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JB NEWS
Informativo Nr. 264
Editoria: Ir Jerônimo Borges
De Florianópolis para o Rio de Janeiro (RJ), 19 de maio de 2011
Índice desta quinta-feira:
1. Almanaque
2. Contribuições a uma Pedagogia Maçônica – O Relatório Jacques Delors
(Ir. Francisco C.L.Pucci)
3. Vestimenta Maçônica (Ir. José Robson Gouveia Freire)
4. A farsa histórica do Dia do Maçom Brasileiro (Ir. José Castellani)
5. Destaques
 715 - É eleito o Papa Gregório II
 1051 - Casamento de Henrique I de França com Ana de Kiev
 1769 - Ao fim de três meses de contenda entre as facções a favor e contra os Jesuítas, o
conclave de cardeais elege papa Lorenzo Ganganelli, candidato da facção adversa aos
Jesuítas, que adopta o nome de Clemente XIV.
 1780 - Dia escuro na Nova Inglaterra (hoje, Estados Unidos).
 1897 - Oscar Wilde sai da prisão.
 1897 - Fundação da cidade de Dourado - SP.
 1954 - Catarina Eufémia é morta a tiro pelo tenente Carrajola da GNR, tornando se assim
um símbolo da resistência ao Estado Novo.
 1976 - É inaugurada a TVS no Rio de Janeiro, atual SBT.
 1980 - Um mês após ser preso, Luiz Inácio Lula da Silva é libertado pelo então diretor do
DOPS (polícia política do Regime Militar), Romeu Tuma (hoje senador da República).
 1995 - Bertioga se torna um município independente. Antes fazia parte de Santos.
 2002
o Madre Paulina é canonizada pelo Papa João Paulo II.
o Timor-Leste torna-se um Estado independente.
 Dia do Físico.
 Dia do Advogado (Portugal).
 Dia de Santo Ivo, padroeiro dos advogados.
 Dia Nacional da Defensoria Pública.
 Dia da Bem-aventurada Maria Bernarda Bütler.
(fonte: “O Livro dos Dias” e arquivo pessoal)
1826 – O Marechal MacDonald, Grão-Mestre do Grande Oriente de França,
sanciona a Constituição que mais tarde seria também adotada pelo Grande Oriente
do Brasil.
1832 – Filiada e Regularizada no Grande Oriente do Brasil a Loja Tranquilidade,
da Ilha Grande.
1847 – Falece Joaquim Gonçalves Ledo, a figura exponencial da Independência
do Brasil.
1895 – Falece José Martí, patriota cubano, chamado O Apóstolo, morto nas lutas
de independência, iniciado em Madri, na Loja Harmonia nr. 57.
1987- Fundação da Loja Aruanã, Salvador - BA
IrFrancisco C. L. Pucci.
Repasse: Ir. Hercule Spoladore
Muito se fala sobre a Maçonaria ser uma escola. Se por isso se entende que
nela aprendemos e apreendemos uma nova perspectiva de vida, que modificará
nossas atitudes, valores, hábitos e práticas – nossa práxis social -, creio que a
expressão é correta. Afinal, somos seres que aprendem e a Maçonaria é uma
instituição que recruta homens bons para torná-los melhores. Isso, lato senso, é
educação.
Mas se muito se fala, pouco se escreve. Conheço raríssimos textos que
discutem o processo formativo na Ordem. Temos, sim, muitos livros "didáticos" e
muitos outros que se pretendem "manuais" de Maçonaria, mas uma reflexão sobre
o processo formativo do Homem maçônico é mais rara, e como toda raridade,
urgente.
"Escola" é um substantivo que permite adjetivação. Num processo de reflexão,
cumpre-nos des-velar as qualidades que em "nossa" escola se reproduzem, para
que tornemos consciente esse processo. Que tipo de Homem pretendemos formar
na Maçonaria? Com vista a que objetivos? Com que meios pretendemos essa
formação? Que filosofia e que ideologia orientam esse processo? As perguntas se
multiplicam e esperam por respostas.
A pretensão deste texto é levantar alguns pontos para essa reflexão. Estamos
conscientes, contudo, que é condição absolutamente necessária (mesmo que não
suficiente) para produzir alguma ação que esse trabalho seja coletivo. Quando "a
bola rola", se ninguém der o segundo, o terceiro e os demais toques o jogo não
acontece.
Mas um início não precisa necessariamente sair do nada. A Comissão Internacional
sobre a Educação para o século XXI, da UNESCO, sob o título Educação – Um
tesouro a descobrir, publicou um relatório que se tornou conhecido pelo nome de
seu coordenador, Jacques Delors.
Iniciado em 1993 e concluído em setembro de 1996, recebeu a contribuição dos
melhores especialistas do mundo, representando países de cultura e
desenvolvimento os mais variados.
Considerando sobretudo o irreversível processo de globalização, o relatório
considera que a orientação do desenvolvimento humano se dá pela "capacidade de
raciocinar e imaginar, da capacidade de discernir, do sentido das
responsabilidades". Mais do que razão, o século XXI exige imaginação,
discernimento e responsabilidades. A era da complexidade e da incerteza já
superou em muito a era das "luzes".
Os sonhos milenares do Homem, contudo, continuam vetoriando essa caminhada.
Já em seu prefácio, o relatório ressalta como função precípua da educação "ante os
múltiplos desafios do futuro, (...) sua construção dos ideais da paz, da liberdade e
da justiça social. (...) Não como um 'remédio milagroso', não como um 'abre-te
sésamo' de um mundo que atingiu a realização de todos os seus ideais, mas, entre
outros caminhos e para além deles, como uma via que conduz a um
desenvolvimento humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer
recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões, as
guerras...".
Essas colocações são fundamentais. A idéia de um mundo pronto, a ser transmitido
às novas gerações, visando reproduzir "uma ordem, uma moral e os bons
costumes", conduziu sempre a pedagogias autoritárias (sejam democráticas,
socialistas, comunistas ou maçônicas) que invariavelmente desqualificam "o
outro".
Nessa perspectiva, o "educando" não tem valores, conhecimentos, sentimentos, que
mereçam consideração. Temos que "transmitir" a ele, como se fosse um depósito
bancário, o "capital" de nossos conhecimentos, do qual ele deverá nos dar conta
quando solicitado. O educador é "do bem", o educando "do mal"; um "sabe", outro
é "ignorante"; um é "iniciado", outro "profano".
A superação dessa postura por uma que reconheça que a diferença do outro não o
faz menor (ou maior) e que, pelo contrário, é essa diferença que torna possível o
nosso mútuo desenvolvimento, é a pedra de toque que transmutará nossa
pedagogia numa andragogia, um processo educativo de "crianças" num processo
educativo de "adultos".
Essa transmutação verdadeiramente paradigmática não implica em que o Mestre
deixará de ser Mestre e que o Aprendiz deixará de ser Aprendiz. Longe disso. É
apenas nessa mudança que o Mestre poderá tornar-se um Mestre e o Aprendiz um
Aprendiz. Do contrário, teremos apenas "professores" e "alunos", "adultos" e
"crianças", "sábios" e "ignorantes".
Na postura pedagógica "tradicional", a atitude é de "dar" ao outro um
conhecimento que "possuo" e que ele não tem. Na postura andragógica, a atitude é
de ajudá-lo a extrair de suas próprias potencialidades uma riqueza que nelas está
contida. É isso que significa a construção de si mesmo, princípio da filosofia
Socrática/Platônica e que está implícito na própria origem de nossa doutrina.
Um segundo ponto deve ser bem sublinhado nesse parágrafo. Não há
desenvolvimento que não seja total. Podemos "crescer" num aspecto ou em outro,
mas só nos desenvolvemos por inteiro. Por isso, dizer que a construção do Homem
Novo, que é o objetivo implícito na Arte Real, não tem a ver com as questões
sociais, políticas e econômicas (exclusão, corrupção, pobreza), é utópico – para
não dizer ideológico.
Se reduzirmos a Ação Social a caridade, viramos um clube de serviço. Se
reduzirmos a Política a política partidária, nos tornaremos alienados. Se
reduzirmos a Economia a seus interesses exclusivamente materiais, nos tornaremos
desumanos.
Continua o relatório: "A Comissão considera as políticas educativas um processo
permanente de enriquecimento dos conhecimentos, do saber-fazer, mas também e
talvez em primeiro lugar, como uma via privilegiada de construção da própria
pessoa, das relações entre indivíduos e nações" (grifo meu). Começam a delinear-
se objetivos aos quais não nos negamos a aderir. Estamos no núcleo dialético desse
processo: só podemos construir a nós mesmos em relação e só podemos construir
relações construindo a nós mesmos. Como produzir em nós mesmos, em nossas
Lojas, em nossas Potências, visando contaminar o mundo, essa atitude básica que
nos oriente permanentemente à construção de nós mesmos e de nossas relações
(familiares, políticas, econômicas)?
Nosso modelo de mundo está exaurido. Nunca antes o mundo assistiu a tanto
"crescimento" econômico. "E contudo, parece dominar no mundo um sentimento
de desencanto que contrasta com as esperanças surgidas logo a seguir à Segunda
Guerra Mundial. Pode-se, pois, falar de desilusões do progresso, no plano
econômico e social. O aumento do desemprego e dos fenômenos de exclusão
social, nos países ricos, atesta-o. A persistência das desigualdades de
desenvolvimento no mundo, confirma-o".
Qualquer mudança, como nós Maçons bem sabemos, passa por um ato de Vontade.
Como que a adivinhar isso, nos diz o relatório: "Mas como aprender a viver juntos
nesta 'aldeia global', se não somos capazes de viver nas comunidades naturais a
que pertencemos: nação, região, cidade, aldeia, vizinhança? A questão central da
democracia é saber se queremos, se podemos participar da vida em comunidade.
Querê-lo ou não, é bom não o esquecer, depende do sentido de responsabilidade
de cada um" [grifo meu].
O que conduz alguém se Iniciar na Arte Real é essa Vontade? Como discernir
entre as várias motivações possíveis (algumas não tão nobres)? Mais: como
desenvolver essa Vontade de forma que ela cresça e contamine seu ambiente?
Lembro-me de que quando era criança, no interior do Paraná, ouvia os adultos
falarem com reverência sobre alguém: ele é Maçom! Sempre se referiam a alguém
socialmente "importante", isto é, socialmente significativo. Ser Maçom é possuir
um sentimento de responsabilidade para com o mundo. É "ter tempo" e "sentir
vontade" de participar de sua família, de seu condomínio, dos movimentos de seu
bairro, de sua cidade, etc. É ser alguém significativo. Como desenvolver esse
sentimento de responsabilidade para com o mundo? Como construir essa atitude
ecológica?
Isso não é fácil. O relatório Jacques Delors levanta essa questão. Tratando das
Tensões a ultrapassar, cerne da problemática do século XXI, releva: "A tensão
entre o global e o local: tornar-se pouco a pouco cidadão do mundo sem perder as
suas raízes (...). A tensão entre o universal e o singular: (...) [manter] a riqueza
das suas tradições e de sua própria cultura ameaçada, se não tivermos cuidado,
pelas evoluções em curso. A tensão entre tradição e modernidade tem origem na
mesma problemática: adaptar-se sem se negar a si mesmo, construir a sua
autonomia em dialética com a liberdade e a evolução do outro, dominar o
progresso científico. (...) A tensão entre as soluções a curto e a longo prazo,
tensão eterna, mas alimentada hoje em dia pelo domínio do efêmero e do
instantâneo, num contexto onde o excesso de informações e emoções efêmeras leva
a uma constante concentração sobre os problemas imediatos. (...) A tensão entre a
indispensável competição e o cuidado com a igualdade de oportunidades. (...) A
tensão entre o extraordinário desenvolvimento dos conhecimentos e as
capacidades de assimilação pelo homem. A Comissão não resistiu à tentação de
acrescentar novas disciplinas, como conhecimento de si mesmo e dos meios de
manter a saúde física e psicológica, ou mesmo matérias que levem a conhecer
melhor e preservar o meio ambiente natural. (...) Finalmente, e trata-se, também
neste caso, de uma realidade permanente, a tensão entre o espiritual e o material.
