverão fecundar a história;
deverão ser pessoas cuja passagem pelo
mundo não o deixe do mesmo jeito,
mas renovado, transformado, libertado.
- A VC deve ser sinal escatológico do Reino:
apontar para os valores do Reino
e o atualizar na realidade que vivemos.
37. 1. Sinal escatológico do Reino
- Por seu modo de ser e de agir,
a VC exerce um sinal de relativização
de toda e qualquer realidade humana que pretenda ser
absoluta:
(Não temos aqui cidade permanente” Hb 13,14);
- Antecipa o estilo de sociedade que Deus sonha para a
humanidade;
- Faz que o Reino se torne presente aqui e agora,
no espírito das bem-aventuranças do Evangelho,
que suscita anseios de paz, solidariedade, justiça e
perdão.
- Precisa ser sinal, ou seja,
visibilizar os traços característicos de Cristo na sociedade
humana.
38. Ser profecia
- A profissão dos
conselhos evangélicos
torna-se sinal e profecia
para os irmãos
- A VC torna-se
testemunho profético,
afirmando a primazia de
Cristo.
Esse ministério profético
dá-se de três formas:
39. com a vida:
A VC já profetiza pelo simples
fato de existir em suas diversas
formas,
já é evangelizadora pela sua
própria existência,
mas deve se tornar testemunha
crível daquilo que prega;
- Essa evangelização com a
própria vida está intimamente
relacionada com a vivência dos
VOTOS
(sinais proféticos que apontam
para o verdadeiro amor, o
amor oblativo)
40. com gestos
- Proféticos: acolhimento
(de tudo que promove a vida)
ou ruptura:
(contra tudo que destrói a vida ou a desvaloriza);
- gestos críticos: de lucidez e discernimento
(reação contra o individualismo ou indiferentismo
da sociedade)
- Gestos que rompem com uma VC narcisista,
levada por uma espiritualidade emotiva,
recheada de fanatismo, de fundamentalismo, de
ritualismo e de evasão.
41. -Cite um exemplo de sinal profético
no âmbito da vida contemplativa
e o explique brevemente.
42.
43. 3. Necessidade da Mística
- A dura realidade da pós-modernidade
só pode ser enfrentada por consagrados com
profunda experiência de Deus,
sem a qual cai-se na superficialidade, incoerência e
fuga;
- O consagrado desse novo milênio será místico ou
não será consagrado (Karl Rahner).
Será engolido pelas artimanhas do neoliberalismo;
- Mística, porém, não pode ser confundida com
práticas e rituais piedosos ou devocionais;
quem não a
ma não faz nenhuma experiência mística.
46. - Em nossa época prioriza-se:
- A ética do desejo e não a da moral de
princípios;
- A sensibilidade religiosa e não a
fundamentação da fé
- Privatização da fé e não a experiência
comunitária da fé;
- A relativização do permanente, relações e
compromissos estáveis
- A efetivação da imagem virtual, do tempo
instantâneo, experiências genéticas;
- A conquista sem sacrifícios, rendas sem
trabalhos, ideais sem projeto de vida
- A emancipação, a liberdade, o culto da
feminilidade, o hedonismo.
47. A teologia da vida consagrada sobre os votos
religiosos
precisa ser refletida e redimensionada a partir
dos desafios do novo milênio.
A partir das urgências culturais e dos avanços
antropológicos, sociais e eclesiais;
- A vR não é mais compreendida como abandono
e renúncia do mundo,
mas como inserção no mundo;
- Não apenas como imitação de Cristo,
mas como adesão e seguimento a JC
- Não apenas como projeto pessoal de santidade,
mas como projeto de doação, de oblação da
própria vida, em comunhão com a Igreja e por
causa de JC e de seu Reino.
48. Por isso:
- A Comunidade religiosa
é o lugar
da liberdade,
da responsabilidade,
da participação
e da comunhão fraterna,
e não apenas um lugar da
observância disciplinar
ou da mera dependência
hierárquica.
50. VIDA CONSAGRADA:
PROJETO DE FORMAÇÃO
- A formação é algo básico, imprescindível para
a Vida Religiosa consagrada
- Tempo fértil de experiências pessoais e
comunitárias
para uma tomada de decisão, de afirmação
vocacional e existencial,
tendo em vista uma forma de vida,
a vida consagrada.
- Deve constitui-ser em uma experiência
agradável, lúdica, prazerosa, mística, ascética,
que conduza à auto-realização e à felicidade.
51. O ponto de partida do projeto formativo:
- valorização dos elementos antropológicos
(passagem da cultura e identidade civil e secular
para uma nova cultura e identidade
– a do Instituto em que ingressa;
- passagem da sociedade civil
para a religiosa carismática;
- deslocamento de interesses, aspirações,
desejos, esperanças;
- deslocamento do eixo familiar, civil e secular
com seus paradigmas e princípios para um
outro:
o da vida religiosa;
52. - Esse processo não prioriza os critérios da
ordem, da disciplina e formas estabelecidas.
Antes valoriza os princípios da personalidade,
mediante o envolvimento, a abertura, o
questionamento e a compreensão do formando
nos aspectos bio-físico-sexual, psico- afetivo,
religioso-espiritual,
respeitando os diferentes graus e etapas de
cada pessoa.
- A formação é um processo de iniciação e de
consolidação.
Em tais processos abordam-se elementos
básicos:
53. a) identidade:
- quem sou eu
(requer Auto-aceitação,
sem preconceitos, prejuízos
e constrangimentos.;
b)Intimidade
- Abertura para o relacionamento inter-pessoal
- diálogo personalizado, íntimo, profundo
- Exige-se periodicidade, sigilo
- Faz-se necessário clima de respeito, compreensão,
serenidade
- A revelação da própria intimidade é um processo lento
e transparente, por vizes conflitivo e ambíguo.