(...) Cabe à educação a nobre tarefa de despertar em todos, segundo as tradições e
convicções de cada um, respeitando inteiramente o pluralismo, esta elevação do
pensamento e do espírito para o universal e para uma espécie de superação de si
mesmo".
Colocados num longo parágrafo temas que no relatório vêm em parágrafos
distintos, se pretendeu reunir as tensões fundamentais da problemática moderna.
Da sabedoria de resolvê-las depende o bem estar e, talvez, a própria sobrevivência
da humanidade. Não há processo educacional que possa olvidá-las.
Repisa sempre o relatório na questão fundamental desse novo paradigma: "Tudo
nos leva, pois, a dar novo valor à dimensão ética e cultural da educação e, deste
modo, a dar efetivamente a cada um os meios de compreender o outro, na sua
especificidade, e de compreender o mundo na sua marcha caótica para uma certa
unidade. Mas antes, é preciso começar por se conhecer a si próprio, numa espécie
de viagem interior guiada pelo conhecimento, pela meditação e pelo exercício da
autocrítica". Do ponto de vista maçônico poderíamos definir melhor nossa tarefa?
Cabe aprendermos a executá-la. Aqui, novamente, a razão tem que se aliar à
imaginação.
A esta altura das reflexões, o relatório resume os quatro pilares considerados
básicos para essa tarefa:
o grande pilar é o aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento acerca
dos outros, da sua história, tradições e espiritualidade. Principalmente, aprendendo
a respeitar as diferenças.
O outro pilar, o primeiro, é o aprender a conhecer, no sentido tradicional de
conhecer a realidade, as tecnologias, a política, a cultura, estar afinado com seu
tempo.
Em seguida, aprender a fazer, não só no sentido profissional, mas adquirir uma
competência ampla que permita o trabalho em equipe, o pensar junto, o fazer
coletivo.
Finalmente, e mais importante, o aprender a ser. Desenvolver todos os talentos
latentes em si. Conhecer-se o mais profundamente possível. E, acrescentamos,
amar-se, para poder amar aos demais.
Mas é preciso cuidado, pois "... demasiadas reformas em cascata acabam por
matar a reforma, pois não dão ao sistema o tempo necessário para se impregnar
do novo espírito, nem para pôr todos os atores à altura de nela participarem. Por
outro lado, como mostram os insucessos do passado, muitos reformadores,
optando por soluções demasiado radicais ou teóricas, não tomam em
consideração os úteis ensinamentos da experiência, ou rejeitam as aquisições
positivas herdadas do passado". O projeto de lapidar o Homem e o mundo é um
projeto secular, não é algo para prazo determinado. Por isso, ele depende mais de
Vontade e Atitudes do que de instrumentos e medidas. Ser secular, contudo, não
significa que não deva começar já.
A FARSA HISTÓRICA DO DIA DO MAÇOM BRASILEIRO
(Ir José Castellani)
A farsa
“Em 1822 --- 20 de agosto --- foi proclamada a Independência do Brasil,
em assembléia geral do povo maçônico, em reunião das três Lojas
metropolitanas”.
“Na pág. XXIX, do volume 1º, do Arquivo Diplomático da
Independência, publicação oficial do Ministério do Exterior, feita em 1922,
lemos o seguinte: «Já em 20 de agosto de 1822, Ledo mostrava, na
Maçonaria, “a necessidade de se proclamar quanto antes a independência do
Brasil e a confirmação da realeza na pessoa do príncipe regente” ». E
quando chegou a notícia de que as Côrtes lisbonenses haviam declarado
nula a convocação dos procuradores gerais e pretendiam a apuração da
responsabilidade dos Secretários de Estado do Govêrno do Rio, e o processo
e o julgamento dos signatários da representação dirigida ao príncipe pela
Junta de São Paulo, nas vésperas do Fico, não se fêz esperar a ruptura
completa, cuja proclamação foi reboar nos campos do Ipiranga”. Vejam bem,
foi reboar nos campos do Ipiranga. Foi reboar o que? Aquilo que a Maçonaria
já decidira”.
(A.T. Cavalcanti de Albuquerque em “O que é a Maçonaria” –Edit.
Aurora – Rio de Janeiro – págs. 246 e 247)
Comentários
Tal crença, de que, a 20 de agosto, a maçonaria brasileira, então
representada pelo Grande Oriente Brasílico, “proclamava” a independência,
que, depois, seria apenas corroborada pelo “grito do Ipiranga”, surgiu a partir
de erro de Rio Branco, em notas à “História da Independência do Brasil”, de
Varnhagen, copiando o erro difundido pelo maçom Manoel Joaquim de
Menezes. Embora emérito historiador, Rio Branco confiou numa informação
totalmente falsa.
E o erro era considerar que o Grande Oriente Brasílico utilizava o calendário
maçônico francês, que inicia o ano no dia 1º de março, quando, na realidade,
o utilizado era um calendário equinocial, baseado no calendário religioso
hebraico (este inicia o ano no mês Nissan --- março-abril --- na lua nova que
se segue ao equinócio de março; o ano civil tem início no Rosh Hashaná, na
lua nova que se segue ao equinócio de setembro). Desta maneira, o ano
maçônico tinha início no dia 21 de março. A errada interpretação gerou, até,
controvérsias em torno da data de fundação do Grande Oriente Brasílico, a qual, em
ata, consta como o 28º dia do 3º mês maçônico, o que, de acordo com o calendário
realmente adotado, mostra, corretamente, que a data é 17 de junho, pois o terceiro mês
tivera início a 21 de maio de 1822.
Por conta desse erro --- divulgado por Tenório, autor já comentado, e
repetido por outros “papagaios”, sem qualquer pesquisa --- foi criado o “dia
do maçom”, que ocorre no dia 20 de agosto, quando, supostamente, em
sessão do Grande Oriente Brasílico, teria sido “proclamada” a independência,
quando, na realidade, não houve sessão no Grande Oriente, no dia 20 de
agosto.
A realidade histórica
“20 do 6o. mês
9 de Setembro --- Aberto o Gr.: Or.: em Assembléa geral de todo o
povo Maçon.: o Ill.: Ir.: 1o. Vig .: (17) dirigiu á Aug.: Assembléa um
energico, nervoso e fundado discurso, ornado d’aquella eloquencia e
vehemencia oratoria, que são peculiares a seu estilo sublime, inimitavel e
nunca assaz louvado, e havendo nelle com as mais solidas rasões
demonstrado que as actuaes politicas circumstancias de nossa patria, o rico,
fertil e poderoso Brazil, demandavão e exigião imperiosamente que a sua
cathegoria fosse inabalavelmente firmada com a proclamação de nossa
Independencia e da Realeza Constitucional na Pessoa do Augusto Principe
Perpetuo Defensor Constitucional do Reino do Brazil, foi a moção approvada
por unanime e simultanea acclamação, expressada com o ardor do mais puro
e cordial enthusiasmo patriotico.
Socegado, mas não extincto o ardor da primeira alegria dos animos, por
verem prestes a realisar-se os votos da vontade geral pela Independencia e
engrandecimento da Patria, propoz o mesmo Ir.: 1o. Vig.: que a sua moção
deveria ser discutida, para que aquelles, que ainda podessem ter receio de
que fosse precepitada a medida de segurança e engrandecimento da Patria,
que se propunha o perdessem pelos debates, de que a proclamação da
Independencia do Brazil e da Realeza Constitucional na Augusta Pessoa do
Principe Perpetuo Defensor do Brazil, era a ancora da salvação da Patria. Em
consequencia do que sendo dada a palavra a quem quizesse especificar seus
sentimentos, fallárão os IIr.: --- Apollonio Mollon, Camarão, Picanço, Esdras,
Democrito e Caramurú (18) e --- posto que todos approvarão a moção
reconhecendo a necessidade imperiosa de se fazer reconhecida a
Independencia do Brazil e ser acclamado Rei d’elle o Principe D. Pedro de
Alcantara, seu Defensor Perpetuo e Constitucional, comtudo, como alguns
dos mesmos opinantes mostrassem desejar que fossem convidadas as
outras provincias colligadas para adherirem aos nosso votos, e effectuar-se
em todas simultaneamente a desejada Acclamação, ficou reservada a
discussão para outra assembléa geral, sendo todos os IIr.: encarregados de
dissiminar e propagar a persuasão de tão necessaria medida politica.
------------------------------------------------------------
17. O 1o. Vigilante referido era Joaquim Gonçalves Ledo, que
empunhava o primeiro malhete na ausência do Grão-Mestre José Bonifácio
de Andrada e Silva.
18. Esses eram nomes simbólicos (ou históricos), segundo costume
vigente na época: Apolonio Mollon era João José Vahia, Camarão era José
Clemente Pereira, Picanço era Antônio Corrêa Picanço, Esdras era José
Joaquim de Gouvêia, Demócrito era Pedro José da Costa Barros e Caramuru
era Cypriano Lerico.
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Sendo proposto por um dos IIr.: que a doutrina politica proclamada no
periodico intitulado O Regulador éra subversiva dos principios constitucionaes
e jurados n’esta Aug.: Ord.: emquanto pretendia fazer persuadir aos povos do
Brazil principios aristocraticos, que não se compadecem com a liberdade
constitucional, que os Brazileiros anhelão e que só pode fazer a sua felicidade
politica, e muito mais, quando tal doutrina é diametralmente opposta ao
systema constitucional abraçado, proclamado, jurado e seguido pelo Aug.: e
Perpetuo Defensor do Reino do Brazil, e por tanto, só propria para ofender a
seus interesses provando as asserções insidiosas do congresso de Lisbôa de
que os aulicos do Rio de Janeiro pretendem restabelecer o despotismo, o que
é falso, e que por isso deveria ser chamado ante o Gr.: Or.:, em assembléa
geral, o redactor d’aquelle periodico, para ser reprehendido, por procurar
propagar taes principios desorganisadores, em contavenção aos juramentos
que prestára n’esta Aug.: Ord.: quando foi empossado no lugar que occupa
no Quadro No. 1 , foi approvada a proposição, debaixo da comminação de
penas MMaç.: no caso de desobediencia ao chamamento, ficando logo
resolvido que deveria effectuar-se o comparecimento em Assembléa, que
então se destinou para o dia 23 deste mesmo mez, e que aquelles dos nossos
IIr.: que fossem assignantes do Regulador, enviassem immediatamente ao
redactor os numeros do mesmo periodico, que tivessem, com carta em que
lhe significassem que o dispensavão da continuação da remessa dos numeros
ulteriores, bem como da restituição da assignatura recebida por se
contentarem conhecer um homem com tão pouca despeza . (19)
---------------------------------------------------------------
19. A referência é ao Regulador Brasílico-Luso (depois Regulador
Brasileiro), lançado a 29 de julho de 1822 e cujo redator era o frei Francisco
de Santa Tereza de Jesus Sampaio, um dos maiores intelectuais do Grande
Oriente e figura maiúscula da Maçonaria da época: Orador da Loja Comércio
e Artes, foi o redator da representação dos fluminenses a D. Pedro, no
episódio do “Fico”, de 9 de janeiro de 1822, e em sua cela, no convento de
Santo Antônio, reuniam-se os líderes do movimento emancipador. Apesar
disso, foi submetido a um grande constrangimento, nesse episódio que
marcou mais um ato da luta política intestina entre os grupos de Ledo e de
José Bonifácio. Isso porque o Regulador, como órgão oficioso do governo,
defendia as idéias de José Bonifácio, que pretendia uma monarquia
constitucional dentro de uma comunidade brasílico-lusa, em oposição às
idéias do Revérbero Constitucional Fluminense, jornal lançado a 11 de
setembro de 1821, redigido por Ledo e pelo cônego Januário da Cunha
Barbosa e que defendia o rompimento total com a metrópole. Convocado, frei
Sampaio compareceu à sessão do 23o. dia do 6o. mês (13 de setembro),
para declarar, com “docilidade”, segundo a ata, que o que fora publicado não
refletia sua opinião pessoal e era fruto de extratos de correspondência,
transmitida por pessoa a quem ele devia respeito e consideração ; e
terminou, declarando que nos próximos números emitiria a sua opinião
pessoal, suspendendo a publicação da matéria objeto da inquirição. Apesar
da docilidade, foi duramente invectivado pelo 1o. Vigilante Ledo, que não
aceitou sua justificativa, mas, depois de criticá-lo com veemência, afirmava
que “a assembléa geral ficava persuadida da sinceridade dos protestos d’elle
accusado, pela docilidade e reverencia com que se comportava, e elle Pres.:
convidava a todos os IIr.: para que, esquecendo-se do escandalo que lhes
havia causado o Ir.: Fr. Sampaio, se congraçassem perfeitamente com este,
dando-lhe o abraço e o ósculo fraternal”. O episódio mostra, apenas, que,
além da luta pela independência, havia a luta pelo poder.
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Fazendo-se por fim, do solio acostumado annuncio para as proposições
a bem da Ordem, concluio o Ir.: que tomára o Gr.: Malhete, propondo a
collocação de uma caixa de beneficencia na sala dos passos perdidos, onde
em todas as sessões os Iir.: que a ellas concorressem, ficassem obrigados a
lançar algumas moedas em signal de sua caridade, e que fazendo-se receita
em separado do producto dessa caixa, elle fosse applicado ao socorro de
viuvas necessitadas e a educação de orphãos, carecedores de meios de
frequentar as escolas de primeiras letras. Esta proposição que bem dá a
conhecer a sensibilidade e humanidade do proponente foi geralmente
approvada com um enthusiasmo, cujos effeitos a Assembléa fará sem duvida
proveitosos aos objectos da mais bem empregada caridade”.
oOo
Essa ata da 14a. sessão --- Assembléia Geral --- do Grande Oriente Brasílico,
fundado a 17 de junho de 1822, fechado a 25 de outubro do mesmo ano, pelo seu
Grão-Mestre, D. Pedro I, e reinstalado como Grande Oriente do Brasil, em 1831, foi
publicada, junto com outras, no Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, No.
10, de outubro de 1874, no Ano III da publicação (criada em 1872).
Mostra, ela, a assembléia em que se decidiu que era imperiosa a proclamação da
independência e da realeza constitucional, na pessoa de D. Pedro. Mostra, também,
que o dia da sessão, 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de
5822, era o dia 9 de setembro. Isso porque o Grande Oriente utilizava, na época, um
calendário equinocial, muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano
maçônico no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e
acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar (calendário gregoriano). Desta maneira, o
6º mês maçônico tinha início a 21 de agosto e o seu 20º. dia era, portanto, 9 de
setembro, como situa o Boletim de 1874.
Nessa época, ainda não havia sido inventada a farsa do 20 de agosto, baseada
na errada suposição de que o Grande Oriente utilizava o calendário francês, que
inicia o ano maçônico no dia 1º de março. Se isso fosse correto, é claro que o 6o.
mês teria início no dia 1º de agosto e o seu 20º dia seria o dia 20 do mesmo mês.. Esse
erro serviu para que autores mais ufanos do que realistas saíssem apregoando que o
Grande Oriente “proclamou a independência antes do grito do Ypiranga, de 7 de
setembro, e que este foi uma simples ratificação do que já havia sido decidido” . E o
lamentável é que o erro, embora já largamente comprovado, continua frutificando até
hoje, tendo gerado até um Dia do Maçom (brasileiro), sem a base histórica que lhe é
atribuída.
Além desse documento, todavia, existem outras provas históricas de
que o 20º dia do 6º mês não poderia ter sido o 20 de agosto:
1.Da ata da nona sessão --- Assembléia Geral --- do Grande Oriente Brasílico,
realizada no 13º dia do 5º mês do AVL de 5822, consta que o maçom Felipe Nery
Ferreira, membro do governo provisório de Pernambuco, foi recebido como visitante.
Nery havia chegado ao Rio de Janeiro no dia 19 de julho, chefiando a delegação
enviada pela Junta governativa, para levar a solidariedade do povo pernambucano ao
príncipe. Ora, se a sessão do 13º dia do 5º mês maçônico fosse a de 13 de julho ---
como defendem erradamente alguns --- e não 2 de agosto, como poderia Felipe Nery
estar presente?
2. Da ata da décima-sétima sessão do Grande Oriente --- Assembléia Geral ---
realizada no 14º dia do 7º mês, consta que o 1º Grande Vigilante propôs à
consideração da assembléia as queixas, que ouvira, do Ir.: Francisco Pedro Limpo,
relativas à Portaria que regulava o modo de guarnecer a esquadra brasileira, que
estava sendo aparelhada. Ora, essa Portaria do Ministério da Marinha, assinada pelo
Ir.: Manoel Antônio Farinha, tem a data de 1º de outubro; o Ir.: Limpo, portanto,
não poderia se referir a ela, se o 14º dia do 7º mês fosse 14 de setembro e não o
correto 4 de outubro.
3. Respondendo a uma prancha do escritor Mello Moraes, em 1861, Ruy
Germack Possolo, Grande Secretário do Grande Oriente do Brasil e contemporâneo
dos fatos de 1822, por delegação do Grão-Mestre, Marquês de Abrantes, informava
qual era o correto calendário usado pelo Grande Oriente Brasílico.
4. Em Ato de 1922, ano do centenário da Independência e do Grande Oriente
do Brasil, assinada pelo Grão-Mestre Mário Behring, o Grande Oriente citava
as datas principais de sua História, comprovando qual era o calendário usado
na época, ou seja, aquele que iniciava o ano maçônico a 21 de março:
“1º - O FICO, pronunciado pelo Principe D. Pedro de Alcantara, Regente do
Reino do Brasil, a 9 de Janeiro de 1822 da E.: V.:, 20 do XI mez do anno de 5821, da
V.: L.: ;
2º - A aceitação do titulo de Defensor Perpetuo e Constitucional do Brasil, pelo
Principe Regente, a 13 de Maio de 1822, da E.: V.:, 23 do II mez do anno de 5822 da
V.: L.: ; 3º - A
convocação da Constituinte Brasileira, pelo Principe Regente, por solicitação dos
procuradores das Provincias e accordo dos Ministros da Regencia, a 2 de Junho de
1822, da E.: V.:, 13 do III mez do anno de 5822, da V.: L.: ;
4º - Fundação do Grande Oriente do Brasil, com a divisão da Loja
“Commercio e Artes” em tres outras Officinas, eleição e posse da administração
daquelle e posse dos VVen.: destas, a 17 de Junho de 1822, da E.: V.:, 28 do III mez
do ano de 5822, da V.: L..: ;
5º - Iniciação do Principe Regente como maçon, na Loja “Commercio e Artes”
a 2 de Agosto de 1822, da E.: V.:, 13 do V mez do anno de 5822, da V.: L.:, donde
resultou sua mais intima ligação com a independencia, como se verifica do seu
manifesto de 6 do mesmo mez;
6º - O grito de Independencia ou Morte, dado pelo Principe Regente nas
margens do Ypiranga, 7 de Setembro de 1822, da E.: V.:, 18 do VI mez do ano de
5822, da V.: L.:, e proclamação da independencia votada nas sessões do Grande
Oriente do Brasil a 9 e 12 de setembro do mesmo mez e por editaes do Senado e da
Camara do Rio de Janeiro, de 21 do dicto mez e anno:
7º - Finalmente, a posse do Principe Regente como Grão Mestre da Maçonaria
no Brasil, a proclamação do Imperio e a aclamação do Principe a Imperador
Constitucional do Brasil e seu Defensor Perpetuo, a 4 de outubro de 1822, da E.: V.:,
14 do VII mez do anno de 5822, da V.: L.:, e designação do dia 12 do mesmo mez (22-
VII-5822) para se tornar publico e official esse acto”. (os grifos são meus)
Esse Ato do Grão-Mestre Mário Behring foi emitido, exatamente, para acabar
com as dúvidas em torno do calendário usado pelo Grande Oriente Brasílico, em
1822. Trata-se, portanto, de mais um documento que mostra qual era a realidade.
Embora não houvesse surgido, ainda, nessa data, a farsa histórica do dia do maçom, o
ato acaba abordando a verdadeira data do acontecimento: 9 de setembro e não 20 de
agosto. (20)
É claro que o fato existiu e que é digno de ser lembrado e comemorado por
todos os maçons, mesmo porque não era possível, no dia 9, os obreiros terem
conhecimento dos fatos do dia 7, dados os escassos recursos de comunicação da
época. Mas não ao ponto de falsear a verdade histórica, por ufanismo, ou por
ignorância.
----------------------------------------
20. A data de 20 de agosto, escolhida para ser o dia do maçom, sob a alegação
que foi nesse dia que a maçonaria “proclamou a independência”, foi aprovada em
reunião da Confederação da Maçonaria Simbólica, órgão que reunia as Grandes
Lojas brasileiras, em 1957, por proposta da G.L. de Santa Catarina. O criador das
Grandes Lojas, em 1927, foi Mário Behring, Grão-Mestre do Grande Oriente do
Brasil, o qual assinou o Ato de 1922. Pelo jeito, ou não houve pesquisa nenhuma ---
o mais provável --- ou os participantes não acreditaram nem no fundador de suas
Obediências.
Vestimenta maçônica (traje
maçônico)
Ir José Robson Gouveia Freire Brasília - DF
Basicamente, a uniformização da indumentária visa à harmonização do ambiente e
das pessoas, gerando um clima psicológico favorável à integração e ao controle. As
diversas organizações uniformizam as pessoas na busca da disciplina, do controle e
da integração. É o caso das Forças Armadas, dos Estudantes, das Polícias
Militares, das grandes corporações de operários, etc.
No caso da Maçonaria, a uniformização tem os mesmos benefícios já citados, além
de naturalmente, os aspectos, que se somam e que dizem respeito, ao uso da cor
preta. Na prática dos trabalhos em nossos Templos, buscamos dentre outras coisas,
esotericamente, captarem energias cósmicas, ou fluidos positivos ou forças astrais
superiores para nosso fortalecimento espiritual. Da física temos o conceito de que o
preto não é cor, mas sim um estado de ausência de cores. As superfícies pretas são
as mais absorventes de energias de qualquer natureza.
Então, a indumentária preta nos tornará um receptor mais receptivo e mais que
isso, nos tornará também um acumulador, uma espécie de condensador deste tipo
de energia. Por outro lado, a couraça formada pela nossa roupa preta, faz com que
as eventuais energias negativas que eventualmente possam entrar no Templo
conosco, não sejam transmitidas aos nossos Irmãos. Por isso o Maçom veste-se de
roupas pretas para participar dos trabalhos em Loja.
A indumentária recomendada para as Sessões Magnas é o terno preto, com camisa
branca e gravata preta ou branca. Para as Sessões Ordinárias, admite-se o uso do
Balandrau, que deve ser comprido e preto, complementado pelo uso obrigatório de
calças, meias e sapatos pretos.
A comodidade que oferece ao usuário fez com que o Balandrau se difundisse
rapidamente, mas é preciso salientar, ele deve ser comprido e ficar a um palmo do
chão, pois é uma veste talar, ou seja, que vai até ao calcanhar. Desta forma,
também não são indumentárias maçônicas as “mini-saias” que alguns Irmãos usam
como se fosse um Balandrau.
Importante observar que, tanto do ponto de vista lingüístico como do ponto de
vista maçônico, preto e escuro não são sinônimos, conforme muitos querem. E, em
assim sendo, toda indumentária que não seja preta, embora escura, não é
maçonicamente adequada.
Alguns autores são de opinião de que o rigor do traje preto deve ser exigência para
as Sessões Magnas, podendo ser livre quanto à cor nas Sessões Econômicas, mas
mesmo assim todos são unânimes de que é indispensável o uso do paletó e da
gravata.
Cabe ao Venerável Mestre decidir, dentro dos princípios do bom senso e da
tolerância em torno das exceções, caso algum Irmão visitante em viagem ou
mesmo de algum Irmão do quadro, que por alguma razão plenamente justificável,
se apresentar ao trabalho com roupa de outra cor.