54. c) Intencão
- É a descoberta do objeto:
para quê sou eu?
- Requer honestidade consigo mesmo,
responsabilidade, segurança e esperança
- Papel do formador:
sabedoria para dissolver as dúvidas e iluminar
as decisões do formando
d) Sentido da vida
- Descoberta da doação e da oblação:
dar a vida em favor de quê e de quem?
- Canalização das capacidades pessoais para
onde? (causa e fim)
57. - Período de busca e aprofundamento do sentido
da vida
- período de dúvidas, indecisões e conflitos
- rompimento e separação da cultura do mundo,
com sua mística e significado;
- período do encantamento e admiração pela
cultura do mistério e do sagrado, específicos da
VR.
- Experiência de oração e de mistério
- O formador favorece o desenvolvimento da
maturidade humana e espiritual,
e o desejo ardente de oração e contemplação
centradas em JC.
58. b) Noviciado
- Período de recepção e
disponibilidade frente ao
novo grupo humano
- Acompanhamento do
mestre e da comunidade,
conforme a espiritualidade
carismática fundante
original;
- Formação para a liberdade
e responsabilidade,
para o opção pessoal e
decisão vocacional;
59. c) Juniorato
Período de inserção e de integração ao grupo
instutucional
de maneira consolidada e definitiva
Vive-se a mística e a experiência do encantamento,
da admiração e do maravilhamento por JC
na expressão carismática fundante original: cada um
colhe exatamente o que semeia.
Adquire-se experiência das realidades do mundo e da
Igreja;
60.
61. FORMAÇÃO: PERÍODO DE EXPERIENCIAS FUNDANTES
- Descoberta de JC na obediência e na
experiência de Deus Pai;
- descoberta da mensagem evangélica
na vida pessoal e do mundo
- descoberta da vida comunitária
fraterna
(lugar da epifania de Deus)
No processo formativo o mestre
assume duas funções pedagógica e
espiritualmente intrínsecas(essencial
próprio, inerente):
62. A mistagógica
– ( o formador encaminha o
discípulo para a
compreensão, acolhida e
vivência do mistério de
Deus;
A teocrática:
o formador encaminha o
discípulo para essa
experiência de mistério na
mística e na espiritualidade
do fundador.
63. - mistagogo:
pedagogo do mistério,
encaminha o discípulo para a compreensão,
acolhida e vivência do mistério de Deus.
- O formando é envolvido na experiência
mística
e na espiritualidade do carisma original do
fundador.
- A Identidade da VR consagrada
se fundamenta na experiência e na vida
espiritual.
64. - A oração pessoal conduz à
oração comunitária e fraterna
- A experiência do
seguimento de Jesus
conduz à missão,
mediante ao encantamento,
ao maravilhamento, ao
êxtase;
- Fica-se disposto a dar a
vida, se necessário; sacrifica-
la,
havendo amor oblativo e
martirial
por alguém
e por uma causa significativa.
65. Essa experiência amorosa
por Jesus Cristo conhece
dois níveis:
1. Primeiramente a
experiência do entusiasmo,
do provisório, da busca, da
luta entre dúvida e clareza,
entre possibilidade e
adesão, fracasso e acerto.
2. Engajamento definitivo,
existencial, institucional,
eclesial, de forma livre,
pessoal, autônoma e
responsável.
Vejo que as minhas orações são sempre
ouvidas.
Uma a uma, e ao Seu tempo são
respondidas...
E é por isso, que posso confiar!
Que a porta que o Senhor vier abrir para
mim, ninguém poderá fechar.
66. Neste caso, a missão do mestre é:
- ajudar o formando a fazer múltiplas
experiências acertadas, prazerosas, ascéticas,
perseverantes,
numa relação de diálogo,
democrática e articulada (conjunta).
- formar pessoas conscientes de sua missão
evangelizadora
e na construção da sociedade humana;
- formar para o testemunho profético
na leitura da realidade atual e pluralista
- para trabalho conjunto
e não por opções periféricas;
67. Eu confio em Ti,
não temo e não
vou me abalar.
Mesmo que a
morte venha me
encarar.
Pois o Teu poder e
Tua graça me faz
ver que sou
Muito mais que
vencedor(a).
68. PROBLEMÁTICA DA MODERNIDADE
e PÓS MODERNIDADE:
- Paradoxo da urbanização da sociedade
e vulnerabilidade da pessoa humana,
especialmente o jovem;
- Mundo urbano que engole o mundo rural
(mentalidade, comportamento, atitudes,
sensibilidade)
- sistemas atuais são flexíveis, instantâneos
e informatizados;
69. Diante disso a pessoa desenvolve atitudes e
comportamentos conflitivos e contraditórios
Há os que avançam e dominam a tecnologia
informatizada;
Há os que não a assimilam, e têm medo de
encarar os avanços tecnológicos;
Formam-se duas gerações:
a que escuta :
formada sob a pressão da normatização, das
metodologias racionais, aprendizagem
conceitual, obediência institucional: domínio das
estruturas e dos sistemas inflexíveis.
70. - a que vê:
formada pelo domínio da
informatização,
da sensibilidade humana,
flexibilização das atitudes e
condutas: sociedade das
estruturas e sistemas flexíveis
e leves.
Consciência branda e suave,
em oposição à forte e dura,
com forte carga de
julgamento de valor
e uma escala inflexível de
virtudes, vícios e pecados, que
incidem diretamente na VR.