O Balandrau Maçônico e seu uso em loja
Embora, na opinião de muitos, não seja esta uma discussão tão importante, é, de
fato, uma questão interna de Loja que sempre causa alguns transtornos nas Sessões
Maçônicas, entre aqueles que condenam o uso do balandrau e aqueles que o
defendem. Para alguns Irmãos, o traje maçônico correto é o terno escuro, de
preferência preto ou azul-marinho, especialmente em sessões magnas, sendo
tolerado o uso do balandrau.
Outros sustentam a idéia de que tanto em Sessões Magnas, quanto Ordinárias,
pode-se usar apenas o balandrau. 
Discussões à parte, para mim o mais importante
é o Maçom participar da Sessão com todo o seu coração, imbuído da seriedade que
o momento exige. É como diz o ditado “o hábito não faz o monge”.
BALANDRAU [lat. balandrana; it. palandrano]
Capa em feitio de batina, feita de tecido leve e preto.
Embora alguns autores afirmam que o balandrau não é veste maçônica, na
realidade o seu uso remonta à primeira das associações organizadas de ofício, a dos
Collegia Fabrorum, criada no séc. IV a.C., em Roma.
Quando as legiões romanas saíam para as suas conquistas bélicas, os collegiati
acompanhavam os legionários, para reconstruírem o que fosse destruído pela ação
guerreira, usando, nesses deslocamentos, uma túnica negra; da mesma maneira, os
membros das confrarias operativas dos maçons medievais, quando viajavam para
outras cidades, feudos, ou países, usavam um balandrau negro. Assim, o balandrau,
que é veste talar – deve ir até os talões, ou calcanhar -, foi uma das primeiras vestes
maçônicas.
Teve inicialmente o seu uso ligado às funções do 1° Experto, durante os trabalhos
de Iniciação em que atendia o profano na Câmara de Reflexões e na cena de S.
João. Acreditamos que o nosso clima tropical, a comodidade que o mesmo oferece
ao usuário e especialmente o seu baixo custo fizeram com que se difundisse entre
nós.
Segundo Nicola Aslan, a presença do Balandrau remonta à última metade do séc.
XIX, tendo sido introduzida na Ordem Maçônica pelos Irmãos que faziam parte, ao
mesmo tempo, de irmandades católicas e de Lojas Maçônicas, e que foram, sem
dúvida, o motivo da famigerada Questão Religiosa, nascida no Brasil por volta de
1872. Rizzardo Da Camino, escreve:
“O Balandrau surgiu no Brasil com o movimento libertário da Independência,
quando os maçons se reuniam sigilosamente, à noite; designando o local, que em
cada noite era diverso, os maçons percorriam seu caminho, envoltos em
balandraus, munidos de capuz, com a finalidade de penetrando na escuridão
permanecerem „ocultos‟, nas sombras para preservar a identidade”.
Fica aqui, pois esclarecido que o emprego do Balandrau é aceitável e freqüente, na
Maçonaria Brasileira, desde que comprido até os pés, mangas largas, de cor preta,
fechada até o pescoço e sem qualquer insígnia nele bordada. Mas lembrando
sempre: que a consciência do homem está no seu interior e não na roupa.
O negro significa ausência de cor, empresta as sessões um clima pesado de luto;
igualando a todos, não haverá distinção para analisar qualquer personalidade; todos
emergem em um oceano de neutralidade. Que lições podem tirar desse costume
maçônico? Que a parte externa de nós próprios, em certas oportunidades mostra-se
em trevas ansiando todos por uma luz.
Lendo alguns artigos de autores maçônicos da atualidade, percebemos que há até
entre eles algumas idéias que, se não chegam a se contradizerem, mostram algumas
diferenças de pensamento, principalmente em relação ao uso do balandrau em
Loja.
Este trabalho visa trazer algum esclarecimento sobre o tema aos meus irmãos da
Loja Maçônica Asilo da Virtude, Loja essa que me proporcionou enxergar a luz
maçônica e da qual tanto me orgulho. Tentarei ir por partes e peço um pouco de
paciência, caso venha extrapolar um pouco o tempo, que eu sei ser de 15 minutos.
A vestimenta maçônica (traje maçônico)
Quando se fala em traje maçônico, logo se pensa em paletó, gravata, sapato preto.
Entretanto, temos de levar em consideração que o traje maçônico mesmo é o
Avental, sem o qual o obreiro é considerado nu, na acepção de Castellani. Temos
de concordar com isto, pois embora a cor da vestimenta (calça, gravata, etc) possa
ser diferente para cada Rito ou mesmo dependendo de cada país, o Avental, como
diz Jaime Pusch, é a insígnia obrigatória do maçom em loja, não podendo sem ele
participar dos trabalhos.
Não há muito que discutir sobre traje maçônico, pois como diz Castellani: “discutir
traje em loja é o mesmo que discutir o sexo dos anjos”, devido às variações
sofridas nos trajes masculinos através dos tempos, inclusive de povo para povo; em
algumas partes do mundo, principalmente em regiões quentes dos estados unidos,
os maçons vão às sessões até em mangas de camisa, mas não se esquecem do
avental; no Brasil, o traje, antigamente, era previsto nos Rituais (Séc. XIX e início
do Séc. XX) como indicação e não imposição, devido à diversidade de ritos.
Posteriormente é que a exigência do traje foi colocada na legislação das
obediências, padronizando conforme o rito majoritário no Brasil (REAA); a
palavra “terno”, gramaticalmente falando, quer dizer um traje que se compõe
tradicionalmente de um trio de peças de roupa: calça, colete e paletó.
Os mais antigos talvez se lembrem que era assim que os homens algumas décadas
atrás se vestiam, completando este trio com o uso do chapéu e da bengala.
Posteriormente, o colete foi abolido, talvez devido ao clima tropical do brasil. o
terno tornou-se, então, um parelho, ou seja, um par, constituído da calça e do
paletó, equivocadamente chamado atualmente de terno.
Grande é a controvérsia do uso ou não de terno ou na ausência deste, o balandrau.
No Brasil, e só no Brasil, convencionou-se o uso deste, e de acordo com os
estatutos de várias obediências o balandrau é “tolerado” em Sessões Ordinárias;
Algumas conclusões sobre o tema em questão
Diante do que foi exposto cheguei a algumas conclusões que, de antemão, afirmo
serem bem pessoais. Não peço a ninguém que concorde comigo, mas que respeite a
minha forma de pensar como pretendo respeitar o pensamento alheio. Vamos a
elas:
• A verdadeira veste maçônica é o Avental. Sem ele o Obreiro é considerado nu,
não podendo participar dos Trabalhos.
• Sob o Avental deve haver, porém uma roupa sóbria e decente, sendo o balandrau
uma forma de igualar e uniformizar o traje. O uso do balandrau iguala e nivela os
maçons em loja. Nada de exigência de ternos, cores de gravata etc. A igualdade na
vestimenta demonstra um desapego a toda e qualquer vaidade humana – tão
combatida pela Maçonaria – e nivela os IIr.‟. em Loja, por uma única veste.
• Em um ponto, os Irmãos têm opiniões coincidentes: o balandrau é veste talar,
deve ir até os calcanhares, e pode ser considerado um dos primeiros trajes
maçônicos, sendo plenamente justificado o seu uso em Loja;
• Terno quer dizer um traje que se compõe de calça, colete e paletó. Assim, a
maioria dos maçons atuais está irregular em loja, já que usamos somente calça e
paletó, duas peças, a que se dá o nome de parelho (par);
• Deve haver um equívoco no RGF do GOB no que diz respeito ao terno, usando
este termo no sentido do já citado parelho;
• Se observarmos nosso padrão climático e o tecido mais leve, me parece ser o
balandrau uma boa ou, talvez, a melhor e mais justificada alternativa.
O balandrau tira de nós a aparência de riqueza, do saber, da ambição, da vaidade;
iguala-nos e nos mostra que, independentemente de qualquer posição profana,
somos todos iguais, todos IIr.‟. em todos os momentos;
• Concluindo este trabalho, queremos dizer que, de acordo com a vontade da Loja,
ou talvez de sua diretoria, e também de acordo com o RGF, procurarei ao máximo
comparecer às sessões em nossa Loja de parelho ou, como nós mesmos
denominamos o conjunto calça e paletó, de terno, para que assim possa haver mais
harmonia nos trabalhos, já que o meu balandrau parece incomodar sobremaneira a
Diretoria de nossa Loja;
• O mais importante em uma Sessão Maçônica é o clima fraternal criado a partir de
emanações de energia dos Irmãos; – em nossas reuniões, dentro do Templo, muitas
são as vibrações emanadas de todos os nossos Irmãos, sejam eles Oficiais ou não.
Principalmente durante a abertura do Templo, temos a formação da Egrégora. Este
é um momento em que todos nós emitimos radiações, e ao usarmos a veste preta,
estaremos absorvendo todas essas energias, reativando os nossos Chacras, ou
nossos centros de forças, de emissão e recebimento de energia;
• Quando usamos terno preto ou o balandrau, permanecem descobertos nossos
Chacras: frontal, laríngeo e coronário. Assim poderemos emitir, receber e refletir
vibrações diretamente em nossos centros de força, pois estes estarão descobertos.
Em contrapartida, nosso Chacras mais sensíveis estarão protegidos de enviar
vibrações negativas durante os trabalhos.
• E a questão maior que deixo hoje para todos nós é justamente esta: Estamos, de
fato, emanando bons fluidos? Estamos de fato vivenciando o amor fraternal? Cada
um responda por si e a si mesmo somente, que é o mais importante.
 Rio, ah... Grande Rio....
 Na noite de terça-feira (17) a Loja Pitágoras nr. 15 em Sessão Magna exaltou os
novéis Mestres Cláudio Beduschi Antoniolle e Fernando Candemil Medeiros.
Ao final da Sessão o Ir. Felipe Otávio Boabaid, MI daquela Oficina, pelos
relevantes serviços prestados à sociedade catarinense como Provedor do Imperial
Hospital de Caridade, recebeu das mãos do Ir. Mário Bertoncini merecido
Diploma alusivo à homenagem, e das mãos do Ir. Itamar Cardoso, uma placa
pertinente. Significativo gesto de reconhecimento com bela iniciativa da Loja.
 A Loja Templários da Nova Era tem Sessão nesta noite de quinta-feira.
Primeiramente em Grau de Mestre-Maçom elege a chapa única do período
administrativo 2011/2012: Ir. Valdemar Krause (VM); Névio João Nuernberg
(1º. Vig.) e Clóvis Petry (2º. Vig.). Depois em Grau de Aprendiz-Maçom ,
apresentação de peças de arquitetura sobre a segunda instrução pela turma 8
(IIrDaniel, Douksas, Leandro, Luiz e Nilton);
 Eventos designados para duas Lojas da GLSC no final de semana:
Dia 28 (sábado) - IV Festa Cafona da Loja Lauro Muller nr. 7.
Será na sede da ASTEL, em Itacorubí.
Dia 29 (domingo) – VII nhoque Beneficente da Loja Voluntas.
Acontecerá no Centro de Atenção a Terceira Idade (CATI) em São José.
 Do Ir. Everton Balsimelli Staub (Loja Templários da Nova Era) vem a seguinte
maravilha do produto que revoluciona a vida de quem o utiliza:
http://www.youtube.com/watch?v=46qhIQZRG80&feature=related
 Do Ir. Flavio Grandis (Lages-SC) nos vem o belo filme sobre Santa Catarina.
Está em espanhol.
http://www.youtube.com/watch?v=B2JHEdd1cDc&feature=related

Poema a um irmão maçom
Caro Irmão Maçom
Quero te saudar na simbologia
Do compasso entrelaçado por um esquadro
Fulgurado no centro pela invencível estrela flamejante.
De principio, agradeço ao Grande Arquiteto do
Universo
Por ter-nos criado Justos, perfeitos e Iguais.
Somos filhos de uma mesma mãe: fecunda, Generosa,
Bondosa.
Viemos, como reis magos do ocidente
E dirigimo-nos para o Oriente em busca de um mestre
Que queira instruir-nos.
Este mestre deve ser sábio para ensinar-nos a ser livres,
Virtuosos, praticante dos bons costumes.
Chegando ao oriente saudaremos e felicitaremos
Nossos irmãos, incumbência a nós confiada e
externaremos
Nossa pretensão de vencer nossas paixões.
Alcançando novos progressos na arte real
Colocaremo-nos a disposição de nossos irmãos, para
provar
Por nossas iniciações e outras circunstancias conforme
nosso
Grau e segundo rigoroso exame que nos for exigido.
E rogo ao G.A.D.U. que continues sendo incansável
obreiro
No trabalho pelo bem da humanidade.
Um trip.'. frat.'. abraço
Ir.'. Henrique Jorge
(Eremita)
M.'.I.'. - FRC
Abel Tolentino - Webmaster
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  • 1. JB NEWS Informativo Nr. 264 Editoria: Ir Jerônimo Borges De Florianópolis para o Rio de Janeiro (RJ), 19 de maio de 2011 Índice desta quinta-feira: 1. Almanaque 2. Contribuições a uma Pedagogia Maçônica – O Relatório Jacques Delors (Ir. Francisco C.L.Pucci) 3. Vestimenta Maçônica (Ir. José Robson Gouveia Freire) 4. A farsa histórica do Dia do Maçom Brasileiro (Ir. José Castellani) 5. Destaques
  • 2.
  • 3.  715 - É eleito o Papa Gregório II  1051 - Casamento de Henrique I de França com Ana de Kiev  1769 - Ao fim de três meses de contenda entre as facções a favor e contra os Jesuítas, o conclave de cardeais elege papa Lorenzo Ganganelli, candidato da facção adversa aos Jesuítas, que adopta o nome de Clemente XIV.  1780 - Dia escuro na Nova Inglaterra (hoje, Estados Unidos).  1897 - Oscar Wilde sai da prisão.  1897 - Fundação da cidade de Dourado - SP.  1954 - Catarina Eufémia é morta a tiro pelo tenente Carrajola da GNR, tornando se assim um símbolo da resistência ao Estado Novo.  1976 - É inaugurada a TVS no Rio de Janeiro, atual SBT.  1980 - Um mês após ser preso, Luiz Inácio Lula da Silva é libertado pelo então diretor do DOPS (polícia política do Regime Militar), Romeu Tuma (hoje senador da República).  1995 - Bertioga se torna um município independente. Antes fazia parte de Santos.  2002 o Madre Paulina é canonizada pelo Papa João Paulo II. o Timor-Leste torna-se um Estado independente.
  • 4.  Dia do Físico.  Dia do Advogado (Portugal).  Dia de Santo Ivo, padroeiro dos advogados.  Dia Nacional da Defensoria Pública.  Dia da Bem-aventurada Maria Bernarda Bütler. (fonte: “O Livro dos Dias” e arquivo pessoal) 1826 – O Marechal MacDonald, Grão-Mestre do Grande Oriente de França, sanciona a Constituição que mais tarde seria também adotada pelo Grande Oriente do Brasil. 1832 – Filiada e Regularizada no Grande Oriente do Brasil a Loja Tranquilidade, da Ilha Grande. 1847 – Falece Joaquim Gonçalves Ledo, a figura exponencial da Independência do Brasil. 1895 – Falece José Martí, patriota cubano, chamado O Apóstolo, morto nas lutas de independência, iniciado em Madri, na Loja Harmonia nr. 57. 1987- Fundação da Loja Aruanã, Salvador - BA
  • 5. IrFrancisco C. L. Pucci. Repasse: Ir. Hercule Spoladore Muito se fala sobre a Maçonaria ser uma escola. Se por isso se entende que nela aprendemos e apreendemos uma nova perspectiva de vida, que modificará nossas atitudes, valores, hábitos e práticas – nossa práxis social -, creio que a expressão é correta. Afinal, somos seres que aprendem e a Maçonaria é uma instituição que recruta homens bons para torná-los melhores. Isso, lato senso, é educação. Mas se muito se fala, pouco se escreve. Conheço raríssimos textos que discutem o processo formativo na Ordem. Temos, sim, muitos livros "didáticos" e muitos outros que se pretendem "manuais" de Maçonaria, mas uma reflexão sobre o processo formativo do Homem maçônico é mais rara, e como toda raridade, urgente. "Escola" é um substantivo que permite adjetivação. Num processo de reflexão, cumpre-nos des-velar as qualidades que em "nossa" escola se reproduzem, para que tornemos consciente esse processo. Que tipo de Homem pretendemos formar na Maçonaria? Com vista a que objetivos? Com que meios pretendemos essa formação? Que filosofia e que ideologia orientam esse processo? As perguntas se multiplicam e esperam por respostas. A pretensão deste texto é levantar alguns pontos para essa reflexão. Estamos conscientes, contudo, que é condição absolutamente necessária (mesmo que não suficiente) para produzir alguma ação que esse trabalho seja coletivo. Quando "a
  • 6. bola rola", se ninguém der o segundo, o terceiro e os demais toques o jogo não acontece. Mas um início não precisa necessariamente sair do nada. A Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, da UNESCO, sob o título Educação – Um tesouro a descobrir, publicou um relatório que se tornou conhecido pelo nome de seu coordenador, Jacques Delors. Iniciado em 1993 e concluído em setembro de 1996, recebeu a contribuição dos melhores especialistas do mundo, representando países de cultura e desenvolvimento os mais variados. Considerando sobretudo o irreversível processo de globalização, o relatório considera que a orientação do desenvolvimento humano se dá pela "capacidade de raciocinar e imaginar, da capacidade de discernir, do sentido das responsabilidades". Mais do que razão, o século XXI exige imaginação, discernimento e responsabilidades. A era da complexidade e da incerteza já superou em muito a era das "luzes". Os sonhos milenares do Homem, contudo, continuam vetoriando essa caminhada. Já em seu prefácio, o relatório ressalta como função precípua da educação "ante os múltiplos desafios do futuro, (...) sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social. (...) Não como um 'remédio milagroso', não como um 'abre-te sésamo' de um mundo que atingiu a realização de todos os seus ideais, mas, entre outros caminhos e para além deles, como uma via que conduz a um desenvolvimento humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões, as guerras...". Essas colocações são fundamentais. A idéia de um mundo pronto, a ser transmitido às novas gerações, visando reproduzir "uma ordem, uma moral e os bons costumes", conduziu sempre a pedagogias autoritárias (sejam democráticas, socialistas, comunistas ou maçônicas) que invariavelmente desqualificam "o outro". Nessa perspectiva, o "educando" não tem valores, conhecimentos, sentimentos, que mereçam consideração. Temos que "transmitir" a ele, como se fosse um depósito bancário, o "capital" de nossos conhecimentos, do qual ele deverá nos dar conta quando solicitado. O educador é "do bem", o educando "do mal"; um "sabe", outro é "ignorante"; um é "iniciado", outro "profano".
  • 7. A superação dessa postura por uma que reconheça que a diferença do outro não o faz menor (ou maior) e que, pelo contrário, é essa diferença que torna possível o nosso mútuo desenvolvimento, é a pedra de toque que transmutará nossa pedagogia numa andragogia, um processo educativo de "crianças" num processo educativo de "adultos". Essa transmutação verdadeiramente paradigmática não implica em que o Mestre deixará de ser Mestre e que o Aprendiz deixará de ser Aprendiz. Longe disso. É apenas nessa mudança que o Mestre poderá tornar-se um Mestre e o Aprendiz um Aprendiz. Do contrário, teremos apenas "professores" e "alunos", "adultos" e "crianças", "sábios" e "ignorantes". Na postura pedagógica "tradicional", a atitude é de "dar" ao outro um conhecimento que "possuo" e que ele não tem. Na postura andragógica, a atitude é de ajudá-lo a extrair de suas próprias potencialidades uma riqueza que nelas está contida. É isso que significa a construção de si mesmo, princípio da filosofia Socrática/Platônica e que está implícito na própria origem de nossa doutrina. Um segundo ponto deve ser bem sublinhado nesse parágrafo. Não há desenvolvimento que não seja total. Podemos "crescer" num aspecto ou em outro, mas só nos desenvolvemos por inteiro. Por isso, dizer que a construção do Homem Novo, que é o objetivo implícito na Arte Real, não tem a ver com as questões sociais, políticas e econômicas (exclusão, corrupção, pobreza), é utópico – para não dizer ideológico. Se reduzirmos a Ação Social a caridade, viramos um clube de serviço. Se reduzirmos a Política a política partidária, nos tornaremos alienados. Se reduzirmos a Economia a seus interesses exclusivamente materiais, nos tornaremos desumanos. Continua o relatório: "A Comissão considera as políticas educativas um processo permanente de enriquecimento dos conhecimentos, do saber-fazer, mas também e talvez em primeiro lugar, como uma via privilegiada de construção da própria pessoa, das relações entre indivíduos e nações" (grifo meu). Começam a delinear- se objetivos aos quais não nos negamos a aderir. Estamos no núcleo dialético desse processo: só podemos construir a nós mesmos em relação e só podemos construir relações construindo a nós mesmos. Como produzir em nós mesmos, em nossas Lojas, em nossas Potências, visando contaminar o mundo, essa atitude básica que nos oriente permanentemente à construção de nós mesmos e de nossas relações (familiares, políticas, econômicas)?
  • 8. Nosso modelo de mundo está exaurido. Nunca antes o mundo assistiu a tanto "crescimento" econômico. "E contudo, parece dominar no mundo um sentimento de desencanto que contrasta com as esperanças surgidas logo a seguir à Segunda Guerra Mundial. Pode-se, pois, falar de desilusões do progresso, no plano econômico e social. O aumento do desemprego e dos fenômenos de exclusão social, nos países ricos, atesta-o. A persistência das desigualdades de desenvolvimento no mundo, confirma-o". Qualquer mudança, como nós Maçons bem sabemos, passa por um ato de Vontade. Como que a adivinhar isso, nos diz o relatório: "Mas como aprender a viver juntos nesta 'aldeia global', se não somos capazes de viver nas comunidades naturais a que pertencemos: nação, região, cidade, aldeia, vizinhança? A questão central da democracia é saber se queremos, se podemos participar da vida em comunidade. Querê-lo ou não, é bom não o esquecer, depende do sentido de responsabilidade de cada um" [grifo meu]. O que conduz alguém se Iniciar na Arte Real é essa Vontade? Como discernir entre as várias motivações possíveis (algumas não tão nobres)? Mais: como desenvolver essa Vontade de forma que ela cresça e contamine seu ambiente? Lembro-me de que quando era criança, no interior do Paraná, ouvia os adultos falarem com reverência sobre alguém: ele é Maçom! Sempre se referiam a alguém socialmente "importante", isto é, socialmente significativo. Ser Maçom é possuir um sentimento de responsabilidade para com o mundo. É "ter tempo" e "sentir vontade" de participar de sua família, de seu condomínio, dos movimentos de seu bairro, de sua cidade, etc. É ser alguém significativo. Como desenvolver esse sentimento de responsabilidade para com o mundo? Como construir essa atitude ecológica? Isso não é fácil. O relatório Jacques Delors levanta essa questão. Tratando das Tensões a ultrapassar, cerne da problemática do século XXI, releva: "A tensão entre o global e o local: tornar-se pouco a pouco cidadão do mundo sem perder as suas raízes (...). A tensão entre o universal e o singular: (...) [manter] a riqueza das suas tradições e de sua própria cultura ameaçada, se não tivermos cuidado, pelas evoluções em curso. A tensão entre tradição e modernidade tem origem na mesma problemática: adaptar-se sem se negar a si mesmo, construir a sua autonomia em dialética com a liberdade e a evolução do outro, dominar o progresso científico. (...) A tensão entre as soluções a curto e a longo prazo, tensão eterna, mas alimentada hoje em dia pelo domínio do efêmero e do instantâneo, num contexto onde o excesso de informações e emoções efêmeras leva
  • 9. a uma constante concentração sobre os problemas imediatos. (...) A tensão entre a indispensável competição e o cuidado com a igualdade de oportunidades. (...) A tensão entre o extraordinário desenvolvimento dos conhecimentos e as capacidades de assimilação pelo homem. A Comissão não resistiu à tentação de acrescentar novas disciplinas, como conhecimento de si mesmo e dos meios de manter a saúde física e psicológica, ou mesmo matérias que levem a conhecer melhor e preservar o meio ambiente natural. (...) Finalmente, e trata-se, também neste caso, de uma realidade permanente, a tensão entre o espiritual e o material. (...) Cabe à educação a nobre tarefa de despertar em todos, segundo as tradições e convicções de cada um, respeitando inteiramente o pluralismo, esta elevação do pensamento e do espírito para o universal e para uma espécie de superação de si mesmo". Colocados num longo parágrafo temas que no relatório vêm em parágrafos distintos, se pretendeu reunir as tensões fundamentais da problemática moderna. Da sabedoria de resolvê-las depende o bem estar e, talvez, a própria sobrevivência da humanidade. Não há processo educacional que possa olvidá-las. Repisa sempre o relatório na questão fundamental desse novo paradigma: "Tudo nos leva, pois, a dar novo valor à dimensão ética e cultural da educação e, deste modo, a dar efetivamente a cada um os meios de compreender o outro, na sua especificidade, e de compreender o mundo na sua marcha caótica para uma certa unidade. Mas antes, é preciso começar por se conhecer a si próprio, numa espécie de viagem interior guiada pelo conhecimento, pela meditação e pelo exercício da autocrítica". Do ponto de vista maçônico poderíamos definir melhor nossa tarefa? Cabe aprendermos a executá-la. Aqui, novamente, a razão tem que se aliar à imaginação. A esta altura das reflexões, o relatório resume os quatro pilares considerados básicos para essa tarefa: o grande pilar é o aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento acerca dos outros, da sua história, tradições e espiritualidade. Principalmente, aprendendo a respeitar as diferenças. O outro pilar, o primeiro, é o aprender a conhecer, no sentido tradicional de conhecer a realidade, as tecnologias, a política, a cultura, estar afinado com seu tempo.
  • 10. Em seguida, aprender a fazer, não só no sentido profissional, mas adquirir uma competência ampla que permita o trabalho em equipe, o pensar junto, o fazer coletivo. Finalmente, e mais importante, o aprender a ser. Desenvolver todos os talentos latentes em si. Conhecer-se o mais profundamente possível. E, acrescentamos, amar-se, para poder amar aos demais. Mas é preciso cuidado, pois "... demasiadas reformas em cascata acabam por matar a reforma, pois não dão ao sistema o tempo necessário para se impregnar do novo espírito, nem para pôr todos os atores à altura de nela participarem. Por outro lado, como mostram os insucessos do passado, muitos reformadores, optando por soluções demasiado radicais ou teóricas, não tomam em consideração os úteis ensinamentos da experiência, ou rejeitam as aquisições positivas herdadas do passado". O projeto de lapidar o Homem e o mundo é um projeto secular, não é algo para prazo determinado. Por isso, ele depende mais de Vontade e Atitudes do que de instrumentos e medidas. Ser secular, contudo, não significa que não deva começar já.
  • 11. A FARSA HISTÓRICA DO DIA DO MAÇOM BRASILEIRO (Ir José Castellani) A farsa “Em 1822 --- 20 de agosto --- foi proclamada a Independência do Brasil, em assembléia geral do povo maçônico, em reunião das três Lojas metropolitanas”. “Na pág. XXIX, do volume 1º, do Arquivo Diplomático da Independência, publicação oficial do Ministério do Exterior, feita em 1922,
  • 12. lemos o seguinte: «Já em 20 de agosto de 1822, Ledo mostrava, na Maçonaria, “a necessidade de se proclamar quanto antes a independência do Brasil e a confirmação da realeza na pessoa do príncipe regente” ». E quando chegou a notícia de que as Côrtes lisbonenses haviam declarado nula a convocação dos procuradores gerais e pretendiam a apuração da responsabilidade dos Secretários de Estado do Govêrno do Rio, e o processo e o julgamento dos signatários da representação dirigida ao príncipe pela Junta de São Paulo, nas vésperas do Fico, não se fêz esperar a ruptura completa, cuja proclamação foi reboar nos campos do Ipiranga”. Vejam bem, foi reboar nos campos do Ipiranga. Foi reboar o que? Aquilo que a Maçonaria já decidira”. (A.T. Cavalcanti de Albuquerque em “O que é a Maçonaria” –Edit. Aurora – Rio de Janeiro – págs. 246 e 247) Comentários Tal crença, de que, a 20 de agosto, a maçonaria brasileira, então representada pelo Grande Oriente Brasílico, “proclamava” a independência, que, depois, seria apenas corroborada pelo “grito do Ipiranga”, surgiu a partir de erro de Rio Branco, em notas à “História da Independência do Brasil”, de Varnhagen, copiando o erro difundido pelo maçom Manoel Joaquim de Menezes. Embora emérito historiador, Rio Branco confiou numa informação totalmente falsa. E o erro era considerar que o Grande Oriente Brasílico utilizava o calendário maçônico francês, que inicia o ano no dia 1º de março, quando, na realidade, o utilizado era um calendário equinocial, baseado no calendário religioso hebraico (este inicia o ano no mês Nissan --- março-abril --- na lua nova que se segue ao equinócio de março; o ano civil tem início no Rosh Hashaná, na lua nova que se segue ao equinócio de setembro). Desta maneira, o ano
  • 13. maçônico tinha início no dia 21 de março. A errada interpretação gerou, até, controvérsias em torno da data de fundação do Grande Oriente Brasílico, a qual, em ata, consta como o 28º dia do 3º mês maçônico, o que, de acordo com o calendário realmente adotado, mostra, corretamente, que a data é 17 de junho, pois o terceiro mês tivera início a 21 de maio de 1822. Por conta desse erro --- divulgado por Tenório, autor já comentado, e repetido por outros “papagaios”, sem qualquer pesquisa --- foi criado o “dia do maçom”, que ocorre no dia 20 de agosto, quando, supostamente, em sessão do Grande Oriente Brasílico, teria sido “proclamada” a independência, quando, na realidade, não houve sessão no Grande Oriente, no dia 20 de agosto. A realidade histórica “20 do 6o. mês 9 de Setembro --- Aberto o Gr.: Or.: em Assembléa geral de todo o povo Maçon.: o Ill.: Ir.: 1o. Vig .: (17) dirigiu á Aug.: Assembléa um energico, nervoso e fundado discurso, ornado d’aquella eloquencia e vehemencia oratoria, que são peculiares a seu estilo sublime, inimitavel e nunca assaz louvado, e havendo nelle com as mais solidas rasões demonstrado que as actuaes politicas circumstancias de nossa patria, o rico, fertil e poderoso Brazil, demandavão e exigião imperiosamente que a sua cathegoria fosse inabalavelmente firmada com a proclamação de nossa Independencia e da Realeza Constitucional na Pessoa do Augusto Principe Perpetuo Defensor Constitucional do Reino do Brazil, foi a moção approvada por unanime e simultanea acclamação, expressada com o ardor do mais puro e cordial enthusiasmo patriotico. Socegado, mas não extincto o ardor da primeira alegria dos animos, por verem prestes a realisar-se os votos da vontade geral pela Independencia e engrandecimento da Patria, propoz o mesmo Ir.: 1o. Vig.: que a sua moção deveria ser discutida, para que aquelles, que ainda podessem ter receio de que fosse precepitada a medida de segurança e engrandecimento da Patria,
  • 14. que se propunha o perdessem pelos debates, de que a proclamação da Independencia do Brazil e da Realeza Constitucional na Augusta Pessoa do Principe Perpetuo Defensor do Brazil, era a ancora da salvação da Patria. Em consequencia do que sendo dada a palavra a quem quizesse especificar seus sentimentos, fallárão os IIr.: --- Apollonio Mollon, Camarão, Picanço, Esdras, Democrito e Caramurú (18) e --- posto que todos approvarão a moção reconhecendo a necessidade imperiosa de se fazer reconhecida a Independencia do Brazil e ser acclamado Rei d’elle o Principe D. Pedro de Alcantara, seu Defensor Perpetuo e Constitucional, comtudo, como alguns dos mesmos opinantes mostrassem desejar que fossem convidadas as outras provincias colligadas para adherirem aos nosso votos, e effectuar-se em todas simultaneamente a desejada Acclamação, ficou reservada a discussão para outra assembléa geral, sendo todos os IIr.: encarregados de dissiminar e propagar a persuasão de tão necessaria medida politica. ------------------------------------------------------------ 17. O 1o. Vigilante referido era Joaquim Gonçalves Ledo, que empunhava o primeiro malhete na ausência do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva. 18. Esses eram nomes simbólicos (ou históricos), segundo costume vigente na época: Apolonio Mollon era João José Vahia, Camarão era José Clemente Pereira, Picanço era Antônio Corrêa Picanço, Esdras era José Joaquim de Gouvêia, Demócrito era Pedro José da Costa Barros e Caramuru era Cypriano Lerico. ------------------------------------------------- Sendo proposto por um dos IIr.: que a doutrina politica proclamada no periodico intitulado O Regulador éra subversiva dos principios constitucionaes e jurados n’esta Aug.: Ord.: emquanto pretendia fazer persuadir aos povos do
  • 15. Brazil principios aristocraticos, que não se compadecem com a liberdade constitucional, que os Brazileiros anhelão e que só pode fazer a sua felicidade politica, e muito mais, quando tal doutrina é diametralmente opposta ao systema constitucional abraçado, proclamado, jurado e seguido pelo Aug.: e Perpetuo Defensor do Reino do Brazil, e por tanto, só propria para ofender a seus interesses provando as asserções insidiosas do congresso de Lisbôa de que os aulicos do Rio de Janeiro pretendem restabelecer o despotismo, o que é falso, e que por isso deveria ser chamado ante o Gr.: Or.:, em assembléa geral, o redactor d’aquelle periodico, para ser reprehendido, por procurar propagar taes principios desorganisadores, em contavenção aos juramentos que prestára n’esta Aug.: Ord.: quando foi empossado no lugar que occupa no Quadro No. 1 , foi approvada a proposição, debaixo da comminação de penas MMaç.: no caso de desobediencia ao chamamento, ficando logo resolvido que deveria effectuar-se o comparecimento em Assembléa, que então se destinou para o dia 23 deste mesmo mez, e que aquelles dos nossos IIr.: que fossem assignantes do Regulador, enviassem immediatamente ao redactor os numeros do mesmo periodico, que tivessem, com carta em que lhe significassem que o dispensavão da continuação da remessa dos numeros ulteriores, bem como da restituição da assignatura recebida por se contentarem conhecer um homem com tão pouca despeza . (19) --------------------------------------------------------------- 19. A referência é ao Regulador Brasílico-Luso (depois Regulador Brasileiro), lançado a 29 de julho de 1822 e cujo redator era o frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, um dos maiores intelectuais do Grande Oriente e figura maiúscula da Maçonaria da época: Orador da Loja Comércio e Artes, foi o redator da representação dos fluminenses a D. Pedro, no episódio do “Fico”, de 9 de janeiro de 1822, e em sua cela, no convento de Santo Antônio, reuniam-se os líderes do movimento emancipador. Apesar disso, foi submetido a um grande constrangimento, nesse episódio que marcou mais um ato da luta política intestina entre os grupos de Ledo e de José Bonifácio. Isso porque o Regulador, como órgão oficioso do governo, defendia as idéias de José Bonifácio, que pretendia uma monarquia
  • 16. constitucional dentro de uma comunidade brasílico-lusa, em oposição às idéias do Revérbero Constitucional Fluminense, jornal lançado a 11 de setembro de 1821, redigido por Ledo e pelo cônego Januário da Cunha Barbosa e que defendia o rompimento total com a metrópole. Convocado, frei Sampaio compareceu à sessão do 23o. dia do 6o. mês (13 de setembro), para declarar, com “docilidade”, segundo a ata, que o que fora publicado não refletia sua opinião pessoal e era fruto de extratos de correspondência, transmitida por pessoa a quem ele devia respeito e consideração ; e terminou, declarando que nos próximos números emitiria a sua opinião pessoal, suspendendo a publicação da matéria objeto da inquirição. Apesar da docilidade, foi duramente invectivado pelo 1o. Vigilante Ledo, que não aceitou sua justificativa, mas, depois de criticá-lo com veemência, afirmava que “a assembléa geral ficava persuadida da sinceridade dos protestos d’elle accusado, pela docilidade e reverencia com que se comportava, e elle Pres.: convidava a todos os IIr.: para que, esquecendo-se do escandalo que lhes havia causado o Ir.: Fr. Sampaio, se congraçassem perfeitamente com este, dando-lhe o abraço e o ósculo fraternal”. O episódio mostra, apenas, que, além da luta pela independência, havia a luta pelo poder. ------------------------------------------------------------------------------------ Fazendo-se por fim, do solio acostumado annuncio para as proposições a bem da Ordem, concluio o Ir.: que tomára o Gr.: Malhete, propondo a collocação de uma caixa de beneficencia na sala dos passos perdidos, onde em todas as sessões os Iir.: que a ellas concorressem, ficassem obrigados a lançar algumas moedas em signal de sua caridade, e que fazendo-se receita em separado do producto dessa caixa, elle fosse applicado ao socorro de viuvas necessitadas e a educação de orphãos, carecedores de meios de frequentar as escolas de primeiras letras. Esta proposição que bem dá a conhecer a sensibilidade e humanidade do proponente foi geralmente
  • 17. approvada com um enthusiasmo, cujos effeitos a Assembléa fará sem duvida proveitosos aos objectos da mais bem empregada caridade”. oOo Essa ata da 14a. sessão --- Assembléia Geral --- do Grande Oriente Brasílico, fundado a 17 de junho de 1822, fechado a 25 de outubro do mesmo ano, pelo seu Grão-Mestre, D. Pedro I, e reinstalado como Grande Oriente do Brasil, em 1831, foi publicada, junto com outras, no Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, No. 10, de outubro de 1874, no Ano III da publicação (criada em 1872). Mostra, ela, a assembléia em que se decidiu que era imperiosa a proclamação da independência e da realeza constitucional, na pessoa de D. Pedro. Mostra, também, que o dia da sessão, 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, era o dia 9 de setembro. Isso porque o Grande Oriente utilizava, na época, um calendário equinocial, muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano maçônico no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar (calendário gregoriano). Desta maneira, o 6º mês maçônico tinha início a 21 de agosto e o seu 20º. dia era, portanto, 9 de setembro, como situa o Boletim de 1874. Nessa época, ainda não havia sido inventada a farsa do 20 de agosto, baseada na errada suposição de que o Grande Oriente utilizava o calendário francês, que inicia o ano maçônico no dia 1º de março. Se isso fosse correto, é claro que o 6o. mês teria início no dia 1º de agosto e o seu 20º dia seria o dia 20 do mesmo mês.. Esse erro serviu para que autores mais ufanos do que realistas saíssem apregoando que o Grande Oriente “proclamou a independência antes do grito do Ypiranga, de 7 de setembro, e que este foi uma simples ratificação do que já havia sido decidido” . E o lamentável é que o erro, embora já largamente comprovado, continua frutificando até hoje, tendo gerado até um Dia do Maçom (brasileiro), sem a base histórica que lhe é atribuída. Além desse documento, todavia, existem outras provas históricas de que o 20º dia do 6º mês não poderia ter sido o 20 de agosto: 1.Da ata da nona sessão --- Assembléia Geral --- do Grande Oriente Brasílico, realizada no 13º dia do 5º mês do AVL de 5822, consta que o maçom Felipe Nery Ferreira, membro do governo provisório de Pernambuco, foi recebido como visitante. Nery havia chegado ao Rio de Janeiro no dia 19 de julho, chefiando a delegação enviada pela Junta governativa, para levar a solidariedade do povo pernambucano ao príncipe. Ora, se a sessão do 13º dia do 5º mês maçônico fosse a de 13 de julho ---
  • 18. como defendem erradamente alguns --- e não 2 de agosto, como poderia Felipe Nery estar presente? 2. Da ata da décima-sétima sessão do Grande Oriente --- Assembléia Geral --- realizada no 14º dia do 7º mês, consta que o 1º Grande Vigilante propôs à consideração da assembléia as queixas, que ouvira, do Ir.: Francisco Pedro Limpo, relativas à Portaria que regulava o modo de guarnecer a esquadra brasileira, que estava sendo aparelhada. Ora, essa Portaria do Ministério da Marinha, assinada pelo Ir.: Manoel Antônio Farinha, tem a data de 1º de outubro; o Ir.: Limpo, portanto, não poderia se referir a ela, se o 14º dia do 7º mês fosse 14 de setembro e não o correto 4 de outubro. 3. Respondendo a uma prancha do escritor Mello Moraes, em 1861, Ruy Germack Possolo, Grande Secretário do Grande Oriente do Brasil e contemporâneo dos fatos de 1822, por delegação do Grão-Mestre, Marquês de Abrantes, informava qual era o correto calendário usado pelo Grande Oriente Brasílico. 4. Em Ato de 1922, ano do centenário da Independência e do Grande Oriente do Brasil, assinada pelo Grão-Mestre Mário Behring, o Grande Oriente citava as datas principais de sua História, comprovando qual era o calendário usado na época, ou seja, aquele que iniciava o ano maçônico a 21 de março: “1º - O FICO, pronunciado pelo Principe D. Pedro de Alcantara, Regente do Reino do Brasil, a 9 de Janeiro de 1822 da E.: V.:, 20 do XI mez do anno de 5821, da V.: L.: ; 2º - A aceitação do titulo de Defensor Perpetuo e Constitucional do Brasil, pelo Principe Regente, a 13 de Maio de 1822, da E.: V.:, 23 do II mez do anno de 5822 da V.: L.: ; 3º - A convocação da Constituinte Brasileira, pelo Principe Regente, por solicitação dos procuradores das Provincias e accordo dos Ministros da Regencia, a 2 de Junho de 1822, da E.: V.:, 13 do III mez do anno de 5822, da V.: L.: ; 4º - Fundação do Grande Oriente do Brasil, com a divisão da Loja “Commercio e Artes” em tres outras Officinas, eleição e posse da administração daquelle e posse dos VVen.: destas, a 17 de Junho de 1822, da E.: V.:, 28 do III mez do ano de 5822, da V.: L..: ; 5º - Iniciação do Principe Regente como maçon, na Loja “Commercio e Artes” a 2 de Agosto de 1822, da E.: V.:, 13 do V mez do anno de 5822, da V.: L.:, donde resultou sua mais intima ligação com a independencia, como se verifica do seu manifesto de 6 do mesmo mez;
  • 19. 6º - O grito de Independencia ou Morte, dado pelo Principe Regente nas margens do Ypiranga, 7 de Setembro de 1822, da E.: V.:, 18 do VI mez do ano de 5822, da V.: L.:, e proclamação da independencia votada nas sessões do Grande Oriente do Brasil a 9 e 12 de setembro do mesmo mez e por editaes do Senado e da Camara do Rio de Janeiro, de 21 do dicto mez e anno: 7º - Finalmente, a posse do Principe Regente como Grão Mestre da Maçonaria no Brasil, a proclamação do Imperio e a aclamação do Principe a Imperador Constitucional do Brasil e seu Defensor Perpetuo, a 4 de outubro de 1822, da E.: V.:, 14 do VII mez do anno de 5822, da V.: L.:, e designação do dia 12 do mesmo mez (22- VII-5822) para se tornar publico e official esse acto”. (os grifos são meus) Esse Ato do Grão-Mestre Mário Behring foi emitido, exatamente, para acabar com as dúvidas em torno do calendário usado pelo Grande Oriente Brasílico, em 1822. Trata-se, portanto, de mais um documento que mostra qual era a realidade. Embora não houvesse surgido, ainda, nessa data, a farsa histórica do dia do maçom, o ato acaba abordando a verdadeira data do acontecimento: 9 de setembro e não 20 de agosto. (20) É claro que o fato existiu e que é digno de ser lembrado e comemorado por todos os maçons, mesmo porque não era possível, no dia 9, os obreiros terem conhecimento dos fatos do dia 7, dados os escassos recursos de comunicação da época. Mas não ao ponto de falsear a verdade histórica, por ufanismo, ou por ignorância. ---------------------------------------- 20. A data de 20 de agosto, escolhida para ser o dia do maçom, sob a alegação que foi nesse dia que a maçonaria “proclamou a independência”, foi aprovada em reunião da Confederação da Maçonaria Simbólica, órgão que reunia as Grandes Lojas brasileiras, em 1957, por proposta da G.L. de Santa Catarina. O criador das Grandes Lojas, em 1927, foi Mário Behring, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, o qual assinou o Ato de 1922. Pelo jeito, ou não houve pesquisa nenhuma --- o mais provável --- ou os participantes não acreditaram nem no fundador de suas Obediências.
  • 20. Vestimenta maçônica (traje maçônico) Ir José Robson Gouveia Freire Brasília - DF Basicamente, a uniformização da indumentária visa à harmonização do ambiente e das pessoas, gerando um clima psicológico favorável à integração e ao controle. As diversas organizações uniformizam as pessoas na busca da disciplina, do controle e da integração. É o caso das Forças Armadas, dos Estudantes, das Polícias Militares, das grandes corporações de operários, etc.
  • 21. No caso da Maçonaria, a uniformização tem os mesmos benefícios já citados, além de naturalmente, os aspectos, que se somam e que dizem respeito, ao uso da cor preta. Na prática dos trabalhos em nossos Templos, buscamos dentre outras coisas, esotericamente, captarem energias cósmicas, ou fluidos positivos ou forças astrais superiores para nosso fortalecimento espiritual. Da física temos o conceito de que o preto não é cor, mas sim um estado de ausência de cores. As superfícies pretas são as mais absorventes de energias de qualquer natureza. Então, a indumentária preta nos tornará um receptor mais receptivo e mais que isso, nos tornará também um acumulador, uma espécie de condensador deste tipo de energia. Por outro lado, a couraça formada pela nossa roupa preta, faz com que as eventuais energias negativas que eventualmente possam entrar no Templo conosco, não sejam transmitidas aos nossos Irmãos. Por isso o Maçom veste-se de roupas pretas para participar dos trabalhos em Loja. A indumentária recomendada para as Sessões Magnas é o terno preto, com camisa branca e gravata preta ou branca. Para as Sessões Ordinárias, admite-se o uso do Balandrau, que deve ser comprido e preto, complementado pelo uso obrigatório de calças, meias e sapatos pretos. A comodidade que oferece ao usuário fez com que o Balandrau se difundisse rapidamente, mas é preciso salientar, ele deve ser comprido e ficar a um palmo do chão, pois é uma veste talar, ou seja, que vai até ao calcanhar. Desta forma, também não são indumentárias maçônicas as “mini-saias” que alguns Irmãos usam como se fosse um Balandrau. Importante observar que, tanto do ponto de vista lingüístico como do ponto de vista maçônico, preto e escuro não são sinônimos, conforme muitos querem. E, em assim sendo, toda indumentária que não seja preta, embora escura, não é maçonicamente adequada. Alguns autores são de opinião de que o rigor do traje preto deve ser exigência para as Sessões Magnas, podendo ser livre quanto à cor nas Sessões Econômicas, mas mesmo assim todos são unânimes de que é indispensável o uso do paletó e da gravata. Cabe ao Venerável Mestre decidir, dentro dos princípios do bom senso e da tolerância em torno das exceções, caso algum Irmão visitante em viagem ou mesmo de algum Irmão do quadro, que por alguma razão plenamente justificável, se apresentar ao trabalho com roupa de outra cor.
  • 22. O Balandrau Maçônico e seu uso em loja Embora, na opinião de muitos, não seja esta uma discussão tão importante, é, de fato, uma questão interna de Loja que sempre causa alguns transtornos nas Sessões Maçônicas, entre aqueles que condenam o uso do balandrau e aqueles que o defendem. Para alguns Irmãos, o traje maçônico correto é o terno escuro, de preferência preto ou azul-marinho, especialmente em sessões magnas, sendo tolerado o uso do balandrau. Outros sustentam a idéia de que tanto em Sessões Magnas, quanto Ordinárias, pode-se usar apenas o balandrau. 
Discussões à parte, para mim o mais importante é o Maçom participar da Sessão com todo o seu coração, imbuído da seriedade que o momento exige. É como diz o ditado “o hábito não faz o monge”. BALANDRAU [lat. balandrana; it. palandrano] Capa em feitio de batina, feita de tecido leve e preto. Embora alguns autores afirmam que o balandrau não é veste maçônica, na realidade o seu uso remonta à primeira das associações organizadas de ofício, a dos Collegia Fabrorum, criada no séc. IV a.C., em Roma. Quando as legiões romanas saíam para as suas conquistas bélicas, os collegiati acompanhavam os legionários, para reconstruírem o que fosse destruído pela ação guerreira, usando, nesses deslocamentos, uma túnica negra; da mesma maneira, os membros das confrarias operativas dos maçons medievais, quando viajavam para outras cidades, feudos, ou países, usavam um balandrau negro. Assim, o balandrau,
  • 23. que é veste talar – deve ir até os talões, ou calcanhar -, foi uma das primeiras vestes maçônicas. Teve inicialmente o seu uso ligado às funções do 1° Experto, durante os trabalhos de Iniciação em que atendia o profano na Câmara de Reflexões e na cena de S. João. Acreditamos que o nosso clima tropical, a comodidade que o mesmo oferece ao usuário e especialmente o seu baixo custo fizeram com que se difundisse entre nós. Segundo Nicola Aslan, a presença do Balandrau remonta à última metade do séc. XIX, tendo sido introduzida na Ordem Maçônica pelos Irmãos que faziam parte, ao mesmo tempo, de irmandades católicas e de Lojas Maçônicas, e que foram, sem dúvida, o motivo da famigerada Questão Religiosa, nascida no Brasil por volta de 1872. Rizzardo Da Camino, escreve: “O Balandrau surgiu no Brasil com o movimento libertário da Independência, quando os maçons se reuniam sigilosamente, à noite; designando o local, que em cada noite era diverso, os maçons percorriam seu caminho, envoltos em balandraus, munidos de capuz, com a finalidade de penetrando na escuridão permanecerem „ocultos‟, nas sombras para preservar a identidade”. Fica aqui, pois esclarecido que o emprego do Balandrau é aceitável e freqüente, na Maçonaria Brasileira, desde que comprido até os pés, mangas largas, de cor preta, fechada até o pescoço e sem qualquer insígnia nele bordada. Mas lembrando sempre: que a consciência do homem está no seu interior e não na roupa. O negro significa ausência de cor, empresta as sessões um clima pesado de luto; igualando a todos, não haverá distinção para analisar qualquer personalidade; todos emergem em um oceano de neutralidade. Que lições podem tirar desse costume maçônico? Que a parte externa de nós próprios, em certas oportunidades mostra-se em trevas ansiando todos por uma luz. Lendo alguns artigos de autores maçônicos da atualidade, percebemos que há até entre eles algumas idéias que, se não chegam a se contradizerem, mostram algumas diferenças de pensamento, principalmente em relação ao uso do balandrau em Loja. Este trabalho visa trazer algum esclarecimento sobre o tema aos meus irmãos da Loja Maçônica Asilo da Virtude, Loja essa que me proporcionou enxergar a luz maçônica e da qual tanto me orgulho. Tentarei ir por partes e peço um pouco de paciência, caso venha extrapolar um pouco o tempo, que eu sei ser de 15 minutos.
  • 24. A vestimenta maçônica (traje maçônico) Quando se fala em traje maçônico, logo se pensa em paletó, gravata, sapato preto. Entretanto, temos de levar em consideração que o traje maçônico mesmo é o Avental, sem o qual o obreiro é considerado nu, na acepção de Castellani. Temos de concordar com isto, pois embora a cor da vestimenta (calça, gravata, etc) possa ser diferente para cada Rito ou mesmo dependendo de cada país, o Avental, como diz Jaime Pusch, é a insígnia obrigatória do maçom em loja, não podendo sem ele participar dos trabalhos. Não há muito que discutir sobre traje maçônico, pois como diz Castellani: “discutir traje em loja é o mesmo que discutir o sexo dos anjos”, devido às variações sofridas nos trajes masculinos através dos tempos, inclusive de povo para povo; em algumas partes do mundo, principalmente em regiões quentes dos estados unidos, os maçons vão às sessões até em mangas de camisa, mas não se esquecem do avental; no Brasil, o traje, antigamente, era previsto nos Rituais (Séc. XIX e início do Séc. XX) como indicação e não imposição, devido à diversidade de ritos. Posteriormente é que a exigência do traje foi colocada na legislação das obediências, padronizando conforme o rito majoritário no Brasil (REAA); a palavra “terno”, gramaticalmente falando, quer dizer um traje que se compõe tradicionalmente de um trio de peças de roupa: calça, colete e paletó. Os mais antigos talvez se lembrem que era assim que os homens algumas décadas atrás se vestiam, completando este trio com o uso do chapéu e da bengala. Posteriormente, o colete foi abolido, talvez devido ao clima tropical do brasil. o terno tornou-se, então, um parelho, ou seja, um par, constituído da calça e do paletó, equivocadamente chamado atualmente de terno. Grande é a controvérsia do uso ou não de terno ou na ausência deste, o balandrau. No Brasil, e só no Brasil, convencionou-se o uso deste, e de acordo com os estatutos de várias obediências o balandrau é “tolerado” em Sessões Ordinárias; Algumas conclusões sobre o tema em questão Diante do que foi exposto cheguei a algumas conclusões que, de antemão, afirmo serem bem pessoais. Não peço a ninguém que concorde comigo, mas que respeite a minha forma de pensar como pretendo respeitar o pensamento alheio. Vamos a elas: • A verdadeira veste maçônica é o Avental. Sem ele o Obreiro é considerado nu, não podendo participar dos Trabalhos.
  • 25. • Sob o Avental deve haver, porém uma roupa sóbria e decente, sendo o balandrau uma forma de igualar e uniformizar o traje. O uso do balandrau iguala e nivela os maçons em loja. Nada de exigência de ternos, cores de gravata etc. A igualdade na vestimenta demonstra um desapego a toda e qualquer vaidade humana – tão combatida pela Maçonaria – e nivela os IIr.‟. em Loja, por uma única veste. • Em um ponto, os Irmãos têm opiniões coincidentes: o balandrau é veste talar, deve ir até os calcanhares, e pode ser considerado um dos primeiros trajes maçônicos, sendo plenamente justificado o seu uso em Loja; • Terno quer dizer um traje que se compõe de calça, colete e paletó. Assim, a maioria dos maçons atuais está irregular em loja, já que usamos somente calça e paletó, duas peças, a que se dá o nome de parelho (par); • Deve haver um equívoco no RGF do GOB no que diz respeito ao terno, usando este termo no sentido do já citado parelho; • Se observarmos nosso padrão climático e o tecido mais leve, me parece ser o balandrau uma boa ou, talvez, a melhor e mais justificada alternativa. O balandrau tira de nós a aparência de riqueza, do saber, da ambição, da vaidade; iguala-nos e nos mostra que, independentemente de qualquer posição profana, somos todos iguais, todos IIr.‟. em todos os momentos; • Concluindo este trabalho, queremos dizer que, de acordo com a vontade da Loja, ou talvez de sua diretoria, e também de acordo com o RGF, procurarei ao máximo comparecer às sessões em nossa Loja de parelho ou, como nós mesmos denominamos o conjunto calça e paletó, de terno, para que assim possa haver mais harmonia nos trabalhos, já que o meu balandrau parece incomodar sobremaneira a Diretoria de nossa Loja; • O mais importante em uma Sessão Maçônica é o clima fraternal criado a partir de emanações de energia dos Irmãos; – em nossas reuniões, dentro do Templo, muitas são as vibrações emanadas de todos os nossos Irmãos, sejam eles Oficiais ou não. Principalmente durante a abertura do Templo, temos a formação da Egrégora. Este é um momento em que todos nós emitimos radiações, e ao usarmos a veste preta, estaremos absorvendo todas essas energias, reativando os nossos Chacras, ou nossos centros de forças, de emissão e recebimento de energia; • Quando usamos terno preto ou o balandrau, permanecem descobertos nossos Chacras: frontal, laríngeo e coronário. Assim poderemos emitir, receber e refletir
  • 26. vibrações diretamente em nossos centros de força, pois estes estarão descobertos. Em contrapartida, nosso Chacras mais sensíveis estarão protegidos de enviar vibrações negativas durante os trabalhos. • E a questão maior que deixo hoje para todos nós é justamente esta: Estamos, de fato, emanando bons fluidos? Estamos de fato vivenciando o amor fraternal? Cada um responda por si e a si mesmo somente, que é o mais importante.  Rio, ah... Grande Rio....  Na noite de terça-feira (17) a Loja Pitágoras nr. 15 em Sessão Magna exaltou os novéis Mestres Cláudio Beduschi Antoniolle e Fernando Candemil Medeiros. Ao final da Sessão o Ir. Felipe Otávio Boabaid, MI daquela Oficina, pelos relevantes serviços prestados à sociedade catarinense como Provedor do Imperial Hospital de Caridade, recebeu das mãos do Ir. Mário Bertoncini merecido Diploma alusivo à homenagem, e das mãos do Ir. Itamar Cardoso, uma placa pertinente. Significativo gesto de reconhecimento com bela iniciativa da Loja.
  • 27.  A Loja Templários da Nova Era tem Sessão nesta noite de quinta-feira. Primeiramente em Grau de Mestre-Maçom elege a chapa única do período administrativo 2011/2012: Ir. Valdemar Krause (VM); Névio João Nuernberg (1º. Vig.) e Clóvis Petry (2º. Vig.). Depois em Grau de Aprendiz-Maçom , apresentação de peças de arquitetura sobre a segunda instrução pela turma 8 (IIrDaniel, Douksas, Leandro, Luiz e Nilton);  Eventos designados para duas Lojas da GLSC no final de semana: Dia 28 (sábado) - IV Festa Cafona da Loja Lauro Muller nr. 7. Será na sede da ASTEL, em Itacorubí. Dia 29 (domingo) – VII nhoque Beneficente da Loja Voluntas. Acontecerá no Centro de Atenção a Terceira Idade (CATI) em São José.  Do Ir. Everton Balsimelli Staub (Loja Templários da Nova Era) vem a seguinte maravilha do produto que revoluciona a vida de quem o utiliza: http://www.youtube.com/watch?v=46qhIQZRG80&feature=related  Do Ir. Flavio Grandis (Lages-SC) nos vem o belo filme sobre Santa Catarina. Está em espanhol. http://www.youtube.com/watch?v=B2JHEdd1cDc&feature=related
  • 28.  Poema a um irmão maçom Caro Irmão Maçom Quero te saudar na simbologia Do compasso entrelaçado por um esquadro Fulgurado no centro pela invencível estrela flamejante. De principio, agradeço ao Grande Arquiteto do Universo Por ter-nos criado Justos, perfeitos e Iguais. Somos filhos de uma mesma mãe: fecunda, Generosa, Bondosa. Viemos, como reis magos do ocidente E dirigimo-nos para o Oriente em busca de um mestre Que queira instruir-nos.
  • 29. Este mestre deve ser sábio para ensinar-nos a ser livres, Virtuosos, praticante dos bons costumes. Chegando ao oriente saudaremos e felicitaremos Nossos irmãos, incumbência a nós confiada e externaremos Nossa pretensão de vencer nossas paixões. Alcançando novos progressos na arte real Colocaremo-nos a disposição de nossos irmãos, para provar Por nossas iniciações e outras circunstancias conforme nosso Grau e segundo rigoroso exame que nos for exigido. E rogo ao G.A.D.U. que continues sendo incansável obreiro No trabalho pelo bem da humanidade. Um trip.'. frat.'. abraço Ir.'. Henrique Jorge (Eremita) M.'.I.'. - FRC Abel Tolentino - Webmaster